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Guia de Estudos

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Guia de Estudos
Traduzido do original em inglês
Church History I: The Ancient Church
Copyright©ano by Robert Charles Sproul

Publicado por Nome da Editora Internacional

Copyright©2017 Curso Fiel de Liderança


1ª Edição em Português 2017

Todos os direitos em língua portuguesa reservados por Curso Fiel de Liderança da Missão
Evangélica Literária

PROIBIDA A REPRODUÇÃO DESTE CONTEÚDO POR QUAISQUER MEIOS, SEM A PERMISSÃO


ESCRITA DOS EDITORES, SALVO EM BREVES CITAÇÕES, COM INDICAÇÃO DA FONTE.

Diretoria Administrativa: Alexandre da Costa Oliveira


Diretoria Acadêmica: Tiago José dos Santos Filho
Diretoria Executiva: James Richard Denham III
Coordenação Pedagógica: Laise Helena Oliveira
Caixa Postal 1601 Tradução: Alan Cristie
CEP 12230-971 Revisão: Yago Martins
São José dos Campos – SP Diagramação: Laise Helena Oliveira
PABX: (12) 3919-9999 Capa: Laise Helena Oliveira
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SUMÁRIO

O CURSO FIEL DE LIDERANÇA ............................................................................... 7

COMO USAR ESTE GUIA ....................................................................................... 8

1 - INTRODUÇÃO .................................................................................................. 9

2 – A EXPANSÃO DA IGREJA ............................................................................... 16

3 – DEFENDENDO A FÉ........................................................................................ 23

4 – TEÓLOGO PIONEIRO: ORÍGENES .................................................................... 31

5 – DESENVOLVENDO TEOLOGIA ........................................................................ 39

6 – O BISPO ........................................................................................................ 46

7 – CONSTANTINO E A IGREJA ............................................................................ 54

8 – JESUS COMO DEUS ....................................................................................... 62

9 – JESUS COMO HOMEM................................................................................... 70

10 - O ORIENTE E O OCIDENTE ............................................................................ 77

11 – AGOSTINHO ................................................................................................ 84

12 – CULTO E SACRAMENTOS ............................................................................. 93

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O CURSO FIEL DE LIDERANÇA

O Curso Fiel de Liderança (CFL) é o ministério de educação teológica do Missão


Evangélica Literária (Ministério Fiel).
Este ministério, idealizado há mais de 20 anos pelo missionário Richard Denham Jr. -
Pr. Ricardo, fundador da “Fiel”, tem como alvo primário oferecer aos pastores, líderes,
professores e estudantes de teologia uma oportunidade de refletir e aprofundar seus
conhecimentos em temas bíblicos, baseados em uma cosmovisão reformada, que
possam cooperar com o seu crescimento na fé e na sã doutrina, o que certamente será
refletido em seu ministério de ensino e instrução do povo de Deus, na igreja local.
No ano de 2011, o CFL ganhou corpo, com o planejamento do primeiro curso. As
gravações das aulas deram início no ano de 2012 e, a partir deste momento, o número
de cursos oferecidos pelo CFL têm crescido consideravelmente ano a ano.
Atualmente, o CFL possui parceria com diversas instituições internacionais o que
tem resultado em reconhecimento internacional. O corpo docente é composto por
brasileiros e estrangeiros, mestres e doutores em teologia, que têm se dedicado ao
ensino e influenciado positivamente o cenário teológico contemporâneo.
O Curso Fiel de Liderança tem se preocupado em zelar pela qualidade teológica dos
cursos oferecidos para que você, ao estudar, seja enriquecido na Palavra.
Rogamos a nosso Deus que ele se agrade em fazer uso do conteúdo deste curso
para edificar sua vida e aquecer o seu coração.
Que o Senhor o abençoe em seus estudos!

Equipe CFL

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COMO USAR ESTE GUIA

Este Guia de Estudos foi desenvolvido para ser utilizado juntamente com as aulas do
curso “A Igreja Antiga”. Se você é um aluno matriculado no CFL, tem permissão para
fazer o download desse material que se encontra na Biblioteca Virtual. Este recurso
tem a finalidade de colaborar com os seus estudos pessoais, através de um melhor
aproveitamento do conteúdo do curso.
Neste guia, para cada aula, você encontrará uma breve introdução; indicações de
leituras bíblicas, as quais consideramos extremamente importantes, pois auxiliarão na
fixação da matéria ministrada; uma descrição dos objetivos do processo de
aprendizagem; uma ou mais citações que corroboram com o conteúdo ministrado em
aula; o esboço da aula; exercícios de fixação (a quantidade de exercício proposta no
Guia excede o número proposto ao longo do curso); questões para estudos bíblicos,
que procuram relacionar o conteúdo estudado com a Palavra de Deus; questões para
reflexão das quais algumas foram propostas ao longo do curso; e, finalmente, uma
aplicação, que procura relacionar o conteúdo ministrado com a prática cristã.
Assim, nossa recomendação é para que, embora tenhamos parte do Guia de
Estudos nas atividades do portal, você o imprima e o utilize durante o
acompanhamento das videoaulas, sabendo que essa atitude será enriquecedora para
seus estudos particulares.
Oramos para que este Guia de Estudos seja de bom proveito aos alunos do curso
“Do Pó à Glória - Pentateuco”.

Equipe CFL

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1 - Introdução

Introdução da mensagem
Uma antiga máxima afirma: “Você não pode saber para onde está indo a menos que
saiba onde esteve”. Independentemente da origem ou da validade dessa asserção, ela
ao menos enfatiza uma importante verdade: o conhecimento da história, seja a sua
própria ou a de outro, impacta o presente e o futuro. A igreja de Cristo não escapa
dessa verdade. Pelo contrário: o cristianismo é uma fé histórica lançada adiante no
tempo a partir de causas e efeitos passados. A igreja possui uma rica história possui
uma doutrina ao longo das eras que permitiu que ela entendesse a Escritura melhor e
adorasse ao Senhor em maior conhecimento e veracidade. Este estudo examinará os
primeiros 500 anos da igreja a fim de iluminar o impacto da igreja primitiva para que a
igreja atual possa conhecer a si mesma e ao seu Deus melhor. Este estudo em
particular lança o contexto histórico para o momento mais dinâmico na história da
igreja e do mundo: a encarnação do Filho de Deus.

Leitura bíblica
Mateus 16.13–20; João 10.1–18; João 14.15–31

Objetivos de aprendizado
1. Apresentar a importância da história da igreja e afirmar a contribuição
significativa da igreja primitiva para a igreja atual
2. Definir e entender os termos católica e tradição
3. Estabelecer o contexto histórico no qual Jesus nasceu, especialmente a
interação entre judeus e romanos

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Citação

E eis que, mediante as muitas dificuldades que os romanos


passavam, Pompeu não pôde senão admirar não apenas as outras
instâncias da fortaleza de espírito dos judeus, mas especialmente que
eles de maneira alguma interrompiam seus cultos religiosos, mesmo
quando cercados de dardos por todos os lados; pois, estivesse a
cidade em plena paz, os sacrifícios diários e as purificações, e tudo o
que derivava de seu culto religioso, ainda era executado a Deus com
a mais elevada exatidão. De fato, nem mesmo quando o templo fora
tomado, e eles eram diariamente mortos perto do altar, nem mesmo
assim abandonavam as instâncias da adoração à sua Divindade que
fossem apontadas por sua lei; pois não antes do terceiro mês de
cerco os romanos foram capazes de, com grande dificuldade, destruir
uma das torres e entrar no templo.

— excerto da História dos Hebreus de Flávio Josefo

Esboço da palestra
I. A tradição católica da igreja
A. O significado da palavra católica
i. Às vezes os protestantes hesitam em empregar esse termo por
causa de sua associação geral com a Igreja Católica Romana.
ii. A palavra portuguesa católica é derivada da palavra grega
katholika, que significa “universal”.

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iii. O termo igreja católica se refere àquela igreja que Cristo


prometeu edificar e preservar, uma igreja rica em herança e
tradição.
B. O significado da palavra tradição
i. Três diferentes usos da palavra tradição
1. Para falar sobre uma escola de interpretação da Bíblia
(por exemplo, a interpretação calvinista da Escritura)
2. A palavra tradição tomou outro significado na igreja
antiga: os ensinos dos apóstolos preservados na vida da
igreja, mas não na Escritura.
a. Alguns afirmariam mais tarde que essa tradição é
autoritativa e suplementar à Escritura.
b. O protestantismo rejeita a noção da tradição
possuindo a mesma autoridade da Escritura.
3. Para se referir a uma nova tradição que é abraçada e
ensinada como se fosse antiga baseando-se na
autoridade papal
ii. Este estudo utiliza a palavra tradição para se referir ao estudo e
entendimento universal da Bíblia como ele surgiu no período
antigo da igreja.
C. Como herdeiros de uma longa e profunda tradição, os protestantes às
vezes não reconhecem o valor do investimento e do esforço que seus
antecessores empregaram para explicar doutrinas difíceis de maneiras
concisas e claras.

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i. As doutrinas da Trindade, da Cristologia, de Missões e o cânon


do Novo Testamento que abraçamos hoje procedem da igreja
antiga.
ii. A maior parte do que abraçamos a respeito das doutrinas da
igreja, dos sacramentos, do ministério, do culto e da salvação
foram interpretados a partir da Escritura pela igreja antiga.
iii. Um estudo da igreja antiga revelará como o entendimento que
eles possuíam da Escritura, certo ou errado, ajudou a igreja
atual.
II. O contexto judeu e greco-romano da igreja primitiva
A. O judaísmo existiu em duas formas durante o Império Romano.
i. O judaísmo na Palestina
ii. O judaísmo como ele foi espalhado pelo Império Romano,
chamado de Diáspora
B. Os judeus da Diáspora, cercado de pagãos, tendiam a ser mais flexíveis e
adaptáveis ao mundo romano do que os judeus da Palestina.
C. Os romanos geralmente permitiam que os territórios conquistados
preservassem a forma original de governo, assim como costumes locais,
contanto que recebessem impostos e mantivessem o controle.
D. Como a maioria das culturas eram politeístas, os romanos normalmente
solicitavam a adição de suas deidades à adoração cultual do povo
conquistado, especialmente a adoração ao imperador.
i. Os judeus, um povo centralizado na adoração monoteísta do
Deus da Escritura, recusaram essa exigência dos romanos.

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ii. Ao invés de lutar continuamente contra esses protestantes


zelosos irredutíveis, os romanos os dispensaram dessa política.
E. Os romanos também permitiram que os judeus de todo o império
pagassem a taxa anual para o templo em Jerusalém (que tinha o
objetivo de sustentar a vida cultual do judaísmo).
i. Os romanos geralmente proibiam esse tipo de atividade, pois
isso evitava que o dinheiro fluísse para Roma.
ii. Os romanos isentaram os judeus por causa da sua zelosa
insistência.
F. Essas exceções e o relativo favoritismo criaram um ambiente estável
para os judeus e facilitaram o contentamento entre a maior população
judaica. Foi nesse ambiente que Jesus de Nazaré nasceu.

Questões para estudo


1. A palavra católica, derivada da palavra grega katholika, significa ____________.
a. “dividida”
b. “forte”
c. “pacífica”
d. “universal”
2. O protestantismo historicamente tem entendido que a tradição possui a
mesma autoridade da Escritura.
a. Verdadeiro
b. Falso
3. O protestantismo histórico tem amplamente descartado as doutrinas a respeito
da Trindade, da Cristologia, de Missões e o cânon do Novo Testamento.

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a. Verdadeiro
b. Falso
4. Os judeus da Diáspora eram mais resistentes à assimilação e concessão do
Império Romano do que os judeus na Palestina porque eles
experimentaram mais exposição ao estado pagão.
a. Verdadeiro
b. Falso
5. Os romanos isentaram os judeus de _____________.
a. adorar os seus deuses, incluindo o imperador
b. pagar impostos
c. permitir a ocupação romana
d. um procedimento judiciário romano

Questões para discussão e estudo bíblico


1. O estudo da história da igreja é importante? Por quê ou por que não? Como a
igreja cristã tem abordado e entendido o estudo de seu próprio passado?
2. Por que às vezes os protestantes hesitam em usar os termos católica e
tradição? Por que essas palavras deveriam ser evitadas? Quais são as três definições
de tradição fornecidas pelo Dr. Godfrey, e qual definição ele emprega neste estudo?
Como a igreja reformada protestante vê as outras duas definições?
3. Os cristãos atuais tomam por garantidos conceitos teológicos muito difíceis
que, à primeira vista, parecem claros e simples? Defina e revise as doutrinas da
Trindade, de Cristo, de missões e do cânon do Novo Testamento. Por que esses itens
causaram tanta dificuldade na igreja primitiva?

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4. Os judeus da palestina e os judeus da Diáspora se assemelham um ao outro de


todas as maneiras? Por quê ou por que não?
5. Em qual área e por que o Império Romano isentou os judeus prática geral? Eles
mudaram a prática geral deles por qualquer outra coisa? Que atitude esse favoritismo
gera entre os judeus da Diáspora e os judeus na Palestina?

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2 – A Expansão da Igreja

Introdução da mensagem
Embora muitos cristãos do século vinte não saibam disso, o povo do mundo greco-
romano do primeiro século via o cristianismo como nada mais do que uma ramificação
do judaísmo, com alguns até mesmo pensando que ambos não possuíam qualquer
diferença inerente. Surpreendentemente, muitos mesmo dentro do judaísmo e da
igreja primitiva concordavam com essa asserção. Esse predicamento pode parecer
inacreditável hoje, mas a igreja atual enfrenta um dilema similar. Conforme o
relativismo, a crença de que não existe valor absoluto, mas apenas preferência
subjetiva (consequentemente atribuindo valor igual a todas as crenças), se expande na
cultura moderna, mais e mais pessoas veem o judaísmo, o cristianismo e todas as
outras religiões como diferentes apenas no conteúdo, mas não no valor. A igreja
primitiva lutou contra uma cosmovisão similar durante sua incipiência, e sua resposta
pode fornecer introspecção valiosa para o contexto histórico da igreja de hoje.

Leitura bíblica
Atos 2.14–41; 7.1–53; Romanos 3.21–26; Hebreus 1.1–4; 1 Pedro 1.10–12

Objetivos de aprendizado
1. Entender a dificuldade que a igreja primitiva enfrentou em distinguir entre si
mesma e o judaísmo, especialmente com relação ao culto na sinagoga
2. Reconhecer a evolução da cosmovisão romana e sua percepção de religião
3. Observar a dificuldade que a igreja primitiva e seus apologetas enfrentavam no
evangelismo

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Citação

Nossas doutrinas, portanto, parecem ser maiores do que todos os


ensinos humanos; pois Cristo, que encarnou por amor de nós, se
tornou o ser racional como um todo, corpo, razão e alma. Pois
qualquer coisa que legisladores ou filósofos tenham bem proferido,
eles elaboraram ao encontrar e contemplar alguma parte do Verbo.
Mas visto que eles não conheciam o Verbo, que é Cristo, eles
frequentemente contradisseram a si mesmos.

—excerto da Segunda Apologia de Justino Mártir

Esboço da palestra
I. A influência do judaísmo na igreja
A. A revelação do Novo Testamento é construída sobre a revelação do
Antigo Testamento.
i. Os judeus do tempo de Jesus haviam desenvolvido sua teologia e
prática a partir do Antigo Testamento.
ii. Visto que Jesus cumpriu o Antigo Testamento e a herança
judaica, elementos da herança judaica integral quanto à vida
cultual, especialmente a sinagoga, executaram um papel
importante nos anos de formação a igreja.
1. A sinagoga servia como um lugar onde os judeus se
reuniam para cultuar em oração e estudo, leitura e
reflexão na Bíblia.
2. A igreja cristã primitiva adotou esse modelo.

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B. Muitos judeus e cristãos primitivos não entenderam a diferença entre


cultuar na sinagoga e cultuar como seguidores de Jesus de Nazaré.
i. Os rabinos e pregadores cristãos lutavam contra esses fortes
entendimentos errôneos.
ii. Uma mentalidade indiferente quanto a essas diferenças
contribuiu para essa dificuldade.
C. Eventos políticos na Palestina eventualmente auxiliaram a necessária
separação.
i. Por volta de 70 d.C., os romanos destruíram Jerusalém e o
templo, eliminando o local central de culto e reunião.
ii. Por volta de 130 d.C., líderes proeminentes (por exemplo, Rabi
Akiva) no judaísmo declararam Simão ben Kosiba (também
conhecido como bar Kokhba) o Messias, forçando os cristãos a
se desassociarem do judaísmo.
II. A expansão da igreja para o mundo greco-romano
A. Os romanos se consideravam civilizados, iluminados e superiores
àqueles que eles conquistavam.
i. Os romanos forçavam seu sistema de leis e equidade sobre
outros para o aperfeiçoamento da civilização.
ii. O cristianismo, uma crença minoritária fundada por judeus, não
tinha alta estima pelo povo greco-romano que se jactavam de
antecessores como Platão e Aristóteles.
B. Conforme o governo de Roma cada vez mais passava de um domínio
republicano para um domínio imperial durante o primeiro século, o
povo Romano começou a procurar por satisfação fora do imperialismo.

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i. Nas fases iniciais de conquista e colonização os cidadãos da


república de Roma sentiam o dever de espalhar a lei e a
equidade romana o mais longe possível.
ii. Conforme o imperador ganhava cada vez mais poder, essa
crença começou a declinar, e os romanos buscavam por
realização em outros lugares, especialmente em novas religiões.
C. Os romanos eram atraídos por afirmações antigas de verdade porque
eles criam que a verdade deve ter sido descoberta há muito tempo.
i. Antigos filósofos gregos e deuses egípcios os fascinavam como
símbolos e guias à verdade.
ii. O judaísmo recebeu um tipo especial de fascinação, pois
afirmava que sua origem se dera à criação.
1. Havia grande atividade missionária judaica na época de
Jesus.
2. Romanos de alto escalão tendiam a ter um parecer ruim
sobre esses esforços missionários.
D. O cristianismo enfrentou uma tarefa muito difícil enquanto buscava se
espalhar por todo o império: Jesus de Nazaré, o Messias e fundador do
cristianismo, havia morrido há poucas décadas.
i. O mundo antigo era cético quanto a uma fé tão “nova”.
ii. Os cristãos primitivos contra-atacaram esse ceticismo apontando
para a origem do cristianismo no Antigo Testamento.
E. A igreja primitiva sofria de confusão, imoralidade e ataques de fora de
seus muros. Isso deflagrou a primeira onda de teólogos: os apologetas.

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i. Os apologetas se levantaram para defender a fé contra hereges e


o criticismo pagão.
ii. Justino Mártir, um apologeta cristão do segundo século treinado
na filosofia pagã e eventualmente decapitado por sua fé,
exemplifica os apologetas cristãos de seu tempo.
1. Justino e outros apologetas zombavam da mitologia pagã
e expunham seus absurdos, sua depravação e suas
contradições.
2. A fé cristã, fundada no Antigo Testamento e cumprida em
Jesus, se jactava de uma fé espiritual que era moral,
intelectual e espiritualmente superior, e essas verdades
invadiram a população romana em meio ao paganismo
corrupto que estava esmorecendo à sua volta.

Questões para estudo


1. A sinagoga era uma parte marginal da vida judaica nos séculos anteriores e
subsequentes ao nascimento de Jesus.
a. Verdadeiro
b. Falso
2. A destruição do templo pelos romanos por volta de 70 d.C. contribuiu para a
separação entre cristãos e judeus.
a. Verdadeiro
b. Falso
3. O povo romano sempre depositou a responsabilidade de expandir a lei e a
equidade romana diretamente nos ombros do imperador.

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a. Verdadeiro
b. Falso
4. O povo romano estava fascinado com o judaísmo porque ele ______________.
a. continha leis dietéticas rigorosas
b. tinha um grande templo
c. afirmava uma origem antiga
d. exigia circuncisão
5. Os apologetas cristãos primitivos atacaram quais dos seguintes elementos das
religiões politeístas de seu tempo?
a. Imoralidade
b. Inconsistências intelectuais
c. Falta de espiritualidade
d. Corrupções

Questões para discussão e estudo bíblico


1. Explique o papel da sinagoga na fé judaica durante os séculos antes e depois de
Jesus. Por que você acha que muitos cristãos e judeus tinham dificuldade em se
separar? Eles deveriam ter se separado? Por quê ou por que não?
2. Na palestra, o Dr. Godfrey diz que a situação dos judeus e dos gentios na igreja
primitiva lembra uma situação atual. O que ele quer dizer?
3. Quais desafios os cristãos primitivos enfrentaram no evangelismo pelo Império
Romano? Como o Dr. Godfrey acredita que Deus preparou o caminho para o
evangelho invadir os corações do povo greco-romano?
4. Por que o judaísmo teve tamanho sucesso em sua atividade missionária pelo
Império Romano?

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5. Por que a igreja primitiva não produziu um grande número de escritos


profundos imediatamente após a era apostólica? Que grupo de estudiosos cristãos
surgiu e por quê? Como eles abordavam os ataques de hereges e pagãos?

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3 – Defendendo a Fé

Introdução da mensagem
Heresias, de certa forma, são apenas repetições de cosmovisões rebeldes
pecaminosas apresentadas previamente na história. Como diz o autor de Eclesiastes:
“O que foi é o que há de ser; e o que se fez, isso se tornará a fazer; nada há, pois, novo
debaixo do sol” (1.9). No entanto, os contextos históricos nos quais tais heresias
aparecem, mudam, e cada geração do povo de Deus deve lidar com elas de acordo. Os
pais da igreja primitiva como Irineu, Tertuliano e Orígenes enfrentaram heresias no
contexto relativamente novo da Revelação de Jesus Cristo, e seus esforços em servir a
igreja deveriam ser observados cuidadosamente pela igreja atual, visto que as mesmas
heresias continuam a se levantar dentro do nosso próprio contexto histórico.

Leitura bíblica
Lucas 4.1–13; João 17.6–19; Romanos 12.2

Objetivos de aprendizado
1. Identificar e entender certas heresias, como o gnosticismo e montanismo, que
assolaram a igreja primitiva
2. Identificar os defensores da fé que responderam essas heresias e aprender a
partir da teologia e do exemplo deles

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Citação

É possível, portanto, para todos em cada igreja que possam querer


conhecer a verdade, contemplar a tradição dos apóstolos que foi
dada a conhecer por todo o mundo. E nós estamos em na posição de
enumerar aqueles que foram instituídos bispos pelos apóstolos e seus
sucessores até o nosso próprio tempo — homens que não conheciam
nem ensinavam nada semelhante aos delírios desses hereges.

—excerto de Contra Heresias de Irineu

Esboço da palestra
I. O desafio do gnosticismo
A. Os gnósticos, um grupo herético na igreja primitiva, afirmava possuir um
conhecimento especial e superior à mensagem apostólica.
i. A palavra gnosticismo é derivada da palavra grega para
conhecimento, gnosis.
ii. Os gnósticos se jactavam de possuir um conhecimento especial
distinto e superior à mensagem da igreja primitiva. Embora
houvesse facções divergentes dentro do movimento gnóstico,
todas elas prometiam um conhecimento especial e exclusivo à
sua seita.
iii. O conhecimento secreto que toda facção do gnosticismo
afirmava, em última análise prometia uma espiritualidade mais
profunda para o adepto que negava a importância da história e
do corpo físico.

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1. A promessa de um conhecimento especial era atraente a


muitos.
2. A semelhança entre essas visões e os antigos filósofos
gregos, como Platão e seus seguidores, também
causavam fascínio ao mundo greco-romano.
B. Os gnósticos afirmavam trazer a verdadeira mensagem de Jesus Cristo, e
a igreja precisava responder a essa heresia.
II. Irineu
A. Irineu nasceu por volta de 130 d.C. e se tornou bispo no sul da França,
provavelmente morrendo como mártir por volta do ano 200 d.C.
B. Irineu, um dos grandes teólogos da igreja primitiva, respondeu à heresia
dos gnósticos, especialmente em sua obra Contra Todas as Heresias.
i. Irineu argumentou que o verdadeiro Deus eterno havia criado o
mundo físico, e ele o criara bom.
1. Muitos gnósticos afirmavam que um deus inferior havia
criado o mundo físico, e que ele não o havia criado bom.
Consequentemente, a fisicalidade era algo a ser vencido.
2. Irineu argumentou contra isso, e ele afirmou que Deus
nos havia criado para sermos seres físicos vivendo em
uma história moldada por Deus para propósitos
redentivos. Essa mensagem confiável pode ser
encontrada na Escritura.
ii. Irineu também implorou que o povo buscasse o conselho de
bispos locais da igreja, não de mestres gnósticos.

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1. O termo bispo não carregava o mesmo entendimento no


tempo de Irineu que carrega hoje.
2. Um bispo na igreja primitiva era um mestre e pastor,
primariamente sobre uma igreja local.
a. Irineu chamou os cristãos a buscarem as boas e
confiáveis pregações a partir da Escritura de seus
pastores locais.
b. A igreja, mais tarde, entendeu erroneamente o
conselho de Irineu e atribuiu autoridade demais
ao bispo.
III. O desafio do montanhismo
A. O montanhismo afirmava que Deus ainda estava trabalhando através do
Espírito Santo para prover uma palavra profética à igreja.
i. Essa teoria foi desenvolvida por Montano, um cristão na igreja
primitiva que desenvolveu essa linha de pensamento em um
desejo de proteger a igreja da heresia.
ii. Embora estivessem em linha com o cristianismo apostólico de
muitas maneiras, o desejo de possuir certeza levou os
montanistas para longe da certeza da Escritura. Além disso, criou
dentro de seus movimentos restrições ainda maiores do que a
igreja apostólica.
iii. Sai deste movimento, ou melhor dizendo, entra neste
movimento Tertuliano, um dos maiores pensadores da igreja
primitiva.
IV. Tertuliano

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A. Tertuliano viveu no fim do segundo século e no início do terceiro século,


e se tornou um dos grandes pensadores latinos e escritores da igreja
primitiva.
i. Tertuliano escrevia e utilizava o latim magistralmente, uma
ferramenta admirada em seu tempo.
ii. Embora Tertuliano tenha avançado grandemente a causa do
cristianismo em defesa de suas doutrinas contra a heresia, sua
natureza rigorista o levou à seita montanista.
1. Tertuliano escreveu contra muitas formas diferentes de
heresia, e constantemente chamou a igreja a se separar
de esforços mundanos.
2. Tertuliano escreveu muitos tratados sobre a vida prática
do cristão.
B. Embora Tertuliano tenha morrido um montanista cismático, a igreja
antiga ainda apreciava e se identificava com muito de sua profunda
teologia.
V. Orígenes
A. Orígenes, um filho de Alexandria, uma cidade do Egito considerada um
dos mais importantes centros de comércio e aprendizado no mundo
antigo, foi um pioneiro da igreja primitiva que viveu durante o fim do
segundo século e o início do terceiro.
i. Alexandria possuía uma comunidade cristã vital, e conduzia uma
escola para catecúmenos (convertidos que ainda não haviam
sido batizados).
1. A escola existia desde o segundo século.

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2. Orígenes ensinava a esses catecúmenos.


ii. Orígenes desejava mover-se para além de ensinar catecismo
queria desenvolver uma teologia sistemática para servir a igreja
e afastá-la da heresia.
iii. Orígenes serviu a igreja argumentando contra muitos de seus
críticos.
1. Celso, um filósofo platonista pagão, argumentou que a
igreja consistia de estúpidos indivíduos tentando
conseguir a atenção de Deus fazendo muito barulho.
2. Orígenes respondeu a essa atitude elitista dizendo que
Celso estava correto: você não precisa ter muito para vir
a Cristo, e todas as pessoas podem vir a Jesus para
encontrar perdão para seus pecados e transformação
para uma nova vida.
B. Orígenes era um pioneiro da fé, uma pessoa que será examinada de
mais perto na próxima lição, e embora ele tenha caminhado por muitas
trilhas imperfeitas, ele levantou muitas questões maravilhosas e
poderosas introspecções.

Questões para estudo


1. A palavra gnosticismo é derivada da palavra grega para _____________.
a. conhecimento
b. singularidade
c. céu
d. heresia

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2. Apenas algumas poucas seitas gnósticas prometiam um conhecimento secreto


exclusivo aos seus adeptos.
a. Verdadeiro
b. Falso
3. Irineu argumentou que Escritura era o lugar para onde os cristãos deveriam ir
para ter certeza a respeito de suas crenças.
a. Verdadeiro
b. Falso
4. Tertuliano chamou a igreja a _____________.
a. se tornar mais como o mundo
b. abraçar o gnosticismo
c. seguir a doutrina da transubstanciação
d. separar-se do mundo
5. Orígenes se recusou a responder à crítica de Celso sobre a igreja e reagiu
desferindo ataques ad hominem.
a. Verdadeiro
b. Falso

Questões para discussão e estudo bíblico


1. O que o gnosticismo prometia aos membros da igreja primitiva? Você acha essa
oferta atraente? Por quê ou por que não? Há alguma oferta similar apresentada na sua
cultura? Por que tantas pessoas caem em uma heresia como a Ciência Cristã?
2. O que Irineu defendeu para aqueles que buscam certeza a respeito de suas
crenças? Quem ele chamou os cristãos a buscarem? Por quê? Esse conselho se aplica a
hoje? Por quê ou por que não?

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3. Qual erro cometeram os montanistas? Por que eles caíram nesse erro? Como a
igreja deve lidar com aqueles que cometem erros dessa natureza, mas têm tanto em
comum teologicamente?
4. Tertuliano chamou os cristãos a se separarem do mundo. Esse chamado é
correto ou incorreto? Por quê?
5. Como Orígenes defendeu o cristianismo contra os ataques de Celso? Como a
crítica de Celso lembra certas críticas contra a igreja hoje, e como você responderia a
elas?

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4 – Teólogo Pioneiro: Orígenes

Introdução da mensagem
Orígenes de Alexandria fornece um impressionante caso de um indivíduo buscando
descobrir a verdade a respeito da natureza da realidade e da fé à parte da revelação de
Deus na Escritura. Apesar de seus louváveis esforços para defender a igreja e preservar
a sua ortodoxia, Orígenes não conseguia se distanciar do pensamento platônico, que o
levou a colocar essa forma de raciocínio acima das verdades fornecidas na Palavra de
Deus. Embora Orígenes tenha feito significativas contribuições para a igreja, algumas
de suas mais duráveis contribuições são os erros que a igreja cometeu ao consultar a
sua obra. Este estudo demonstra que esforços à parte da Escritura, embora com boas
intenções, podem causar efeitos devastadores para o povo de Deus.

Leitura bíblica
Lucas 18.18–30; Romanos 12.1–2; Efésios 4.17–24

Objetivos de aprendizado
1. Detalhar e entender vários elementos da teologia de Orígenes, especialmente
aqueles que tiveram grande impacto na igreja primitiva e nos séculos
subsequentes.
2. Entender a origem e o desenvolvimento do asceticismo.

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Citação

Mas Deus, que é o princípio de todas as coisas, não deve ser


considerado como um ser composto. Para que, porventura, alguém
venha a pensar que devam existir elementos anteriores àquele que é
o próprio Princípio, de quem tudo o que é composto provém.

—Orígenes de Alexandria

Esboço da palestra
I. A teologia de Orígenes
A. Apesar do conflito de Orígenes com muitos platonistas de seu tempo,
Platão tinha tal influência no pensamento ocidental que nem mesmo
Orígenes conseguia escapar dele.
B. Orígenes, como muitos de seu tempo, tinha dificuldades com a ideia de
Deus como criador, especialmente da presença do mal no mundo.
i. Orígenes não acreditava que Deus pudesse criar, pois isso
mudaria seu estado imutável de não-criador para criador.
Consequentemente, Orígenes acreditava que Deus está sempre
criando, e o seres espirituais que ele está criando são eternos
com Deus.
ii. Esses seres eternos, que nós chamaríamos de almas e anjos,
existiam em contemplação a Deus e em amor a Deus, mas
possuíam livre arbítrio.
iii. Essas almas se afastaram do Senhor e caíram em pecado.

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iv. Para reabilitar essas almas perdidas, Deus criou (sim, criou) o
mundo material, para o qual ele enviou essas almas para que
elas pudessem ser reeducadas e retornar ao Senhor.
v. Orígenes acreditava que as boas novas eram de que as almas
eventualmente alcançariam essa reeducação e retornariam a
Deus, efetivamente fazendo dele um universalista. No entanto, o
estado de reeducação poderia diminuir, e as almas caírem em
pecado repetidamente.
vi. A doutrina de Orígenes está errada, mas podemos apreciar seu
desejo de meditar sobre a questão da bondade e da
imutabilidade de Deus à luz do mundo caído.
C. Orígenes acreditava que Deus designou o seu Logos para liderar a
reeducação das almas, para salvar as almas de seus pecados.
i. Logos é uma palavra grega que pode significar razão, mensagem
e palavra.
ii. O Logos é a Palavra de Deus, sua razão e mensagem, e ele se
tornou o Salvador dessas almas errantes pecaminosas ao se
tornar Jesus Cristo.
iii. A discussão de Orígenes sobre o logos e a sua natureza criou um
bocado de divergência na igreja mais tarde.
1. Atanásio, o grande defensor cristológico, utilizou
Orígenes para demonstrar a eternidade do Filho de Deus.
2. Ário, o fundador da heresia ariana que negava a
eternidade do Filho, apontou para Orígenes para provar a
criação do logos.

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3. A teologia de Orígenes possuía ambos os elementos, e a


influência platônica nesse pensamento contribuiu para a
negligência da exposição bíblica e dos entendimentos
ortodoxos sobre Deus, a salvação e outros conceitos.
D. Orígenes desenvolveu o entendimento quadrúplice da Bíblia, afirmando
que a Bíblia comunica a verdade em quatro diferentes níveis.
i. O primeiro nível é a interpretação literal: a passagem diz a você o
que ela quer dizer em um sentido histórico.
ii. O segundo nível é uma interpretação espiritual voltada para o
indivíduo: a passagem fornece uma mensagem espiritual para a
alma.
iii. O terceiro nível é uma interpretação espiritual voltada para a
igreja: a passagem fornece uma mensagem espiritual para toda a
igreja.
iv. O quarto nível é uma interpretação anagógica: a passagem
fornece uma mensagem espiritual relacionada ao fim dos
tempos e à segunda vinda de Cristo.
v. Embora com boas intenções, Orígenes criou uma ferramenta de
interpretação problemática que nunca pode fornecer caráter
definitivo ao significado do texto.
E. Orígenes desenvolveu o tríplice caminho da santificação.
i. A primeira fase começa com a iluminação, na qual um indivíduo
é convertido e ganha a mente capaz de ser informada.
ii. A segunda fase é chamada de purgação, que envolve lançar fora
o pecado e até mesmo nosso apego a boas coisas. A influência

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platônica da espiritualização demasiada arrastava-se no


entendimento de Orígenes sobre a santificação.
iii. Após ocorrerem a iluminação e a purgação, a alma podia, então,
alcançar união com Deus, em cujo ponto a alma é
imediatamente conectada a Deus.
1. Essa noção é um pouco ambígua, mas demonstra a
ênfase demasiada na espiritualidade da qual Orígenes foi
vítima.
2. Essa ênfase na espiritualidade levou ao crescimento do
asceticismo na igreja primitiva, que chamava os cristãos a
se desligarem de conexões a esta vida e todos os seus
valores.
II. Asceticismo
A. A palavra asceticismo deriva da palavra grega que significa disciplina,
mas veio a adquirir o sentido de disciplina como negação.
i. O termo asceticismo era relacionado à disciplina de um atleta se
preparando para uma competição.
ii. O asceticismo veio a ser entendido como disciplina para correr a
carreira de Cristo através da negação.
B. Essa visão levou a uma dicotomia entre os mandamentos de Deus e os
conselhos de Jesus.
i. Todo cristão deve seguir os mandamentos de Deus.
ii. Aqueles que são realmente espirituais guardam os conselhos de
Jesus que ele não deu a todos os cristãos, mas apenas a alguns.

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C. A partir dessa visão asceta, surgiram três elementos chaves da negação:


castidade, pobreza e obediência.
i. No final do segundo século e até a metade do terceiro século se
desenvolveu um movimento de cristãos que sentiam que a
verdadeira espiritualidade surgia do asceticismo radical.
ii. Esse asceticismo radical produziu eremitas que viviam sozinhos
no deserto, e em última análise, esses ascetas se reuniram em
comunidades, formando as primeiras comunidades monásticas e
iniciando esse movimento.
iii. No final do período antigo, o clero, em uma tentativa de servir
de modelo desse espiritualismo, começou a praticar o
asceticismo, resultando eventualmente no mandato católico
romano de que todo o clero desse voto de celibato.
D. Esses princípios do asceticismo crescem a partir de Orígenes e outros
que enfatizavam demasiadamente e entendiam erroneamente a
natureza da espiritualidade entre o povo de Deus.

Questões para estudo


1. Orígenes escapou da influência platonista em seu pensamento porque ele vivia
em Alexandria.
a. Verdadeiro
b. Falso
2. A palavra logos pode significar o seguinte em grego:
a. “palavra”
b. “mensagem”

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c. “razão”
d. todas as alternativas acima
3. A exposição de Orígenes do Logos apenas deu suporte ao caso de Atanásio e
outros que defendiam a natureza eterna e não-criada do Filho de Deus.
a. Verdadeiro
b. Falso
4. O entendimento de Orígenes da santificação envolvia quantos passos?
a. Um
b. Dois
c. Três
d. Quatro
5. A palavra asceticismo deriva da palavra grega que significa disciplina.
a. Verdadeiro
b. Falso

Questões para discussão e estudo bíblico


1. Descreva a teologia de Orígenes a respeito de Deus como ela se relaciona ao
seu papel como criador e o surgimento do pecado. Como você responderia à doutrina
de Orígenes a partir da Escritura?
2. Por que João chama Jesus Cristo de o Logos? Como Orígenes entendeu o Logos,
e o faz de acordo com um entendimento bíblico e ortodoxo do assunto? Por quê ou
por que não?
3. Quais são as quatro fases do entendimento quadrúplice da Escritura? Qual é o
problema com esse sistema de interpretação?

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4. Descreva o caminho tríplice da santificação de Orígenes. Qual é o problema


com essa doutrina? O que devemos fazer com um teólogo como Orígenes que, embora
com boas intenções, apresentou doutrinas tão confusas?
5. Como e por que o asceticismo se desenvolveu na igreja primitiva?

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5 – Desenvolvendo Teologia

Introdução da mensagem
Os protestantes frequentemente zombam da natureza hierárquica da Igreja Católica
Romana, especialmente do conceito de que uma classe especial de santos possui mais
influência sobre Jesus do que os outros. Ainda assim, antes que apontemos tão
rapidamente o dedo, devemos avaliar nossos próprios corações e livrar-nos de nossa
própria tendência de encontrar maneiras de acumular o favor do nosso Senhor Jesus
que não são defendidas pela Escritura. Conforme esta lição mostra, não há uma
distância muito grande entre uma atividade bem intencionada e um ritual de
autopromoção, e a história nos mostra que o nosso Inimigo encontra muitas maneiras
de usar essa fraqueza humana.

Leitura bíblica
Lucas 1.26–56; Hebreus 11

Objetivos de aprendizado
1. Entender como a igreja primitiva desenvolveu seu entendimento dos santos
2. Compreender o importante impacto do hierarquismo na igreja
3. Abordar o problema da veneração dos santos e ilustrar a visão deficiente da
humanidade de Jesus que ela pressupõe

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Citação

O culto religioso deve ser prestado a Deus o Pai, o Filho e o Espírito


Santo — e só a ele; não deve ser prestado nem aos anjos, nem aos
santos, nem a qualquer outra criatura; e desde a Queda, não sem um
Mediador; não pela mediação de qualquer outro senão Cristo.

—Confissão de Fé de Westminster, XXI.II

Esboço da palestra
I. Os santos da igreja
A. A palavra portuguesa santo é derivada da palavra latina sanctus, que
significa separado.
i. Os apóstolos e os autores do Novo Testamento viam todos os
cristãos como santos, porque o Senhor os havia separado como
crentes em Cristo.
ii. Por virtude dessa santidade, a justiça de Jesus é transferida para
os cristãos e o seu Espírito é enviado para habitar neles e
santificá-los.
B. Na história da igreja antiga, a palavra santo começou a ser usada ao
longo do tempo para ser aplicada mais estritamente àqueles que
haviam assumido mais seriamente a vida cristã disciplinada e asceta.
i. A palavra santos não mais se aplicava a todos os cristãos.
ii. Cristãos “especiais” receberam esse título, mais notavelmente
mártires e outros que executavam atos especiais de devoção.

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iii. Conforme a igreja definia cada vez mais essa categoria, ela logo
desenvolveu a crença de que os santos falecidos poderiam
oferecer um serviço especial aos cristãos ouvindo-os e ajudando-
os em oração.
iv. Essas crenças resultaram de e contribuíram para a visão do
hierarquismo.
II. Hierarquismo
A. Um pensamento hierárquico significa que toda a realidade está dividida
em camadas, com aqueles que estão no topo da hierarquia sendo os
mais importantes.
i. A figura de uma pirâmide serve como ilustração suficiente, com
as figuras mais importantes formando o topo com uma escala
descendente de proeminência.
ii. O pensamento hierárquico não permite igualdade, mas promove
desigualdade.
B. Para uma democracia como os Estados Unidos esse pensamento parece
absurdo. Contudo, o mundo antigo, particularmente a sociedade
romana, geralmente pensava nessas categorias.
i. Esse pensamento influenciava todas as áreas da vida.
ii. Com o tempo, a igreja começou a ver o céu e o inferno através
dessa perspectiva.
C. O conceito de patronato contribuiu para esse pensamento hierárquico.
i. Um patrono advoga pela causa de um indivíduo mais baixo na
pirâmide social por esse indivíduo não possuir o status social
apropriado para fazê-lo por si mesmo.

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ii. Esse pensamento foi amplamente difundido na igreja, e logo os


cristãos tentaram conseguir patronos, como os santos, para
advogar sua causa àqueles de maior importância, incluindo
Deus.
D. A conversão de Constantino ao cristianismo trouxe um fluxo massivo de
conversões de pagãos ao cristianismo.
i. Acostumados a um sistema pagão hierárquico, os pagãos
convertidos se agarraram aos santos como patronos,
semelhante ao que eles faziam com deuses pagãos como Apolo
ou Hera.
ii. Teólogos antigos não entendiam como esse sistema de oração
aos santos poderia acontecer. Ou significaria que os santos
recebiam onisciência, o que não parecia certo, ou Deus ouvia as
orações e entregava aos santos, o que era contraintuitivo. Então
os teólogos, como Agostinho, consideravam este um grande
mistério.
E. Essa abordagem hierárquica naturalmente colocava Maria numa
posição alta na pirâmide religiosa, pois ela é a Mãe de Jesus.
i. As pessoas procuravam por Maria para exercer influência sobre
Jesus, pois como mãe, ela possui compaixão, e como mãe de
Jesus, ela possui um jeito significativo com seu filho.
ii. A veneração e Maria e de outros santos procedeu de uma má
compreensão da humanidade de Jesus.

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1. Muitos cristãos entenderam erroneamente a encarnação,


e não consideraram a humanidade de jesus como um
tipo inclinação à empatia e à compaixão.
2. Embora somente a Trindade receba adoração, os santos,
de acordo com a igreja antiga e a Igreja Católica Romana,
devem receber veneração, com Maria recebendo a hiper-
veneração.
3. Várias críticas podem ser aplicadas a essa visão.
a. A veneração tende a se parecer demais com a
adoração.
b. Como os santos devem ouvir as orações e
responder?
c. Por que o Novo Testamento não ordena ou faz
alusão a essa prática?
d. Por que orar diretamente a Jesus é ignorado e
inferior?
F. Além da veneração dos santos, a igreja começou a dar importância a
relíquias: objetos religiosos ou partes do corpo de santos venerados.
i. Os cristãos começaram a acreditar que os santos prestariam
mais atenção às orações em lugares nos quais suas antigas
partes do corpo residiam.
ii. Esse fenômeno estimulou muita fraude e falsa piedade, e
resultou a partir de uma falha de entender a Escritura e de
substituir a Palavra de Deus por um sistema de hierarquismo.

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Questões para estudo


1. A palavra portuguesa santo é derivada da palavra latina sanctus, que significa
___________.
a. justo
b. separado
c. inteligente
d. rico
2. O pensamento hierárquico afirma que toda a realidade é dividida em camadas,
com aqueles no topo dessa hierarquia sendo os mais importantes.
a. Verdadeiro
b. Falso
3. A conversão de Constantino ao cristianismo trouxe um fluxo massivo de
conversões pagãs ao cristianismo.
a. Verdadeiro
b. Falso
4. A veneração de Maria e de outros santos procedeu de um entendimento
apropriado da humanidade de Jesus.
a. Verdadeiro
b. Falso
5. A Igreja Católica Romana entende as relíquias como _____________.
a. objetos religiosos ou partes do corpo de santos venerados
b. os livros do Antigo Testamento
c. santuários para adoração
d. os elementos da Eucaristia

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Questões para discussão e estudo bíblico


1. Como os autores do Novo Testamento definem um santo? Como a ideia dos
santos se desenvolveu na igreja primitiva? Por quê?
2. O que é hierarquismo? Por que ele influenciou tanto a igreja? Essa noção ainda
existe no mundo hoje? Nos Estados Unidos? Por quê ou por que não?
3. Como o conceito de hierarquismo afeta a visão de Maria? Como essa visão
entende erroneamente a humanidade de Jesus?
4. Como você responderia aos seus amigos Católicos Romanos se eles
encorajassem você a orar aos santos? Que argumentos você daria contra essa prática?
5. O que é uma relíquia? Por que elas eram importantes na igreja primitiva? A
Escritura dá qualquer crédito a esse conceito? Por quê ou por que não?

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6 – O Bispo

Introdução da mensagem
Embora o entendimento do ofício do bispo eventualmente se perverteu e se
corrompeu na igreja antiga, o ofício conforme definido na Escritura possui apoio
bíblico e precedente apostólico. A igreja precisa de líderes, mas tais líderes, assim
como Cristo antes deles, devem servir com sabedoria e humildade. Infelizmente, a
promessa de poder o pensamento hierárquico inapropriado seduziu a igreja primitiva
para uma perspectiva inapropriada sobre essa posição, mas não deveria aviltar ou
mudar a necessidade do ofício de supervisores. O chamado deles é excelente, e é
responsabilidade deles liderar o povo de Deus na justiça, por tempos de provação e de
fartura.

Leitura bíblica
Mateus 16.13–20; 1 Timóteo 3.1–7; Tito 1.5–9

Objetivos de aprendizado
1. Entender o significado e a função originais do ofício do bispo
2. Compreender o desenvolvimento do ofício do bispo e como o pensamento
hierárquico governou sua evolução na igreja antiga
3. Iluminar o motivo pelo qual os romanos desprezaram o cristianismo e o viam
como uma religião ilegal

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Citação

Indo Jesus para os lados de Cesareia de Filipe, perguntou a seus


discípulos: “Quem diz o povo ser o Filho do Homem?” E eles
responderam: “Uns dizem: ‘João Batista’; outros: ‘Elias’; e outros:
‘Jeremias ou algum dos profetas’”. “Mas vós”, continuou ele, “quem
dizeis que eu sou?” Respondendo Simão Pedro, disse: “Tu és o Cristo,
o Filho do Deus vivo”. Então, Jesus lhe afirmou: “Bem-aventurado és,
Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelaram,
mas meu Pai, que está nos céus. Também eu te digo que tu és Pedro,
e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno
não prevalecerão contra ela. Dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o
que ligares na terra terá sido ligado nos céus; e o que desligares na
terra terá sido desligado nos céus”.

—Mateus 16.13-19

Esboço da palestra
I. O ofício do bispo
A. Conforme mencionado previamente nestes estudos, os bispos serviam
como pregadores sênior na igreja primitiva.
i. A palavra bispo vem da palavra grega episcopos, que significa
supervisor.
ii. Paulo usa a palavra grega espiscopos como sinônimo da palavra
grega presbuteros, que significa ancião.

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1. Um presbítero é um ancião, apontando para a sabedoria


e a maturidade, enquanto que um episcopos é um
supervisor, apontando para a responsabilidade.
2. Essas não são duas coisas diferentes, mas descrevem o
mesmo ofício de uma perspectiva levemente diferente.
B. Conforme a igreja expandia, os bispos começaram a servir como figuras
administrativas em cidades importantes.
i. A igreja no mundo antigo cresceu primeiro em cidades e depois
expandiu para a zona rural.
1. A palavra portuguesa pároco é uma contração da palavra
grega presbuteros.
2. Conforme a mentalidade hierárquica começou a
impregnar a igreja antiga, os bispos ganharam poder e
autoridade sobre os párocos, especialmente aqueles
párocos que deixaram a cidade pela zona rural.
ii. A ideia de clérigos superiores e inferiores evoluiu conforme
crescia o pensamento hierárquico, e os bispos logo ganharam
autoridade regional.
C. Após um tempo, a igreja começou a concluir que existia hierarquia entre
bispos.
i. Bispos de cidades importantes (ou por causa de sua importância
espiritual ou de seu tamanho) eram visto como mais
importantes do que bispos de cidades menores.

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ii. Cinco cidades emergiram como as mais influentes cidades na


cristandade: Jerusalém, Antioquia, Alexandria, Constantinopla e
Roma.
D. Visto que o pensamento hierárquico continuou a progredir, fazia
sentido atribuir poder desde o topo, descendo até a base da pirâmide.
i. Visto que os cristãos pressupunham esse modelo no céu, com
Deus possuindo a posição no topo da pirâmide, eles o aplicavam
à igreja na terra, com o bispo possuindo a posição de
proeminência e poder.
ii. Esse pensamento nem sempre dominou a igreja.
1. A igreja antiga via os bispos como uma espécie de corte
de apelação, primariamente por serem os bispos velhos e
sábios.
2. Com o tempo, certos bispos foram longe o suficiente para
dizerem que a vida da igreja procedia deles, e
começaram a acumular poder.
3. Como bispo da cidade mais importante do império, o
bispo de Roma sempre foi visto como importante.
Contudo, esse sentimento de importância gerou um
pensamento hierárquico de superioridade com Estêvão,
bispo de Roma, citando a asserção de Jesus a Pedro
conforme registrado em Mateus 16 como prova da
proeminência de sua posição.
iii. O resto da igreja, especialmente os episcopados orientais, não
concediam a mesma autoridade ao bispo de Roma.

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1. Embora o bispo de Roma tivesse muito menos


competição na parte ocidental do Império Romano, os
bispos orientais antigos não concediam a ele
proeminência.
2. O primeiro concílio ecumênico, o Concílio de Niceia (325
d.C.), demonstra que Roma não possuía lugar de
proeminência entre os bispos.
3. O Papa Leão I (440-461), também conhecido como Papa
Leão, o Grande, declarou que todo o poder da igreja
procedia dele.
II. O lugar do cristianismo no Império Romano
A. Antes da conversão do Imperador Constantino e do seu Édito de Milão
em 313, o cristianismo era uma religião ilegal no Império Romano.
i. Os romanos não toleravam o cristianismo porque,
diferentemente dos judeus, o cristianismo não parecia nacional
ou étnico, portanto, não era incluído em privilégios especiais.
ii. Ser uma religião ilegal no Império Romano era muito perigoso.
B. Os romanos consideravam os cristãos culpados de duas principais
ofensas, às quais eles às vezes adicionavam uma terceira e menos
importante ofensa.
i. Os cristãos eram ateus.
ii. Os cristãos eram traidores.
iii. Os cristãos eram imorais.
1. Com relação a essa última e menos importante ofensa, os
cristãos mantinham o seu culto secreto por causa da

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perseguição, então os romanos imediatamente


suspeitavam do pior.
2. Os romanos entendiam erroneamente a terminologia do
banquete do amor e da Ceia do Senhor, acusando o
cristianismo de canibalismo e imoralidade sexual.
C. As duas principais ofensas para o Império Romano, que causaram severa
perseguição, foram o ateísmo e a deslealdade nacional.
i. O Império Romano, semelhante a muitas culturas antigas, via a
religião como a cola que unia o império.
1. Os cristãos adoravam apenas um Deus, e se recusavam a
adorar o imperador.
2. Isso constituía em ofensa contra o Império Romano, pois
era uma forma de ateísmo traidor.
ii. O Império Romano, sob imperadores como Décio e Diocleciano,
perseguiu a igreja severamente, instigando a igreja a praticar
grande disciplina nesse tempo de sofrimento, para o qual ela
não via fim.

Questões para estudo


1. Paulo usa as palavras presbuteros e episcopos para descrever o mesmo ofício
de uma perspectiva levemente diferente.
a. Verdadeiro
b. Falso
2. A palavra portuguesa pároco é uma contração da palavra grega ____________.
a. parakaleo

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b. presbuteros
c. peripateo
d. pneumáticos
3. Os cinco maiores episcopados eram localizados em Jerusalém, Antioquia,
Alexandria, Constantinopla e Roma.
a. Verdadeiro
b. Falso
4. O Concílio de Niceia em 325 d.C. confirmou a proeminência do bispo de Roma.
a. Verdadeiro
b. Falso
5. O Império Romano via o cristianismo desfavoravelmente porque pensava que
ele era uma religião _____________.
a. ateísta
b. traidora
c. imoral
d. todas as alternativas acima

Questões para discussão e estudo bíblico


1. Como Paulo entendia o ofício do bispo na igreja? Dê a sua resposta a partir da
Escritura.
2. Como o ofício do bispo se desenvolveu? Que papel o pensamento hierárquico
executou nessa evolução?
3. Por que os bispos de Roma gradualmente ganhavam um sentimento de
proeminência? Que papel executa a interpretação deles de Mateus 16.13-20? Como
você combateria essa interpretação?

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4. Por que o cristianismo era ilegal no Império Romano? Por que os Romanos
desprezavam os cristãos? Como os romanos lidavam com essa ameaça?
5. A igreja sofre perseguição hoje? Como os cristãos devem reagir à perseguição?
Suporte o seu argumento a partir da Escritura. Como a igreja considera o cristão que
apostata mas busca voltar para a igreja?

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7 – Constantino e a Igreja

Introdução da mensagem
O Imperador Constantino, o Grande, recebeu muita atenção ao longo da história da
igreja — e a atenção foi devida. Sua conversão ao cristianismo e as mudanças radicais
que isso trouxe para a igreja e para o império instituíram uma nova era na história,
uma que mudaria a igreja para sempre. Quer tenha sido boa ou ruim, a combinação de
igreja e estado criou um impacto duradouro no povo de Deus, e esta lição explora o
início da transição e ilumina os motivos e o contexto histórico por trás dessa mudança
monumental na história ocidental.

Leitura bíblica
Gênesis 12.1–9; João 1.1–18

Objetivos de aprendizado
1. Entender o contexto histórico no qual Constantino surgiu
2. Iluminar a conversão de Constantino e os benefícios que os cristãos
experimentaram por causa dela
3. Examinar como a conversão de Constantino afetou a igreja para o bem e para o
mal
4. Apresentar a disputa entre Alexandre, bispo de Alexandria, e Ário

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Citação

E o próprio Deus, a quem Constantino adorava, confirmou essa


verdade através das manifestações mais claras de sua vontade
estando presente para ajudá-lo (1) no princípio, durante o curso, e no
final do seu reino, e exibindo-o para a raça humana como um
exemplo instrutivo de piedade. De acordo, pelas multiformes bênçãos
que ele concedeu sobre Constantino, ele o distinguiu singularmente
de todos os soberanos dos quais já ouvimos como definitivamente
um poderoso luminar e o arauto de voz mais clara da genuína
piedade.

—excerto de A Vida de Constantino de Eusébio

Esboço da palestra
I. O crescimento da igreja
A. Por volta do ano 300 d.C., é estimado que o Império Romano possuísse
cerca de cinquenta milhões de habitantes.
B. Apesar da perseguição, o cristianismo consistia de pelo menos sete
milhões desses habitantes.
i. A maior população de cristãos existia na Ásia Menor, agora
conhecida como a moderna Turquia.
1. Uma grande cidade na Ásia menor, conhecida como
Bizâncio antes de ser renomeada por Constantino para
Constantinopla, possuía um número significativo de
cristãos.

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2. O poder dessa cidade e sua influência cristã executaria


um papel importante na decisão de Constantino de
abrigar seu trono ali.
3. A população da Armênia também era primariamente
cristã.
4. Outras importantes regiões dentro do Império Romano,
como o Egito, a África do Norte, a costa da Síria e Roma
continham grandes números de cristãos.
ii. O cristianismo existia principalmente em grandes cidades.
iii. O cristianismo não havia criado raízes profundas em todas as
áreas do Império Romano, e possuía apenas pequenos números
na Palestina, Grécia, Espanha e Bretanha.
II. O Estado do Império Romano
A. Na época que nasceu Constantino, o tamanho e o crescimento do
Império Romano o havia tornado difícil de gerenciar.
B. Para facilitar sua gestão, o reino foi separado em quatro regiões
administrativas.
i. Dois augusti (augustus significando “majestoso” em latim)
supervisionavam as partes ocidental e oriental do império,
respectivamente, com o superior dos dois possuindo o título
“Augustus”.
ii. Sob esses dois imperadores havia vice-imperadores, cada um
possuindo o título de “César”.
iii. Essa estrutura governamental criou muita competição e
constante dificuldade.

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C. O pai de Constantino serviu como César e depois como Augustus na


parte ocidental do império antes de sua morte.
D. Constantino foi declarado imperador por suas tropas em York, Bretanha,
após a morte de seu pai, mas outro reclamante do trono se levantou na
Itália.
i. Apesar das chances contra ele, Constantino marchou para o sul,
para a Itália.
ii. Ele encontrou seu oponente na Batalha da Ponte Mílvia em 312
e subjugou seu adversário, conquistando para si o título de
imperador.
iii. Mais tarde Constantino afirmou ter tido uma visão em sua
marcha para o sul. A visão continha uma cruz no céu, e sob a
cruz estavam as palavras gregas: “Sob este signo vencerás”.
iv. Essa visão, de algumas maneiras, marcou a conversão de
Constantino ao cristianismo.
III. O Constantino convertido
A. Embora, em última análise, seja impossível de se saber, Constantino
pareceu ter uma legítima conversão.
i. No seu retorno a Roma, ele se recusou a oferecer um sacrifício à
deusa romana Vitória, um ritual que todo imperador que o
precedeu havia executado.
ii. Embora nunca venhamos a saber se Constantino realmente
entendeu o cristianismo, ele demonstrou ter um interesse nele,
eventualmente o favoreceu, e foi batizado em seu leito de
morte.

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B. Estudiosos discordam se a conversão de Constantino foi boa ou ruim


para a igreja.
i. Eusébio de Cesareia, um contemporâneo e considerado o Pai da
História da Igreja, elogiou Constantino.
1. Eusébio escreveu uma história de Constantino, na qual
ele enaltecia as virtudes do imperador.
2. Eusébio via Constantino como o cumprimento da
promessa de Deus de abençoar todas as nações.
ii. Outros estudiosos veem a conversão de Constantino e suas
ações subsequentes como desastrosas, pois ele entrelaçou a
vida da igreja com a vida do estado.
1. Pouco após a conversão de Constantino, a igreja pediu
que ele resolvesse uma disputa teológica na África do
Norte, após a qual Constantino enviou suas tropas para
derrubar os dissidentes sob sua decisão.
2. A mistura da igreja e do estado tem tido ramificações
duradouras, visto que em muitos países da Europa ainda
existe o paradigma governamental.
C. Constantino rapidamente emitiu uma legislação pró-cristã após a sua
conversão e posse como imperador.
i. Constantino legalizou o cristianismo, mas não censurou outras
religiões.
ii. No ano 321, Constantino havia passado uma lei contra o trabalho
no domingo, demonstrando o seu favor para com o cristianismo.

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iii. Constantino deu até mesmo aos bispos autoridade para julgar
casos civis se ambas as partes concordassem que eles
presidissem o caso.
iv. Por volta do fim do quarto século, o cristianismo havia
progredido de uma religião perseguida ilegal para a religião
favorita do império.
IV. O reinado de Constantino
A. Como novo imperador do ocidente, Constantino tentou estabelecer um
bom relacionamento com o imperador do oriente, Licínio.
i. Ele deu a Licínio sua irmã, Constância, em casamento.
ii. Após algum tempo, Constantino ouviu que Licínio estava
perturbando cristãos no oriente (um setor predominantemente
cristão). Ele marchou para o oriente, derrotou Licínio, e
estabeleceu a si mesmo como o único imperador do Império
Romano unido.
B. Pouco após esse sucesso, notícias chegaram a Constantino de uma
disputa teológica em Alexandria, uma das mais ricas e importantes
cidades no império.
i. Alexandre, bispo de Alexandria, estava tendo problemas com um
pároco carismático local, Ário.
1. Ário argumentava que Jesus era um grande mestre, mas
embora ele tivesse uma alma pré-existente, ele não era
eternamente divino.
2. Ário até mesmo colocou esse conceito em uma canção:
“Houve um tempo em que ele não existia”.

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3. Aqueles em favor da divindade eterna de Jesus


responderam com a canção “Não houve um tempo em
que ele não existisse”, enfatizando a eternidade de Jesus.
ii. As visões de Ário atraíram muitas pessoas em Alexandria. Com as
tensões elevadas, o Imperador Constantino foi atraído para o
conflito.

Questões para estudo


1. No ano 300, Roma era predominantemente cristã e seria como o ponto central
do cristianismo.
a. Verdadeiro
b. Falso
2. No tempo do nascimento de Constantino, o Império Romano havia sido
separado em uma administração ___________.
a. quíntupla
b. quádrupla
c. tripla
d. dupla
3. Constantino afirmou ter recebido uma visão antes da Batalha da Ponte Mílvia
garantindo a sua vitória.
a. Verdadeiro
b. Falso
4. Como imperador, Constantino realizou quais feitos a favor do cristianismo?
a. O legalizou
b. Proibiu o trabalho no domingo

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c. Baniu as outras religiões


d. Todas as anteriores
5. Ário argumentou que Jesus era eternamente divino
a. Verdadeiro
b. Falso

Questões para discussão e estudo bíblico


1. Como Constantino descreveu sua conversão? Como o estado do império e do
cristianismo pode ter executado um papel nessa conversão?
2. Por que alguns estudiosos argumentam que a conversão de Constantino feriu a
igreja? Por que alguns argumentam que ela ajudou a igreja? A Escritura fornece
qualquer clareza nesse assunto? Por quê ou por que não?
3. Que legislação Constantino criou após sua conversão e entronização como
imperador?
4. Como Constantino tentou criar uma aliança com Licínio no oriente? Como essa
tentativa terminou? Que medidas Constantino tomou para mostrar a si mesmo como
piedoso durante a disputa? O que isso demonstra a respeito de seu caráter?
5. Qual era a disputa teológica entre Alexandre, bispo de Alexandria, e Ário? O
que cada lado argumentou e, relembrando nossas lições anteriores, de onde surgiu a
posição de Ário?

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8 – Jesus como Deus

Introdução da mensagem
O quarto século testemunhou algumas das mais críticas controvérsias cristológicas
da história da igreja. Apesar das sólidas e bíblicas determinações que surgiram desses
debates, heresias continuaram a abundar a respeito da pessoa e da natureza de Jesus
Cristo, e muitas dessas heresias ainda existem hoje de diferentes formas. Isso não
deveria surpreender a igreja de Cristo, pois ele e seus apóstolos nos advertiram quanto
a essa situação e constantemente chamaram o povod e Deus a buscar a sua verdade
na sua revelação. Esta lição demonstra a importância desse fato, mas também
demonstra que Jesus persiste com a sua igreja através do seu Espírito para garantir
que o seu rebanho continue por caminhos de justiça por amor do seu nome.

Leitura bíblica
João 10.22–42; 14.15–31; Efésios 1.3–14

Objetivos de aprendizado
1. Entender os eventos históricos que levaram à convocação do Primeiro Concílio
Ecumênico
2. Esclarecer as questões em jogo no Concílio de Niceia e demonstrar os princípios
que procederam dele
3. Compreender as questões que cercam o chamado do Segundo Concílio
Ecumênico
4. Ganhar maior introspecção sobre a natureza da Trindade

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Citação

Invisível em si mesmo, ele é conhecido através das obras da


criação; então, da mesma maneira, quando sua Divindade é
escondida em natureza humana, seus atos corporais ainda declaram
que ele não é apenas homem, mas o Poder e o Verbo de Deus.

—excerto de Sobre a Encarnação de Atanásio

Esboço da palestra
I. O Primeiro Concílio Ecumênico
A. Conforme observado na lição anterior, Alexandre, bispo de Alexandria, e
Ário, um pároco, engajaram em uma disputa sobre a eternidade de
Jesus Cristo.
i. Alexandre acreditava que ele tinha o direito de disciplinar Ário.
ii. Ário, contudo, possuía amigos poderosos, e apelou para fora de
Alexandria por ajuda.
iii. Eventualmente, tanto Alexandre quanto Ário apelaram para
Constantino para dar um veredito.
B. Constantino apreciou o apelo, mas ele não sabia como resolver a crise.
i. Alguém sugeriu a Constantino que ele convocasse um grande
concílio.
1. Até esse ponto, apenas pequenos concílios regionais da
igreja haviam ocorrido, chamados sínodos.

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2. Nenhum jamais sugerira um concílio ecumênico.


(Ecumênico é derivado de uma palavra grega que
significa “universal”).
ii. Constantino gostou da ideia, e convocou o primeiro concílio
ecumênico da igreja.
1. Constantino convidou cerca de trezentos bispos para
comparecer ao concílio que aconteceria em seu palácio
imperial em Niceia.
2. Constantino presidiu o concílio, vestido de púrpura e
ouro, e abraçou os bispos que não há muito tempo
haviam experimentado perseguição das mãos do
império.
iii. Os bispos haviam sido convocados para decidir quem Jesus é em
relação ao Pai.
1. Alexandre e seu contingente de bispos ficaram de um
lado, incluindo um jovem diácono chamado Atanásio.
a. Atanásio se tornaria um defensor chave da
ortodoxia.
b. Apesar da frequente perseguição, Atanásio
sempre se levantou pela verdade.
2. Ário e o seu contingente de bispos ficaram do outro lado.
iv. Um número de diferentes opções foram lançados para
responder a essa questão.

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1. Ário e os outros defenderam que o Filho de Deus, Jesus


Cristo, o Logos, fora criado pelo Pai. (As Testemunhas de
Jeová defendem essa visão).
2. Outra opção afirmada foi que na verdade há mais do que
dois deuses, e o Pai e o Filho são diferentes deuses. (Os
Mórmons defendem essa visão).
3. Outro contingente lançou a posição do modalismo, que
afirma que há apenas um Deus, e Pai e Filho são apenas
nomes diferentes para o único Deus.
a. O modalismo protege a singularidade de Deus,
mas não preserva a distinção entre Pai e Filho.
b. Os Unitarianos e Pentecostais Unitários são
modalistas.
v. Um grande contingente tinha dificuldades de expressar o fato de
que Pai e Filho são ambos divinos, mas distintos.
1. Para expressar esse relacionamento, eles tiveram a ideia
de usar o termo grego homoousion, que significa “mesma
substância”. O Pai e o Filho partilham da mesma (homo)
substância (ousion).
2. Alexandre e Atanásio gostaram desse termo. Eles
acreditavam que isso expulsaria Ário como um
heterodoxo.
a. Ário e seu contingente responderam afirmando
que esse termo era estranho à Bíblia.

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b. Alexandria e Atanásio insistiram que um termo


técnico teológico fosse usado para explicar o
relacionamento.
vi. Constantino gostou do termo e tomou partido dele.
1. O Credo Niceno foi escrito, expressando Jesus como
eternamente divino e não criado.
2. Constantino exigiu que os bispos assinassem o credo ou
sofreriam exílio.
C. O Concílio de Niceia prestou uma série de importantes serviços à igreja.
i. O concílio definiu a data da Páscoa.
ii. Ele garantiu que cada bispo eleito teria que ser aprovado pelos
outros bispos na área.
iii. Ele afirmou que uma pessoa excomungada só poderia ser
recebida de volta à igreja pelo bispo que a excomungou.
iv. Ele especificou Roma, Antioquia e Alexandria como lugares onde
especial reconhecimento poderia ser dado a apelos que não
pudessem ser resolvidos localmente.
D. Apesar desses benefícios, três partidos distintos surgiram do Concílio de
Niceia.
i. O contingente ortodoxo adepto da homoousia.
ii. Os semiarianos, adeptos da homoiousia, afirmando que o Filho
era apenas de uma substância similar (homoi) à do Pai.
iii. Os arianos que defendiam a heteroousia, afirmando que o Filho
era de uma substância diferente (hetero) à do Pai.

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E. Constantino não gostou dessa separação, e em uma tentativa de trazer


unidade, ele ordenou que Atanásio, o novo bispo de Alexandria,
aceitasse Ário (que havia sido excomungado por Alexandre) de volta à
igreja.
i. Atanásio se recusou, e Constantino o depôs e exilou.
ii. Na noite anterior à reintegração de Ário, ele morreu, e isso criou
extremo tumulto na igreja, especialmente em Alexandria.
F. Após a morte de Constantino e o breve reinado de seu filho, seu
sobrinho, Juliano, o Apóstata, ascendeu ao trono.
i. Juliano desejava revitalizar o culto pagão e destruir o
cristianismo, então ele permitiu que o cristianismo declarasse
guerra sobre si mesmo.
ii. Apesar de seus esforços, Juliano morreu, e a ortodoxia começou
a se reestabelecer.
II. O Segundo Concílio Ecumênico
A. Em 381 d.C., o novo imperador, Teodósio, convocou um segundo
concílio ecumênico, no qual os princípios do Concílio de Niceia foram
confirmados e a doutrina da Trindade defendida.
B. A doutrina da Trindade, encontrada e suportada pela Escritura, afirma
que existe Um Deus, subsistindo em três pessoas, cada uma possuindo a
mesma substância, e ainda assim, permanecendo distinta.
i. Embora a exata natureza da Trindade seja um mistério, as peças
individuais que a compõem são muito claras.

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ii. Não deveria surpreender os cristãos que não consigamos


entender esse mistério definitivamente, pois somos criaturas
finitas sob um Deus infinito.

Questões para estudo


1. A palavra ecumênico é derivada de uma palavra grega que significa
____________.
a. “julgamento”
b. “justo”
c. “clérigo”
d. “universal”
2. O modalismo afirma que existe um Deus, e que Pai e Filho são apenas
diferentes nomes para a mesma coisa.
a. Verdadeiro
b. Falso
3. Homoousion significa ____________.
a. “mesma substância”
b. “substância similar”
c. “substância diferente”
d. Nenhuma das alternativas acima
4. Constantino excomungou Ário para sempre e constituiu Atanásio por bispo de
Roma.
a. Verdadeiro
b. Falso

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Questões para discussão e estudo bíblico


1. Por que Constantino convocou o Primeiro Concílio Ecumênico? Qual era a
questão mais importante do concílio? Quais eram algumas das opções apresentadas
para resolver a questão mais importante em jogo?
2. Defina homoousia. Como esse termo resolve o dilema do primeiro concílio?
Como seus oponentes atacaram o termo? Esse termo teológico está sob ataque hoje
em dia? Se sim, por quem? Como você o defenderia a partir da Escritura?
3. Quais foram alguns dos outros benefícios do Concílio de Niceia?
4. Quais foram os efeitos colaterais do Concílio Niceno, especialmente em
Alexandria? Qual foi o destino de Atanásio?
5. O que o Segundo Concílio Ecumênico determinou? Como nós, enquanto
cristãos, devemos entender a Trindade? Existe algum mistério? Se sim, isso incomoda
você? Por quê ou por que não?

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9 – Jesus como Homem

Introdução da mensagem
Como membros da fé reformada, é fácil escorregar a uma posição de arrogância e
superioridade por conta da nossa rica tradição de aprendizado e estudo. Infelizmente,
como a lição de hoje demonstra através do exemplo de Cirilo e sua interação com
Nestório, a apresentação da teologia correta pode causar sério prejuízo quando feita
de uma maneira desrespeitosa ou com motivos de ganho pessoal e engrandecimento.
Lembremos sempre do modelo do nosso Senhor, Jesus. Ele, mais do que qualquer
pessoa, possuía o direito de repreender e censurar, mas ele perseverou com seu povo
em paciência e graça, preferindo o consolo e a bondade no lugar da dureza e da
severidade.

Leitura bíblica
Isaías 52.13–53:12; Gálatas 4.1–7; Filipenses 2.1–10

Objetivos de aprendizado
1. Iluminar as dificuldades que a igreja passou com relação à pessoa de Cristo e o
seu relacionamento com a deidade e a humanidade
2. Entender a importância do Terceiro Concílio Ecumênico
3. Detalhar algumas das heresias que brotaram do concílio e demonstrar a
inadequação delas

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Citação

Defende-se, portanto, que em Emanuel há duas entidades,


divindade e humanidade. Ainda assim o nosso Senhor Jesus Cristo é,
no entanto, um, o único verdadeiro Filho, tanto Deus quanto homem;
não um homem deificado na mesma posição daqueles que partilham
da divina natureza pela graça, mas verdadeiro Deus que, por amor de
nós, apareceu em forma humana. Nós somos certificados disso pela
declaração de São Paulo: “Vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus
enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar
os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de
filhos”.

—Cirilo de Alexandria

Esboço da palestra
I. A pessoa de Jesus Cristo
A. Conforme a igreja chegou a um entendimento da deidade de Jesus, a
questão de sua humanidade surgiu. A igreja primitiva teve dificuldades
com como entender a humanidade de Jesus.
B. Nestório, bispo de Constantinopla, desejava assistir a igreja nesse
dilema teológico.
i. Nestório era o patriarca de Constantinopla (outro nome para
bispo de Constantinopla, uma poderosa cidade e um centro
religioso na igreja antiga).

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ii. Nestório desejava defender a divindade e a humanidade de


Cristo, então ele falou como se duas pessoas residissem dentro
do corpo de Jesus.
1. Essas duas pessoas não possuem uma vontade comum,
mas um propósito comum.
2. Nestório nunca, de fato, disse que duas pessoas
habitavam dentro de Jesus, mas sua teologia
naturalmente levou a essa visão.
C. Cirilo, bispo de Alexandria, atacou Nestório e sua visão das duas pessoas
de Jesus.
i. Cirilo lutou contra Nestório em grande parte por invejar o
prestígio que Nestório ganhou por possuir o título de patriarca
de Constantinopla, a mais importante cidade do Império
Romano.
ii. Cirilo, em uma tentativa de derrubar Nestório, insistiu que Jesus
deve ser visto como uma única pessoa.
D. Para resolver essa disputa, o Terceiro Concílio Ecumênico foi convocado
em 431 em Éfeso.
i. A cidade de Éfeso possuía uma grande devoção à Virgem Maria.
1. Antes da afluência do cristianismo, Éfeso servia como um
grande centro de devoção à deusa pagã grega Ártemis.
2. Essa lealdade, de alguma maneira, se transferiu para o
cristianismo com uma zelosa devoção à mãe de Cristo.
ii. Antes do concílio, Nestório havia ofendido os devotos em Éfeso
quanto a um título atribuído a Maria.

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1. Maria havia recebido o título theotokos, que é uma


palavra grega que significa “a portadora de Deus”.
2. Embora esse título seja tecnicamente correto, Nestório
desejava evitar o erro e a ambiguidade (como atribuir
deidade a Maria), então ele recomendou o título
christotokos, que significa “a portadora do Cristo”.
3. O povo de Éfeso tomou isso como uma afronta a Maria, e
por extensão, a eles mesmos.
4. Isso criou condições muito ruins para Nestório no
Terceiro Concílio Ecumênico.
iii. O concílio se posicionou contra Nestório e o depôs.
1. Nestório e seus seguidores experimentaram muitos maus
tratos.
2. Não antes de 433 chegou-se a um acordo quanto à
pessoa de Jesus, e a igreja declarou que Jesus era uma
pessoa com duas naturezas.
3. Esse acordo foi finalmente aceito no Quarto Concílio
Ecumênico na Calcedônia em 451 d.C.
E. Esse acordo afirmou que Jesus possuía tudo essencial ao homem e a
Deus.
i. Jesus precisava ser plenamente humano, do contrário, ele não
serviria como um substituto adequado e um sacrifício pela
humanidade.

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ii. Contudo, Jesus também precisava ser plenamente Deus, pois


apenas sendo divino poderia suportar a ira infinita de Deus e
satisfazer o pagamento da dívida.
F. Após Nestório ser condenado, surgiu uma ramificação radical da posição
de Cirilo.
i. Essa posição argumentava por uma pessoa e uma natureza de
Jesus.
1. Ela veio a ser conhecida como o ponto de vista
monofisita.
2. Em grego, mono significa “um”, e physis significa
“natureza”: uma natureza.
ii. Semelhante à visão anterior, a posição monofisita ameaçava
perder a humanidade de Jesus em sua divindade.
1. Apesar da interpretação da Calcedônia, muitos cristãos
possuíam o entendimento monofisita de Jesus.
2. Essa visão atraiu muitos seguidores no Egito, e isso
parcialmente explica a fascinação que o Islã representou
séculos mais tarde.
G. Outra heresia que surgiu com respeito à vontade ou às vontades de
Jesus.
i. Uma certa seita, chamada os monotelitas, criam que a pessoa de
Jesus só possuía uma vontade.
1. Em grego, mono significa “um” e thelitos significa
“vontade”.

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2. Essa teoria representava uma contradição àqueles que


afirmavam que Jesus possuía duas vontades (uma
vontade divina e uma vontade humana), os diotelitas (dio
= duas).
ii. Para Jesus ser tanto homem quanto Deus, ele deve possuir duas
vontades, e o monotelismo é outra tentativa de esconder a
humanidade de Jesus em sua divindade.

Questões para estudo


1. Nestório afirmou que Jesus consistia de _________________.
a. duas pessoas e duas naturezas
b. uma pessoa e duas naturezas
c. uma pessoa e uma natureza
d. nenhuma das alternativas acima
2. Cirilo discordou de Nestório apenas por causa de um desejo de defender a
igreja pelo bem de Nestório e do povo de Deus.
a. Verdadeiro
b. Falso
3. O Terceiro Concílio Ecumênico aconteceu em Éfeso em 431 d.C.
a. Verdadeiro
b. Falso
4. O termo theotokos significa ______________.
a. “imagem de Deus”
b. “portadora de Deus”
c. “escolhida de Deus”

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d. “chamada por Deus”


5. Em contraste com a heresia monofisita, os monotelitas defendiam a
humanidade e a deidade de Jesus de maneira ortodoxa.
a. Verdadeiro
b. Falso

Questões para discussão e estudo bíblico


1. Qual é a heresia nestoriana? Por que Nestório chegou a essas conclusões? Por
que Cirilo o atacou com tamanha veemência?
2. O que ocorreu no Terceiro Concílio Ecumênico? Como a cidade de Éfeso
executou um papel no resultado dessa decisão?
3. Por que é tão importante manter a deidade e a humanidade de Jesus? Onde na
Escritura você pode encontrar asserções demonstrando a plena humanidade de Jesus
e sua plena deidade?
4. Defina e explique a heresia monofisita. Essa heresia existe hoje? Se sim, onde?
Aonde você iria na Escritura para responder a essa heresia?
5. Defina e explique a heresia dos monotelistas. Essa heresia existe hoje? Se sim,
onde? Aonde você iria na Escritura para responder a essa heresia?

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10 - O Oriente e o Ocidente

Introdução da mensagem
A multidão de denominações dentro da igreja cristã hoje leva muitos a pensarem
que a igreja é cismática e litigiosa. Um grande contingente dessas pessoas clama por
uma reunificação do cristianismo, lembrando a igreja dos tempos antigos. Enquanto a
unidade deve ser sempre o objetivo primário entre o povo de Deus, deve ser uma
unidade em e para a glória de Cristo. Como esta lição demonstra, diferente ênfases,
circunstâncias históricas e outros fatores executaram um grande papel no alargamento
da fenda entre a igreja do oriente e do ocidente mas ela ainda permaneceram unidas
em elementos chave, especialmente na supremacia da palavra de Cristo para a fé e a
vida de seu rebanho. Essa verdade formou um sólido alicerce sobre o qual o oriente e
o ocidente poderiam repousar juntos, e esse modelo deve informar a igreja atual nessa
direção.

Leitura bíblica
1 Coríntios 3.16–23; 5.1–5; Gálatas 1.6–9

Objetivos de aprendizado
1. Entender a unidade da igreja no oriente e da igreja no ocidente ao longo do
quarto século, especialmente com relação à Escritura
2. Iluminar o processo de canonização do Novo Testamento
3. Compreender as diferentes ênfases da igreja no oriente e da igreja no ocidente
4. Apresentar Agostinho de Hipona

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Citação

Fora da igreja não há salvação.

—Cipriano de Cartago

Esboço da palestra
I. A unidade do oriente e do ocidente
A. Embora em afastamento, a igreja do oriente e do ocidente ainda
permaneceu unida ao longo do quarto século em muitas questões.
i. Bispos permaneceram o ministério chave na igreja.
ii. O Espírito Santo é encontrado na igreja institucional, e não há
salvação fora dela.
B. A igreja no oriente e no ocidente concordavam na questão muito
importante do cânon da Escritura.
i. A igreja antiga adotou o cânon do Antigo Testamento dos judeus,
mas incluiu os livros apócrifos.
1. A igreja antiga aceitou os livros apócrifos em oposição aos
judeus, pois sentiam que o judaísmo havia rejeitado
essas obras por conterem referências messiânicas.
2. Durante a Reforma Protestante, os reformadores
reverteram de volta o cânon dos judeus porque sentiam
que o povo da antiga aliança deveria identificar o
conteúdo da revelação de Deus.
ii. O cânon do Novo Testamento possui uma história de
composição diferente.

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1. A primeira referência a essa coleção é encontrada em


uma carta escrita por Atanásio de Alexandria em 367 d.C.
2. Um concílio oficial não aconteceu até 382 d.C. para
colocar o selo oficial nesse cânon.
3. Essas datas, superficialmente, parecem assumir uma data
tardia para a aceitação canônica. Contudo, já em 100 d.C.
os quatro evangelhos, as epístolas de Paulo, os Atos dos
Apóstolos, Primeira Pedro, Primeira João e o livro do
Apocalipse eram recebidos como Escritura autoritativa.
4. Outras obras não encontradas no cânon hoje em dia
competiam por status canônico (por exemplo, A Primeira
Carta de Clemente e O Pastor de Hermas). Contudo,
essas outras obras ganharam apenas aceitação regional,
e não conseguiram aprovação universal.
5. Por volta do ano 200 d.C., o cânon do Novo Testamento
já estava quase inteiramente fixado, com Tiago, Judas,
Segunda João, Terceira João, Segunda Pedro, e Hebreus
estando incerta em várias regiões.
iii. Roma afirma que a Bíblia não existiria se a igreja, mais
particularmente os líderes ou o papa através de concílios
ecumênicos, não contribuíssem com o cânon para a vida da
igreja.
1. Essa é uma visão errônea.
2. A liderança da igreja não forneceu a Bíblia para a igreja
através de sua própria autoridade, mas logo no início da

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igreja os cristãos reconheceram que Deus havia inspirado


essas obras, o que as tornou autoritativas para a igreja.
C. Quando o oriente e o ocidente estavam se separando lentamente, eles
ainda concordavam com o cânon da Escritura, especialmente o Novo
Testamento, e o entendiam como a autoritativa Palavra de Deus, sob a
qual tudo estava subordinado.
II. A desunião do oriente e do ocidente
A. O oriente e o ocidente possuíam diferentes ênfases em sua teologia.
i. O oriente tendia a enfatizar a encarnação de Jesus porque eles
desejavam salientar a nossa união com ele.
1. O oriente nunca, de fato, se moveu além da doutrina da
Trindade e de Cristo.
2. Ele tende a ser mais especulativo.
ii. O ocidente atribuía mais importância à crucificação, pois
desejava enfatizar a obediência a Deus.
1. O ocidente se moveu nas doutrinas cruciais da
justificação e da eclesiologia.
2. Os cristãos do ocidente tendem a passar menos tempo na
natureza da Trindade e mais na salvação.
B. Agostinho de Hipona, talvez mais do que qualquer pessoa, impactou a
teologia ocidental.
i. Tanto protestantes quanto católicos romanos afirmam que
Agostinho foi um grande herói no cerne de suas crenças.
ii. Agostinho nasceu em 354 d.C. na África do Norte a um pai pagão
e uma mãe cristã devota, Mônica.

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iii. Conforme Agostinho crescia, ele demonstrava uma mente


brilhante.
1. Agostinho começou a desdenhar cada vez mais do
cristianismo, por pensar que se tratava de uma religião
estúpida para aqueles de inteligência inferior.
2. Recebendo a melhor educação, Agostinho foi dominado
pela beleza e profundidade do autor latino Cícero.
iv. Nos últimos anos de sua juventude, Agostinho obteve uma
concubina e entrou na seita do maniqueísmo, uma seita pseudo-
gnóstica com uma inclinação intelectual maior.
v. Após algum tempo, Agostinho se desencantou da seita, se
tornando cético de todo o intelectualismo e se movendo para o
campo da retórica. Ele deixou a África do Norte para buscar esse
campo na Itália.

Questões para estudo


1. A igreja no oriente e a igreja no ocidente durante o quarto século concordou
em quais dos seguintes itens?
a. Bispos permaneciam chave no ministério da igreja
b. O Espírito Santo é encontrado na igreja institucional
c. O bispo de Roma tem a proeminência entre os bispos
d. Nenhuma das alternativas anteriores
2. Os judeus não aceitaram os livros apócrifos no cânon de seu Antigo Testamento
porque continham referências messiânicas.
a. Verdadeiro

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b. Falso
3. A primeira referência ao cânon completo do Novo Testamento como temos
hoje ocorreu em _____________.
a. 490 d.C.
b. 100 d.C.
c. 250 d.C.
d. 367 d.C.
4. O bispo de Roma afirmaria hoje que os líderes da igreja deram a Bíblia à igreja.
a. Verdadeiro
b. Falso
5. O oriente tendia a enfatizar a crucificação de Jesus enquanto o ocidente tendia
a enfatizar a sua encarnação.
a. Verdadeiro
b. Falso

Questões para discussão e estudo bíblico


1. Quais foram as questões sobre as quais a igreja do oriente e do ocidente
estavam unidas ao longo do quarto século?
2. Explique a história da canonização do Novo Testamento conforme descrita pelo
Dr. Godfrey nesta lição. Quais livros receberam aceitação universal mais cedo na
igreja? Por que o Dr. Godfrey lamenta a aceitação relativamente tardia do livro de
Hebreus?
3. Por que Roma afirma que os bispos forneceram a Bíblia à igreja? Como os
protestantes respondem a essa afirmação e por quê?

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4. Quais áreas respectivas a igreja oriental e a igreja ocidental enfatizam até o


quarto século e durante ele? Como isso afeta a igreja nos séculos subsequentes? Esse
efeito ainda é sentido hoje?
5. Discuta o início da vida de Agostinho. Seus anos de juventude lembram
quaisquer outros indivíduos que, eventualmente, levaram grandes vidas de fé?

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11 – Agostinho

Introdução da mensagem
Conforme Agostinho lutava para decidir se abraçava ou não o cristianismo, ele tinha
dificuldades com a imoralidade sexual. Possuindo uma concubina de longo tempo,
através da qual ele foi pai de um filho, Agostinho recusava terminar esse caso. Mesmo
após sua incrível conversão, que, pelo menos na mente de agostinho, ocorreu apenas
após identificar o seu vício, Agostinho ainda tinha dificuldades nessa área. Talvez o seu
“espinho na carne” tenha contribuído para a eventual percepção de Agostinho a
respeito do fardo do pecado e da necessidade de graça: se não pela obra de Deus
através de seu Espírito no coração do homem, ele continuaria pecando pelo amor à
perversidade. Agostinho sabia bem demais que essa cooperação na graça por salvação
não desafiava apenas a Escritura, mas também fugia ao enfrentar a realidade.

Leitura bíblica
Efésios 2.8–10; Romanos 10.14–21; 13.13

Objetivos de aprendizado
1. Aprender sobre a conversão de Agostinho
2. Entender alguns elementos básicos da teologia de Agostinho conforme
registrada em muitas de suas obras
3. Compreender o importante impacto que Agostinho tem sobre a igreja ocidental

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Citação

Pois nos fizeste para ti, e o nosso coração está inquieto enquanto
não encontrar em ti descanso.

—excerto das Confissões de Agostinho

Esboço da palestra
I. A conversão de Agostinho
A. Agostinho chegou a Milão para praticar a arte da retórica, mas seu
encontro com Ambrósio rapidamente mudou a sua mente.
i. Aos trinta anos, Agostinho viajou a Milão na esperança de fama e
fortuna.
ii. Agostinho ouviu a respeito do grande pregador Ambrósio, e foi
ouvi-lo.
1. Ambrósio teve um profundo efeito sobre Agostinho, e
Agostinho percebeu que cristãos podem ser eloquentes e
cultos.
2. Agostinho começou a considerar o cristianismo
novamente sob Ambrósio.
iii. Enquanto lia a Vida de Santo Antônio de Atanásio, Agostinho
ouviu a voz de uma criança brincando, dizendo: “Tolle lege, tolle
lege, tolle lege”, que significa “Toma e lê, toma e lê, toma e lê”.
Vendo um livro no chão, Agostinho tomou o livro, descobrindo
que se tratava da Bíblia, e leu a página na qual estava aberta. A
passagem que ele leu foi Romanos 13.13, e após ler a

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admoestação de Paulo para evitar a imoralidade, Agostinho


considerou-se convertido.
B. Agostinho, na verdade, via a si mesmo como tendo várias conversões.
i. Agostinho cria que ele passara por uma conversão intelectual
através da pregação de Ambrósio.
ii. A história detalhada acima formou sua conversão moral.
iii. A terceira e final conversão, que Agostinho crê que selou e
finalizou sua conversão, foi sua conversão sacramental, que
aconteceu no seu batismo.
C. Após ser batizado, Agostinho retornou ao norte da África em 388.
i. Três anos depois, Agostinho se tornou pároco.
ii. Quatro anos após isso, Agostinho foi eleito bispo de Hipona,
onde permaneceu pelo resto da sua vida como pastor, pregador
e um prolífero e monumental autor.
II. Os escritos de Agostinho
A. Agostinho escreveu muitíssimas obras, e seus escritos tiveram um
profundo impacto na igreja ocidental.
i. Em sua Sobre a Liberdade do Arbítrio, Agostinho argumentou
que os seres humanos usam a sua vontade para a glória de Deus,
mas isso só pode ser alcançado conforme o Espírito Santo
concede graça à vontade e a atrai para Deus.
ii. Agostinho colocou diante de muitos uma profunda introspecção
em sua obra reflexiva, Confissões.
1. Agostinho traça uma das maiores apologéticas e pastorais
verdades do cristianismo: “Pois nos fizeste para ti, e o

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nosso coração está inquieto enquanto não encontrar em


ti descanso”.
2. Agostinho tem dificuldades com a natureza do mal no
homem nas Confissões, evoluindo de um entendimento
platonista do mal para um entendimento bíblico.
a. Os platonistas viam o mal como uma falha em
amar apropriadamente.
b. Conforme Agostinho refletia sobre um incidente
em sua infância quando ele roubara peras, ele
chegou à conclusão de que a questão não era
amar o seu vizinho, mas o seu amor pela
transgressão.
c. Conforme Agostinho cultivava um entendimento
bíblico, ele começou a entender o problema do
mal e a necessidade de graça.
B. Conforme Agostinho refletia sobre o fardo do pecado, a incapacidade da
humanidade de remover esse fardo e o plano de Deus para resgatar o
homem desse predicamento desde a fundação do mundo, ele
recapturou um importante elemento da salvação e trouxe essa doutrina
da salvação para o primeiro plano da vida da igreja.
i. Esses ensinamentos estimularam a pergunta: como podemos ser
salvos? Agostinho batalhou contra muitos diferentes indivíduos
e grupos quanto a essa questão.
1. Pelágio, um contemporâneo de Agostinho, argumentou
que a graça de Deus não era necessária para a salvação, e

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que as pessoas podiam alcançar a salvação por si


mesmas.
a. Agostinho dizimou o argumento de Pelágio,
afirmando a graciosa atividade de Deus na
salvação.
b. A igreja imediatamente se distanciou do
pelagianismo.
2. Seguindo Pelágio, os semi-pelagianos surgiram, e
argumentaram que a graça vem primeiro na salvação,
mas os seres humanos devem cooperar com essa graça.
a. Agostinho novamente direcionou o movimento à
doutrina da salvação pela graça somente
conforme se encontra na Escritura.
b. Apesar disso, os semi-pelagianos persistiram na
igreja, influenciando a Igreja Católica Romana até
hoje.
C. A Igreja Católica Romana usou Agostinho inapropriadamente e tomou
seus escritos fora de contexto de muitas maneiras.
i. Agostinho uma vez disse: “Eu não teria crido no evangelho se
não pela autoridade da igreja”.
1. O catolicismo romano, especialmente durante a Idade
Média, adorava apontar para isso como suporte para a
instituição formal da igreja e do seu poder.

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2. Agostinho, contudo, estava se referindo ao pregador que


falou a Palavra de Deus, sem a qual ele não teria se
convertido.
ii. Agostinho também afirmou em certa ocasião: “Roma falou, a
questão está decidida”.
1. Roma aponta para essa asserção como evidência para a
crença de Agostinho na superioridade do bispo de Roma.
2. Contudo, Agostinho fez esse comentário após o bispo ter
concordado com ele. Em outra questão, sobre a qual o
bispo discordou de Agostinho, Agostinho afirmou: “Cristo
falou, a questão está decidida”. Claramente, Agostinho
se sentia preso à Escritura, e não a Roma.
D. A visão de Agostinho dos sacramentos, especialmente da Ceia do
Senhor, divergia significativamente da futura doutrina católica romana.
i. Agostinho não forneceu muita clareza quanto ao seu
entendimento da Ceia do Senhor, mas ele claramente a via como
um banquete espiritual.
ii. Além disso, Agostinho fez alusão à necessidade da fé para
participar da Ceia do Senhor na seguinte afirmação: “Crede e já
comestes”.
E. Agostinho escreveu uma teologia da história na obra A Cidade de Deus.
i. Agostinho observou toda a história e tentou ver como Deus
trabalha na história.

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ii. Em última análise, Agostinho argumentou que a história se trata


de construir duas cidades: a cidade de Deus e a cidade do
homem.
1. A cidade de Deus busca honrar a Deus.
2. A cidade do homem busca honrar o homem.
3. Essas duas cidades representam entendimentos
completamente diferentes do significado da vida e de
como servir a Deus.
iii. Agostinho argumentou que essas duas cidades eventualmente
seriam separadas no julgamento final. Entrementes, as duas
cidades estão misturadas.
1. Agostinho cria que os cristãos não deviam permanecer
ociosos durante essa fase de mistura, mas deveriam
conter a construção da cidade humana e avançar a
construção da cidade de Deus.
2. Com essa afirmação, Agostinho claramente promoveu a
noção de que os cristãos devem dominar a sociedade, e
essa visão influenciou a igreja ao longo do milênio
subsequente, enquanto ela buscava frequentemente
controlar o estado e perseguir incrédulos.

Questões para estudo


1. Após sua chegada em Milão, Agostinho assentou-se sob o ensino de Cipriano
a. Verdadeiro
b. Falso

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2. Quando Agostinho tomou a Bíblia após ouvir a voz da criança, ele leu
_________.
a. Efésios 2.8-10
b. João 3.16
c. Deuteronômio 6.4
d. Romanos 13.13
3. Agostinho acreditava que ele havia experimentado três conversões, cada uma
abordando um diferente aspecto.
a. Verdadeiro
b. Falso
4. Agostinho argumentou contra que figura contemporânea quanto ao papel da
graça na salvação?
a. Ário
b. Aquino
c. Pelágio
d. Ambrósio
5. Agostinho promoveu a noção de que o cristianismo deve dominar a sociedade.
a. Verdadeiro
b. Falso

Questões para discussão e estudo bíblico


1. Descreva a conversão de Agostinho enquanto ele estava no jardim. Por que o
texto de Romanos 13.13 o chocou? Como Agostinho via as fases de sua conversão? O
que a Escritura diz com relação a essa crença?

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2. Como Agostinho evoluiu de um entendimento platonista do pecado enquanto


escrevia as Confissões para um entendimento bíblico do pecado? O que Agostinho
concluiu a partir do episódio com as peras a respeito do pecado? Como isso afeta o seu
entendimento da graça?
3. Por que Agostinho atacou Pelágio? Quais questões estavam em jogo? Por que
Agostinho atacou os semi-pelagianos? Qual foi o resultado de cada batalha?
4. Como Agostinho via a Ceia do Senhor? Essa visão se alinha com o
entendimento dos reformadores da Ceia do Senhor?
5. O que Agostinho buscava alcançar quando escrevia a Cidade de Deus? Qual é o
ponto principal dessa obra e como ela afetou a história da igreja?

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12 – Culto e Sacramentos

Introdução da mensagem
Conforme este estudo tem demonstrado, a igreja antiga não era perfeita. Ela
cometeu erros, nem sempre forneceu especificidade teológica onde ela poderia ser
desejada, e lançou fundamento para sérios entendimentos errôneos eclesiásticos. No
entanto, ela conquistou grandes coisas para o povo de Deus ao permanecer próxima
da sua Palavra e continuamente lutando para interpretar a vida e a fé através das
lentes da Escritura. Isso deveria encorajar a igreja atual, pois embora a igreja seja um
hospital para pecadores e não um museu para santos, Jesus enviou o seu Espírito, e a
sua promessa de nunca deixar ou abandonar a sua igreja não voltará vazia.

Leitura bíblica
Atos 10.44–48; 16.15; Romanos 6.1–14; 1 Coríntios 1.10–17; 11.17–34

Objetivos de aprendizado
1. Compreender o desenvolvimento do entendimento da igreja de culto e
sacramentos através do período final da igreja primitiva
2. Apreciar a proximidade com a qual a igreja primitiva se manteve fiel à Bíblia,
apesar dos difíceis desafios e o território inexplorado que eles enfrentaram

Citação

Os sacramentos são santos sinais e selos do pacto da graça,


imediatamente instituídos por Deus para representar Cristo e os seus

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benefícios e confirmar o nosso interesse nele, bem como para fazer


uma diferença visível entre os que pertencem à Igreja e o resto do
mundo, e solenemente obrigá-los ao serviço de Deus em Cristo,
segundo a sua palavra.

—Confissão de Fé de Westminster, XXVII, I

Esboço da palestra
I. A questão do batismo
A. Por volta do ano 300, nós sabemos que a prática universal na igreja
antiga era batizar os filhos dos crentes. Mas quão certos podemos estar
de que essa prática existia nos estágios mais primitivos da igreja?
i. A evidência da história da igreja durante o segundo e o terceiro
séculos é inconclusiva.
1. Há muito pouca evidência textual sobre a prática.
2. Outro problema é identificar a idade dos filhos.
ii. Isso não deveria impedir o batismo infantil, pois a bíblia fala
dessa questão.
iii. No entanto, existe uma pequena e interessante evidência para o
lado do batismo infantil que remete até Policarpo.
1. Policarpo, bispo de Esmirna, estudou com o apóstolo
João.
2. No documento O Martírio de Policarpo, Policarpo diz que
ele serviu o Senhor por oitenta e seis anos, o que
colocaria o início de seu serviço por volta do ano 60 d.C.

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3. É muito improvável que Policarpo tenha vivido muito


além dessa idade. Portanto, embora essa pequena
evidência não conclua qualquer coisa definitivamente,
deixa a porta aberta para o fato de que Policarpo pode
ter sido batizado na infância.
B. O batismo infantil é frequentemente considerado como tendo surgido
mais tarde na igreja por conta da noção supersticiosa de que o batismo
lava os pecados.
i. Essa mentalidade pode ter sido repassada pela igreja primitiva.
ii. Contudo, o mesmo argumento pode ser usado para o contrário,
pois os cristãos do quarto século, incluindo a família de
Agostinho, acreditava que o batismo podia lavar pecados que
não seriam perdoados se cometidos após o sacramento.
II. O culto na igreja primitiva
A. O cristianismo era originalmente uma religião ilegal e pobre do império.
Portanto, os cultos eram humildes e nada elaborados.
B. Apenas após a legalização do cristianismo os cristãos abastados, em
esforços de demonstrar sua piedade, doaram dinheiro para a
construção de elaborados santuários.
i. Essa elaboração cada vez maior também promoveu uma ênfase
nos dias santos.
ii. Até o quinto século, havia muito poucos dias santos, com o Natal
não sendo reconhecido como dia santo até o quinto século.
C. Até o quarto século, todos os pais do cristianismo falavam contra o uso
de obras de arte, arte representativa, para servir a Deus. Não havia

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estátuas ou imagens de Deus ou de Cristo nas igrejas, e o culto


permanecia relativamente simples.
D. Não existia música em toda a história do culto da igreja antiga, e essa
prática foi instituída apenas por volta do ano 1000 d.C.
E. Um exemplo dessa mudança ocorreu quando o Imperador Justiniano,
que reinou entre 527 e 565 d.C., construiu a Hagia Sophia (a Igreja da
Santa Sabedoria).
i. A igreja foi a maior da cristandade e por novecentos anos
recebeu ornamentos e elaboração.
ii. Justiniano a construiu para expressar a majestade de seu
império.
F. O uso de ícones se desenvolveu nesse período.
i. Ícones eram objetos religiosos com imagens dos santos pintadas
de maneira estilizada na madeira.
ii. Eles tinham a intenção de explorar a habilidade artística no
serviço da igreja.
iii. Os séculos oito e nove, o Império Oriental lutou pela colocação
dos ícones na igreja, e eventualmente aqueles a favor dos ícones
foram vitoriosos, pois enfatizaram o papel da visão na vida cristã
da piedade.
G. Embora a igreja ocidental tenha inicialmente hesitado em aplicar arte,
ícones e música à vida cristã, ela mudou por volta do período medieval,
quando a igreja cedeu a todas essas formas de elaboração, amplamente
em um esforço para satisfazer os desejos do povo.
III. A doutrina da Ceia do Senhor

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A. A doutrina da transubstanciação tinha relativamente pouco suporte no


período antigo.
i. A doutrina foi definida no quarto Concílio Laterano em 1215.
ii. A doutrina afirma que o pão e o vinho, pela miraculosa obra do
sacerdote, são transformados no corpo e no sangue de Cristo.
Esses elementos são transformados completamente de tal
maneira que o pão não é mais pão de maneira alguma, mas pura
e inteiramente o corpo de Cristo; e o vinho não é mais vinho de
maneira alguma, mas pura e inteiramente o sangue de Cristo.
iii. Visto que o pão e o vinho foram transformados completamente
no corpo e no sangue de Jesus, eles merecem adoração.
B. A noção de que, em certo sentido, a Ceia do Senhor é um sacrifício
diante de Deus, existia na igreja antiga.
i. Contrário à crença católica romana, a igreja primitiva entendia
esse sacrifício como sendo um sacrifício de ação de graças (a
Eucaristia), não um sacrifício de propiciação.
ii. No entanto, existe ambiguidade entre os pais da igreja, visto que
até mesmo João Crisóstomo chama a Ceia do Senhor de
sacrifício em um momento, e de memorial em outro.

Questões para estudo


1. Por volta de qual ano existe uma legítima prova de que a prática do batismo de
crianças havia se tornado universal por toda a igreja?
a. 100 d.C.
b. 275 d.C.

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c. 300 d.C.
d. 420 d.C.
2. Muitos cristãos na igreja primitiva criam que o ato do batismo lavava os
pecados de um indivíduo.
a. Verdadeiro
b. Falso
3. O cristianismo sempre possuiu uma elaborada forma de culto.
a. Verdadeiro
b. Falso
4. A igreja ocidental abraçou os ícones logo no início do segundo século.
a. Verdadeiro
b. Falso
5. A doutrina da transubstanciação foi codificada no quarto Concílio Laterano em
qual ano?
a. 325 d.C.
b. 381 d.C.
c. 451 d.C.
d. 1215 d.C.

Questões para discussão e estudo bíblico


1. Que evidência existe para o batismo infantil antes de 300 d.C.? Como a igreja
primitiva via o batismo? Esse ponto de vista deriva da Escritura? Por quê ou por que
não?
2. O cristianismo sempre foi uma religião elaborada? Se sim, por quê? Se não,
como e por que a igreja se moveu nessa direção?

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3. Que lugar tinham a música e a arte no culto da igreja primitiva? Que lugar a
música e a arte têm no seu culto? Como os reformadores viam esses dois elementos?
Como a posição da igreja primitiva deveria nos informar hoje?
4. O que é um ícone? Quando e por que eles se enraizaram no oriente? E no
ocidente?
5. Como a igreja primitiva via a doutrina da Ceia do Senhor? Como a doutrina se
desenvolve na Idade Média?

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