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SUMÁRIO

1. Introdução..........................................................................................3
2. Neurotransmissão nos neurônios adrenérgicos.................3
3. Receptores adrenérgicos.............................................................5
4. Regulação de receptores.............................................................9
5. Características dos agonistas adrenérgicos.........................9
6. Agonistas não seletivos............................................................ 10
7. Agonistas alfa adrenérgicos.................................................... 13
8. Agonistas beta adrenérgicos.................................................. 16
9. Agonistas adrenérgicos de ação indireta........................... 18
10. Agonistas adrenérgicos de ação mista............................ 20
Referências bibliográficas ............................................................ 23
AGONISTAS ADRENÉRGICOS 3

1. INTRODUÇÃO nesses neurônios envolve as etapas


de síntese, armazenamento, libera-
O sistema nervoso simpático é um
ção e ligação da norepinefrina com
regulador importante de quase todos
o receptor, seguida de remoção do
os sistemas orgânicos. Sua estimula-
neurotransmissor da fenda sináptica.
ção ocorre por efeito de mediadores
como a norepinefrina (noradrena- Na síntese, a tirosina é transportada
lina) e a epinefrina (adrenalina). A para dentro do neurônio adrenérgico
norepinefrina é liberada nos termi- por um carreador, onde é hidroxila-
nais nervosos onde ativa os recep- da em di-hidroxifenilalanina (também
tores adrenérgicos (ou adrenocepto- denominada dopa) pela tirosina hi-
res) em sítios pós-sinápticos, assim, droxilase. Em seguida, a dopa é des-
atuando como um neurotransmissor. carboxilada pela enzima descarbo-
Já a epinefrina, liberada pela medula xilase de L-aminoácido aromático,
da suprarrenal em resposta a diver- formando a dopamina no neurônio
sos estímulos, como o estresse, atua pré-sináptico.
como um hormônio se deslocando A dopamina é, então, transportada
pelo sangue até os tecidos-alvo. Os para dentro de vesículas sinápticas
fármacos que ativam os adrenocep- por um sistema transportador de ami-
tores são denominados simpaticomi- nas e na sequência é hidroxilada pela
méticos. Alguns simpaticomiméticos enzima dopamina hidroxilase, resul-
ativam diretamente os receptores tando na formação de norepinefrina,
adrenérgicos (agonistas de ação di- que fica armazenada no interior das
reta), enquanto outros atuam indire- vesículas até a passagem de um po-
tamente, aumentando a liberação ou tencial de ação.
bloqueando a captação de norepine- A liberação da norepinefrina ocorre
frina (agonistas de ação indireta). com a chegada de um potencial de
ação na junção neuromuscular. Esse
2. NEUROTRANSMISSÃO evento propicia a entrada de íons de
NOS NEURÔNIOS cálcio extracelulares para o interior do
ADRENÉRGICOS axoplasma (citoplasma do neurônio),
o que promove a fusão das vesículas
Os neurônios adrenérgicos liberam sinápticas com a membrana celular.
norepinefrina como neurotransmis- O resultado é a exocitose do conteú-
sor primário. Eles são encontrados no do das vesículas (norepinefrina) para
sistema nervoso central (SNC) e no fenda sináptica.
sistema nervoso simpático, onde ser-
Quando liberada das vesículas sináp-
vem de ligação entre os gânglios e os
ticas, a norepinefrina se difunde para
órgãos efetores. A neurotransmissão
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o espaço sináptico e se liga aos re- mecanismos distintos. 1) ela pode ser
ceptores pós-sinápticos no órgão efe- metabolizada a metabólitos inativos
tor ou aos receptores pré-sinápticos pela enzima catecol-O-metil-trans-
no terminal nervoso. Essa ligação ini- ferase (COMT) na fenda sináptica; 2)
cia uma cascata de eventos no interior a norepinefrina pode sofrer captação
da célula, resultando na formação do de volta para o neurônio por meio de
segundo mensageiro celular, que atua um transportador de norepinefrina
como transdutor na comunicação en- dependente de sódio-cloreto (NET)
tre o neurotransmissor e a ação gera- e 3) a norepinefrina pode se difundir
da no interior da célula efetora. para fora do espaço sináptico e entrar
Por fim, a norepinefrina é removida na circulação sistêmica.
do espaço sináptico por meio de três

Figura 1. Neurotransmissão da Noradrenalina. Fonte: WHALEN, Karen. Farmacologia ilustrada. 6. ed.


AGONISTAS ADRENÉRGICOS 5

3. RECEPTORES que os receptores α2, enquanto a clo-


ADRENÉRGICOS nidina possui maior seletividade aos
receptores α2 e tem menor efeito nos
Várias classes de adrenoceptores fo-
receptores α1 por exemplo.
ram identificadas no sistema nervo-
so simpático. Eles são, tipicamente, Os receptores α1 são ativados por
receptores acoplados à proteína G e uma série de reações por meio da fos-
distinguem-se em duas principais fa- folipase C ativada pela proteína G.
mílias de receptores designadas α e Isso resulta na formação do segundo
ẞ. Essa classificação é fundamenta- mensageiro: o inositol-1,4,5-trifos-
da com base nas respostas desses fato (IP3) e o diacilglicerol (DAG). O
receptores a agonistas adrenérgicos IP3 inicia a liberação de Ca²+ do retí-
como a epinefrina, a norepinefrina e o culo endoplasmático para o citosol e
isoproterenol. o DAG ativa outras proteínas no inte-
rior da célula. Esses receptores estão
situados na membrana pós-sináptica
Adrenoceptores α dos órgãos efetores e intermedeiam
Os adrenoceptores α apresentam vários efeitos clássicos envolvendo
respostas fracas ao agonista sintéti- a contração de músculo liso. Nesse
co isoproterenol, mas respondem às sentido, pode ser observado a vaso-
catecolaminas naturais epinefrina e constrição no leito vascular, o au-
norepinefrina. Para α-receptores a or- mento da pressão arterial, a con-
dem de afinidade consiste em epine- tração do músculo dilatador radial
frina ≥ norepinefrina ≥ isoprotere- da pupila na íris do olho (midríase),
nol. Os adrenoceptores α ainda são a contração na base da bexiga uri-
subdivididos em dois grupos: α1 e α2. nária e na próstata (promovendo
Clinicamente, alguns fármacos apre- continência urinária) e o aumento na
sentam seletividade distinta em rela- força de contração cardíaca.
ção a esses últimos. Os α1-receptores
têm maior afinidade por fenilefrina do
AGONISTAS ADRENÉRGICOS 6

Figura 2. Efeito da ativação os receptores α1. Fonte: WHALEN, Karen. Farmacologia ilustrada. 6. ed.

Os receptores α2 são acoplados à do neurônio simpático pré-sináptico


proteína G inibitória e seus efeitos pode se difundir entre esses recep-
são mediados pela inibição da ade- tores e interagir com eles, inibindo
nililciclase e pela redução nos níveis a liberação de acetilcolina (ACh). Os
intracelulares de AMPc (monofosfato adipócitos humanos também contêm
cíclico de adenosina). Esses recepto- receptores α2 que inibem a lipólise
res estão localizados primariamente por diminuição do AMPc intracelular,
nas terminações nervosas de nervos o que pode propiciar o ganho de peso.
simpáticos pré-sinápticos e contro-
lam a liberação de norepinefrina. Par-
te da norepinefrina liberada na fenda
sináptica durante a estimulação de
um nervo simpático adrenérgico rea-
ge com os receptores α2 na membra-
na pré-sináptica. Isso promove uma
retroalimentação inibitória, assim,
inibindo a liberação adicional de no-
repinefrina. Essa ação inibitória serve
como mecanismo local para modular
a saída de norepinefrina quando exis-
te atividade simpática elevada. Re-
ceptores α2 também são encontrados
em neurônios pré-sinápticos paras-
simpáticos. A norepinefrina liberada
AGONISTAS ADRENÉRGICOS 7

Adrenoceptores ẞ
As respostas dos receptores ẞ são
caracterizadas por uma intensa res-
posta ao isoproterenol, com pouca
sensibilidade para epinefrina e nore-
pinefrina. Para o ẞ-receptores a or-
dem de potência é isoproterenol ≥
epinefrina ≥ norepinefrina. Os adre-
noceptores ẞ são divididos em três
principais subgrupos ẞ1, ẞ2 e ẞ3 com
base nas suas afinidades por ago-
nista e antagonistas adrenérgicos. A
ativação de todos os três subtipos de
receptor ẞ resulta em estimulação de
adenililciclase e aumento da conver-
são de ATP (trifosfato de adenosina)
em AMPc.
De maneira geral, a excitação dos re-
ceptores ẞ1 causa estimulação car-
díaca de modo que a frequência e a
contratilidade do coração aumentam
(cronotropismo positivo e inotro-
pismo positivo, respectivamente). Já
os receptores ẞ2 atuam produzindo
vasodilatação no leito vascular es-
quelético e relaxamento dos múscu-
los lisos. Os receptores ẞ3, por sua
Figura 3. Receptores α1 e α2. Fonte: WHALEN, Karen.
Farmacologia ilustrada. 6. ed. vez, estão envolvidos na lipólise e
também em efeitos no músculo de-
trusor da bexiga.
AGONISTAS ADRENÉRGICOS 8

TIPO TECIDO AÇÕES

α1 Maioria dos músculos lisos vasculares (inervados) Contração


Músculo dilatador pupilar Contração
Músculo liso pilomotor Eriça o pelo
Próstata Contração
Coração Aumento da força de contração

α2 Neurônios pós-sinápticos do SNC Provavelmente múltiplas


Plaquetas Agregação
Terminais nervosos adrenérgicos e colinérgicos Inibição da liberação do transmissor
Alguns músculos lisos vasculares Contração
Células adiposas Inibe lipólise

Aumento da força e frequência de contração;


ẞ1 Coração, células justaglomerulares
aumento da liberação de renina

ẞ2 Músculos lisos respiratórios, uterinos e vasculares Promoção do relaxamento de músculos lisos


Músculo esquelético Promoção de captação de potássio
Fígado humano Ativação da glicogenólise

ẞ3 Células adiposas Ativação da lipólise

D1 Músculo liso Dilatação de vasos sanguíneos renais

D2 Terminações nervosas Modulação da liberação do transmissor


Tabela 1. Ações dos receptores adrenérgicos. Fonte: Adaptado de KATZUNG, Bertram G. Farmacologia básica e
clínica. 12. Ed.
AGONISTAS ADRENÉRGICOS 9

receptores que ficam indisponíveis


SE LIGA! Os Receptores de dopami- para a interação com o ligante. O de-
na desempenham ações principalmente saparecimento do receptor por des-
centrais. No entanto, também estão as-
truição ou por diminuição de síntese
sociados ao relaxamento de músculo liso
induzido por receptor D1 devido ao acú- ou ainda a incapacidade de acopla-se
mulo de AMPc na musculatura lisa de a proteína G por que o receptor foi fos-
leitos vasculares onde a dopamina é um forilado também já foram relatados.
vasodilatador. O receptor D1 está asso-
ciado à estimulação da adenililciclase. Há duas categorias principais de des-
Os receptores dopaminérgicos D2 ini- sensibilização. A dessensibilização
bem a atividade da adenililciclase, abrem homóloga refere-se à perda de ca-
canais de potássio e diminuem o influxo pacidade de resposta exclusivamen-
de cálcio.
te dos receptores expostos à ativação
repetida ou mantida por um agonis-
4. REGULAÇÃO DE ta. Já a dessensibilização heterólo-
RECEPTORES ga refere-se ao processo pelo qual
a dessensibilização de um receptor
O número e a função dos adreno-
por seu agonista também resulta em
ceptores na superfície da célula e
dessensibilização de outro receptor
suas respostas são reguladas pelas
que não tem sido ativado diretamente
próprias catecolaminas, por outros
pelo agonista em questão.
hormônios, por fármacos, pela idade
e por inúmeros estados mórbidos.
Essas alterações podem modificar o 5. CARACTERÍSTICAS
efeito da resposta fisiológica de um DOS AGONISTAS
tecido às catecolaminas e ser clinica- ADRENÉRGICOS
mente importante durante o curso de
um tratamento. A dessensibilização • A maioria dos fármacos adrenérgi-
de adrenoceptores é um fenômeno cos é derivada da ẞ-feniletilamina.
que ocorre após exposição prolonga- • Substituições no anel benzênico
da a catecolaminas e outros fármacos ou na cadeia lateral etilamina pro-
simpaticomiméticos. Tecidos expos- duzem uma variedade de compos-
tos por determinado período de tem- tos com diversas capacidades de
po a um agonista tornam-se menos diferenciar entre adrenoceptores α
responsivos a estimulação adicional e ẞ e de entrar no SNC.
por determinado agente.
• Dois aspectos estruturais impor-
Diversos mecanismos contribuem tantes desses fármacos são o nú-
para a dessensibilização. Entre eles já mero e a localização das substitui-
pode ser observado o sequestro dos ções nas OH no anel benzênico e a
AGONISTAS ADRENÉRGICOS 10

natureza dos substitutos no nitro- • Exemplos de aminas não catecóli-


gênio amino. cas incluem a fenilefrina, a efedrina
e anfetamina.
• As aminas simpaticomiméticas
que contêm o grupo 3,4-di-hi- • A natureza do substituinte no ni-
droxibenzeno, como a epinefrina, trogênio amínico é importante de-
a norepinefrina, o isoproterenol terminante na seletividade ẞ do
e a dopamina, são denominadas agonista adrenérgico. A epinefrina,
catecolaminas. com um substituto –CH3 no nitro-
gênio amínico, é mais potente nos
• As catecolaminas com grupos hi-
receptores ẞ do que a norepinefri-
droxila (OH) nas posições 3 e 4 do
na, que tem uma amina não subs-
anel benzênico apresentam maior
tituída por exemplo.
potência na ativação direta dos re-
ceptores α e ẞ. • O isoproterenol, que tem um subs-
tituto isopropila-CH(CH3)2 no ni-
• As catecolaminas são inativadas
trogênio amínico, é um forte ẞ-a-
rapidamente pela COMT pós-si-
gonista com pouca atividade α.
napticamente e pela MAO (Mono-
aminoxidase) intraneuronalmen-
te, bem como pela COMT e pela 6. AGONISTAS NÃO
MAO na parede intestinal e pela SELETIVOS
MAO no fígado. Por isso, as cate-
colaminas são inativadas quando Epinefrina
administradas por via oral. Na medula suprarrenal, a norepine-
• As catecolaminas são polares e frina é metilada à epinefrina, que é
por isso não penetram facilmente armazenada nas células cromafins
no SNC. junto com norepinefrina. Sob esti-
mulação, a medula suprarrenal libera
• Compostos que não têm os grupos cerca de 80% de epinefrina e 20%
hidroxicatecólicos são chamados de norepinefrina diretamente na cir-
de aminas não catecólicas. culação. A epinefrina interage com os
• As aminas não catecólicas não são receptores α e ẞ. Em doses baixas,
inativadas pela COMT e por isso predominam os efeitos ẞ no leito vas-
possuem meias-vidas mais lon- cular (vasodilatação). Em doses altas,
gas quando comparadas com as os efeitos α (vasoconstrição) são mais
catecolaminas. importantes.
No sistema cardiovascular, a epinefri-
na reforça a contratilidade do miocár-
dio e aumenta a frequência cardíaca
AGONISTAS ADRENÉRGICOS 11

(ambos efeitos decorrentes de esti- • Choque anafilático: a epinefrina é


mulação ẞ1). A epinefrina também o fármaco de escolha para o trata-
ativa os receptores ẞ1 nos rins e pro- mento de reações de hipersensibi-
move a liberação de renina (enzima lidade do tipo I.
envolvida na produção de angiotensi-
• Parada Cardíaca: pode ser em-
na II). Além disso, a epinefrina contrai
pregada para restabelecer o ritmo
as arteríolas da pele, das mucosas e
cardíaco em pacientes com parada
das vísceras (efeito α) e dilata os va-
cardíaca independente da causa.
sos que vão ao fígado e aos múscu-
los esqueléticos (efeito ẞ2). O efeito • Anestesia: a epinefrina aumenta
cumulativo é o aumento da pressão significativamente a duração da
arterial sistólica, associado à ligeira anestesia local, produzindo va-
redução na pressão diastólica devido soconstrição no local da injeção e
à vasodilatação mediada pelos recep- permitindo que o anestésico per-
tores ẞ2 no leito vascular dos múscu- maneça por mais tempo no sítio da
los esqueléticos. injeção.
A epinefrina ainda causa broncodi-
latação no sistema respiratório (ação Farmacocinética
ẞ2), efeito hiperglicemiante devido
aumentar a glicogenólise no fígado A epinefrina tem início rápido, mas
(efeito ẞ2) e lipólise por meio da ati- ação de curta duração devido a rápi-
vidade agonista dos receptores ẞ do da metabolização pela MAO e pela
tecido adiposo. COMT. Seus metabólitos, a metane-
frina e o ácido vanilmandélico, são
excretados na urina. Pode ser admi-
Usos terapêuticos nistrada por via intramuscular (IM), in-
travenosa (IV), subcutânea (SC), en-
• Broncoespasmo: a epinefrina
dotraqueal e por inalação.
pode ser usada no tratamento de
emergência de condições respira-
tórias quando a broncoconstrição Efeitos adversos
compromete a ventilação. No en-
A epinefrina pode produzir efeitos
tanto, atualmente ẞ2-agonistas
adversos no SNC, como ansiedade,
seletivos, como o salbutamol, são
medo, tensão, cefaleia, arritmias car-
melhor empregados devido sua
díacas e tremores.
duração mais longa e efeitos car-
díacos mínimos.
AGONISTAS ADRENÉRGICOS 12

Figura 4. Efeitos adversos epinefrina. Fonte: WHALEN, Karen. Farmacologia ilustrada. 6. ed.

Norepinefrina pela MAO e pela COMT. Os metabó-


litos são excretados na urina.
A norepinefrina causa aumento da
resistência periférica devido à intensa
vasoconstrição de boa parte dos lei- Efeitos adversos
tos vasculares, incluindo os rins (efeito
α1). A pressão arterial sistólica e dias- São similares aos da epinefrina. Ade-
tólica aumentam. Isso estimula os ba- mais, podem causar palidez e des-
rorreceptores, induzindo ao aumento camação na pele ao longo da veia
na atividade vagal, sendo o resultado injetada.
final a produção de bradicardia refle-
xa, que é suficiente para neutralizar Dopamina
as ações locais na norepinefrina no
coração. A dopamina está presente natural-
mente no SNC nos gânglios basais,
onde funciona como neurotransmis-
Usos terapêuticos sor, bem como na medula suprarre-
A norepinefrina é usada no tratamen- nal. Ela exerce efeito estimulante nos
to de choque devido aumentar a re- receptores ẞ1 cardíacos com efeito
sistência vascular e, dessa forma, au- inotrópico e cronotrópico positivos.
menta a pressão arterial. Em concentrações muito elevadas, a
dopamina ativa os receptores ẞ1 dos
vasos, causando vasoconstrição.
Farmacocinética A dopamina ainda dilata as arteríolas
A norepinefrina é administrada via IV renais e esplâncnicas, ativando os re-
para o início rápido de ação. Sua ação ceptores dopaminérgicos e aumen-
dura 1 a 2 minutos após o fim a in- tando, assim, o fluxo sanguíneo para
fusão e é metabolizada rapidamente os rins e para outras vísceras.
AGONISTAS ADRENÉRGICOS 13

Usos terapêuticos a mucosa nasal e a conjuntiva, as-


sim, produz vasoconstrição e dimi-
A dopamina é o fármaco de escolha
nui a congestão. Os efeitos adversos
para tratar o choque cardiogênico e
mais observados são cefaleia, sono
séptico e é administrada por infusão
agitado e congestão rebote no uso
contínua. Ela aumenta a pressão ar-
prolongado.
terial, estimulando os receptores ẞ1
no coração a aumentar o débito car-
díaco e os receptores ẞ1 nos vasos Agonistas ALFA-1
sanguíneos a aumentar a resistência
periférica. Além disso, ela também Fenilefrina
aumenta a perfusão renal, o que con- É um fármaco adrenérgico sintético
tribui para maior velocidade de filtra- de ação direta que se liga aos recep-
ção glomerular e diurese. tores ẞ primariamente. Ativa os re-
ceptores α1 apenas quando presente
em concentrações muito mais eleva-
Efeitos adversos
das. A fenilefrina é um vasoconstritor
Os principais efeitos adversos são que aumenta as pressões sistólicas e
náuseas, hipertensão e arritmias, que diastólicas. Ele é utilizado como des-
na maioria das vezes são de curta du- congestionante NASA e midriático.
ração, pois a dopamina é rapidamen- Também é usada no tratamento da
te metabolizada pela MAO ou pela hipotensão em pacientes hospitali-
COMT. zados ou cirúrgicos. Doses elevadas
podem causar cefaleia hipertensiva e
irregularidades cardíacas.
7. AGONISTAS ALFA
ADRENÉRGICOS
Mefentermina
Oximetazolina
É um fármaco simpaticomimético que
É um agonista adrenérgico sintético
atua direta e indiretamente. Após in-
de ação direta que estimula os re-
jeção intramuscular, o início de ação
ceptores α1 e α2. Está presente em
é imediato em 5 a 15 minutos e seus
vários descongestionantes nasais de
efeitos podem persistir por várias ho-
ação curta e venda livre, bem como
ras. Como o fármaco libera norepine-
em colírios para o alívio da vermelhi-
frina, a contração cardíaca é intensa e
dão dos olhos associada a resfriados
ocorre aumento do débito cardíaco e
ou lente de contatos. A oximetazolina
das pressões sistólica e diastólica ha-
estimula diretamente os receptores
bitualmente. A alteração na frequên-
α nos vasos sanguíneos que suprem
cia cardíaca é variável, dependendo
AGONISTAS ADRENÉRGICOS 14

do grau do tônus vagal. Os efeitos ser administrado em períodos em


adversos estão relacionados com que o paciente permanecerá em pé.
a estimulação do sistema nervoso Deve-se evitar administra-lo 4 horas
central (SNC), elevação excessiva da antes do paciente deitar.
pressão arterial e ocorrência de arrit-
mias. A mefentermina é utilizada na
prevenção da hipotensão, porém foi Agonistas ALFA-2
descontinuada no EUA. Clonidina
Os principais efeitos farmacológicos
Metaraminol da clonidina envolvem alterações da
pressão arterial e da frequência car-
É um simpaticomimético com efei-
díaca. A infusão venosa de clonidina
tos diretos sobre os receptores α-a-
provoca elevação aguda da pressão
drenérgicos vasculares. Atua indi-
arterial devido à ativação dos recep-
retamente também estimulando a
tores α2 pós-sinápticos no músculo
liberação de norepinefrina. Tem sido
liso vascular. Entretanto esse efeito
utilizado no tratamento hipotensão ou
vasoconstritor é transitório e seguido
no alívio de crises de taquicardia atrial
de uma resposta hipotensora prolon-
paroxística, especialmente aquelas
gada, que resulta da diminuição do
associadas a estados hipotensivos.
efluxo simpático do SNC. Nesse sen-
tido, a clonidina tem aplicabilidade
Midodrina no tratamento da hipertensão, tendo
efeito anti-hipertensivo. O mecanis-
É um agonista dos receptores α1 eficaz mo exato pelo qual ela reduz a pres-
por via oral. Esse fármaco é conver- são arterial ainda não está totalmen-
tido em um metabólito denominado te elucidado. O efeito parece resultar,
desglimidodrina, que ocasiona seus pelo menos em parte, da ativação dos
efeitos. Elevações da pressão arterial receptores α1 na região inferior do
induzidas pela midodrina estão asso- tronco encefálico.
ciadas a uma contração do músculo
liso tanto arterial quanto venoso. Isso
é vantajoso no tratamento de pacien- Farmacocinética
tes com insuficiência autônoma e hi-
A clonidina é bem absorvida após ad-
potensão postural. Nesses pacientes,
ministração oral. A concentração má-
é frequente que haja a hipertensão
xima plasmática máxima e seu efeito
supina como principal complicação
hipotensor máximo ocorrem em 1 a
do uso da midodrina. Para minimizar
3 horas após uma dose oral. A meia-
esse efeito adverso o fármaco pode
-vida de eliminação varia de 6 a 24
AGONISTAS ADRENÉRGICOS 15

horas, com média de 12 horas. Cerca Metildopa


de metade de uma dose administra-
A metildopa é um agente anti-hiper-
da pode ser recuperara em sua forma
tensivo de ação central. Ela é meta-
inalterada na urina, podendo haver
bolizada a α-metilnorepinefrina no
aumento da meia vida do fármaco na
cérebro, e acredita-se que esse com-
presença de insuficiência renal.
posto seja capaz de ativar os recep-
tores α2 centrais e reduzir a pressão
Usos terapêuticos arterial semelhante ao mecanismo da
clonidina.
O principal uso terapêutico da cloni-
dina é no tratamento da hipertensão.
Ela também pode ter utilidade na re- Apraclonidina
dução de diarreia em alguns pacientes
A apraclonidina é agonista dos re-
diabéticos com neuropatia autonômi-
ceptores α2, relativamente seletivo,
ca, tendo em vista, que a estimulação
utilizada topicamente para reduzir
dos receptores α2 no trato gastrintes-
a pressão intraocular. Pode reduzir
tinal pode aumentar a absorção de
a pressão intraocular tanto elevada
cloreto de sódio e de líquido e inibir a
quanto normal, seja ela acompanha-
secreção de bicarbonato.
da ou não de glaucoma. A redução
da pressão intraocular ocorre com
Efeitos adversos mínimos ou nenhum efeito sobre os
parâmetros cardiovasculares sistê-
Os principais efeitos adversos são micos. Por isso, a apraclonidina tem
ressecamento da boca e sedação, maior utilidade para a terapia oftálmi-
sendo observados em 50% dos pa- ca que a clonidina. É utilizada como
cientes. A intensidade desses efeitos terapia adjuvante de curto prazo em
pode diminuir depois de várias sema- pacientes com glaucoma, cuja pres-
nas de terapia. Outros colaterais são são intraocular não é adequadamente
disfunção sexual e bradicardia pro- controlada por outros agentes farma-
nunciada em alguns pacientes. cológicos, como antagonista dos re-
ceptores ẞ, parassimpaticomiméticos
ou inibidores da anidrase carbônica.

SAIBA MAIS!
A clonidina baixa a pressão arterial sistêmica, mesmo quando aplicada topicamente no olho.
AGONISTAS ADRENÉRGICOS 16

Brimonidina efeitos adversos assemelham-se aos


observados com a clonidina.
É um derivado da clonidina admi-
nistrado ocularmente para reduzir
a pressão intraocular em pacientes Tizanidina
com hipertensão ocular ou glauco-
ma de ângulo aberto. Esse fármaco é A tizanidina é um relaxante muscular
um agonista α2-seletivo, que reduz a utilizado no tratamento de espastici-
pressão intraocular ao diminuir a pro- dade associada a distúrbios cerebrais
dução de humor aquoso e aumentar e medulares. É um agonista α2 com
o seu efluxo. Ao contrário da apraclo- algumas propriedades semelhantes a
nidina, a brimonidina pode atravessar clonidina.
a barreira hematoencefálica e produ-
zir hipotensão e sedação, embora es- 8. AGONISTAS BETA
ses efeitos sobre o SNC sejam discre- ADRENÉRGICOS
tos, em comparação com aqueles da
clonidina. Isoproterenol
É uma catecolamina sintética de ação
direta que estimula os receptores ẞ1
Guanfacina
e ẞ2. Ele produz intensa estimulação
É um agonista dos receptores α2, que cardíaca, aumentando a frequência, a
é mais seletivo que a clonidina. Con- contratilidade e o débito. O isoprote-
segue diminuir a pressão arterial por renol também dilata as arteríolas dos
meio da ativação dos receptores do músculos, diminuindo a resistência
troco encefálico, com consequente periférica. Devido sua falta de seleti-
supressão da atividade simpática. É vidade é raramente usado terapeuti-
utilizado para o tratamento do trans- camente. Porém ele pode ser útil no
torno de déficit de atenção/hiperativi- bloqueio atrioventricular ou ainda em
dade em crianças e adolescentes de pacientes com arritmia ventricular
6 a 17 anos. torsade de pointes. Os efeitos adver-
sos do isoproterenol são similares aos
da epinefrina.
Guanabenzo
É uma a agonista α2 de ação central,
que diminui a pressão arterial por Agonista BETA-1
meio de um mecanismo semelhante Dobutamina
ao da clonidina e da guanfacina. Pos-
A dobutamina é uma catecolami-
sui meia-vida de 4-6 horas e sofre
na sintética de ação direta que é um
extenso metabolismo no fígado. Seus
AGONISTAS ADRENÉRGICOS 17

agonista de receptores ẞ1. Ela au- prematuro. Um dos efeitos adversos


menta a frequência cardíaca e o dé- mais comuns é o tremor, no entanto
bito cardíaco com poucos efeitos vas- os pacientes tendem a desenvolver
culares. Sua principal vantagem sobre tolerância a ele. Outros efeitos in-
outros fármacos simpaticomiméticos cluem intranquilidade, apreensão e
é o aumento do débito cardíaco sem ansiedade.
elevação significativa da demanda de
oxigênio pelo miocárdio.
Terbutalina
É um broncodilatador ẞ2 seletivo que
Usos terapêuticos
pode ser administrado por inalação,
A dobutamina é usada para aumen- via oral ou via parenteral. Por inala-
tar o débito cardíaco na insuficiên- ção Sua atividade pode durar 3 a 6
cia cardíaca aguda, bem como para horas. Com o uso oral o início do efei-
dar apoio inotrópico após cirurgia to pode retardar 1-2 horas. A terbu-
cardíaca. talina é usada no tratamento de lon-
ga duração da doença obstrutiva das
vias respiratórias e no tratamento do
Efeitos adversos broncoespasmo agudo.
Além do potencial desenvolvimento
de tolerância com o uso prolongado, a
Salmeterol
dobutamina apresenta efeitos adver-
sos semelhantes aos da epinefrina. É um agonista ẞ2 seletivo de ação
prolongada (> 12 horas). Não deve
ser utilizado mais de 2x/dia, nem ser
Agonistas BETA-2 administrado para o tratamento dos
Salbutamol sintomas agudos da asma, que de-
vem ser tratados com um agonista
É um fármaco ẞ2-agonista de ação
ẞ2 de ação curta, como o salbutamol.
curta usado, principalmente, como
Muitos pacientes com asma persis-
broncodilatador. É empregado no ma-
tente moderada ou grave têm se be-
nejo dos sintomas agudos da asma.
neficiado do uso de salmeterol junta-
Pode ser administrado por inalação
mente com um corticoide inalatório.
ou via oral para o alívio sintomático
Também é usado em pacientes com
do broncoespasmo. Por inalação pro-
DPOC, pois proporciona alívio sinto-
duz broncodilatação significativa em
mático e melhora da função pulmo-
15 minutos e o efeito persiste por 3
nar. O salmeterol é geralmente bem
a 4 horas. O salbutamol por via oral
tolerado, porém, tende a aumentar a
tem o potencial de retardar o parto
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frequência cardíaca e a concentração como a asma noturna, sobre os de-


plasmática de potássio através de mais agonistas ẞ2 seletivos, pois sua
seus efeitos sobre os receptores ẞ2 difusão entre a bicamada lipídica da
extrapulmonares. membrana plasmática estimula os re-
ceptores ẞ2 de maneira prolongada.
Formoterol
Ritodrina
É um agonista ẞ2 seletivo de ação
prolongada. Ocorre broncodilatação É um agonista ẞ2 seletivo desenvolvi-
significativa poucos minutos após do especificamente para o uso como
inalação de dose terapêutica e pode relaxante uterino. Pode ser adminis-
persistir por até 12 horas. É um fárma- trada por via intravenosa a pacientes
co altamente lipofílico. Por isso, pos- selecionadas para interromper o tra-
sui maior vantagem, em condições balho de parto prematuro.

SAIBA MAIS: FENOLDOPAM


O fenoldopam é um agonista dos D1-receptores periféricos da dopamina. É usado como va-
sodilatador de ação rápida no tratamento de hipertensão grave em pacientes hospitalizados,
atuando em artérias coronárias, arteríolas renais e mesentéricas. Os principais efeitos adver-
sos são cefaleia, rubor, tonturas, náuseas, êmese e taquicardia.

9. AGONISTAS Tiramina
ADRENÉRGICOS DE AÇÃO Não é um fármaco útil clinicamente,
INDIRETA mas possui importância devido ser
Anfetamina encontrado em alimentos fermenta-
dos. Normalmente, a tiramina é oxi-
As ações da anfetamina são media-
dada pela MAO no trato gastrointes-
das primariamente pelo aumento da
tinal, mas se o paciente está em uso
liberação não vesicular de catecola-
de inibidores de monoaminoxidase
minas como a dopamina e norepine-
podem acontecer episódios vaso-
frina dos terminais nervos. Isso pode
pressores graves.
produzir um aumento significativo da
pressão arterial por ação α1-agonista
nos vasos, bem como por efeitos es- Cocaína
timulantes ẞ1 no coração.
A cocaína tem a propriedade de blo-
quear o transportador de norepinefrina
AGONISTAS ADRENÉRGICOS 19

dependente de sódio-cloreto (NET) derivados da hidrazina, a fenelzina e


necessário para a captação celular de a isocarboxazida, e as não hidrazinas,
norepinefrina pelo neurônio adrenér- a tranilcipromina, a selegilina e a mo-
gico. Em consequência, a norepine- clobemida. As hidrazinas e a tranilci-
frina se acumula no espaço sináptico, promina ligam-se de modo irreversí-
resultando em aumento da atividade vel e não seletivamente à MAO-A e
simpática e potenciação das ações MAO-B, enquanto outros IMAOs po-
da epinefrina e da norepinefrina. Por dem ter propriedades mais seletivas
isso, pequenas doses de catecolami- ou reversíveis. Alguns IMAOs, como
nas produzem efeitos muito aumen- a tranilcipromina, assemelham-se à
tados em indivíduos que usam coca- anfetamina na sua estrutura química,
ína. De modo similar as anfetaminas, enquanto outros IMAOs, como a sele-
a cocaína pode aumentar a pressão gilina, apresentam metabólitos seme-
arterial por ação α1-agonista e efeitos lhantes à anfetamina.
estimulantes ẞ.
Amitriptilina
Inibidores da monoaminoxidase
É um fármaco que pertence a classe
(IMAO)
dos antidepressivos tricíclicos. Esse
Os IMAOs atenuam as ações da mo- medicamento inibe a recaptação de
noaminoxidase no neurônio e au- norepinefrina, agindo de modo indi-
mentam o conteúdo de monoaminas. reto sobre o NET (transportador de
Existem duas formas de monoamino- norepinefrina dependente de sódio-
xidase (MAO). A MAO- A é encon- -cloreto). Os efeitos colaterais mais
trada nos neurônios de dopamina e comuns são boca seca e constipação
de norepinefrina e ocorre principal- intestinal.
mente no cérebro, no intestino, na
placenta e no fígado. Seus prin-
cipais substratos são a nore-
pinefrina, a epinefrina, e a sero-
tonina. A MAO-B é encontrada
sobretudo nos neurônios sero-
toninérgicos e histaminérgicos
e ocorre no cérebro, no fígado e
nas plaquetas. A MAO-B atua,
principalmente, sobre a tirami-
na, feniletilamina e a benzilami-
na. Os IMAOs atuais incluem os
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AFINIDADE

α-Agonistas
Fenilefrina α1> α2>>>>>ẞ
Clonidina, metilnorepinefrina α2> α1>>>>>ẞ

Agonistas mistos α e ẞ α1= α2; ẞ1>> ẞ2


Norepinefrina α1= α2; ẞ1= ẞ2
Epinefrina

ẞ-Agonistas

Dobutamina ẞ1> ẞ2>>>> α

Isoproterenol ẞ1= ẞ2>>>> α

Salbutamol, terbutalina, ritodrina ẞ2>> ẞ1>>>> α

Agonistas da dopamina

Dopamina D1=D2>> ẞ>> α

Fenoldopam D1>>D2

Tabela 2. Afinidades relativas por receptores, Fonte: KATZUNG, Bertram G. Farmacologia básica e clínica. 12. Ed.

10. AGONISTAS lenta do que a epinefrina ou o isopro-


ADRENÉRGICOS DE AÇÃO terenol. A efedrina ainda produz leve
MISTA estimulação do SNC, o que aumenta
o estado de alerta, diminui a fadiga
A efedrina e a pseudoefedrina são
e previne o sono. A pseudoefedrina,
os adrenérgicos de ação mista. Elas
por sua vez, é usada primariamente
não só liberam a norepinefrina arma-
no tratamento da congestão nasal.
zenada nos terminais nervosos, como
também estimulam diretamente os
receptores α e ẞ. A efedrina aumenta
a pressão arterial sistólica e diastólica
por vasoconstrição e estimulação car-
díaca e pode ser usada no tratamento
da hipotensão. Ela produz broncodi-
latação, mas é menos potente e mais
AGONISTAS ADRENÉRGICOS 21

SAIBA MAIS!
Os agonistas adrenérgicos podem agir por meio de ação direta, indireta e mista. Os agonis-
tas de ação direta atuam diretamente nos receptores α ou ẞ, produzindo efeitos similares aos
resultantes da estimulação dos nervos simpáticos ou da liberação de epinefrina da medula
suprarrenal. Já os agonistas de ação indireta podem bloquear a captação de norepinefrina ou
promover sua liberação das reservas citoplasmáticas ou das vesículas dos neurônios adre-
nérgicos. Os agonistas de ação mista, por sua vez, estimulam os adrenoceptores diretamente
e liberam norepinefrina do neurônio adrenérgico.
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AGONISTAS
ADRENÉRGICOS
α1-fenilefrina
α2-clonidina
Seletivos
ẞ1-dobutamina
ẞ2-terbutalina

Ação direta
α1 α2 - oximetazolina
ẞ1 ẞ2 – isoproterenol
Não seletivos α1 α2 ẞ1 ẞ2 – epinefrina
α1 α2 ẞ1 – norepinefrina

Efedrina
Ação mista (α1 α2 ẞ1 ẞ2 e agentes
de liberação)

Agentes de Anfetamina
liberação Tiramina

Inibidor da
Cocaína
captação

Ação indireta
Inibidores
Selegilina
da MAO

Inibidores da
Entacapona
COMT

Fonte: Adaptado de GOODMAN, A. As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 12. ed.


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REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
GOODMAN, A. As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 12. ed. Rio de Janeiro: McGraw-
-Hill, 2012.
KATZUNG, Bertram G. Farmacologia básica e clínica. 12. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014.
WHALEN, Karen; FINKEL, Richard; PANAVELIL, Thomas A. Farmacologia ilustrada. 6. ed.
Porto Alegre: Artmed, 2016.
RANG, H. P. et al. Rang & Dale Farmacologia. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016.
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