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MEDICINA
MARINGÁ
2006
MONICA GULAK YORIS
THIAGO ZAMPIERI
VANESSA REGINA BULLA VASCONCELLOS
MARINGÁ
2006/2
Introdução:
Antígenos Tumorais:
5- Antígenos Oncofetais.
Esses antígenos são proteínas expressas em altos níveis nas células cancerosas e em
fetos de desenvolvimento normal, e não são expressos ou expressos em mínima
quantidade em raras células normais, daí o fato de ser considerado uma forte
indicação de tumor quando encontrados em células adultas. Os genes codificadores
dessas proteínas são ativos quando ocorre o desenvolvimento fetal, e silenciados
após isso. Quando ocorre alguma transformação maligna eles voltam a ser
ativados.
Os antígenos oncofetais têm grande importância na imunologia dos tumores já que
eles que são dosados para se ver o estadiamento do mesmo, e os mais amplamente
estudados são a alfa-fetoproteína (AFP) e o antígeno carcinoembrionário (ACE).
A alfa-fetoproteína é uma glicoproteína circulante produzida no desenvolvimento
embrionário pelo saco vitelino e pelo fígado, que na vida adulta, é substituída pela
albumina. Quando presente em altos níveis nos adultos indica forte suspeita de
neoplasia principalmente o carcinoma hepatocelular e tumores de células
germinativas.
O valor diagnóstico da AFP é um pouco limitado pelo fato dela estar alta em
outras patologias não neoplásicas como a cirrose hepática e em gestante com
crianças que apresentam defeitos do tubo neural, por isso apesar de a AFP ser um
grande indicador de neoplasia não se conclui diagnóstico com somente este tipo de
exame.
Vale lembrar que esses antígenos são encontrados em outras situações como
situações inflamatórias e em pequenas quantidades em tecidos normais não sendo
exclusivas de tumores.
O antígeno carcinoembrionário é uma proteína integral de membrana pertencente
a família das imunoglobulinas. A expressão normal do ACE é encontrada em
células do intestino, pâncreas e fígado, nos primeiros dois semestres de gestação e
expressão reduzida é encontrada também em adultos principalmente durante a
lactação e na mucosa colônica. Patologicamente o ACE funciona como uma “cola”
fazendo a ligação das células tumorais e é utilizada sua dosagem plamática para
monitorar persistência ou recorrência de tumor após tratamento, também nesse
caso a dosagem de ACE é limitada para o diagnóstico pelo fato de ela ser expressa
também em algumas outras doenças não neoplásicas, como inflamação crônica do
fígado e do intestino.
6- Antígenos glícolipídicos e glicoproteícos alterados.
Já foi visto que o sistema imune está muito relacionado com as neoplasias, agora
será eluscidado como os mecanismos efetores tanto da resposta celular, quanto da
humoral podem ajudar na eliminação deste tumor em alguns casos.
Os Linfócitos T
A imunidade tumoral constituída da destruição das células neoplásicas, é
basicamente feita pelas linfócitos T CD8+ ativos (CTL CD8+). In vitro essa
propriedade é acentuada nos casos de tumores induzidos por carcinógenos e pelos
DNA vírus. Os linfócitos T podem reconhecer os antígenos tumorais listados acima
apresentados pelo MHC I e exercer a propriedade da vigilância imunológica
destruindo essas células que se apresentam estranhas ou modificadas comparadas
ao próprio, já que o sistema imune reconhece células infectadas por vírus e as
destrói. Mas como foi dito anteriormente a vigilância imunológica é questionada,
pois outros tumores, como os não derivados de vírus, não ocorrem com uma
freqüência maior em indivíduos deficientes em células T. Apesar disso CTLs
específicos para tumores podem ser isoladas, quando existem tumores
estabelecidos como no caso do melanoma.
Os tumores raramente derivam de APCs portanto não apresentam co-
estimuladores que são necessários para dar início a resposta primária do linfócito
T (CD8+) e também não apresentam as moléculas MHC II que estimulam as
células T helpers (CD4+) que promovem diferenciação das células T CD8+, então o
mais provável é que APCs fagocitem células tumorais, os antígenos tumorais são
processados dentro dessas APCs e apresentados a uma célula T CD8+ através do
MHC I. Essas APCs por sua vez expressam co-estimuladores que ajudam na
ativação e também MHC II que podem ativar as células T CD4+ para também
ajudar na resposta. Esse mecanismo é chamado de cross-priming e uma
importante aplicação do mesmo é usada como se fossem vacinas para pacientes
com câncer, por exemplo cultiva-se a APC de um paciente com câncer e incuba as
mesma com antígenos tumorais, injeta-se a mesma no paciente, isso fará com que
a resposta anti-tumoral da célula T seja estimulada para que o tumor seja
destruído.
A célula T CD4+ tem uma importância menos clara, elas podem por exemplo
fornecer citocinas para o desenvolvimento de CTLs efetores,e também,secretar
citocinas como o TNF (fator de necrose tumoral), o INF-Y (interferon gama),que
aumentam a expressão do MHC I das células tumorais e a sensibilidade a lise pelos
CTLs.
Anticorpos
Os anticorpos nos portadores de tumores podem ser produzidos em vista da
presença dos antígenos tumorais. Esses anticorpos podem ativar o complemento e
destruir a célula ou também outro mecanismo a ser usado pode ser a citotoxicidade
dependente de anticorpos mediada por células, (ADCC) que consiste em
macrófagos que contem o receptor de Fc ou as células NK que podem destruir a
célula.
Células NK
Essas células destroem muitos tipos de células tumorais, especialmente aquelas que
têm expressão de MHC I reduzida. Isso acontece, pois o reconhecimento da
molécula de MHC I pela CTL fornece sinais inibitórios para as células NK, já as
células que tem MHC I com expressão reduzida conseguem fugir das CTLs pois o
sinal de ativação está prejudicado, mas aí entram as células NK que com esse sinal
inibitório das CTLs conseguem ser ativadas e destruírem essas células tumorais.
As células NK também podem ser direcionadas para as células revestidas de
anticorpos IgG.
Citocinas como o interferon e as interleucinas (IL-2, IL12) potencializam a
capacidade tumoricida das NK.
Ainda assim o papel dessas células na imunidade tumoral ainda não está claro,
mas sabe-se que ela pode estar ligada a vigilância imunológica.
Macrófagos
A maneira como os macrófagos são ativados pelos tumores não é conhecida, um
dos mecanismos inclui o reconhecimento direto de antígenos das superfícies das
células tumorais, e também a ativação deles através do IFN-gama produzido pelas
células T específicas para tumores. Essas células liberam enzimas lisossomais,
intermediários reativos de oxigênio e oxido nítrico que podem então destruírem as
células tumorais. A produção de TNF também é importante visto que este é um
agente capaz de destruir tumores através da indução de trombos ao redor dos
vasos sanguíneos tumorais causando assim a necrose tumoral.
Escape das respostas imunes pelos tumores.
Como já foi falado os tumores conseguem escapar dos mecanismo das respostas
imunes e se proliferarem, é importante conhecer como isso acontece para tentar
evitar essa evasão e tentar o aumento da imunogenicidade do tumor para que ele
seja erradicado.
Um dos mecanismos usados pelos tumores para o escape, é a sub-expressão do
MHC I causando a falha na resposta do CTL, pois como já foi dito a expressão do
MHC I é um sinal estimulatório para a ativação dos linfócitos T CD8+, na falta
desse estímulo a célula cancerosa não é erradicada.
Alguns tumores apresentam síntese de alguns componentes da molécula do MHC I
reduzidos como por exemplo a B2-microglobulina, isso é considerado um
mecanismo de adapação tumoral, mas não é regra visto que não é em todos os
tumores metastáticos que podem ser observadas essas alterações.
Outro tipo de escape utilizado pelas células tumorais é a não expressão dos
antígenos tumorais, que como já foi falado induzem uma resposta imunológica.
Essa característica de escape é muito observada em tumores de crescimento rápido
e pode acontecer também com a cultura de anticorpos específicos para os tumores
que no caso destroem os antígenos tumorais a célula consegue então evadir-se da
resposta imune.
Pode-se falar também em tumores que não induzem os CTLs pois a maioria das
células tumorais não expressam co-estimuladores ou moléculas MHC II. Os co-
estimuladores para o inicio da resposta T e as moléculas do MHC II são
obrigatoriamente necessários para a ativação dos linfócitos T helper (CD4+) que
estimulam a diferenciação dos linfócitos TCD8+ em CTLs, por isso se não houver o
cross-priming já citado acima, os CTLs específicos podem não se desenvolver
prejudicando assim a resposta imune contra o tumor.
Produtos de células tumorais podem ser responsáveis pela inativação da resposta
imune antitumoral um exemplo é o fator transformador de crescimento beta que é
secretado em grandes quantidades por muitos tumores e inibe a proliferação e as
funções efetoras dos linfócitos e macrófagos.
O tumor também pode evadir se da resposta imune quando antígenos tumorais
induzem tolerância imunológica específica, isso ocorre porque os antígenos
tumorais são antígenos próprios encontrados pelo sistema imune em
desenvolvimento, ou porque as células tumorais apresentam seus antígenos em
uma forma tolerogênica para os linfócitos maduros .
E por fim os antígenos de superfície celular, ou seja, os antígenos tumorais, podem
estar escondidos do sistema imune através de moléculas do glicocálice
(mucopolissacarídeo contendo ácido siálico),esse mecanismo é chamado de
mascaramento antigênico e isso acontece porque as células tumorais apresentam
mais moléculas do glicocálice do que as células normais.
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