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Universidade Federal do Rio de Janeiro

Instituto de Química
Departamento de Bioquímica

Estrutura e função de proteínas

Cristiane Dinis Ano Bom


CT, Bloco A, Sala 536-B
anobom@iq.ufrj.br
Níveis estruturais de proteínas
• Quatro níveis hierárquicos de estrutura em proteínas
Níveis estruturais de proteínas
• Estrutura 1ª → É a sequência de aminoácidos com a descrição de todas as
ligações covalentes da cadeia polipeptídica
Níveis estruturais de proteínas
• Estrutura 2ª → padrões estruturais recorrentes formados a partir de arranjos
particulares e estáveis de resíduos de aminoácidos (sem considerar as conformações de
suas cadeias laterais)
Níveis estruturais de proteínas
• Estrutura 3ª → enovelamento e estrutura tridimensional da cadeia polipeptídica
Proteínas – Estrutura terciária
• De acordo com a organização estrutural, as proteínas podem ser classificadas
em: fibrosas e globulares

Proteínas

Fibrosas Globulares
Proteínas – Estrutura terciária
• De acordo com a organização estrutural, as proteínas podem ser classificadas
em: fibrosas e globulares

Proteínas

Fibrosas Globulares

• Um único tipo de estrutura 2ª • Diversos tipos de estrutura 2a

• Insolúveis • Solúveis

• Suporte, proteção e formato • Inúmeras funções


Proteínas – Estrutura terciária
• De acordo com a organização estrutural, as proteínas podem ser classificadas
em: fibrosas e globulares

Proteínas

Fibrosas Globulares

• a-queratina • Mioglobina

• Colágeno • Solúveis

• Fibroína da seda
Proteínas fibrosas
α-Queratina (mamíferos)
• Proteína resistente (força) – vertebrados superiores
• Constituinte principal da camada externa da epiderme, cabelos, unhas, pena, garras,
bicos, chifres ...
• Estrutura em α-hélice (sentido horário)
• Duas cadeias polipeptídicas de a-queratina formam uma super hélice (coiled coil) que
se entrelaçam no sentido anti-horário – aumento da força
• Estabilizada por pontes dissulfeto entre as super hélices Hierarquia estrutural do cabelo
Estrutura do cabelo
Proteínas fibrosas
α-Queratina (mamíferos)
Proteínas fibrosas
• Formação da espiral enrolada (Coiled-coil) Tropomiosina

Estrutura 4ária

• As hélices em espiral enrolada estão em sentido


anti-horário – maior força
• Ocorre uma interações entre as cadeias laterais
apolares das hélices a (resíduos a e d)
• A interação entre as duas a-hélices ocorrem através
da face apolar formada fazendo os contatos com os
resíduos a´ e d´ - gera uma arranjo muito próximo
diminuindo a volta do eixo para 5,2 Å
Proteínas fibrosas – Doenças relacionadas
α-Queratina (mamíferos)
• Doenças hereditárias da pele caracterizadas por bolhas a partir da ruptura das
células basais e suprabasais - estresse mecânico normal
• Epidermólise bolhosa simples (EBS) Hiperqueratose epidermolítica (HQE)

Função do citoesqueleto de queratina na


manutenção e integridade mecânica da pele
Proteínas fibrosas
Colágeno
• Proteína de extrema resistência
• Tecido conectivos – tendões, cartilagens, matriz orgânica dos ossos e córnea dos olhos
• Estrutura em hélice do colágeno é única e bem diferente da α-hélice – possui somente
3 resíduos por volta e sentido anti-horário
• A espiral enrolada (coiled-coil) é formada por 3 cadeias polipeptídicas – cadeias α
• A espiral enrolada (coiled-coil) é enrolada no sentido horário oposto ao da hélice anti-
horária de suas cadeias α
• Sequência repetida de tripeptídeos: Gly-X-Y, onde X= Pro e Y= HyPro

Presença de aminoácidos incomuns devido às


restrições estruturais únicas desta hélice

35 %

21 %
21 %

11 %

Anti-horário horário
Proteínas fibrosas
Colágeno

• Sequência repetida de tripeptídeos: Gly-X-Y, onde X= Pro e Y= HyPro


• Visão superior da super hélice do colágeno

• Firme empacotamento evidenciando ao longo do eixo da tripla hélice


• A substituição do resíduo de glicina é capaz de distorcer completamente a hélice
Proteínas fibrosas
Colágeno
• Sequência repetida de tripeptídeos: Gly-X-Y, onde X= Pro e Y= HyPro
• As propriedades incomuns da tripla hélice do colágeno é descrita pelos seus aminoácidos
constituintes

As cadeias a e as fibrilas de colágeno


são interligadas por tipos incomuns
As
de ligações covalentes envolvendo a
lisina e a hidroxilisina ou resíduos de
His presentes em X e Y
Proteínas fibrosas
Colágeno
Gly – X - Y • Padrão de repetições dos aminoácidos: Gly-X-Y

Diagrama mostrando as ligações de H2 intracadeia. Os aminoácidos


ficam intercalados entre as cadeias de modo que a gly da primeira
intercala com a Pro da segunda e esta com a Hyp da terceira cadeia
Proteínas fibrosas
Colágeno
Proteínas fibrosas – Doenças relacionadas
Colágeno
• Osteogenesis imperfecta: formação anormal de ossos

• Síndrome de Ehlers-Danlos caracterizada por juntas fracas


Proteínas fibrosas – Doenças relacionadas
Colágeno
Gly-X-Y Ser ou Cys
• Osteogenesis imperfecta: formação anormal de ossos
Proteínas fibrosas – Doenças relacionadas
Colágeno
• Síndrome de Ehlers-Danlos caracterizada hiperextensibilidade das
articulações

• Mutação no gene responsável por codificar a enzima lisil-hidroxilase, importante na


modificação pós-traducional da lisina em hidroxilisina – reduzindo a resistência do
colágeno
• Deficiência na atividade da enzima procolágeno peptidase na retirada das extremidades
não-helicoidais do procolágeno - Formação de fibrilas colágenas defeituosas
Proteínas fibrosas
Fibroína da seda
• Produzida por insetos e aranhas
• Cadeia polipeptídica em folha β
• Rica em Ala e Gly – alto empacotamento das folhas-b
• Conformação estendida– não possui propriedades elásticas
• Estabilizada por pontes de hidrogênio entre as folhas-β e otimização por VDW

Grande
empacotamento das
folhas-β e arranjo
entrelaçado das
cadeias laterais
Micrografia eletrônica dos feixes de fibroína
saindo das fiandeiras de uma aranha
Proteínas fibrosas
Proteínas – Estrutura terciária
• De acordo com a organização estrutural, as proteínas podem ser classificadas
em: fibrosas e globulares

Proteínas

Fibrosas Globulares

• a-queratina • Mioglobina

• Colágeno • Hemoglobina

• Fibroína da seda • Solúveis

• Diversas funções biológicas


Proteínas globulares
• Estruturas relativamente mais compactas – vários dobramentos das cadeias
• Grande diversidade estrutural
• Diversas funções biológicas

Quimiotripsina Hemoglobina
Proteínas globulares possuem várias estruturas
terciárias

12,4 kDa 14,6 kDa 13,7 kDa

Componente da cadeia Clivagem de polissacarídeos em Hidrolisa certas ligações nos


respiratória da mitocôndria paredes de bactérias RNAs ingeridos na dieta
Proteínas globulares
• O entendimento completo da estrutura 3D de proteínas globulares ocorre a
partir da análise do seu padrão de dobramento
• Motivos ou folds são arranjos estáveis de elementos de estrutura secundária
Envolvem dois ou mais elementos de estrutura secundária e a conexão entre eles

a-a corner
Conexões comuns em um
Alça b-a-b motivo de fitas-b

Conexões com sentido


horário entre as fitas-b
Folhas-b retorcidas
Barril-b
Proteínas globulares
• Motivos complexos podem ser construídos a partir daqueles mais simples
• Motivos comuns podem se arrumar de tal forma que as fitas-b de um barril
formam um motivo comum e estável conhecido como barril-α/β
Proteínas globulares
• Algumas proteínas globulares são formadas por domínios
• Cada domínio é capaz de enovelar-se independentemente – entidade isolada em
relação ao resto da proteína.
• Domínios possuem núcleo hidrofóbico próprio
• Proteínas com múltiplos domínios – podem possuir porções globulares diferentes
Troponina

Domínio ligante de Cálcio

Domínio ligante de Cálcio


Proteína ligadora de cálcio encontrada nos músculos
Proteínas globulares
• Aumento exponencial do número de estruturas de proteínas determinadas
04/09/2020

http://www.rcsb.org/pdb
Proteínas globulares
• Estruturas depositadas no PDB– Protein Data Bank

http://www.rcsb.org/pdb
Níveis estruturais de proteínas
• Quatro níveis hierárquicos de estrutura em proteínas
Estrutura quaternária de proteínas
• Muitas proteínas possuem várias subunidades – podem variar de dímeros a
grandes complexos
• Interações fracas mantêm as subunidades
• Complementaridade favorece estas interações
• Interações de alta especificidade
homodímero: a2

heterodímero: ab

heterotetrâmero: a2b2

heteropentâmero: a2bcd
Estrutura quaternária de proteínas

Proteína com várias


subunidades: Multímero

Multímero com poucas


subunidades: Oligômero

A maioria dos multímeros


são formados por
subunidades idênticas ou
grupos de subunidades não
idênticas que se repetem
gerando simetria

Protômero: Unidades de
repetição em uma proteína
multimérica
Estrutura quaternária de proteínas
A maioria dos multímeros são formados por subunidades idênticas ou grupos de
subunidades não idênticas que se repetem gerando simetria

Rinovírus Proteasoma
Estrutura e função de proteínas
• Proteínas globulares

Mioglobina Hemoglobina

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