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Anotações – Interpretação dos Sonhos – Freud

I – A literatura científica sobre os problemas do sonho

“Nas páginas seguintes demonstrarei que existe uma técnica psicológica que
permite interpretar sonhos e que mediante a aplicação desse procedimento todo sonho se
mostra como uma formação psíquica de pleno sentido que pode ser incluída num ponto
determinável da atividade psíquica do estado de vigília. Além disso, tentarei explicar os
processos dos quais resultam a estranheza e a irreconhecibilidade do sonho e extrair
deles uma conclusão sobre a natureza das forças psíquicas de cuja atuação conjunta ou
antagônica ele se origina.” (posição 432.)

Alusão a Aristóteles e a tese de que o sonho reinterpreta certos estímulos e tende


a exagerá-lo. E em relação aos antigos, a ideia de que o sonho teria uma procedência
divina correspondente a duas teses: sonhos verdadeiros e valiosos e sonhos
insignificantes, enganadores e fúteis, cuja intenção era a desorientação do sonhador.

Outra tese é a classificação dos sonhos em duas classes: relacionados ao presente


e ao passado, mas sem importância para o futuro; ou àqueles relacionados ao futuro:
oraculum, visio e o sonho simbólico, este último necessitava interpretação.

A visão pré-científica acerca dos sonhos é, portanto, uma projeção da realidade


onírica no mundo externo.

A investigação de Freud será de natureza psicológica, analisando a problemática


do sonhos em seu detalhe.

A – A relação do sonho com a vida de vigília

Questão se o sonho tem relação com a vigília, de modo a ser uma continuidade,
ou de ser um mundo à parte, que nada tem a ver com ela. Freud cita Hildebrandt: “que
opina que as peculiaridades do sonho não podem ser descritas de outro modo senão por
meio de uma “série de oposições que aparentemente se intensificam até se
transformarem em contradições””. (Pos. 567. Grifo nosso). Ao mesmo tempo que os
sonhos nos leva a situações totalmente diversas do mundo real, sua matéria prima não
pode vir de outro lugar que não o mundo sensível.

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B – Material onírico – a memória do sonho

Problema da fonte do material do sonho como problema da memória.


Esquecemos que experenciamos certas vivências e conteúdos que aparecem nos sonhos
e que foram bloqueados à memória de vigília. P. 603. Estes sonhos são chamados de
hipermnésicos.

“Uma das fontes das quais o sonho recebe material para reprodução, material
que em parte não é lembrado nem empregado na atividade mental de vigília, é a vida
infantil” p. 671. Porém, as impressões recentes também constituem o material do
sonho.

Um terceiro aspecto que diz respeito à memória no sonho é que o material


selecionado nem sempre é o que é considerado o mais importante no estado de vigília,
mas também o que é indiferente e insignificante.

Por fim, temos a ideia de que nada do que tenhamos experimentado mentalmente
se perde por inteiro. Seria o sonho uma continuação processual da memória?

C – Estímulos e fontes do sonho

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