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ESTRUTURAS DE MERCADO: Monopólio, Oligopólio, Concorrência monopolística


e Concorrência perfeita.

RESUMO
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Estruturas de mercado são modelos que captam aspectos inerentes à organização


dos mercados, realçando características tais como: o tamanho das empresas, a
diferenciação dos produtos, a transparência do mercado, os objetivos dos
participantes, o acesso de novas empresas.
No mercado de bens e serviços, as formas e mercado, segundo essas cinco
características, são as seguintes: concorrência perfeita, monopólio, concorrência
monopolística (ou imperfeita) e oligopólio. Existe uma série de modelos sobre o
comportamento das empresas na formação de preços de seus produtos. A diferença
maior entre esses modelos está condicionada ao objetivo ao qual a firma se propõe:
maximizar lucros, maximizar participação no mercado, maximizar margem de
rentabilidade sobre os cursos, etc.
Quanto aos seus objetivos, as empresas defrontam-se com duas possibilidades
principais: maximizar lucro e maximizar mark-up (margem sobre os custos diretos).
Dentro da teoria neoclássica ou marginalista, o objetivo da empresa é sempre
maximizar o lucro total. Este trabalho acadêmico visou apresentar de uma forma
sistêmica estas quatro estruturas de mercado dando definições e exemplos reais de
empresas atuais.

INTRODUÇÃO
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As Estruturas de Mercado, as quais serão tratadas de forma mais complexa neste


trabalho, são modelos que captam aspectos de como os mercados estão
organizados. Cada estrutura de mercado destaca aspectos essenciais da interação
da oferta e da demanda, baseando-se em características observadas em mercados
existentes. Em todas as estruturas clássicas os agentes são maximizadores de
lucro.
A partir da demanda e da oferta de mercado são determinados o preço e
quantidade de equilíbrio de um dado bem ou serviço. O preço e a quantidade,
entretanto, dependerão da particular forma ou estrutura desse mercado, ou seja, se
ele é competitivo, com muitas empresas produzindo um dado produto, ou
concentrado em poucas ou uma única empresa. (WAGNER, 2007).
Na análise das estruturas de mercado avaliam-se os efeitos da oferta e da
demanda, tanto no mercado de bens e serviços quanto no mercado de fatores de
produção. Há de se destacar que no estudo microeconômico é analisado as
imperfeições observadas no mercado, onde é possível observar algumas situações
em que os preços são determinados através de distorções provocadas em mercados
distintos, tais como: monopólios, oligopólios, concorrência monopolista e
concorrência perfeita.

1. Estruturas de Mercado
As diferentes estruturas de mercado estão condicionadas por três variáveis
principais: número de firmas produtoras no mercado; diferenciação do produto;
existência de barreiras à entrada de novas empresas.
No mercado de bens e serviços, as formas e mercado, segundo essas três
características, são as seguintes: concorrência perfeita, monopólio, concorrência
monopolística (ou imperfeita) e oligopólio.No mercado de fatores de produção,
é definido as formas de mercado em concorrência perfeita, concorrência imperfeita,
monopólio e oligopólio no fornecimento de insumos.

1.1Formações de Preços
Existe uma série de modelos sobre o comportamento das empresas na formação de
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preços de seus produtos. A diferença maior entre esses modelos está condicionada
ao objetivo ao qual a firma se propõe: maximizar lucros, maximizar participação no
mercado, maximizar margem de rentabilidade sobre os cursos, etc. Quanto aos seus
objetivos, as empresas defrontam-se com duas possibilidades principais: maximizar
lucro e maximizar mark-up (margem sobre os custos diretos). Dentro da teoria
neoclássica ou marginalista, o objetivo da firma é sempre maximizar o lucro total. Se
a empresa aumenta a produção e a recita adicional for maior que o custo adicional,
o lucro estará aumentando e a empresa neste caso, não encontra seu ponto ideal de
equilíbrio. Se a receita adicional for menor  que o custo adicional, o lucro estará
caindo e o prejuízo aumentando. A recita marginal deve ser igualada ao custo
marginal.
As hipóteses do modelo refletem o funcionamento de um mercado
completamente livre, sem barreiras e totalmente transparente.
Hipótese da atomicidade: é um mercado com infinitos vendedores e compradores,
de forma que um agente isolado não tem condições de afetar o preço no mercado.
Assim, o preço no mercado é um dado fixado para empresas e consumidores;
Hipótese da homogeneidade: Todas as firmas oferecem produto semelhante,
homogêneo. Não há diferenças de embalagem, qualidade nesse mercado;
Hipótese da mobilidade de firmas (livre entrada e saída de firmas e
compradores no mercado): mercado sem barreiras à entrada e saída, tanto de
compradores como de vendedores.
Hipótese da racionalidade: Os empresários sempre maximizam lucro e os
consumidores maximizam satisfação ou utilidade derivada do consumo de um bem,
ou seja, os agentes agem racionalmente.
Transparência de mercado: consumidores e vendedores têm acesso a toda
informação relevante, sem custos, isto é, conhecem os preços, a qualidade, os
custos, as receitas e os lucros dos concorrentes;
Hipótese da mobilidade de bens: Existe completa mobilidade de produtos entre
regiões, o seja, não existem transporte; não considera a localização espacial de
vendedores e consumidores.
Inexistência de externalidades: representam influências de fatores externos nos
cursos das firmas e na satisfação dos consumidores. No modelo de concorrência
perfeita, supõe-se ainda que não existam externalidades, ou seja, nenhuma firma
influi no custo das demais e nenhum consumidor afeta o consumo dos demais.
Hipótese da divisibilidade: é uma hipótese matemática, não essencial, que
objetiva auxiliar a compreensão do funcionamento do modelo, trabalhando com
curvas contínuas e diferenciáveis, facilitando a utilização dos conceitos
marginalistas por mio de técnicas matemáticas de diferenciação e derivação.

1.2 Mercados de fatores de produção também em concorrência perfeita


Todas as hipóteses anteriores também valem para o mercado de fatores de
produção. Para que seja determinado o ponto de produção ideal para uma
empresa em concorrência perfeita, o ponto em que o lucro é máximo, é necessário
determinar como se comporta a demanda desse mercado, que permitirá uma
previsão das receitas da firma, e como se comportam seus custos.
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A longo prazo, não existem custos fixos, ou seja, todos são variáveis. O lucro normal
reflete o real custo de oportunidade do capital empregado na atividade empresarial.
É o valor que o mantém na atividade; se ele fosse mais baixo, o empresário sairia do
mercado, porque ganharia mais em outro ramo. O lucro normal pode ser associado
a uma espécie de taxa de rentabilidade média do mercado. O que exceder ao lucro
normal é chamado de lucro extraordinário: o empresário recebe mais do que deveria
receber, de acordo com seu custo de oportunidade. A 1longo prazo, em concorrência
perfeita, só existem lucros normais. Em concorrência perfeita, supõe-se que os
lucros extraordinários a curto prazo atraem novas empresas para esse mercado.
Dessa forma, em concorrência perfeita, a longo prazo, com a atração de novas
firmas, a oferta de mercado aumenta, e a tendência é de que os lucros
extraordinários tendam a zero, existindo apenas os lucros normais.
2. MONOPÓLIO
2.1 Definição e Causas do monopólio
Monopólio é um caso extremo de concorrência imperfeita em que um único
vendedor tem o controle total da oferta de determinado produto ou serviço.
Monopólio é uma condição de mercado caracterizada pelo controle, por um só
produtor, dos preços e das quantidades de bens ou serviços oferecidos aos usuários
e consumidores. Estes usuários e consumidores não possuem alternativas senão
comprar do monopolista. Isso faz com que o monopolista opere sempre com lucros
extraordinários. O preço cobrado pelo monopolista será sempre maior do que em
competição perfeita e a quantidade vendida sempre menor. (KUPFER, 2002).
As causas da existência do monopólio são várias, algumas políticas, outras
econômicas e outras técnicas. As principais causas apontadas pela teoria
econômica neoclássica são: (KUPFER, 2002).
Propriedade exclusiva de matérias-primas ou de técnicas de produção;
Patentes sobre produtos ou processos de produção;
Licença governamental ou imposição de barreiras comerciais para excluir
competidores, especialmente estrangeiros;
O caso do monopólio natural quando o mercado não suporta mais do que uma única
empresa, pois a tecnologia de produção impõe que a operação eficiente tenha
economias de escala substanciais.
2.2 Vantagens e desvantagens do monopólio
Os argumentos favoráveis aos monopólios concentram-se principalmente nas
vantagens da produção em grande escala, como a elevação de rendimento
propiciado pelas inovações tecnológicas e a redução dos custos. Também se afirma
que os monopólios podem racionalizar as atividades econômicas, eliminar os
excessos de capacidade e evitar a concorrência desleal. Outra das vantagens que
lhes são atribuídas é a garantia de um determinado grau de segurança no futuro, o
que torna possível o planejamento a longo prazo e introduz maior racionalidade nas
decisões sobre investimentos. (VASCONCELLOS, 2004)
Os argumentos contrários estão centrados no fato de que o monopólio, graças a seu
poder sobre o mercado, prejudica o consumidor ao restringir a produção e a
variedade, e ao obrigá-lo a pagar preços arbitrariamente fixados pelo monopolista.
Também se assinala que a ausência de concorrência pode incidir negativamente
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sobre a redução dos custos e levar à subutilização dos recursos produtivos.


(VASCONCELLOS, 2004).
2.3 Controle sobre o monopólio
A economia de livre empresa afirma, como norma geral, a inconveniência dos
monopólios e a necessidade de estrito controle sobre eles. Embora acentue as
vantagens do fornecimento monopolizado em determinadas áreas específicas, exige
que os monopólios se restrinjam aos setores nos quais sejam absolutamente
necessários e que, além disso, se adotem medidas de proteção ao consumidor.
(KUPFER, 2002).
Um exemplo da utilidade dos monopólios é o fornecimento de gás canalizado a um
centro urbano. O fornecimento de gás aos consumidores por companhias
concorrentes, por meio de gasodutos e sistemas de distribuição paralelos,
representaria um esbanjamento de recursos em infra-estrutura. (KUPFER, 2002).

2.4 Discriminação de preços no monopólio


O poder monopolista permite que ele tenha uma política de discriminação de preços
voltada para extrair o máximo possível de excedente do consumidor e para
aumentar a sua receita total. (MANKIW, 2005).
Para que haja discriminação de preços de preços o mesmo produto tem que ser
vendido a diferentes preços para diferentes compradores. O custo de produção é o
do monopolista, isto é, o mesmo para todos os produtos vendidos. (MANKIW, 2005).
A discriminação de preços vai depender da renda dos consumidores, das suas
preferências, da localização e da facilidade de encontrar substitutos para o produto.
O monopolista vai procurar segmentar a sua curva de demanda em diferentes
elasticidades, para criar mercados distintos para o seu produto. (MANKIW, 2005).

2.5 Existem três tipos para discriminação dos preços:


a) O monopolista vende cada unidade do produto a preços diferentes. É a
discriminação perfeita de preços. Cada unidade é vendida ao consumidor, pelo
preço máximo que ele está disposto a pagar. Não há excedente do consumidor
neste mercado. O monopolista extrai todo o excedente do consumidor;
b) O monopolista vende diferentes unidades do produto a preços diferentes, mas
todos os compradores que adquirem a mesma quantidade pagam o mesmo preço. O
preço por unidade não é constante, depende da quantidade que o consumidor
compra. Exemplos são os prestadores de serviços de água, esgoto, eletricidade;
c) O monopolista vende o produto para diferentes compradores por preços
diferentes, mas cada unidade vendida para um grupo de compradores é vendida ao
mesmo preço. Esta é a forma mais comum de discriminação de preços que se aplica
bastante nos descontos para idosos, estudantes, ou as diferentes classes de tarifas
aéreas.

3. OLIGOPÓLIO
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3.1 Definição e causas do Oligopólio


Designa-se por oligopólio a situação de um mercado com um número reduzido de
empresas, de tal forma que cada uma tem que considerar os comportamentos e as
reações das outras quando toma decisões de mercado. A característica fundamental
do oligopólio é a existência da interdependência entre as empresas. Dado a
importância de cada empresa no setor, as decisões de uma quanto a preços,
qualidade, propaganda, etc., afetam o comportamento das demais. (MANKIW,
2005).
As causas típicas do aparecimento de mercados oligopolistas são a escala mínima
de eficiência e características da procura. Em tais mercados existe ainda alguma
concorrência, mas as quantidades produzidas são menores e os preços maiores do
que nos mercados concorrenciais (ainda que relativamente ao monopólio as
quantidades sejam superiores e os preços menores). Tipicamente, nos mercados
oligopolistas a concorrência incide em características dos produtos distintas do
preço (p. ex., qualidade, imagem, fidelização). (MANKIW, 2005).
3.2 Tipos de Oligopólio
O oligopólio pode ser dividido em dois tipos conforme descritos abaixo: (Paulo
Nunes, 2007)
Oligopólio Puro: Neste tipo de oligopólio os produtos são homogêneos (substitutos
perfeitos) como por exemplo: indústria de cimento, alumínio, aço, etc.
Oligopólio Diferenciado: Neste tipo de oligopólio os produtos são diferenciados
como, por exemplo: indústria automobilística, de cigarros, informática, etc.
3.3 Formas de Oligopólio
Existem quatro formas básicas de oligopólio: (TOSCHI, 2002).
Cartel: Associação entre empresas do mesmo ramo de produção com objetivo de
dominar o mercado e disciplinar a concorrência. As partes entram em acordo sobre o
preço, que é uniformizado geralmente em nível alto, e quotas de produção são
fixadas para as empresas membro. No seu sentido pleno, os cartéis começaram na
Alemanha no século XIX e tiveram seu apogeu no período entre as guerras
mundiais. Os cartéis prejudicam a economia por impedir o acesso do consumidor à
livre concorrência e beneficiar empresas não rentáveis. Tendem a durar pouco
devido ao conflito de interesses. Cartel é uma organização formal ou informal de
produtores dentro de um setor, que determina a política de todas as empresas do
cartel, fixando preços e a repartição (cota) do mercado entre empresas.
As cotas podem ser:
Perfeitas (cartel perfeito): todas as empresas têm a mesma participação. A
administração do cartel fixa um preço comum e divide igualmente o mercado, agindo
como um bloco monopolista. É a chamada “solução de monopólio”.
Imperfeitas (cartel imperfeito): existem empresas líderes que fixam os preços,
ficando com a maior cota. As demais empresas concordam em seguir os preços do
líder.
Truste: Reunião de empresas que perdem seu poder individual e o submetem ao
controle de um conselho de trustes. Surge uma nova empresa com poder maior de
influência sobre o mercado. Geralmente tais organizações formam monopólios. Os
trustes surgiram em 1882 nos EUA, e o temor de que adquirissem poder muito
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grande e impusessem monopólios muito extensos fez com que logo fossem
adotadas leis antitrustes, como a Lei Sherman, aprovada pelos norte-americanos em
1890.
Os trustes podem ser:
Horizontais: Quando as empresas que os compõem são homogêneas e atuam num
mesmo ramo da produção (como o tabagista ou o automobilístico, por exemplo).
Verticais: Quando o conjunto de empresas produz desde a matéria-prima até o
produto acabado, atuando, portanto, em diferentes ramos (uma empresa de
mineração que controla os altos-fornos e a laminação do aço, por exemplo).
Holding: Empresa, que pela posse majoritária das ações, mantém o controle e
administra outras empresas (subsidiárias). O Holding geralmente nada produz,
centralizando o controle de um complexo de empresas. Considerado uma das
formas mais avançadas do capitalismo, pois permite uma determinada estrutura
controle investimentos muitas vezes superiores e em outros países.
Existem duas modalidades de holding:
Pura: Que é quando o seu objetivo social consta somente a participação no capital
de outras sociedades.
Mista: Quando, além da participação, ela serve também à exploração de alguma
atividade empresarial.
Um exemplo de uma holding é quando uma determinada empresa fabrica sapatos e
gostaria também de fabricar tênis, porém não possui experiência na fabricação. Para
solucionar este problema, ela procura uma empresa que fabrica tênis e faz uma
parceria, e então ambas fazem outra parceria com uma rede de lojas varejistas para
vender os produtos.
Conglomerados: Um conglomerado é algo obtido por conglomeração (juntar,
amontoar, unir fragmentos).Várias empresas que atuam em setores diversos se
unem para tentar dominar determinada oferta de produtos e/ou serviços, sendo em
geral administradas por uma holding. Um exemplo são as grandes corporações que
dominam desde a extração da matéria-prima como o transporte de seu produto já
industrializado, ou seja, um truste. Um exemplo de conglomerado é a empresa
Mitsubishi, que fabrica desde carros até canetas ou a LG Group, que fabrica de
celulares, notebooks e televisores. Outros exemplos são o Grupo Votorantim a
PEPSICO e Grupo Silvio Santos.
4. CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA
4.1 Definição e causas da Concorrência Monopolística
A concorrência monopolista (também chamada de concorrência imperfeita) é uma
estrutura de mercado em que são produzidos bens diferentes, entretanto, com
substitutos próximos passíveis de concorrência. Trata-se de uma estrutura de
mercado intermediária entre a concorrência perfeita e o monopólio, mas que não se
confunde com o oligopólio, pelas seguintes características: (KUPFER, 2002).
 Número relativamente grande de empresas com certo poder concorrencial,
porém com segmentos de mercados e produtos diferenciados, seja por
características físicas, embalagem ou prestação de serviços complementares;
 Margem de manobra para fixação dos preços não muito ampla, uma vez que
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existem produtos substitutos no mercado;


 Muitos compradores e muitos vendedores;
 Consumidores têm as suas preferências definidas e vendedores tentam
diferenciar os seus produtos, daqueles produzidos pelos seus concorrentes
diretos, ou seja, os bens e serviços são heterogêneos;
 Existem barreiras de entrada, como diferenciação do produto, canais de
distribuição (quanto mais controlada a distribuição no atacado e no varejo
mais difícil é à entrada de novos concorrentes).

Essas características acabam dando um pequeno poder monopolista sobre o preço


de seu produto, embora o mercado seja competitivo (daí o nome concorrência
monopolista). (KUPFER, 2002).
4.2 Exemplos reais de Concorrências Monopolísticas
Segue alguns exemplos de Concorrências Monopolísticas:
 Lanchonetes: Mac Donalds, Giraffas, Habib´s, Burguer King, Bobs
 Empresas de Informática: Apple, Compac, HP, Sony
 Fabricantes de Cigarros: Souza Cruz, Philip Morris, Cia Sul-americana de
Tabacos;
CONCORRÊNCIA PERFEITA
5.1 Definição e causas da Concorrência Perfeita
A estrutura de mercado caracterizada por concorrência perfeita é uma concepção
mais teórica, ideal, porque os mercados altamente concorrenciais existentes, na
realidade, são apenas aproximações desse modelo, posto que, em condições
normais, sempre parece existir certo grau de imperfeição que distorce o seu
funcionamento. Portanto o conceito de concorrência perfeita é usado apenas por seu
valor analítico, pois não existe na prática. (Paulo Nunes, 2007).
O seu conhecimento é importante não só como estrutura ideal, que é empregada em
muitos estudos que procuram descrever o funcionamento econômico de uma
realidade complexa, como também pelas inúmeras consequências derivadas de
suas hipóteses, que condicionam o comportamento dos agentes econômicos em
diferentes mercados. (Paulo Nunes, 2007).
As hipóteses do modelo de concorrência perfeita são:
 Existe um grande numero de compradores e vendedores. Um grande número
de compradores e vendedores se refere não a um valor acima de uma
determinada quantidade, mas sim a que o preço do e dado para as firmas e
para os consumidores; (Paulo Nunes, 2007).
 Os produtos são homogêneos, isto é, são substitutos perfeitos entre si; dessa
forma não pode haver preços diferentes no mercado; (Paulo Nunes, 2007).
 Existe completa informação e conhecimento sobre o preço do produto; esta
hipótese é conhecida como transparência de mercado; (Paulo Nunes, 2007).
 Entrada e saída de firmas no mercado são livres, não havendo barreiras. Esta
hipótese também é conhecida como livre mobilidade. Isso permite que as
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empresas menos eficientes saiam do mercado e que nele ingressem firmas


mais eficientes. (Paulo Nunes, 2007).

5.2 Características da Concorrência Perfeita


A característica do mercado em concorrência perfeita é que, a longo prazo, não
existem lucros extras ou extraordinários (onde as receitas superam os custos), mas
apenas os chamados lucros normais, que representam a remuneração implícita do
empresário (seu custo de oportunidade, ou o que ele ganharia se aplicasse seu
capital em outra atividade, que pode ser associado a uma espécie de rentabilidade
média de mercado). Assim, no longo prazo, quando a receita total iguala o custo
total, o lucro extraordinário é zero, embora existam lucros normais, pois nos custos
totais estão incluídos os custos implícitos (que não envolvem desembolso), o que
inclui os lucros normais. A hipótese de que a empresa, individualmente, seja incapaz
de alterar o preço do produto tem uma consequência importante, porque implica a
curva de demanda do produto ser perfeitamente elástica, ou seja, horizontal.
Em concorrência perfeita, como o mercado é transparente, se existirem lucros
extraordinários, isso atrairá novas firmas para o mercado, pois que também não há
barreiras ao acesso. Com o aumento da oferta de mercado (devido ao aumento no
número de empresas), os preços de mercado tenderão a cair, e consequentemente
os lucros extras, até chegar a uma situação onde só existirão lucros normais,
cessando o ingresso de novas empresas nesse mercado. (Paulo Nunes, 2007).

CONCLUSÃO
Este trabalho acadêmico visou conceituar e expor modelos econômicos e teorias de
concorrência, realçando assim a pluralidade que é a economia. Além disso,
apresentou de uma forma sistêmica as estruturas de mercado Monopólio, Oligopólio,
Concorrência Monopolística e Concorrência Perfeita de forma a compará-las
mostrando exemplos reais do mercado nacional e internacional. Também, foi
possível verificar que a economia se resume basicamente em conseguir os preços
certos através da quantidade certa vendida. A permanência da hipótese de perfeito
conhecimento e maximização de lucros nos modelos de monopólio e competição
monopolística, isto é, a racionalidade perfeita do tomador de decisões, leva a que
todas as modificações teóricas feitas a seguir continuem a se construir como um
caso especial, do caso geral, a competição perfeita. Tudo mais que não se enquadre
nas hipóteses básicas do modelo é considerado uma falha ou imperfeição de
mercado.
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REFERÊNCIAS BIBLIORAFICAS
CIÊNCIAS ECONOMICAS EMPRESARIAIS. Economia. Concorrência Perfeita.
Disponível em: <http://w.knoow.net/cienceconempr/economia/concorrperfeita.htm>
acessado em 01/08/2021 às 10h07min. (Autor: Paulo Nunes)
CIÊNCIAS ECONOMICAS EMPRESARIAIS. Economia. Conceitos de Oligopólio.
Disponível em : <http://w.knoow.net/cienceconempr/econom ia/oligopolio.htm>
acessado em 01/08/2021 às 12h07min. (Autor: Paulo Nunes)
ECONOMIA. Acadêmico. Teorias. Oligopólio. Disponível em:
<http://w.economiabr.net/teoria_escolas/oligopolio.html> acessado em 30/1/2009 às
12h40min. (Autor: Emerson Luis Toschi)
KUPFER, David. Economia Industrial: Fundamentos Teóricos e Práticos no Brasil.
Rio de Janeiro: Campus, 2002.
MANKIW, N. Gregory. Introdução à Economia: Princípios de micro e
macroeconomia. Rio de Janeiro: Campus, 2005.
VASCONCELLOS, Marco Antônio S. e GARCIA, Manuel E. Fundamentos de
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economia. São Paulo: Saraiva, 2004.


WAGNER, Roberto Machado. Economia I – Apostila. Edição própria. 2007.
VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval de. Economia: micro e macro. 3ª. Ed.
São Paulo: Atlas, 2002.
http://www.coladaweb.com/economia/estruturas-de-mercado
http://www.zemoleza.com.br/trabalho-academico/humanas/economia/analise-das-
estruturas-de-mercado/
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAeWYAD/estruturas-mercado?

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