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Curso: Teórico CFO-PMMG 2021


Data:
Disciplina: Direito Administrativo
Professor: Núbia de Paula
Bloco: 06 e 07

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Monitora: Thaianny Souza

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Bloco 06

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c) Responsabilidade civil: Depende do objeto social das estatais.

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• Se presta serviço público: Responsabilidade objetiva (art. 37, § 6º, CF). Aqui temos conduta
+ nexo causal + dano.
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• Se explora atividade econômica: A regra é o art. 927, CC. A responsabilidade será subjetiva
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e direta. Ainda, o ente criador só responde subjetivamente. Será analisada a conduta do


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agente, ou seja, se ela foi dolosa ou culposa. Aqui temos conduta dolosa ou culposa + nexo
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causal + dano.
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Independentemente se a responsabilidade for subjetiva ou objetiva, ela vai ser sempre


subsidiária do ente criador. Portanto, as estatais respondem subjetiva ou objetivamente
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diretamente.
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w.

Ex.: Pedro é agente de uma estatal, ele causa dano a Maria. Assim sendo, Maria vai acionar
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a estatal. Ela somente poderá acionar o ente criador esgotado o patrimônio da estatal.

d) Imunidade tributária: Depende.

• Se a estatal presta serviço público: Gozam da imunidade tributária, com relação ao


patrimônio, rendas e serviços que sejam essenciais (art. 150, VI, “a”, CF). Contudo, o STF
reconhece essa imunidade tributária, desde que este serviço seja remunerado por taxa. Isso
porque a remuneração por taxa indica que é um serviço obrigatório, ou seja, compulsório.
Portanto, não haverá concorrência.

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• Se a estatal explora atividade econômica

- Em regime de monopólio: Tem imunidade tributária, com relação ao patrimônio, rendas e


serviços que sejam essenciais (art. 150, VI, CF). No caso de monopólio, ao dar a imunidade
tributária à empresa pública, não viola qualquer garantia da empresa privada.

- Em regime de concorrência: Não tem imunidade tributária, pois o art. 173, CF, veda
tratamento diferenciado entre estatais e empresas privadas.

e) Prerrogativas processuais: Não gozam de prerrogativas processuais, pois são pessoas

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jurídicas de direito privado.

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f) Licitação: Em regra, é obrigatória. As regras gerais estarão na Lei 13.303/16, também na referida

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lei estão os casos excepcionais, onde pode haver a contração de bens, produtos e serviços sem a
realização do processo licitatório.

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g) Prestação de contas/natureza dos atos: Em que pese ser pessoa jurídica de direito privado,
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haverá sim prestação de contas, pois recebe dinheiro público.
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A natureza jurídica dos atos é privada, já o regime jurídico é híbrido, portanto, segue normas
de direito público + normas de direito privado.
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3.2- Peculiaridades
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Veremos, agora, as diferenças entre uma empresa pública e uma sociedade de economia
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mista.
Já chamando a atenção de que o ponto que mais cai em prova é em relação ao foro
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processual.
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a voto pertençam em sua maioria à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios ou a
entidade da administração indireta.

b.1) Capital: O capital é misto, ou seja, parte público e parte privado.

Limite? O poder público tem que ter controle societário. Ou seja, a maioria das ações com
direito a voto têm que pertencer ao poder público. não importa se o poder público não tem a maioria
do capital social, mas tem que ter o controle societário. Isso está previso no art. 4º da Lei das
Estatais.

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b.2) Forma societária: Toda sociedade de economia mista é sociedade anônima. É regida pela

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Lei n. 6.404/76.

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b.3) Foro processual: Sempre terá foro na Justiça Comum Estadual.

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Súmula 556, STF: É competente a justiça comum para julgar as causas em que é parte
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sociedade de economia mista.
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Súmula 42, STJ: Compete a justiça comum estadual processar e julgar as causas cíveis em
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que é parte sociedade de economia mista e os crimes praticados em seu detrimento.


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Exceção: Súmula 517, STF: As sociedades de economia mista só têm foro na Justiça
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Federal, quando a União intervém como assistente ou opoente.


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Portanto, a sociedade de economia mista terá foro na Justiça Federal apenas quando a
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União intervir no feito como assistente ou opoente.


w.

4- Fundações públicas
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Art. 5º, IV, do Decreto-Lei 200/67: Fundação Pública - a entidade dotada de personalidade
jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o
desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público,
com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e
funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes.

O conceito acima transcrito é o chamado conceito regra ou conceito legal. Por ele, podemos
ver que fundações públicas são pessoas jurídicas de direito privado, que são autorizadas por lei,

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para prestação de serviço público, por isso não tem fins lucrativos. Chamada também de fundação
governamental.

O STF, através do RE 101126/RJ disse que o ente criador pode dotar a fundação pública de
personalidade jurídica de direito público, aí que surge a fundação jurisprudencial. Quando a
administração pública manifesta a vontade de criação de uma fundação, ela pode escolher se esta
terá personalidade jurídica de direito público ou de direito privado, a depender do objeto social.

Na prova

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• Se vier a seguinte afirmativa: “Sobre as fundações públicas, é correto afirmar que elas são

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pessoas jurídicas de direito privado”. Se a questão trouxer somente fundação pública e não

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disser mais nada, é a regra legal, portanto, será fundação pública de direito privado.

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• Se disser: “Sobre as fundações públicas, pessoas jurídicas de direito privado...”, está
tratando da fundação pública jurisprudencial.
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4.1- Criação
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a) Fundações autárquicas: É a exceção. São pessoas jurídicas de direito público. Jurisprudência


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do STF.
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São equiparadas as autarquias. Assim sendo, tudo o que foi dito sobre as autarquias também
será aplicado às fundações autárquicas.
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O

São criadas por lei, portanto, as fundações públicas de direito público nascem com
w.

personalidade jurídica.
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b) Fundações governamentais: É a regra. São pessoas jurídicas de direito privado. Está na lei.

São equiparadas as empresas estatais que prestam serviço público. Assim sendo, tudo o
que foi dito sobre as empresas estatais também será aplicado às fundações governamentais.

São autorizadas por lei. Portanto, é necessária a lei + o registro no cartório competente
para adquirir personalidade jurídica.

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4.2- Imunidade tributária

Todas gozam de imunidade tributária, com relação ao patrimônio, rendas e serviços que
sejam essenciais.

4.3- Foro processual

a) Fundação pública de direito público: Como ela segue a regra da autarquia, vai seguir a
organização judiciária.

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Se federal → Justiça Federal

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Se estadual, municipal e distrital → Justiça Comum Estadual

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b) Fundação pública de direito privado: Adota-se a regra da sociedade de economia mista,
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portanto, se forem pessoas jurídicas de direito privado, vão ter foro na Justiça Comum Estadual.
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Exceção: Justiça Federal, se a União intervir no feito.


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Bloco 07
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Atos administrativos
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1- Conceito de ato administrativo


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O

Ato administrativo é a declaração unilateral de vontade da administração pública ou de que


w.

lhe faça as vezes, no uso de prerrogativas públicas, destinada a cumprir concretamente a lei e
ww

sujeita a controle de legalidade pelo Poder Judiciário.

Declaração unilateral: Basta uma vontade. Basta o atuar da administração pública para que
o ato seja perfeito, ou seja, para que o ato exista. O ato administrativo, para que ele exista, não
depende da anuência do destinatário/particular. Gera obrigação, mas não precisa da anuência da
outra parte para que ela se materialize.

Tem que ter vontade. Se não é vontade, não é ato. Por isso é que existe uma diferença entre
ato e fato administrativo. O ato administrativo tem a manifestação de vontade de pelo menos uma
das partes, que é a administração pública. O fato é uma consequência que traz repercussão no

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direito administrativo. Nem todo fato administrativo, decorre de um ato administrativo, mas todo ato
administrativo gera um fato administrativo.

Ex.: Morte natural de um servidor: Se um servidor vem a óbito por causas naturais, isso gera
repercussão no direito administrativo. Gera vacância do cargo, efeitos de pensão aos seus
descendentes. Isso não decorreu de um ato da administração, não foi ela quem matou o servidor.

Praticada pela administração pública: Pode ser tanto pela administração pública direta,
quanto pela administração pública indireta ou; de quem lhe faça as vezes, que são os particulares
que prestam serviço público, como por exemplo, os concessionários, os permissionários, são os

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delegatórios de serviço público. Esse ato administrativo vai ocorrer internamente ou externamente,

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mas é necessário um vínculo com a administração pública.

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No uso de prerrogativas públicas: Regida pelo direito público. É o regime jurídico

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administrativo. O conjunto de normas que vão reger esse ato administrativo. Por isso que ato
administrativo tem prerrogativas que o ato privado não tem. A administração pública, que está
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atuando no interesse coletivo, vai poder valer a sua supremacia sobre o interesse particular.
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A cumprir concretamente a lei: A lei vai estabelecer os requisitos do ato administrativo, para
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que ele seja válido.


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Sujeita a controle de legalidade do Poder Judiciário: A administração pública não tem um


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poder absoluto sobre o particular, mas sim um poder supremo. O Poder Judiciário pode anular o
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ato administrativo por vício de ilegalidade, pois o administrador não respeitou os limites expressos
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na lei.
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2- Atos administrativos e atos da administração


w.
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A administração pública é vista sobre o aspecto SUFOR ou FUMO. Significa que a


administração pública pode ser os seus sujeitos ou a própria função administrativa.

Esses sujeitos e função administrativa, em regra, são materializados pelo Poder Executivo.
Então, é o Poder Executivo que representa a administração pública.

2.1- Atos da administração que não são atos administrativos

Nem todo ato que o Executivo vai praticar é configurado como ato administrativo.

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São eles:

a) Atos regidos pelo direito privado: Todo ato administrativo é regido pelo direito público. Logo,
se o ato praticado pela administração pública for regido pelo direito privado, ele não é ato
administrativo.

Ex.: A administração pública vai efetuar a locação de determinado imóvel privado, que está
em um anúncio. Entra em contrato com o proprietário e a acerta a locação. A lei que vai reger essa
locação é a Lei n. 8.2045/91 (lei de locação). Essa lei é do direito privado, portanto, não é um ato
administrativo.

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b) Atos políticos (ou atos de governo): Tem respaldo na CF.

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Ex.: Anistia, indulto, veto de uma lei, intervenção federal.

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c) Atos materiais: São atos esvaziados de vontade, não tem manifestação de vontade. É a mera
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execução de ordens, de procedimentos.
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2.2- Atos administrativos que não são atos da administração


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São atos administrativos praticados pelo Poder Legislativo ou Poder Judiciário.


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Os Poderes são criados para o exercício de uma função típica. A função típica do Poder
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Legislativo é a edição de leis. A função típica do Poder Executivo é o cumprimento da lei. A função
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típica do Poder Judiciário é a fiscalização e o controle da lei e da legalidade.


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Contudo, por muitas vezes, esses poderes podem exercer funções atípicas.
w.
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O Poder Legislativo e o Poder Judiciário podem praticar atos administrativos, quando eles
estiverem no exercício de suas funções atípicas, mas que são típicas do Poder Executivo e
enquadram nos atos administrativos.

Tipicamente, quem pratica o ato administrativo é o Poder Executivo, mas, em caráter


excepcional, o Poder Legislativo e o Poder Judiciário também pode praticar ato administrativo.

Ex. 1: Legislativo realizando um concurso público.

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Ex. 2: Poder Judiciário instaurando um processo administrativo para punir um servidor.

3- Perfeição, eficácia e validade do ato administrativo

3.1- Perfeição

Significa que o ato administrativo foi concluído, está pronto, completou o ciclo necessário
para a sua formação.

O ato teve início, meio e fim. Ele está pronto. Ele existe no mundo jurídico.

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Quando se fala em perfeição, não tem nada a ver com o ato ser legal. Não há análise de

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conformidade com a lei. Na perfeição o ato só está pronto.

S
O
3.2- Validade
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No pressuposto de validade observa-se o ato foi editado de acordo com a lei.
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Para saber um negócio jurídico é válido deve ser observado o art. 104, CC, o qual preconiza
S

que deve ter: agente capaz; objeto lícito, possível, determinado ou determinável e; forma prescrita
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ou não defesa em lei.


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No direito administrativo também temos os requisitos de validade dos atos administrativos.


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O objeto, a forma, o motivo e a finalidade têm que ser de acordo com a lei.
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Nesse sentido, a lei vai trazer requisitos, os chamados elementos do ato administrativo.
Portanto, para o ato administrativo ser válido, ele precisa ter todos os elementos/requisitos, que
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vão versar sobre a validade do ato.


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3.3- Eficácia

Eficácia é a produção de efeito.

Essa produção de efeito pode ser imediata ou postergada (quando tiver uma condição
suspensiva, como por exemplo, vacatio legis).

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Essa presunção é relativa, chamada de juris tantum, ou seja, aquela que admite prova em
contrário.

Significa que o ato administrativo se presume legal, legítimo, para impor cumprimento. Se
ele fosse presumidamente ilegal, ninguém ia cumprir o ato administrativo.

Ex.: Chega uma autuação de multa para você. Até que você prove o contrário, ela é legítima.
Se você não recorrer, ela vai virar uma multa e vai impor cumprimento.

A consequência prática é que a partir da prática do ato pela administração pública, ele já

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começa a gerar, produzir efeitos.

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O destinatário só eximirá do cumprimento se provar a ilegalidade do ato. Se não provar, ele

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é autoexecutável.

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4.2- Imperatividade ou coercibilidade D
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É o chamado poder extroverso do Estado, que é aquele poder que vincula o destinatário
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independentemente da sua anuência, da sua vontade. Por isso, o ato administrativo é unilateral.
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Essa característica não está presente em todos os atos administrativos. Ela é presente
eminentemente em ato administrativo derivado do poder de polícia.
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Assim sendo, existem atos que só são praticados porque o particular concorda/anui.
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O

Ex.: Licenças, autorizações, admissões. Todas dependem de ato de anuência/vontade do


particular.
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