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ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO

CONSULTORIA-GERAL DA UNIÃO
CONSULTORIA JURÍDICA DA UNIÃO ESPECIALIZADA VIRTUAL DE SERVIÇOS SEM DEDICAÇÃO EXCLUSIVA
DE MÃO-DE-OBRA
COORDENAÇÃO GERAL - SEM DEDICAÇÃO EXCLUSIVA MDO
RUA SANTA CATARINA, 480 - 6º ANDAR LOURDES BELO HORIZONTE CEP 30.170-081

PARECER REFERENCIAL n. 00004/2020/COORD/E-CJU/SSEM/CGU/AGU

NUP: 00688.001305/2020-17
INTERESSADOS: CONSULTORIA JURÍDICA DA UNIÃO ESPECIALIZADA VIRTUAL DE SERVIÇOS
SEM DEDICAÇÃO EXCLUSIVA DE MÃO-DE-OBRA
ASSUNTOS: CONTRATO DE LOCAÇÃO. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA COMO LOCATÁRIA.
PRORROGAÇÃO DO PRAZO DE VIGÊNCIA.

EMENTA: DIREITO ADMINISTRATIVO. LICITAÇÕES E CONTRATOS. PRORROGAÇÃO


DO PRAZO DE VIGÊNCIA DE CONTRATOS DE LOCAÇÃO EM QUE A ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA FIGURE COMO LOCATÁRIA.
1. PRELIMINARMENTE. Da manifestação jurídica referencial. A Orientação Normativa AGU nº
55, de 23 de maio de 2014.
2. LIMITES DA CONTRATAÇÃO E INSTÂNCIAS DE GOVERNANÇA. O Decreto nº 10.193, de 27
de dezembro de 2019, e suas disposições específicas sobre contratos de locação de imóvel.
3. PRORROGAÇÃO DO CONTRATO.
3.1. Legislação aplicável: art. 62, § 3º da Lei nº 8.666, de 1993; arts. 51 a 57 da Lei nº
8.245, de 1991; IN nº 5, de 2017, da Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento,
Desenvolvimento e Gestão. Inaplicabilidade da regra do artigo 57, II, da Lei 8.666/1993, que
limita o prazo total, incluídas as prorrogações, a sessenta meses (Orientação Normativa nº
6, de 01.04.2009).
3.2. Requisitos para prorrogação: a) contrato em vigor, celebrado por escrito e com prazo
determinado; b) previsão sobre a prorrogação de prazos no instrumento convocatório e/ou
contrato; c) não ocorrência de solução de continuidade; d) manifestação expressa da
Contratada informando o interesse na prorrogação; e) justificativa da prorrogação
(demonstração da natureza continuada da necessidade pública); f) consulta a outros órgãos
públicos, especialmente à Secretaria de Patrimônio da União (SPU), sobre a existência de
imóvel com as características pretendidas; g) autorização prévia para a
prorrogação emitida pela autoridade competente; h) comprovação de que o locador
mantém as condições iniciais de habilitação; i) demonstração de que o valor do contrato
permanece economicamente vantajoso para a Administração, mediante a realização de
avaliação prévia e pesquisa de mercado; j) existência de disponibilidade orçamentária para
fazer frente às despesas decorrentes da prorrogação; k) declaração de que as mesmas
condições ensejadoras da contratação direta permanecem presentes, se for o caso; l)
manifestação do Fiscal do Contrato discorrendo sobre a execução do contrato com
informações de que os serviços tenham sido prestados regularmente.
4. REAJUSTE CONTRATUAL.
4.1. Reajuste em sentido estrito. Direito do contratado. Impossibilidade de preclusão
(Parecer n. 00079/2019/DECOR/CGU/AGU).
4.2. Requisitos para aplicação de reajuste: previsão no contrato; demonstração da natureza
continuada da necessidade pública; aplicação do índice previsto contratualmente;
observância do interregno mínimo de 01 (um) ano.
5. MINUTA DO TERMO ADITIVO.
6. PUBLICIDADE.
7. CONCLUSÃO. Atestado de adequação do processo ao Parecer Referencial . Desde que o
Órgão assessorado atenda as orientações exaradas no Parecer Referencial, é juridicamente
possível dar prosseguimento ao processo, prorrogando sua vigência e/ou alterando seu
valor, sem submeter os autos à e-CJU/SSEM, consoante Orientação Normativa nº 55, do
Advogado-Geral da União.

I. RELATÓRIO

Da manifestação jurídica referencial. A Orientação Normativa AGU nº 55, de 23 de maio de


2014.

1. A presente manifestação jurídica referencial tem por objetivo reunir em um único arrazoado
os entendimentos jurídicos homogêneos que esta unidade Consultiva emite em seus Pareceres sobre o
tema da prorrogação do prazo de vigência de contratos de locação em que a Administração Pública
figure como locatária.
2. O intuito é tornar dispensável o envio de processos versando sobre a matéria objeto desta
manifestação jurídica referencial, sem que isso implique em amesquinhamento da atuação consultiva ou
fragilização da prestação do assessoramento jurídico imposto por lei (art. 11, VI, da Lei Complementar n.
73/1993; art. 38, VI e parágrafo único, da lei n. 8.666/1993).

3. Com efeito, a Orientação Normativa nº 55, de 23 de maio de 2014, do Advogado-Geral da


União, inaugurou a denominada manifestação jurídica referencial no âmbito da Advocacia-Geral da
União, em resposta aos reclames por uma maior racionalização, celeridade, eficiência e economicidade
da atuação dos seus órgãos consultivos.

4. Veja-se o que dispõe a ON n.º 55/2014:

ORIENTAÇÃO NORMATIVA Nº 55, DE 23 DE MAIO DE 2014.


O ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO, no uso das atribuições que lhe conferem os incisos I, X, XI
e XIII, do art. 4º da Lei Complementar nº 73, de 10 de fevereiro de 1993, considerando o
que consta do Processo nº 56377.000011/2009-12, resolve expedir a presente orientação
normativa a todos os órgãos jurídicos enumerados nos arts. 2º e 17 da Lei Complementar
nº 73, de 1993:
I - Os processos que sejam objeto de manifestação jurídica referencial, isto é, aquela que
analisa todas as questões jurídicas que envolvam matérias idênticas e recorrentes, estão
dispensados de análise individualizada pelos órgãos consultivos, desde que a área técnica
ateste, de forma expressa, que o caso concreto se amolda aos termos da citada
manifestação.
II - Para a elaboração de manifestação jurídica referencial devem ser observados os
seguintes requisitos: a) o volume de processos em matérias idênticas e recorrentes
impactar, justificadamente, a atuação do órgão consultivo ou a celeridade dos serviços
administrativos; e b) a atividade jurídica exercida se restringir à verificação do atendimento
das exigências legais a partir da simples conferência de documentos.
Referência: Parecer nº 004/ASMG/CGU/AGU/2014.

5. Como se pode observar, a construção de uma manifestação jurídica referencial depende da


comprovação de que o volume de processos possa impactar, justificadamente, a atuação do órgão
consultivo ou a celeridade dos serviços administrativos. Além disso, deve-se comprovar que a atividade
jurídica que seria demandada se restringiria à mera conferência de documentos ou à enunciação-padrão
de adequação jurídica da instrução ou conclusão firmada pela área técnica.

6. Quanto ao primeiro requisito, tem-se que o volume de processos em matérias idênticas e


recorrentes impacta a atuação deste órgão consultivo, bem como a celeridade dos serviços
administrativos, em desprestígio ao princípio da razoável duração do processo, e, ocasionalmente, à
segurança jurídica. Deveras, a multiplicidade desse tipo de demanda traz impactos negativos no tempo
em que os advogados poderiam se dedicar ao estudo e aprofundamento de matérias verdadeiramente
complexas e relevantes, nos mais variados temas.

7. A presente proposta de padronização diminuirá a necessidade de análise individualizada


dos processos relativos a prorrogações de vigência dos contratos de locação, prestigiando o princípio da
eficiência e uniformizando a atuação do órgão jurídico neste tipo de matéria repetitiva, sem prejuízo da
segurança jurídica necessária à prática do ato. Proporcionará ainda o redimensionamento da atuação
consultiva para análise das demandas e consultas jurídicas mais complexas e relevantes.

8. Ademais, a presente manifestação referencial pode ser considerada, sob certa perspectiva,
uma continuidade da política de tratamento conferida por esta e-CJU SSEM relativamente ao macrotema
da desburocratização e simplificação dos procedimentos de prorrogação do prazo de vigência
contratual iniciado pelo Parecer Referencial n. 00002/2020/COORD/E-CJU/SSEM/CGU/AGU. Como
visto naquela ocasião, o quantitativo de processos distribuídos acerca deste
macrotema representava cerca de 1/4 de toda a movimentação da e-CJU SSEM.

9. Quanto ao segundo requisito, saliente-se que a dispensa de análise jurídica individualizada


de processos que tenham por objeto a prorrogação do prazo de vigência de contratos de locação em
que a Administração Pública figure como locatária, justifica-se em razão deste tipo de processo ser, em
geral, de baixa complexidade, instruído com atos e documentos de cunho meramente administrativo
e revestidos de certa singeleza, cuja conferência é de atribuição dos agentes responsáveis pela
instrução do processo. De fato, em casos como tais, a atividade jurídica acaba por se restringir à
verificação do atendimento das exigências legais a partir da simples conferência de documentos.

10. Não se está a dizer que esses processos jamais deverão ser encaminhados ao órgão jurídico
consultivo. Questões de natureza jurídica que eventualmente sobressaiam de um processo e que
suscitem dúvidas específicas no gestor público quanto a forma de proceder podem e devem
ser pontualmente submetidas à análise da unidade consultiva sempre que o órgão assessorado
entender necessário.

11. Pelo exposto , considerando que, a uma, todo o contorno jurídico que envolve o processo
de prorrogação do prazo de vigência desse tipo de contrato, com ou sem reajuste, já está contido no
presente Parecer Referencial; a duas, a pluralidade de processos com matéria jurídica idêntica
a impactar a atuação do órgão consultivo; e, por fim, a análise dos mesmos demandar mera atividade
burocrática de conferência documental, resta configurado que a situação objeto de análise se amolda às
diretrizes traçadas na Orientação Normativa n° 55/2014, dispensando-se a submissão
individualizada e obrigatória de processos versando sobre esta matéria à análise unidade
consultiva.

12. Por fim, registre-se que compete ao Órgão assessorado atestar que o assunto tratado no
processo corresponde àquele versado na manifestação jurídica referencial, para o fim de não
encaminhamento do mesmo. Decorre daí, que não se deve adotar como praxe o envio dos autos para a
e-CJU deliberar se a análise individualizada se faz necessária ou não, pois o escopo da manifestação
referencial é justamente eliminar esse trâmite.

II. ANÁLISE

II.1. LIMITES DA CONTRATAÇÃO E INSTÂNCIAS DE GOVERNANÇA.

13. No âmbito do Poder Executivo Federal, o Decreto nº 10.193, de 27 de dezembro de


2019, estabeleceu limites e instâncias de governança para a contratação de bens e serviços.
Dentro desse contexto, fixou também uma condição expressa acerca da necessidade de autorização
especial para a prorrogação dos contratos de locação em vigor:

Art. 5º A celebração de contratos de locação de imóvel e a prorrogação dos contratos de


locação em vigor, com valor igual ou superior a R$ 10.000,00 (dez mil reais) por mês, serão
autorizadas por ato do Ministro de Estado, do titular de cargos de natureza especial ou do
titular de órgão diretamente subordinado ao Presidente da República, vedada a delegação
de competência..

14. Desta feita, caso o valor mensal da presente locação seja igual ou superior a R$10.000,00
(dez mil reais) por mês, mostra-se obrigatória, como condição necessária para a juridicidade da
prorrogação, a prévia obtenção e a consequente juntada ao processo da respectiva autorização do
Ministro de Estado ou da autoridade similar, conforme estatui o referido art. 5º do Decreto nº
10.193/2019, devendo o órgão assessorado providenciar a juntada aos autos da respectiva
autorização.

15. Recomenda-se, igualmente, que a área técnica do Órgão verifique a eventual existência de
outros atos normativos (Decretos, Portarias etc) no âmbito de sua estrutura organizacional que preveja
“limites”, "contingenciamento orçamentário" ou a "restrição ao empenho de verbas”, com efeitos
aplicáveis ao caso concreto.

16. Observa-se, ademais, que o art. 4º do Decreto n.º 10.193/2019 exige a observância, nos
contratos de locação, de "área útil para o trabalho individual a ser utilizada por servidor, empregado,
militar ou terceirizado que exerça suas atividades no imóvel [...] estabelecida em ato da Secretaria de
Coordenação e Governança do Patrimônio da União da Secretaria Especial de Desestatização,
Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia" . Portanto, o cumprimento dessa exigência está
condicionado à edição, pelo Ministério da Economia, do ato complementar mencionado no caput do art.
4º do Decreto n.º 10.193/2019, não havendo esta Consultoria logrado êxito em localizar, por ora, o
normativo. Sem embargo disso, deverá a Administração se certificar da existência, ou não, do referido
ato, atestando nos autos a informação obtida.

II.2. PRORROGAÇÃO DO CONTRATO DE LOCAÇÃO.

II.2.1. Fundamento legal e inaplicabilidade das restrições previstas no art. 57 da


lei 8.666/93.

17. O art. 62, § 3º, da Lei de Licitações prevê, expressamente, que se aplicam aos contratos de
locação em que a Administração seja locatária o disposto nos arts. 55 e 58 a 61 da Lei n.º 8.666/93:

Art. 62. O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de concorrência e de tomada de


preços, bem como nas dispensas e inexigibilidades cujos preços estejam compreendidos
nos limites destas duas modalidades de licitação, e facultativo nos demais em que a
Administração puder substituí-lo por outros instrumentos hábeis, tais como carta-contrato,
nota de empenho de despesa, autorização de compra ou ordem de execução de serviço.
[....]
§ 3º Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61 desta Lei e demais normas gerais,
no que couber:
I - aos contratos de seguro, de financiamento, de locação em que o Poder Público
seja locatário, e aos demais cujo conteúdo seja regido, predominantemente, por
norma de direito privado;"

18. A disciplina legal justifica-se pelo fato de que a locação é uma das modalidades de contrato
que a Administração Pública celebra, predominantemente, sob as normas de direito privado. Admite a
legislação, apenas, a incidência de determinadas normas de direito público, visando a resguardar a
observância do princípio da legalidade e o respeito ao interesse público.
19. Observe-se que o artigo 57 da lei 8.666/93 - que trata da duração e prorrogação dos
contratos administrativos -, não foi mencionado pelo art. 62, § 3º entre as regras aplicáveis aos
contratos de locação em que o Poder Público seja locatário. Ao contrário, a Lei nº 8.666/93 (artigo 62, §
3º, inciso I) expressamente afasta a norma do artigo 57 nos casos de locação em que a Administração é
locatária. Esse tipo de ajuste, conquanto regido por algumas regras de direito público, sofre maior
influência de normas do direito privado, aplicando-se, na essência, as regras de locação previstas na Lei
nº 8.245/91 (Lei no Inquilinato), que prescreve:

Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o locatário terá direito a
renovação do contrato, por igual prazo, desde que, cumulativamente:
I - o contrato a renovar tenha sido celebrado por escrito e com prazo determinado;
II - o prazo mínimo do contrato a renovar ou a soma dos prazos ininterruptos dos contratos
escritos seja de cinco anos;
III - o locatário esteja explorando seu comércio, no mesmo ramo, pelo prazo mínimo e
ininterrupto de três anos.
§ 1º O direito assegurado neste artigo poderá ser exercido pelos cessionários ou sucessores
da locação; no caso de sublocação total do imóvel, o direito a renovação somente poderá
ser exercido pelo sublocatário.
§ 2º Quando o contrato autorizar que o locatário utilize o imóvel para as atividades de
sociedade de que faça parte e que a esta passe a pertencer o fundo de comércio, o direito
a renovação poderá ser exercido pelo locatário ou pela sociedade.
§ 3º Dissolvida a sociedade comercial por morte de um dos sócios, o sócio sobrevivente fica
sub - rogado no direito a renovação, desde que continue no mesmo ramo.
§ 4º O direito a renovação do contrato estende - se às locações celebradas por indústrias e
sociedades civis com fim lucrativo, regularmente constituídas, desde que ocorrentes os
pressupostos previstos neste artigo.
§ 5º Do direito a renovação decai aquele que não propuser a ação no interregno de um ano,
no máximo, até seis meses, no mínimo, anteriores à data da finalização do prazo do
contrato em vigor.

20. Tal entendimento está assentado em Orientação Normativa no âmbito da Advocacia-Geral


da União, a qual, a par de reconhecer a sujeição do ajuste predominantemente ao regime privatístico,
estabelece a inaplicabilidade do prazo máximo de 60 (sessenta) meses previsto no art. 57, II, da lei de
licitações ao caso:

ORIENTAÇÃO NORMATIVA AGU Nº 06/2009


A VIGÊNCIA DO CONTRATO DE LOCAÇÃO DE IMÓVEIS, NO QUAL A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
É LOCATÁRIA, REGE-SE PELO ART. 51 DA LEI Nº 8.245, DE 1991, NÃO ESTANDO SUJEITA AO
LIMITE MÁXIMO DE SESSENTA MESES, ESTIPULADO PELO INC. II DO ART. 57, DA LEI Nº
8.666, DE 1993.
INDEXAÇÃO: VIGÊNCIA. LIMITAÇÃO. CONTRATO DE LOCAÇÃO. IMÓVEL. ADMINISTRAÇÃO.
LOCATÁRIA.
REFERÊNCIA: art. 62, § 3º e art. 57 da Lei nº 8.666, de 1993; arts. 51 a 57 da Lei nº 8.245,
de 1991; Decisão TCU 828/2000 - Plenário.

21. Portanto, nos contratos de locação em que a Administração Pública figura como locatária, a
norma que disciplina a matéria da prorrogação do período de vigência do contrato é a lei nº 8.245/1991
(Lei do Inquilinato), não se sujeitando o ajuste ao limite máximo de 60 (sessenta) meses previsto no art.
57, II da Lei 8666/93.

II.2.2. Requisitos da prorrogação.

22. Examinando os dispositivos legais pertinentes, a interpretação a eles conferida pelos órgãos
desta Advocacia-Geral da União acerca do tema, bem como precedentes do TCU, verifica-se que, no
tocante à prorrogação (renovação) de prazos de vigência dos contratos de locação nos quais a
Administração Pública figure como locatária, devem ser observados os seguintes requisitos, a saber:

a) Contrato em vigor, celebrado por escrito e com prazo determinado;


b) Previsão sobre a prorrogação de prazos no instrumento convocatório e/ou contrato;
c) Não ocorrência de solução de continuidade;
d) Manifestação de interesse do locador na prorrogação;
e) Justificativa da prorrogação;
f) Consulta a outros órgãos públicos, especialmente à Secretaria de Patrimônio da União
(SPU), sobre a existência de imóvel com as características pretendidas;
g) Autorização prévia para a prorrogação emitida pela autoridade competente;
h) Comprovação de que o locador mantém as condições iniciais de habilitação;
i) Demonstração de que o valor do contrato permanece economicamente vantajoso para a
Administração, mediante a realização de avaliação prévia e pesquisa de mercado;
j) Existência de disponibilidade orçamentária;
k) Declaração de que as mesmas condições ensejadoras da contratação direta
permanecem presentes (se for o caso);
l) Manifestação do Fiscal do Contrato.

23. Cada uma das exigências acima será melhor abordada nos tópicos específicos adiante.

a) Contrato em vigor, celebrado por escrito e com prazo determinado.

24. Apesar da já aludida incidência predominante do regime privatístico, tem-se entendido que
o art. 47 da lei nº 8.245/1991 é inaplicável aos contratos de locação de imóvel para a Administração
Pública no ponto em que prevê o ajuste verbal e a prorrogação automática da avença por prazo
indeterminado. Nesse sentido já decidiu o TCU (Acórdão n.º 1127/2009 - TCU/Plenário):

CONSULTA. DURAÇÃO DOS CONTRATOS DE LOCAÇÃO DE IMÓVEL PARA A ADMINISTRAÇÃO


PÚBLICA. CONHECIMENTO.
1. Pelo disposto no art. 62, § 3º, inciso I, da Lei nº 8.666/1993, não se aplicam aos contratos
de locação em que o Poder Público for locatário as restrições constantes do art. 57 da Lei.
2 . Não se aplica a possibilidade de ajustes verbais e prorrogações automáticas
por prazo indeterminado, condição prevista no artigo 47 da Lei nº 8.245/91, tendo em
vista que (i) o parágrafo único do art. 60 da Lei nº 8.666/93, aplicado a esses contratos
conforme dispõe o § 3º do art. 62 da mesma Lei, considera nulo e de nenhum efeito o
contrato verbal com a Administração e (ii) o interesse público, princípio basilar para o
desempenho da Administração Pública, que visa atender aos interesses e necessidades da
coletividade, impede a prorrogação desses contratos por prazo indeterminado.
3. A vigência e prorrogação devem ser analisadas caso a caso, sempre de acordo
com a legislação que se lhe impõe e conforme os princípios que regem a
Administração Pública, em especial quanto à verificação da vantajosidade da
proposta em confronto com outras opções, nos termos do art. 3º da Lei nº 8.666/93.

25. Portanto, tanto o contrato inicial quanto as eventuais prorrogações firmadas pel o Poder
Público na condição de locatário devem ser necessariamente celebrados por escrito e com prazo de
vigência determinado, não se sujeitando a prazos fatais de duração, principalmente aquele declinado no
art. 57, II, da Lei n° 8.666/93.

26. Registre-se que embora deva ser determinado, o prazo da prorrogação não precisa ser
necessariamente pelo período fixo de 12 (doze) meses ou outro qualquer. Antes, deve ter ao menos uma
duração razoável, aferida no caso concreto, motivadamente, de acordo com as reais necessidades do
órgão contratante e com vistas a resguardar o interesse público e preservar a vantajosidade da
contratação para a Administração.

27. Essa é a recomendação do TCU, constante no Acórdão 1127/2009 - TCU/Plenário, in verbis :

"Todavia, em virtude da atenção e do zelo com a coisa pública, a duração adequada


para esse tipo de contrato deve ser analisada caso a caso, sempre de acordo com a
legislação que se lhe impõe e conforme os princípios que regem a Administração Pública,
em especial quanto à verificação da vantajosidade da proposta em confronto com
outras opções, nos termos do art. 3º da Lei nº 8.666/93". (destacamos)

28. Já da fundamentação da Orientação Normativa AGU n.º 06/2009, colhe-se que:

"Como visto, a vigência do contrato de locação em que a Administração figura como


locatária não está adstrita à limitação imposta aos contratos de serviços
contínuos, de 60 (sessenta) meses. Assim, a duração pode ser de cinco anos,
como também pode ser de 12 meses prorrogáveis por iguais e sucessivos
períodos sem a limitação do art. 57, inc. II, da Lei nº 8.666, de 1993, de modo a
garantir o direito à renovação. Deve-se ter em mente, contudo, que o prazo total
deve ser determinado e a decisão administrativa, por uma ou por outra hipótese,
deverá ser motivada e demonstradora da regularidade da opção adotada, nos
termos do art. 113 da Lei no 8.666, de 1993".

29. A locação de imóveis por parte da Administração Pública já foi tema de manifestações da
Câmara Permanente de Licitações e Contratos Administrativos da Procuradoria-Geral Federal
(CPLC/PGF), mais especificamente por meio do Parecer nº 01/2013/CPLC/DEPCONSU/PGF/AGU e do
Parecer nº 02/2014/CPLC/DEPCONSU/PGF/AGU. No que interessa à situação em exame, tem-se que
o Parecer nº 02/2014/CPLC/DEPCONSU/PGF/AGU, apresentou, dentre suas conclusões, o entendimento
quanto a necessidade da previsão de prazo de vigência contratual ser compatível com a
perspectiva de ocupação pela Administração:

a) Nos contratos de locação em que a Administração Pública seja locatária, a cláusula de


prorrogação automática, ainda que por prazo determinado, não tem amparo legal;
b ) A fim de evitar constantes procedimentos de prorrogação nas locações, a
Administração deve compatibilizar o prazo de vigência contratual com a
perspectiva de ocupação, não se limitando aos 60 (sessenta) meses do art. 57, II, da Lei
n° 8.666/93 (ON/AGU N° 06/2009);
c) No procedimento de prorrogação (renovação) das locações, a Administração deve
demonstrar a manutenção de todos os requisitos iniciais da contratação, a exemplo
daqueles arrolados no art. 24, X, da Lei n° 8.666/93. (g. n.)

30. É possível, por exemplo, que no caso concreto a fixação do prazo de doze meses não seja a
melhor opção, técnica ou economicamente. Assim, mediante justificativa e demonstração de alguma
peculiaridade presente no caso concreto, admite-se a fixação de prazo inicial distinto, bem como a
prorrogação por prazo diverso do original. A justificativa deve se fazer presente, em qualquer caso.
Observe-se nesse sentido a dicção da Orientação Normativa nº 38, de 13 de dezembro de 2011, da
Advocacia-Geral da União:

Nos contratos de prestação de serviços de natureza continuada deve-se observar que: a) o


prazo de vigência originário, de regra, é de até 12 meses; b) excepcionalmente, este prazo
poderá ser fixado por período superior a 12 meses nos casos em que, diante da
peculiaridade e/ou complexidade do objeto, fique tecnicamente demonstrado o benefício
advindo para a Administração; e c) é juridicamente possível a prorrogação do contrato por
prazo diverso do contratado originariamente.

31. Assim, cumpre ao órgão estabelecer, caso a caso, um prazo de vigência que atenda a suas
necessidades, porém limitado e adequado à preservação do interesse público.

32. Vale relembrar também que, se o prazo estipulado for igual ou superior a dez anos, o órgão
assessorado deverá exigir vênia conjugal, se for o caso (art. 3º da lei 8.245/1991).

b) Previsão sobre a prorrogação de prazos no instrumento convocatório e/ou no


contrato.

33. Tratando-se de contrato de locação que tenha sido firmado após prévio procedimento
licitatório, é imprescindível que a possibilidade de prorrogação tenha constado do ato convocatório e em
cláusula contratual.

34. A possibilidade de prorrogação é fator que pode influenciar no interesse e na decisão dos
competidores quanto à participação no certame, de modo que sua previsão expressa no edital (e na
minuta contratual que o tenha integrado) constitui-se requisito da prorrogação contratual. Nesse
sentido, vide a recente Orientação Normativa nº 65, de 29 de maio de 2020, da Advocacia-Geral da
União, que se aplica por analogia:

Orientação Normativa nº 65, de 29 de maio de 2020


A legalidade da prorrogação do prazo de vigência dos contratos administrativos de
prestação de serviços continuados, de que cuida o inciso II do art. 57 da Lei nº 8.666, de
1993, demanda expressa previsão no edital e em cláusula contratual.

35. Destarte, em se tratando de contrato de locação oriundo de prévia licitação pública, caso
não haja previsão editalícia e contratual específica, reputa-se irregular a prorrogação, uma vez que,
nessas condições, o ato de prorrogar resultaria em violação aos princípios da isonomia e da vinculação
ao instrumento convocatório.

36. Tratando-se, porém, de contrato de locação resultante de contratação direta - por dispensa
ou inexigibilidade de licitação - não há que se falar em instrumento convocatório. Remanesce, porém, a
exigência de que a possibilidade de prorrogação do contrato esteja expressamente prevista em cláusula
contratual.

37. Tal entendimento decorre, contrario sensu , do teor da Orientação Normativa CJU-MG nº 29,
de 23 de março de 2009 - expressamente recepcionada por esta e-CJU SSEM (vide NUP
00688.001188/2020-83) -, que assentou o entendimento de que a prorrogação da vigência contratual
somente independe de previsão contratual expressa nas hipóteses em que o prazo de vigência original
do contrato seja superior a 5 anos (60 meses):

ORIENTAÇÃO NORMATIVA NAJ-MG Nº 29, DE 23 DE MARÇO DE 2009 .


LOCAÇÃO DE IMÓVEL. PREDOMINÂNCIA DO DIREITO PRIVADO. ART. 62, § 3º DA LEI Nº
8.666/93. PRAZO DE VIGÊNCIA - INAPLICABILIDADE DO ART. 57, II DA LEI 8.666/93.
PRORROGAÇÃO – DESNECESSIDADE DE PREVISÃO EXPRESSA NO CONTRATO DE LOCAÇÃO.
ARTS. 45 C/C 51 DA LEI 8.245/91.
O contrato de locação firmado pelo Poder Executivo Federal deverá ter necessariamente
celebrado por escrito e ter prazo de vigência determinado, mas não se limita ao período
máximo de 60 (sessenta meses) previsto no art. 57, II da Lei 8666/93, cuja aplicação ao
contrato se dá nos termos do seu art. 62, §3º.
A prorrogação da vigência contratual, nos termos do art. 51 da Lei 8245/91 independe de
previsão contratual expressa, por tratar-se de norma cogente face ao art. 45 da mesma
lei, desde que o prazo de vigência original do contrato seja superior a 5 anos (60 meses),
haja disponibilidade orçamentária e o locatário esteja apto a contratar com a
Administração.
Referências:
Art. 62, §3º da Lei 8.666/93
Arts. 45 e 51 da Lei 8.245/91
PARECER Nº AGU/CGU/NAJ/MG- 0868/2008-HVS
Decisão nº 828/2000 – Plenário do TCU

c) Não ocorrência de solução de continuidade. Contagem do prazo de vigência.

38. A Orientação Normativa nº 03, do Excelentíssimo Advogado-Geral da União, traça a diretriz


a ser observada no que concerne ao prazo de vigência dos Contratos, bem como dos seus Aditivos,
visando à verificação da ocorrência, ou não, da solução de continuidade:

ORIENTAÇÃO NORMATIVA AGU Nº 03/2009


Na análise dos processos relativos à prorrogação de prazo, cumpre aos órgãos jurídicos
verificar se não há extrapolação do atual prazo de vigência, bem como eventual ocorrência
de solução de continuidade nos aditivos precedentes, hipóteses que configuram a extinção
do ajuste, impedindo a sua prorrogação.
Indexação: contrato. prorrogação. ajuste. vigência. solução de continuidade. extinção.
REFERÊNCIA: art. 57, inc. II, Lei nº 8.666, de 1993; Nota DECOR nº 57/2004-MMV; Acórdãos
TCU 211/2008-Plenário e 100/2008-Plenário.

39. Portanto, tratando-se da primeira prorrogação do prazo de vigência contratual, caso


o Contrato ainda se encontra em vigor, não há que se falar em solução de continuidade da
contratação desde que o termo aditivo seja assinado por ambas as partes até a data prevista como
termo final do ajuste.

40. Tratando-se, por outro lado, de contrato que já sofreu prorrogações, faz-se importante
analisar cada um dos termos aditivos pretéritos, a fim de verificar se todos os prazos foram respeitados.
Verificando-se não ter havido solução de continuidade, a mesma recomendação descrita no parágrafo
anterior se torna aplicável aqui: o novo termo aditivo deverá ser assinado por ambas as partes até a
data prevista como termo final do ajuste.

41. Cumpre lembrar que a contagem dos prazos de vigência deve ser feita de data a data,
incluindo-se o dia da assinatura e o dia de igual número ao de início, ou no imediato, se faltar exata
correspondência. É o entendimento exarado no Parecer n.º 85/2019/DECOR/CGU/AGU:

LICITAÇÕES E CONTRATOS. CONTAGEM DE PRAZO DE VIGÊNCIA DE DATA A DATA.


CONTRATOS E TERMOS ADITIVOS. PRORROGAÇÃO. PARECER N. 35/2013/
DECOR/CGU/AGU.DATA DE ASSINATURA. DATA DE VIGÊNCIA.
1. Nos termos do PARECER n. 35/2013/DECOR/CGU/AGU, a contagem dos prazos de
vigência dos contratos administrativos segue a regra do art. 132, §3º do Código Civil e a
disciplina da Lei nº 810, de 1949, conforme determina o art. 54 da Lei nº 8.666, de 1993. A
contagem deve ser feita de data a data, incluindo-se o dia da assinatura e o dia de igual
número ao de início, ou no imediato, se faltar exata correspondência.
2. Excepcionalmente, os prazos de vigências previstos em termos aditivos de prorrogação
são iniciados no dia subsequente ao do término da vigência do contrato original, ainda que
a sua assinatura e formalização ocorra último momento da vigência do contrato originário.

42. Assim sendo, quando o prazo de vigência contratual for definido em meses ou anos, o prazo
expirará no dia de igual número ao de seu início ou, na falta de correspondência precisa, no dia
imediato.

d) Manifestação de interesse do locador na prorrogação.

43. Como o ajuste decorre de acordo de vontades das partes contratantes, é imprescindível
haver concordância prévia da Contratada quanto à prorrogação e seus respectivos termos.

e) Justificativa formal.

44. Conforme dispõe o § 2º, do artigo 57, da Lei nº 8.666/93, t oda prorrogação de prazo deverá
ser justificada por escrito e previamente autorizada pela autoridade competente para celebrar o
contrato.

45. O item 5 do Anexo IX, da IN nº 05, de 2017, traz a mesma exigência:

“A prorrogação de prazo deverá ser justificada por escrito e previamente autorizada pela
autoridade competente do setor de licitações, devendo ser promovida mediante celebração
de termo aditivo, o qual deverá ser submetido à aprovação da consultoria jurídica do órgão
ou entidade contratante.”

46. Quanto aos tópicos que devem constar da justificativa, pode-se tomar como modelo, por
analogia, o anexo IX da Instrução Normativa 05/2017 - SEGES/MPDG:
3. Nas contratações de serviços continuados, o contratado não tem direito subjetivo à
prorrogação contratual que objetiva a obtenção de preços e condições mais vantajosas
para a Administração, podendo ser prorrogados, a cada 12 (doze) meses, até o limite de 60
(sessenta) meses, desde que a instrução processual contemple:
a) estar formalmente demonstrado que a forma de prestação dos serviços tem natureza
continuada;
b) relatório que discorra sobre a execução do contrato, com informações de que os
serviços tenham sido prestados regularmente;
c) justificativa e motivo, por escrito, de que a Administração mantém interesse na
realização do serviço;
d) comprovação de que o valor do contrato permanece economicamente vantajoso para a
Administração;
e) manifestação expressa da contratada informando o interesse na prorrogação; e
f) comprovação de que o contratado mantém as condições iniciais de habilitação.

47. Como se sabe, a justificativa para a prorrogação de um contrato administrativo é questão


que foge à análise meramente jurídica, pois apenas a Administração Pública, usuária do bem imóvel,
tem condições de aferir e justificar a permanência da necessidade pública que vem sendo satisfeita por
meio do contrato de locação. Trata-se, assim, de matéria de caráter administrativo, estranha às
atribuições estritamente jurídicas desta unidade de consultoria, estando as declarações lançadas aos
autos quanto ao assunto sob exclusiva responsabilidade de seus subscritores.

48. Cumpre-nos tão somente recomendar que a justificativa seja a mais completa possível,
elaborada e submetida à autoridade competente para autorização do aditamento, contendo, dentre
outas, as seguintes informações: a) demonstração da natureza continuada da necessidade pública; b)
informações sobre a execução contratual, inclusive atestando a regularidade no cumprimento das
obrigações do locador; c) demonstração do interesse da Administração na continuidade da locação; d)
demonstração da economicidade do preço do contrato; e) informação sobre o interesse do locador na
prorrogação da vigência contratual; f) informação sobre a manutenção das condições iniciais de
habilitação e qualificação pelo locador.

f) Consulta sobre a existência de imóvel público disponível.

49. Constitui-se pressuposto de legitimidade administrativa e jurídica, de plena satisfação do


interesse público e de atendimento ao princípio da economicidade para a continuidade do presente
contrato de locação que, comprovadamente, não exista na localidade nenhum imóvel próprio da União
disponível e capaz de atende às necessidades do órgão contratante.

50. Ora, inexistiria qualquer fundamento lógico ou jurídico para se alugar um imóvel, tendo em
vista a evidente onerosidade da contratação, se a União dispusesse de um imóvel que de forma
equivalente fosse capaz de atender às necessidades administrativas atualmente atendidas pelo contrato
de locação em comento.

51. Consoante os termos do Parecer n. 92/2017/ DECOR/CGU/AGU, é necessária a consulta à


SPU antes de se passar à escolha de imóveis particulares. Assim:

18. Após tal detalhamento, é imprescindível consulta prévia à Secretaria do Patrimônio da


União para que se saiba se há imóvel público disponível e apto a atender ao órgão ou
entidade. Tal consulta decorre de comandos legais e regulamentares inscritos no art. 79 do
Decreto-Lei n.º 9.760/46, no art. 11 do Decreto n.º 3.725/2001 e no art. 4.º, § 5.º, do
Decreto-Lei n.º 1.184/71. Neste sentido, vale lembrar que o Tribunal de Contas da União
vem enfatizando a necessidade de obediência a tais normas:
Voto
(...)
31. Manifesto-me sobre outro aspecto da contratação que não foi abordado no exame
realizado pela Selog. A entrega de imóvel de propriedade da União a órgão da
administração está prevista expressamente no art. 79 do Decreto-Lei nº 9.760, de 5 de
setembro de 1946, estando regulamentada pelo Decreto nº 3.725, de 10 de janeiro de
2001, da seguinte forma:
'Art. 11. A entrega de imóvel para uso da Administração Pública Federal, nos termos do art.
79 do Decreto-Lei nº 9.760, de 5 de setembro de 1946, compete privativamente à
Secretaria do Patrimônio da União.
§ 1º A entrega será realizada, indistintamente a órgãos dos Poderes Legislativo, Executivo e
Judiciário, e observará, dentre outros, os seguintes critérios:
I - ordem de solicitação;
II - real necessidade do órgão;
III - vocação do imóvel; e
IV - compatibilidade do imóvel com as necessidades do órgão, quanto aos aspectos de
espaço, localização e condições físicas do terreno e do prédio"'
32. É descabido o dispêndio de verba pública com aluguéis se existe imóvel disponível
capaz de atender ao interesse da Administração. Dessa maneira, observo que, antes da
locação de imóvel de terceiros, a Administração deveria provocar a Secretaria de
Patrimônio da União (SPU) quanto à existência, ou não, de imóvel disponível do patrimônio
da União. Tal exigência também se encontra positivada pelo art. 4º, § 5º, do Decreto-Lei nº
1.184/71, transcrito a seguir:
'Art. 4º Os imóveis recebidos em pagamento de créditos tributários incorporam-se ao
patrimônio da União.
(...)
§5º Nenhum órgão ou autarquia da União contratará a utilização onerosa de imóvel, sem
consultar, previamente, o Serviço do Patrimônio da União se existe próprio federal
disponível no local.' (grifou-se)
(Acórdão n.º 2420/2015 – Plenário do TCU, de 30/09/2015, relatado pelo Exmo. Sr. Ministro
Benjamin Zymler)
19. Dessa forma, somente diante da inexistência de imóvel público capaz de satisfazer às
necessidades do órgão ou entidade, o gestor pode dar o passo seguinte, qual seja,
prospectar o mercado imobiliário.

52. Mais recentemente, o Exmo. Sr. Advogado-Geral da União editou a seguinte Orientação
Normativa sobre o tema:

Orientação Normativa nº 68, de 29 de maio de 2020


I) A compra ou locação de imóvel deve necessariamente ser precedida de consulta sobre a
existência de imóvel público disponível;
II) inexistindo imóvel público que atenda aos requisitos necessários para a instalação do
órgão ou entidade, é recomendável a promoção de chamamento público para fins de
prospecção do mercado imobiliário;
III) caso somente um imóvel atenda às necessidades da Administração, será constatada a
inviabilidade de competição, o que permitirá a contração direta por inexigibilidade com
fundamento no art. 25, caput, da Lei nº 8.666/93; e
IV) o art. 24, inciso X, da Lei nº 8.666, de 1993, pode ser aplicado nos casos em que haja
mais de um imóvel apto à contratação, desde que: a) o imóvel se preste para atendimento
das finalidades precípuas da administração; b) as instalações e localização do imóvel sejam
determinantes para sua escolha; e c) o preço seja compatível com os valores de mercado,
conforme prévia avaliação.

53. Ante o exposto, recomenda-se seja promovida consulta prévia à SPU do Estado onde o
órgão assessorado necessita da disponibilização do imóvel, a fim de que a prorrogação do contrato de
locação somente tenha prosseguimento caso seja certificada a inexistência de imóvel próprio da União
capaz de satisfazer a necessidade do órgão contratante.

54. Lado outro, na existência de imóveis em condições de atender à Administração, pode esta
justificar a continuidade do contrato em face das despesas que a Administração terá que arcar com a
mudança para outro imóvel, quando se revelarem estas superiores ao valor dispendido com a locação.
De todo modo, é necessário que o gestor avalie de forma racional um determinado prazo em que os
investimentos realizados no imóvel locado possam ser diluídos com o tempo, permitindo assim um
planejamento para a mudança para o imóvel próprio.

g) Autorização prévia para a prorrogação, emitida pela autoridade competente.

55. No que se refere à autorização da autoridade competente, reitera-se a necessidade de


observância do quanto declinado no tópico II.1 da presente manifestação jurídica acerca do art. 5º
do Decreto nº 10.193, de 27 de dezembro de 2019.

h) Manutenção das mesmas condições iniciais de habilitação exigidas na


licitação/contratação inicial.

56. Nos termos do artigo 55, XIII, da Lei nº 8.666/93, a Contratada deverá manter durante a
contratação todas as condições de habilitação e qualificação que foram exigidas inicialmente.

57. No Acórdão nº 213/2017 – Plenário, do Tribunal de Contas da União, que tratou de


prorrogação de contratos oriundos de Dispensa e Inexigibilidade, a Corte firmou entendimento no
sentido de que “cada ato de prorrogação equivale a uma renovação contratual, motivo pelo qual a
decisão pela prorrogação de contratação direta deve ser devidamente planejada e motivada”.

58. Não obstante o acórdão tenha tratado da prorrogação de contratações diretas, a fixação do
entendimento de que cada prorrogação equivale a uma renovação contratual reafirma a necessidade de
que as condições de habilitação do certame sejam mantidas nesse momento.

59. Nos termos do art. 4º da IN nº 03, de 2018, do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento


e Gestão, “a verificação de conformidade para habilitação dos fornecedores em licitação, dispensa,
inexigibilidade e nos contratos administrativos pertinentes à aquisição de bens e serviços, inclusive de
obras e publicidade, e a alienação e locação poderá ser comprovada por meio de prévia e regular
inscrição cadastral no SICAF”.

60. O registro no SICAF comprova a habilitação jurídica, a qualificação econômico-financeira, a


qualificação fiscal, a qualificação técnica prevista no art. 30, I, da Lei nº 8.666, de 1993 (registro ou
inscrição na entidade profissional competente), além de conter informações sobre impedimentos à
contratação com a Administração. Deveras, importante igualmente a orientação para que a
Administração verifique a existência de eventual registro de sanção aplicada à contratada, cujos efeitos
torne-a proibida de celebrar contrato administrativo que alcance a Administração contratante.

61. Assim, cabe à autoridade verificar se a Contratada ainda atende às condições que foram
exigidas quando da realização da licitação ou contratação inicial, consignando tal fato nos autos.

i) Comprovação de que o valor do contrato permanece economicamente vantajoso


para a Administração.

62. Toda prorrogação será precedida de comprovação da vantajosidade da medida para a


Administração e certificação de compatibilidade do valor do aluguel com o valor que o mercado
imobiliário local está a praticar.

63. Sobre o ponto, leciona Marçal Justen Filho que “ deverá verificar-se a compatibilidade do
preço exigido com aquele de mercado. A Administração não poderá pagar preço ou aluguel superior ao
praticado para imóveis similares” ( Comentários à lei de licitações e contratos administrativos . 12 ed.
São Paulo: Dialética, 2008, p. 308).

64. A compatibilidade do valor do aluguel com o valor de mercado - a ser demonstrada


mediante a realização de pesquisa prévia de preços -, é requisito condicionante para a realização da
contratação e, portanto, para eventuais prorrogações. Neste sentido, importante mencionar a
manifestação técnica do TCU no Acórdão nº 1.127/2009-Plenário:

28. Assim, entende-se necessário ressaltar que decisão de prorrogação de contrato de


locação em que a Administração locatária deve resguardar opção pela melhor
oferta, seja contrato oriundo de licitação, caso em que se preserva essa condição por meio
do art. 3o da Lei n° 8.666/93, seja oriundo de dispensa, onde aplicação do art. 24, inciso X,
da mesma Lei exige preço compatível com valor de mercado, segundo avaliação
prévia.

65. Conforme o modelo de contrato de locação de imóveis disponibilizado no sítio eletrônico da


Advocacia-Geral da União, a orientação do TCU é que tal pesquisa de preços englobe a obtenção de
orçamentos junto a empresas do ramo (no caso, imobiliárias). Por óbvio, os orçamentos devem referir-se
a imóveis de características, instalações e padrão similares àquele que se pretende locar (área útil,
número de salas, comodidades, padrões de acabamento, localização, manutenção, etc).

66. Pugna-se pela utilização da Instrução Normativa nº 5, de 28 de novembro de 2018, do Sr.


Secretário do Patrimônio da União, do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, ou outra
que vier a lhe substituir no futuro, a qual deverá ser observada no procedimento administrativo para a
realização de pesquisa de preços e que trata da elaboração d e laudo de avaliação do
imóvel, elaborado ou homologado por agente público, como orienta o TCU (p. ex., no Acórdão
1.085/2009 - 1ª Câmara). Esse laudo contém análise técnica do valor de mercado, que leva em conta as
características individuais do imóvel selecionado, não se limitando à comparação com imóveis similares.
Assim, possui maior nível de precisão e confiabilidade. O valor máximo nele constante deve ser
observado durante o período de vigência, inclusive em caso de eventual reajuste.

67. A renovação do contrato somente poderá ser levada a efeito uma vez comprovada ou
justificada a vantajosidade econômica​ da contratação para a Administração​ por força da compatibilidade
do valor atual da locação considerando as condições atuais do mercado.

68. Lembra-se, contudo, que a vantajosidade poderá ser presumida no caso de aplicação de
índice oficial ou setorial de inflação conforme entendimento adotado pela Consultoria-Geral da União
externado no Parecer DECOR nº 0001/2019, cuja ementa transcreve-se:

EMENTA: ADMINISTRATIVO. LICITAÇÕES. CONTRATOS DE SERVIÇOS TERCEIRIZADOS SEM


DEDICAÇÃO EXCLUSIVA DE MÃO DE OBRA. PRORROGAÇÃO. PESQUISA DE PREÇOS. NÃO
OBRIGATORIEDADE. PRESUNÇÃO DE VANTAGEM ECONÔMICA.
I - É possível a renovação (prorrogação) dos contratos de serviços contínuos sem dedicação
exclusiva de mão de obra, sem a obrigatória realização de pesquisa de preços, para
comprovação das condições vantajosas justificadoras da prorrogação.
II - Nessas hipóteses de não realização da pesquisa de preços, deve o gestor atestar que o
índice de reajuste aplicável ao contrato acompanha a ordinária variação dos preços de
mercado, bem como apresentar justificativa, de ordem econômica, administrativa ou outra
pertinente, a ser indicada como elemento de vantagem (vantajosidade) legitimador da
renovação (prorrogação) contratual.

69. Nesse caso, como bem explicitado no Parecer aludido, cabe ao gestor avaliar cada situação
em concreto e justificar estar o preço reajustado praticado em consonância com o mercado. Destaco
pontos do Parecer 0001/2019:
40. Percebido que, numa economia estável, o preço contratado recomposto pela álea
ordinária se apresenta como uma boa referência para ter-se um parâmetro do preço
transacional, bem como que a pesquisa de preços para a contratação de alguns serviços
possui pouca fidedignidade e alto custo administrativo, foi plenamente adequada a análise
descrita no bojo do Acórdão nº 1.214/2013, que merece novamente a transcrição:

184. (...) Ao mesmo tempo, importa lembrar que fazemos parte de uma economia estável,
em que a variação esperada é baixa e pode ser perfeitamente retratada mediante a
utilização de índices nacionais, tal como o INPC. Portanto, não há razão para efetuar
pesquisa de mercado todas as vezes que é necessária a realização de prorrogação
contratual, com todo o custo administrativo que representa.
(...)
192. É flagrante que o uso de índice específico e adequado, além de trazer significativo
benefício à Administração, será a forma mais apropriada para comprovar que o contrato
continua vantajoso no momento da prorrogação.

...
45. O princípio da eficiência exige que a atividade administrativa seja exercida com
presteza, perfeição e rendimento funcional, tendo relação direta com a concepção de
Estado Democrático de Direito, no qual as regras e a atuação administrativa buscam dar
garantias à coletividade, mas também protegem o indivíduo, inclusive de uma atuação
exageradamente onerosa ou ineficiente do Estado que ele sustenta, através dos tributos.
Como explica Humberto Ávila, para que a administração esteja de acordo com o dever de
eficiência, não basta escolher meios adequados para promover seus fins, pois a eficiência
exige mais do que mera adequação; assim, segundo o referido doutrinador, escolher um
“meio adequado para promover um fim, mas que promove o fim de modo insignificante,
com muitos efeitos negativos paralelos ou com pouca certeza, é violar o dever de eficiência
administrativa” (ÁVILA, Humberto. Moralidade, Razoabilidade e Eficiência na Atividade
Administrativa. Belo Horizonte: Revista Brasileira de Direito Público, ano 1, n. 1,
abr/jun.2003.)

46. A manutenção da obrigatoriedade absoluta de realização da pesquisa de preços para a


renovação (prorrogação) de serviços contínuos sem dedicação exclusiva de mão de obra se
mostra contrária à eficiência e inadequada, notadamente nas situações em que, nos
moldes da normatização fixada pelo TCU, a "variação dos preços contratados tende a
acompanhar a variação do índice de reajuste estabelecido no contrato". Assim, temos
alinhamento com o entendimento defendido pelo Parecer n. 00004/2018/CPLC/PGF/AGU, da
Câmara Permanente de Licitações e Contratos Administrativos da Procuradoria Geral
Federal - PGF.

47. Ademais, como bem observado no referido Parecer, a ausência de obrigatoriedade não
impede que o gestor, diante das especificidades existentes no caso concreto, opte pela
realização da pesquisa de preços para avaliar a vantajosidade econômica da renovação.

...
51. Nessas hipóteses de não realização da pesquisa de preços, deve o gestor atestar, em
despacho fundamentado, que o índice de reajuste aplicável ao contrato acompanha a
ordinária variação dos preços de mercado. Outrossim, deve o gestor apresentar
justificativa, seja de ordem econômica, administrativa ou outra pertinente, a ser indicada
como elemento de vantagem (vantajosidade) legitimador da renovação (prorrogação)
contratual.

70. Ressalta-se ainda que a vantajosidade, em sendo critério econômico a justificar a


prorrogação, é necessária somente nos casos em que efetivamente tratar-se de prorrogação, o que não
ocorre nos períodos anuais nas situações em que o contrato de locação for firmado por períodos
superiores a 12 meses.

j) Previsão de recursos orçamentário.

71. A declaração de disponibilidade orçamentária com a respectiva indicação da classificação


funcional programática e da categoria econômica da despesa é uma imposição legal, conforme dispõe o
artigo 10, IX, Lei nº 8.429/92, e artigos 38 e 55 da Lei nº 8.666/93.

72. Cabe também alertar para que, previamente à assinatura do termo aditivo, seja anexada a
declaração sobre a adequação orçamentária e financeira para fazer face às despesas, em conformidade
com as normas constantes dos arts. 16 e 17 da Lei Complementar nº 101, de 04 de maio de 2000 (Lei
de Responsabilidade Fiscal).

73. Atente-se que compete ao órgão verificar a aplicabilidade da Orientação Normativa nº 52 do


Advogado-Geral da União, a fim de dispensar a necessidade da declaração prevista nos referidos arts.
16 e 17 da LC 101/2000:

As despesas ordinárias e rotineiras da administração, já previstas no orçamento e


destinadas à manutenção das ações governamentais preexistentes, dispensam as
exigências previstas nos incisos I e II do art. 16 da lei complementar nº 101, de 2000.

74. Destaque-se ainda que o item 10, do Anexo IX, da IN nº 05/2017, determina que “nos
contratos cuja duração, ou previsão de duração, ultrapasse um exercício financeiro, deverá ser indicado
o crédito e respectivo empenho para atender à despesa no exercício em curso, bem como cada parcela
da despesa relativa à parte a ser executada em exercício futuro, com a declaração de que, em termos
aditivos ou apostilamentos, indicar-se-ão os créditos e empenhos para sua cobertura”, de forma que
além da declaração tratada neste tópico, também na minuta de Termo Aditivo deverá constar a
indicação do crédito e respectivo empenho para atender à despesa.

k) Declaração de que as mesmas condições ensejadoras da contratação direta


permanecem presentes.

75. O requisito ora abordado aplica-se somente às hipóteses em que o contrato de locação
tenha sido firmado mediante contratação direta, seja por dispensa de licitação (art. 24, X, da Lei n°
8.666, de 1993) ou por inexigibilidade (art. 25 da Lei n° 8.666/93).

76. No procedimento de prorrogação (renovação) das locações, a Administração deve


demonstrar a manutenção de todos os requisitos iniciais da contratação. Assim é que:

a) caso o contrato tenha sido formalizado com fundamento no art. 25, caput, da Lei
n° 8.666, de 1993, deve-se demonstrar nos autos que o imóvel permanece sendo o único
apto a atender as necessidades da Administração Pública;

b) caso o contrato tenha sido formalizado com fundamento no art. 24, X, da Lei n° 8.666,
de 1993, deve-se demonstrar nos autos que o imóvel locado permanece destinado ao
atendimento das finalidades precípuas da Administração, e que as necessidades de
instalação e de localização desta continuam condicionando a escolha e a permanência do
órgão contratante no imóvel locado.

l) Manifestação do Fiscal do Contrato.

77. Recomenda-se seja providenciada a manifestação formal do Fiscal do Contrato atestando


que os serviços de locação decorrentes da presente contratação estão sendo prestados de forma
satisfatória.

II.3. REAJUSTE.

78. Via de regra, ressalvada a hipótese de dúvida jurídica pontual, não se exige parecer jurídico
específico para análise de reajuste, pela razão de que o mesmo pode ser realizado por simples apostila,
que não se inclui entre os atos de exame jurídico obrigatório nos termos do parágrafo único do artigo 38
da Lei 8.666/1993. Com efeito, reajuste não promove alteração no contrato, mas simples cumprimento
da cláusula contratual respectiva.

79. É o que preceitua o artigo 65, § 8º, da Lei 8.666/1993:

A variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de preços previsto no próprio
contrato, as atualizações, compensações ou penalizações financeiras decorrentes das
condições de pagamento nele previstas, bem como o empenho de dotações orçamentárias
suplementares até o limite do seu valor corrigido, não caracterizam alteração do mesmo,
podendo ser registrados por simples apostila, dispensando a celebração de aditamento.

80. Cite-se ainda o Informativo de Licitações e Contratos da Editora Zênite, in verbis:

No que toca à cláusula de reajuste, o regime jurídico próprio das locações prevê a
possibilidade de as partes definirem livremente os valores dos aluguéis e os
critérios que serão empregados para reajustá-los durante a vigência do contrato.
Essa é a disciplina constante do art. 18 da Lei nº 8.245/91, aplicável aos contratos de
locação em que a Administração figura como locatária: “é lícito às partes fixar, de comum
acordo, novo valor para o aluguel, bem como inserir ou modificar cláusula de reajuste”.
Em contratos dessa espécie, a rigor, adota-se um índice econômico (IGPM) como critério de
reajuste. Feito isso, a cada doze meses, o valor contratado será reajustado, segundo o
critério eleito, e, nesse caso, a formalização do novo valor poderá ocorrer por meio de
simples apostilamento, de acordo com o art. 65, § 8º, da Lei nº 8.666/93. (...) ” (Grifos
postos) (PRAZOS DE VIGÊNCIA E REAJUSTE NOS CONTRATOS DE LOCAÇÃO, in ORIENTAÇÃO
PRÁTICA - 1035/224/OUT/2012)

81. Se, todavia, por ocasião da assinatura do termo de aditamento de prorrogação contratual
houver, concomitantemente, cláusula de reajuste do valor do contrato, os tópicos que se seguem
deverão ser analisados pelo órgão assessorado.

II.3.1. Reajuste contratual. Direito do contratado. Impossibilidade de preclusão.

82. Antes de passarmos à análise dos requisitos que devem ser observados para a concessão
do reajuste, cumpre-nos registrar desde logo uma recente mudança de entendimento acerca
da (im)possibilidade jurídica da preclusão lógica do direito ao reajuste contratual.

83. Anteriormente, entendia-se que o reajustamento consistiria em verdadeiro direito


patrimonial disponível, de aplicabilidade facultativa, e, por conseguinte, dependeria de requerimento do
interessado para ser implementado, sob pena de preclusão e renúncia tácita ao que lhe seria devido.

84. Tal cenário se alterou com o advento do Parecer nº 79/2019/ DECOR/CGU/AGU. Doravante,
via de regra o reajuste deve ser realizado automaticamente e concedido de ofício pela Administração
Pública. Por conseguinte, não há que se falar em preclusão lógica. Eventual assinatura de termo aditivo
de prorrogação do prazo de vigência do contrato administrativo sem que a contratada tenha
previamente suscitado seu direito ao reajuste ou promovido a ressalva do direito de assim proceder em
momento posterior em nada afeta o seu direito ao reajuste.

85. Vejamos a ementa do Parecer nº 79/2019/DECOR/CGU/AGU:

DIREITO ADMINISTRATIVO. LICITAÇÃO. EQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO. DIREITO AO


REAJUSTE CONTRATUAL. CONCESSÃO DE OFÍCIO PELA ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA. IMPOSSIBILIDADE DE PRECLUSÃO.
I. A manutenção da cláusula econômico-financeira inicialmente estabelecida com
a aceitação da proposta pela Administração constitui direito do contratado garantido pela
Constituição da República (art. 37, inc. XXI).
I I . Este direito foi regulamentado pela lei de licitações, Lei n.º 8.666/93, que previu
instrumentos para recompor o eventual desequilíbrio. Dentre eles está o reajuste (art. 40,
inc. XI e art. 55, inc. III), que se caracteriza pela atualização do valor contratual conforme
índice estabelecido contratualmente.
III. Assim, após certo período de execução contratual, a Administração Pública, de ofício,
deve aplicar o índice financeiro estabelecido contratualmente para reajustar o seu preço e
reequilibrar sua equação econômico-financeira.
IV. No Acórdão nº 1.827/2008-Plenário, o TCU, diante de uma hipótese de
repactuação, analisou a aplicabilidade do instituto da preclusão aos contratos
administrativos, e lecionou que "há a preclusão lógica quando se pretende praticar ato
incompatível com outro anteriormente praticado."
V. Em regra, não há preclusão lógica do direito ao reajuste, pois, não há a possibilidade
d a prática de ato incompatível com outro anteriormente praticado, já que para a sua
concessão exige-se apenas a mera aplicação de ofício pela Administração Pública de índice
previsto contratualmente.
VI. Exceção existe na hipótese em que as partes, com previsão expressa no edital e no
contrato, acordem a obrigação de prévio requerimento do contratado para a concessão do
reajuste. E neste caso específico seria possível entendermos pela preclusão
lógica, se transcorrido o período para o reajuste, o contratado não requerer a sua
concessão e concordar em prorrogar a vigência contratual por mais um período, mantidas
as demais condições inicialmente pactuadas
VII. Visando tutelar a análise da vantajosidade para a prorrogação contratual (art. 57, inc. II,
da Lei n.º 8.666/93), caso tenha transcorrido o prazo para o reajuste sem a sua
concessão, e chegado o momento da prorrogação contratual, quando, então, será o valor
não reajustado que será parâmetro para a obtenção de preços e condições mais vantajosas
para a administração, recomenda-se a negociação, com a contratada, para que esta
abdique do reajuste, mantendo a vantajosidade necessária para garantir a prorrogação
contratual.

86. Portanto, com fulcro nos princípios que regem as contratações públicas - o da vinculação ao
instrumento convocatório (art. 3º e art. 41 da Lei de Licitações) e o da pacta sunt servanda (art. 66 da
Lei de Licitações), bem como o da garantia da manutenção das condições efetivas da proposta (art. 37,
XXI, CF/88) -, após certo período de execução contratual, a Administração Pública, de ofício, deve aplicar
o índice financeiro estabelecido contratualmente para reajustar o seu preço e reequilibrar sua equação
econômico-financeira.

87. Recomenda-se, portanto, que (segundo Despacho n. 496/2020/DECOR/CGU/AGU - NUP:


08008.000351/2017-17):

a) salvo disposição editalícia em sentido contrário , o reajuste em sentido estrito de


que cuida o art. 61 da IN nº 5, de 2017, deve ser aplicado ex officio pela Administração,
independentemente de solicitação do contratado, e mediante mero apostilamento (art.
65, § 8º, da Lei nº 8.666, de 1993), desde que preenchidos os pressupostos legais e
contratuais para sua incidência, não estando sujeito à preclusão lógica ;
c) caso haja prorrogação da vigência contratual sem a prévia concessão do reajuste em
sentido estrito, a legalidade da continuidade da execução do contrato deve ser precedida
de negociação, de maneira a verificar se é possível que haja renúncia ao reajuste pelo
contratado ou; em caso negativo, deve a Administração avaliar se há vantagem econômica
para a prorrogação caso os preços sejam reajustados, observando a Orientação Normativa
AGU nº 60 e o Anexo IX da IN nº 5, de 2017, e se há lastro orçamentário para os
pagamentos, na esteira do art. 7º, § 2º, inciso III, e § 6º, da Lei nº 8.666, de 1993.

II.3.2. Reajuste em sentido estrito. Requisitos.

88. O reajuste em sentido amplo se subdivide em duas espécies: o reajuste em sentido estrito
(atualização do valor contratual conforme índice estabelecido no contrato) e a repactuação (atualização
do valor contratual em razão da variação dos custos do contrato). No reajuste em sentido estrito há
apenas a incidência de um índice de variação de preços; na repactuação produz-se uma análise da
efetiva variação dos custos.

89. No presente caso, importa-nos o reajuste em sentido estrito - espécie de reajuste nos
contratos de serviço continuado sem dedicação exclusiva de mão de obra -, que encontra fundamento
de validade nos arts. 40, XI, e 55, III, da Lei nº 8.666/93, e no artigo 2º, da Lei nº 10.192/01, sendo
também prevista no plano infralegal no art. 13 do Decreto 9.507/18, e na IN nº 05/2017, da Secretaria
de Gestão do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, nos seus artigos 53 a 61:

Lei 8.666, de 1993


Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de ordem em série anual, o nome da
repartição interessada e de seu setor, a modalidade, o regime de execução e o tipo da
licitação, a menção de que será regida por esta Lei, o local, dia e hora para recebimento da
documentação e proposta, bem como para início da abertura dos envelopes, e indicará,
obrigatoriamente, o seguinte:
(...)
XI - critério de reajuste, que deverá retratar a variação efetiva do custo de produção,
admitida a adoção de índices específicos ou setoriais, desde a data prevista para
apresentação da proposta, ou do orçamento a que essa proposta se referir, até a data do
adimplemento de cada parcela;

Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam:


(...)
III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e periodicidade do
reajustamento de preços, os critérios de atualização monetária entre a data do
adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento;

Lei nº 10.192, de 2001


Art. 2o É admitida estipulação de correção monetária ou de reajuste por índices de preços
gerais, setoriais ou que reflitam a variação dos custos de produção ou dos insumos
utilizados nos contratos de prazo de duração igual ou superior a um ano.
§ 1o É nula de pleno direito qualquer estipulação de reajuste ou correção monetária de
periodicidade inferior a um ano.

Decreto 9.507, de 2018


Art. 13. O reajuste em sentido estrito, espécie de reajuste nos contratos de serviço
continuado sem dedicação exclusiva de mão de obra, consiste na aplicação de índice de
correção monetária estabelecido no contrato, que retratará a variação efetiva do custo de
produção, admitida a adoção de índices específicos ou setoriais.
§ 1º É admitida a estipulação de reajuste em sentido estrito nos contratos de prazo de
duração igual ou superior a um ano, desde que não haja regime de dedicação exclusiva de
mão de obra.
§ 2º Nas hipóteses em que o valor dos contratos de serviços continuados seja
preponderantemente formado pelos custos dos insumos, poderá ser adotado o reajuste de
que trata este artigo.

IN Nº 05, de 2017
Art. 61. O reajuste em sentido estrito, como espécie de reajuste contratual, consiste na
aplicação de índice de correção monetária previsto no contrato, que deverá retratar a
variação efetiva do custo de produção, admitida a adoção de índices específicos ou
setoriais.
§ 1º É admitida estipulação de reajuste em sentido estrito nos contratos de prazo de
duração igual ou superior a um ano, desde que não haja regime de dedicação exclusiva de
mão de obra.
§ 2º O reajuste em sentido estrito terá periodicidade igual ou superior a um ano, sendo o
termo inicial do período de correção monetária ou reajuste, a data prevista para
apresentação da proposta ou do orçamento a que essa proposta se referir, ou, no caso de
novo reajuste, a data a que o anterior tiver se referido.
§ 3º São nulos de pleno direito quaisquer expedientes que, na apuração do índice de
reajuste, produzam efeitos financeiros equivalentes aos de reajuste de periodicidade
inferior à anual.
§ 4º Nos casos em que o valor dos contratos de serviços continuados sejam
preponderantemente formados pelos custos dos insumos, poderá ser adotado o reajuste de
que trata este artigo.

90. Portanto, o reajuste de preços em sentido estritos é espécie de reajuste contratual que
deverá ser utilizada nas contratações de serviços continuados SEM dedicação exclusiva de mão de obra.

91. Pois bem. Feitas estas considerações iniciais, cumpre analisar os pressupostos fixados nos
citados diplomas normativos para a concessão da reajuste de preços nos contratos administrativos:

a) previsão no edital e/ou no contrato;


b) demonstração da natureza continuada da necessidade pública;
c) correta aplicação do índice previsto contratualmente;
d) observância do interregno mínimo de 01 (um) ano;

92. Cada uma das exigências acima será melhor abordada nos tópicos específicos adiante.

a) Previsão no edital e/ou no Contrato.

93. Impõe-se seja verificado se existe previsão expressa sobre o reajuste dos preços no
contrato e/ou também no edital, a fim de permitir a aplicação da majoração.

b) Demonstração da natureza continuada da necessidade pública .

94. O contrato de locação de imóvel enquadra-se, inquestionavelmente, na definição de serviço


do art. 6º, inciso II (locação de bens), da Lei nº 8.666/1993. Cuida-se de serviço cuja necessidade de
contratação, em regra, se estende por mais de um exercício e que, por isso, não pode ser interrompido,
sob pena de comprometer o desempenho das atividades principais da Administração. Por essa razão,
recomendável se mostra que a contratação seja firmada por mais de um exercício financeiro, de acordo
com o conceito de serviço continuado estipulado na Instrução Normativa SEGES/MP nº 05/2017.

c) Correta aplicação do índice previsto contratualmente.

95. Os contratos de serviços sem dedicação exclusiva de mão de obra devem ser
preferencialmente reajustados por índices setoriais e específicos, ou, na falta destes, por índices gerais
de preços, com respaldo nos arts. 2º e 3º da Lei nº 10.192/2001, conforme reconhecido na Orientação
Normativa AGU nº 23/2009.

96. Na falta de índice setorial ou específico, ao adotar o índice geral de preços como critério de
reajuste, o gestor deve analisar o objeto contratual e optar por aquele que melhor reflita a evolução dos
custos que compõem o preço dos serviços.

97. No que toca à alteração dos valores, portanto, o setor competente do órgão assessorado
deverá atestar que se trata do correto índice previsto nos documentos que instruíram a contratação.

98. Recomenda-se, ademais, sejam os autos instruídos com a memória do cálculo resultante da
aplicação do índice de reajuste.

d) Interregno mínimo de 01 (um) ano .

99. No que se refere à periodicidade do reajuste, veja-se o que prescreve o art. 61, § 2º, da IN
nº 05/2017:

Art. 61.
(...)
§ 2º O reajuste em sentido estrito terá periodicidade igual ou superior a um ano, sendo o
termo inicial do período de correção monetária ou reajuste, a data prevista para
apresentação da proposta ou do orçamento a que essa proposta se referir, ou, no caso de
novo reajuste, a data a que o anterior tiver se referido. (grifo nosso)

100. Da leitura do referido dispositivo, conclui-se que, tratando-se do primeiro


reajuste contratual, o interregno do prazo de 1 (um) ano para sua concessão terá por termo inicial a
data prevista para apresentação da proposta ou do orçamento a que essa proposta se referir. Por outro
lado, já no caso dos demais reajustes, o interregno de 1 (um) ano conta-se a partir da data a que o
anterior reajuste tiver se referido.
II.4. MINUTA DO TERMO ADITIVO.

101. O termo aditivo deve conter as cláusulas mínimas necessárias para sua compreensão e
eficácia.

Destacamos, nesse sentido, a cláusula que prorrogue o prazo estabelecido originariamente


no contrato, o que é feito não pela correção do que está ali escrito (“onde se lê, leia-se...”), porque o
que foi estabelecido ali é válido e eficaz, mas sim por meio de uma disposição específica do aditivo, que
consigne a prorrogação do prazo inicial e o novo período de vigência.

102. Em eventuais e excepcionais diferenças a serem pagas retroativamente, pode-se prever o


valor total e a forma de pagamento, inclusive.

103. Outrossim, o termo aditivo deve indicar a dotação orçamentária.

104. À luz do quanto exposto, recomenda-se a utilização do seguinte modelo de minuta de termo
aditivo, com as alterações ou adaptações que se fizerem necessárias a cada caso concreto:

“PRIMEIRO (ou segundo, terceiro etc) TERMO ADITIVO AO CONTRATO Nº (...), CELEBRADO
ENTRE A UNIÃO, POR INTERMÉDIO DO ( ÓRGÃO PÚBLICO), E (NOME DO LOCADOR(A))

A União, por intermédio do (órgão público), inscrito no CNPJ sob o nº (...), com sede em
(endereço), neste ato representado pelo (nome e cargo do servidor), nomeado pela
Portaria (nº e data), publicada no DOU de (data), portador da Carteira de Identidade nº (...)
e inscrito no CPF sob o nº (...), doravante denominada LOCATÁRIA, e (nome do locador(a)),
inscrito(a) no CPF/CNPJ sob o nº (...), com domicílio/sede em ( endereço), doravante
designado(a) LOCADOR(A), neste ato representado(a) por (nome do representante),
portador da Carteira de Identidade nº (...) e inscrito no CPF sob o nº (...), tendo em vista o
que consta no Processo Administrativo nº (...), e em observância às disposições da Lei nº
8.245, de 18 de outubro de 1991, da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993 e do Contrato
nº (...), resolvem celebrar o presente Termo de Aditamento Contratual, mediante as
cláusulas e condições a seguir enunciadas.

CLÁUSULA PRIMEIRA - DO OBJETO E DO FUNDAMENTO LEGAL


O presente Termo Aditivo tem por objeto a prorrogação do prazo de vigência do Contrato nº
.../... , nos termos da Lei n.º 8.245, de 1991, e da Lei nº 8.666, de 1993.

CLÁUSULA SEGUNDA - DO PRAZO DE VIGÊNCIA


O prazo de vigência do Contrato fica prorrogado por ....... (.....) meses, com eficácia a partir
da publicação deste instrumento no Diário Oficial da União, prorrogável nos termos do art.
51 da Lei nº 8.245/1991.

CLÁUSULA TERCEIRA - DO REAJUSTE (a ser utilizada em caso de reajuste concomitante


à prorrogação da vigência)
Nos termos da cláusula (...) do contrato, o valor do contrato é reajustado para R$ (...) (valor
por extenso) mensais, perfazendo o valor total de R$ (...) (valor por extenso ).

CLÁUSULA QUARTA - DA DOTAÇÃO ORÇAMENTÁRIA.


4.1. As despesas decorrentes deste aditamento estão programadas em dotação
orçamentária própria, prevista no orçamento da União, para o exercício de 20..., na
classificação abaixo:
Gestão/Unidade:
Fonte:
Programa de Trabalho:
Elemento de Despesa:
PI:
4.2. A despesa para o exercício subsequente, no valor de (...) será alocada à dotação
orçamentária prevista para atendimento dessa finalidade, a ser consignada na Lei
Orçamentária Anual, registrando-se por apostilamento o crédito e o empenho para sua
cobertura, em conformidade com o art. 65, § 8º, da Lei nº 8.666, de 1993.

CLÁUSULA QUINTA - PUBLICAÇÃO


Incumbirá à LOCATÁRIA providenciar a publicação deste instrumento, por extrato, no Diário
Oficial da União, no prazo previsto na Lei nº 8.666, de 1993.

CLÁUSULA SEXTA - RATIFICAÇÃO


Permanecem inalteradas as demais Cláusulas e condições do contrato original e de outros
instrumentos subsequentes não modificadas por este Termo Aditivo.

Para firmeza e validade do pactuado, o presente Termo de Aditamento é lavrado em duas


vias de igual teor, e, depois de lido e achado em ordem, é assinado pelas partes
contratantes.
(Local), (data)

___________________________________________________
Assinatura do representante legal da LOCATÁRIA

___________________________________________________
Assinatura do(a) LOCADOR(A) (ou seu representante legal)

TESTEMUNHAS:
(discriminar assinatura, RG e CPF de cada uma)”.

105. Por fim, recomenda-se a publicação do termo aditivo, “como condição indispensável para
sua eficácia”, na forma do art. 61, parágrafo único, da Lei nº 8.666/1993.

II.5. ATESTADO DE ADEQUAÇÃO DO PROCESSO AO PARECER REFERENCIAL.

106. Deverá o órgão assessorado informar, sempre que solicitado, a relação dos processos, com
NUP, em que a presente manifestação jurídica referencial foi adotada, bem como recomenda-se juntar
nos autos a presente declaração:

ATESTADO DE ADEQUAÇÃO DO PROCESSO AO PARECER REFERENCIAL

Processo: __________________________
Objeto: Contrato de locação. Termo Aditivo de Prorrogação de Vigência
Valor estimado (Valor de referência): R$__________________________

Atesto que o presente processo, referindo-se ao termo aditivo acima descrito, adequa-se à
manifestação jurídica referencial correspondente ao PARECER REFERENCIAL n.
00004/2020/COORD/E-CJU/SSEM/CGU/AGU, cujas recomendações restaram plenamente
atendidas no caso concreto, e a instrução dos autos está regular, de acordo com o que está
consignado na lista de verificação juntada aos autos.

Fica, assim, dispensada a remessa dos autos para exame individualizado a cargo da
Consultoria Jurídica da União Virtual Especializada em Serviços sem Dedicação Exclusiva de
Mão-de-Obra ou à Consultoria Jurídica da União do Estado, conforme autorizado pela
Orientação Normativa nº 55, da Advocacia-Geral da União.

________________, _____ de _____________________ de _____

__________________________________________________
Identificação (nome e matrícula)e assinatura

III. CONCLUSÃO

107. Diante do exposto, ressalvando-se os aspectos de conveniência e oportunidade, não


sujeitos ao crivo desta Consultoria, é juridicamente possível dar prosseguimento ao feito, prorrogando
sua vigência e/ou alterando seu valor, sem necessidade de submissão individualizada dos autos à e-
CJU/SSEM, desde que o Órgão assessorado ateste que o assunto do processo é o tratado na presente
manifestação jurídica referencial e atenda as orientações acima exaradas, consoante Orientação
Normativa nº 55, do Advogado-Geral da União.

108. Reiteramos que eventuais dúvidas jurídicas específicas que surgirem a partir da aplicação
da presente manifestação referencial aos casos concretos devem ser submetidas ao crivo do órgão
consultivo da AGU.

109. Submeto o presente Parecer Referencial à apreciação do Exmo. Sr. Coordenador da e-CJU
SSEM, a fim de que, concordando com os termos, dê amplo conhecimento aos órgãos assessorados,
comunicando-lhes a desnecessidade de envio de processos por ela abrangidos para análise
individualizada.

Belo Horizonte, 14 de dezembro de 2020.

(assinado eletronicamente)
DANIEL LIN SANTOS
ADVOGADO DA UNIÃO
Coordenador Substituto da Consultoria Jurídica da União Especializada Virtual (e-CJUs)
de serviços sem dedicação exclusiva de mão-de-obra
Atenção, a consulta ao processo eletrônico está disponível em http://sapiens.agu.gov.br
mediante o fornecimento do Número Único de Protocolo (NUP) 00688001305202017 e da chave de
acesso 4e177f37

Documento assinado eletronicamente por DANIEL LIN SANTOS, de acordo com os normativos legais
aplicáveis. A conferência da autenticidade do documento está disponível com o código 550230523 no
endereço eletrônico http://sapiens.agu.gov.br. Informações adicionais: Signatário (a): DANIEL LIN
SANTOS. Data e Hora: 14-12-2020 13:45. Número de Série: 17381121. Emissor: Autoridade Certificadora
SERPRORFBv5.
ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO
CONSULTORIA-GERAL DA UNIÃO
CONSULTORIA JURÍDICA DA UNIÃO ESPECIALIZADA VIRTUAL DE SERVIÇOS SEM DEDICAÇÃO EXCLUSIVA
DE MÃO-DE-OBRA
COORDENAÇÃO GERAL - SEM DEDICAÇÃO EXCLUSIVA MDO
RUA SANTA CATARINA, 480 - 6º ANDAR LOURDES BELO HORIZONTE CEP 30.170-081

DESPACHO n. 00040/2020/COORD/E-CJU/SSEM/CGU/AGU

NUP: 00688.001305/2020-17
INTERESSADOS: CONSULTORIA JURÍDICA DA UNIÃO ESPECIALIZADA VIRTUAL DE SERVIÇOS
SEM DEDICAÇÃO EXCLUSIVA DE MÃO-DE-OBRA
ASSUNTOS: PRORROGAÇÃO

1. Autos encaminhados em 14 de dezembro de 2020.

2. Aprovo o PARECER REFERENCIAL n. 0004/2020/COORD/E-CJU/SSEM/CGU/AGU, de 14 de


dezembro de 2020, da lavra do Exmo. Dr. Daniel Lin Santos, Coordenador-Substituto desta Unidade, na
forma de manifestação jurídica referencial.

3. Solicito da Coordenação Administrativa abertura de tarefa ao DEINF - Departamento de


Informações Jurídico Estratégicas da Advocacia-Geral da União para ciência e adoção das medidas de
praxe, bem como aos demais Consultores Jurídicos nos Estados e em São José dos Campos, para adoção
imediata e cientificação a seus órgãos assessorados, dando-se ampla divulgação.

4. Após, arquivem-se.

Belo Horizonte, 14 de dezembro de 2020.

ANDERSON MORAIS DINIZ


ADVOGADO DA UNIÃO
CONSULTOR JURÍDICO DA UNIÃO EM MINAS GERAIS
COORDENADOR DA E-CJUSSEM

Atenção, a consulta ao processo eletrônico está disponível em http://sapiens.agu.gov.br


mediante o fornecimento do Número Único de Protocolo (NUP) 00688001305202017 e da chave de
acesso 4e177f37

Documento assinado eletronicamente por ANDERSON MORAIS DINIZ, de acordo com os normativos
legais aplicáveis. A conferência da autenticidade do documento está disponível com o código
551839353 no endereço eletrônico http://sapiens.agu.gov.br. Informações adicionais: Signatário (a):
ANDERSON MORAIS DINIZ. Data e Hora: 14-12-2020 17:48. Número de Série:
17813829329021079274602401517. Emissor: Autoridade Certificadora SERPRORFBv5.

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