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Sumário
GÊNESIS ....................................................................................................................................................................... 5
Êxodo ............................................................................................................................................................................. 7
Levítico ......................................................................................................................................................................... 10
Números ...................................................................................................................................................................... 12
Deuteronômio ............................................................................................................................................................. 15
Josué ............................................................................................................................................................................ 17
Juízes (Jz) ................................................................................................................................................................... 21
Rute (Rt) ...................................................................................................................................................................... 23
1º Samuel (1Sm) ........................................................................................................................................................ 24
2º Samuel (2Sm) ........................................................................................................................................................ 27
1º Reis (1Rs) ............................................................................................................................................................... 29
2º Reis (2Rs) ............................................................................................................................................................... 31
1º Crônicas (1Cr) ........................................................................................................................................................ 34
2º Crônicas (2Cr) ........................................................................................................................................................ 37
Esdras (Ed) ................................................................................................................................................................. 39
Neemias (Ne) .............................................................................................................................................................. 41
Ester (Et) ...................................................................................................................................................................... 43
Jó (Jó) .......................................................................................................................................................................... 45
Salmos (Sl) .................................................................................................................................................................. 48
Provérbios (Pv) ........................................................................................................................................................... 52
Eclesiastes (Ec) .......................................................................................................................................................... 54
Cantares (Ct)............................................................................................................................................................... 57
Isaías (Is) ..................................................................................................................................................................... 60
Jeremias (Jr) ............................................................................................................................................................... 62
Lamentações (Lm) ..................................................................................................................................................... 65
Ezequiel (Ez) ............................................................................................................................................................... 69
Daniel (Dn) .................................................................................................................................................................. 71
Oséias (Os) ................................................................................................................................................................. 75
Joel (Jl)......................................................................................................................................................................... 77
Amós (Am)................................................................................................................................................................... 78
Obadias (Ob)............................................................................................................................................................... 80
Jonas (Jn) .................................................................................................................................................................... 82
Miquéias (Mq) ............................................................................................................................................................. 84
Naum (Na) ................................................................................................................................................................... 87
Habacuque (Hc) ......................................................................................................................................................... 89
Sofonias (Sf) ............................................................................................................................................................... 92

2
Ageu (Ag)..................................................................................................................................................................... 94
Zacarias (Zc) ............................................................................................................................................................... 96
Malaquias (Ml) ............................................................................................................................................................ 99

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A Bíblia é formada por 66 livros. São 39 livros no Antigo Testamento e 27 no Novo Testamento.
Antigo Testamento é composto por 39 livros que estão organizados da seguinte forma:
Pentateuco: Gn, Ex, Lv, Nm e Dt
Histórico: Js, Jz, Rt, 1Sm, 2Sm, 1Rs, 2Rs, 1Cr, 2Cr, Ed, Ne e Et
Poéticos: Jó, Sl, Pv, Ec e Ct
Profetas Maiores: Is, Jr, Lm, Ez e Dn
Profetas Menores: Os, Jl, Am, Ob, Jn, Mq, Na, Hc, Sf, Ag. Zc e Ml
Novo Testamento é composto por 27 livros que estão organizados da seguinte forma:
Bibliográficos: Mt, Mc, Lc e J
Histórico: At
Epístolas Paulina: Rm, 1Co, 2Co, Gl, Ef, Fp, Cl, 1Ts, 2Ts, 1Tm, 2Tm, Tt e Fl
Epístolas Gerais: Hb, Tg, 1Pe, 2Pe, 1Jo, 2Jo, 3Jo e Jd
Revelação: Ap

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GÊNESIS
Autor: Tradicionalmente Moisés
Data: Cerca de 1440 a.C.

Autor
A tradição judaica lista Moisés como o autor do Gênesis e dos outros quatro livros que o seguem,
juntos, estes livros são denominados de Pentateuco. Jesus disse: “Se vós crêsseis em Moisés,
creríeis em mim, porque de mim escreveu ele” (Jo 5.46) O próprio Pentateuco descreve Moisés
como alguém que escreveu extensivamente. Ver Ex 17.14; 24.4; Dt 31.24; At 7.22 nos conta que
“Moisés foi instruído em toda ciência dos egípcios.” Nas notas que acompanham o texto nós
observamos que Gênesis emprega um bom número de termos emprestados dos egípcio, sendo
este um fato que sugere que o autor original tenha as suas origens no Egito, como era o caso de
Moisés.

Data
A data tradicional do êxodo do Egito se encontra no meio do décimo quinto século a.C. 1Rs 6.1
afirma que Salomão começou a construir o templo “no ano quatrocentos e oitenta, depois de
saírem os filhos de Israel do Egito”. Entende-se que Salomão tenha iniciado a construção em
cerca de 960 a.C., datando assim o êxodo em 1440 a.C. Desta forma Moisés redigiu o Êxodo
depois de 1440 a.C., durante os quarenta anos no deserto.

Conteúdo
Gênesis inicia com a formação do sistema solar, os preparativos da terra para sua habitação, e a
criação da vida sobre a terra. Todos os oito atos da criação foram executados em seis dias.
Os dez capítulos seguintes explicam as origens de muitas qualidades misteriosas da vida: a
sexualidade humana, o matrimônio, o pecado, a doença, as dores do parto, a morte, a ira de Deus,
a inimizade do ser humano contra o próprio ser humano e as dispersão das raças e línguas sobre
toda a terra.
Iniciando no cap. 12, Gênesis relata o chamado de Abraão e a inauguração do concerto de Deus
com ele, um concerto glorioso e eterno que foi renovado com Isaque e Jacó. Gênesis é
impressionante pela forma característica da sua narrativa, realçada pelo relato inspirador de José
e pela multiplicação do povo de Deus no Egito. Trata-se de uma lição na eleição divina, conforme
encontrado por Paulo em Rm 9.
Gênesis antecipa o NT de muitas maneiras: o próprio Deus pessoal, a Trindade, a instituição do
matrimônio, a seriedade do pecado, o julgamento divino e a justificação pela fé. A Árvore da Vida,
perdida em Gênesis, é restaurada em Ap 22.
Gênesis conclui com a bênção de Jacó sobre Judá, de cuja tribo viria o Messias: “O cetro não se
arredará de Judá, nem o legislador dentre seus pés, até que venha Siló; e a ele se congregarão
os povos” (49.10). Muitos séculos e muitas lutas seguir-se-ão antes que esta profecia encontre o
seu cumprimento em Jesus.

Cristo Revelado
O Cristo preexistente, a Palavra viva, estava muito envolvido na criação. “Todas as coisas foram
feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez” (Jo 1.3). O ministério de Jesus está antecipado

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em Gn 3.15, sugerindo que a “semente” da mulher que ferirá a cabeça da serpente (satanás) é
Jesus Cristo, a “posteridade” de Abraão mencionada por Paulo em Gl 3.16. Melquisedeque é o
misterioso rei-sacerdote do cap. 14. Uma vez que Jesus é rei e também sumo sacerdote, a carta
aos Hebreus faz, de forma apropriada, esta identificação (Hb 6.20).
A grande revelação de Cristo em Gn se encontra no estabelecimento do concerto de Deus com
Abraão nos caps. 15 e 17. Deus fez promessas gloriosas a Abraão, e Jesus é o maior cumprimento
destas promessas, uma verdade que é explicada de forma detalhada por Paulo em Gálatas. Boa
parte da Bíblia está fundamentada sobre o concerto abraâmico e o seu desenvolvimento em Jesus
Cristo.
A dramática história da prontidão de Abraão em sacrificar a Isaque segundo a ordem de Deus
apresenta uma incrível semelhança com o evento crucial do NT. “Toma agora teu filho, o teu único
filho, Isaque, a quem amas… E oferece-o em holocausto” (22.2), lembra-nos da prontidão de Deus
em sacrificar o seu único Filho pelos pecados de todo o mundo.
Por fim, a bênção de Jacó sobre Judá antecipa a vinda de “Siló”, a ser identificada como o Messias.
“ E a Ele se congregarão os povos (49.10).

O Espírito Santo em Ação


“O Espírito de Deus se movia sobre a face das águas” (1.2). Desta forma achamos o Espírito
envolvido na criação. O Espírito Santo também operou em José, um fato que foi óbvio pra o Faraó:
“Acharíamos um varão como este, em quem haja o Espírito de Deus?” (41.38)
Embora o Espírito Santo não seja mencionada de outra forma em Gênesis, nós o vemos em ação
ao atrair os animais dos quatro cantos da terra para dentro da arca de Noé. Nós também
percebemos a sua operação através das vidas dos patriarcas: Ele protegeu os patriarcas e as
suas famílias e os abençoou materialmente. Todo tipo de dificuldades e situações impossíveis
cercaram a família escolhida, tentando frustrar, onde possível, o cumprimento das promessas de
Deus a Abraão; porém o Espírito de Deus resolveu, de maneira sobrenatural cada um destes
desafios.

Esboço de Gênesis
I. A história primitiva do ser humano 1.1– 11.32
As narrativas da criação 1.1-2.5
1. Criação dos céus, da terra, e da vida sobre a terra 1.1-2.3
2. Criação do ser humano 2.4-25
B) A queda do ser humano 3.1-24
O mundo anterior ao dilúvio 4.1-5.32
Noé e o dilúvio 6.1-9.29
A Tabela das nações 10.1-32
A confusão das línguas 11.1-9
Genealogia de Abraão 11.10-32
II. Os patriarcas escolhidos 12.1-50.26
Abrão (Abraão) 12.1-23.20

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1) O chamado de Abraão 12.1-23.20
2) A batalha dos reis 14.1-24
3) O concerto de Deus com Abraão 15.1-21.34
4) O teste de Abraão 22.1-24
Isaque 24.1-26.35
Jacó 27.1-35,29
1) Jacó engana o seu pai 27.1-46
2) A fuga de Jacó para Harã 28.1-10
3) Deus confirma o concerto com Jacó 28.11-22
4) O casamento de Jacó em Harã 29.1– 30.43
5) O retorno de Jacó para Canaã 31.1-35.29
Esaú 36.1-43
José 37.1-50.26
1) A venda de José 37.1-40.23
2) A exaltação de José 41.1-57
3) José e os seus irmãos 42.1-45.28
4) Jacó muda para o Egito 46.1-48.22
5) A benção de Jacó e o seu sepultamento 49.1-50.21
6) Os últimos dias de José 50.22-26

Êxodo
Autor: Tradicionalmente Moisés
Data: Cerca de 1400 a.C.

Autor
Moisés, cujo nome significa “tirado das águas”, é a figura centra de Êxodo. Ele é o profeta hebreu
que liderou os israelitas em sua saída do Egito. Êxodo é tradicionalmente atribuído a ele. Quatro
passagens em Ex dão forte apoio à autoria mosaica de pelo menos boa parte do livro (17.14;
24.4,7; 34.27). Através de eventos variados e de encontros face a face com Deus, Moisés recebeu
a revelação daquelas coisas que Deus desejava que ele soubesse. Assim, através do processo
de inspiração do Espírito Santo, Moisés comunicou ao povo hebreu, tanto na forma oral como na
escrita, esta informação que lhe foi revelada.

Data
A Tradição conservadora data a morte de Moisés em algum temo ao redor de 1400 aC. Desta
forma, é provável que o Livro de Êxodo tenha sido compilado nos quarentas anos anteriores,
durante a caminhada pelo Deserto.

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Contexto Histórico
Êxodo é a continuação do relato do Gênesis, mostrando o desenvolvimento dum pequeno grupo
familiar de setenta pessoas numa grande nação com milhões de pessoas. Os hebreus viveram no
Egito por 430 anos, sendo que a maior parte do tempo em regime de escravidão. Êxodo registra
o desenvolvimento de Moisés , a libertação de Israel do seu cativeiro, a sua caminhada do Egito
até o monte Sinai para receber a lei de Deus e as instruções divinas a respeito da edificação do
tabernáculo. O livro termina com a construção do tabernáculo como um lugar da habitação de
Deus.

Conteúdo
O Livro de Êxodo pode ser dividido em três seções principais: a libertação miraculosa de Israel
(1.1-13.6), a jornada miraculosa até o Sinai (13.17-18.27) e as revelações miraculosas junto ao
Sinai (19.1-40.38)
A primeira seção (1.1-13.6) inicia com os hebreus sendo oprimidos no Egito (1.10-14). Como
qualquer outro grupo sob pressão, os hebreus reclamavam. A sua reclamação chegou não
somente diante dos seus opressores, mas chegou até o seu Deus (2.23-25). Deus ouviu o seu
clamor e colocou em ação um plano ora libertá-los. Ele acompanhou esta libertação através da
seleção dum profeta chamado Moisés (3.1-10)
A libertação não ocorreu de forma instantânea; porém constituiu-se num processo. Um período
considerável de tempo e dez pragas foram utilizadas pra ganha a liberação dos hebreus das garras
do Faraó. As pragas realizaram duas coisas importantes: primeiro, elas demonstraram a
superioridade do Deus hebreu sobre os deuses egípcios e, segundo, elas trouxeram liberdade aos
hebreus.
A Segunda seção narra a jornada milagrosa até o Sinai (13.17-18.27). Quatro grandes eventos
ocorrem nesta seção. Primeiro, os hebreus testemunharam o poder miraculoso e libertador de
Deus (13.17-15.21). Segundo, eles experimentaram, de forma direta, a capacidade que Deus tem
de cuidar do seu povo (15.22-17.7). Terceiro, eles receberam proteção em vista dos seus inimigos,
os amalequitas (17.8-16). Quatro, anciãos com a tarefa de supervisão foram estabelecidos a fim
de manter a paz entre o povo (18.1-27). Estes quatros grandes eventos ensinam um conceito
importante: a mão de Deus está presente na vida do seu povo especial. Tendo testemunhado a
sua presença e conhecido a forma como Deus agiu em seu benefício, eles poderiam ajustar as
suas vidas ao seu jeito de ser a fim de continuar recebendo as suas bênçãos.
A última seção enfoca as revelações miraculosas junto ao Sinai (19.1-40.38). A libertação divina
da nação tem o objetivo especifico de edificar um povo pactual. Esta seção tem três componentes
principais. Primeiro, são dados os Dez mandamentos e todas aquelas instruções que explicam em
maiores detalhes como estes mandamentos devem transparecer na vida do povo em aliança com
Deus (19.1-23.19) Os resultados duma vida fora desta estrutura pactual são demonstrados pelo
incidente que envolveu o bezerro de ouro (32.1-35). Segundo, trata-se das instruções referentes
à edificação dum tabernáculo e do seu mobiliário (25.1-31.18). Terceiro, trata-se da construção,
de fato, do tabernáculo, do seu mobiliário, e da habitação da presença de Deus no edifício após o
encerramento da obra (35.4-40.33).

Cristo Revelado
Moisés é um tipo de Cristo, pois ele liberta da escravidão. Arão funciona como um tipo de Jesus
assim como o sumo sacerdote (28.1) faz intercessão junto ao altar do incenso (30.1). A Páscoa
indica que Jesus é o Cordeiro de Deus que foi oferecido pela nossa redenção (12.1-22).
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As passagens “EU SOU” no evangelho de João encontram a sua origem primeira no livro de
Êxodo. João afirma que Jesus é o Pão da Vida; Moisés fala de duas maneira do pão de Deus: o
maná (16.35) e os pães da proposição (25.30). João nos conta que Jesus é a luz do Mundo; no
tabernáculo, o candelabro serve como fonte de luz permanente (25.31-40).

O Espírito Santo em Ação


No Livro de Êxodo, o óleo representa, de forma simbólica, o Espírito Santo. Por exemplo, o óleo
da unção é um tipo do Espírito Santo, o qual é utilizado pra preparar tanto os fiéis como os
sacerdotes para o culto divino (30.31).
O Fruto do Espírito Santo está listado em Gl 5.22,23. Uma listagem paralela também pode ser
encontrada em Ex 34.6,7, que descreve os atributos de Deus como compassivo, clemente,
longânimo, bom, fiel e perdoador.
As referências mais diretas ao Espírito Santo podem ser encontradas em 31.3-11 e 35.30-36.1,
quando cidadãos individuais são capacitados a tornarem-se exímios artífices. Através da obra
capacitadora do Espírito Santo. As habilidades naturais destas pessoas foram enriquecidas e
aumentadas a fim de que executassem as tarefas necessárias com excelência e precisão.

Esboço de Êxodo
I. A libertação miraculosa de Israel 1.1-13.16
A opressão dos israelitas no Egito 1.1-22
O nascimento e a primeira parte da vida de Moisés 2.1-4.31
O processo de libertação 5.1-11.10
O episódio do êxodo 12.1-13.16
II. A jornada miraculosa até o Sinai 13.17-18.27
A Libertação junto ao mar Vermelho 13.17-15.21
A provisão para o povo 15.22-17.7
A proteção contra os amalequitas 17.8-16
O estabelecimento dos anciões supervisores 18.1-27
III. As revelações miraculosas junto ao Sinai 19.1– 40.38
A chegada ao Sinai e a manifestação de Deus 19.1-25
Os dez mandamentos 20.1-21
O Livro da Aliança 20.22-23.19
A proteção do Anjo de Deus 23.20-33
Israel confirma o concerto 24.1-18
Orientação a respeito do tabernáculo 25.1-31.18
O bezerro de ouro 32.1-35
Arrependimento e renovação do concerto 33.1-35.3

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A construção do tabernáculo 35.4-40.33
A glória do Senhor enche o tabernáculo 40.34-38.

Levítico
Autor: Tradicionalmente Moisés
Data: Cerca de 1445 a.C.

Autor
O Livro de Levítico é o terceiro livro das Escrituras Hebraicas do AT atribuídos a Moisés. Em 1.1,
o texto se refere à palavra do Senhor, que foi proferida a Moisés do tabernáculo da assembléia;
isso forma a base de todo este livro das Escrituras. Os sacerdotes e levitas preservaram seu
conteúdo.

Data
Os sábios datam o Livro de Levítico da época das atividades de Moisés (datando mais
antigamente no séc. XV aC e a última alternativa no séc. XII aC) até a época de Esdras, durante
o retorno (séc.VI aC). A aceitação da autoria mosaica para Levítico dataria sua escrita por volta
de 1445 aC. O livro descreve o sistema de sacrifícios e louvor que precede a época de Esdras e
relembra a instituição do sistema de sacrifícios. O livro contém pouca informação histórica que
forneceria uma data exata.

Contexto Histórico
A teologia do Livro de Levítico liga a idéia de santidade à vida cotidiana. Ela vai além do assunto
de sacrifício, embora o cerimonial do sacrifício e a obra dos sacerdotes sejam explicados com
grande cuidado. O conceito de santidade afeta não somente o relacionamento que cada indivíduo
tem com Deus, mas também o relacionamento de amor e respeito que cada pessoa deve ter com
o seu próximo. O código de santidade permeia a obra porque cada indivíduo deve ser puro, pois
Deus é puro e porque a pureza de cada indivíduo é a base da santidade de toda a comunidade
do concerto. O ensinamento de Jesus Cristo—”Portanto, tudo o que vós quereis que os homens
vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas” (Mt 7.12)- reflete o texto de Lv
19.18, “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”.

Conteúdo
Em hebraico, o Livro de Levítico recebeu o nome de Vayikra, que significa “E ele chamou”. O título
hebraico é tirado da primeira palavra do livro, que era uma forma costumeira de dar nome às obras
antigas. O título “Levítico “ é derivado da versão grega da obra e significa “assuntos pertencentes
aos levitas”. O título é um pouco enganoso, uma vez que o livro lida com muito mais assuntos
relacionados à pureza, santidade, todo o sacerdócio, a santidade de Deus e a santidade na vida
cotidiana. A palavra “santo” aparece mais de oitenta vezes no livro.
Algumas vezes, o Livro de Levítico tem sido encarado como uma obra de difícil compreensão;
entretanto, de acordo com a tradição primitiva, foi o primeiro livro a ser ensinado para as crianças
na educação judaica. Ele lida com o caráter e a vontade de Deus especialmente em assuntos de
santidade, que os sábios judeus consideravam de importância primária. Eles sentiram que, antes
de proceder a outros textos bíblicos, as crianças deveriam, antes de mais nada, ser educadas
10
sobre a santidade de Deus e a responsabilidade de cada indivíduo pra viver uma vida santa. A
Santidade (hebr. Kedushah) é uma palavra-chave em Levítico, descrevendo a santidade da
presença divina. A santidade está sendo separada do profano, e santo é oposto do comum ou
secular.
Outro tema principal do Livro de Levítico é o sistema sacrificial. Os holocaustos (hebr.olah)
referem-se ao único sacrifício que é totalmente consumido sobre o altar e, portanto, algumas vezes
é chamado de oferta queimada. As ofertas de manjares (hebr. Minchah) são uma oferta de tributo
feita a fim de garantir ou manter o favor divino, indicando que os frutos do trabalho de uma pessoa
devem ser dedicados a Deus. Os sacrifícios de paz ou das graças (hebr.shelamim) são
designados para fornecer expiação e permitem que a pessoa que faz a oferta como da carne do
sacrifício. Isso costumava acontecer em ocasiões de alegria. O sacrifício pelos erros (hebr.chatta’t)
é empregado para tirar a impureza do santuário. O sacrifício pelo sacrilégio (hebr. Asham),
também conhecido como oferta pela culpa ou oferta de compensação, é preparado para a violação
da santidade da propriedade de Deus ou de outras pessoas, normalmente pelo uso de um falso
testemunho. Os erros profanaram a santidade de Deus e é exigida uma oferta.
Além dos sacrifícios, o calendário litúrgico tem uma posição significativa no Livro de Levítico. O
Ano de Descanso refere-se à emancipação dos escravos israelitas e pessoa endividadas, bem
como à redenção da terra (ver também Ex 21.2-6; 23.10,11; Dt 15.1-18). O Ano de Jubileu refere-
se ao fato de que as terras de Israel, bem como o povo, pertencem a Deus e não a qualquer
indivíduo. As terras, portanto, devem ter um descanso depois de cada período de quarenta e nove
anos (Lv 25.8-17), o que ensina o domínio de Deus, a santidade de seu caráter e a necessidade
de a congregação se aproximar dele com pureza de coração e mente.

Cristo Revelado
Cristo não é especificamente mencionado em Levítico. Entretanto, o sistema de sacrifícios e o
sumo sacerdote no Livro de Levítico são tipos que retratam a obra de Cristo. O Livro de Hebreus
descreve Cristo como o sumo sacerdote e usa o texto de Levítico como base para ilustrar a sua
obra. Alguns usaram formas extremas de alegoria do Livro de Levítico a fim de revelar Cristo,
entretanto, esse método de interpretação bíblica deve ser cautelosamente usado a fim de garantir
que o significado original histórico e cultural sejam preservados. O Livro de Levítico enfoca a vida
e o louvor do antigo povo de Israel.

O Espírito Santo em Ação


Apesar de o termo “Espírito Santo” nunca ser mencionado no Livro, a presença de Deus é sentida
em todo o livro. A santidade do caráter de Deus é constantemente mencionada na designação de
santidade às ações e louvor do povo. Ele não é visto como nos cultos pagãos da época em que
os ídolos eram venerados, mas está no meio das pessoas, à medida que elas o louvam. Elas
devem ser santas como Ele é santo.

Esboço de Levítico
I. A descrição do sistema de sacrifícios 1.1-7.38
Os holocaustos 1.1-17
As ofertas de manjares 2.1-6
Os sacrifícios de paz ou das graças 3.1.17
A Expiação do pecado 4.1-5.13

11
O sacrifício pelo sacrilégio 5.14-6.7
Outras instruções 6.8-7.38
II. O serviço dos sacerdotes no santuário 8.1-10.20
A ordenação de Arão e seus filhos 8.1-36
Os sacerdotes tomam posse 9.1-24
O pecado de Nadabe e Abiú 10.1-11
O pecado de Eleazar e Itamar 10.12-20
III. As leis das impurezas 11.1-16.34
Imundícias dos animais 11.1-47
Imundícias do parto 12.1-8
Imundícias da pele 13.1-14.57
Imundícias de emissão 15.1-33
Imundícias morais 16.1-34
IV. O código de Santidade 17.1-26.46
Matando por alimento 17.1-16
Sobre ser sagrado 18.1-20.27
Leis para sacerdotes e sacrifícios 21.1– 22.33
Dias santos e festas religiosas 23.1-44
Leis para elementos sagrados de louvor 24.1-9
Punição para blasfêmia 24.10-23
Os Anos do Descanso e do Jubileu 25.1-55
Bênçãos por obediência e punição por desobediência 26.1-46
V. Ofertas para o santuário 27.1-34

Números
Autor: Tradicionalmente Moisés
Data: Cerca de 1400 a.C.

Autor
Tradicionalmente, a autoria é atribuída a Moisés, a personalidade central do livro. Nm 33.2 faz
uma referência especifica a Moisés, registrando pontos sobre a viagem no deserto.

12
O título em português Números é tirado de seu título (arithmoi) na tradução grega do AT (a
septuaginta), seguido pela Vulgata (numeri). No texto hebraico, o nome do livro é No Deserto ,
tirado da linha de abertura. “Falou mais o senhor a Moisés, no deserto do Sinai”.

Data
Assumindo a autoria mosaica, provavelmente o livro tenha sido escrito por volta de 1400 aC.,
pouco antes de sua morte. Os acontecimentos deste livro ocorrem durante cerca de 40 anos,
começando logo após o Êxodo, em 1400 aC.

Conteúdo
A divisão dos livros de abertura do AT em cinco livros ou pergaminhos (chamado “o Pentateuco”,
significa “Cinco pergaminhos”) não deve obscurecer o fato de que cada um dos cinco livros é uma
continuação do precedente. Moisés, cujo nascimento é contato no Ex 2 e cuja morte é narrada em
Dt 34, é a figura que une a história do Êxodo até Deuteronômio.
O Livro de Número continua o relato do período mosaico, que se inicia com o Êxodo. Começa com
Israel ainda no Sinai. A entrada dos israelitas no deserto do Sinai é registrada em Ex 19.1. Israel
deixa o Sinai em Nm 10.11.
Número tem duas divisões principais: 1) a seção contendo instruções enquanto ainda no Sinai
(1.1-10.10); 2) a viagem no deserto que cobre o itinerário do Sinai até as planícies de Moabe
através do Jordão da Terra Prometida (10.11-36-13). As instruções no Sinai lidam com a
preparação para a viagem, e o resto do livro conta a viagem em si.
As instruções no Sinai (1.1-10.10) cobrem uma variedade de tópicos, mas aqueles que lidam com
o preparo da viagem dominam. Os caps. 1-4 lidam com uma série de instruções para numerar
(fazer o censo de) vários grupos, seguido de um relatório de concordância com o mandamento.
Os caps. 5-6 lidam com a imundície ritual, a infidelidade marital, e os nazireus. No cap. 7, os
líderes do povo trazem ofertas para o tabernáculo. O cap. 8 fala da consagração dos levitas. O
cap.9 lida com a Páscoa e a nuvem e o fogo; o motivo do preparo é reconsiderado em 10.1-10,
onde são dadas instruções para que sejam feitos sinais com as trombetas.
A seção de Nm que lida com a viagem (10.11-36.13) tem duas partes principais. Em primeiro lugar,
10.11-25.18 descreve a destruição de geração que vivenciou a libertação do Egito por meio do
Senhor. Os postos-chave nesta parte são os relatos das queixas, rebeliões e desobediência da
primeira geração, que levou à morte deles.
A segunda subseção (26-36) narra a preparação da segunda geração para a entrada na Terra
Prometida. Começa com um novo censo (comparar com o cap. 1), observando que toda a primeira
geração, exceto Josué, Calebe e Moisés, morreu no deserto. Essa seção termina com a
distribuição da terra entre as tribos depois de elas terem entrado na Terra Prometida.

Cristo Revelado
Jesus Cristo é retratado em Nm como aquele que provém. O Apóstolo Paulo escreve sobre Cristo
que ele era a pedra espiritual que seguiu os israelitas pelo deserto e deu-lhes a bebida espiritual
(1Co 10.4). A pedra que deu água aparece duas vezes na história do deserto (cap 20; Ex 17).
Paulo enfatiza a provisão de Cristo às necessidades de seu povo, a quem libertou do cativeiro.
A figura messiânica do rei de Israel é profetizada por Balaão em 24.17, “Vê-lo-ei, mas não agora;
contemplá-lo, mas não de perto; uma estrela procederá de Jacó, e um cetro subirá de Israel”. A
tradição judaica interpretava este verso messianicamente, conforme atestado pelos textos de

13
Qumran. Jesus Cristo é o Messias, de acordo com o testemunho uniforme do NT, e o verdadeiro
rei sobre quem Balaão fala.

O Espírito Santo em Ação


Fala-se diretamente sobre o E. Santo no cap. 11. Lá o Espírito é retratado como realizando duas
funções: ungido para a liderança e inspirando a profecia. No v. 16, Moisés está pedindo ajuda ao
Senhor em seus deveres de liderança. A resposta é que o Senhor tomará o Espírito que está
sobre Moisés (identificado no v. 29 como o Espírito do Senhor) e o passará para seus líderes.
Mesmo um líder como Moisés era incapaz de fazer tudo e precisava de uma liderança doada pelo
Espírito para a realização de sua tarefa.
Quando o Espírito é dado aos anciãos, ele causa a profecia (v. 25). Somente o setenta anciãos
nomeados profetizam. Quando Josué se queixa que dois dos anciãos no acampamento também
estão profetizando, Moisés expressa o desejo de que todo o povo de Deus também recebesse
seu Espírito e profetizasse. Essa esperança de Moisés é retomada em Jl 2.28-32 e é
definitivamente cumprida no Dia de Pentecostes (At 2.16-21), quando o Espírito foi derramado e
tornou-se disponível a todos.

Esboço de Números
I. Instruções para a viagem do Sinai 1.1-10.10
Relato sobre a tomada do censo 1.1-4.9
1) Censo militar 1.1-2.34
2) Censo não militar: levitas 3.1-4.49
Instruções e relatos adicionais 5.1-10.10
1) Cinco instruções 5.1-6.27
2) Ofertas dos líderes 7.1-89
3) Levitas dedicados 8.1-26
4) Segunda Páscoa 9.1-14
5) Direção pela nuvem e fogo 9.15-23
6) As trombetas de prata 10.1-10
II. Relato da viagem do Sinai 10.11-36.13
Rebelião e punição da primeira geração 10.11-25.18
1) Relato da primeira marcha do Sinai 10.11-36
2) Queixas do povo 11.1-3
3) Ansiando por carne 11.4-35
4) Desafio para Moisés 12.1-16
5) Recusa a entrar na Terra Prometida 13.1-14.45
6) Instruções relacionadas às ofertas 15.1-41
7) Desafios à autoridade de Arão 16.1-18.32

14
8) Leis da purificação 19.1-22
9) A morte de Miriã e Arão 20.1-29
10) Do monte Hor às planícies do Moabe 21.1-35
11) Balaque e Balaão 22.1-25.18
Preparo da nova geração 26.1-36.13
1) Um novo censo 26.1-65
2) Instruções relacionadas à herança, ofertas e votos 27.1-30.16
3) Vingança sobre os midianitas 31.1-54
4) As tribos da Transjordânia 32.1-42
5) Itinerário do Egito até Moabe 33.1-49
6) Instruções para a ocupação de Canaã 33.50-36.13

Deuteronômio
Autor: Tradicionalmente Moisés
Data: Cerca de 1400 a.C.
Autor
Deuteronômio identifica o conteúdo do livro com Moisés: “Estas são as palavras que Moisés falou
a todo o Israel” (1.1). “Moisés escreveu esta Lei, e a deu aos sacerdotes” (31.9) também pode ser
indício de que tenha escrito todo o livro. O nome de Moisés aparece quase quarenta vezes, e o
livro reflete claramente a personalidade de Moisés. O uso corrente da primeira pessoa do singular
em todo o livro apóia ainda mais a autoria mosaica.
Tanto a tradição judaica quanto a samaritana são unânimes em identificar Moisés como o autor.
Assim como Cristo, Pedro e Estevão também reconhecem Moisés como o autor do livro (mt 19.7,9;
Mc 10.3,4; At 3.22; 7.37)
O último capítulo, que contém o relato da morte de Moisés, foi escrito, provavelmente, por seu
amigo íntimo, Josué.

Data
Moisés e os israelitas iniciaram o Êxodo do Egito por volta de 1440 aC. Chegaram à planícies de
Moabe, onde Deuteronômio provavelmente tenha sido escrito, em cerca de 1400 aC, na ocasião
do discurso do conteúdo do livro ao povo, “no mês undécimo, no primeiro dia do mês”, no ano
quadragésimo de sua peregrinação pelo deserto (1.3). Isso foi um pouco antes da morte de Moisés
e do início da liderança de Josué em guiar os israelitas a Canaã. Portanto, Dt cobre um período
inferior a dois meses, incluindo os trinta dias de lamento pela morte de Moisés

Contexto Histórico
Moisés tinha então 120 anos, e a Terra Prometida estava a sua frente. Ele tirou os israelitas da
escravidão no Egito e os guiou pelo deserto para receber a lei de Deus no monte Sinai. Por causa
15
da desobediência de Israel em se recusar a entrar na terra de Canaã, a Terra Prometida, os
israelitas perambularam sem destino no deserto por trinta e oito anos. Agora se achavam
acampados na fronteira oriental de Canaã, no vale defronte de Bete-Peor, na região montanhosa
do Moabe, de vista para Jericó e a planície do Jordão. Quando os israelitas se preparavam para
entrar na Terra Prometida, depararam-se com um momento crucial em sua história – novos
inimigos, novas tentações e nova liderança. Moisés reuniu o grupo para lembrá-los da fidelidade
do Senhor e para encorajá-los a serem fiéis e obedientes ao seu Deus quando possuíssem a Terra
Prometida.

Conteúdo
Dt é uma série de recomendações de Moisés aos israelitas enquanto ele se prepara para morrer
e eles se aprontam para entrar na Terra Prometida. Embora Deus o tivesse proibido de entrar em
Canaã, Moisés experimenta um forte sentimento de antecipação pelo povo. O que Deus havia
prometido a Abraão, Isaque e Jacó séculos antes está prestes a se tornar realidade. Dt é
proclamação de uma segunda chance para Israel. A falta de fé e a infidelidade de Israel tinham
impedido a conquista de Canaã anteriormente. A maioria do povo junto de Moisés à entrada da
Terra Prometida não tinha testemunhado as cenas no Sinai; eles eram nascido e criados no
deserto. Sendo assim, Moisés os exorta trinta e cinco vezes para “entrar e possuir” a terra. Ele os
recorda trinta e quatro vezes de que essa é a terra que Deus lhes está dando.
Enquanto essa nova geração de israelitas se prepara para entrar na Terra Prometida, Moisés lhes
recorda com vivacidade a fidelidade de Deus por toda a história e os relembra de seu
relacionamento singular de concerto com o Senhor. Moisés percebe que a maior tentação dos
israelitas na nova terra será abandonar a Deus e cair na idolatria dos ídolos cananeus. Por
conseguinte, Moisés está preocupado com a perpetuação do concerto. Para preparar a nação
para vida na nova terra, Moisés expõe os mandamentos e os estatutos que Deus deu em seu
concerto. A Obediência a Deus equivale a vida, bênção, saúde e prosperidade. A desobediência
equivale a morte, maldição, doença e pobreza. O concerto mostrou aos filhos de Deus o caminho
para viver em comunhão com ele e uns com os outros. A mensagem de Dt é tão poderosa que é
citada mais de oitenta vezes no NT.

Cristo Revelado
Moisés foi o primeiro a profetiza a vinda do Messias, um Profeta como o próprio Moisés (18.15).
Notadamente, Moisés é a única pessoa com quem Jesus se comparou: “Porque, se vós crêsseis
em Moisés, creríeis em mim, porque de mim escreveu ele. Mas, se não credes nos seus escritos,
como crereis nas minhas palavras?” (jo 5.46,47). Jesus costumava citar Dt. Quando lhe
perguntavam o nome do mandamento mais importante, ele respondia com Dt 6.5. Quando
confrontado por satanás em sua tentação, ele citava exclusivamente Dt (8.3; 6.16; 6.13; 10.20). É
muito significativo o fato de Cristo, que era perfeitamente obediente ao Pai, mesmo até a morte,
ter usado este livro sobre a obediência para demonstrar a sua submissão à vontade do Pai.

O Espírito Santo em Ação


O tema unificador em toda a Bíblia é a atividade redentora de Deus. Dt recorda ao povo que o
Espírito de Deus havia estado com eles desde o tempo da sua libertação do Egito até o momento
presente e que ele continuaria a guiá-los e protegê-los se permanecessem obedientes às
condições do concerto.
Em 2Pe 1.21 se descreve Moisés claramente: “homens santos de Deus falaram inspirados pelo
Espírito Santo”. Como porta voz de Deus, Moisés demonstrou a presença do E. Santo enquanto

16
profetizava para o povo. Várias de suas profecias mais significantes incluíam a vinda do Messias
(18.15), a dispersão de Israel (30.1), o arrependimento (30.2) e a restauração (30.5) de Israel, a
restauração e a conversão nacional e futura de Israel (30.5,6) e a prosperidade nacional de Israel
(30.9)

Esboço de Deuteronômio
I. O primeiro discurso de Moisés 1.1-4.43
Introdução 1.1-5
O passado recordado 1.6-3.29
Um chamado à obediência 4.1-40
Cidades de refúgio nomeadas 4.41-43
II. O segundo discurso de Moisés 4.44-26.19
Exposição dos Dez Mandamentos 4.44– 11.32
Exposição das leis cerimoniais 12.1-16.17
Exposição da lei civil 16.18-18.22
Exposição das leis criminais 19.1-21.9
Exposição das leis sociais 21.10– 26.19
III. O terceiro discurso de Moisés 27.1– 30.20
Cerimônia de retificação 27.1-26
Sanções do concerto 28.1-68
O juramento do concerto 29.1-30.20
IV. As palavras finais e a morte de Moisés 31.1– 34.12
Perpetuação do concerto 31.1-29
O cântico do testemunho 31.30-32.47
A bênção de Moisés sobre Israel 32.48—33.29
A Morte e a sucessão de Moisés 34.1-12

Josué
Autor: Incerto (Josué)
Data: Cerca de 1400—1375 a.C.

Autor
O autor do Livro de Josué não pode ser determinado pelas Escrituras. O uso do pronome “nós” e
“nos” (como em 5.6) sustenta a teoria de que o autor deve ter sido testemunha de alguns

17
acontecimentos que ocorreram durante estes período. Js 24.26 sugere que o autor de pelo menos
grandes seções foi o próprio Josué.
Outras passagens, entretanto, não poderiam ter sido escrita por Josué. Sua morte é registrada no
capítulo final (24.29-32). Vários outros acontecimentos que ocorreram após a sua morte são
mencionados: A conquista de Hebrom por Calebe (14.6-15); a vitória de Otniel (15.13-17); e a
migração para Dã (19.47). Passagens paralelas em Jz 1.10-16 e Jz 18 confirmam que esses
acontecimentos ocorreram ap´´os a morte de Josué.
É mais provável que o livro tenha sido composto em sua forma final por um escriba ou editor
posterior, mas foi baseado em documentos escritos por Josué.

Data
O Livro de Js cobre cerca de vinte anos da história de Israel sob a liderança de Josué, assistente
e sucessor de Moisés.
A data comumente aceita da morte de Josué é por volta de 1375 aC. Portanto, o livro engloba a
história de Israel entre 1400 aC e 1375 Ac e é provável que tenha sido compilado pouco tempo
depois.

Contexto Histórico
O livro começa nas vésperas da entrada de Israel em Canaã. Politicamente, Canaã se dividia em
várias cidades-estados, cada uma com seu governo autocrático e todas hostis umas com as
outras. Moralmente, as pessoas eram depravadas; a anarquia e a brutalidade eram comuns. A
religião Cananéia enfatizava a fertilidade e o sexo, adoração da serpente e o sacrifício de crianças.
O cenário estava estabelecido e a terra propícia para a conquista.
Em contrapartida, o povo de Israel estava sem pátria havia mais de quatrocentos anos (Gn 15.13).
Eles tinham vivido em servidão aos Faraós egípcios e depois ficaram perambulando sem rumo no
deserto por mais de quarenta anos. Entretanto, embora imperfeitamente, continuavam fiéis ao
único e verdadeiro Deus e se apegavam à promessa que ele tinha feito ao antepassado deles,
Abraão. Séculos antes, Deus havia prometido transformar Abraão e seus descendentes em uma
grande nação e dar-lhes Canaã como pátria sob a condição de que eles continuassem fiéis e
obedientes a ele (Gn 17) . Agora, eles estavam prestes a vivenciar o cumprimento dessa
promessa.

Conteúdo
O Livro de Josué é o sexto do AT e o primeiro de um grupo de livros chamado os Profetas
Anteriores. Coletivamente, esses livros traçam o desenvolvimento do Reino de Deus na Terra
Prometida até o cativeiro da Babilônia— Um período de cerca de novecentos anos. Josué narra o
período da entrada de Israel em Canaã através da conquista, divisão e estabelecimento da Terra
Prometida.

Cristo Revelado
Cristo é revelado no Livro de Js de três maneiras; por revelação direta, por modelos e por aspectos
iluminantes de sua natureza.
Em 5.13-15, o Deus Triúno apareceu a Josué como o “príncipe do exercito do SENHOR” . Através
de sua aparição, Josué teve certeza de que o próprio Deus era o responsável. Era tarefa de Josué,
bem como nossa , seguir os planos do príncipe, além de conhecer o príncipe.

18
Um modelo é um símbolo, uma lição objetiva. Pode-se encontrar tipos em uma pessoa, em um
ritual religioso e mesmo em um acontecimento histórico. O próprio Josué era um modelo de Cristo.
Se nome, que significa ”Jeová é Salvação”, é um equivalente hebraico do grego “Jesus”. Josué
guiou os israelitas até a possessão de sua herança prometida, bem como cristo nos leva à
possessão da vida eterna.
O cordão de fio de escarlata na janela de Raabe (2.18,21) ilustra a obra de redenção de Cristo na
cruz. O Pano cor de sangue pendurado na janela salvou Raabe e sua família da morte. Assim,
Cristo também derramou seu sangue e foi pendurado na cruz para nos salvar da morte.
Um dos aspectos da natureza de Cristo revelada em Josué é o da promessa cumprida. No final
de sua vida, Josué testemunhou: “nem uma só promessa caiu de todas as boas palavras que falou
de vós o SENHOR, vosso Deus” (23.14). Deus, em sua graça e fidelidade, sustentou e preservou
seu povo tirando-os do deserto e levando-o à Terra Prometida. Ele fará o mesmo por nós através
de Cristo, que é a Promessa.

O Espírito Santo em Ação


Uma tendência constante da obra do ES flui através do Livro de Js. Inicialmente, sua presença
surge em 1.5, quando Deus conhecendo a esmagadora tarefa de comandar a nação de Israel,
forneceu a Josué a promessa de seu Espírito sempre presente.
O trabalho do Espírito Santo era o mesmo antes de agora: ele atrai as pessoas a um
relacionamento de salvação com Cristo e realiza os propósitos do Pai. Seu objetivo em Josué,
bem como no AT, era a salvação de Israel, pois, foi através dessa nação que Deus escolheu salvar
o mundo (Is 63.7-9)
Várias características sobre a maneira como o Espírito opera podem ser vistas em Josué. A obra
do Espírito Santo é contínua: “Não te deixarei nem te desampararei” (1.5). O Espírito Santo está
comprometido a realizar a tarefa, independentemente de quanto tempo demore. Sua presença
contínua é necessária para o sucesso do plano de Deus na vida dos homens. A obra do Espírito
Santo é mútua: “Tão somente sê forte e mui corajoso para teres cuidado de fazer segundo toda a
lei que meu servo Moisés te ordenou; dela não te desvies, nem para a direita nem para a esquerda,
para que sejas bem-sucedido por onde quer que andares” (1.7). Foi dito: “Sem ele, não podemos;
sem nos ele não quer”. A cooperação com o Espírito Santo é essencial à vitória. Ele nos habilita
a cumprir nosso chamado e a completar a tarefa ao nosso alcance. A obra do Espírito Santo
é sobrenatural. A queda de Jericó foi obtida mediante a destruição milagrosa de seus muros
(6.20). A vitória foi alcançada em Gibeão, quando o Espírito deteve o sol (10.12,13). Nenhuma
obra de Deus, seja a libertação da servidão ou possessão da bênção, é realizada sem ajuda do
Espírito.

Esboço de Josué
I. Preparação da herança 1.1-5.15
Mediante a escolha do líder do exército 1.1-18
1) Josué ouve o chamado 1.1-9
2) Josué dá o mandamento 1.10-15
3) Josué recebe estímulo 1.16-18
Mediante o preparo do exército para a batalha 2.1-5.15

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1) Procurando a moral do inimigo 2.1-24
2) Posicionando o povo para a batalha 3.1-5.1
3) Fortalecendo as tropas para a guerra 5.2-12
4) Convencendo um líder a servir 5.13-15
II. Possuindo a herança 6.1-12.24
O território central 6.1-8.35
1) A obediência traz a conquista – Jericó 6.1-27
2) O pecado traz a derrota – Acã 7.1-26
3) O arrependimento traz a vitória – Ai 8.1-29
4) A lei traz a bênção – Monte Ebal e monte Gerizim 8.30-35
O território do Sul 9.1-10.43
1) O engano traz o cativeiro – Gibeonitas 9.1-27
2) Os milagres trazem a liberação – Amorreus 10.1-43
O território do Norte 11.1-15
Revisando os territórios conquistados 11.16—12.24
1) Os territórios 11.16-23
2) Os reis 12.1-24
III. Compartilhando a herança 13.1-22.34
Distribuindo a herança 13.1-21.45
1) Partes ainda não conquistadas 13.1-7
2) Partes para Ruben, Gade e Manassés 13.8-33
3) Dividindo as partes a oeste da Jordânia 14.1-5
4) Uma parte para Calebe 14.6-15
5) Uma parte para Judá 15.1-63
6) Uma parte para Efraim e Manassés 16.1-17.18
7) Partes para as tribos restantes 18.1-19.48
8) Uma parte para Josué 19.49-51
9) Cidades de refúgio e para os levitas 20.1-6.21.42
10) Epílogo 22.1-34
Discutindo o futuro 22.1-34
1) Uma benção para as tribos do Leste 22.1-9
2) Uma explicação para o altar 22.10-34

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IV. O discurso final de Josué e sua morte 23.1—24.33
Josué aconselha os líderes 23.1-16
Josué desafia o povo 24.1-28
Josué morre 24.29-33

Juízes (Jz)
Autor: Desconhecido
Data: Entre 1050 e 1000 aC

Autor
O autor de Juízes é desconhecido. O Talmude atribui o livro de Juízes a Samuel. Este bem pode
ter escrito partes do Livro, já que se afirma que era um escritor (1Sm 10.25).

Data
O Livro de Juízes cobre o período entre a morte de Josué e a instituição da monarquia. A data
real da composição do livro é desconhecida. No entanto, evidências internas indicam que ele foi
escrito durante o período inicial da monarquia que se seguiu à coroação de Saul. Porém antes da
conquista de Jerusalém por Davi, cerca de 1050 a 1000 aC. Esta data tem o apoio de dois fatos:
1) As palavras “naqueles dias, não havia rei em Israel” (17.6) foram escritas num período em que
Israel tinha um rei. 2) A declaração de que “os jubuseus habitaram com os filhos de Benjamim em
Jerusalém até ao dia de hoje” (1.21) aponta para um período anterior à conquista da cidade por
Davi (2Sm 5.6,7).

Contexto Histórico
Juízes cobre um período caótico na história de Israel: cerca de 1380 a 1050 aC. Sob a liderança
de Josué, Israel conquistou e ocupou de forma geral a terra de Canaã, mas grandes áreas ainda
permaneceram por ser conquistadas pelas tribos individualmente. Israel praticava continuamente
o que era mau aos olhos do Senhor e “não havia rei em Israel, porém cada um fazia o que parecia
reto aos seus olhos” (21.25). Ao servirem de forma deliberada a deuses estranhos, o povo de
Israel quebrava a sua aliança com o Senhor. Em conseqüência, o Senhor os entregava nas mãos
dos opressores. Cada vez que o povo clamava ao Senhor, este, com fidelidade, levantava um juiz
a fim de prover libertação ao seu povo. Estes juizes, a quem o Senhor escolheu e ungiu com o
seu Espírito, eram militares e civis. O Livro de Juizes não olha apenas retroativamente para a
conquista de Canaã, liderada por Josué, registrando as condições em Canaã durante o período
dos juízes, mas também antecipa o estabelecimento da monarquia em Israel.

Conteúdo
O Livro de Juizes está dividido em três seções principais: 1) Prólogo (1.1-3.6) 2) narrativas (3.7-
16.31); e 3) epílogo (17.1-21.25). A primeira parte do prólogo (1.1-2.5) estabelece o cenário
histórico para as narrativas que seguem. Ali é descrita a conquista incompleta da Terra Prometida
(1.1-36) e a reprimenda do Senhor pela infidelidade do povo à sua aliança (2.1-5). A segunda
parte do prólogo (2.6-3.6) oferece uma visão geral do corpo principal do Livro, que são as
narrativas. Estas descrevem os caminhos rebeldes de Israel durante os primeiros séculos na Terra

21
Prometida e mostram como o Senhor se relacionou com a nação naquele período, um tempo
caracterizado por um ciclo recorrente de apostasia, opressão, arrependimento e libertação.
A parte principal do livro (3.7-16.31) ilustra esse padrão que se repete na história antiga de Israel.
Os israelitas faziam o que era mau aos olhos do Senhor (apostasia); o Senhor os entregava nas
mãos de inimigos (opressão); o povo de Israel clamava ao Senhor (arrependimento); e, em
resposta ao seu clamor, o Senhor levantava libertadores a que ele capacitava com o seu Espírito
(libertação). Seis indivíduos— Otniel, Eúde, Débora, Gideão, Jefté e Sansão—, cujo papel de
libertadores é narrado com mais detalhes, são classificados como “juízes maiores”. Seis outros,
que são mencionados rapidamente— Sangar, Tola, Jair, Ibsã, Elom e Abdom—, são conhecidos
como “juízes menores”. Um décimo terceiro personagem, Abimeleque, está vinculado à história
de Gideão.
Duas histórias são acrescentadas ao Livro de Juízes (17.1—21.15) na forma de um epílogo. O
propósito desses apêndices não és estabelecer um final ao período dos juízes, mas descrever a
corrupção religiosa e moral existente nesse período. A primeira história ilustra a corrupção na
religião de Israel. Mica estabeleceu em Efraim uma forma pagã de culto ao Senhor, a qual foi
adotada pelos danitas quando estes abandonaram o território que lhes coube por herança e
migraram para o norte de Israel. A segunda história no epílogo ilustra a corrupção moral de Israel
ao relatar a infeliz experiência de um levita em Gibeá, no território de Benjamim, e a conseqüente
guerra benjamita. Aparentemente, o propósito desta seção final do livro é ilustrar as
conseqüências da apostasia e anarquia nos dias em que “não havia rei em Israel”.

O Espírito Santo em Ação


A atividade do Espírito Santo do Senhor no Livro de Juízes é claramente retratada na liderança
carismática daquele período. Os seguintes atos heróicos de Otniel, Gideão, Jefté e Sansão são
atribuídos ao Espírito do Senhor:
O Espirito do Senhor veio sobre Otniel (3.10) e o capacitou a libertar os israelitas das mãos de
Cusã-Risataim, rei da Síria.
Através da presença pessoal do Espírito do Senhor, Gideão (6.34) libertou o povo de Deus das
mãos dos midianitas. Literalmente, o Espírito do Senhor se revestiu de Gideão. O Espírito do
Senhor capacitou este líder escolhido por Deus e agiu através dele para implementar o ato
salvífico do Senhor em benefício do seu povo.
O Espírito do Senhor equipou Jefté (11.29) com habilidades de liderança no seu empreendimento
militar contra os amonitas. A vitória de Jefté sobre os amonitas foi o ato de libertação do Senhor
em benefício de Israel.
O Espírito do Senhor capacitou Sansão e executar atos extraordinários. Ele começou a impelir
Sansão para sua carreira (13.25). O Espírito veio poderosamente sobre ele em várias ocasiões.
Sansão despedaçou um leão apenas com as mãos (14.6). Certa vez matou trinta filisteus (14.19)
e, em outra ocasião, livrou-se das cordas que amarravam as suas mãos e matou mil filisteus com
uma queixada de jumento (15.14,15).
O mesmo Espírito Santo que deu condições a esses libertadores para que fizesse façanhas e
cumprissem os planos e propósitos do Senhor continua operante ainda hoje.

Esboço de Juízes
I. Prólogo: As condições em Canaã após a morte de Josué 1.1-3.6

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Continuação das conquistas pelas tribos de Israel 1.1-26
Conquista incompletas da terra 1.27-36
A aliança do Senhor é quebrada 2.1-5
Introdução ao período dos juízes 2.6 –3.6
II. História de opressões e libertações durante o período dos juízes 3.7-16.31
Opressão mesopotâmica por meio de Otniel 3.7-11
Opressão moabita por meio de Eúde 3.12-30
Opressão filistéia e libertação por meio de Sangar 3.31
Opressão cananita e libertação por meio de Débora e Baraque 4.1-5.31
Opressão midianita e libertação por meio de Gideão 6.1– 8.35
Breve reinado de Abimeleque 9.1-57
Carreira de Tola como Juiz 10.1,2
Carreira de Jair como Juiz 10.3-5
Opressão amonita e libertação por meio de Jefté 10.6 –12.7
Carreira de Ibsã como juiz 12.8-10
Carreira de Elom como juiz 12.11,12
Carreira de Abdom como juiz 12.13-15
Opressão filistéia e libertação por meio de Sansão 13.1-16.31
III. Epílogo: Condições que ilustram o período dos juízes 17.1-21.25
Apostasia: A idolatria de Mica e a migração dos danitas 17.1 –18.31
Imoralidade: Atrocidade em Gibeá e a guerra benjamita 19.1-21.15

Rute (Rt)
Autor: Desconhecido (Samuel)
Data: Entre 1050 e 500 aC

Autor
Os estudiosos discordam quanto à data do livro, porém o seu cenário histórico é evidente. Os
episódios relatados nos livro de Rute se passam durante o período de Juízes, sendo parte
daqueles eventos que ocorrem entre a morte de Josué e a ascensão da influência de Samuel
(provavelmente 1150 e 1100 aC).
A tradição rabínica assegura que Samuel escreveu o livro na segunda metade do séc. XI aC.
Apesar do pensamento crítico mais recente sugerir uma data pós-exílica bem mais tardia (cerca
de 500 aC), há evidências na linguagem da obra bem como referencias a costumes peculiares

23
próprios do séc. XII aC que recomendam a aceitação da data mais antiga. É razoável supor que
Samuel, que testemunhou o declínio do reinado de Saul e foi divinamente instruído para ungir
Davi como escolhido de Deus para o trono, tivesse redigido o livro. Uma história tão comovente
como essa certamente já teria sido passada adiante oralmente entre o povo de Israel, e a
genealogia que a conclui indicaria uma conexão com os patriarcas, oferecendo assim uma
resposta a todos aqueles que, em Israel, indagassem pelo passado familiar do seu rei.

Cristo Revelado
Boas representa uma das mais dramáticas figuras do AT que antecipa a obra redentora de Jesus.
A função de “parente remidor” cumprida de forma tão elegante nas ações que promoveram a
restauração pessoal de Rute, dá testemunho eloqüente a respeito disso. As ações de Boaz
efetuam a participação de Rute nas bênçãos de Israel e a incluem na linhagem familiar do Messias
(Ef 2.19). Eis aqui uma magnífica silhueta do Mestre, antecipando em muitos séculos a sua graça
redentora. Como nosso “parente chegado”, ele se torna carne—vindo como um ser humano (Jo
1.14; Fp 2.5-8)

Esboço de Rute
I. Uma família hebraica em Moabe 1.1-22
Sofrimento de Noemi 1.1-5
Dedicação e promessa de Rute 1.6-18
Retorno a Belém 1.19-22
II. Uma mulher humilde no campo da colheita 2.1-23
Rute no campo de Boaz 2.1-3
Generosidade e proteção de Boaz 2.4-17
Noemi reconhece a bondade de Deus 2.18-23
III. Um matrimônio planejado 3.1-18
Orientação de Noemi 3.1-5
Obediência de rute 3.6-13
Recompensa pela obediência 3.14-18
IV. Parente e remidor 4.1-22
Boaz, o remidor escolhido por Deus 4.1-12
Casamento de Boaz com Rute 4.13
Benção de Deus sobre Noemi 4.14-17
Genealogia de Davi 4.18-22

1º Samuel (1Sm)
Autor: Incerto (Samuel)

24
Data: Entre 931 e 722 aC.

Autor
O autor de 1Sm não é nomeado neste livro, mas é provável que Samuel ou tenha escrito ou
fornecido a informação para. 1.1-25.1, o que engloba sua vida e ministério até sua morte. A autoria
do restante de 1Sm não pode ser determinada com certeza, mas alguns supõem que seja do
sacerdote Abiatar.

Data
Por causa da referência à cidade de Ziclague, que “ pertence aos reis de Judá, até o dia de hoje”
(27.6), e por outras referencias a Judá e a Israel, sabemos que 1Sm foi escrito depois da divisão
da nação em 931 aC. Além disso, como não há menção à queda de Samaria em 722 aC, deve
ser datado antes deste evento. O livro de 1Sm cobre um período de cerca de 140 anos,
começando com o nascimento de Samuel em redor de 1150 aC e terminando com a morte de
Saul em redor de 1010 aC.

Conteúdo
Israel havia sido governado por juizes que Deus levantou em momentos cruciais da história da
nação; no entanto, a nação havia se degenerado moralmente e politicamente. Havia estado sob
a investida violentas e desalmadas dos filisteus. O templo de Siló fora profanado e o sacerdócio
se mostra corrupto e imoral. Em meio a essa confusão política e religiosa surge Samuel, o
milagroso filho de Ana. De uma forma notável, a renovação e a alegria que esse nascimento trouxe
à sua mãe prefiguram o mesmo para a nação.
Os próprios filhos de Samuel não eram reflexo do seu caráter piedoso. O povo não tinha confiança
nos seus filhos; mas a medida em que Samuel envelhecia, pressionavam-no para que lhes desse
um rei. Com relutância, ele acaba cedendo. Saul, homem vistoso e carismático, é escolhido para
tornar-se o primeiro rei. O seu ego era tão grande quanto a sua estatura. Pela sua impaciência,
exerceu funções sacerdotais, em vez de esperar por Samuel. Depois de desprezar os
mandamentos de Deus, foi rejeitado por ele. Depois dessa rejeição, Saul tornou-se uma figura
trágica, consumida por ciúme e medo, perdendo gradualmente a sua sanidade. Gastou os seus
últimos anos numa incansável perseguição a Davi através das regiões montanhosas e desérticas
do seu reino, num desesperado esforço para eliminá-lo. Davi, no entanto, encontrou um aliado em
Jônatas, filho de Saul. Ele advertiu Davi sobre os planos do seu pai para matá-lo. Finalmente,
depois que Saul e Jônatas são mortos em batalha, o cenário está pronto para que Davi se torne
o segundo rei de Israel.

Cristo Revelado
As semelhanças entre Jesus e o pequeno Samuel são surpreendentes. Ambos são filhos de
promessa. Ambos foram dedicados a Deus antes do nascimento. Ambos forma pontes de
transição de um estágio da história da nação para outro. Samuel acumulou os ofícios de profeta
e sacerdote; Cristo é profeta, sacerdote e rei.
O fim trágico de Saul ilustra o destino final dos reinos terrenos. A única esperança é um Reino de
Deus na terra, cujo soberano seja o próprio Deus. Em Davi começa a linhagem terrena do Rei de
Deus. Em Cristo, Deus vem como Rei e virá novamente como Rei dos reis.
Davi, o pequeno e humilde pastor, prefigura a Cristo, o bom pastor. Jesus torna-se o Rei-pastor
definitivo.

25
O Espírito Santo em Ação
1Sm contém notáveis exemplos da vinda do Espírito Santo sobre os profetas, bem como sobre
Saul e seus servos. Em 10.6, o Espírito Santo vem sobre Saul, que profetiza e “se transforma em
outro homem”, isto é, é equipado pelo Espírito para cumprir o chamado de Deus.
Depois de ser ungido por Samuel, “desde aquele dia em diante, o Espírito do SENHOR se
apoderou de Davi” (16.13). O fenômeno do Espírito inspirando a adoração ocorre no cap. 10 e em
19.20. Esse fenômeno não é como o frenesi impregnado de emotividade dos pagãos, mas
verdadeira adoração e louvor a Deus pela inspiração do Espírito, em semelhança ao ocorrido no
dia de Pentecostes (At 2)
Mesmo nos múltiplos usos do éfode, Urim e Tumim, esperamos ansiosamente pelo momento em
que o “Espírito da Verdade” nos irá guiar em “toda a verdade”, nos falará sobre “o que há de vir”
e “há de receber do que é meu (de Jesus)” e no-lo “há de anunciar” (Jo 16.13,14)

Esboço de 1º Samuel
I. Renovação sob Samuel 1.1-7.17
Nascimento e infância de Samuel 1.1-2.36
1) Nascimento e dedicação de Samuel 1.1-2.11
2) Crescimento de Samuel e a corrupção dos filhos de Eli 2.12-36
Começo do ministério profético de Samuel 3.1-4.1
1) Seu chamado por Deus 3.1-9
2) Sua palavra para Eli 3.10-18
3) Seu ministério a todo Israel 3.19-4.1
O ministério de Samuel como juiz 4.2-7.17
1) A captura da arca pelos filisteus 4.2-11
2) A morte de Eli 4.12-22
3) Recuperação da arca por Israel 5.1-7.1
4) Samuel exorta ao arrependimento 7.2-6
5) Derrota dos filisteus 8.1– 15.35
II. O reinado de Saul 8.1 –15.35
Estabelecimento de Israel por um rei 8.1-12.25
1) A Exigência de Israel por um rei 8.1-22
2) Saul é escolhido e ungido rei 9.1-12.25
As guerras de Saul 13.1-14.52
Saul é rejeitado por Deus 15.1-35
III. Declínio de Saul e ascensão de Davi 16.1-31.13
A crescente proeminência de Davi 16.1-17.58

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1) Sua unção por Samuel 16.1-13
2) Sua música diante de Saul 16.14-23
3) O conflito de Davi com os filisteus e os amelequitas 29.1-30.31
4) A morte de Saul 31.1-13

2º Samuel (2Sm)
Autor: sacerdote Abiatar, Samuel e outros.
Data: Entre 931 e 722 aC.

Autor
Os dois livros hoje conhecidos como 1 e 2 Sm eram originalmente um só livro denominado “O
Livro de Samuel”. Não se sabe com exatidão quem realmente escreveu o livro. Sem dúvida,
Samuel registrou boa parte da história de Israel neste período. No entanto, outros materiais haviam
sido colecionados e puderam ser usado como fontes pelo autor real. Três dessas fontes são
mencionadas em 1Cr 29.29, a saber: as “crônicas de Samuel, o vidente”, as “crônicas do profeta
Natã” e as “crônicas de Gade, o vidente”. Tanto Gade como Abiatar tinham acesso aos eventos
da corte do reino de Davi, de forma que ambos são candidatos à autoria desses dois livros.

Data
Os dois livros devem receber uma data posterior à divisão do reino em duas partes, divisão que
aconteceu logo depois do governo de Salomão, 931 aC, por causa do comentário encontrado em
1Sm 27.6 “pelo que Ziclague pertence aos reis de Judá, até ao dia de hoje”. Embora, com
freqüência, fosse traçada uma diferenciação entre Israel e Judá, e embora Davi tenha reinado em
Judá por sete anos e meio antes da unificação do reino, não havia reis em Judá antes desta data.

Conteúdo
2 Sm trata da ascendência de Davi ao trono e dos quarenta anos do seu reinado. O livro está
enfocado na sua pessoa. E começa com a morte de Saul e Jônatas na batalha do monte Gilboa.
Davi é, então, ungido rei sobre Judá, sua própria tribo. Há um jogo de pode pela casa de Saul
entre Isbosete, filho de Saul e Abner comandante-chefe dos exércitos de Saul. Embora a rebelião
tenha sido sufocada, esse relato sumário descreve os sete anos e meio anteriores à unificação do
reino por Davi. “E houve uma longa guerra entre a casa de Saul e a casa de Davi; porém Davi se
ia fortalecendo, mas os da casa de Saul se iam enfraquecendo” (3.1)
Davi unifica tanto a vida religiosa quanto política da nação ao trazer a arca do Testemunho da
casa de Abinadabe, onde havia estado deste que fora recuperada dos filisteus (6.1-7.1).
O tema do Rei vindouro, o Messias, é introduzido quando Deus estabelece uma aliança perpétua
com Davi e seu reino. “Teu trono será firme para sempre” (7.16)
Davi derrota com sucesso os inimigos de Israel, e inicia-se um período de estabilidade e
prosperidade. Tristemente, porém, a sua vulnerabilidade e fraqueza o leva ao pecado com Bate-
Seba e ao assassinato de Urias, esposo dela.

27
Apesar do arrependimento de Davi depois de confrontado com o profeta Natã, as consequências
da sua ação são declaradas com todas as letras: “Agora, pois, não se apartará a espada jamais
de tua casa” (12.10).
Absalão, filho de Davi, depois de uma longa separação de seu pai, instiga uma rebelião contra o
rei, e Davi foge de Jerusalém. A rebelião termina quando Absalão, pendurado numa árvore pelos
cabelos, é morto por Joabe.
Há uma desavença entre Israel e Judá a respeito da volta do rei a Jerusalém. Um rebelde chamado
Seba instiga Israel a abandonar Davi e a voltar para casa. Embora Davi tome uma série de
decisões desafortunadas e pouco sábias, a rebelião é sufocada, e Davi é mais uma vez
estabelecido em Jerusalém.
O livro termina com dois belos poemas, uma lista dos valentes de Davi e com o pecado de Davi
em fazer o censo dos homens de guerra de Israel. Davi se arrepende, compra a eira de Araúna e
apresenta oferendas ao Senhor no altar que constrói.

Cristo Revelado
Davi e seu reino esperavam a vinda do Messias. O cap. 7, em especial, antecipa o futuro Rei.
Deus interrompe os planos de Davi de construir uma casa para a arca e explica que enquanto
Davi não pode construir uma casa para Deus, Deus está construindo uma casa para Davi, ou seja,
uma linhagem que dure para sempre.
Pela sua vitória sobre todos os inimigos de Israel, pela sua humildade e compromisso com o
Senhor, pelo seu zelo a favor da casa de Deus e pela associação dos ofícios de profeta, sacerdote
e rei na sua pessoa, Davi é um precursor da Raiz de Jessé, Jesus Cristo.

O Espírito Santo em Ação


Jesus explicou a obra do Espírito em Jo 16.8: E, quando ele vier convencerá o mundo do pecado,
e da justiça, e do juízo.” Nós vemos claramente a ação do Espírito Santo através desses dois
modos em 2 Sm. Ele atuava com mais freqüência através do sacerdócio. Sua atuação como
conselheiro pode ser apreciada nas muitas ocasiões em que Davi “consultou o Senhor” através
do sacerdote e do éfode.
A obra de convencer e de condenar do Espírito é claramente percebida quando o profeta Natã
enfrenta Davi por causa do seu pecado com Bate-Seba e Urias. O pecado de Davi é desnudado,
a justiça é feita, e o julgamento é anunciado. Isso, no quadro microcósmico de 2 Sm, ilustra o
amplo ministério do Espírito Santo no mundo através da igreja investida do poder do Espírito.

Esboço de 2º Samuel
I. Os triunfos de Davi 1.1-10.19
os triunfos políticos de Davi 1.1-5.25
1) O reino de Davi em Hebrom 1.1-4.12
2) O reino de Davi em Jerusalém 5.1-25
Os triunfos espirituais de Davi 6.1-7.29
1) Mudando a arca 6.1-23
2) Aliança de Deus com Davi 7.1-29

28
Os triunfos militares de Davi 8.1-10.19
1) Triunfos sobre os seus inimigos 8.1-12
2) O governo Justo de Davi 8.13– 9.13
3) Triunfos sobre Ámom é Síria 10.1-19
II. As transgressões de Davi 11.1-27
O pecado do adultério 11.1-5
pecado do Assassinato 11.6-27
1) Lealdade de Urias a Davi 11.6-13
2) Ordem de Davi para assassinar Urias 11.14-25
3) Casamento de Davi com Bate-Seba 11.26,27
III. Os problemas de Davi 12.1-13.36
Problemas na casa de Davi 12.1-13.36
1) Profecia de Natã 12.1-14
2) Morte do filho de Davi 12.15-25
3) Lealdade de Joabe a Davi 12.26-31
4) Incesto na casa de Davi 13.1-20
5) Absalão mata Amom 13.21-36
Problemas no reino de Davi 13.37—24.25
1) Rebelião de Absalão 13.37—17.29
2) Joabe mata Absalão 18.1-33
3) Restauração de Davi como rei 19.1– 20.26
4) Comentários sobre o reino de Davi 21.1—24.25

1º Reis (1Rs)
Autor: Desconhecido, (Alguns atribui à Jeremias)
Data: Entre 560 e 538 aC.

Autor
Como 1 e 2 Rs eram, originalmente, um livro, esta obra deve ter sido compilada algum tempo
depois da tomada de Judá pelos babilônios em 586 aC. O livro dá a impressão de ser obra de um
só autor e de que este autor tenha testemunhado a queda de Jerusalém. Embora a autoria não
possa ser determinada com segurança, muitas sugestões foram feitas. Alguns tem indicado
Esdras como compilador, enquanto outros apontam para Isaías como editor. Muitos eruditos
dizem que o autor de 1 e 2 Rs era um profeta desconhecido ou um judeu cativo da Babilônia ao

29
redor de 550 aC. Pelo fato de Josefo atribuir Reis aos “profetas”, muitos abandonaram a pesquisa
por um autor especifico. No entanto, a tese mais provável é a de que o profeta Jeremias seja o
autor. A antiga tradição judaica do Talmude declara que Jeremias tenha escrito Rs. Esse famoso
profeta pregou em Jerusalém antes e depois da sua queda, e 2 Rs 24-25 aparece em Jr 39-42;
52. Jeremias talvez tenha escrito todo o texto, menos o conteúdo do último apêndice (2Rs 25.27-
30), que foi provavelmente, acrescentado por um dos seus discípulos.

Data
Apesar de que a data exata para a composição de 1 e 2 Rs seja incerta, acredita-se que a sua
forma final estava pronta em algum momento da última parte do séc. VI aC.
O último acontecimento mencionado em 2 Rs é a libertação do Rei Joaquim, de Judá, que estava
preso na Babilônia. Considerando que Joaquim foi feito prisioneiro em 597 aC, os livros de Reis
devem ter sido escritos depois de 560 aC para que esta informação pudesse ser incluída. O autor
de Rs teria mencionado, provavelmente, um acontecimento tão importante como a queda da
Babilônia para a Pérsia em 538 aC, caso houvesse tido conhecimento desse evento. Como não
há menção dessa importante notícia em Rs, conclui-se, então, que Rs tenha sido escrito,
provavelmente antes de 538 aC, embora os eventos registrados em 1 Rs tenha ocorrido uns
trezentos anos mais cedo,

Contexto Histórico
Os acontecimentos descritos em 1 Rs abrangem um período de cerca de 120 anos. Recorda as
turbulentas experiências do povo de Deus desde a morte de Davi, em cerca de 971 aC, até ao
reinado de Josafá (o quarto rei do Reino de Judá) e o reinado de Acazias (o nono rei do Reino de
Israel), em cerca de 853 aC. Esse foi um período difícil da história do povo de Deus, foram grandes
mudanças e sublevações. Havia luta interna e pressão externa. O resultado foi um momento
tenebroso, em que um reino estável, dirigido por um líder forte, dividiu-se em dois.

Conteúdo
1 e 2 Rs eram, originalmente, um só livro, que continuava a narrativa de 1 e 2 Sm. Os compositores
do AT grego (Septuaginta ou LXX) dividiram a obra em “3 e 4 Reinos” (1 e 2 Sm eram 1 e 2
Reinos). O Título “Reis” se deriva da tradução latina de Jerônimo (Vulgata) e é apropriado por
causa da ênfase desses livros nos reis que governaram durante este período.
Os livros de 1 e 2 Rs começam a registrar os eventos históricos do povo de Deus no lugar em que
1 e 2 Sm interrompem. No entanto, Reis é mais do que uma simples compilação de
acontecimentos políticos importantes ou socialmente significativos em Israel e Judá. Na realidade,
não contém uma narrativa histórica tão detalhada como se poderia esperar (400 anos em 47
capítulos). Ao contrário, 1 e 2 Rs são uma narrativa histórica seletiva, com um propósito teológico.
O autor, portanto, seleciona e enfatiza o povo e os eventos que são significativos no plano moral
e religioso. Em 1 e 2 Rs, Deus é apresentado como Senhor da história.

O Espírito Santo em Ação


1 Rs 18.12 contém a única referência direta ao Espírito Santo, onde é chamado de “Espírito do
Senhor”. As palavras de Obadias lá indicam que o ES algumas vezes transportou Elias de um
lugar para outro (ver também 2Rs 2.16) Percebe-se uma relação com At 8.39-40, em que se
descreve Felipe como tendo uma experiência similar.

30
Há uma alusão, em 18.48 (“a mão do SENHOR”), à ação do ES em capacitar Elias para operar
milagres, A fórmula “mão do SENHOR” é uma referência à inspiração dos profetas pelo Espírito
de Deus (ver 2Rs 3.15 e Ez 1.3; comparar com 1Sm 10.6,10 e 19.20,23). Aqui “a mão do
SENHOR” se refere ao ES que dotou Elias com poderes sobrenaturais para realizar uma façanha
surpreendente.
Além dessas passagens, 1Rs 22.24 pode ser outra referência ao ES. Esse versículo se refere a
um “espírito do SENHOR” e pode indicar que os profetas compreendiam que o seu dom de
profecia vinha do Espírito de Deus (ver 1Sm 10.6,10; 19.20,23). Se esta interpretação é aceita,
então estaria em paralelo com 1Co 12.7-11, que confirma que a habilidade pra profetizar é
realmente uma manifestação do ES.

Esboço de 1º Reis
I. O reino unido 1.1-11.43
O estabelecimento de Salomão como rei 1.1.-2.46
A consagração de Salomão como rei 3.1-8.66
O erro de Salomão como rei 9.1-11.43
II. O reino dividido 12.1-22.53
A) A revolta e o reinado de Jeroboão em Israel 12.1-14.20
O reinado de Roboão em Judá 14.21-31
O reinado de Abdias em Judá 15.1-8
O reinado de Asa em Judá 15.9-24
O reinado de Nadabe em Israel 15.25-32
O reinado de Baasa em Israel 15.33-16.7
O reinado de Elá em Israel 16.8-14
O reinado de Zinri em Israel 16.15-20
O reinado de Onri em Israel 16.21-28
O reinado de Acabe em Israel 16.29-22.40
O reinado de Josafé em Judá 22.41-50
O reinado de Acazias em Israel 22.51-53

2º Reis (2Rs)
Autor: Desconhecido, (Alguns atribui à Jeremias)
Data: Entre 560 e 538 aC.

Autor
2 Rs era originalmente a segunda metade de um livro que incluía 1 e 2Rs. Esta obra deve ter sido
compilada algum tempo depois da tomada de Judá pelos babilônios em 586 aC. O livro dá a
31
impressão de ser obra de um só autor e de que este autor tenha testemunhado a queda de
Jerusalém. Embora a autoria não possa ser determinada com segurança, muitas sugestões foram
feitas. Alguns tem indicado Esdras como compilador, enquanto outros apontam para Isaías como
editor. Muitos eruditos dizem que o autor de 1 e 2 Rs era um profeta desconhecido ou um judeu
cativo da Babilônia ao redor de 550 aC. Pelo fato de Josefo atribuir Reis aos “profetas”, muitos
abandonaram a pesquisa por um autor especifico. No entanto, a tese mais provável é a de que o
profeta Jeremias seja o autor. A antiga tradição judaica do Talmude declara que Jeremias tenha
escrito Rs. Esse famoso profeta pregou em Jerusalém antes e depois da sua queda, e 2 Rs 24-
25 aparece em Jr 39-42; 52. Jeremias talvez tenha escrito todo o texto, menos o conteúdo do
último apêndice (2Rs 25.27-30), que foi provavelmente, acrescentado por um dos seus discípulos.

Data
Apesar de que a data exata para a composição de 1 e 2 Rs seja incerta, acredita-se que a sua
forma final estava pronta em algum momento da última parte do séc. VI aC.
O último acontecimento mencionado em 2 Rs é a libertação do Rei Joaquim, de Judá, que estava
preso na Babilônia. Considerando que Joaquim foi feito prisioneiro em 597 aC, os livros de Reis
devem ter sido escritos depois de 560 aC para que esta informação pudesse ser incluída. O autor
de Rs teria mencionado, provavelmente, um acontecimento tão importante como a queda da
Babilônia para a Pérsia em 538 aC, caso houvesse tido conhecimento desse evento. Como não
há menção dessa importante notícia em Rs, conclui-se, então, que Rs tenha sido escrito,
provavelmente antes de 538 aC, embora os eventos registrados em 1 Rs tenha ocorrido uns
trezentos anos mais cedo,

Contexto Histórico
Os acontecimentos descritos em 2 Rs abrangem um período de cerca de 300 anos. Recorda as
turbulentas experiências do povo de Deus desde o reinado de Acazias (o nono rei Israel) ao redor
de 853 aC., incluindo a queda de Israel para a Assíria em 722 aC, passando pela deportação de
Judá para a Babilônia em 586 aC e terminando com a libertação do rei Joaquim em 560 aC. Esse
foi um período difícil da história do povo de Deus, foram grandes mudanças e sublevações. Havia
luta interna e pressão externa. O resultado foi um momento tenebroso na história do povo de
Deus: colapso e conseqüente cativeiro de ambas as nações.

Conteúdo
1 e 2 Rs eram, originalmente, um só livro, que continuava a narrativa de 1 e 2 Sm. Os compositores
do AT grego (Septuaginta ou LXX) dividiram a obra em “3 e 4 Reinos” (1 e 2 Sm eram 1 e 2
Reinos). O Título “Reis” se deriva da tradução latina de Jerônimo (Vulgata) e é apropriado por
causa da ênfase desses livros nos reis que governaram durante este período
Os livros de 1 e 2 Rs começam a registrar os eventos históricos do povo de Deus no lugar em que
1 e 2 Sm interrompem. No entanto, 2Rs é mais do que uma simples compilação de acontecimentos
políticos importantes ou socialmente significativos em Israel e Judá. Na realidade, não contém
uma narrativa histórica tão detalhada como se poderia esperar (300 anos em 25 capítulos). Ao
contrário, 2 Rs são uma narrativa histórica seletiva, com um propósito teológico. O autor, portanto,
seleciona e enfatiza o povo e os eventos que são significativos no plano moral e religioso. Em 2
Rs, Deus é apresentado como Senhor da história.
2Rs retoma a história trágica do “reino divido” quando Acazias está no trono de Israel e Josafá
governando sobre Judá. Assim como 1Rs, é dificil seguir o fluxo da narrativa. O Autor ora está
falando do Reino do Norte, Israel, ora do Reino do Sul, Judá, traçando simultaneamente suas
32
histórias. Israel teve 19 governantes, todos ruins. Judá foi governado por 20 regentes, dos quais
apenas oito foram bons. 2Rs recorda a história do últimos 10 reis e dos últimos 16 governantes
de Judá. Alguns desses 26 governantes são mencionados em apenas poucos versículos,
enquanto que capítulos inteiros são dedicados a outros. A atenção maior é dirigida àqueles que
ou serviram de modelo de integridade ou que ilustram por que essas nações finalmente entraram
em colapso.

Cristo Revelado
O fracasso dos profetas, sacerdotes, e reis do povo de Deus aponta para a necessidade do
advento de Cristo. Cristo é a combinação ideal desses três ofícios. Como profeta, a palavra de
Cristo ultrapassa largamente à do ofícios. Como profeta, a palavra de Cristo ultrapassa largamente
à do grande profeta Elias (Mt 17.1-5), Muitos dos milagres de Jesus são reminiscências das
maravilhas que Deus fez através de Elias e Eliseu em Reis. Além disso, Cristo é um sacerdote
superior a qualquer daqueles registrados em Reis (Hb 7.22-27). 1Rs ilustra vivamente a
necessidade de Cristo como o nosso Rei em exercício de suas funções. Quando perguntado se
era rei dos judeus, Jesus afirmou que era (Mt 27.11). No entanto, Jesus é um Rei maior do que o
maior dos seus reis (Mt 12.42). O reinado de cada um desses 26 governantes já terminou, mas
Cristo reinará sobre o trono de Davi pra sempre (1Cr 17.14; Is 9.6), pois ele é “REI DOS REIS E
SENHOR DOS SENHORES” (Ap 19.16).

O Espírito Santo em Ação


1 Rs 18.12 contém a única referência direta ao Espírito Santo, onde é chamado de “Espírito do
Senhor”. As vezes transportava Elias de um lugar para outro (ver também 2Rs 18.12) Percebe-se
uma relação com At 8.39-40, em que se descreve Felipe como tendo uma experiência similar.
Há uma referência indireta ao ES na frase “Espírito de Elias” em 1.9,15. Aqui Eliseu tenta receber
o mesmo poder de Elias para levar adiante o ministério profético do seu antecessor. O espírito
enérgico ou o poder que capacitava Elias a profetizar era o Espírito de Deus. 2Rs 2.9,16 fornece
um paralelo interessante entre o AT e At 1.4-9 e 2.1-4. Elias foi elevado ao céu, Eliseu procurou a
promessa de que receberia poder para levar adiante o ministério do seu mestre, e a promessa foi
cumprida. Da mesma maneira, Jesus ascendeu, os discípulos aguardaram o cumprimento da
promessa, e o ES desceu para capacitá-los a levar adiante a obra que seu mestre começou.
Uma alusão final ao ES aparece em 2Rs 3.15. Aqui a “mão do Senhor” veio sobre Eliseu,
capacitando-o a profetizar ao rei Josafá. A formula “a mão do SENHOR” se refere à inspiração
divina dos profetas.

Esboço de 2º Reis
I. I reino dividido 1.1-17.41
O reinado de Acazias em Israel 1.1-18
reinado de Jorão em Israel 2.1-8.15
O reinado de Jeorão em Judá 8.16-24O reinado de Acazias em Judá 8.25-9.29
O reinado de Jeú em Israel 9.30-10.36
O reinado da rainha Atalia em Judá 11.1-16
O reinado de Joás em Judá 11.17-12.21

33
O reinado de Jeocaz em Israel 13.1-9
O reinado de Jeoás em Israel 13.10-25
O reinado de Amazias em Judá 14.1-22
O reinado de Jeroboão II em Israel 14.23-29
O reinado de Azarias em Judá 15.1-7
O reinado de Zacarias, Salum, Menaém, Pecaías e Peca em Israel 15.8-31
O reinado de Jotão em Judá 15.32-38
O reinado de Acaz em Judá 16.1-20
O reinado de Oséias em Israel 17.1-5
O cativeiro de Israel para a Assíria 17.6-41
II. Somente o reino de Judá 18.1-25.30
O reinado de Ezequias 18.1-20.21
O reinado de Manassés 21.1-18
O reinado de Amon 21.19-26
O reinado de Josias 22.1-23.30
O reinado de Joacaz 23.31-34
O reinado de Jeoaquim 23.35-24.7
O reinado de Joaquim 24.8-16
O reinado de Zedequias 24.17-20
A queda de Jerusalém 25.1-7
O cativeiro de Judá pra a Babilônia 25.8-26
A libertação de Joaquim 25.27-30

1º Crônicas (1Cr)
Autor: Atribuído a Esdras
Data: Entre 425 e 400 aC

Autor
1 e 2 Cr eram originalmente um só livro. Como a identidade do autor dessa obra não é explicitada
em 1 nem em 2 Cr, muitos optaram por se referir a esse autor desconhecido simplesmente como
“o cronista”. No entanto, Esdras é o candidato mais provável para a autoria de Crônicas. A antiga
tradição judaica do Talmude afirma que Esdras escreveu o livro. Além disso, os versículos finais
de 2 cr (2Cr 36.22,23) repetem-se como os versículos iniciais de Esdras (ver Ed 1.1-3). Isso não
apenas reforça o argumento que aponta Esdras como autor de 1Cr, mas pode ser também uma

34
indicação de que Crônicas e Esdras tenham sido em algum momento uma única obra. Soma-se
a isso o fato de que 1 e 2Cr tenham estido, vocabulário e conteúdo similares. Esdras era tanto
escriba como profeta e desempenhou um papel significativo na comunidade de exilados que
retornou à cidade de Jerusalém. Apesar de não podermos afirmar com certeza absoluta, é
razoável assumir que “ o cronista” tenha sido Esdras.

Data
Embora seja difícil estabelecer a data exata para 1 e 2 Cr, é provável que a sua forma final tenha
surgido lá pelo final do séc. V aC. O último evento registrado nos versículos finais de 2 Cr é o
decreto de Ciro, rei da Pérsia, que dá licença à volta dos judeus para Judá. É datado como 538
aC e dá a impressão de que Crônicas tenha sido composto pouco tempo depois. No entanto, a
última pessoa mencionada em 1 e 2 Cr é realmente Anani, da oitava geração do rei Jeoaquim (ver
1Cr 3.24). Jeoaquim foi deportado pra a Babilônia em 597 aC. Dependendo de como essas
gerações são medidas (cerca de 25 anos), o nascimento de Anani pode ter acontecido entre 425
e 400 aC. Portanto, a data para 1 e 2Cr pode ser situada entre 425 e 400 aC.

Contexto Histórico
O livro de 1Cr cobre o período que vai de Adão até a morte de Davi, ao redor de 971 aC. É um
período de tempo extraordinário, pois abrange o mesmo período coberto pelos primeiros 10 livros
do AT, de Gn até 2Sm. Se as genealogias de 1 Cr 1-9 fosse ignoradas, 1 e 2Cr cobririam
aproximadamente o mesmo período de tempo de 1 e 2Rs. No entanto, o cenário específico de 1
e 2Cr é o período de tempo que vem depois do exílio. Durante essa época, o mundo antigo estava
sob o controle do poderoso Império Perda. Tudo o que restou dos gloriosos reinados de Davi e
Salomão foi a pequena província de Judá. Os persas substituíram o rei por um governador
provincial. Apesar de que o povo de Deus tenha recebido licença pra voltar para Jerusalém e
reconstruir o templo, a sua situação era muito diferente da dos anos dourados de Davi e Salomão.

Conteúdo
No texto original hebraico, 1 e 2Cr formavam um só livro chamado de “Acontecimentos dos Dias”.
Foi dividido e recebeu um novo nome pelos tradutores do AT em grego (septuaginta ou LXX):
“Coisas que Acontecem”. O nome atual, Crônicas, foi dado por Jerônimo. Não é uma continuação
da história do povo de Deus, mas uma duplicação e um suplemento de 1 e 2Sm e 1 e 2Rs.
Se 1 e 2Cr são considerados uma única obra, podem ser divididos em quatro seções principais:
1Cr é composto por genealogias (caps. 1-9) e descreve em linhas gerais o reinado de Davi (caps.
10-29). 2Cr relata o reinado de Salomão (caps. 1-9) e descreve o reinados dos vinte governantes
de Judá (caps.10-36).
O livro de 1Cr tem duas divisões principais. A primeira seção é constituída por 9 capítulos de
genealogias. As genealogias começa com Adão e continuam, atravessando todo o período do
exílio, até àqueles que retornaram para Jerusalém. Com freqüência não se dá muita importância
a esta seção. Contudo, assim como nos Evangelhos de Mt e Lc, as genealogias forma a base das
narrativas que se seguem. 1Cr está carregado de genealogias para sublinhar a necessidade de
pureza racial e religiosa. As genealogias são compiladas seletivamente para realçar a linhagem
de Davi e da tribo de Levi.
A segunda parte de 1Cr (caps. 10-29) registra os eventos e realizações do rei Davi. O cap. 10
serve como prólogo para resumir o reinado e a morte ro rei Saul. Nos caps. 11 e 12, Davi se torna
rei e conquista Jerusalém. O restante das narrativas sobre Davi está enfocada sobre três aspectos
significativos do seu reinado, ou seja, o transporte da arca do Testemunho pra Jerusalém (caps.
35
13-17), suas proezas militares (caps. 18-20) e os preparativos para a construção do tempo (caps.
21-27). Os dois últimos capítulos de 1Cr recorda os últimos dias de Davi.

O Espírito Santo em Ação


Há duas referências claras ao ES em 1Cr. A primeira´está em 12.18, em que o “Espírito” entrou
em Amasai e o capacitou a fazer uma declaração inspirada. E a segunda em 28.12, a qual explica
que por meio do ministério do Espírito (ânimo) os planos do templo foram revelados a Davi.

Esboço de 1º Crônicas
I. As raízes do povo de Deus 1.1– 9.44
A herança dos filhos de Jacó 1.1-2.2
A herança da linhagem de Davi em Judá 2.3-3.24
A herança das doze tribos 4.1-8.40
A herança do remanescente 9.1-34
A herança do rei Saul em Benjamim 9.35-44
II. O reinado do rei Davi 10.1-29.30
A confirmação de Davi como rei 10.1-12.40
A aquisição da arca por Davi 13.1-17.27
Progressos militares de Davi 18.1-20.8
Preparativos de Davi para a construção do templo 21.1-27.34
Últimas declarações de Davi 28.1 –29.30

36
2º Crônicas (2Cr)
Autor: Atribuído a Esdras
Data: Entre 425 e 400 aC

Autor
1 e 2 Cr eram originalmente um só livro. Como a identidade do autor dessa obra não é explicitada
em 1 nem em 2 Cr, muitos optaram por se referir a esse autor desconhecido simplesmente como
“o cronista”. No entanto, Esdras é o candidato mais provável para a autoria de Crônicas. A antiga
tradição judaica do Talmude afirma que Esdras escreveu o livro. Além disso, os versículos finais
de 2 cr (2Cr 36.22,23) repetem-se como os versículos iniciais de Esdras (ver Ed 1.1-3). Isso não
apenas reforça o argumento que aponta Esdras como autor de 1Cr, mas pode ser também uma
indicação de que Crônicas e Esdras tenham sido em algum momento uma única obra. Soma-se
a isso o fato de que 1 e 2Cr tenham estido, vocabulário e conteúdo similares. Esdras era tanto
escriba como profeta e desempenhou um papel significativo na comunidade de exilados que
retornou à cidade de Jerusalém. Apesar de não podermos afirmar com certeza absoluta, é
razoável assumir que “ o cronista” tenha sido Esdras.

Data
Embora seja difícil estabelecer a data exata para 1 e 2 Cr, é provável que a sua forma final tenha
surgido lá pelo final do séc. V aC. O último evento registrado nos versículos finais de 2 Cr é o
decreto de Ciro, rei da Pérsia, que dá licença à volta dos judeus para Judá. É datado como 538
aC e dá a impressão de que Crônicas tenha sido composto pouco tempo depois. No entanto, a
última pessoa mencionada em 1 e 2 Cr é realmente Anani, da oitava geração do rei Jeoaquim (ver
1Cr 3.24). Jeoaquim foi deportado pra a Babilônia em 597 aC. Dependendo de como essas
gerações são medidas (cerca de 25 anos), o nascimento de Anani pode ter acontecido entre 425
e 400 aC. Portanto, a data para 1 e 2Cr pode ser situada entre 425 e 400 aC.

Contexto Histórico
O livro de 2Cr cobre o período que vai do começo do reinado de Salomão, em 971 aC, até ao final
do exílio ao redor de 538 aC. No entanto, o cenário específico de 1 e 2Cr é o período de tempo
que vem depois do exílio. Durante essa época, o mundo antigo estava sob o controle do poderoso
Império Perda. Tudo o que restou dos gloriosos reinados de Davi e Salomão foi a pequena
província de Judá. Os persas substituíram o rei por um governador provincial. Apesar de que o
povo de Deus tenha recebido licença pra voltar para Jerusalém e reconstruir o templo, a sua
situação era muito diferente da dos anos dourados de Davi e Salomão.

Conteúdo
No texto original hebraico, 1 e 2Cr formavam um só livro chamado de “Acontecimentos dos Dias”.
Foi dividido e recebeu um novo nome pelos tradutores do AT em grego (septuaginta ou LXX):
“Coisas que Acontecem”. O nome atual, Crônicas, foi dado por Jerônimo. Não é uma continuação
da história do povo de Deus, mas uma duplicação e um suplemento de 1 e 2Sm e 1 e 2Rs.
O livro de 2Cr tem duas divisões principais. A primeira seção é constituída pelos primeiros 9
capítulos (caps. 1-9) descreve em linhas gerais o governo do rei Salomão. A narrativa dá bastante
importância à construção do templo (caps. 2-7) bem como à riqueza e à sabedoria desse

37
extraordinário rei (caps. 8-9). A narrativa, no entanto, termina abruptamente e não faz menção das
fraquezas de Salomão, conforme registradas em 1Rs 11.
A segunda seção do Livro é formada pelos caps. 10 a 36. Depois da divisão do reino, se
concentram quase que exclusivamente no Reino do Sul, Judá, e discorre sobre a história do Reino
do Norte, Israel, só ocasionalmente. 2Cr traça a hist´´oria dos reinados dos 20 governantes de
Judá até ao cativeiro babilônico do Reino do Sul em 586 aC. O livro conclui com o decreto de Ciro
libertando e permitindo a volta do povo p ara Judá (36.22,23).

O Espírito Santo em Ação


Há dtrês referências claras ao ES em 2Cr. É identificado como o “Espírito de Deus” (15.1; 24.20)
e como o “Espírito do SENHOR” (20.14). Nessas referências, o ES inspirou ativamente Azarias
(15.1), Jaaziel (20.14) e Zacarias (24.20) para que falassem da parte de Deus.
Além dessas referências, muitos vêem a presença do ES na dedicação do templo (5.13,14).

Esboço de 2º Crônicas
I. O período de governo do rei Salomão 1.1-9.31
A ascensão de Salomão como rei 1.1-17
A realização da construção do tempo 2.1-7.22
A riqueza de Salomão 8.1-9.31
II. Os governos dos reis de Judá 10.1-36.16
O reinado de Roboão 10.1-12.16
Abias 13.1-22
Asa 14.1-16.14
Josafá 17.1-20.37
Jeorão 21.1-20
Acazias 22.1-9
Atalia 22.10-23.15
Joás 23.16-24.27
Amazias 25.1-28
Uzias 26.1-23
Jotão 27.1-9
Acaz 28.1-27
Ezequias 29.1-32.33
Manassés 33.1-20
Amon 33.21-25
Josias 34.1-35.27

38
Joacaz 36.1-3
Jeoaquim 36.4-8
Joaquim 36.9-10
Zedequias 36.11-16
III. Cativeiro e retorno de Judá 36.17-23
O cativeiro de Judá por Babilônia 36.17-21
O decreto de Ciro para o retorno de Judá 36.22,23

Esdras (Ed)
Autor: Atribuído a Esdras
Data: Entre 538 e 457 aC

Autor
O livro de Esdras, cujo nome provavelmente signifique “ O Senhor tem ajudado”, deriva o seu título
do personagem principal dos caps. 7-10. Não é possível saber com absoluta certeza se foi o
próprio Esdras quem compilou o livro ou se foi um editor desconhecido. A opinião conservadora e
geralmente aceita é de que Esdras tenha compilado ou escrito este livro juntamente com 1 e 2
Crônicas e Neemias. A Bíblia hebraica reconhecia Esdras e Neemias como um só livro.
O próprio Esdras era um sacerdote, um “escriba das palavras, dos mandamentos do SENHOR”
(7.11). Liderou o segundo dos três grupos que retornaram da Babilônia pra Jerusalém. Como
homem devoto, estabeleceu firmemente a Lei (o Pentateuco) como a base da fé (7.10).

Data
Os eventos de Esdras cobrem um período um pouco maior do que 80 anos e caem em dois
segmentos distintos. O primeiro (caps.1-6) cobre um período de cerca de 23 anos e tem como
tema o primeiro grupo que retorna do exílio sob Zorobabel e a reconstrução do templo.
Depois de mais de 60 anos de cativeiro babilônico, Deus desperta o coração do regente da
Babilônia, o rei Ciro da Pérsia, para publicar um édito que dizia que todo judeu que assim
desejasse poderia retornar pra Jerusalém a fim de reconstruir o templo e a cidade. Um grupo de
fiéis responde e partiu em 538 aC sob a liderança de Zorobabel. A construção do templo é iniciada,
mas a oposição dos habitantes não judeus desencoraja o povo, e a obra é interrompida. Deus,
então, levanta os ministério proféticos de Ageu e Zacarias, que chamam o povo para completar a
obra. Embora bem menos esplêndido que o templo anterior, o de Salomão, o novo templo é
completado e dedicado em 515 aC.
Aproximadamente 60 anos depois (458aC), outro grupo de exilados volta para Jerusalém
liderados por Esdras (caps. 7-10). São enviados pelo rei persa Ataxerxes, com somas adicionais
de dinheiro e valores para intensificar o culto no templo. Esdras também é comissionado para
apontar líderes em Jerusalém para supervisionar o povo.
Já em Jerusalém, Esdras assumiu o ministério de reformador espiritual, o que deve ter durado
cerca de um ano. Depois disso, viveu, provavelmente, com um influente cidadão até à época de
Neemias. Sacerdote dedicado, Esdras encontra um Israel que tinha adotado muitas das práticas

39
dos habitantes pagãos; ele chama Israel ao arrependimento e a uma renovada submissão à Lei,
ao ponto do divórcio de suas esposas pagãs.

Conteúdo
Duas grandes mensagens emergem de Esdras: a fidelidade de Deus e a infidelidade do homem.
Deus havia prometido através de Jeremias (25.12) que o cativeiro babilônico teria duração
limitada. No momento apropriado, cumpriu fielmente a sua promessa e induziu o espírito do rei
Ciro da Pérsia a publicar um édito para o retorno dos exilados (1.1-4). Fielmente, concedeu
liderança (Zorobabel e Esdras), e os exilados são enviados com despojos, incluindo itens que
haviam sido saqueados do templo de Salomão (1.5-10)
Quando o povo desanimou por causa da zombaria dos inimigos, Deus fielmente levantou Ageu e
Zacarias para encorajar o povo a completar a obra. O estímulo dos profetas trouxe resultados
(5.1,2).
Finalmente, quando o povo se desviou das verdades da sua apalavra, Deus fielmente enviou um
sacerdote dedicado que habilidosamente instruiu o povo na verdade, chamando-o à confissão de
pecado e ao arrependimento dos seus caminhos perversos (caps. 9-10).
A fidelidade de Deus é contrastada com a infidelidade do povo. Apesar do seu retorno e das
promessas divinas, o povo se deixou influenciar pelos seus inimigos e desistiu temporariamente
(4.24). Posteriormente, depois de completada a obra, de forma que pudesse adora a Deus em seu
próprio templo (6.16.18), o povo se tornou desobediente aos mandamentos de Deus; desenvolve-
se uma geração inteira cujas “iniqüidades se multiplicaram sobre as vossas cabeças” (9.6).
Contudo, como foi dito acima, a fidelidade de Deus triunfa em cada situação.

O Espírito Santo em Ação


A obra do ES em Esdras pode ser vista claramente na ação providencial de Deus em cumprir as
suas promessas. Isto é indicado pela frase “ a mão do Senhor”, que aparece seis vezes.
Foi pelo Espírito que “despertou o Senhor o espírito de Ciro” (1.1) e “tinha mudado o coração do
rei da Assíria” (6.22). Teria sido também pelo ES que “Ageu, profeta e Zacarias… Profetizaram
aos Judeus” (5.1).
A obra do ES é vista na vida pessoal de Esdras, tanto no sentido de obrar nele (“Esdras tinha
preparado o seu coração para buscar a Lei do Senhor”, 7.10), como no sentido de atuar em seu
favor (“o rei lhe deu tudo quanto lhe pedira”. 7.6)

Esboço de Esdras
I. O retorno sob a liderança de Zorobabel 1.1-2.70
Ciro proclama o retorno de Israel 1.1-4
O povo se prepara para o retorno 1.5-11
Os nomes e a numeração dos primeiros que voltaram 2.1-67
Ofertas voluntárias dos que retornaram 2.68-70
II. O processo de reconstrução do templo 3.1 –6.22
A reconstrução do altar e o começo dos sacrifícios 3.1-7
Os alicerces são colocados em meio a choro e louvor 3.8-13

40
Os inimigos desencorajam o projeto do templo 4.1-5
Bislão e seus companheiros se queixam a rei Artaxerxes 4.6-16.
Artaxerxes ordena a interrupção da obra 4.17-24
Tetenai tenta para a construção do templo 5.1-17
Dario assegura a Tatenai que o projeto é legal 6.1-12
Conclusão e dedicação do templo 6.13-18
Celebração da Páscoa 6.19-22
III. O retorno sob a liderança de Esdras 7.1-8.36
Esdras parte da Babilônia com outro grupo de exilados 7.1-10
Artaxerxes escreve uma carta de apoio a Esdras 7.11-28
Os nomes e a numeração do segundo grupo que retornou 8.1-20
Retorno dos exilados para Jerusalém 8.21-36
IV. A reforma de Esdras 9.1-10.44
Esdras confessa as transgressões de Israel 9.1-15
Os líderes de Israel concordam com a reforma 10.1-44

Neemias (Ne)
Autor: Neemias
Data: Cerca de 423 aC

Autor
O título atual do livro é derivado do seu personagem principal, cujo nome aparece em 1.1. A nossa
primeira imagem de Neemias é quando ele aparece em seu papel de copeiro na corte de
Artaxerxes. Um copeiro tinha uma posição de grande confiança como conselheiro do rei e a
responsabilidade de proteger o rei de envenenamento. Enquanto Neemias, sem dúvida,
desfrutava o luxo do palácio, o seu coração estava em Jerusalém, uma pequena cidade nas
longínquas fronteiras do império.
A oração, o jejum, as qualidade de liderança, a poderosa eloqüência, as habilidades
organizacionais criativas, a confiança nos planos de Deus e a rápida e decisiva resposta aos
problemas qualificavam Neemias como um grande líder e como um grande homem de Deus. Mais
importante ainda: ele deixa transparecer um espírito de sacrifício, cujo único interesse é resumido
na sua repetida oração: “Lembra-te de mim pra bem, ó meu Deus!”

Data
Nas escrituras, o livro de Neemias formava uma unidade com Esdras. Muitos estudiosos
consideram Esdras como o autor/compilador de Esdras -Neemias bem como de 1 e 2 Crônicas.

41
Ainda que não tenhamos muita certeza, parece que Neemias contribuiu com parte do material
contido no livro que leva o seu nome (caps.1-7; 11-13).
Jerônimo, que traduziu a Bíblia ao latim, honrou Neemias ao dar o seu nome ao livro em que
aparece como personagem principal. Neemias significa “Jeová consola”. A história começa no
livro de Esdras e se completa em Neemias. Neemias, que serviu duas vezes como governador da
Judéia, deixa a Pérsia para realizar a sua primeira missão no vigésimo ano de Artaxerxes I da
Pérsia, que reinou de 465 até 424 aC (2.1). Retorna à Pérsia no trigésimo segundo ano de reinado
de Artaxerxes (13.6) e volta novamente para Jerusalém “ao cabo de alguns dias”.
Pelo conteúdo do livro, sabe-se que a obra somente pode ter sido escrita algum tempo depois da
volta de Neemias da Pérsia para Jerusalém. Talvez a sua redação final tenha sido completada
antes da morte de Artaxerxes I em 424 aC; ao contrário, a morte de um monarca tão benigno
provavelmente teria sido mencionada em Ne.
O período histórico coberto pelos livros de Esdras e Neemias é de cerca de 110 anos. O período
de reconstrução do templo sob Zorobabel, inspirado pela pregação de Zacarias e Ageu, foi de 21
anos. 60 anos mais tarde, Esdras causou um despertar do fervor religioso e promoveu um ensino
adequado sobre o culto no templo. 13 anos depois, Neemias veio pra construir os muros. Talvez
Malaquias tenha profetizado durante aquela época. Se foi assim, Neemias e Malaquias
trabalharam juntos para erradicar o mal que significava o culto a muitos deuses e atacaram o
pecado da associação com o povo que havia sido forçada a recolonizar aquelas regiões pelos
assírios cerca de 200 anos antes. Tiveram tanto sucesso, que durante o período intertestamental
o povo de Deus não voltou à idolatria. Dessa maneira, quando veio o Messias, pessoas como
Isabel e Zacarias, Maria e José, Simeão, Ana, os pastores e outros eram pessoas piedosas com
que Deus iria se comunicar.

Conteúdo
Neemias expressa o lado prático, a vivência diária da nossa fé em Deus. Esdras havia conduzido
o povo a uma renovação espiritual, enquanto Neemias era o Tiago do AT, desafiando o povo a
mostrar a sua fé por meio das obras.
A primeira seção do livro (caps. 1-7) fala sobre a construção do muro. Era necessário para que
Judá e Benjamim continuassem a existir como nação. Durante o período da construção dos muros,
os crentes comprometidos, guiados por esse líder dinâmico, venceram a preguiça (4.6), zombaria
(2.20), conspiração (3.9)e ameaças de agressão física (4.17).
A segunda seção do Livro (caps. 8-10) é dirigida ao povo que vivia dentro dos muros. A aliança
foi renovada. Os inimigos que moravam na cidade foram exposto e tratados com muita dureza.
Para guiar esse povo, Deus escolheu um home de coração reto e com uma visão clara dos temas
em questão, colocou-o no lugar certo no momento certo, equipou-o com o seu Espírito e o enviou
pra fazer proezas.
Na última seção (caps.11-13), o povo é restaurado à obediência da Palavra de Deus, enquanto
Neemias, o leigo, trabalha junto com Esdras, o profeta. Como governador durante esse período,
Neemias usou a influência do seu cargo para apoiar a Esdras e exercer uma liderança espiritual.
Aqui se revela um homem que planeja sabiamente suas ações (“considerei comigo mesmo no
meu coração”) e um homem cheio de ousadia (“contendi com os nobres”)

O Espírito Santo em Ação

42
Desde a criação, o ES tem sido o braço executivo de Deus na terra. Eliú falou a verdade quando
disse a Jó: “O Espírito de Deus na terra me fez” (Jó 33.4). Aqui aparece um padrão constante: é
o Espírito de Deus que age para fazer de nos o que Deus quer que sejamos. Ne 2.18 diz: “Então,
lhes declarei como a mão do meu Deus me fora favorável.” A mão de Deus, seu modo de agir
sobre a terra, é o Espírito Santo.
Neemias, cujo nome significa “Jeová conforta”, foi claramente um instrumento do ES. Sob o poder
do ES, certamente se tornou modelo da forma de atuar do ES e foi uma dos primeiros
cumprimentos dessa memorável profecia.

Esboço de Neemias
I. Neemias: do exílio à reconstrução das muralhas de Jerusalém 1.1-7.73
Autorização de Artaxerxes para reconstruir as muralhas 1.1-2.8
Planejando o trabalho, motivando e organizando os trabalhos 2.9-3.32
Oposição e defesa 4.1-23
Rechaço contra a extorsão e usura pelo exemplo piedoso de Neemias 5.1-9
As muralhas são completadas apesar das intrigas maldosas 6.1-7.3
Restabelecimento dos cidadãos de Jerusalém 7.3-73
II. Esdras e Neemias trabalham juntos para estabelecer o povo 8.1-10.39
Lendo a Bíblia 8.1-12
Celebração da Festa dos Tabernáculos 8.13-18
Confissão de pecado pessoal e coletivo 9.1-37
Compromisso de guardar a lei e manter o templo 9.38– 10.39
III. Verdadeiro arrependimento produz justificação 11.1 –12.26
Censo de Jerusalém e vilas vizinhas 11.1 –12.26
Dedicação das muralhas e provisão para as finanças do templo 12.27-13.3
Segundo período de governo de Neemias, incluindo reformas posteriores e uma oração
final 13.4-31

Ester (Et)
Autor: Desconhecido
Data: Cerca de 465 aC

Autor
O nome do autor é desconhecido. Mas o livro foi escrito por um judeu que conhecia os costumes
e a linguagem dos persas. Talvez Mardoqueu ou Esdras tenha sido o autor.

Data
43
O livro de Ester é uma narração bem elaborada, que relata como o povo de Deus foi preservado
da ruína durante o séc. V aC.
O livro toma seu nome de uma mulher judia, bela e órfã, que tornou-se rainha do rei persa Assuero.
Acredita-se que este rei tenha sido Xerxes I, que sucedeu Dario I, em 485 aC, e governou 127
províncias, desde a Índia até a Etiópia, durante vinte anos. Viveu em Susã, a capital persa.
Naquela época, certo número de judeus ainda se encontrava na Babilônia sob o governo persa,
embora tivesse liberdade para retornar a Jerusalém (Et 1-2) há mia de cinqüenta anos. A história
se desenrola num período de quatro anos, iniciando no terceiro ano do reinado de Xerxes.

Conteúdo
Ester é um estudo da sobrevivência do povo de Deus em meio à hostilidade. Hamã, o homem
mais importante depois do rei, deseja a aniquilação dos judeus. Ele manipula o rei para que
execute os judeus. Ester é introduzida em cena e Deus faz uso dela para salvar seu povo. Hamã
é enforcado; e Mardoqueu, líder dos judeus no Império Persa, se torna primeiro ministro. A festa
de Purim é instituída para marca a libertação dos judeus.
Um aspecto peculiar no Livro de Ester é que o nome de Deus não é mencionado. No entanto,
vestígios de Deus e seus caminhos transparecem em todo o livro, especialmente na vida de Ester
e Mardoqueu. Da perspectiva humana, Ester e Mardoqueu foram as duas pessoas do povo menos
indicadas pras desempenhar funções importantes na formação da nação. Ele era um judeu
benjamita exilado; ela era prima órfã de Mardoqueu, adotada por este (2.7). A maturidade espiritual
de Ester se percebe na virtude dela saber esperar pelo momento que Deus julgou adequado, para,
então, pedir ao rei a salvação do povo e denunciar Hamã (5.6-8; 7.3-6). Mardoqueu também revela
maturidade para aguardar que Deus lhe indicasse a ocasião correta e lhe orientasse. Em
conseqüência, ele soube o tempo certo de Ester desvendar sua identidade judaica (2.10). Esta
espera divinamente orientada provou se crucial (6.1-14; 7.9,10) e comprova a base espiritual do
livro.
Finalmente, tanto Ester quanto Mardoqueu temiam a Deus, não a homens. Independentemente
das conseqüências, Mardoqueu recusou-se a prestar honras a Hamã. Ester arriscou sua vida por
amor do seu povo quando foi ao rei sem ter sido convidada. A missão de Ester e Mardoqueu
sempre foi salvar a vida que o inimigo planejava destruir (2.21-23; 4.1-17; 7.1-6; 8.3-6) Como
resultado, conduziram a nação à liberdade, foram honrados pelo rei e receberam autoridade,
privilégios e responsabilidades.

O Espírito Santo em Ação


Embora não se mencione diretamente o ES, sua ação produziu em Ester e Mardoqueu profunda
humildade, conduzindo-os ao amor mútuo e à lealdade (Rm 5.5)
O ES também dirigiu e fortaleceu Ester para jejuar pelo seu povo e pedir que este fizesse o mesmo.
(Rm 8.26,27).

Esboço de Ester
I. Uma nova rainha é escolhida 1.1-2.17
O rei Assuero mostra seu poder e celebra uma festa 1.1-8
A rainha Vasti e deposta 1.9-22
Ester é escolhida para ser rainha 2.1-18

44
II. A vida do rei é salva 2.19-23
Mardoqueu descobre uma conspiração 2.19-21
Ester informa o rei 2.22-23
III. É feito um plano contra os judeus 3.1-4.17
Hamã planeja destruir os judeus 3.1-15
Mardoqueu persuade Ester a intervir 4.1-14
Ester solicita a ajuda de Mardoqueu 4.15-17
IV. Mardoqueu é exaltado 5.1-6.14
Ester prepara um banquete 5.1-8
Hamã planeja destruir Mardoqueu 5.9-14
Hamã é forçado a honrar Mardoqueu 6.1-14
V. Hamã é enforcado 7.1-10
Ester revela sua identidade e expõe Hamã 7.1-6
Hamã e enforcado na forca preparada para Mardoqueu 7.7-10
VI. Os judeus são salvos 8.1 –9.17
Ester leva seu pedido ao rei 8.1-6
O rei emite um decreto a favor dos judeus 8.7-17
Os judeus derrotam seus inimigos 9.1-17
VII. A Festa de Purim é estabelecida 9.18-10.3
Os judeus celebram o primeiro Purim 9.18-32
O rei eleva Mardoqueu 10.1-3

Jó (Jó)
Autor: Incerto (Moises ou Salomão)
Data: Não especificada ( do séc. V ao II aC)

Autor
A autoria de Jó é incerta. Alguns eruditos atribuem o livro a Moisés. Outros atribuem a um dos
antigos sábios, cujos escrito podem se encontrados em Provérbios ou Eclesiastes. Talvez o
próprio Salomão tenha sido seu autor.

Data
Os procedimentos, os costumes e o estilo de vida geral do livro de Jó são do período patriarcal
(cerca de 2000-1800 aC). Apesar dos estudiosos não concordarem quanto à época em que foi

45
compilado, este texto é obviamente o registro de uma tradição oral muito antiga. Aqueles que
atribuem o livro a Moisés, acham que a história surgiu lá pelo séc. XV aC. Ouros acham que surgiu
lá pelo séc. II aC. A maior parte dos conservadores atribuem Jó ao período salomônico, pela
metade do séc. X aC.

Conteúdo
A própria Escritura atesta que Jó foi uma pessoa real. Ele é citado em Ez 14.14 e Tg 5.11. Jó era
um gentil. Acredita-se que era descendente de Naor, irmão de Abraão. Conhecia Deus pelo nome
de “Shaddai” – o Todo Poderoso. (Há 30 referências a Shaddai no Livro de Jó). Ele era um homem
rico e levava um estilo de vida siminômade.
O Livro de Jó tem sido chamado de “poema dramático de uma história épica”. Os caps 1-2 são
um prólogo que descreve o cenário da história. Satanás apresenta-se ao Senhor, junto com os
filhos de Deus, e desafia a piedade de Jó, dizendo: “Porventura, teme Jó a Deus debalde?” (1.9).
Vai mais longe e sugere que se Jó perdesse tudo o que possuía, amaldiçoaria a Deus. Deus dá
licença a satanás para provar a fé que tinha Jó, privando-o de sua riqueza, da sua família e,
finalmente, da sua saúde. Mesmo assim, “em tudo isto não pecou Jó com os seus lábios” (2.10).
Jó, então, é visitado por três amigos—Elifaz, o temanita; Bildade, o suíta e Zofar, o naamatita; que
ficam impressionados pela deplorável condição de Jó que permanecem sentados com Jó durante
sete dias sem dizer uma só palavra.
A maior parte do livro é composta por três diálogos entre Jó e Zofar, seguidos pelo desafio de Eliú
a Jó. Os quatro homens tentam responder a pergunta: “ Por que sofre Jó?” Elifaz, argumentando
a partir da sua experiência, declara que Jó sofre porque pecou. Argumenta que aqueles que
pecam são punidos. Como Jó está sofrendo, obviamente pecou. Bildade, sustentando sua
autoridade na tradição, sugere que jó é um hipócrita. Também ele faz a inferência de que se os
problemas vieram, então Jó deve ter pecado. “Se fores puro e reto, certamente, logo despertará
por ti” (8.6). Zofar condena Jó por verbosidade, presunção, e pecaminosidade, concluindo que Jó
está recebendo menos do que merece: “Pelo que sabe Deus exige de ti menos do que merece a
tua iniqüidade” (11.6)
Os três homens chegam basicamente à mesma conclusão: o sofrimento é conseqüência direta do
pecado, e a iniqüidade é sempre punida. Argumentam que é possível avaliar o favor ou desfavor
de Deus a alguém pela prosperidade ou adversidade material. Assumem erroneamente que o
povo pode compreender os caminhos de Deus sem levar em conta o fato de que as bênçãos e a
retribuição divina podem ir além da vida presente.
Na sua resposta aos seu amigos, Jó reafirma a sua inocência, dizendo que a experiência prova
que tanto o justo como o injusto sofrem, e ambos desfrutam momentos de prosperidade. Lamenta
o seu estado deplorável e as sua tremendas perdas, expressando a sua tristeza em relação a eles
por acusarem-no em lugar de trazer-lhe consolo.
Depois que os três amigos terminam, um jovem, chamado Eliú, confronta-se com Jó, que prefere
não responder suas acusações. O argumento de Eliú pode ser resumido desta maneira: Deus é
maior do que qualquer ser humano, isso significa que nenhuma pessoa tenha o direito ou
autoridade de exigir uma explicação dele. Argumenta que o ser humano não consegue entender
algumas coisas que Deus faz. Ao mesmo tempo, Eliú sugere que Deus irá falar se ouvirmos. A
sua ênfase está na atitude do sofredor, ou seja, uma atitude de humildade levará Deus a intervir.
Essa é a essência da sua mensagem: em vez de aprender com o seu sofrimento, Jó demonstra a
mesma atitude dos ímpios para com Deus, e esta é a razão pela qual ainda está sofrendo aflição.

46
O apelo de Eliú a Jó é: 1) ter fé verdadeira em Deus, em vez de ficar pedindo explicação. 2) Mudar
a sua atitude para uma atitude de humildade.
Não se deve concluir que todas as objeções dos amigos de Jó representem tudo o que se pensava
de Deus durante aquela época. Na medida em que a revelação da natureza de Deus foi se fazendo
conhecida através da história e das Escrituras, descobrimos que algumas dessas opiniões eram
incompletas. Evidentemente, isso não faz com que o texto seja menos inspirado, antes nos dá um
relato inspirado pelo ES dos incidentes como realmente aconteceram.
Quando os quatro concluíram, Deus respondeu a Jó de dentro de um remoinho. A resposta de
deus não é uma explicação dos sofrimentos de Jó, mas, através de uma série de perguntas, Deus
procura tornar Jó mais humilde. Quando relemos a fala de Deus através do remoinho, tiramos três
conclusões a respeito do sofrimento de Jó: 1) não aparece a intenção de se revelar a Jó a causa
dos seus sofrimentos. Deus não podia, provavelmente, explicar alguns aspectos do sofrimento
humano, no momento em que acontece, sem o risco de destruir o próprio objetivo que esse
sofrimento é destinado a cumprir. 2) Deus se envolve com a realidade do ser humano: Jó e o seu
sofrimento são suficientes que Deus fale com ele. 3) o propósito de Deus também era o de levar
Jó a abrir mão da sua justiça própria, da sua defesa própria e sabedoria auto-suficiente, de forma
que pudesse buscar esses valores em Deus.

O Espírito Santo em Ação


Eliú, em seu debate com Jó , faz três declarações significativas sobre o papel do ES no
relacionamento do povo com Deus. Em 32.8, declara que o nível de compreensão de uma pessoa
não está relacionada à sua idade ou etapa de vida, mas é antes o resultado da operação do
Espírito de Deus. O Espírito é o autor da sabedoria dando a cada um a capacidade de conhecer
e tirar lições pessoais das coisas que acontecem na vida. Assim, conhecimento e sabedoria são
bênçãos do Espírito aos homens.
O Espírito de Deus é também a fonte da própria vida (33.4). Se não fosse pela influência direta do
Espírito, o homem como nós o conhecemos não teria chegado a existir. Assim foi na criação
original do homem, e assim continua sendo. Eliú declara que a sua própria existência dá
testemunho do poder criador do Espírito. O Espírito de Deus é o Espírito da vida.
Como o Espírito de Deus dá vida e sabedoria ao homem, ele também é essencial à própria
continuidade da raça humana. Se Deus tivesse que desviar a sua atenção para outro lugar, se
tivesse que retirar o seu Espírito-que-dá-vida deste mundo, certamente a história humana chegaria
ao seu fim (34.14,15). A intenção de Eliú é deixar claro que Deus não é caprichoso nem egoísta,
pois cuida do ser humano, sustenta-o de forma constante pela abundante presença do seu
Espírito. Dessa forma, o Espírito Santo no livro de Jó é o criador e mantenedor da vida, conferindo
–lhe significado e racionalidade.

Esboço de Jó
Introdução 1.1-2.13
Jó é consagrado e rico 1.1-5
Satanás desafia o caráter de Jó 1.6-12
Satanás destrói as propriedades e os filhos de Jó 1.13-22
Satanás ataca a saúde de Jó 2.1-8
Reação da esposa de Jó 2.9,10
47
A visita dos amigos de Jó 2.11-13
I. Diálogo entre Jó e os seus três amigos 3.1-26.1
Clamor de desespero de Jó 3.1-26
Primeiro diálogo 4.1-14.22
Segundo diálogo 15.1-21.34
Terceiro diálogo 22.1-26.14
II.Discurso final de Jó aos seus amigos 27.1-31.40
III. Eliú desafia Jó 32.1-37.24
IV. Deus responde de um remoinho 38.1-41.34
V. A resposta de Jó 42.1-6
VI. Parte histórica final 42.7-17

Salmos (Sl)
Autor: Davi, Asafe, filhos de Coré e outros
Data: entre 1000 e 300 aC

Autor
O Livro de Salmos é uma compilação de diversas coleções antigas de cânticos e poesias próprias
para o uso tanto no culto congregacional quanto para a devoção particular. Em algumas coleções,
os compiladores antigos reuniram a maior parte dos maravilhosos cânticos de Davi. Em outras,
eles coletaram salmos de uma variedade de autores, como Moisés, Asafe, Hemã, os filhos de
Corá, Salomão, Etã e Jedutum. Muitos são de fonte desconhecida. Os estudiosos judeus os
chamam de “salmos órfãos”.

Data
O salmos, considerados individualmente, podem ter sido escritos em datas que vão desde o êxodo
até a restauração depois do exílio babilônico. Mas as coleções menores parecem haver sido
reunidas em períodos específicos da história de Israel: o reinado do rei Davi (1Cr 23.5); o governo
de Ezequias (2Cr 29.30); e durante a liderança de Esdras e Neemias (Ne 12.24). Esse processo
de compilação ajuda a explicar a duplicação de alguns salmos. Por exemplo 14 é similar ao 53.
O Livro dos Salmos foi editado em sua forma atual, embora com diversas variações, na época em
que a Septuaginta Grega foi traduzida do hebraico, alguns séculos antes do advento de Cristo.
Os texto Ugaríticos, quando contrastados com os recentes escritos do mar Morto, mostram que
as imagens, o estilo e o paralelismo de alguns salmos refletem um vocabulário e estilo cananeus
muito antigos. Assim, o Livro dos Salmos reflete o culto, a vida devocional e o sentimento religioso
de cerca de mil anos da história de Israel.

Conteúdo

48
O título hebraico deste livro, Sepher Tehillim, significa “Livro de Louvores”. Os títulos
gregos, Psalmoi ou Psalterion, denotam um poema que deve ser acompanhado por um
instrumento de cordas. Entretanto, o Saltério contém mais do que cânticos para o templo e hinos
de louvor. Ele inclui elegias, lamentações, orações pessoais e patrióticas, petições, meditações,
instruções, antífonas histporicas e tributos em acrósticos sobre temas nobres.
Em sua forma final no cânon das Escrituras, o Livro dos Salmos é subdividido em cinco livros
menores. Cada livro é uma compilação de diversas coleções antigas de cânticos e poemas. Uma
doxologia apropriada foi colocada pelos editores no final de cada livro. No livro I (Sl 1-41), a maioria
dos cânticos são atribuídos a Davi. O Livro II (Sl 42-72) é uma coleção de cânticos por, de, ou
para os filhos de Corá, Asafe, Davi e Salomão; nessa coleção, quatro escritos permanecem
anônimos. O Livro III (Sl 73-89) é marcado por uma grande coleção de cânticos de Asafe. Asafe
foi o chefe dos cantores do rei Davi (1Cr 16.4-7). Embora a maioria dos salmos no Livro IV (Sl 90-
106) não tenha os seus autores citados, Moisés, Davi e Salomão colaboraram também. No Livro
V (Sl 107-150) registram-se vários cânticos de Davi. A série de cânticos chamada de Hallel Egípcio
(Sl 113-118) também está no Livro V. Os cânticos finais nesse livro (Sl 146-150) são conhecidos
como o “Grande Hallel”. Cada cântico começa e termina com a exclamação hebraica de louvor,
“Hallelujah!”.
ítulos informativos são encontrados no começo de muitos dos salmos. A preposição hebraica
usada em muitos títulos pode ser traduzida de três maneiras: “a”,”para”, e “de”. Ou seja, “dedicado
a”, “para o uso de” e “pertecente a”. Todos os títulos que descrevem a situação histórica do salmo
tratam da vida de Davi. Os salmos 7, 34, 52, 54, 56, 57, 59 e 142 referem-se aos eventos ocorridos
durante o problemático relacionamento de Davi com Saul; o salmos 3, 18, 51, 60 e 63 cobrem o
período em que Davi reinou sobre Judá e Israel.
Outros títulos precedentes aos salmos referem-se aos instrumentos usados no acompanhamento;
à melodia ou música apropriada; que parte do coral deve guiar (por exemplo, soprano, tenor,
baixo); ou que tipo de salmo é (por exemplo: meditação, oração). Alguns dos significados destas
anotações musicais e litúrgicas são hoje desconhecidas.
Poesia Hebraica. Em lugar de rima de sons, a poesia e o cântico hebraicos são marcados pelo
paralelismo, ou rima de idéias. A maioria dos paralelismo são dísticos que expressam
pensamentos sinônimos em cada linha (36.5). Outros são antíteses, em que a segunda linha
expressa a negativa da linha precedente (20.8). Também há dísticos construtivos ou sintéticos, os
quais tendem a adicionar ou a fortalecer um pensamento (19.8,9). Alguns poucos paralelismos
são causais, apresentando a justificativa da primeira linha (31.21). Às vezes, o paralelismo envolve
três linhas (1.1), quatro (33.2,3) ou mais linhas.

O Espírito Santo em Ação


O livro dos Salmos e os princípios de culto que eles refletem atendem à alma do homem e ao
coração de Deus, pois são produto da obra do ES. Davi, o principal colaborador do livro dos
Salmos, foi ungido pelo ES (1Sm 16.13). Essa unção não foi apenas pra o reinado, mas para o
oficio de profeta (At 2.30); e as suas afirmações proféticas foram feitas pelo poder do ES (Lc 24.44;
At 1.16). Na verdade, as letras desses cânticos foram compostas por inspiração do Espírito (2Sm
23.1,2), como também os planos de escolher maestros e corais com orquestras de
acompanhamentos (1Cr 28.12,13).
Portanto, os Salmos são únicos e imensamente diferente das obras de compositores seculares.
Ambas podem refletir a profundidade da agonia experimenta pelo espírito humano atormentado,
com toda a sua comoção, e expressar a alegria extasiante da alma libertada, mas apenas os

49
Salmos chegam a um plano superior através da unção criativa do ES.
Relatos específicos mostram que o ES opera criando vida (104.30); que acompanha fielmente os
crentes (139.7); que guia e instrui (143.10); que sustém o penitente (51.11-12); e que interage com
o rebelde (106.33).

Esboço de Salmos
I. Livro I 1.1-41.13
Cânticos introdutórios 1.1-2.12
Cânticos de Davi 3.1-41.12
Doxologia 41.13
II. Livro II 42.1-72.20
Cânticos dos filhos de Corá 42.1-49.20
Cânticos de Asafe 50.1-23
Cânticos de Davi 51.1-71.24
Cânticos de Salomão 72.1-17
Doxologia 72.18,19
Versículo de conclusão 72.20
III. Livro III 73.1-89.52
Cânticos de Asafe 73.1-83.18
Cânticos dos filhos de Corá 84.1-85.13
Cânticos de Davi 86.1-17
Cânticos dos filhos de Corá 87.1-88.18
Cânticos de Etã 89.1-51
Doxologia 89.52
IV. Livro IV 90.1-106.48
Cânticos de Moisés 90.1-17
Cânticos anônimos 91.1-92.15
Cânticos “O Senhor Reina” 93.1-100.5
Cânticos de Davi 101.1-8; 103.1-22
Cânticos anônimos 102.1-28; 104.1-106.47
Doxologia 106.48
V. Livro V 107.1-150.6
Cânticos de ação de graças 107.1-43
Cânticos de Davi 108.1-110.7

50
Hallel Egípcio 111.1-118.29
Cânticos Alfabético sobre a lei 119.1-176
Cânticos dos degraus 120.1-134.3
Cânticos anônimos 135.1-137.9
Cânticos de Davi 138.1-145.21
Cânticos “Louvai ao Senhor” 146.1-149.9
Doxologia 150.1-

51
Provérbios (Pv)
Autor: Salomão, Agur e rei Lemuel
Data: Cerca de 950 aC

Autor
Salomão, rei de Israel, era filho de Davi e de Bate-Seba. Ele reinou por quarenta anos, de 970 a
930 aC, assumindo o trono quando tinha cerca de vinte anos de idade.
Sem dúvida influenciado pelos Salmos escritos por seu pai, Salomão nos deixou mais livros do
que qualquer outro escritor do AT, excetuando-se Moisés. Parece provável que Cantares de
Salomão tenha sido escrito quando ele era um jovem romântico; Provérbios, quando estava mais
maduro e no auge de seu poder; Eclesiastes, quando já estava mais idoso, mais inclinado a
conclusões filosóficas— e talvez mais cínico. Se poder não se mostrava em campos de batalha,
mas no domínio da mente: meditação, planejamento, negociação e organização.
A reputação de Salomão para a sabedoria provém não apenas de seus resultados práticos, como
no caso da disputa de um bebê (1Rs 3.16-27), mas também de declarações diretas das Escrituras.
Em 1Rs 3.12 Deus diz: “Eis que te dei um coração tão sábio e entendido, que antes de ti teu igual
não houve, e depois de ti teu igual se não levantará.” Em 1Rs 4.31 ele é considerado “mais sábio
do que todos os homens”, seguindo um citação de vários nomes de homens sábios para
comparação.
A respeito de Agur e do rei Lemuel (301; 31.1) nada se sabe, exceto que, pelos seus nomes, não
são israelitas. A sabedoria é universal, não nacional.

Data
Uma vez que o Livro de Pv é uma compilação, sua composição estendeu-se por um longo período,
com a obra principal datada de cerca de 950 aC. Os caps. 25-29 são identificados como transcritos
pelos “homens de Ezequias”, o que situa a cópia em cerca de 720 aC, embora o material em si
fosse de Salomão, talvez retirado de um documento separado encontrado no tempo de Ezequias.

Conteúdo
Sob a liderança de Salomão, Israel alcançou sua maior extensão geográfica e desfrutou da menor
violência de todos o período monárquico. “Pacifico”, o significado de seu nome, descreve o reinado
de Salomão. E paz, com sabedoria, trouxe prosperidade sem precedentes para a nação, o que se
tornou motivo de respeito e admiração para o rainha de Sabá (1Rs 10.6-9) e pra outros
governantes da época. Palavras sábias, como música ou outras formas de arte, tendiam a
florescer em tal época, e então durar pelas gerações seguintes.
O livro de Pv não é apenas uma coleção de provérbios, mas uma coleção de coleções. Seu
pensamento ou tema unificador é: “O temor do SENHOR é o princípio da sabedoria” (9.10),
aparecendo de outra maneira como: “O temor do SENHOR é o principio (ou parte principal) da
ciência” (1.7). Dentre a diversidade de exemplos, algumas verdades se repetem:
A sabedoria (a habilidade de julgar e agir conforme as orientações de Deus) é o mais valioso dos
bens.
A Sabedoria está disponível para qualquer um, mas o preço é alto.

52
A Sabedoria tem sua origem em Deus, não na própria pessoa e vem por meio da atenção à
instrução.
A Sabedoria e a justiça andam juntas. É bom ser sábio, e é sábio ser bom.
O homem mau sofre as conseqüências de seus atos maus.
O ingênuo, o tolo, o preguiçoso, o ignorante, o orgulhoso, o libertino e o pecador nunca devem ser
admirados.
Muitos contrastes se repetem ao longo do livro. A antítese ajuda a clarear o sentido de muitas
palavras-chaves. Entre várias ideias que são colocadas em contraste estão:
Sabedoria em oposição a Loucura
Justiça em oposição a Impiedade
Bem em oposição ao Mal
Vida em oposição a Morte
Prosperidade em oposição a Pobreza
Honra em oposição a Desonra
Permanente em oposição a Transitório
Verdade em oposição a Falsidade
Ação em oposição a Preguiça
Amigo em oposição a Inimigo
Prudência em oposição a Precipitação
Fidelidade em oposição a Adultério
Paz em oposição a Violência
Boa Vontade em oposição a Ira
Deus em oposição ao Homem

O Espírito Santo em Ação


O ES não é mencionado diretamente no Livro de Pv. Mas a sabedoria se refere ao seu espírito
(1.23), que é, sem dúvida, o ES. De fato, um ponto principal do livro é que a sabedoria sem Deus
é impossível; assim, nesse sentido, seu espírito tem destaque em toda parte. No entanto, a palavra
predominante traduzida por “espírito” no livro tem quase sempre o sentido de “atitude” ou
“comportamento”, nunca implicando uma personalidade.
Em nosso época, um tempo de ação especial do ES, é o Espírito que nos ajuda a garimpar as
riquezas de Pv, mais do que Pv nos ajuda a entender o Espírito. Foi dito a respeito do AT e do
NT. “O Novo está encoberto no Antigo; o Antigo está revelado no Novo”.
No caso do Livro de Pv, o Espírito Santo no NT demonstra como a sabedoria do Livro (que vem
apenas através da justiça) é colocada em prática.

53
Esboço de Provérbios
I. Introdução 1.1-7
Título, propósito e introdução 1.1-6
Tema ou lema 1.7
II. Avisos de um pai e advertências da Sabedoria 1.8-8.36
Avisos de um pai, parte um 1.8-19
Advertências da Sabedoria, parte um 1.20-33
Avisos de um pai, parte dois 2.1-7.27
Advertências da Sabedoria, parte dois 8.1-36
III. O caminho da Sabedoria em oposição ao caminho da Loucura 9.1-18
IV. Provérbios de Salomão e palavras do sábio 10.1-29.27
Provérbios de Salomão— primeira coleção 10.1-22.16
Palavras do sábio— primeira coleção 22.17-24.22
Palavras do sábio— segunda coleção (pelos homens de Ezequias) 25.1-29.27
V. Provérbios de Agur 30.1-33
A vida de moderação temente a Deus 30.1-14
As maravilhas da vida observadas sobre a terra 30.15-31
A insensatez do orgulho e da ira 30.32,33
VI. Provérbio do rei Lemuel 31.1-31
Conselhos de uma mãe para um filho nobre 31.1-9
Um poema acróstico sobre a esposa perfeita 31.10-31

Eclesiastes (Ec)
Autor: Salomão
Data: Cerca de 931 aC

Autor e Data
O nome Eclesiastes deriva do termo grego ekklesia (“assembléia”) e significa “aqueles que fala a
uma assem- bléia”. O termo hebraico correspondente é qohelet, que significa “aquele que convoca
uma assembléia” recebendo muitas vezes a tradução de “Professor” ou “Pregador” em outras
versões da Bíblia.
Eclesiastes e, geralmente creditado a Salomão (cerca de 971 a 931 aC), escrito em sua velhice.
O tom pessimista que impregna o livro talvez seja um efeito do estado espiritual de Salomão na
época (ver 1Rs 11). Embora não mencionado em 1Rs, Salomão provavelmente recobrou a

54
consciência antes de morrer, arrependeu-se e voltou-se para Deus. Ec 1.1 parece ser uma
referência a Salomão: “Palavra do pregador, filho de Davi, rei em Jerusalém”. Alusões à sabedoria
de Salomão (1.16), à riqueza (2.8), aos servos (2.8), aos prazeres (2.3)e a atividade de edificação
estão espalhadas por todo o livro.

Contexto
O livro evidencia um período em que, para o autor, as soluções tradicionais pras as grandes
questões da vida, particularmente para o sentido da vida, perderam a sua relevância. Ao invés de
responder estas questões com citações da Escritura, o Pregador introduz uma metodologia
baseada na observação e na indução. A sabedoria, quando encontrada em outra literatura
sapiencial da Bíblia (Jó, Pv e certos Sl), é sinônimo de virtude e piedade; e sua antítese, a loucura,
representa a maldade. No livro de Ec, a palavra “sabedoria”, às vezes, é usada nesse sentido
quando se trata da interpretação israelita tradicional sobre a sabedoria (como em 7.1-8.9; 10.1-
11.16). Mas no capítulo de abertura (1.12-18), o autor lida com a sabedoria enquanto o processo
de puro pensamento, semelhante à filosofia frega, com questionamento dos valores absolutos.
Mesmo sem contestar a existência de Deus, a qual confere sentido à criação, o Pregador está
determinado a procurar esse sentido através da sua própria experiência e observação, a fim de
poder verificar esse sentido pessoalmente e transmiti-lo aos seus discípulos.

Conteúdo
O livro de Ec apresenta todos os indícios de ser um ensaio literário cuidadosamente composto
que precisa ser compreendido em sua totalidade antes de poder ser entendido em parte. O
Conteúdo do livro é definido por versos quase idênticos (1.2; 12.8), que circunscrevem o livro ao
antecipar e resumir as conclusões do autor. O tema é definido em 1.3: “Que vantagem tem o
homem de todo o seu trabalho, que ele faz debaixo do sol?” Ou, pode a verdadeira sabedoria ser
encontrada por um ser humano à parte da revelação de Deus?
A busca do Pregador é por algum tipo de valor (“vantagem) fixo, imutável, que possa ser achado
nesta vida (“debaixo do sol”), que possa servir como base de uma vida adequada. O termo
hebraico traduzido pro “vantagem” é yitron (1.3) e também pode ser traduzido por “ganho”, “valor”.
“Vaidade” é uma palavra –chave no livro, traduzida do termo hebraico hebel (lit. “fôlego”),
indicando assim aquilo que é mortal, transitório e efêmero. Tentando cada um dos caminhos
propostos pela humanidade para alcançar o valor procurado, ele os acha evasivos (“aflição de
espírito”), fugazes e transitórios (“vaidade”).
A “sabedoria” de 1.12-18 está desprovida de valor verdadeiro. E a resposta também não é
encontrada no prazer, na riqueza, em grandes realizações (2.1-11), em um doutrina de
compensação (2.12-17) ou no materialismo (2.18-26).
Qual deve ser nossa atitude diante do fato de que nem as realizações nem as coisas materiais
são yitron, ou seja, não têm valor permanente? A resposta introduz o tema secundário do livro:
devemos desfrutar tanto a vida como também as coisas que Deus nos tem concedido (3.11-12;
5.18-20; 9.7-10), lembrando que, no final, Deus nos julgará pelo modo como fizemos isso (11.7-
10)
Mesmo a própria vida humana, em qualquer sentido humanista, secular, não pode ser considerada
como o yitron que o Pregador procura. Mesmo a relação de vida e morte é um tema subordinado
no livro.
Mas retomando à busca principal do Pregador: será que essa busca está destinada a terminar
(12.8) como começou (1.2), numa nota de desespero? A constante investigação do Pregador por

55
um sentido para toda a existência demonstra que ele é um otimista, não um pessimista, e o seu
fracasso em descobrir algum valor absoluto, permanente, nesta vida (“debaixo do sol”), não
significa que a sua busca seja um fracasso. Ao contrário, ele se acha forçado (pela observação
de Deus pôs ordem no universo quando este foi criado, 3.1-14) a buscar o valor que tanto procura
no mundo do porvir (não “debaixo do sol”, mas “acima do sol”, por assim dizer). Embora não afirme
isso especificamente, a lógica que envolve toda a sua busca compele a encontrar o único
verdadeiro yitron no temor (reverência) e na obediência a Deus (11.7-12.7). Isso é afirmado no
epílogo: o dever de toda a humanidade é a reverência a Deus e o cumprimento dos seus
mandamentos (12.13). Isso precisa acontecer, mesmo que durante esta vida não haja justiça
verdadeira , pois Deus, no fim, trará a juízo tudo o que existe (11.9; 12.14). Com esta observação
profunda o livro termina.

O Espírito Santo em Ação


Toda as referências ao “espírito” em Ec são referentes à força vital que anima o ser humano ou o
animal (ver 3.18-21). Apesar disso, o livro antecipa alguns dos problemas enfrentados pelo
apóstolo Paulo na implementação de dons espirituais em 1Co 12-14. As pessoas que acreditam
que Deus lhes fale através do ES em sonhos e visões (Jl 2.28-32; At 2.17-21) agiriam bem se
prestassem atenção na sábia advertência do Pregador de que nem todo sonho é voz de Deus
(5.3). Paulo aparenta ter isso em mente ao falar sobre os dons de línguas e profecias em 1Co
14.9, aconselhando uma manifestação ordenada, seguida de um julgamento da assembléia sobre
a declaração. Da mesma forma, a ênfase do Pregador na reverência e na obediência a Deus é
paralela à preocupação de Paulo com a edificação da igreja (1Co 14.5). Os verdadeiros dons
espirituais— manifestações genuínas de ações ou expressões miraculosas– acontecem em
espírito de reverência pra a glória de Deus através de Cristo e para a edificação dos crentes.

Esboço de Eclesiastes
I- Prólogo 1.1-2
a) Identificação do Livro 1.1
b) Resumos das investigações do Pregador 1.2
II- Estabelecimento do Problema 1.3-11
a) Estabelecimento do problema: Pode-se encontrar algum valor verdadeiro nesta vida? 1.3
b) Exposição do problema: Uma refutação das soluções humanísticas 1.4-11
III- Tentativas de solução para o problema 1.12-2.26
a) A refutação da razão pura: A sabedoria humana, sozinha, é inútil. 1.12-18
b) O fracasso do hedonismo: O prazer não tem sentido em si mesmo. 2.1-11
c) O fracasso da compensação: O sábio e o tolo encaram um fim comum 2.12-17
d) O fracasso da materialismo. 2.18-26
IV- Desenvolvimento do tema 3.1 – 6.12
a) Inutilidade dos esforços humanos em mudar a ordem criada. 3.1-15
b) Inutilidade de um fim igual a criaturas desiguais. 3.16-22
c) Inutilidade de um vida oprimida 4.1-3

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d) Inutilidade da inveja. 4.4-6
e) Inutilidade de ser sozinho. 4.7-12
f) Inutilidade de uma monarquia hereditária. 4.13-16
g) Inutilidade do fingimento numa religião formal. 5.1-7
h) Inutilidade de sistemas de valores materialistas. 5.8-14
i) Inutilidade de deixar para trás, na morte, os produtos do trabalho 5.15-20
j) Inutilidade da futilidade de uma vida despojada. 6.1-9
l) Inutilidade do determinismo da natureza. 6.10-12
V- A sabedoria prática e os seus usos. 7.1 – 8.9
a) Provérbios moralizantes sobre vida e morte, bem e mal. 7.1-10
b) A sabedoria e as suas aplicações. 7.11-22
c) Observações sábias variadas. 7-23 – 8.1
d) A sabedoria na corte do rei. 8.2-9
VI- Um retorno ao tema. 8.10 – 9.18
a) Inutilidade da compensação (novamente) 8.10 – 9.12
b) Inutilidade da natureza instável do homem (novamente) 9.13-18
VII- Mais sobre a sabedoria e seus usos 10.1 – 11.6
VIII- O único valor é temer a Deus e obedecê-Lo. 11.7 – 12.7
a) O primeiro resumo das conclusões 11.7-10
b) O segundo resumo: alegoria da velhice e morte 12.1-7
IX- Epílogo: Confirmação da conclusão 12.8-14
a) Resumo das conclusões do Pregador 12.8
b) Resumo das conclusões do pregador através de um discípulo. 12.9-14

Cantares (Ct)
Autor: Salomão
Data: Entre 970 a 930 aC

Autor e Data
A autoria de Salomão é contestada, mas a glória do simbolismo salomônico é essencial em
Cantares. Jesus referiu-se duas vezes à glória e sabedoria de Salomão (Mt 6.29; 12.42). Como
filho real de Davi, Salomão tece um lugar singular na história da aliança (2Sm 7.12,13). Seus dois
nomes de nascimento, que simbolizam paz (Salomão) e amor (Jedidias), aplicam-se diretamente
a Ct (2Sm 12.24-25); 1Cr 22.9). O glorioso reino de Salomão foi como uma restauração do jardim

57
do Éden (1Rs 4.20-34), e o templo e o palácio que construiu personificam as verdades do
tabernáculo e a conquista da Terra Prometida (1Rs 6.7). Salomão encaixa-se perfeitamente como
a benção personificada do amor da aliança, visto que ele aparece em Ct com toda a sua perfeição
real (1.2-4; 5.10-16).
Embora Ct não forneça informações precisas sobre o contexto, Salomão reinou em Israel de 970
a 930 aC. Linguagem e ideais similares também são encontrados na oração que Davi fez no
templo por Salomão e pelo povo durante a entronização de Salomão (1Cr 29)

Características e Conteúdo
O livro de Ct é a melhor de todas as canções, um trabalho literário de arte e uma obra– prima
teológica. No séc. II, um dos maiores rabinos, Akida bem Joseph, disse: “No mundo inteiro, não
há nada que se iguale ao dia em que o Cântico dos Cânticos foi entregue a Israel.” O livro de Ct,
em si, é como a sua fruta favorita, a romã, em cores vivas e repleto de sementes. Bastante
diferente de qualquer outro livro bíblico. Ele merece consideração especial como arquétipo bíblico
que apresenta, de um modo novo, as realidades básicas das relações humanas. Ct emprega
linguagem simbólica pra expressar verdades eternas, em semelhança ao Livro de Apocalipses.
Ct contém descrições da mulher sulamita juntamente com uma exibição completa dos produtos
de seu jardim. Isso deve ser entendido como um paralelo poético do amor conjugal e como
bênçãos ao povo da aliança, em sua terra.
Claras indicações são dadas na descoberta das bênçãos da aliança: “sai-te pelas pisadas das
ovelhas” (1.8). Aqui, o termo “pisadas” é, literalmente, “marcas de calcanhar”, e pode ser uma
alusão a Jacó, o patriarca cujo nome conota “um calcanhar”. A função pastoril de Jacó e a sua
constante luta pela bênção de Deus e do homem são citadas como a norma bíblica para o povo
de Deus (Os 12.3-4,12,14). Ele nasceu segurando o calcanhar do seu irmão, um manipulador
congênito. Foi “desconjuntado” com ardil no âmago de seu ser, como ilustrado por seu mancar em
Maanaim (Gn 32). Foi forçado a viver fora de sua terra sob a ameaça de uma irmão irado. Retornou
pra sua terra depois de 20 anos com uma instituição familiar defeituosa. Ardil, falta de amor, ciúme,
raiva e amor de aluguel (de mandrágora, um suposto afrodisíaco) entraram nessa fraca estrutura.
Os próprios nomes das Doze Tribos mostram a necessidade de uma nova história familiar.
A sulamita ajuda e reescreve essa história. Ela executa a dança memorial de Maanaim (6.13); ver
Gn 32.2). Quando encontra a quem ama, ela o detém e não o deixa partir (3.4; ver Gn 32.26).
Mandrágoras perfumadas crescem nos campos dela (7.11-13; ver Gn 30.14). Quando as filhas
vêem, chama-na bem– aventurada ou feliz (6.9; ver Gn 30.13). Na sulamita, a corrompida árvore
familiar produz “frutos excelentes”, os melhores (7.13; ver Dt 33.13-17). As bênçãos da aliança
que havia sido distorcidas são redimidas.
Os mesmos acontecimentos também podem ser visto como retratos do amor conjugal. Dessa
maneira, ela detém o seu marido e não o deixa partir (3.4). É o seu marido que elogia sua beleza
(6.4-10). E a procissão de um casamento real e a alegria recíproca do noivo e da noiva aparecem
retratadas em 3.6-5.1.

O Espírito Santo em Ação


De acordo com Rm 5.5, “o amor de Deus está derramado em nosso coração pelo ES”. Baseado
em Jesus Cristo, o ES é o poder de ligação e união do amor. A feliz unidade revelada em Ct é
inconcebível à parte do ES. A própria forma do livro como cântico e símbolo é adaptada
especialmente ao Espírito, pois ele mesmo faz uso de sonhos, linguagem figurada e o canto (At
2.17; Ef 5.18,19). Um jogo de palavras sutil, baseado no “sopro” divino do fôlego da vida (o ES, Sl

58
104.29,30) de Gn 2.7 parece vir à tona em Ct. Isso acontece em “antes que refresque o dia” (2.17;
4.6), no “soprar” do vento no jardim da sulamita (4.16) e, surpreendentemente, na fragrância da
respiração e do fruto da macieira (7.8).

Esboço de Cantares
I. Cenas de abertura 1.1-2.7
Lembrando o amor do rei de bom nome 1.1-4
A morena e agradável guarda de vinhas 1.5,6
Procurando amor nas pisadas do rebanho 1.7,8
Removendo as marcas da escravidão 1.9-11
A linguagem do amor 1.12-17
O espírito e a árvore 2.1-6
A primeira súplica 2.7
II. A busca por abertura 2.8-3.5
Começando a busca 2.8-15
A alegria do amor no frescor do dia 2.16,17
A procura determinada pelo objetivo principal 3.1-4
A segunda súplica 3.5
III. A busca por mutualidade 3.6-5.8
A carruagem matrimonial real do amor da aliança 3.6-11
Conhecendo sulamita 4.1-7
Uma visão sobre a terra de cima do monte Hermom 4.8
Uma vida de união íntima num banquete no jardim 4.9-5.1
A queda da sulamita 5.2-7
A terceira súplica 5.8
IV. A busca por unidade 5.9 –8.4
Conhecendo Salomão 5.9-6.3
A glória triunfante da sulamita 6.4-10
O nobre povo da sulamita 6.11-12
A dança memorial de Maanaim 6.13-7.9
O início do novo amor de iguais 7.9 –8.3
A quarta súplica 8.4
V. Últimas cenas com resumo de realizações 8.5-14
alcançando o objetivo principal 8.5

59
Alcançando o amor autêntico 8.6,7
Alcançando ao maternidade e a paz 8.8-10
Obtendo uma vinha igual a de Salomão 8.11-12
Obtendo a herança 8.13-14

Isaías (Is)
Autor: Isaias
Data: Entre 700 – 690 aC

Autor
O primeiro versículo deste livro coloca Isaías, o filho de Amoz, como o seu autor. O nome “Isaias”
significa “O SENHOR é salvação”. A visão e a profecia são reivindicadas quaro vezes por Isaías;
seu nome é mencionado mais doze vezes no livro. Seu nome também aparece doze vezes em
2Rs e quatro vezes em 2Cr.
O Livro de Is é citado diretamente no NT vinte e uma vezes sendo atribuído em cada caso ao
profeta Isaías. Argumentos diversos favorecem a autoria única: 1) palavras– chave e frases-chave
estão igualmente distribuídas através de todo o livro; 2) referências à paisagem e as cores locais
são uniformes. A beleza de estilo superior na poesia hebraica nos últimos capítulos de Is pode ser
explicada pela mudança de assunto, de julgamento e súplica para consolo e segurança.

Data
O profeta coloca que ele profetizou durante os reinados de “Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias, reis
de Judá” (1.1). Alguns aceitam que o seu chamado para o ofício profético tenha sido feito no ano
que o rei Uzias morreu, que foi em cerca de 740 aC (6.1,8). Entretanto, é provável que ele tenha
começado durante a ultima década do reinado de Uzias. Por Isaías mencionar a morte do rei da
Assíria, Senaqueribe, que morreu em cerca de 680 aC (37.37,38), ele deve ter sobrevivido a
Ezequias por alguns anos. A tradição diz que Isaías foi martirizado durante o reinado de
Manassés, filho de Ezequias. Muitos acreditam que a forma “serrados” em Hb 11.37 é uma
referência à morte de Isaías. A primeira parte do livro pode ter sido escrita nos primeiros anos de
Isaías, e oca capítulos posteriores, após a sua retirada da vida pública.
Se Isaías começa profetizando em cerca de 750 aC, o seu ministério pode ter se sobreposto aos
ministérios de Amós e Oséias em Israel, bem como o de Miquéias em Judá.

Contexto Histórico
Isaias profetizou no período mais crucial da história de Judá e Israel. Ambos os reinos do Norte e
do Sul haviam experimentado cerca de meio século de poder e prosperidade crescentes. Israel,
governado por Jeroboão e outros seis reis de menor importância, tinha sucumbido ao culto pagão;
Judá, sob Uzias, Jotão e Ezequias, manteve uma conformidade exterior à ortodoxia, mas,
gradualmente, caiu num sério declínio moral e espiritual (3.8-26). Lugares secretos de culto
pagãos eram tolerados; o rico oprimia o pobre; as mulheres negligenciavam suas famílias na
busca do prazer carnal; muitos dos sacerdotes e profetas tornaram-se bêbados que queriam
agradar os homens (5.7-12,18-23; 22.12-14). Embora estivesse para vir mais uma avivamento a
Judá sob o rei Josias (640-609 aC), estava claro para Isaías que a aliança registrada por Moisés

60
em Dt 30.11-20 havia sido tão inteiramente violada, que o cativeiro e o julgamento eram inevitáveis
para Judá, assim como o era para Israel.
Isaías entrou em seu ministério aproximadamente na época da fundação de Roma e dos primeiros
Jogos Olímpicos dos gregos. As forças européia ainda não estavam preparada para grandes
conquistas, mas diversas potências asiáticas estavam olhando para além de sua fronteiras. A
Assíria, particularmente, estava inclinada a conquistas ao sul e ao oeste. O profeta, que era um
estudioso dos assuntos mundiais, podia ver que o conflito era iminente. A Assíria conquistou
Samaria em 721 aC.

Cristo Revelado
Depois de sua ressurreição, Jesus caminhava com dois de seus discípulos e “explicava-lhes o
que dele se achava em todas a Escrituras” (Lc 24.27). Para fazer isso, ele deve ter extraído muita
coisa do Livro de Is, porque dezessete capítulos contém referências proféticas a Cristo.
Cristo é citado como o “Senhor, Renovo do Senhor, Emanuel, Maravilhoso Conselheiro, Deus
Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz, Raiz de Jessé, Pedra Angular, Rei, Pastor, Servo do
SENHOR, Eleito, Cordeiro de Deus, Líder e Comandante, Redentor e Ungido”
O Cap. 53 é o grande capítulo do AT que profetiza a obra expiatória do Messias. Nenhum texto
em ambos os testamentos expõe de um modo tão completo o propósito da morte vicária de Cristo
na cruz. Ele é citado diretamente nove ou dez vezes por escritores do NT: 52.15 (Rm 15.21); 53.1
(Jo 12.38; Rm 10.16); 53.4 (Mt 8.17); 53.5 (Rm 4.25; 1Pe 2.24); 53.7-8 (At 8.32-33); 53.9 (1Pe
2.22); 53.10 (1Co 15.3-4); 53.12 (Lc 22.37). Também existem muitos cumprimentos de detalhes
no cap. 53 em adição às citações diretas.

O Espírito Santo em Ação


O ES é mencionado especificamente quinze vezes, sem contar as referências ao poder, efeito ou
influência do Espírito que não citam seu nome. Há três categorias gerais sob as quais a obra do
ES pode ser descrita:
A unção do Espírito sobre o Messias pra fortalece-lo, para seu domínio e governo como Rei no
trono de Davi (11.1-12); como o Servo sofredor do Senhor, que irá fazer cura, libertação,
iluminação e justiça às nações (42.1-9); como o Ungido (Messias) em seus dois adventos (61.1-
3; Lc 4.17-21).
O derramamento do Espírito sobre Israel para lhes dar triunfo em sua reabilitação conforme o
padrão do Êxodo (44.1-5; 63.1-5), para protegê-los de seus inimigos (59.19) e para preservar
Israel em relacionamento de concerto com o SENHOR (59.21). Entretanto, Israel deve ser
cuidadoso para não se rebelar e contristar o ES (63.10; Ef 4.30)
A operação do ES na criação e na preservação da natureza (40.30; ver também 48.16)
O Senhor Jesus, que teve seu ministério terreno realizado no poder e unção do ES, como Isaías
havia profetizado, prometeu derramar seu Espírito sobre a Igreja, pra fortalecê-la para o ministério
no cumprimento da Grande Comissão.

Esboço de Isaías
I. Profecia de denúncia e convite ( parte I) 1.1-35.10
Mensagem de Julgamento e promessas 1.1-6.13

61
Mensagem concernentes ao Emanuel 7.1-12.6
Mensagem de Julgamento sobre as nações 13.1-24.23
Mensagem de Julgamento, louvor, promessa 25.1-27.13
Os infortúnios dos descrentes imorais em Israel 28.1– 33.24
Resumo 34.1-35.10
II. O procedimento de Deus com Ezequias 36.1-39.8
Deus liberta Judá 36.1-37.38
Deus cura Ezequias 38.1-22
Deus censura Ezequias 39.1-8
III. Profecia de consolo e paz (parte II) 40.1-66.24
A garantia de consolo e paz 40.1-48.22
O Servo do Senhor, o Autor do consolo e da paz 49.1-57.21
A realização do consolo e da paz 58.1-66.24

Jeremias (Jr)
Autor: Jeremias
Data: Entre 626—586 aC

Autor
Jeremias, filhos de Hilquias, foi um profeta da cidade leveita de Anatote e talvez tenha sido
descendente de Abiatar. O significado do seu nome é incerto, mas “O SENHOR exalta” e “O
Senhor lança” são possibilidades. A vida pessoal desse profeta é mais conhecida do que a de
qualquer outro profeta do AT porque ele nos deixou muitas marcas de seus pensamentos,
preocupações e frustrações.
Jeremias recebeu a ordem de não se casar ou ter filhos para ilustrar a sua mensagem: o
julgamento era iminente, e a próxima geração seria exterminada. Seu companheiro e amigo
chegado era o seu escriba Baruque. Jeremias tinha poucos amigos além dele. Ao que parece, são
qualificados como amigos apenas Aicão, Gedalias, filho de Aicão e Ebede-Meleque. Isso de deve
em parte por causa da mensagem de ruína proclamada por ele, uma mensagem contrária à
esperança do povo e que incluía um sugestão de rendição aos babilônios. Apesar dessa
mensagem de ruína, da sua severa repreensão aos líderes e do desprezo pela idolatria, o seu
coração doía pelo povo, pois abia que a salvação de Israel não esta desassociada da fé em Deus
e de um relacionamento de aliança correto, expresso pela obediência.

Data
Jeremias profetizou a Judá durante os reinados de Josias, Jeoaqui, Jeconias e Zedequias. O seu
chamado é datado de 626 aC, e o seu ministério continuou até pouco tempo depois da queda de
Jerusalém, em 586 aC. O profeta Sofonias precedeu ligeiramente a Jeremias e Naum, Habacuque

62
e Obdias forma contemporâneos seus. Ezequiel foi um contemporâneo mais jovem, profeizando
na Babilônia de 593 aC a 571 aC.

Contexto Histórico
Jeremias iniciou seu ministério no reinado de Josias, um rei bom que adiou temporariamente o
juízo de Deus prometido por causa do governo terrível de Manassés. Os acontecimentos estavam
mudando rapidamente o Oriente Próximo. Josias tinha iniciado uma reforma, a qual incluía a
destruição dos lugares altos pagãos em Judá e Samaria. Entretanto, a reforma teve um efeito
pouco duradouro sobre o povo. Assurbanipal, o último grande rei assírio, morreu em 627 aC. A
Assíria estava enfraquecendo, e Josias expandindo o seu território para o norte. A Babilônia, sob
o domínio de Nabopolasar, e o Egito, sob Neco, estavam tentando sustentar sua autoridade sobre
Judá.
Em 609 aC, Josias foi morto em Megido ao tentar impedir o Faraó Neco de ir contra o que restava
da Assíria. Três filhos de Josias (Joacaz, Jeoaquim e Zedequias) e um neto (Joaquim) sucederam-
no no trono. Jeremias viu a insensatez da linha de ação política desses reis e alertou-os sobre os
planos de Deus para Judá, mas nenhum deles deu atenção à advertência. Jeoaquim foi
abertamente hostil a Jeremias e destruiu um rolo enviado a ele, cortando-o em algumas colunas
e jogando-as no fogo. Zedequias foi um governante fraco e vacilante, buscando às vezes os
conselhos de Jeremias, outras vezes permitindo que os inimigos de Jeremias o maltratassem e o
aprisionassem.

Conteúdo
O livro consiste principalmente em uma breve introdução (1.1-3), uma coleção de oráculos contra
Judá e Jerusalém, que Jeremias ditou ao seu escriba Baruque (1.4-20.18), oráculos contra nações
estrangeiras (25.15-38; caps 46-51), acontecimentos sobre Jeremias escritos em terceira pessoa,
provavelmente por Baruque (caps 26-45), e um apêndice histórico (cap 52), que é quase idêntico
a 2Rs 24-25. As profecias do livro não estão em ordem cronológica.
Jeremias tinha um coração compassivo para com o seu povo e orou por ele mesmo quando o
Senhor lhe disse que não fizesse isso. Ainda assim, condenou os governantes, os sacerdotes e
os falsos profetas por levar o povo à perdição. Atacou também o povo por sua idolatria e proclamou
um juízo severo a menos que o povo se arrependesse. Conhecendo as intenções de Deus,
defendeu a rendição à Babilônia e escreveu aos que já estavam no exílio para que se
estabelecessem e vivessem suas vidas normalmente. Foi estigmatizado por muitos como traidor
por causa da sua pregação. Entretanto, Jeremias tinha em seu coração o melhor para o povo.
Sabia que a nação seria destruída caso a aliança de Deus não fosse honrada. Mas Deus também
se interessava pelos indivíduos e seu relacionamento para com ele. Como Ezequiel, Jeremias
enfatizou a responsabilidade individual.
Jeremias era apenas um jovem quando foi chamado para carregar uma severa mensagem de
ruína ao seu povo. Tentou evitar essa tarefa, mas foi incapaz de permanecer calado. O povo
tornara-se tão corrupto sob Manassés que Deus resolveu dar um fim à nação. Derrotado e levado
ao exílio, o povo iria refletir sobre o que lhe acontecera e por quê. E depois do castigo e
arrependimento apropriados, Deus traria uma remanescente de volta a Judá, puniria as nações
que os havia punido e cumpriria a sua antiga aliança com Israel, Davi e os levitas. E ainda lhes
daria uma nova aliança e escreveria a sua lei em seus corações. O trono de Davi seria novamente
estabelecido, e sacerdotes fiéis serviriam ao povo.

63
Os oráculos contra as nações estrangeiras ilustram a soberania de Deus sobre todo o mundo.
Todas as nações pertencem a ele e todas devem a ele por sua conduta.

Cristo Revelado
Através de sua ação e atitude, Jeremias retrata um estilo de vida similar ao de Cristo e, por esta
razão, pode ser considerado um tipo de Cristo no AT. Ele demonstrou grande compaixão pelo seu
povo e chorou por ele. Sofreu muito nas mãos do povo, mas perdoou. Jeremias é uma das
personalidades mais parecidas com Cristo no AT.
Diversas passagens de Jeremias são aludidas por Jesus em seu ensino: “é, pois, esta casa, que
se chama pelo meu nome, um caverna de salteadores aos vossos olhos?” (7.11; Mt 21.13); “que
tendes olhos e não vedes, que tendes ouvido e não ouvis” (5.21; Mc 8.18); “achareis descanso
para a vossa alma”(6.16; Mt 11.19); “ovelhas perdidas forma o meu povo” (50.6; Mt 10.6).
O Espírito Santo em Ação
Um símbolo do ES é o fogo. Deus assegurou a jeremias: “converterei as minhas palavras na tua
boca em fogo” (5.14). Em certo momento, Jeremias quis parar de mencionar a Deus, mas “isso foi
no meu coração como fogo ardente, encerrado nos meus ossos; e estou fatigado de sofrer e não
posso” (20.9). Hoje, chamaríamos a isso a obra do ES em Jeremias.
Além do trabalho normal de inspirar o profeta e revelar-lhe a mensagem de Deus, também é o ES
quem cumpre a promessa do novo concerto que irá colocar a lei de Deus na mente de seu povo
e escrevê-la no seu coração.

Esboço de Jeremias
I. O chamado de Jeremias 1.1-9
II. Coleção de discursos 2.1-33.26
Primeiro oráculos 2.1-6.30
Sermão do templo e abusos no culto 7.1-8.3
Assuntos diversos 8.4-10.25
Eventos na vida de Jeremias 11.1-13.27
Seca e outras catástrofes 14.1-15.21
Advertência e promessas 16.1-17.18
A santificação do sábado 17.19-27
Lições do oleiro 18.1-20.18
Oráculos contra leis, profetas e povo 21.1-24.10
O exílio babilônico 25.1-29.32
O livro de consolação 30.1-35.19
III. Apêndice histórico 34.1-35.19
Advertência a Zedequias 34.1-7
Revogada a libertação de escravos 34.8-22

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O exemplo dos recabitas 35.1-19
IV. Julgamentos e sofrimentos de Jeremias 36.1-45.5
Jeoaquim e os rolos 36.1-32
Cerco e queda de Jerusalém 37.1-40.6
Gedalias e o seu assassinato 40.7-41.18
A fuga para o Egito 42.1-43.7
Jeremias no Egito 43.8-44.30
Oráculos para Baruque 45.1-5
V. Oráculos contra nações estrangeiras 46.1-51.64
Contra o Egito 46.1-28
Contra os filisteus 47.1-7
Contra Moabe 48.1-47
Contra os amonitas 49.1-6
Contra Edom 49.7-22
Contra Damasco 49.23-27
Contra Quedar e Hazor 49.28-33
Contra Helão 49.34-39
Contra a Babilônia 50.1-3
VI. Apêndice histórico 52.1-34
O reinado de Zedequias 52.1-3
Cerco e queda de Jerusalém 52.4-27
Sumário de três deportações 52.28-30
Libertação de Joaquim 52.31-34

Lamentações (Lm)
Autor: Jeremias
Data: 587 aC

Autor
Como era o costumes, os judeus usavam a primeira palavra do livro como seu título, e isso
originalmente ficou conhecido como “ekah, “como!” Essa palavra era comumente usada para
significar “Ai!” compara com seu uso em 2.1; 4.1 Is 1.21. Alguns também de referiam ao livro
como qinot ou “lamentações”, e é assim que chegamos ao títulos que usamos.

65
O autor não é mencionado, mas tradições que vêm de muito antes de Cristo sustentam que
Jeremias o tenha escrito. Existe muitas semelhanças entre os textos de Lm e Jeremias

Contexto Histórico
O povo de Judá foi capaz de pensar que eles eram a única raça escolhida por Deus. Como tal,
eles sentiram que poderiam sempre experimentar boas coisas. Deus tinha feito um concerto de
bênçãos com eles, mas isto tudo era condicional. Uma descarada desobediência poderia significar
que os bons aspectos das bênçãos poderiam ser substituídos por um castigo. O cumprimento das
promessas de bênção podiam sempre pular algumas gerações de israelitas que eram
desobedientes.
Os Livros de 2Rs e 2Cr descrevem o declínio moral do Reino de Judá (apesar das advertências
proféticas), que conduzia à derrota e ao cativeiro (ver 2.17). Quando o rei Zedequias se rebelou
contra os babilônios, aos quais o povo de Judá ficou sujeito. Nabucodonosor atacou Jerusalém
(2Rs 24.20). Enquanto ele estava sitiando a cidade, o povo que estava dentro da cidade estava
faminto. Quanto eles romperam o muro, Zedequias e os soldados procuraram fugir (2Rs 25.4).
Mas eles logo foram levados cativos. Nubuzaradã, capitão da guarda de Nabucodonosor, destruiu
a mairo parte de Jerusalém, queimou o templo e levou a todos, exceto as pessoas mais pobres,
para o exílio (2Rs 25.8-12)
s poemas deste livro parecem ter sido compostos durante e após o tempo no qual tudo isso estava
acontecendo. Esses poemas se tornam especialmente penetrantes quando contratam as antigas
bênçãos e forças de Judá com o caos e o sofrimento que seus pecados haviam levado sobre si.
O povo escolhido e protegido tinha perdido tudo e estava numa situação de desesperança. Tudo
que tinha significado para esse povo havia sido destruído. Mas os poemas também descreve o
ministério de Jeremias, mandado novamente como profeta para falar a respeito das circunstância
modificadas do povo de Deus. Ele ajudou o povo a dar a expressão necessária para as suas
aflições e também deu conforto para ele. Ele também os ajudou a pensar a respeito da mão de
Deus sobre eles em forma de castigo e ajudou para se submetessem penitentemente ao
julgamento que eles mereceram até que isso tivesse passado (3.28-33) Somente após uma
completa humilhação é que o povo estaria em condições de pensar sobre uma restauração.

Temas
As lamentações caracterizam seis temas principais, todos relacionados com o conceito de
sofrimento:
O sofrimento deles era o resultado dos seus pecados. Esse forte tema é visto em cada capítulo
(como em 1.5; 2.14; 3.42; 4.13; 5.16). No tempo em que foram escritos, isso era obviamente
aceiro. Até mesmo os babilônios reconheceram o fato (Jr 40.3). Eles sabiam que o seu sofrimento
não havia v indo sobre eles por acaso. Ele foi devido à ira de Deus provocada por seus pecados
(2.1). Ele estava lidando com a situação espiritual deles, e eles tinham de sentir isso de modo
pessoal.
sofrimento deles era visto como se causado por Deus e não por seres humanos.
O sofrimento deles poderia conduzi-los a Deus. O profeta está constantemente consciente de
Deus, dos seus propósitos e do relacionamento de Deus com seu povo. Aqui não há indicação de
que o sofrimento seja resultado de um total abandono de Deus ou de uma erradicação dos seus
princípios da mente deles.

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Sofrimento, lágrimas e oração devem andar juntos. Eles foram encorajados a abrir seu coração a
Deus, chorar diante dele e contar a ela todos dos detalhes de sua dor, mágoa e frustração. Cada
capítulo, exceto o 4, termina com uma oração.
A oração deve ser sempre feita buscando algum fio de esperança. A oração nunca deve ser
derrotada pela aflição. Após detalhadas descrições de sofrimento e aflição, nos primeiros dois
capítulos e meio, uma nova compreensão parece surgir em 3.21-24. Aqui, fala acerca da
esperança e, também, da misericórdia, compaixão e fidelidade de Deus. Isso era uma prova de
que uma manifestação da disciplina de Deus não significava que o seu amor havia cessado.
Quando a disciplina tivesse atingido seu propósito, as circunstâncias mudariam (3.31,32). Deus
pode ter usado a Babilônia, mas isso não significava que os babilônios eram seus eleitos ou que
ele era a favor de seus métodos cruéis (3.34-36). O futuro continha um reivindicação de Israel
sobre seus inimigos (3.26.32)
A responsabilidade deles era de submeter pacientemente aos seus sofrimentos. As suas aflições
tinha de ser aceitas com paciência, com a consciência de que isto iria terminar quando a vontade
de Deus tivesse sido cumprida (3.26-32).

O Espírito Santo em Ação


A aflição divina sobre os pecados de Israel (2.1-6) no lembra que o ES é, frequentemente,
entristecido pelo nosso comportamento (Is 63.10). O arrependimento é também uma manifestação
da obra do ES entre o povo de Deus (3.40-42; Jo 16.7-11)

Esboço de Lamentações
I. O primeiro poema: a miséria, o pecado e a oração de Jerusalém 1.1-22
A derrota, humilhação, sofrimento e pecado de Jerusalém 1.1-11
Falando ao mundo descuidado sobre seu castigo 1.12-19
Uma oração por ajuda em grande aflição 1.20-22
II. O segundo poema: a destruição mandada por Deus e a reação do profeta 2.1-22
Como o próprio Deus destruiu Israel 2.1-10
O sofrimento do profeta, desesperança e exortação à oração 2.11-19
A oração angustiada de Judá 2.20-22
III. O terceiro poema: a severidade e misericórdia de Deus; a submissão e a oração do povo
3.1-66
A severidade do castigo conduz a pensamentos de misericórdia 3.1-24
Submissão e humildade trazem misericórdia 3.35-39
O arrependimento deles chega tarde demais 3.40-47
O profeta e o povo confiam em Deus pra vindicação no fim 3.48-66
IV. O quarto poema: devastação, o resultado da desobediência 4.1-22
A devastação do povo e de seus líderes 4.1-11
A desobediência e seus resultados 4.12-20

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Edom será castigado e Israel será ajudado 4.21.22
V. O quinto poema: uma oração registrando o sofrimento e apelos finais de Jerusalém 5.1-
22
Uma lembrança de seu estado lamentável 5.1-10
Ninguém está isento do sofrimento 5.11-14
Todo o orgulho e a alegria se foram 5.15-18
O apelo final desesperado 5.19-22

68
Ezequiel (Ez)
Autor: Ezequiel
Data: Entre 593 – 573 aC

Autor
O autor, cujo nome significa “Deus fortalece”. É identificado como “Ezequeil, filho de Buzi, o
sacerdote” (1.3). Embora essa identificação tenho sido questionada, parece não haver razão
válida para se duvidar disso. Ele era, provavelmente, um membro da família sacerdotal dos
zadoqueus, que se tornaram importantes durante as reformas de Josias (621 aC). Ele foi treinado
para o sacerdócio durante o reinado de Joaquim, foi deportado para a Babilônia (1.1; 33.21; 40.1)
em 597 aC e estabeleceu-se em Tel– Abibe, situada no canal do rio Quebar, perto de Nipur (1.1).
Seu ministério coincidiu brevemente ao de Jeremias.

Data
O chamado de Ezequiel veio a ele em 593 aC, o quinto ano do reinado de Joaquim. A última data
dada por oráculo (29.17) é, provavelmente, 571 aC, fazendo de seu ministério cerca de vinte anos
de duração. A morte de sua esposa ocorreu ao mesmo tempo da destruição de Jerusalém, em
587 aC (24.1,15-17). Exilado por ocasião do segundo cerco de Jerusalém, por volta de sua
iminente e completa destruição, incluído a partida da presença de Deus. Partes foram também,
aparentemente escritas após a destruição de Jerusalém.

Conteúdo
A personalidade de Ezequiel reflete uma força mística. A proximidade de seu contato com o
Espírito, suas visões e a frequência com a qual a palavra do Senhor vinha até ele fornecem uma
conexão entre os profetas extáticos mais antigos e os profetas e escritores clássicos. Suas
experiências espirituais também anteciparam a atividade do ES no NT. A ele adequadamente
pertence o título de “carismático”.
mensagem de Ez foi endereçada ao resto dos pervertidos de Judá exilados na Babilônia. A
responsabilidade moral do indivíduo é um tema de primeira importância em sua mensagem. A
responsabilidade coletiva não mais resguarda o indivíduo. Cada um deve aceitar uma
responsabilidade pessoal pela desgraça da nação. Cada um é responsável pelo seu pecado
individual (18.24). Foi o peso do pecado acumulado de cada indivíduo que contribui para o
rompimento do concerto de Deus com Israel, e cada qual leva uma porção da culpa pelo
julgamento que resultou no exílio.
O livro está facilmente dividido em três seções: o julgamento de Judá (4-24), o julgamento das
nações pagãs ( 25-32) e as futuras bênçãos pelo concerto de Deus com o povo (33-48).
Dois temas teológicos agem como um equilíbrio no pensamento do profeta. Na doutrina do homem
em Ez, ele colocou a ênfase no dever pessoal (18.4: “a alma que pecar, essa morrerá”). Por outro
lado, ele enfatizou a graça divina no renascimento da nação. O arrependimento do remanescente
fiel entre os exilados resultaria na recriação de Israel a partir dos ossos secos (37.11-14). O divino
Espírito os estimularia a uma nova vida. Por essa ênfase no ES na regeneração, Ez antecipava a
doutrina do NT do ES, especialmente no Evangelho de João.

69
O Espírito Santo em Ação
Quer a revelação profética seja apresentada simbolicamente em visões, sinais, ações de
parábolas ou em fala humana, Ez reivindica por eles o poder e a autoridade do ES. Além disso,
há inúmeras referências ao Espírito de Deus no livro. Alguém pode quase que caracterizar o Livro
de Ez como “os Atos do ES” no AT. Várias dessas referências merecem uma tenção em especial.
Em 11.5, o profeta afirma autobiograficamente que o Espírito do Senhor “caiu” sobre ele e lhe
“disse”. O oráculo que segue é, desse modo, a Palavra de Deus nas palavras de Ezequiel,
inspirado pelo ES. O mesmo (11.24) apresenta o Espírito como ativo em uma visão: “Depois, o
Espírito me levantou e me levou em visão à Caldéia, para os do cativeiro.”
Talvez a situação melhor conhecida da atividade do Espírito esteja no cap. 37, a visão do vale dos
ossos secos: “Veio sobre mim a mão do Senhor; e o Senhor me levou em Espírito, e me pôs no
meio de um vale que estava cheio de ossos…”(v.1) A visão subseqüente relata o renascimento
espiritual do restante do ovo que estava, até então, no exílio.
Um aspecto final da ação do Espírito na vida do profeta é achado em 36.26: “E vos darei um
coração novo e porei dentro de vós um espírito novo.” Não é somente um ato externo do Espírito
o “cair sobre” alguém, mas também a profetizada experiência subjetiva da presença do Espírito
dentro, tal como Ezequiel inigualavelmente experimentou quando o Espírito “entrou” nele (2.2).
Ezequiel antecipou a experiência do concerto do “novo nascimento”, o qual seria dado pelo
Espírito.

Esboço de Ezequiel
I. O início da visão e chamada de Ezequiel 1.1-3.21
Visões introdutórias 1.1-28
O encargo dos profetas 2.1-3.21
II. Profecias e visões sobre a destruição de Jerusalém 3.22-24.27
Oráculos de julgamento 3.22-7.27
Visões de idolatria no templo 8.1-11.25
O exílio e cativeiro de Judá 12.1-24.27
III. Oráculos da ruína contra nações estrangeiras 25.1-32.32
Contra Amom 25.1-7
Contra Moabe 25.8-11
Contra Edom 25.12-14
Contra a Filistia 25.15-17
Contra Tiro 26.1-28.19
Contra Sidom 28.20-26
Contra Egito 29.1-32.32
IV. Profecias de restauração 33.1-48.35
Ezequiel como vigia 33.1-33

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Deus como Pastor 34.1-31
Julgamento contra Edom 35.1-15
Restauração de Israel 36.1-37.28
Julgamento contra Gogue 38.1-39.29
Restauração do templo 40.1-46.24
Restauração da terra 47.1-48.35

Daniel (Dn)
Autor: Daniel
Data: Final do séc. VI AC

Autor
Daniel foi deportado, enquanto adolescente, no ano de 605 aC, para a Babilônia, onde viveu mais
de sessentas anos. Possivelmente fosse de uma família de classe alta de Jerusalém. Isaias e
Ezequias (Is 39.7) haviam profetizado a deportação para a Babilônia dos descendentes da família
real. Inicialmente, Daniel serviu como estagiário na corte de Nabucodonosor. Mais tarde, tornou-
se conselheiro de reis estrangeiros.
A importância de Daniel como profeta foi confirmada por Jesus em Mt 24.15.
O nome Daniel significa “Deus é meu juiz” Sua inabalável consagração a Jeová e sua lealdade ao
povo de Deus comprovaram fortemente essa verdade na vida de Daniel.

Data
Embora o cerco e a deportação de cativos para a Babilônia tenha durado vários anos, os homens
fortes e corajosos, os habilitados e os instruídos foram retirados de Jerusalém logo no início da
guerra (2Rs 24.14). A data do cativeiro de Daniel costumeiramente aceita é de 605 aC. Sua
profecia abrange o espaço de tempo de sua vida.

Contexto Histórico
Juntamente com milhares de cativos de Judá levados para o exílio na Babilônia, entre 605 a 582
aC, os tesouros do palácio de Salomão e do templo também levados. Os babilônios haviam
subjugado todas as províncias governadas pela Assíria e haviam consolidado o seu império numa
área que abrangia grande parte do Oriente Médio.
Para governar um reino tão diversificado numa área de tamanha extensão, necessitava-se de uma
burocracia administrativa especial. Escravos instruídos ou habilitados que as circunstâncias
requeriam tornaram-se a mão de obra do governo. Por causa de sua sabedoria, conhecimento e
boa aparência, quatro jovens hebreus forma selecionados para o programa de treinamento (1.4).
Devido ao caráter excepcional de Daniel, Hananias, Misael e Azarias, estes jovens foram
contemplados com funções relevantes no palácio do rei. Daniel sobrepujou a todos os homens
sábios daquele vasto império (6.1-3).

Conteúdo
71
O propósito é mostrar que o Deus de Israel, o único Deus, mantém sob seu controle o destino de
todas as nações.
Daniel se compõe de três partes principais: Introdução à pessoa de Daniel (1), os testes decisivos
do caráter de Daniel e o desenvolvimento de suas habilidades de interpretação profética (2-7) e a
série de visões de Daniel sobre reinos e acontecimentos futuros (8-12). Nesta parte final, Daniel
se apresenta como livro profético básico para a compreensão de muitas coisas da Bíblia. Muitos
aspectos de profecias relacionadas com os tempos do fim dependem da compreensão deste livro.
Os comentários de Jesus no Sermão do Monte das Oliveiras (Mt 24; 25) e muitas das revelações
dadas ao apóstolo Paulo encontram harmonia e coesão em Dn (ver Rm 11; 2Ts 2). Da mesma
forma, Daniel se torna um companheiro de estudo necessário do Livro de Apocalipse.
Embora a interpretação de Daniel, como também Apocalipse, seja feita de maneira bastante
diversificada, para muitos o enfoque da dispensação tornou-se bastante aceito. Esse enfoque na
interpretação encontra em Dn as chaves que ajudam a desvendar os mistérios de assuntos como
o Anticristo, a grande tribulação, a segunda vinda de Cristo, os Tempos dos Gentios, as
ressurreições futuras e juízos. Esse enfoque também vê as profecias que ainda estão por se
cumprir girando em torno de dois eixos principais: 1) o destino futuro da cidade de Jerusalém; 2)
o destino futuro do povo de Daniel; judeus nacionais (9.24).
Os escritos de Daniel cobrem o governo de dois reinos, Babilônia e Medo– Persa, e quatro reis:
Nabucodonosor (2.11-4.37); Belsazar (5.1-31); Dario (6.1-28) e Ciro (10.1-11.1).

Cristo Revelado
A primeira vez que se vê Cristo é na figura do “quarto” (homem) ao lado de Sadraque, Mesaque
e Abede-Nego na fornalha de fogo (3.25). Os três permaneceram fiéis ao seu Deus; agora, Deus
permanece fiel a eles no fogo do julgamento e livra-os, inclusive do “cheiro de fogo” (3.27).
Outra referência a Cristo se encontra na visão da noite de Daniel (7.13). Ele descreve “que vinha
nas nuvens do céu um como o Filho do Homem”, referindo-se à segunda vinda de Cristo.
Outra visão de Cristo, se acha em 10.5-6, onde a descrição de Jesus é bastante idêntica à de
João em Ap 1.13-16.

O Espírito Santo em Ação


O Espírito Santo nunca anuncia sua presença em Daniel, mas ele está nitidamente em ação. A
habilidade de Daniel e dos outros hebreus de interpretarem sonhos se devia ao poder do ES. As
profecias, tanto as que se aplicavam ao local quanto ao futuro, indicam discernimento sobrenatural
dado a Daniel pelo ES.

Esboço de Daniel
I. As convicções religiosas de Deus 1.1-21
O exílio de Judá 1.1-2
A decisão de Daniel de manter-se separado 1.3-21
II. O primeiro sonho de Nabucodonosor 2.1-49
O sonho esquecido 2.1-28
A revelação e a interpretação de Daniel 2.29-45

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Daniel é honrado através de promoção 2.46-49
III. A libertação da fornalha de fogo 3.1-30
Convocação para adorar a estátua de ouro 3.1-7
A recusa dos três hebreus de se prostrarem perante a estátua 3.8-18
Os três hebreus são miraculosamente protegidos 3.19-25
O rei confessa o Deus verdadeiro 3.26-30
IV. O segundo sonho de Nabucodonosor 4.1-37
O sonho de Nabucodonosor 4.1-37
A Interpretação da Daniel 4.19-27
O cumprimento do sonho 4.28-33
A oração e restauração de Nabucodonosor 4.34-37
V. A festa blasfema de Belsazar 5.1-31
A escrita manual na parede 5.1-9
A interpretação de Daniel da escritura 5.10-31
VI. Daniel na cova dos leões 6.1-28
Complô contra Daniel 6.1-9
Daniel é lançado na cova dos leões 6.10-17
Daniel é liberado 6.18-28
VII. A primeira visão de Daniel 7.1-28
O sonho da Daniel sobre os quatro animais 7.1-14
A Interpretação de Daniel 7.15-28
VIII. A segunda visão de Daniel 8.1-27
O sonho de Daniel sobre um carneiro, um bode e sobre os chifres 8.1-14
A interpretação de Gabriel 8.15-27
IX. A profecia das setentas semana 9.1-17
A oração de Daniel 9.1-19
A Visão da Daniel 9.20-27
X. A visão final de Daniel 10.1-12.13
A visão de Daniel de um ser glorioso 10.1-9
A visita de um anjo 10.10-21
Guerra entre reis do Norte e do Sul 11.2-45
O tempo da tribulação 12.1-13

73
74
Oséias (Os)
Autor: Oséias
Data: Cerca de 750 aC

Autor
Oséias cujo nome significa “salvação” ou “libertação”, foi escolhido por Deus pra levar sua
mensagem a seu povo através do seu casamento com uma mulher que seria infiel a ele. Sua
sensibilidade em relação à condição do pecado de seus compatriotas e sua sensibilidade em
relação ao coração amoroso de Deus o fizeram apto pra realizar esse difícil ministério.

Contexto Histórico e Data


Oséias mostra a situação histórica de seu ministério através da nomeação dos reais
do Reino do Sul, de Judá (Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias), e o rei do Reino do Norte,
de Israel ( Jeroboão II), que reinou durante o período de sua profecia (1.1). Isso
estabelece as datas de 755 aC a 715 aC. Embora todas as indicações quanto ao
sucesso exterior parecessem positivas a Israel, um desastre vindo por baixo estava
se aproximando. O povo desse príodo regozijava-se na paz, abundância e
prosperidade; mas a anarquia estava preparando-se e ela traria o colapso político
da nação em alguns curtos anos. Oséias descreve as condições sociais
características de seu tempo: líderes corruptos, vida familiar instável, imoralidade
generalizada, ódio entre classes e pobreza. Embora as pessoas continuasse uma
forma de adoração, a idolatria era mais e mais aceita, e os sacerdotes estavam
falhando na tarefa de guiar o povo nos caminhos da justiça. Apesar das trevas desse
tempo, Oséias oferece esperança para inspirar seu povo a voltar-se novamente para
Deus.
Conteúdo
O Livro de Oséias é a respeito de um povo que tinha necessidade de ouvir sobre o amor de Deus,
de um Deus que queria falar com eles e da maneira singular que Deus escolher para demonstrar
seu amor a seu povo. O povo pensava que o amor poderia ser comprado (“…mercou Efraim
amores”, 8.9), que o amor era uma busca de uma autogratificação (“Irei atrás de meus namorados,
que me dão…” 2.5) e que amando objetos sem calor, pudesse conseguir benefícios positivos (“…
Se tornaram abomináveis como aquilo que amaram”, 9.10). Deus quis que Israel conhecesse seu
amor, um povo que buscou objetos sem valor (“Quando Israel era menino, eu o amei…” 11.1), foi
guiado com uma meiga disciplina (“cordas de amor”, 11.4) e que persistiu, apesar de o povo correr
e da resistência dele (“Como te deixaria?”, 11.8).
O problema era como levar a mensagem de um Deus de amor a um povo que não estava inclinado
a dar ouvidos e, provavelmente, não entender, se eles ouvissem. A solução de Deus era deixar o
profeta ser seu próprio sermão.
Oséias se casaria com uma mulher impura (“mulher de prostituições”, 1.2), a amaria inteiramente,
e dela teria filhos (1.3), e iria atrás dela, e traria de volta quando ela se desviasse (“Vai outra vez,
ama uma mulher”, 3.1). Em resumo, Oséias tinha de mostrar seu próprio amor a Gomer, o tipo de
amor que Deus tinha por Israel.

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Cristo Revelado
Os escritores do NT descrevem Oséias como o responsável por ensinar a vida e o ministério de
Cristo. Mateus vê em 11.1, uma profecia cumprida quando Jesus, quando bebê, foi literalmente
levado e trazido do Egito, um paralelo com a longa estada de Israel no Egito e o êxodo (Mt 2.15).
O Escritor de Hebreus acha em Jesus Aquele que capacita os crentes a oferecerem sacrifícios
aceitáveis de louvor pelos quais nós nos tornamos recipientes do perdão misericordioso de Deus
(14.2; Hb 13.15). A Pedro, Jesus provê a base pela qual aqueles que estavam fora da família de
Deus agora são admitidos a um relacionamento com ele (1.6,9; 1Pe 2.10). A Paulo Jesus cumpre
a promessa de Oséias de que Alguém quebraria o poder da morte e da sepultura e traria a vitória
da ressurreição (13.14; 1Co 15.55). Os ensinamentos de Paulo acerca de Cristo como o Noivo e
a igreja como a noiva correspondem à cerimônia de casamento e os votos pelos quais Deus entra
num permanente relacionamento com Israel (2.19,20; Ef 5.25-32).
Jesus também, em pelo menos dois de seus sermões aos fariseus, tira seu texto de Oséias.
Quando questionado acerca da sua permanência no lar dos pecadores e cobradores de impostos,
Jesus cita Oséias para mostrar que Deus não deseja apenas palavras vazias ou rituais
desumanos, mas um cuidado genuíno e preocupação com mas pessoas (6.6; Mt 9.13). E, quando
os fariseus acusam os discípulos de Jesus de violar o sábado, Jesus os defende com o mesmo
lembrete de que o coração de Deus coloca o interesse pelas necessidades humanas acima das
formalidades religiosas (Mt 12.7).

O Espírito Santo em Ação


O Livro de Oséias ensina duas notáveis lições a respeito do ES: 1) É importante depender da
presença do Espírito e 2) coisas negativas acontecem quando o Espírito está longe de uma vida.
Uma vez Oséias usa a frase “o espírito de luxuria”, e uma vez, “ o espírito da prostituição” (4.12;
5.4), e conta as conseqüências de ser preenchido com um espírito impuro. Como Paulo em
Efésios, Oséias relaciona tal espírito com o vinho, que escraviza o coração. Esse espírito de
luxuria também faz as pessoas se desvirem para falsos caminhos e falas adorações, em contraste
com o ES, que nos guia para caminhos verdadeiros e para a verdadeira adoração (4.11-13; Ef
5.17-21).

Esboço de Oséias
I. Oséias e Gomer 1.1-3.5
O casamento de Oséias e Gomer 1.1-9
O Casamento do SENHOR com Israel 1.10-2.23
A volta de Gomer para Oséias 3.1-5
II. O SENHOR e Israel 4.1-14.9
Amor e restauração 11.1-14.9

76
Joel (Jl)
Autor: Joel
Data: Entre 835—805 aC
Autor
O nome Joel significa, literalmente, “Jeová é Deus”. Este é um nome muito comum em Israel, e
Joel, o profeta, é especificado como o filho de Petuel. Nada é conhecido a respeito dele ou das
circunstância de sua vida. Provavelmente que ele tenha vivido em Judá e profetizado em
Jerusalém.

Data
Não há como datar o livro com absoluta certeza, e os estudiosos variam em suas opiniões. Há
referências tanto em Amós como em Isaías, que também estão em Joel (comparar Am 1.2 com Jl
3.16 e Is 13.6 com Jl 1.15) É opinião de muitos conservadores que Amós e Isaias tenham tomado
emprestado de Joel, fazendo-o um dos mais antigos dos profetas menores.
Além do mais, a adoração a Deus, a qual o sumo sacerdote Joiada restaurou durante o reinado
de Joás (2Rs 11; 2Cr 23.16), é suposta por Joel. Portanto muitos sustentam que Joel profetizou
durante os primeiros trinta anos do reinado de Joás (835-796 aC), quando Joiada era o conselheiro
do rei. Isso colocaria o ministério de Jl por volta de 835-805 aC.

Contexto Histórico
Joel profetizou numa época de grande devastação de toda a terra de Judá. Uma enorme praga
de locustas havia despido a zona rural de toda a vegetação, destruiu até as pastagens tanto das
ovelhas como do gado, até mesmo tirou a casca das árvores de figo. Em apenas algumas horas,
o que tinha sido um terra bonita, verdejante, havia se tornado um lugar de desolação e destruição.
Descrições contemporâneas do poder destrutivo dos enxames de locustas confirma a descrição
de Jl acerca da praga. A praga das locustas acerca do que Jl escreveu era maior que qualquer
um jamais havia visto. Toda a safra foi perdida, e as sementes da safra para o plantio seguinte
também foram destruídas. A fome e a seca se apoderaram de toda a terra. Tanto o povo como os
animais estavam morrendo. Ela foi tão profunda e desastrosa, que Joel viu uma explicação: era o
julgamento de Deus.

Conteúdo
O Livro de Jl está naturalmente dividido em duas seções. A primeira (1.1-2.27) trata do presente
julgamento de Deus, um chamado ao arrependimento e a promessa de restauração.
A segunda seção (2.28-3.21) explica que essa praga, horrível como ela pode ser, não é nada
comparada ao julgamento de Deus que está a caminho . Este era um tempo em que não somente
Judá, mas também todas as nações do mundo serão chamadas diante de Deus.
Todavia, nós não podemos deixar de notar a mais notável seção desta curta profecia. Através do
ES, Joel olha centenas de anos à frente, para um tempo em que Deus irá derramar o seu Espírito
“sobre toda a carne” (2.28). Isso será um prelúdio da devastação e julgamento do Dia do Senhor.
Será um tempo em que todos os crentes sentirão a habitação do ES e irão formar uma comunidade
profética na terra. Será um tempo em que a profecia virá de jovens e velhos, de igual modo;
quando tanto homens como mulheres irão profetizar. A salvação não será apenas a ingualável

77
bênção sobre Judá. Será um tempo em que “todo aquele que invocar o nome do Senhor será
salvo” (2.32)

O Espírito Santo em Ação


Joel é notável em suas referências ao ES. Foi obviamente o ES que inspirou o profeta a ver a mão
do Senhor em tudo o que está acontecendo e ser capaz de saltar em direção ao terrível Dia do
Senhor.
Mas a passagem mais espantosa em Jl é 2.28-32. Ali, o profeta vê um tempo futuro, “depois”,
quando o Espírito de Deus for derramado “sobre toda a carne”. Jovens e velhos, de igual modo,
tanto homens como mulheres, irão experimentar esse derramamento.

Esboço de Joel
I. A mão do Senhor no presente 1.1-2.27
A destruição pelas locustas 1.2-2.11
O arrependimento de Judá 2.12-17
A restauração do Senhor 2.18-27
II. O dia do Senhor no futuro 2.28-3.21
A graça do Senhor 2.28-32
O Julgamento do Senhor 3.1-17
A Bênção do Senhor 3.18-21

Amós (Am)
Autor: Amós
Data: Entre 760 –750 aC

Autor
Amós, cujo nome significa “Aquele eu suporta o jugo”, era um nativo da pequena cidade de Tecoa,
situada nas colinas de Judá, a cerca de 16 km ao sul de Jerusalém. Ele é o primeiro dos assim
chamados profetas escritores do séc. VIII aC. Os outros incluem Oséias a Israel e Miqueias e
Isaias a Judá. Amós rejeitou treinamento como um profeta profissional, admitindo que ele era um
pastor de ovelhas e cultivador de sicômoros. Apesar do seu histórico não-profissional, Amós foi
chamado para entregar a mensagem de Deus ao Reino do Norte, Israel.

Data
Amós profetizou durante os reinados de Uzias, de Judá (792-740 aC), e Jeroboão II de Israel (793-
753 aC). Seu ministério foi realizado entre 760 e 750 Ac e parece ter ocorrido em menos de dois
anos.

Contexto Histórico

78
A metade do séc. VIII aC foi uma época de grande prosperidade tanto para Israel como para Judá.
Sob o domínio de Jeroboão, Israel havia conquistado novamente o controle das rotas
internacionais do comércio— a Rodovia do Rei, através da transjordânia, e o Caminho do Mar,
através do vale de Jezreel e ao longo da planície da costa. De acordo com 2Rs 14.25, ele restaurou
as fronteiras de Israel desde Lebo Hamate (ao norte) até o mar da Arabá (o mar Morto, ao sul).
Judá, sob o domínio de Uzias, reconquistou Elatae ( o porto marítimo de Ácaba) e expandiu-se
para o sudeste às custas dos filisteus. Israel e Judá haviam atingido novos auges políticos e
militares, mas a situação religiosa estava fraca o tempo todo. A idolatria estava exuberante; os
ricos estavam vivendo na luxuria, enquanto os pobres estavam oprimidos; a imoralidade havia
generalizado; e o sistema judicial estava corrompido. O povo interpretava sua prosperidade como
um sinal da bênção de Deus sobre eles. A tarefa de Amós era entregar a mensagem de que Deus
estava descontente com a nação.
Sua paciência já havia se esgotado. O castigo era inevitável. A nação seria destruída a menos
que houvesse uma mudança no coração deles— uma mudança na qual a “Corra, porém, o juízo
como as águas, e a justiça, como o ribeiro impetuoso” (5.24).

Conteúdo
O livro de Amós é basicamente uma mensagem de julgamento> julgamento sobre as nações,
oráculos e visões de julgamento divino sobre Israel. O tema central do livro é que o povo de Israel
havia quebrado seu concerto com Deus. Como resultado, o castigo de Deus sobre eles por causa
do pecado será severo. Amós começa com uma série de acusações contra os sete vizinhos de
Israel, incluindo Judá, e, depois, ele acusa Israel (1.3-1.16). Cada nação estrangeira tem de ser
castigada por ofensas especificas, seja contra Israel ou qualquer outra nação. Esse julgamento
sobre as nações nos ensina que Deus é um Monarca universal. Todas as nações estão sob seu
controle. Elas têm de prestar contas a Deus pelos maus tratos às outras nações e povos. Israel e
Judá, todavia serão punidos porque eles quebraram seu concerto com Deus. A seção seguinte
(3.1-6.14) é uma série de três oráculos ou sermões direcionados contra Israel. Eles incluem a
ameaça de exílio. Uma terceira seção (7.1-9.10) é uma série de cinco visões e julgamento, em
duas das quais Deus se retira. Finalmente, Amós promete restauração para Israel (9.11-15).

O Espírito Santo em Ação


A obra do ES não é mencionada especificamente em Am. O processo da inspiração do profeta e
a revelação da mensagem de Deus são geralmente atribuídos por outros profetas ao Espírito (Is
48.16; Ez 3.24; Mq 3.8). Como é o caso da maioria dos profetas, é quase impossível fazer uma
distinção entre o Senhor e seu Espírito. Am não menciona o Espírito em sua obra, mas aquelas
ações atribuídas ao Espírito por outros profetas estão presentes em Amós.

Esboço de Amós
I. Introdução 1.1-2
II. Julgamento sobre as nações 1.3 –2.16
Damasco 1.3-5
Gaza 1.6-8
Tiro 1.9-10
Edom 1.11-12

79
Amom 1.13-15
Moabe 2.1-3
Judá 2.4-5
Israel 2.6-16
III. Oráculos contra Israel 3.1– 6.14
Julgamento sobre o povo escolhido de Deus 3.1-15
Julgamento de Deus sobre o povo insensíveis 4.1-13
Julgamento sobre o impenitente povo de Deus 5.1-6.14
IV. Visões de Julgamento 7.1-9.10
Visões de abrandamento 7.1-6
isões de rigidez 7.7-9.10
V. A restauração de Israel 9.11-15
A tenda de Davi levantada 9.11-12
A terra e o povo restaurados e abençoados 9.13-15

Obadias (Ob)
Autor: Obadias
Data: Após 586 aC

Autor
O profeta, é conhecido somente como Obadias, “Servo/adorador de Jeová”. Nenhuma outra
informação está disponível a respeito dele.

Data
O fundo histórico da destruição de Jerusalém coloca a data da profecia de Obadias logo após 586
aC, o ano no qual a cidade sagrada foi derrotada pelos babilônios. A mensagem foi,
provavelmente, dada durante o período do exílio de Judá, quando Obadias alerta Edom sobre a
vingança de Deus, que estava se aproximando, e assegura a Judá quanto ao contínuo cuidado
do Senhor.

Contexto Histórico
As relações entre Israel e Edom foram marcadas pela hostilidade através do período do AT. O
rancor começou quando os dois irmãos gêmeos Esaú e Jacó se dividiram em disputa (ver Gn 27;
32– 33). Os descendentes de Esaú, conseqüentemente, se estabeleceram numa área chamada
Edom, situada ao sul do mar Morto, enquanto os descendentes de Jacó continuaram em direção
à Terra Prometida, habitaram em Canaã e se tornaram o povo de Israel. Com o passar dos anos
numerosos conflitos se desenvolveram entre os edomitas e os israelitas.

80
Essa amarga rivalidade forma o fundo histórico da profecia de Obadias.
Ao longo do período de cerca de 20 anos (605-586 aC), os babilônios invadiram a terra de Israel
e fizeram repetidos ataques à Jerusalém, a qual foi finalmente devastada em 586 aC. Os edomitas
viram essas incursões como uma oportunidade para extinguir sua amarga sede contra Israel.
Então, os edomitas juntaram-se aos babilônios contra seus parentes e ajudaram a profanar a terra
de Israel.

Conteúdo
Obadias é o menor livro do AT. Ele começa com um título que identifica a profecia como “visão de
Obadias” e que atribui o pronunciamento do Senhor Jeová (v.1).
O livro é dividido em duas seções principais. A primeira (vs 1-14) é endereça a Edom e anuncia
sua inevitável queda. Da sua posição de soberba e falsa segurança, Deus irá derribá-lo (vs 2-4).
A terra e o povo serão saqueado e espoliados, a destruição final e completa (vs 5-9). Por quê?
Por causa da violência que Edom praticou contra seu irmão Jacó (v.10), porque Edom de regozijou
com o sofrimento de Israel e juntou-se com seus atacantes para roubar e violar Jerusalém no dia
da sua calamidade (vs 11-13) e porque os edomitas impediram a fuga do povo de Judá e os
entregou aos invasores (v.14)
A segunda seção principal da profecia reflete sobre o Dia do Senhor (vs 15-21). Esse dia será um
tempo de retribuição, de colher o que se havia plantado. Para Edom, este é um pronunciamento
de perdição (vs 15-16), mas, para Judá de proclamação de liberdade (vs 17-20) Edom será julgado
severamente, mas o povo de Deus experimentará a abençoada e gloriosa restauração de sua
terra. O monte Sião governará as montanhas de Esaú, e o reino pertencerá ao Senhor (v.21)

O Espírito Santo em Ação


Em nenhum lugar Obadias faz referência específica ao ES ou ao Espírito de Deus. A sua obra,
todavia, deve ser admitida. Ele serve como a fonte de inspiração para Obadias, como Aquele que
comunica a “visão” (v.1) que constitui a mensagem de Obadias. Além disso, embora não
especificamente identificado como tal, ele funciona como Aquele que instiga o julgamento de
Edom, chamando as nações para se levantarem contra o inimigo do povo de Deus. Embora Deus
use agentes humanos para executar sua justiça, atrás disso tudo, está a obra do seu Espírito,
empurrando, instigando e punindo de acordo com o plano de Deus.

Esboço de Obadias
I. Título 1
II. O decreto do Senhor Vs 1-14
A condenação de Edom vs, 1-4
O colapso de Edom Vs. 5-9
Os crimes de Edom Vs 10-14
III. O Dia do Senhor Vs 15-21
O dia da retribuição divina Vs. 16-16
O dia da restituição divina vs. 17-20
O dia do domínio divino vs. 21

81
Jonas (Jn)
Autor: Jonas
Data: Por volta de 760 AC ou após 612 Ac

Autor e Data
As questões da data e autoria de Jonas estão profundamente relacionas. Se Jonas escreveu o
Livro seria, obviamente, datado durante o reinado de Jeroboão II. No início do séc. VIII, cerca de
793 a 753 aC. Se um narrador escreveu o livro, ele poderia sido em qualquer tempo depois do
acontecimento descrito nele.
Dentre aqueles que sustentam outro autor, que não seja Jonas, alguns datam o livro na segunda
metade do séc. VIII ou no início do século VII, baseado nas datas pós-exílica, após a destruição
de Nínive em 612 aC Essa disputa é baseada em 3.3, que diz que Nínive era uma grande cidade.
Aqueles que apóiam a data pré-exílica explicam que isso pode ser meramente uma forma literária
usada para contar a história ou que Nínive existia, mas não era uma grande cidade.
Como indicado em 2Rs 14.25, Jonas era filho de Amitai e um nativo de Gate-Hefer, um vilarejo
situado a 5 Km em direção ao nordeste de Nazaré, dentro das fronteiras tribais de Zebulom.
Profetizando durante o reinado de Jeroboão II e precedendo imediatamente Amós, ele foi um forte
nacionalista que estava completamente consciente da destruição que os assírios haviam feito em
Israel através dos anos. Jonas achou difícil aceitar o fato de que Deus pudesse oferecer
misericórdia a Nínive da Assíria, uma vez que seus habitantes mereciam um julgamento severo.
Ele foi o único profeta mandado para pregar aos gentios. Elias foi mandado para Sarepta para
morar lá durante uma temporada (1Rs 17.8-10), e Eliseu viajou a Damasco (2Rs 8.7), mas
somente a Jonas é que foi dada uma mensagem de arrependimento e misericórdia, para pregar
diretamente a uma cidade gentia. Sua relutância em ir pregar estava baseada num desejo de ver
seu declínio culminar numa completa perda de poder. Também ele temeu que Deus pudesse
mostrar misericórdia , deste modo oferecendo aos assírios a oportunidade de molestar Israel.
O nome de Jonas significa “pomba” ou “pombo”. Quanto ao caráter, ele é representado como
obstinado, irritado, mal-humorado, impaciente e por seu hábito de viver somente com seu clã.
Politicamente, é obvio que ele era um amante leal de Israel e um patriota comprometido.
Religiosamente, ele professava um temor ao Senhor como Deus do céu, o Criador do mar e da
terra. Mas sua primeira desobediência intencional, sua posterior re relutante obediência e a sua
ira sobre a extensão de misericórdia aos ninivitas revelam óbvias incoerência na aplicação da sua
fé. A história termina sem indicar como Jonas respondeu à exortação e`à lição objetiva de Deus.

Contexto Histórico
Os assírios pagãos, inimigos de Israel de longa data, eram uma força dominante entre os antigos
de aproximadamente 885 a 665 aC. Relatos do AT descrevem seus saques contra Israel e Judá,
onde eles destruíram a zona rural e levaram cativos. O poder assírio era mais fraco durante o
tempo de Jonas, e Jeroboão II foi capaz de reivindicar áreas da Palestina desde Hamate localizada
em direção ao sul, até o mar Morto, como havia sido profetizado por Jonas (2Rs 14.25)

Conteúdo

82
O livro de Jonas, embora tenha sido colocado entre os profetas no cânon, é diferente do outros
livros proféticos, pois ele não tem uma profecia que não contenha uma mensagem; a história é a
mensagem. A história recorda um dos mais profundo conceitos teológicos encontrados no AT.
Deus ama todas as pessoas e deseja compartilhar seu perdão e misericórdia com elas. Israel
havia sido encarregado de entregar aquela mensagem, mas, de algum modo, eles não
compreenderam a importância dela. Essa falha conseqüentemente levou-os a um orgulho
religioso extremo. No Livro de Jonas, pode ser encontrada a semente do farisaísmo no NT.
Deus pediu a Jonas, o profeta, para levantar-se e ir 1300 km pra o oriente, a Nínive, uma cidade
dos temidos e odiados assírios. Sua mensagem é pra ser um chamado ao arrependimento e uma
promessa de misericórdia, caso eles responda positivamente. Jonas sabe que, se Deus poupar
Nínive, então aquela cidade estará livre para saquear e roubar Israel novamente. Esse patriotismo
nacionalista e seu desdém a que a misericórdia seja oferecida para pessoas que não fazem parte
do concerto induzem Jonas a decidir deixar Israel e “fugir de diante da face do Senhor”. Sem
dúvida, ele esperava que o Espírito da profecia não o seguisse. Jonas está descontente e. algum
modo se convence do que uma viagem a Társis irá livra-lo da responsabilidade que Deus colocou
sobre ele.
A viagem a Társis logo fornece a evidência de que a presença e a influência do Senhor não está
restrita à Palestina. Deus manda uma tempestade para golpear o navio e causar circunstâncias
que conduzem Jonas face à face ao seu chamado missionário. Após determinarem que Jonas e
seu Deus são responsáveis pela tempestade, e após esgotarem todas as alternativas, os
marinheiros atiraram Jonas ao mar. Sem dúvida, Jonas e os marinheiros acharam que esse seria
o fim de Jonas; mas Deus havia preparado um grande peixe para engolir Jonas e, após três dias
e três noites, o peixe o jogou em terra firme.
Novamente, Deus manda Jonas levantar e ir a Nínive para entregar a mensagem de libertação.
Desta vez, o profeta concorda relutantemente em fazer a viagem e entregar a mensagem de Deus.
Para seu espanto, os ninivitas, desde a pessoa mais humilde até o rei, se arrependeram e
mostraram isso através do jejum cerimonial, vestindo-se de panos de saco e assentando-se sobre
a cinza. Até mesmo os animais são obrigados a participar dessa conduta humilde.
O coração de Jonas ainda não está mudado, e ele reage com ira e confusão. Por que Deus teria
misericórdia de pessoas que abusaram da nação de Israel? Talvez esperando que o
arrependimento não tivesse sido genuíno, ou que Deus fosse escolher outra estratégia, Jonas
constrói um abrigo numa colina, com vista para a cidade do lado oriente. Lá. Ele aguarda do dia
indicado para o julgamento.
Deus usa esse tempo de esperar para ensinar uma valiosa lição a Jonas. Ele prepa uma
aboboreira para crescer durante a noite, num lugar que fizesse sombra sobre a cabeça de Jonas.
O profeta se regozija na sua boa sorte. Então, Deus prepara um bicho pra comer o caule da
aboboreira e a faz secar.
Ele, mais adiante, intensifica a situação desconfortável de Jonas, ao trazer um vento calmoso,
vindo do oriente, para secar o corpo morto de sede de Jonas. Ele lamenta a morte da aboboreira
e expressa seu descontentamento a Deus. Deus lhe responde mostrando a incoerência de estar
preocupado com uma aboboreira, mas estar totalmente despreocupado acerca do destino dos
habitantes de Nínive, a quem Deus amava.

O Espírito Santo em Ação


E Espírito de Deus inspirou Jonas a profetizar naquela terra e a sua posição seria recuperada por
Israel. Isso aconteceu sob a liderança de Jeroboão II (2 Rs 14.25). Quando o Espírito conduziu
83
Jonas para ir a Nínive profetizar contra o povo lá, o profeta se recusou a seguir a orientação do
Senhor. O Espírito de Deus não cessou sua obra, mas continuou a intervir na vida de Jonas e a
induzi-lo a faze a vontade de Deus. Quando Jonas se arrependeu, o Espírito operou um
arrependimento piedoso no coração do povo e eles responderam à mensagem de julgamento.
Quando Jonas se recusou a aceitar esta obra divina, o ES mostrou a ele o contraste entre sua
preocupação com uma aboboreira e a preocupação de Deus com os habitantes da cidade.

Esboço de Jonas
I. A retirada ordenada 1.1-3
“Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive” 1.1-2
Jonas foge para Tarsis 1.3
II. O retorno providencial 1.4-2.10
O Senhor manda uma tempestade 1.4-9
Os marinheiros o jogam no mar 1.10-16
O Senhor prepara uma grande peixe 1.17
Jonas ora 2.1-9
Ele é vomitado na terra 2.10
III. A renovação bem-sucedida 3.1-10
Uma segunda chance de levantar e ir é dada a Jonas 3.1-3
Jonas prega 3.4
A população se converte 3.5-9
Deus demonstra piedade 3.10
IV. Uma reação negativa 4.1-11
Jonas desgostou-se 4.1-5
Deus ensina uma lição 4.6-11

Miquéias (Mq)
Autor: Miquéias
Data: Entre 704 e 696 Ac

Autor
Miquéias foi contemporâneo de Isaías, no séc. VIII aC. Ambos concentraram seu ministério no
Reino do Sul, Judá, incluindo Samaria (Israel) e “as nações” no objetivo das sua profecias. Durante
alguns anos, no começo da sua carreira, Miquéias foi, também, contemporâneo de Oséias, um
profeta que morava no Reino do Norte. Miquéias viveu numa cidade localizada a cerca de 32 km
a sudoeste de Jerusalém e profetizou principalmente naquela região.

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O Nome de Miquéias, pressupõe uma semelhança com o Senhor: “Quem, ó Deus, é semelhante
a ti”. Miquéias era tão sincero e completamente comprometido, que ele até quis ir despojado e nu
pra fazer com que sua mensagem fosse compreendida (1.8). A profecia de Miquéias produziu um
impacto que se estendeu muito além do seu ministério local. Um século depois, sua profecia foi
lembrada e citada (Jr 26.17-19), e acontecimentos ocorridos sete séculos mais tarde atestam a
autenticidade da profecia de Miquéias (Mt 2.1-6; Jo 7.41-43).

Data
Miquéias profetizou, de acordo com sua própria declaração (1.1), durante os reinados dos reis do
Sul, Jotão (740-731 aC), Acaz (731-716 aC), e Ezequias (716-686 aC). Visto que ele morreu
durante a administração de Ezequias e antes da era que coincide em parte com Manassés (696-
642 aC), uma data entre 704 e 696 aC parece ser provável.

Contexto Histórico
No período entre o início do reino dividido de Salomão (Israel ao Norte e Judá ao Sul) e a
destruição do templo, muitos “altos” haviam sido introduzidos em Judá através da influência de
Samaria. Isso colocou a idolatria dos cananeus em disputa com a verdadeira adoração no templo
do Senhor (1.5). Miquéias mostra como essa degeneração espiritual levará inevitavelmente o
julgamento sobre toda a terra. E, embora o rei Ezequias tenha tido uma notável vitória sobre
Senaqueribe e o exercito assírio, Judá estava presstes a cair, a não se que a nação se voltasse
para Deus, arrependendo-se de todo coração.

Conteúdo
O Livro de Mq é uma profecia acerca do Senhor, que não tem concorrentes no perdão dos pecados
e na compaixão pelos pecadores. Sua fidelidade compassiva mantém um concerto com Abraão e
seus descendentes. A “excelência do nome do Senhor” (5.4) está caracterizada, bem como a face
do Senhor (3.4), seu louvor (2.9), seus caminhos (4.2), seus pensamentos (4.12), sua força (5.4),
suas justiças (6.5; 7.9) e sua conseqüente ira (7.9) e furor (5.15; 7.18) contra todas as formas de
rebelião moral.
Na visão de abertura, o Senhor vem desde o templo da sua santidade, para ser testemunha contra
o povo (1.2). O fator mais notável no manejo do Senhor da sua causa é quão fundo ele foi para
apresentar sua contenda (6.2), até mesmo desejando sentar-se à mesa do réu e deixando seu
povo levar qualquer queixa quanto ao modo que o Senhor Deus o tenha tratado (6.3). Além disso,
aquele que verdadeiramente se arrepende terá o Senhor como seu advogado de defesa (7.9)
Enquanto a Babilônia ainda não era um poder mundial que podia permanecer independente da
Assíria, o cativeiro babilônico (mais de um século depois) foi claramente predito como o julgamento
de Deus contra a rebelião feita contra ele (1.16; 2.3,10; 4.10; 7.13). Mas, assim como Isaías,
colega de Miquéias, a esperança foi estendida pra um restante a ser restaurado, que seja desse
cativeiro ou de um povo espiritualmente restaurado ( a igreja) nos dias do Messias (2.12-13; 4.6-
7; 5.3,7-8; 7.18). O Senhor libertaria o restante (2.12-13; 4.3-8,10; 5.9; 7.7)

Miquéias tinha de censurar a liderança da nação por destruir o rebanho que lhes foi confiado.
Entretanto, a grande compaixão de Deus colore cada uma das sua atitudes e ações em relação
ao seu povo, representando-o como uma filha extraviada (1.13; 4.8,10,13), pois sua compaixão,
que, uma vez, redimiu a Israel do Egito 96.4), irá também redimir Judá da babilônia (4.10). Sua
fidelidade compassiva a Abraão e aos pais (7.20) é atualizada a cada nova geração. Essa
mensagem está focalizada num única pergunta central para toda a profecia: “Quem, ó Deus, é
85
semelhante a ti, que perdoas a iniquidade e que te esqueces da rebelião do restante da tua
herança?” (7.18). A compaixão de Deus (7.18-19) é um atributo precioso a que nenhuma deidade
pode se igualar. A compaixão e a fidelidade do concerto são exclusivos a Deus. A esperança do
povo de viver sob a completa bênção de Deus estava ligada à vinda de Messias. Deus, em seu
amor, prevendo as glórias da sua graça a ser manifesta em Jesus, manteve-se proclamando
aquele Dia e reino futuros como o acontecimento no qual o fiel devia por sua esperança.

Cristo Revelado
As profecias sobre Cristo fazem o Livro de Miquéias luzir com esperança e encorajamento. O livro
se inicia com uma grandiosa exposição da vinda do Senhor (1.3-5). As profecias posteriores
afirmarão o aspecto pessoal da sua chegada em tempo histórico. Mas a disposição de Deus para
descer e interagir é estabelecida no princípio.
A primeira profecia messiânica ocorre numa cena de pastor de ovelhas. Depois que a terra deles
havia sido corrompida e destruída, um restante dos cativos seria reunidos como ovelhas num
curral. Então, alguém quebraria o cercado e os levaria para fora da porta, em direção à liberdade.
(2.12-13). E esse alguém é seu “rei” e “Senhor”. O episódio completo harmoniza-se belamente
com a proclamação de Jesus acerca da liberdade aos cativos (Lc 4.18), enquanto, na verdade,
liberta os cativos espirituais e físicos.
Mq 5.2 é uma das mais famosas profecias de todo o AT. Ela autentica a profecia bíblica como “a
Palavra do Senhor” (1.1; 2.7; 4.2). A expressão “a Palavra” do Senhor (4.2) é um título aplicável a
Cristo (Jo 1.1; Ap 19.13). A profecia de Mq 5.2 é, explicitamente, messiânica (“Senhor em Israel”)
e especifica seu lugar de nascimento em Belém, num tempo quando Belém era pouco conhecida.
Suas palavras foram pronunciadas muitos séculos antes do acontecimento; ele não tinha
nenhuma sugestão do lugar a que recorrer. Outra característica dessa profecia é que ela não pode
se referir a apenas qualquer líder que possa ter sua origem em Belém. Cristo é o único a quem
ela pode se referir, porque ela iguala o Senhor com o Eterno: “Cujas origens são desde os tempos
antigos, desde os dias da eternidade.” Esta profecia confirma tanto a humanidade quanto a
divindade do Messias de um modo sublime.
A profecia de Mq 5.4-5 afirma a condição de pastor de Messias (“apascentará o povo”), sua unção
(“na força do Senhor”), sua divindade (“na excelência do nome do Senhor”) e sua humanidade
(“seu Deus”), seu domínio universal (“porque agora será ele engrandecido até aos fins da terra”)
e a sua posição como líder de um reino de paz (“E este será a nossa paz”).
O climax da profecia (7.18-19), mais o versículo final (7.20), apesar de não incluir o nome do
Messias, definitivamente refere-se a ele. Na expressão da misericórdia e compaixão divinas, ele
é Aquele que “subjugará as nossas iniqüidade”, lançando-as nas profundezas do mar para que
Deus possa perdoar os pecados e trocar o pecado pela verdade.

O Espírito Santo em Ação


Um referência singular ao ES ocorre no contraste feito por Mq da autoridade que está por trás de
seu ministério com aquela dos profetas falsos de seus dias. Enquanto outros homens eram feitos
corajosos pelos tóxicos para fabricar contos na forma de profecias, o verdadeiro poder, a força e
justiça que estão por trás da mensagem de Mq vieram da sua unção pela “força do Espírito do
Senhor” (3.8).

Esboço de Miquéias
Tema: Quem é como o Senhor?

86
I. A dramática cinda do Senhor em Julgamento 1.1-2.13
Sobre as cidades capitais de Samaria e Jerusalém 1.1-9
Sobre as cidades localizadas a sudoeste de Jerusalém 1.10-16
Sobre os crimes que trazem ocupação estrangeira 2.1-11
Sobre todos, exceto um restante liberto pelo Senhor 2.12-13
II. A condenação dos líderes feita pelo Senhor 3.1-12
Sobre os líderes que consomem o povo 3.1-4
Sobre os profetas, exceto Miquéias 3.5-8
Sobre os oficiais: chefes, sacerdotes e profetas 3.9-12
III. A vinda do reino universal do Senhor 4.1-5.15
Atração de todas as nações pelo nome do Senhor 4.1-5
Compaixão sobre o povo dependente e rejeitado 4.6-13
O lugar de nascimento e a administração do Messias 5.1-6
A restauração de um restante num lugar sem ídolos 5.7-15
IV. A apresentação da contenda do Senhor 6.1-7.6
O seu cuidado redentor na sua história 6.1-5
Suas expectativas para uma reação apropriada 6.6-8
Seu fundamento para o julgamento do ímpio 6.9-7.6
V. A salvação do Senhor como a esperança do povo 7.7-20
Apesar do julgamento temporário 7.7-9
Apesar dos inimigos do povo 7.10—17
Por causa da sua incomparável compaixão 7.18-20

Naum (Na)
Autor: Naum
Data: Pouco antes de 612 aC

Autor
Naum, cujo nome significa “confortador” ou “cheio de conforto”, é desconhecido, a não ser pelo
breve título que inicia sua profecia. Sua identificação como um “elcosita” não ajuda muito, visto
que a localização de Elcose é incerta. Carfanaum, uma cidade da Galiléia, tão proeminente no
ministério de Jesus, significa “Aldeia de Naum”, e alguns têm especulado, mas, sem prova
concreta, que seu nome deriva do profeta. Ele profetizou a Judá durante os reinados de Manassés,
Amom e Josias. Seus contemporâneos foram Sofonias, Habacuque e Jeremias.

87
Data
Em Na 3.8-10, o profeta narra o destino da cidade egípcia de Tebes, que foi destruída em 663 aC.
A queda de Nínive, ao redor da qual todo o livro gira, aconteceu em 612 aC. A profecia de Naum
deve ser datada entre esses dois acontecimentos, visto que ele olha para trás para um e à frente
para outro. É mais provável que sua mensagem tenha sido entregue pouco antes da destruição
de Nínive, talvez quando os inimigos da Assíria estavam colocando suas forças em ordem de
batalha para o ataque final.

Contexto Histórico
O reino dos assírios, havia sido uma nação próspera durante séculos, quando o profeta Naum
entrou em cena. Seu território, se mudou com o passar dos anos por causa das conquistas e
derrotas dos seus governantes, localiza-se ao norte da Babilônia, entre e além dos rios Tigre e
Eufrates. Documentos antigos atestam a crueldade dos assírios contra outras nações. Os reis
assírios vangloriam-se de sua brutalidade, celebrando o abuso e a tortura que eles impuseram
sobre os povos conquistados.
A queda do império Assírio, cujo clímax foi a destruição da cidade de Nínive, em 612 aC, é o
assunto da profecia de Naum. O juízo que cai sobre o grande opressor do mundo é o único motivo
para o pronunciamento de Naum. Consequentemente, o profeta é judicial em seu estilo,
incorporando antigos “oráculos de julgamento”. A linguagem é poética, vigorosa e figurada,
sublinhando a intensidade do tema com o qual Naum luta.

Conteúdo
O livro de Naum focaliza-se num único interesse: a queda da cidade de Nínive. Três seções
principais, correspondentes aos três capítulos, abrangem a profecia. A primeira descreve o grande
poder de Deus e como aquele poder opera na forma de proteção pra o justo, mas de julgamento
para o ímpio. Embora Deus nunca seja rápido em julgar, sua paciência não pode ser admitida
sempre. Toda a Terra está sob o seu controle; e, quando ele aparece em poder, até mesmo a
natureza treme diante dele (1.1-8). Na sua condição de miséria e aflição (1.12), Judá podia
facilmente duvidar da bondade de Deus e até mesmo questionar os inimigos de seu povo (1.13-
15) e remover a ameaça de uma nova angústia (1.9). A predição do juízo sobre Nínive forma uma
mensagem de consolação para Judá (1.15)
A segunda seção principal, descreve a ida da destruição para Nínive (2.1-3). Tentativas de
defender a cidade contra seus atacantes serão em vão, porque o Senhor já decretou a queda de
Nínive e a ascensão de Judá (2.1-7). As portas do rio se abrirão, inundando a cidade e varrendo
todos os poderosos, e o palácio se derreterá (2.6). O povo de Nínive será levado cativo (2.7);
outros fugirão com terror (2.8). Os tesouros preciosos serão saqueados (2.9); toda a força e
autoconfiança se consumirão (2.10). O covil do leão poderoso será desolado, porque “Eis que eu
estou contra ti, diz o Senhor dos exércitos” (2.11-13).
O terceiro capítulo forma a seção final do livro. O julgamento de Deus parece excessivamente
cruel, mas ele é justificado em sua condenação. Nínive era uma “cidade ensanguentada” (3.1),
uma cidade culpada por espalhar o sangue inocente de outras pessoas. Ele era uma cidade
conhecida pela mentira, falsidade rapina e devassidão (3.1,4). Tal vício era uma ofensa a Deus;
portanto, seu veredicto de julgamento era inevitável (3.2-3, 5-7). Semelhante a Nô-Amom, uma
cidade egípcia que sofreu queda, apesar de numerosos aliados e fortes defesas. Nínive não pode
escapar do julgamento divino (3.14-15). Tropas se espalharão, os líderes sucumbirão e o povo se
derramará pelos montes (3.16-18). O julgamento de Deus sobreveio, e os povos que a Assíria fez

88
outrora vítimas tão impiedosamente baatem palmas e celebram em resposta às boas-novas
(3.19).

O Espírito Santo em Ação


Nenhuma referência especifica acerca do ES ocorre no Livro de Naum. Todavia, a obra do Espírito
na produção da profecia e na direção dos acontecimentos descritos no livro deve ser admitida.
O cabeçalho do livro descreve-o como “visão de Naum “ (1.1). O ES funciona aqui como o
Revelador, Aquele que abre pra Naum o drama que revela diante e comunica a mensagem do
Senhor que ele está encarregado de entregar.
O ES também deve funcionar como o Grande Instigador na queda de Nínive. Os inimigos, dentre
eles os filhos da Babilônia, os medos e os citas, juntam suas forças contra os assírios e saqueiam
a cidade. Deus usa agentes humanos para executar seu julgamento, mas atrás disso tudo está a
obra do seu Espírito, instigando, impelindo e punido de acordo com a vontade de Deus. Pela obra
do Espírito, o Senhor convocou suas tropas e as levou para a batalha vitoriosa.

Esboço de Naum
I. Título
II. O veredicto de Deus 1.1-15
O zelo de Deus 1.2-6
A bondade de Deus 1.7
O julgamento de Nínive 1.8-14
A alegria de Judá 1.15
A vingança de Deus 2.1-13
A destruição de Nínive 2.1-12
A declaração do Senhor 2.13
IV. A vitória de Deus 3.1-19
Os pecados de Nínive 3.1-4
O cerco de Nínive 3.5-18
A celebração sobre Nínive 3.19

Habacuque (Hc)
Autor: Habacuque
Data: Cerca de 600 aC

Autor
O nome “Habacuque” significa “abraço” ou significando que ele foi “abraço por Deus” e, desse
modo, fortalecido por ele para sua difícil tarefa, ou “abraçando outros”, dessa maneira

89
encorajando-os nos tempos de crise nacional. A notação musical encontrada em 3.19, pode
indicar que Habacuque era qualificado para liderar a adoração no templo como um membro da
família levítica. O profeta está imbuído de um senso de justiça, o qual não o deixará ignorar a
violenta injustiça existente em volta dele. Ele também aprendeu a necessidade de levar as
questões mais importantes sobre a vida para Aquele que criou e redime a vida.

Contexto Histórico
Habacuque viveu durante um dos períodos mais críticos de Judá. Seu país havia caído do auge
das reformas de Josias para as profundezas do tratamento violento de seus cidadãos, medidas
opressoras contra o necessitado e a ruína do sistema legal. O mundo localizado ao redor de Judá
estava em guerra, com a Babilônia levantando-se em ascensão sobre a Assíria e Egito. A ameaça
de invasão do Norte foi adicionado à desordem interna de Judá. Habacuque , provavelmente,
tenha escrito durante o intercalo entre a queda de Nínive, em 612 aC e a queda de Jerusalém, em
586 aC.

Conteúdo
O Livro de Hc dá um relato de uma jornada espiritual, contando sobre a trajetória de um homem
da duvida à adoração. A diferença entre o início do Livro (1.1-4) e o final do livro (3.17-19) é
impressionante.
Nos primeiros quatro versículos, Hc é oprimido por circunstância existente ao redor dele. Ele não
consegue pensar em nada além da iniqüidade e da violência que ele vê entre o seu povo. Embora
Hc se dirija a Deus (1.2), ele crê que Deus se retirou do cenário da terra: as palavras de Deus
foram esquecidas; suas mãos não se manifestam; Deus não pode ser encontra em lugar algum.
Os homens estão na direção, e os homens vis, por isso mesmo, também. E eles agem como seria
esperado que agissem os homens sem o controle de Deus. Estas palavras e frases descrevem a
cena: “iniqüidade… Vexação… Destruição… Violência… Contenda… Litígio… A lei se afrouxa…
A sentença nunca sai… O ímpio cerca o justo… Sai o juízo pervertido”.
Quão diferente é a cena nos três últimos versículos do livro (3.17-19)! Tudo mudou. O profeta não
é mais controlado, nem ansioso por causa das circunstâncias, pois sua visão foi elevada.
Questões temporais não mais ocupam seus pensamentos, mas seus pensamentos estão nas
coisas do alto. Ao invés de estar sendo regido por considerações mundanas, Hc fixou sua
esperança em Deus, pois ele percebe que Deus tem interesse em suas criaturas. Ele é a fonte da
alegria e força do profeta. Hc descobriu que ele foi feito para algo acima: “E me fará andar sobre
as minhas alturas” (3.19). As palavras do último parágrafo contrastam vividamente com aquelas
no primeiro: “… Me alegrarei no Senhor, exultarei no Deus da minha salvação. Jeová, o Senhor,
é a minha força… Pés como os das cervas… Andar sobre as minhas alturas” (3.18,19). Assim, Hc
foi da queixa à confiança, da dúvida à confiança, do homem a Deus , dos vales aos montes altos.
Se o centro do evangelho é a mudança e a transformação, o Livro de Hc demonstra essa
renovação evangélica. No centro da mudança e no centro do livro, está este nítido credo da fé: “O
justo, pela sua fé, viverá (2.4). Para o profeta, a promessa é para proteção física em tempo de
grande sublevação. Quando a invasão, que foi predita, pelas forças estrangeiras se tornar uma
realidade, aquele remanescente justo cujo Deus é o Senhor, cuja confiança e dependência estão
nele, será liberto, e eles viverão. Para os escritores do NT, tais como Pauo e o autor de Hebreus,
essa afirmação de fé confiante se torna uma demonstração do poder do evangelho para dar a
segurança da salvação eterna. Par

Cristo Revelado

90
Os termos usados em Hc 3.13 ligam a idéia de salvação com mo ungido do Senhor. As raízes
hebraicas dessas palavras refletem os dois nomes do nosso Senhor: Jesus, que significa
“salvação”, e Cristo “o ungido”. O contexto aqui é o grande poder de Deus manifestado em favor
do seu povo, através de um Rei davídico, que lhes traria libertação dos seus inimigos. O Messias
veio no tempo determinado (2.3; Gl 4.4), foi dado a ele o nome de “Jesus” como a profecia pré-
natal de seu ministério (Mt 1.21), e nasceu “na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor
(Lc 2.11).
Enquanto Hc espera pela resposta às suas perguntas, Deus lhe concede o presente de uma
verdade que satisfaz suas ansiedades não-expressas, bem como apresenta a solução para sua
situação presente: “ O justo, pela sua fé, viverá” (2.4). O Apóstolo Paulo vê essa afirmação da Hc
como a pedra fundamental do evangelho de Cristo (Rm 1.16-17). Cristo é a resposta para as
necessidades humanas, incluindo a purificação do pecado, o relacionamento com Deus e a
esperança para o futuro.

O Espírito Santo em Ação


Nenhuma referência especifica acerca do ES ocorre no Livro de Hc, existem sugestões da sua
vida operando no profeta. À medida que o profeta examina a destuição causada pelos exércitos
invasores, ele, contudo, expressa uma alegria inabalável que nem mesmo um desastre de tão
ampla escala pode roubar dele, nos lembrando que “o futuro do Espírito é… Gozo” (Gl 5.22).

Esboço de Habacuque
I. As perguntas de Hc 1.1-17
Uma pergunta acerca da preocupação de Deus 1.1-11
1) A pergunta declarada: “Por que Deus não faz alguma coisa? 1.1-5
2) A resposta dada: “Porque eis que suscito os caldeus” 1.6-11
Uma pergunta acerca dos métodos de Deus: “Por que Deus usa ímpios?” 1.12-17
II. A resposta de Deus 2.1-20
O profeta à espera 2.1
A resposta do Senhor 2.2-20
1) O alcance da resposta 2.2-3
2) A verdade central para os crentes 2.4
3) As conseqüências da verdade para os incrédulos 2.5-20
III. A oração de Hc 3.1-19
O poder do Senhor 3.1-16
1) Um grito de misericórdia 3.1-2
2) O poder da natureza 3.3-11
3) O poder contra as nações 3.12-16
A fé do profeta 3.17-19
1) Confiança apesar das circunstâncias 3.17-18

91
2) Confiança por causa de Deus 3.19

Sofonias (Sf)
Autor: Sofonias
Data: Cerca de 630 aC

Autor
O nome “Sofonias” significa “O Senhor escondeu” , foi um profeta de Judá. Ele se indentificou
melhor do que qualquer outro dos profetas menores, remontando sua linhagem quatro gerações
até Ezequias, um bom rei que levou o povo de volta a Deus durante o tempo do profeta Isaías.
Sofonias foi contemporâneo ao rei Josias e seu parente distante, há uma possibilidade que eram
amigos.
A intimidade de emoção bom como a familiaridade de lugar, quando Sofonias escreve a respeito
de Jerusalém (1.10-11), indicam que ele havia crescido lá. De acordo com o arranjo das Escrituras
hebraicas, Sofonias foi o último profeta a escrever antes do cativeiro.

Data
Sofonias dá o período de tempo geral do seu escrito como sendo “nos dias de Josias, filho de
Amom, rei de Judá” (1.1), cerca de 640 a 609 aC. O auge da reforma de Josias foi nos anos 620.
Visto que a queda de Nínive em 612 aC ainda não havia acontecido (2.13,15), a maioria dos
estudiosos estabelece a data dos ecritos entre 630 3 627 aC. Seus contemporâneos incluem
Jeremias e Naum.

Contexto Histórico
Aproximadamente 100 ano antes dessa profecia, o Reino do Norte ( Israel) havia sido derrotado
pela Assíria. O povo havia sido levado cativo, e a terra havia sido recolonizada por estrangeiros.
Sob o reinado de Manassés e do rei Amom, pai do rei Josias, tributos haviam sido pagos para se
evitar que a Assíria invadisse o Reino do Sul.
A aliança com a Assíria não somente afetou a Judá politicamente , mas também as práticas
religiosas, sociais e de comportamento da Assíria impuseram sua tendências em Judá. Proteção
oficial foi dada em Judá para as artes mágicas e adivinhados e encantadores. A religião astral se
torno tão popular, que o rei Manassés , construiu altares para adoração do sol, lua , estrelas,
signos do zodíaco e todos os astros dos céu, à entrada da Casa do Senhor (2Rs 23.11). A
adoração da deusa– mãe da Assíria se tornou uma prática que envolvia todos os membros das
famílias de Judá (Jr 7.18). Todavia à medida que o jovem Josias foi tomando conta das rédeas do
governo, a ameaça assíria foi diminuindo. O golpe final ao seu poder veio com uma revolta de
uma Babilônia em ascensão, que resultou, finalmente, na destruição de Nínive.

Conteúdo
Sofonias considerava o desenvolvimento político de Israel, de Judá e todas as nações
circunvizinhas da perspectiva de que o povo devia aprender que Deus estava envolvido em todos
os assuntos da história. Falando como um oráculo de Deus, ele entende que Deus usa governos
estrangeiros pra levar julgamento sobre se rebelde povo escolhido. Sf está apavorado com o fato

92
de que, após a catástrofe das tribos do Norte, o povo de Judá ainda mantinha a absurda noção
de que Deus fosse incapaz de fazer bem ou mal ( 1.12).
Os escritos de Sofonias têm três componentes: 1) o pronunciamento de um julgamento específico
e, frequentemente, o julgamento universal do pecado; 2) um apelo ao arrependimento, porque
Deus é justo e deseja perdoar; 3) uma promessa segundo a qual o restante que fez de Deus seu
refúgio será salvo.

Cristo Revelado
O significado do nome de Sofonias “ O Senhor Encobriu” conduz ao ministério de Jesus. A verdade
da Páscoa no Egito, onde aqueles que foram encobertos pela marca de sangue nas portas foram
protegidos do anjo da morte, é repetida na promessa de 2.3, onde aqueles mansos da Terra que
preservaram a justiça de Deus serão encobertos no Dia da ira do Senhor. Cl 3.2-3 explica esse
aspecto do ministério de Cristo: “Pensai nas coisas que são de cima e não na que são terra;
porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. “
O regozijo sobre um restante salvo (3.16-17) está relacionado com a Obra de Jesus. Ele disse:”
Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende, mais do que por
noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento”. (Lc 15.7) A figura de um alegre
Redentor que aguarda receber os seus é, novamente, descrita em Hb 12.2.

O Espírito Santo em Ação


Jesus disse que uma das obras do ES seria convencer o mundo do julgamento, porque já o
príncipe deste mundo está julgado (Jo 16.8-11). Desde a sua vinda, o ES tem estado proclamando
ao mundo, como Sofonias fez: “Congrega-te… Antes que saia o decreto, e o dia passe como a
palha; antes que venha sobre vós a ira do Senhor”. (2.1-2).
Uma obra mais prazerosa do Es é encontrada na promessa de que Deus irá restaurar nos lábio
puros, para que todos invoquem o nome do Senhor, para que o sirvam com um mesmo espírito
(3.9).

Esboço de Sofonias
Introdução 1.1
A identificação do autor 1.1
O tempo do escrito 1.1
I. O dia do julgamento contra Judá 1.2-13
O julgamento sobre toda a criação 1.2-3
Contra os líderes religiosos 1.4-7
Contra os líderes políticos 1.8-9
Contra os líderes do comércio 1.10-11
Contra os descrentes 1.12-13
II. O dia do Senhor 1.14-18
Próximo e se aproxima rapidamente 1.14
Um dia de indignação 1.15-16

93
A terra inteira para ser destruída 1.18
III. Um chamado ao arrependimento 2.1-3
Um chamado para congregar 2.1-2
Um chamado pra buscar o Senhor 2.3
IV. O dia do julgamento contras as nações circunvizinhas 2.4-15
Aos da borda do Mar—filisteus 2.4-7
Aos do oriente—Moabe e Amom 2.8-11
Aos do sul—Etiópia 2.12
Aos do Norte—Assíria 2.13-15
V. O dia do Julgamento contra Jerusalém 3.1-7
Contra os líderes 3.1-4
O Senhor é justo, no meio dela 3.5
Jerusalém não mudou 3.6-7
VI. Um remanescente fiel 3.8-20
Falar com pureza e honestidade 3.8-13
Os juízos são afastados, e os inimigos são exterminados 3.4-15
O Senhor se regozijando 3.16-17
O povo restaurado 3.18-20

Ageu (Ag)
Autor: Ageu
Data: Cerca de 520 aC

Autor
Ageu, cujo nome significa “Festivo”, foi um dos profetas pós-exílicos, um contemporâneo de
Zacarias. Ageu tinha as qualidades de um bom pastor. Em encorajador cuja palavra estava em
sintonia com o coração do povo e a mente de Deus, ele foi o mensageiro do Senhor, com a
mensagem do Senhor, levando ao seu grupo desanimado a segurança da presença de Deus.

Data
O ministério de Ageu cobriu um período de um pouco menos de quatro meses, durante o segundo
reinado do rei Dario, que governou a Pérsia de 522 a 486 aC, Isso localiza Ageu na história em
520 aC.
Contexto Histórico

94
Ageu em 520 aC, ajuntou aos exilados que haviam retornada à sua terra natal em 536 aC, para
reconstruir o templo do Senhor. Eles haviam começado bem, construindo um altar e oferecendo
sacrifícios, estabelecendo, então, o fundamento para a Casa do Senhor no ano seguinte. A
construção havia cessado, todavia quando os inimigos zombaram dos esforços dos construtores
. Mas, o ministério de Ageu e o de Zacarias fizeram com que o povo se reanimasse e completasse
a tarefa em cinco anos. O templo reconstruído foi dedicado em 515 aC

Conteúdo
O livro de Ag trata de três problemas comuns a todos os povos em todos os tempos oferecendo
soluções inspiradores. O primeiro problema: o desinteresse (1.1-15) Para despertá-los da sua
atitude de indiferença, Deus fala duas vezes ao povo. Primeiro, eles precisam perceber que são
infrutíferos (1.5-6), porque eles tinham abandonado a Casa de Deus e ido para sua própria casa
(1.7-9). Todo esforço deles para construir seu próprio reino nunca produzirá resultados
permanentes. Após ver seu problema, o povo, então, precisa entender que Deus irá aceitar o que
eles fazem a fim de que Deus seja glorificado, se eles entregarem a ele o que eles têm (1.8)
O Segundo problema: Desencorajamento (2.1-9) Ageu leva uma mensagem destinada a tratar
decisivamente do desencorajamento. A solução tem duas partes: uma trata do problema urgente;
a outra trata de uma solução a longo alcance. Por hora, basta ao povo esforçar-se e trabalhar
(2.4). A outra chave para combater o mal é para os construtores saberem que eles estão
construindo para o dia em que Deus encher essa Casa com a glória que será maior do que a
Glória do templo de Salomão (2.9)
O terceiro problemas: Insatisfação (2.10-23) Agora que o povo está trabalhando, eles esperam
uma inversão imediata de todos os seus anos de inatividade. Então o profetas vai com uma
pergunta aos sacerdotes (2.12-13) acerca das coisas limpas e imundas e da influência deles sobre
a outra. A resposta dos sacerdotes é que a imundície é infecciosa, enquanto a santidade não é. A
aplicação é obvia: Não espere que o trabalho de três meses desfaça a negligência de dezesseis
anos. A próxima palavra do Senhor ao povo é uma surpresa: “Mas desde este dia vos abençoarei”
(2.19). O povo precisava entender que as bênçãos de Deus não podem ser ganhas como
pagamento, mas vão como dádivas graciosas de um Deus doador. Deus escolheu Zorababel para
ser um anel de sela (2.23), isto é, para representar a natureza do servo a ser cumprida, finalmente,
no mais importante Filho de Zorababel, Jesus. Notar o nome de Zorobabel em ambas as listas
genealógicas dos Evangelhos (Mt 1; Lc 3), indicando que a benção final, a maior delas, é uma
Pessoa, seu Filho Jesus Cristo.

Cristo Revelado
Duas referências a Cristo no Livro de Ag são destacadas. A primeira é 2.6-9, que começa
explicando que o Deus irá fazer no novo templo um dia ganhará uma atenção internacional. Após
um transtorno entre os povos da terra, as nações serão levadas ao templo para descobrir o que
elas estavam procurando: Aquele que todas as nações desejaram será mostrado em esplendor
no templo. A presença dele irá fazer com que a memória do glorioso templo de Salomão decaia,
para que somente a glória de Cristo permaneça. Junto com a glória da presença de Cristo virá
grande paz, uma vez que o próprio resplendente Príncipe da Paz estará lá.
A segunda referência á vinda do Messias é 2.23. O livro finaliza com uma menção de Zorobabel,
que liga esse livro, perto do final do AT, ao primeiro do NT: Zorobabel é uma pessoa listada nas
genealogias de Jesus.

O Espírito Santo em Ação

95
Uma breve mas bonita referência ao ES é encontrada em 2.5. Os versículos anteriores mostram
o povo de Deus desencorajado, enquanto comparam o templo que eles estão, agora, construindo
com o glorioso templo de Salomão, que o novo templo vai substituir. A palavra do Senhor a eles
é: “Esforça-te… E esforçaí-vos.” A motivação para fazer isso também está mencionada: “Porque
eu sou convosco.”
Ag 2.5, então explica como o ES vai interagir com o espírito do povo, a fim de ter o trabalho
concluído.
O v. 5 inclui estes importantes pontos:
O ES é uma parte vital no concerto de Deus com o seu povo, “segundo a palavra que concertei
convosco.”
O ES é um dom constante para o povo de Deus: “E o meu Espírito habitava no meio de vós.”
A presença do ES remove o medo do coração do povo de Deus. Portanto: “não temais.”
No centro do concerto de Deus com seu povo, está a constante operação do ES, operando para
os libertar do medo, a fim de que eles possam se mover corajosamente no cumprimento da
comissão divina.

Esboço de Ageu
I. A primeira mensagem do Senhor: Aplicai o vosso coração aos vossos caminhos 1.1-15
Considerai o que tendes feito: negligenciastes a Casa de Deus 1.1-6
Considerai o que devíeis fazer: edificar a Casa de Deus 1.7-11
Os resultados de considerar vossos caminhos 1.12-15
II. A segunda mensagem do Senhor: Esforçaí-vos e trabalhai 2.1-9
A comparação do novo Templo com o templo de Salomão 2.1-3
Chamado para esforçar 2.4-5
A glória vindoura do novo templo 2.6-9
III. A terceira mensagem do Senhor: Eu vos abençoarei 2.10-23
Um pergunta aos sacerdotes 2.10-19
Uma promessa para Zorobabel 2.20-23

Zacarias (Zc)
Autor: Zacarias
Data: 520—475 aC

Autor
Zacarias, cujo nome significa “O Senhor se Lembra”, foi um dos profetas pós – exílicos, um
contemporâneo de Ageu. Com Ageu, ele foi chamado para despertar os judeus que retornaram,
para completar a tarefa de reconstruir o templo (ver Ed 6.14). Como filho de Baraquias, filhos de

96
Ido, ele era de umas das famílias sacerdotais da tribo de Levi. Ele é um dos mais messiânicos de
todos os profetas do AT, dado referências distintas e comprovadas sobre a vinda do Messias.

Data
O ministério de Zacarias começou em 520 aC, dois meses após Ageu haver completado sua
profecia. A visão dos primeiros capítulos foi dada, aparentemente, enquanto o profeta ainda era
um jovem (2.4). Os caps 7-8 ocorrem dois anos mais tarde, em 518 aC. A referência à Grécia em
9.13 pode indicar que os caps. 9-14 foram escritos depois de 480, quando a Grécia substituiu a
Pérsia como o grande poder mundial. As profecias que abrangem o Livro de Zacarias foram
reduzidas à escrita entre 520 e 475 aC.

Contexto Histórico
Os exilados que retornaram à sua terra natal em 536 aC sob o decreto de Ciro, estavam entre os
mais pobres dos judeus cativos. Cerca de cinqüenta mil pessoas retornaram para Jerusalém sob
a liderança de Zorobabel e Josué. Rapidamente, reconstruíram o altar e iniciaram a construção
do templo. Logo, todavia, a apatia se estabeleceu, à medida que eles foram cercados com a
oposição dos vizinhos samaritanos, que, finalmente foram capazes de conseguir uma ordem do
governo da Pérsia para interromper a construção. Durante cerca de doze anos a construção foi
obstruída pelo desânimo e pela preocupação com outras atividades. Zacarias e Ageu persuadiram
o povo a voltar ao Senhor e aos seus propósitos para restaurar o templo. Zacarias encorajou o
povo de Deus indicando-lhe um dia, quando o Messias reinaria de um templo restaurado, numa
cidade restaurada.

Conteúdo
O livro de Zc começa com a veemente palavra do Senhor para o povo se arrepender e se voltar
novamente para seu Deus. O livro está repleto de referências de Zc à palavra do Senhor. O profeta
não entrega sua própria mensagem, mas ele, fielmente, transmite a mensagem dada ele por Deus.
O povo é chamado para se arrepender de sua apatia e completar a tarefa que não foi terminada.
Deus, então, assegura ao seu povo o seu amor e cuidado por eles, através de oito visões. Avisão
do homem e dos cavalos lembra ao povo o cuidado de Deus. A Visão dos quatros chifres e dos
quatro ferreiros trazem à memória o julgamento de Deus. A Visão do homem com um cordel de
medir, existe uma olhada apocalíptica na vele e pacífica cidade de Deus. A visão grandiosa do
castiçal todo revestido de ouro entre os vasos de azeite assegura a Zorobabel que os propósitos
de Deus serão cumpridos somente pelo seu Espírito. A visão do rolo voante emite o
pronunciamento de Deus contra o furto e contra o juramento falso. A visão da mulher num efa
significa a santidade de Deus e a remoção do pecado. A visão dos quatro carros retrata o soberano
controle de Deus sobre a Terra.
As visões são seguidas por uma cena de coroação na qual Josué é coroado tanto como rei como
sacerdote. Isso é poderosamente um simbolismo da vinda do Messias.
Nos caps 7-9, Deus usa a ocasião de uma questão sobre o jejum para reforçar sua ordem para
justiça e juízo, para substituir as formalidades religiosas.
Os caps 9-14 Contêm muita escatologia. (Estudos das últimas coisas)

Cristo Revelado

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Zacarias é, às vezes, referido como o mais messiânico de toso os livros do AT. Os caps 9-14 sãos
as seções mais citadas dos profetas nas narrativas dos Evangelhos. No apocalipse, Zacarias é
citado mais do que qualquer profeta, exceto Ezequiel.
Ele profetizou que o Messias virá como o Servo do Senhor, o Renovo (3.8), como o homem cujo
nome é Renovo (6.12); tanto como Rei como sacerdote 96;13), e como o verdadeiro Pastor (11.4-
11). Ele dá um expressivo testemunho sobre a traição de Cristo por trinta moedas de prata ( 11.12-
13), sua crucifixão (12.10), seus sofrimentos (13.7) e sua segunda vinda (14.4).
Duas referências a Cristo são de profundo significado. A entrada triunfante de Jesus em Jerusalém
é descrita com detalhes em 9.9, quatrocentos anos antes do acontecimento (ver Mt 21.4; Mc 11.7-
10). Um dos versículos mais dramáticos das Escrituras proféticas é encontrado em 12.10, quando,
na maioria dos manuscritos a primeira pessoa é usada: “E olharão para mim, a quem
traspassaram.” Jesus Cristo, pessoalmente, profetizou sua definitiva recepção pela cada de Davi.

O Espírito Santo em Ação


O versículo mais freqüentemente citado do AT em referência à obra do ES é 4.6. Zorobabel é
confortado na segurança de: 1) que a reconstrução do templo não será por força militar ou por
proeza humana, mas pelo ministério do ES; 2) que o ES removerá cada obstáculo que está no
caminho, que impede a conclusão do templo de Deus.
Um triste comentário em 7.12 recorda ao povo sua rebelião contra as palavras do Senhor pelos
profetas. Essas palavras foram transmitidas pelo ES.
Esboço de Zacarias
I. O chamado ao arrependimento 1.1-6
II. As oito visões 1.7-6.15
O homem e os cavalos 1.7-17
Os quatro chifres e o ferreiro 1.18-21
O homem com um cordel de medir 2.1-13
O sumo sacerdote 3.1-10
O castiçal e o vaso de Azeite 4.1-14
O rolo voante 5.1-4
A mulher no meio do efa 5.5-11
Os quatro carros 6.1-8
III. A coroação do sumo sacerdote 6.9-15
IV. Ritual religioso ou arrependimento verdadeiro ? 7.1-14
V. A restauração de Sião 8.1-23
VI. O triunfo de Sião 8.1-23
A primeira profecia: O Messias rejeitado 9.1-11.17
A Segunda profecia: O Messias Reina 12.1-14.21

98
Malaquias (Ml)
Autor: Malaquias
Data: Cerca de 450 aC

Autor
Embora alguns atribuam Malaquias a um escritor anônimo, considerado por alguns ter sido
Esdras, usando o pseudônimo Mal’aki (“Meu mensageiro”), é melhor considerar o livro como
escrito pelo próprio profeta. Malaquias não é mencionado em mais nenhum lugar na Bíblia, mas,
de seus escritos, podemos aprender que ele teve um grande amor pelo povo de Judá e pelas
cerimônias do templo. Ele foi, provavelmente, um contemporâneo de Neemias.

Data
A falta de menção de qualquer rei ou de incidentes históricos identificáveis torna a datação um
tanto difícil. O uso de várias palavras persas no texto e a referência a um templo reconstruído
(1.10) tornam a data pós– exílica simultânea com Neemias mais provável ( cerca de 450 aC).

Contexto Histórico
Como já foi mencionado, Malaquias é o último de muitos homens divinamente inspirados que,
num período de uns mil anos, predisseram a vinda do Justo. Não somente eles profetizaram
acerca da vinda do Messias, mas também explicaram detalhadamente ao povo seus pecados e
os advertiram a respeito do justo julgamento de Deus.

Conteúdo
Na sua declaração de abertura, Malaquias salienta o amor imutável de Deus por seu povo, devido
à sua misericórdia, que dura para sempre. Este é o fundo paras as reprovações e exortações que
se seguem. Primeiro, o profeta salientam o desdém aberto e arrogante dos sacerdotes pela Lei e
sua influência negativa sobre o povo. O profeta mostra que eles provocam muita queda no pecado.
Portanto, ele os adverte de que o Senhor não será um espectador inativo, mas, a não ser que eles
se arrependam, serão castigados severamente.
Depois, ele salienta, em termos não –ambíguos, a traição dos sacerdotes leigos no divórcio de
esposas fiéis e casamento de mulheres pagãs que praticam adoração de ídolos. Isso é seguido
por uma súplica fervorosa para vigiarem suas paixões e serem fieis às esposas da sua mocidade,
dadas a eles pelo Senhor.
O profeta, além disso, censura as práticas não-religiosas do povo, sua recusa da justiça de Deus
e sua defraudação ao Senhor, por reterem os dízimos e as ofertas exigidas.
Numa linguagem fervorosa e brilhante, Malaquias continua a descrever o tipo original do
sacerdócio. Ele profetiza sobre o Sol da Justiça, sobre o Mensageiro do concerto e o grande e
terrível dia do julgamento divino, no qual o justo será galardoado, e o ímpio, castigado.
Finalmente, ele exorta o povo a observar as Leis dadas a Israel através de Moisés e promete a
vinda do Messias e do seu precursor, Elias (João Batista). Essa declaração conclui o AT e o liga
à boas-novas da provisão de Deus no Sol da Justiça descrita no NT.

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Cristo Revelado
No último livro do AT, nós encontramos claras elocuções proféticas com respeito ao repentino
aparecimento de Cristo—o anjo do (novo) concerto (3.1). Aquele dia será um tempo de julgamento.
“Quem subsistirá, quando ele aparecer?” (3.2) Ninguém , por suas próprias forças pode, mas, para
aqueles que temem ao Senhor, “o Sol da Justiça, Jesus (3.1) nascerá e salvação trará debaixo
das suas asas”, isto é, um triunfo vitorioso (4.2).

O Espírito Santo em Ação


A Obra do ES em Malaquias é evidente na sua pessoa e no ministério profético. Seus escritos
demonstram que ele foi um profeta dedicado— Uma pessoa nitidamente em sintonia com o ES.
Como tal, ele podia ser efetivamente usado para advertir o povo sobre seu comportamento
pecaminoso e persuadi-lo a conformar sua vida com a lei do Senhor. O ES, além disso, outorgou
a ele o privilégio de levar a linhagem de profetas escritores fiéis e dedicados a um término,
permitindo a ele proclamar com clareza e fervor a sua visão da vinda de Cristo.

Esboço de Malaquias
O Título 1.1
I. O amor do Senhor por Israel 1.2-5
II. O fracasso dos sacerdotes 1.6-2.9
III. A infidelidade do povo 2.10-16
IV. O dia do Julgamento 2.17-3-5
V. Bênção no dar 3.6-12
VI. O destino do ímpio e do Justo 3.13-4.3
VII. Exortação e Promessa 4.4-6

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