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Profa. Dra. Simone Garcia de Ávila Química.

Saiba como aprender MAIS estudando MENOS

Por Profa. Dra. Simone Garcia de Ávila

Termo de responsabilidade

Todas as informações contidas neste material foram obtidas por meio da minha vivência
como professora e por meio de conhecimentos adquiridos durante minha formação e exercício da
profissão. Muitos dos métodos aqui mencionados são aplicados na minha vida diária.

Embora eu tenha me esforçado ao máximo para garantir a precisão e a mais alta qualidade
dessas informações e acredite que todas as técnicas e métodos aqui ensinados sejam altamente
efetivos para qualquer pessoa, desde que seguidos conforme instruídos, não me responsabilizo
por erros ou omissões e também pelos resultados individuais de qualquer pessoa. Sua situação
e/ou condição particular pode não se adequar perfeitamente aos métodos e técnicas ensinados
neste guia. Assim, você deverá utilizar e ajustar as informações deste guia de acordo com sua
situação e necessidades.

Todos os nomes de marcas, produtos e serviços mencionados neste material são


propriedades de seus respectivos donos e são usados somente como referência. Além disso, em
nenhum momento neste material há a intenção de difamar, desrespeitar, insultar, humilhar ou
menosprezar você leitor ou qualquer outra pessoa, cargo ou instituição. Caso qualquer escrito seja
interpretado dessa maneira, eu gostaria de deixar claro que não houve intenção nenhuma de
minha parte em fazer isso. Caso você acredite que alguma parte deste guia seja de alguma forma
desrespeitosa ou indevida e deva ser removida ou alterada, pode entrar em contato diretamente
comigo através do e-mail contato@thebestprofessor.com.br .

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APRESENTAÇÃO
COMO APRENDER DE VERDADE!
Entenda como seu cérebro funciona e otimize seus conhecimentos!

Este material foi elaborado com o objetivo de explicar como o nosso cérebro
armazena as informações e como essas informações podem ser transformadas em
conhecimento, de modo, que você possa compreender como a aquisição de conteúdo
pode ser realizada e assim otimizar seu aprendizado. Tudo aquilo que verdadeiramente é
aprendido, não é esquecido. Se você já teve a sensação de ter esquecido algo após a prova
ou após certo tempo é porque você realmente não aprendeu de verdade! O aprendizado
verdadeiro é proveniente do armazenamento definitivo das informações em certas regiões
do nosso cérebro. Por meio deste material, você irá perceber que a inteligência não é algo
genético ou algo que nasce conosco. A Inteligência é algo que pode ser adquirido por
meio de hábitos corretos, que podem ser construídos a partir do momento que você
entender como seu cérebro aprende. Por isso, estudar não é um aspecto quantitativo, mas
sim qualitativo. Em outras palavras, não é passando horas estudando que você irá otimizar
seu conhecimento, pois estudo não é quantidade, mas sim QUALIDADE. Estude pouco,
mas estude com qualidade! É isso que irá fazer a diferença e é nesse aspecto que eu
gostaria de ajudar você.

Trabalho como professora universitária desde 2012 e desde o inicio venho


observando um verdadeiro colapso em sala de aula. Enquanto muitos alunos estão
preocupados em tirar notas que apenas garantam a sua formação, por meio do menor
esforço possível, outros se esforçam demasiadamente, estudando horas, porém de forma
errada. E sabe qual é o resultado destes dois perfis de alunos? Praticamente o mesmo. A
maioria apenas consegue tirar boas notas, mas não é capaz de resolver problemas reais
que defrontam a vida profissional. Isso mostra que tirar notas não necessariamente confere
qualidade e aprendizagem significativa. Boas notas podem sim ser consequência de uma
aprendizagem verdadeira, mas não são comprovações de que a aprendizagem aconteceu,
pois podem estar relacionadas a um armazenamento provisório das informações, que,
posteriormente, serão naturalmente apagadas do nosso cérebro.

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Se você é professor, irá perceber que você também pode ajudar seu aluno a
aprender de verdade e de forma significativa. Para que isso possa acontecer, é preciso
que você entenda o funcionamento do cérebro humano e assim poderá tornar suas aulas
não só mais interessantes como também contribuir para a formação de seu aluno.
Você deve estar se perguntando porque estou escrevendo este material. Os
motivos são simples. Primeiro, nessa jornada como professora venho observado como as
pessoas estudam de forma errada e fico assustada com as consequências que isso pode
trazer para nosso futuro, afinal, que profissionais estamos formando? Segundo, a leitura e
estudo de alguns materiais sobre neurociência foram fundamentais para otimizar meu
conhecimento sobre ensino e aprendizagem e por isso me senti na obrigação de
compartilhar esse conhecimento com outras pessoas.

Todo conhecimento adquirido só faz sentido quando transformado em ação, por


isso tenho como missão difundir essas informações para o maior número de pessoas
possível. Acredito que as informações contidas neste material possam verdadeiramente
ajudar as pessoas a aprenderem de verdade. O aprendizado pode ser mais prazeroso e
significativo quando você estuda da maneira correta. Por isso considero esse material de
extrema importância a todos nós. Se as informações aqui contidas fizerem sentido para
você, peço que fale delas a outras pessoas ou que indique este material, afinal, o mundo
só irá mudar para melhor quando nos unirmos e buscarmos o desenvolvimento de todos.
Eu verdadeiramente acredito que este material poderá mudar a vida de muitas pessoas e
é isso que me motiva a divulgar essas informações. TODOS PRECISAM APRENDER A
APRENDER! Além disso, o aprendizado não pode estar associado ao sofrimento.
Meu propósito é transformar a vida das pessoas por meio do conhecimento,
transmitindo a elas aquilo que sei, mas de modo inspirador, fazendo com que cada um
não só aprenda um conceito, mas sim que saiba o que fazer como esse conceito. Como
diz o velho ditado chinês: "Se deres um peixe a um homem faminto, vais alimentá-lo por
um dia. Se o ensinares a pescar, vais alimentá-lo toda a vida". Esse é o papel de um
professor, ensinar para toda a vida. E é por isso que esse material existe.

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Todo esse material foi construído com base na leitura de livros e artigos científicos.
Portanto, é a própria ciência que nos explica como devemos estudar. Acreditem: há muita
química por trás disso. Você vai perceber que aprender é simplesmente colocar em prática
um método. O estudo deve ser feito com qualidade. Você não precisa se sacrificar horas
estudando compulsivamente um conteúdo. Basta entender o método e estudar de forma
correta, ou seja, de forma produtiva. Tenho certeza que estas informações vão mudar sua
vida. Pronto para essa mudança? Então, vamos começar!

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO........................................07

A importância do conhecimento químico.


Como a ciência é feita.

2. COMO APRENDER DE VERDADE............... 14

Por que devemos aprender de verdade?


Entendendo como nosso cérebro funciona.
O que acontece quando você dorme.
Como o aprendizado ocorre.
Como devo estudar.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................... 32

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Profa. Dra. Simone Garcia de Ávila Introdução

INTRODUÇÃO

Qual o verdadeiro papel da


Química e quais habilidades são
necessárias para compreendê-la?

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Profa. Dra. Simone Garcia de Ávila A importância do conhecimento químico

A IMPORTÂNCIA DO
CONHECIMENTO QUÍMICO
A Química é uma ciência em três níveis

A Química é a ciência que estuda a matéria e suas transformações. Portanto, ela


está presente em tudo que nos rodeia: nos alimentos, nas vestimentas, nos vegetais, nos
animais...enfim, todo e qualquer material natural ou industrializado é dependente da
Química. O entendimento do que é Química e do que ela estuda é fundamental para que
possamos compreender como ela deverá ser aprendida. Por isso, inicio esse material
falando a respeito de quais são os níveis que a Química atua e como devemos pensar e
agir para compreender esses níveis.
Podemos considerar que a Química é uma ciência em três níveis: macroscópico,
microscópico e simbólico. No nível macroscópico, podemos considerar todas as
mudanças que podem ser percebidas e observadas como a queima de um pedaço de
papel, a formação da ferrugem, etc. Entretanto, temos também um nível onde as
mudanças estão acontecendo, porém não podemos observar. Esse é o nível microscópico
e ele compreende os fenômenos do ponto de vista de rearranjos atômicos e moleculares.
Trata-se da Química que não podemos ver. O terceiro nível é denominado nível simbólico
e por ele um químico descreve os fenômenos por meio de uma simbologia própria como
símbolos químicos, fórmulas químicas e equações.
Costumo dizer que esse nível simbólico é o processo de alfabetização química. Ou
seja, para compreender química você precisa dominar uma linguagem específica, que é
representada não apenas por meio de equações, mas também por meio de estruturas
químicas e regras de nomenclaturas específicas. Portanto, se você está aprendendo
fórmulas estruturais de compostos orgânicos, regras de nomenclatura ou aprendendo a
identificar as diferentes funções orgânicas, você está atuando no nível simbólico ainda.
Apesar desta fase ser carente de conteúdos científicos e de interpretação de fenômenos
ela é extremamente importante para que você possa se comunicar e entender uma
linguagem específica.

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Profa. Dra. Simone Garcia de Ávila A importância do conhecimento químico

Considerando esses três níveis, podemos dizer que o químico pensa a nível microscópico,
conduz seus experimentos a nível macroscópico e representa as duas coisas por meio de
símbolos. Sendo assim, a representação simbólica é o que mantém unidos os outros dois
níveis. Podemos representar esses níveis por meio dos vértices de um triângulo, conforme
representado a seguir:

Figura 1.1. Representação dos níveis de atuação da Química como ciência.

Quando iniciamos nosso aprendizado químico, as explicações e contexto abordados se


aproximam de um dos vértices do triângulo de maneira isolada, entretanto, é importante
que você seja capaz de transitar de um modo para outro dentro do triângulo e que
possa conectá-los.

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Profa. Dra. Simone Garcia de Ávila Como a ciência é feita

COMO A CIÊNCIA É FEITA


Você sabe o que é método científico?

Trata-se de um conjunto de procedimento que cientistas realizam para


propor uma explicação para um dado fenômeno e ele é baseado nos três
níveis: macroscópico, microscópico e simbólico.

Entender como a Ciência é feita é o primeiro passo para que possamos


compreender como devemos nos desenvolver para o aprendizado científico.
Diferentemente do nosso modelo tradicional de ensino, no qual o conhecimento químico
é iniciado por meio de modelos microscópicos, seguindo para o macroscópico e a
linguagem simbólica, o método científico segue um caminho oposto. Você deve ter se
lembrado das primeiras aulas de química na educação básica, na qual iniciamos o ensino
dos modelos atômicos (nível microscópico) para depois explicar a matéria observável
(nível macroscópico). O pensamento científico caminha no sentido oposto e é ele que
precisa ser desenvolvido se quisermos otimizar os conhecimentos e contribuir para os
avanços científicos e tecnológicos. E ainda faço um apelo para você: é já na educação
básica que este pensamento precisa ser trabalhado para que possamos desenvolver seres
pensantes, questionadores, criativos e futuros cientistas.

As etapas a seguir representam uma sequência simplificada do método científico:

1. Observação

2. Experimentação

3. Proposição do modelo

4. Verificação de sua capacidade de previsão

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O conhecimento científico é realizado a partir da coleta de dados (amostras) por


meio de observações e medidas. Muitas vezes as coletas de dados simples podem nos
mostrar alguns padrões, algo que se repete ou se reproduz em situações distintas.
Quando um padrão é constatado, ele pode se tornar uma lei. Um exemplo simples é a Lei
da Conservação das Massas proposta por Lavoisier. Sempre que uma reação química é
processada em um sistema fechado, a massa dos reagentes e produtos são as mesmas,
ou seja, a massa é conservada. Lavoisier chegou a essa conclusão por meio da
experimentação. O padrão foi observado e em seguida experimentos foram realizados em
outras situações para verificar se o que foi observado era reproduzido em outras
condições ou se era algo particular da reação estudada.
Uma vez que uma lei é definida, é necessário desenvolver uma hipótese, que na
realidade é uma possível explicação das leis e observações por meio de modelos.
Enquanto a etapa de observação requer atenção aos detalhes, para que um maior
número de informações sejam levantadas, a formulação da hipótese requer intuição,
criatividade e imaginação, uma vez que será necessário trabalhar no nível microscópico
da ciência.
A figura a seguir mostra com mais detalhes como o método científico pode ser
colocado em prática. A atividade principal de cada etapa é a experimentação e a
comparação com as ideias propostas.

Figura 1.2 Etapas do método científico. Fonte: Adaptado de Atkins e Jones (2007).

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Profa. Dra. Simone Garcia de Ávila Como a ciência é feita

A observação e o levantamento de um problema representam o ponto de partida


para o início da investigação, ou seja, tudo se inicia no nível macroscópico. Após a
realização de experimentos, as hipóteses são formuladas. Considero esta a parte mais
difícil do processo, porém, a dificuldade não esta relacionada com a execução, mas
simplesmente porque não fomos preparados para pensar desta forma. Sempre iniciamos
no nível microscópico para o nível macroscópico, todavia, as situações problemas do
cotidiano ocorrem por meio do levantamento do problema que é feito mediante a
observação (nível macroscópico) seguida da formulação de hipóteses e modelos (nível
microscópico). É nesse ponto que a criatividade e imaginação devem acompanhar a vida
de um Químico ou Cientista. Infelizmente, são características que muitos de nossos
alunos não desenvolveram.

Atualmente temos diversas escolas e universidades nos Estados Unidos que


iniciam o processo de ensino e aprendizagem por meio de situações problemas
verdadeiras, colocando o aluno em situações ativas, exigindo criatividade e imaginação
para resolvê-las.

Você já deve ter notado como a criatividade e imaginação estão relacionadas com
as competências e habilidades do profissional da ciência. Mas como podemos defini-las?
Se realizarmos uma busca em um dicionário, encontraríamos diversas definições para a
palavra “criatividade”, entretanto, sua definição como a capacidade de resolver
problemas é a que mais se adequa ao aprendizado científico. Ser criativo envolve
observação detalhada, conhecimento e imaginação. A capacidade de coletar a máxima
quantidade de informações com riquezas de detalhes é o primeiro passo de uma pessoa
criativa. Ter conhecimento também é fundamental, por isso, você precisa aprender de
verdade. Além disso, a imaginação é um ponto chave para a formulação de hipóteses e
criação de modelos capazes de explicar o problema. A imaginação pode ser definida
como a capacidade de criar representações mentais.

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Profa. Dra. Simone Garcia de Ávila Como a ciência é feita

Se você é professor e está lendo esse material, pense como estas questões são
importantes não apenas para o seu desenvolvimento como profissional, mas como elas
também devem ser trabalhadas com seus alunos, de modo a desenvolvê-los e a prepará-
los para um mercado de trabalho cada vez mais competitivo e que exige cada vez menos
mão de obra e cada vez mais intelecto. Se essas informações fizeram sentido para você,
divulgue aos seus colegas também professores, afinal, vocês são as peças chaves para a
mudança desta situação.
O mais interessante e motivador é que essas habilidades podem ser trabalhadas e
desenvolvidas quando você entender como seu cérebro realmente retém a informação. É
exatamente neste aspecto que quero ajudar você com esse material. Entendendo como
seu corpo e mente funcionam, você pode desenvolver o conhecimento, criatividade e
imaginação.

DESENVOLVA SUA CRIATIVIDADE!


Temos uma vídeo para você explicando
como você pode trabalhar sua CRIATIVIDADE.
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Profa. Dra. Simone Garcia de Ávila Como aprender

COMO APRENDER?

Entenda como seu cérebro


retém as informações e desenvolva
sua inteligência.

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Profa. Dra. Simone Garcia de Ávila Por que devemos aprender de verdade?

POR QUE DEVEMOS


APRENDER DE VERDADE?
O mercado de trabalho está mudando

Ao longo dos últimos anos, o mercado de trabalho tem sofrido muitas mudanças
significativas em um curto intervalo de tempo. O advento da indústria 4.0, conhecida
também como a 4ª Revolução Industrial, trouxe para a humanidade a informatização da
manufatura. Enquanto a 1ª Revolução Industrial inovou a produção por meio da queima
do carvão e máquinas a vapor, a 2ª Revolução Industrial possibilitou a produção em
massa com ajuda da eletricidade. Em seguida tivemos a contribuição da revolução
digital, fazendo com que a tecnologia da informação contribuísse ainda mais para
otimizar a produção.
Hoje passamos pela 4ª Revolução Industrial, que trouxe um aspecto mais
elaborado em relação ao uso da tecnologia, fazendo como que a automatização esteja
em um patamar muito mais elevado do que a indústria estava habituada. A Indústria 4.0
possui uma relação muito forte com a conectividade, inteligência artificial, robótica, data
sciense, big data, loT, machine learning, etc. Isso permite uma transformação em relação
à maneira como as máquinas se comunicam e utilizam as informações para otimizar o
processo de produção.
Você deve estar se perguntando qual a relação de tudo isso com o aprendizado,
não é mesmo? A resposta ao mesmo tempo que é simples também é muito complexa.
Com a indústria 4.0 as exigências do mercado de trabalho são outras. Muitos empregos e
funções deixarão de existir e novas oportunidades surgirão. Não acredito na escassez de
oportunidades de trabalho, mas elas serão diferentes e exigirão cada vez mais
qualificação.
A consequência de tudo isso é que você irá encontrar um mercado de trabalho
em que haverá cada vez mais pessoas concorrendo e, ao mesmo tempo, cada vez menos
a necessidade de mão de obra. Por isso, características como inteligência, cultura e
criatividade serão cada vez mais valorizadas. Para que você desenvolva essas habilidades
deve ter em mente que diplomas, títulos e boas notas devem ser apenas a consequência
de um aprendizado verdadeiro e não a finalidade.

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Profa. Dra. Simone Garcia de Ávila Por que devemos aprender de verdade?

A indústria 4.0 é apenas um alerta de que os novos empregos não terão mais
necessidade de mão de obra, mas sim, de pessoas extremamente qualificadas e criativas.
E como você se prepara para isso? Desenvolvendo sua INTELIGÊNCIA! E isso é possível
sim, se você entender como seu cérebro aprende.
Se você é professor e está lendo esse material, gostaria de aproveitar essa
oportunidade e dizer como você tem um papel importante em tudo isso que estamos
conversando, afinal, é o professor quem prepara as pessoas para o mercado de trabalho.
Portanto, reflita em como é importante que você desenvolva a inteligência dos seu alunos
focando na criatividade e capacidade de resolver problemas. Se isso faz sentido para você,
divulgue esse material aos seus colegas também professores e discuta com eles que
mudanças estão acontecendo e exigirão a formação de pessoas desenvolvidas
intelectualmente e emocionalmente. Será que nosso atual sistema de ensino formam
essas pessoas? Se você entender como realmente aprendemos poderá otimizar muito a
formação de seus alunos.

O PAPEL DO PROFESSOR NO SÉCULO XXI


Um vídeo que fala sobre as Habilidades desejadas para o
profissional do século XXI (Fórum Econômico Mundial)
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Profa. Dra. Simone Garcia de Ávila Entendendo como nosso cérebro funciona

ENTENDENDO COMO NOSSO


CÉREBRO FUNCIONA
Nosso cérebro funciona de modo muito semelhante a um
computador
Para que possamos desenvolver nossa inteligência precisamos entender como
nosso cérebro funciona! É sobre isso que quero falar como você agora. Nosso cérebro
funciona de modo muito semelhante a um computador, o qual apresenta dois tipos de
memória: uma memória pequena e provisória denominada memória RAM e outra
memória muito grande, capaz de armazenar as informações de modo definitivo,
denominada HD. A memória RAM funciona apenas como um rascunho. Quando estamos
realizando um trabalho no computador, as informações ficam salvas provisoriamente na
memória RAM. Além de sua baixa capacidade de armazenamento, se houver uma queda
de energia, por exemplo, todas as informações presentes na memória RAM serão
perdidas. Quando você clica em SALVAR no seu computador, você transfere as
informações da memória RAM para o HD do computador, fazendo com que o conteúdo
fique salvo de forma permanente no computador. Além disso, a capacidade de
armazenamento do HD é muito maior que a memória RAM.
Analogamente a um computador, nosso cérebro apresenta uma memória
permanente e outra provisória. Na figura 2.1 você pode observar a divisão do nosso
cérebro em duas regiões, uma denomina sistema límbico e outro córtex. Nosso sistema
límbico funciona como uma memória RAM, ou seja, as informações são armazenadas de
forma provisória e sua capacidade de armazenamento é limitada. Enquanto isso, no
córtex, as informações são armazenadas de forma definitiva e sua capacidade de
armazenamento é muito grande. Em outras palavras, as informações retidas no córtex
não serão esquecidas e representam o aprendizado verdadeiro.
Se você julga que aprendeu algo mas esqueceu, isso significa que as informações
foram salvas de modo provisório em seu sistema límbico. Talvez isso tenha ocorrido em
tempo suficiente para que você consiga uma boa nota numa avaliação, mas se as
informações não estão armazenadas no córtex, elas não representarão um
APRENDIZADO PARA TODA A VIDA!

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Figura 2.1 Comparando as duas regiões do nosso cérebro a um computador.

Nosso cérebro é muito semelhante a um computador: o sistema límbico


representa uma memória de baixa capacidade e provisória, enquanto, o córtex
representa uma memória de alta capacidade e definitiva.

Toda informação que chega até você fica armazenada em seu sistema límbico., ou
seja, na sua memória provisória. Tudo aquilo que você ouve e/ou enxerga são informações
que ficam retidas ao longo do dia nesta região do seu cérebro. Mas você deve estar se
perguntando por quanto tempo essa informação fica armazenada no seu sistema límbico.
Então, vamos entender alguns pontos importantes. Sabe quando você sente aquele
cansaço mental, seguido de sono? Isso não é um cansaço físico, mas sim um sinal que seu
sistema límbico atingiu sua capacidade e precisa ser “resetado”. Esse é o motivo pelo
qual sentirmos sono, ou seja, a necessidade de esvaziar nossa memória provisória.
Um aspecto importante é que tudo aquilo que você vê e escuta fica armazenado
no seu sistema límbico, ou seja, dependendo das suas atividades diárias, você pode
ocupar esse memória com informações não relevantes, o que pode comprometer seu
desempenho no trabalho ou nos estudos.

Figura 2.2 As informações são armazenadas e apagadas ao longo do dia no sistema límbico.

As informações são armazenadas No fim do dia nossa “memória


provisoriamente no sistema límbico ao provisória” está cheia e precisa ser
longo do dia. esvaziada.

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Profa. Dra. Simone Garcia de Ávila Entendendo como nosso cérebro funciona

Vamos entender agora por quanto tempo as informações ficam armazenadas no


sistema límbico. Conforme eu havia dito, o sono é um sinal que nosso sistema límbico
precisa ser deletado. Isso significa que essas informações são apagadas quando
dormimos. Isso explica porque você consegue boas notas quando estuda no mesmo dia
para uma prova, entretanto, no dia seguinte já não lembra mais nada do tema. Por isso,
tirar boas notas não é sinônimo de aprendizado. Elas podem ser sim consequência de um
aprendizado verdadeiro, mas não são garantia que algo realmente foi aprendido.
Quem estuda encima da hora retém as informações apenas na memória
provisória, o que faz com que o assunto seja esquecido (apagado da memória)
posteriormente.

Figura 2.3 As informações são apagadas do sistema límbico enquanto dormimos.

Enquanto você dorme, seus sistema límbico é “resetado”, assim, todas aquelas
informações que ficaram retidas na sua memória provisória são apagadas.

Claro que não serão todas as informações do sistema límbico que serão apagadas,
pois parte delas podem ser armazenadas de forma definitiva no córtex. Se isso acontecer,
consequentemente, essa informação será transformada em um aprendizado e, uma vez
aprendido, a informação não será mais esquecida. Existem técnicas e hábitos adequados
que irão lhe ajudar a reter essas informações de modo adequado, apagando aquelas que
não são úteis e salvando aquelas que são necessárias, mas antes disso vamos entender o
que ocorre conosco durante o sono.

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Profa. Dra. Simone Garcia de Ávila O que acontece quando você dorme

O QUE ACONTECE QUANDO


VOCÊ DORME
As informações retidas no sistema límbico
são apagadas durante o sono

Se fixarmos eletrodos na cabeça de uma pessoa enquanto ela dorme, podemos


registrar os estímulos elétricos que ocorrem durante o sono. O gráfico a seguir representa
o perfil da atividade elétrica registrada durante o sono de uma pessoa. Podemos observar
momentos de intensa atividade elétrica e outros de sono profundo. As atividades
elétricas intensas caracterizam o sonho, enquanto, o sono profundo é caracterizado por
uma baixa atividade cerebral.
Existem estudos feitos com pessoas que eram acordadas durante o período de
intensa atividade cerebral, ou seja, elas eram acordadas durante o período que ocorria o
sonho. Foi observado que essas pessoas não apresentavam um quadro de descanso, pois
acordavam cansadas e apresentavam um baixo rendimento ao longo do dia. Enquanto
outras que eram acordadas durante o período de sono profundo não apresentavam esses
sintomas. Isso pode ser explicado porque durante o período de intensa atividade cerebral
nosso sistema límbico esta sendo restaurado, assim, se o sono for interrompido neste
período, as informações retidas no sistema límbico não serão apagadas, o que justifica o
cansaço e baixo rendimento no dia seguinte.

Figura 2.4 Representação da atividade elétrica cerebral durante o sono.

Nossa memória provisória é restaurada durante o período de intensa atividade cerebral


que ocorre durante o sono, ou seja, nos momentos em que estamos sonhando.

Química. Saiba como aprender MAIS estudando MENOS 2020 20


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Profa. Dra. Simone Garcia de Ávila Como o aprendizado ocorre

COMO O APRENDIZADO
OCORRE
O aprendizado acontece quando armazenamos
as informações no córtex

Ao mesmo tempo que as informações são apagadas do nosso sistema límbico


durante o sono, algumas informações são transferidas para o córtex e quando isso
acontece elas passam a ser armazenadas de forma definitiva. Entretanto, isso só ocorre
quando há um preparo prévio e é sobre isso que vamos falar agora.
Nosso cérebro é uma massa de gordura composta por células denominadas
neurônios (Figura 2.5), que apresentam algumas características diferenciadas em relação
às outras células do corpo humano: apresentam uma estrutura ramificada (dendritos),
cujos terminais permitem a conexão com outros neurônios. Por meio dos axônios ocorre
a transmissão de um pulso eletroquímico, enviando sinal para outros dendritos de outros
neurônios. Um conjunto de centenas ou milhares de neurônios caracteriza uma rede
neutral.

Figura 2.5 Representação de um neurônio.

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Profa. Dra. Simone Garcia de Ávila Como o aprendizado ocorre

Como o aprendizado ocorre


A transformação de uma informação em conhecimento ocorre quando as redes
neurais são reconfiguradas, mas para que isso aconteça é necessário um preparo prévio e
esse é o ponto chave do aprendizado. A decisão do que irá ser apagado de modo
definitivo e o que irá ser “salvo” de modo permanente no nosso córtex está relacionada a
uma carga emocional e não racional. Isso significa que o aprendizado está relacionado a
uma emoção (alegria ou tristeza, por exemplo).

Figura 2.6 Durante o sono as redes neurais são reconfiguradas.

O aprendizado é alcançado quando as nossas redes neurais forem reconfiguradas no


córtex, ou seja, algumas informações armazenadas no nosso sistema límbico são
transferidas para o córtex durante o sono ao invés de serem apagadas de modo
definitivo.

A QUALIDADE DO SONO
INFLUENCIA NO APRENDIZADO
Um vídeo que fala sobre a importância do sono
no processo de aprendizagem
CLIQUE AQUI PARA ASSISTIR

Química. Saiba como aprender MAIS estudando MENOS 2020 22


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Profa. Dra. Simone Garcia de Ávila Como o aprendizado ocorre

Para que você entenda que o aprendizado não é algo racional mas sim emocional,
vamos tomar como exemplo o emagrecimento ou a opção por um estilo de alimentação
mais saudável. Muitos de nós sabemos o que é melhor ou não comer, porém, muitas
vezes não o fazemos. Tudo isso porque as decisões não são tomadas pela razão, mas sim
pela emoção.
A grande questão é que a maioria das aulas não estão diretamente relacionadas
com emoções. Entretanto, existem técnicas que podem ser utilizadas para que o
aprendizado aconteça. O que você já deve ter percebido é que normalmente assistimos a
uma aula durante o dia, armazenando, assim, as informações em nosso sistema límbico,
entretanto, essas informações são deletadas da nossa memória enquanto dormimos. Ou
seja, aquilo que recebemos de informações é esquecido após uma noite de sono. Vamos
entender como revertemos isso.
A emoção proporciona uma conexão neural extremamente forte, todavia, quando
fazemos algo, criamos conexões neurais também, mas são conexões neurais leves. Isso
significa que o ato de fazer ou praticar algo auxilia na formação de redes neurais. Apesar
de leve, quanto mais você pratica, essas redes neurais vão se tornando cada vez mais
fortes. Isso significa que, para reforçar suas redes neurais, você deve sempre praticar um
pouco.
Acredito que você deve estar se perguntando quando e como essa prática deve
ser feita. Então, você deve ESTUDAR, ANTES QUE PASSE UMA NOITE DE SONO. Em
outras palavras, as informações precisam ser colocadas em práticas antes que seu sistema
límbico seja resetado. Se você ESTUDAR POUCO, mas TODOS OS DIAS, as informações
estudas ou praticadas serão armazenadas de modo definitivo no seu córtex durante o
sono. Por isso sempre reforço, o estudo não é QUANTIDADE, mas sim QUALIDADE. Se
você estuda em horário noturno, sugiro que reserve ao menos uns 40 minutos da sua
noite para praticar o que foi visto em sala de aula, seja na forma de resumos ou resolução
de exercícios. Faça isso sempre ANTES DE DORMIR. Outra possibilidade, é anotar a
explicação do professor durante a aula. Não me refiro a anotar o que está escrito no
quadro, mas sim informações extras que fazem parte da explicação do professor. Essa
atitude também é uma forma de praticar e exercitar o assunto que esta sendo explorado.
Você sente sono durante a aula? Vamos falar um pouco sobre isso.

Química. Saiba como aprender MAIS estudando MENOS 2020 23


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Profa. Dra. Simone Garcia de Ávila Como o aprendizado ocorre

Outro problema de quem frequenta aulas em horário noturno é o cansaço


decorrente do sistema límbico estar saturado. Tudo que vemos e ouvimos ao longo do dia é
armazenado no sistema límbico, portanto, não se surpreenda se ao assistir aula a noite você
se sinta cansado e com sono. É um sinal que seu sistema límbico precisa ser resetado e isso
faz com que você tenha dificuldade de armazenar as informações até mesmo de modo
provisório. É possível minimizar esse efeito? Claro que sim! Desde que você selecione aquilo
que realmente deve ser armazenado no sistema límbico. Atividades de passatempo que são
realizadas ao longo do dia também são informações recebidas e que ocuparam espaço no
seu sistema límbico, por isso, permanecer muito tempo nas redes socias e WhatsApp, por
exemplo, quando feito apenas como um passatempo, pode ocupar sua memória provisória
com informações não relevantes e não permitir com que informações realmente importantes
sejam armazenadas. Por isso, comece a notar as atividades que você realiza ao longo do dia
e tente evitar aquelas desnecessárias e que não lhe confere aprendizado algum.

Tudo aquilo que você vê, lê ou ouve


durante o dia fica no seu sistema
límbico, o que pode causar o
preenchimento total destas região do
cérebro., fazendo você sentir sono
quando realiza uma atividade de
Figura 2.7 Toda informação recebida ao longo do trabalho ou estudo a noite, por
dia é armazenada no sistema límbico.
exemplo.

Lema para desenvolver sua inteligência!


“AULA DADA.... AULA ESTUDADA HOJE!”
O estudo deve ser realizado sempre antes de uma noite de sono.

Se você praticou aquela informação


nova que foi passada a você ao longo
do dia antes de dormir, durante a noite
essa informação será armazenada de
forma definitiva no seu córtex.

Figura 2.8 Algumas informações são armazenadas


no córtex enquanto dormimos.

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COMO DEVO ESTUDAR


Aplicando a Técnica Pomodoro para otimizar seu
rendimento no trabalho e estudo

Conforme já havíamos conversado, estudo não é quantidade mais sim qualidade.


Isso significa que não adianta ficar horas estudando compulsivamente. Você pode
estudar pouco, mas da maneira correta.
Existem algumas substâncias químicas que são essenciais para o bom
funcionamento dos neurônios, que são os neurotransmissores. Essas substâncias são
consumidas durante intensa atividade cerebral e podem se esgotar após 30 ou 40
minutos de atividade. Por isso, quando você permanece muito tempo estudando ou
fazendo uma certa atividade, você começa a sentir cansaço e/ou desvio de atenção,
fazendo com que seu rendimento seja comprometido. Assim, para que você possa
realizar a atividade com desempenho desejável, é necessário que seu cérebro
recomponha essas substâncias químicas, sendo necessário um pequeno período de
descanso.
Existem algumas técnicas de estudo que foram desenvolvidas com base neste
princípio. Uma delas é técnica do POMODORO. Essa técnica se baseia em ciclos de
atenção e descanso que podem ser aplicados tanto para estudar quanto para desenvolver
uma atividade de trabalho. Existem alguns softwares e aplicativos para celulares que
podem ajudar você a utilizar a técnica, entretanto, sua aplicação é muito simples, sendo
necessário apenas um controlador de tempo. O recomendado é que você se concentre
nos estudos por 25 minutos, desconectando todas as fontes de distrações. O interessante
do uso de softwares para computadores é que, além de controlar o tempo, eles
bloqueiam sites de notícias e redes sociais enquanto você está estudando. Passado esse
intervalo de tempo, você deve descansar por 5 minutos.
É importante que durante o descanso você não realize atividades que possam
armazenar informações no seu sistema límbico, caso contrário, VOCÊ NÃO ESTARÁ
DESCANSANDO. Aproveite esse tempo para alongar e hidratar seu corpo.

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A maioria dos aplicativos que permite você aplicar essa técnica já vem
programado com o tempo de 25 minutos para realização das atividades e 5 minutos para
descanso, porém, você pode realizar ajustes nesse tempo, se julgar necessário. Conheço
pessoas que se concentram por 50 minutos e depois fazem 10 minutos de descanso. No
meu caso, 25 minutos de concentração e 5 minutos de descanso funcionam muito bem.
Cada ciclo de 25 minutos é chamado de um pomodoro. A técnica foi desenvolvida na
Itália e levou esse nome porque era comum o uso de um cronometro no formato de
tomate (pomodoro significa tomate em italiano).
Outro aspecto importante é que a cada quatro pomodoros concluídos, você tenha
um tempo maior de pausa, podendo ela ser de 30 minutos. Se você quiser saber mais
sobre a aplicação da técnica Pomodoro, vou deixar uma sugestão de vídeo no final desta
página. Nele você encontrará algumas sugestões de aplicativos.
Você já deve ter percebido que o que faz você aprender não é a aula em si, mas o
ato de você colocar em prática sozinho aquilo que você viu em sala de aula. Em outras
palavras, não é durante a aula que você aprende. DURANTE A AULA VOCÊ APENAS
ENTENDE. Aprender é algo que você faz sozinho, quando está estudando. Por isso, esse
período é muito mais importante do que aquele que você passa assistindo uma aula.
Aproveito a oportunidade para explicar a diferença entre aluno e estudante. Essas
palavras não significam a mesma coisa. O aluno é aquele que atua de forma passiva,
enquanto o estudante atua de modo ativo, ou seja, o estudante é aquele que coloca em
prática o conhecimento. No momento que você está assistindo a uma aula, você se
comporta como um aluno. Está apenas entendendo e não aprendendo. Se você
realmente quer aprender de verdade, saia da situação de aluno e passe para a situação de
estudante.

TÉCNICA DO POMODORO
Temos um vídeo para você explicando melhor
sobre a Técnica do Pomodoro
CLIQUE AQUI PARA ASSISTIR

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Ouvir música e estudar é uma combinação interessante

A figura a seguir representa o cérebro humano visto de cima. Podemos observar a


divisão do cérebro em dois hemisférios, sendo que cada um deles é responsável por
realizar algumas atividades específicas. Enquanto no hemisfério direito temos os módulos
cognitivos Linguístico e Lógico-Matemática, no hemisfério esquerdo temos o Musical e
Espacial.

Estudar ouvindo uma música


instrumental faz com que as quatro
regiões do cérebro estejam ativadas,
minimizando as distrações.

Figura 2.9 Representação das quatros regiões de habilidade do cérebro.

Você já observou que conseguimos realizar várias tarefas ao mesmo tempo? Por
exemplo, você consegue dirigir e ouvir música ao mesmo tempo, mas não consegue
conversar com duas pessoas ao mesmo tempo ou ler um texto e conversar com alguém
ao mesmo tempo. A realização de várias tarefas diferentes só é possível quando você
utiliza as diferentes regiões do cérebro.

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Você já deve ter percebido que para aprender Química você utiliza as habilidades
1, 2 e 4. A linguística praticamente esta presente em tudo que estudamos. A Química é
uma ciência exata, portanto, a habilidade lógico-matemática é fundamental. Além disso,
o estudo microscópico e a capacidade de imaginar moléculas em três dimensões requer
o uso da habilidade espacial. Portanto, se você estudar ouvindo música, irá ativar o lado
do cérebro referente à habilidade musical e isso não irá interferir nas demais atividades,
desde que você ouça uma música apenas instrumental. Se você estiver escutando uma
música cantada em um idioma que você conheça, irá interferir no seu lado linguístico do
cérebro. Estudar ouvindo uma música instrumental não só não atrapalha os estudos
como também faz bem, pois ajudará a abafar outros ruídos do meio que você se
encontra, minimizando as interferências e distrações.

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Se eu faço, eu aprendo!

Apesar de termos falado bastante sobre quando estudar, quanto estudar e quais
técnicas podemos utilizar para isso, pouco falamos sobre como realmente você estuda.
Para isso, gostaria que você observasse as frases a seguir, que são provenientes de um
ditado chinês:
SE EU OUÇO.... EU ESQUEÇO
SE EU VEJO .... EU ENTENDO
SE EU FAÇO .... EU APRENDO

Quando você está assistindo a uma aula ou palestra você está apenas vendo e
ouvindo, ou seja, você se encontra em uma situação totalmente passiva (comportamento
de aluno), o que vai gerar entendimento e possível esquecimento se não for praticado.
Como eu já mencionei, um aluno apenas entende. Para que você aprenda, é preciso ter
um comportamento ativo (comportamento de estudante) e praticar aquilo que foi
entendido. Isso significa que estudar não é olhar um livro aberto de forma passiva, mas
sim, fazer resumos do texto, escrevendo-o em uma folha de papel. Isso mesmo! Estudar
não é grifar um texto e nem digitá-lo. ESTUDAR É ESCREVER!
Estudar é resolver uma situação problema, resolver um exercício, escrever os
pontos mais importantes de um texto...
Você já parou para pensar que ministrar uma palestra ou seminário pode ser uma
ferramenta excelente para o aprendizado? Conforme já falamos, nosso cérebro aprende
quando praticamos alguma coisa ou quando há uma emoção. Ministrar uma palestra é
uma forma de você se colocar em um modo ativo ao invés de passivo e, além disso,
dificilmente uma pessoa não sentirá um certo desconforto emocional ao realizar essa
atividade. Portanto, ministrar uma palestra faz com que você utilize as duas ferramentas
que levam ao aprendizado: a prática e a emoção.
Ainda falando sobre a importância de praticar, apesar de muitas pessoas terem
mais dificuldades com ciências exatas em relação às ciências humanas, é muito comum
esquecermos o que aprendemos quando criança em uma aula de história e lembramos
do que aprendemos em uma aula de matemática. É simples explicar isso: história pode
ser fácil de ser entendida, mas só será aprendida se for praticada, enquanto a matemática
por si só exige prática, por isso não é esquecida.

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Hábitos que podem otimizar nossa inteligência

A primeira coisa que pode verdadeiramente otimizar o desenvolvimento da sua


inteligência é você acreditar em você mesmo, ou seja, acreditar que você pode. Conforme
mencionei, a inteligência não é algo que nasce conosco, mas sim algo que pode ser
desenvolvido por meio de hábitos e atitudes corretas. Portanto, não existem pessoas mais
inteligentes do que outras, existem apenas pessoas que desenvolveram hábitos que
otimizam o aprendizado e você também pode conquistar isso, basta começar com
pequenas mudanças, dando pequenos avanços diários.
Outro aspecto importante é que você evite distrações e coisas que podem sabotar
nossa inteligência. Assistir televisão e passar muito tempo nas redes sociais podem ser
uma destas coisas. Além destas práticas ocuparem a memória do seu sistema límbico
com informações não relevantes, a televisão, por exemplo, pode atrapalhar o poder de
imaginação.
Enquanto o hábito de leitura permite com que você crie modelos mentais,
auxiliando na imaginação e, consequentemente, no desenvolvimento da criatividade,
assistir televisão não ativa a imaginação, pois as imagens estão sendo visualizadas, não
forçando seu cérebro a criá-las. Além disso, assistir a programas que envolvam tragédias
ou qualquer coisa que envolva emoção pode não só ocupar seu sistema límbico como ser
armazenado de forma definitiva no córtex. Tome cuidado com o que você vê e ouve
durante o dia, isso pode interferir no seu aprendizado. Quanto mais você preencher sua
memória provisória com informações fúteis ao longo do dia, menos você irá aprender,
pois nosso sistema límbico tem um limite de armazenamento de informações. NÃO
SATURE SEU SISTEMA LÍMBICO COM COISAS QUE NÃO SÃO RELEVANTES.
O segredo do aprendizado é ESTUDAR POUCO, mas ESTUDAR TODOS OS DIAS.
Você deve sempre praticar aquilo que foi visto em sala de aula no mesmo dia, sempre
antes de uma noite de sono.

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Profa. Dra. Simone Garcia de Ávila Como devo estudar

Por que estudar pouco, mas todos os dias?

Eu costumo associar nossa inteligência como uma escada. Vamos imaginar uma
escada da inteligência! Essa escada pode ser infinita, porém, só podemos subir um
degrau a cada dia. Isso acontece porque o nosso sistema límbico apresenta uma baixa
capacidade de armazenamento e ele sempre será restaurado após uma noite de sono,
portanto, você tem uma capacidade limite de informações que pode receber ao longo de
um dia. Deste modo, a cada dia você tem uma nova chance de subir um degrau desta
escada , mas APENAS UM DEGRAU.
Se você chegou até aqui, significa que você é uma pessoa diferenciada e busca
seu desenvolvimento constante, por isso, gostaria que sempre antes de dormir você
fizesse a seguinte pergunta para você mesmo: “ Hoje eu aprendi alguma coisa nova?” Se
a resposta for SIM, você pode dormir tranquilo, pois durante o sono suas redes neurais
irão se reconfigurar e no dia seguinte você acordará em um degrau acima da sua escada
da inteligência. Entretanto, se a sua resposta for NÃO, o que eu tenho a lhe dizer é que
você acabou de desperdiçar um dia de aprendizado que não volta mais, pois você tem
um limite diário de informações que podem ser armazenadas. Por isso, costumo dizer
que aqueles que não pararam e não desperdiçaram um dia de aprendizado estarão tão
acima na escada da inteligência e será cada vez mais difícil de alcançá-los. SERÁ QUE
VOCÊ ESTÁ CAMINHANDO NA SUA ESCADA DA INTELIGÊNCIA CORRETAMENTE?
Pense nisso!

Sua inteligência é como uma


escada na qual você só pode
subir um degrau por dia.

Aqueles que não pararam, jamais poderão ser alcançados.

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Profa. Dra. Simone Garcia de Ávila Finais

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Se esse material fez sentido para você, divulgue essas informações, pois as
considero muito importante para o desenvolvimento da sociedade. Além disso, coloque
em prática as informações que você aprendeu e conte para mim as mudanças que esses
novos hábitos estão gerando na sua vida. Vou ficar muito feliz em saber como essas
informações têm ajudado você.
Para aqueles que são professores, pensem sobre tudo isso e como vocês podem
utilizar essas informações de modo a tornar suas aulas mais atrativas e ao mesmo tempo
transformar seu alunos em estudantes, propondo atividades significativas que os coloquem
em um modo ativo.
Gostaria de fazer menção à memória do professor Pierluigi Piazzi, carinhosamente
conhecido como professor Pier. Esse brilhante professor foi o primeiro a expor os
conceitos de neurociências aplicados ao aprendizado, mostrando como a compreensão do
funcionamento do nosso cérebro são importantes para o aprendizado e desenvolvimento
pessoal. Esse e-book é uma prova que a luta e a causa defendida pelo professor Pier ainda
estão vivas.
Gostaria também de agradecer a todos vocês que me seguem nas redes sociais e
que têm acompanhando meu trabalho. Aproveito para dizer que estou MUITO FELIZ por
ter encontrado pessoas que buscam aprender de verdade e que buscam melhorar a cada
dia.
Termino esse material deixando mais dois presentes a você! Um vídeo que pode
ajudar você a entender melhor tudo isso que discutimos aqui e outro que fará você
entender porque é comum ocorrer o esquecimento quando estamos sendo avaliados. Isso
já aconteceu com você?

COMO APRENDER DE VERDADE?


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POR QUE ESQUECEMOS O QUE FOI ESTUDADO


QUANDO ESTAMOS SENDO AVALIADOS?
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Profa. Dra. Simone Garcia de Ávila Referências

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ATKINS, P. e JONES, L. Princípios de Química: Questionando a vida moderna e o meio


ambiente. 3ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. 968 p.

CHAMINE, S. Inteligência Positiva. 1ª ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013. 224 p.

PIAZZI, P. Aprendendo Inteligência: Manual de instruções do cérebro para estudantes


em geral. 3ª ed. São Paulo: Aleph, 2014. 134 p.

PIAZZI, P. Ensinando Inteligência: Manual de instruções do cérebro de seu aluno. 2ª ed.


São Paulo: Aleph, 2014. 218 p.

PIAZZI, P. Estimulando inteligência: Manual de instruções do cérebro de seu filho. 2ª ed.


São Paulo: Aleph, 2014. 170 p.

PIAZZI, P. Inteligência em Concursos: Manual de instruções do cérebro para concurseiros


e vestibulandos. 2ª ed. São Paulo: Aleph, 2015. 218 p.

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Profa. Dra. Simone Garcia de Ávila Conhecendo a autora

Profa. Dra. Simone Garcia de Ávila

É graduada em Química, nas modalidade de Licenciatura Plena e


Bacharelado com Atribuições Tecnológicas. Possui Mestrado em
Química/Química Analítica e Doutorado em Ciências/Química,
ambos pelo Instituto de Química da Universidade de São Paulo.
Possui especialização em Neurociência e Comportamento pela
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). É
uma das autora da obra Ser Protagonista/Química e atualmente
trabalha como professora universitária de Química. É criadora do
canal The Best Professor – Química para Universitários, que tem
como propósito contribuir para um Ensino de Química de
qualidade, publicando materiais didáticos diversos (vídeo aulas, e-
book, etc.) de alta qualidade para professores e estudantes de
graduação, que visam um aprendizado significativo e excelência
naquilo que faz.

Equipe Técnica
Aline Nascimento dos Reis (Bacharel em Química)
Cristiano Maciel de Assis (Bacharel em Química)

contato@thebestprofessor.com.br

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Publicação: 02/10/2020
Profa. Dra. Simone Garcia de Ávila Contatos

CONTEÚDO
Profa. Dra. Simone Garcia de Ávila
EQUIPE TÉCNICA
Aline Nascimento dos Reis (Bacharel em Química)
Cristiano Maciel de Assis (Bacharel em Química)

The Best Professor – Química para universitários

/contatos

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