DO
PROFESSOR
PARTE ESPECÍFICA, 42
Unidade 1: Descobrindo os seres vivos, 42
Unidade 2: As formas de vida mais simples, 50
Unidade 3: Os animais invertebrados, 54
Unidade 4: Os animais vertebrados, 59
Unidade 5: O reino das plantas, 61
Os autores
Organização
Os temas das Ciências Naturais são tratados em unidades, que estão divididas em capítulos.
O sumário mostra os temas que são abordados.
Cada unidade inicia com uma dupla de páginas com fotos sobre determinado tema e uma
frase para você trabalhar com seus alunos. Sugerimos que você peça para os alunos lerem a frase.
Depois, peça a alguns alunos que digam o que compreenderam a respeito do assunto abordado.
Escolha um aluno para escrever uma pequena redação baseada na frase. A cada unidade, isso po-
derá ser repetido com outro aluno. A redação deverá ser lida em voz alta para todos da classe.
Cada capítulo inicia-se com um texto, um gráfico, uma tabela, uma foto ou outro recurso
que sensibilize, desafie ou motive os alunos a prosseguir.
Em cada capítulo há seções, que representam o compasso metodológico proposto.
Pense no assunto
Esta seção pode ser utilizada para os alunos verbalizarem o que já sabem, ao trocar idéias
com você e com os colegas. Você pode pedir aos alunos que anotem as idéias principais que
surgirem. Elas podem ser revistas no fim do capítulo.
Desenvolvimento metodológico
O texto foi concebido considerando que o aluno traz para a escola um saber prévio e questões
a respeito da natureza, de si próprio e de relações entre Ciência, Tecnologia e Sociedade.
Conteúdo e abordagem
A coleção aborda os seguintes temas:
Unidade 6 – Energia
Oitava série: Capítulo 17. O que é energia
Unidade 1. Estrutura da matéria Capítulo 18. Eletricidade estática
Capítulo 1. Matéria: uma visão inicial. Capítulo 19. A eletricidade dinâmica
Capítulo 2. Propriedades físicas da matéria Capítulo 20. Magnetismo e eletromagnetismo
Capítulo 3. Estrutura do átomo
Capítulo 4. Os elementos químicos
Unidade 7 – Ondas
Capítulo 5. A organização da eletrosfera Capítulo 21. O som e as ondas
Capítulo 6. A classificação periódica dos Capítulo 22. A luz e as ondas
elementos Capítulo 23. Espelhos e lentes
Capítulo 7. As ligações químicas Capítulo 24. Energia térmica
Professores e professoras sabem que cada aula é singular, diferente de qualquer outra já
dada. Há circunstâncias gerais, entretanto, que influenciam e se fazem representar nas aulas de
cada época.
Buscando revelar os fatores que caracterizaram os últimos decênios e influenciaram a prática
do ensino de ciências, Myriam Krasilchik elaborou o seguinte quadro-síntese:
Fonte: Myriam Krasilchik. “Formação de professores e ensino de ciências: tendências nos anos 90”.
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Desenvolvimento de habilidades e o
ensino de ciências
A ciência trabalha com idéias, e com o pensamento sistematizado, desenvolve processos,
descobre modos de funcionamento do universo, da natureza, dos seres, das sociedades. Procura
exatidão e baseia-se em critérios rigorosos, que garantam determinados níveis de verdade nas
suas conclusões. Esses critérios compõem a metodologia científica. Para aplicar a metodologia
científica, certas habilidades de pensamento precisam ser desenvolvidas.
Vamos refletir um pouco sobre cada uma das habilidades de pensamento que podem ser
desenvolvidas com o ensino de ciências.
Observar
Todos nós observamos. A observação em si não precisa ser ensinada. A habilidade de observar
desenvolvida com o ensino de Ciências é a habilidade de selecionar o que precisa ser observado,
de decidir em que é preciso prestar atenção. Olhar atentamente, perceber detalhes, perceber o
que é importante, orientar a atenção, focalizar o olhar.
A observação é a base para o desenvolvimento de outras habilidades. A descrição das qua-
lidades daquilo que é observado e a classificação são habilidades relacionadas com a observação
e são impossíveis de se realizar sem observação bem-feita.
Comparar e classificar
A habilidade de classificar implica agrupar por semelhança.
Nos métodos ativos de ensino, procuramos explicitar, tornar claro que os processos intuitivos
de classificação podem estar sendo utilizados em determinada atividade. Por exemplo, pedimos
aos alunos que descrevam as qualidades de um macaco, de uma capivara e de um jacaré. Pedimos
que comparem essas qualidades e então explicitamos os critérios usados na comparação: forma
do corpo, tipo de pele, tamanho, cores etc.
Relatar
Relatar o que vimos, ouvimos e pensamos. Os relatos podem ser orais e escritos. Escrever
é uma capacidade indispensável na produção do conhecimento científico. Escrever e falar cor-
retamente são habilidades necessárias para todo tipo de relato, seja científico ou não. Relatar
exercita várias habilidades de pensamento.
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Analisar
A análise é a habilidade de decompor um todo em suas partes constitutivas e o estudo das
relações dessas partes entre si e na formação de uma totalidade. Também analisamos quando estu-
damos um processo, começando o estudo pelos efeitos ou conseqüências, até chegar às causas.
Analisar é realizar um exame minucioso, detalhado, cuidadoso das partes.
Complementando a análise, o processo de síntese possibilita uma visão da totalidade.
Experimentar
Realizam-se experimentos com a intenção de demonstrar como algo funciona, a veracidade
ou a eficiência de um processo ou procedimento. O encadeamento entre algumas causas e efeitos
também pode ser compreendido pela experimentação.
Na experimentação é preciso ter claro o que está sendo investigado e que passos e proce-
dimentos são necessários.
Elaborar questões
A habilidade de levantar questões sobre determinado assunto desenvolve-se quando pro-
curamos definir o que já sabemos e o que nos falta saber sobre um tema. Elaboramos questões
no início do desenvolvimento de um tema para orientar nossa pesquisa, elaboramos questões
mais específicas para entrevistar alguém e ainda elaboramos questões para nos orientar num
debate.
Debater oralmente
Essa atividade leva o aluno a aprender a ouvir, procurar compreender as idéias e os ar-
gumentos que os outros expõem, expor as próprias idéias ou as idéias do grupo, expressar-se
utilizando os conceitos científicos, esperar a vez de falar, procurar as respostas para questões
colocadas por alguém. Estas e outras habilidades que envolvem atitudes e comportamentos e
também a organização e articulação entre o pensamento e a linguagem podem ser desenvolvidas
nos debates orais sobre os conteúdos das ciências naturais.
Ao debater, também estamos exercitando, mesmo sem perceber, outras habilidades do
pensamento, como a observação, o relacionamento entre o que foi observado, lido, escrito e
organizado. O que observamos comparamos; nossas suposições, nossas experiências e experi-
mentações, tudo pode estar presente no debate.
Aprender a participar e a contribuir num debate requer que sejam desenvolvidos sentimentos
e atitudes de cooperação, de sustentação da curiosidade, de seriedade na busca das respostas mais
adequadas e satisfatórias e que tenham por base informações e interpretações científicas.
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Pesquisar bibliografia
Aprender a procurar um assunto nos livros ou aprender onde podemos encontrar informações
sobre o tema que nos interessa é muito importante para desenvolver autonomia no processo de
construção do conhecimento.
Podemos pedir a cada aluno para trazer um livro de casa, tomar um emprestado de um amigo,
vizinho ou conhecido ou visitar a biblioteca pública, onde houver. A exploração dos índices dos
livros é um bom começo, levando à seleção de títulos de capítulos que pareçam ter afinidade com
o assunto estudado. Mas nem todos os livros facilitam a busca dos temas pelo índice. Folhear,
ler, anotar pequenos textos ou as páginas onde se encontram são exercícios que ajudam a busca
de informações. O trabalho com os alunos organizados em duplas, buscando informações num
mesmo livro, pode ser produtivo. Algumas vezes, pode-se pedir aos alunos que descrevam para
os colegas os conteúdos presentes no livro que estão estudando.
Anotar o nome do livro, o autor, o nome ou número dos capítulos que interessam e as
páginas onde se encontram, o ano da publicação e a editora que publicou o livro, a escrita de
resumos, de fichas de leitura dos livros com a referência às idéias principais ou mesmo a cópia
de pequenos textos com as idéias principais, copiadas entre aspas, anotando as páginas onde se
encontram, são ações que criam novas habilidades nos alunos.
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Definição do tema
A definição do tema é nosso ponto de partida na elaboração de um projeto. Nossa sugestão
é que os alunos participem ao máximo desde os primeiros passos, desde a definição do tema. O
professor pode ir orientando sobre a diversidade de olhares possíveis sobre o tema e aproximando
essa definição das áreas de estudo definidas para aquela série escolar.
Apresentamos a seguir algumas idéias sobre lixo. Procuramos garantir os olhares da trans-
versalidade e da interdisciplinaridade.
Em geral, concordamos com a idéia de que lixo é aquilo que sobra, que não serve mais para
nada. No entanto, aquilo que não serve e que sobra para nós pode estar faltando para outros. O
que tratamos como resto não é o mesmo para diferentes grupos sociais para diferentes socieda-
des e para diferentes épocas da história. Existem grupos e sociedades que produzem pouco ou
quase nenhum lixo. Existem grupos sociais e sociedades que não produzem sobras, seja porque
suas sobras são orgânicas e podem ser rapidamente incorporadas aos ciclos de vida natural, seja
porque a produção de sobras é mesmo muito reduzida. Nossa sociedade industrial, vista como um
todo indiferenciado, tem sido campeã na produção dos mais diversos tipos de sobras. As cascas
dos legumes que dispensamos ao preparar nossa comida, as embalagens de papel, papelão e
plástico, latas e vidros são exemplos do nosso lixo no ambiente doméstico. Restos de madeiras,
de arames de ferro são algumas das sobras industriais. Gases, vapores carregados de chumbo,
gerados pelos veículos ou pelas atividades industriais, são exemplo de sobras que ficam no ar.
Papéis e esqueletos de canetas sem tinta são exemplos de lixo escolar. Pilhas usadas, lâmpadas
queimadas, roupas rasgadas. . . Tudo o que dispensamos por não nos servir para nada pode ser
considerado lixo. No entanto, o que é lixo para alguns pode ser matéria útil para outros.
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Objetivos do projeto
A definição dos objetivos é um passo muito importante na elaboração e na execução de
projetos. Os objetivos definem até onde queremos chegar no conhecimento. Os objetivos tam-
bém orientam a definição de etapas, passos e atividades a serem desenvolvidos em cada fase
e, finalmente orientam o que será avaliado ao finalizarmos o projeto. Sugerimos os seguintes
objetivos para um projeto sobre o lixo, organizado a partir da perspectiva das Ciências Naturais,
entrelaçadas às Ciências Humanas e à educação ambiental:
• Conhecer e ampliar as concepções que os alunos tenham sobre as relações entre ambien-
tes, seres vivos, corpo humano, lixo e comportamento humano.
• Possibilitar análises das conseqüências da produção de lixo para os diferentes ambientes,
diferentes espécies vivas, diferentes grupos humanos.
• Possibilitar análises dos valores, atitudes e comportamentos dos alunos em relação ao
lixo, no ambiente doméstico e escolar.
• Conhecer e ampliar conhecimentos sobre as relações entre ambiente, trabalho, consumo
e lixo.
• Conhecer e ampliar o conhecimento das relações entre ambiente, saúde e lixo.
• Conhecer e ampliar a compreensão sobre as relações entre o conhecimento científico da
biologia, da física e da química e as questões ambientais naturais e culturais relativas à produção
de lixo.
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3 – O que fazer?
• Organizar um debate sobre a responsabilidade individual e grupal em relação ao planeta.
• Conhecer e analisar resultados de coleta seletiva.
• Organizar coleta seletiva na escola e em casa; quando for possível, articular essa sepa-
ração com cooperativas ou outras organizações de coleta seletiva.
• Conhecer e analisar resultados de reciclagem.
• Listar comportamentos que podem ser mudados.
• Conceber possibilidades de redução na produção de lixo.
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Algumas considerações
Um livro pode ser usado de diversas formas num curso de ciências. Quem se lembra dos livros
de Ciências que usou quando ainda era aluno? Muitos de nós, quando estudantes, tivemos como
modelo aulas em que o professor, de forma expositiva, apresentava ou descrevia os conteúdos en-
quanto fazíamos a leitura posterior dos textos do livro e realizávamos as atividades propostas ao seu
final. O professor geralmente conferia se tínhamos feito a tarefa, cujas atividades, na maior parte
das vezes nem sequer eram discutidas. Essas práticas, apesar dos avanços teóricos na compreensão
sobre o processo de ensino e aprendizagem, ainda podem ser encontradas em sala de aula.
Hoje nos vemos desafiados a superar esse modelo de aula e o uso “burocrático” que era
feito do livro, se quisermos, de fato, atingir os objetivos propostos para o ensino de ciências
naturais no ensino fundamental.
Esta coleção foi organizada para proporcionar situações diversificadas — trabalho individual
e trabalho coletivo, sistematização dos conteúdos, reflexões em torno de questões ambientais
e sociais relevantes, levantamento de conhecimentos prévios, estímulo à investigação – que
favoreçam uma aprendizagem significativa dos conteúdos de ciências naturais. No entanto, é
sempre bom considerar que ensinar e aprender conceitos, procedimentos e atitudes envolve o
livro, mas não se restringe a ele.
Atividades experimentais, por exemplo, despertam muito interesse entre os alunos e têm
um papel importante na educação científica destes. Elas possibilitam o desenvolvimento de
determinados conteúdos que de outra forma não poderiam ser trabalhados. Se a escola dispuser
de laboratório e equipamentos adequados, tanto melhor, pois, de fato, estas são condições que
facilitam o trabalho, mas é perfeitamente possível incluir atividades desse tipo no curso de
ciências mesmo na ausência de instalações especiais.
Na coleção há atividades que podem ser realizadas pelos alunos em casa. Nesse caso, é im-
portante que eles sejam orientados quanto à execução e ao registro dos resultados. A discussão
desses resultados e a sistematização das conclusões obtidas são etapas fundamentais que devem
ter espaço garantido em sala de aula.
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Textos complementares
Num plano de trabalho, o planejamento se compõe basicamente de três momentos: intro-
dução, desenvolvimento e sistematização.
Introdução do tema
Momento em que o professor poderá conhecer e sistematizar os conhecimentos prévios dos
alunos, iniciando a problematização e socializando o questionamento sobre tais conhecimentos.
Essa introdução pode ser feita por uma conversa acompanhada de um filme, um texto ou um
comentário sobre algum fato recente ou marcante ligado ao tema – ou por outra estratégia que
estimule a participação dos alunos. Apresentar uma situação-problema como primeira atividade
também é uma alternativa bastante interessante.
Desenvolvimento do tema
Momento em que o professor propõe formas de investigar o tema, ou de resolver a situa-
ção-problema inicialmente colocada, visando ao desenvolvimento de conceitos, procedimentos
e atitudes. Pode concretizar-se em diversos métodos ativos de ensino, com diferentes objetivos
de acordo com a natureza do tema em questão: observações diretas, experimentações, debates
registrados em texto, cartazes, desenhos ou outras atividades.
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Transversalidade e interdisciplinaridade
Estamos buscando a interdisciplinaridade quando, no planejamento das aulas, trabalhamos
com um conteúdo, dentre os temas propostos nas Ciências Naturais, e buscamos aprofundar e
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Em quais dessas classes você colocaria cada uma das definições seguintes?
Notamos que há muito em comum entre elas: todas fazem referência a um “conjunto de
condições e influências” e a “seres vivos”. Mas somente a 2a e a 4a evidenciam a interação entre
esses dois conjuntos. E nenhuma explicita uma interação com a sociedade. Diferente é a definição
dada por Maria Lúcia Libâneo, uma urbanista. Note que é globalizante, mas antropocêntrica:
“Uma totalidade composta de fatores sociais, biológicos e físicos que produzem ações e efeitos
interativos e que condicionam a vida dos grupos humanos”.
O que percebemos é a evolução do conceito de meio ambiente, cuja abrangência tem se
ampliado conforme ele vai sendo incorporado por diferentes áreas de estudo. E não é de se es-
tranhar alguma confusão nesse processo.
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Esse conteúdo pode ser tratado com a participação, por meio de entrevistas ou palestras,
de técnicos municipais e de órgãos do estado das áreas de meio ambiente, agricultura, saúde
pública, planejamento e urbanismo. A Prefeitura possui mapas do município, leis de Plano Dire-
tor, zoneamento, código de obras e de posturas etc. , que devem ser consultados e manuseados.
Pode ser feita uma maquete do município, etc.
Não são problemas ambientais? São relevantes? Podem ser tratados apenas através de uma
ótica naturalista?
O Ambiente Natural
Iremos agora tratar da meta mínima dos professores de Ciências quando tratam de meio
ambiente com seus alunos: fornecer a eles oportunidades para que construam os conceitos pró-
prios das Ciências Naturais, que são necessários ao entendimento dos assuntos ambientais.
Embora haja em alguns estados brasileiros um processo de implantação de propostas cur-
riculares específicas, na maioria das salas de aula o conteúdo em Ciências segue a seqüência O
Ambiente na 5a série, Seres vivos na 6a, Corpo Humano na 7a e Química e Física na 8a.
A 5a série é, assim, o espaço privilegiado para tratar dos assuntos ambientais. Tradicional-
mente, o ambiente é dividido em três partes: água, ar e solo. Nesta ou em outra ordem, para
cada uma dessas partes desenvolve-se o conteúdo explorando-se a origem, a composição, as
propriedades, a distribuição etc. da hidrosfera, atmosfera e litosfera terrestres e os fenômenos
que nelas ocorrem.
É possível inovar, ambientalizando esse conteúdo,
• Abordando-se aspectos que relacionam esse ambiente físico aos seres que nele vivem
(conceito de ecossistema), o fluxo de energia e o ciclo da matéria;
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A 6a série – seres vivos – também pode ser uma grande oportunidade para se desenvolver
conceitos relacionados com o ambiente, especialmente os de cunho ecológico. Basta não tratar
os seres vivos como se não dependessem do meio em que vivem. Mesmo porque a VIDA não é
um fenômeno inteligível quando se restringe seu estudo apenas ao nível dos organismos que a
manifestam, excluindo-se o ambiente. Como também é impossível construir um conceito atual de
vida sem levar em conta a teoria da evolução (respeitando-se as crenças religiosas que a negam,
mas que também podem oferecer esse tipo de significado ao conceito).
Inovações no método:
• Propor a criação de seres vivos – o aluno será levado a conhecer as condições ambientais
para manter uma certa população (de algas, protozoários, invertebrados, vegetais), reconhecer
a dificuldade de se manter uma cultura pura, ficar curioso com o comportamento dos animais
etc.
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Ampliando a meta
A partir dos 11-13 anos, segundo Piaget, o pensamento lógico ou hipotético é alcançado
É nessa faixa de idade que se encontra a maioria dos alunos de 5a a 8a séries, prontos a serem
desafiados a apreender conceitos relativos a entidades ou processos tão abstratos e complexos
como ambiente, evolução e cultura.
E isso os estará preparando para construções mais elaboradas e globalizantes, críticas, sobre
os determinantes dos problemas sócio-ambientais que caracterizam a época em que vivemos.
E sobre a necessidade e as possibilidades de transitarmos para uma sociedade ecologicamente
sustentável e socialmente justa, democrática.
Mas, para tanto, não será necessário o professor de Ciências integrar-se aos outros educa-
dores da escola?
No nosso modo de ver, se o assunto exige abordagem interdisciplinar, é assim que deve ser
tratado, inclusive com a participação de especialistas, pessoas da comunidade e instituições
envolvidas com o assunto. O mesmo raciocínio aplicamos para outros assuntos como drogas,
sexo e mesmo saúde.
Um projeto interdisciplinar sobre assunto ambiental, em nossa opinião, é um dos critérios
que o caracterizam como um trabalho de Educação Ambiental (à semelhança de atividades de
Educação Sexual e de Programas de Saúde).
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Bibliografia consultada
A BASE MOLECULAR DA VIDA (textos da revista Scientific American). São Paulo: Polígono/Edusp,
1971.
A Biosfera (textos da revista Scientific American). São Paulo: Polígono/Edusp, 1974.
A CÉLULA viva (textos da revista Scientific American). São Paulo: Polígono/Edusp, 1969.
ASIMOV, Isaac. O cérebro humano: suas capacidades e funções. São Paulo: Boa Leitura, sd.
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BAILEY, F. R. ; et al. Histologia. São Paulo: Edgard Blücher; Brasília: INL, 1973.
Baker, Jefrey J. W.; Allen, Garland E. Estudo da biologia. São Paulo: Edgard Blücher, 1975. v. 2.
CANGUILHEM, Georges. El conocimiento de la vida. Barcelona: Anagrama, 1976.
CAPRA, F. Sabedoria incomum. São Paulo: Cultrix, 1988.
CHASSOT, A. ; OLIVEIRA, J. R. Ciência, ética e cultura na educação. São Leopoldo: UNISINOS,
1998.
CHIAPPINI, L. Aprender e ensinar com textos de alunos. São Paulo: Cortez, 2002. v. 1, 2 e 3.
COUTINHO, Leopoldo M. Botânica. 8. ed. São Paulo: Cultrix, sd.
CUNHA, M. V da. A educação dos educadores: da escola nova à escola de hoje. Campinas: Mercado
das Letras, 1995.
CURTIS, Helena. Biologia. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1977.
______ . ; Barnes, N. Sue. Biology. New York: Worth Publischers, Inc. , 1989.
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DAJOZ, Roger. Ecologia Geral. Petrópolis: Vozes, 1978.
DAVIS, Bernard D. Microbiologia. São Paulo: EDART; Brasília: INL, 1973. v. 4.
De Angelis, Rabeca Carlota; et al. Fisiologia da nutrição: fundamentos para nutrição e desnu-
trição. São Paulo: EDART/Edusp, 1977. 2 v; EPU/Edusp, 1977. 3 v.
FACULDADE DE EDUCAÇÃO DA USP. Encontro – Perspectivas do Ensino de Biologia. Coletânea.
São Paulo. Desde 1985.
FERRI, M. G.; ANdrade, M. M. B.; LAMBERTI, A. Botânica: fisiologia, curso experimental. São
Paulo: Melhoramentos/Edusp, 1974.
______ . ; Menezes, N. L.; Monteiro-Scanavacca, W. R. Glossário ilustrado de botânica. São Paulo:
EBRATEC/Edusp, 1978.
______ . Botânica: morfologia externa das plantas (organografia). São Paulo: Melhoramentos,
1977.
______ . Botânica: morfologia interna das plantas (anatomia). São Paulo: Melhoramentos,
1972.
FUNBEC. Laboratório básico polivalente de ciências para o 1o grau: manual do professor. Rio de
Janeiro: MEC/FENAME/ME/PREMEN/DEF, 1978.
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36
Sites
Alô, Escola!
http://www.tvcultura.com.br/aloescola
O que tem no site: informações para professores e estudantes. O site, da TV Cultura de São
Paulo, disponibiliza a educadores e alunos farto material de apoio para o desenvolvimento de
seus cursos, temas de pesquisas e estudos, com base nos programas educativos transmitidos pela
TV. Há informações gerais sobre os programas, indicações bibliográficas, ilustrações. . .
Astronomia
http://www.cdcc.sc.usp.br/cda/ensino-fundamental-astronomia/index.html
O que tem no site: Introdução à astronomia, a Terra e o Universo. Orientação e observação
do céu; estrelas e constelações; estações do ano, calendários; Sistema Solar. Com estrutura di-
dática, possui links e ilustrações e propõe questões para auto-avaliação.
Ciência Viva
http://www.ucv.mct.pt
37
Espaço Ciência
http://ciencia.eciencia.pe.gov. br
O que tem no site: fotos e textos de expedições a região do Delta do Parnaíba e Rio São
Francisco, mangues e manguezais, astronomia, observação de aves.
38
X-TUDO
http://www.tvcultura.com.br/x-tudo
O que tem no site: você encontrará instruções para experiências fáceis de entender, assim
como as explicações para os fenômenos. Tem ainda mágicas e artes.
Observatórios Virtuais
http://www.observatoriovirtual.pro.br/
O que tem no site: Site didático organizado por um conjunto de universidades. Contém
arquivos PDF com informações sobre astronomia. Veja os links Material Didático e Atividades
práticas.
Estação Ciência
A Estação Ciência é um centro de ciências interativo que realiza exposições nas áreas de
Astronomia, Meteorologia, Física, Geologia/Geografia, Biologia, História, Informática, Tecnolo-
gia, Matemática, Humanidades, além de cursos, eventos e outras atividades, com o objetivo de
popularizar a ciência e promover a educação científica.
http://www.eciencia.usp.br/
Rua Guaicurus, no 1394 – Lapa
São Paulo – SP – CEP 05033-002
Telefone: (11) 3673-7022 – fax: (11) 3673-2798
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CDA – Observatório
Av. Trabalhador Sãocarlense, no 400 – CEP 13566-590, São Carlos (SP)
Telefone (0xx 16) 3373-9191
http://www. cdcc.sc.usp.br/
Casa da Ciência
A Casa da Ciência – Centro Cultural de Ciência e Tecnologia da UFRJ, inaugurada em 1995,
possui cerca de 3 000 m2 de área distribuídos entre: Salão de Exposição, Auditório, Áreas de
apoio e lazer, Administração e Serviços.
R. Lauro Müller, no 3 Botafogo – Rio de Janeiro – RJ – cep 22290-160
telefax (21) 2542-7494
casadaciencia@casadaciencia. ufrj. br
Maiores informações através do e-mail escolas@casadaciencia.ufrj.br
http://www.cciencia.ufrj.br/
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Espaço Ciência
O Espaço Ciência é um dos maiores museus interativos de divulgação científica do país,
onde o visitante pode explorar o mundo da ciência de forma agradável e divertida. Localizado
em uma área privilegiada de 120 mil m2, próxima ao mar e entre as cidades de Recife e Olinda,
abriga um manguezal natural de rara beleza.
O Espaço Ciência também conta com dois observatórios astronômicos localizados fora da
sua sede, um na Torre Malakoff, Recife Antigo e outro no Alto da Sé, Olinda.
A intenção é divulgar a produção científica nas escolas, capacitar professores e envolver
comunidades, tratando de assuntos de interesse geral ou de temas atualizados em ciência, tec-
nologia e meio ambiente.
http://www.espacociencia.pe.gov.br/
Complexo de Salgadinho s/n – Parque 2, CEP: 53111-970 – Olinda – PE
Telefones do Espaço Ciência
Torre Malakoff: (81) 3424-8704
Administração: (81) 3301-6154/6153
Fax: (81) 3301-6140
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vivos
de fevereiro de 1809. Foi o criador das bases do
evolucionismo, teoria hoje amplamente aceita no
meio científico, mas que se configurou como uma
Conteúdos verdadeira revolução no pensamento da época. Em
1825, ingressou na Universidade de Edimburgo para
Características gerais dos seres vivos estudar medicina, carreira que abandonou por não
Teoria Celular e níveis de organização biológica suportar as dissecções. Entretanto, na universidade
começou a desenvolver seu interesse pelas ciências
Reprodução dos seres vivos e hereditariedade
naturais e pela biologia, filiando-se à Sociedade Pli-
Energia: seres autótrofos e heterótrofos niana de História Natural, onde fez amizade com o
Biodiversidade zoólogo Robert Grant.
Classificação dos seres vivos Em 1837, se retirou de Edimburgo para estudar
Teoria da Evolução teologia em Cambridge. No Christ’s College, onde se
matriculou, conheceu o reverendo e professor de bo-
tânica John Henslow, que logo se tornou seu grande
Objetivos amigo, já que partilhavam muitas afinidades teóricas
e gostos em comum.
Identificar as principais características dos seres
vivos. Henslow ofereceu a Darwin o cargo de naturalista
não remunerado a bordo do Beagle, navio que partia
Compreender que as semelhanças entre os seres vivos para a América do Sul numa viagem de pesquisa para
decorrem de um processo evolutivo. o Almirantado. Charles Darwin, contrariando a vonta-
Reconhecer a importância da classificação dos seres de do pai, decide aceitar a oportunidade, e embarca
vivos. nesta viagem que será decisiva na sua carreira. Nela,
Conhecer os critérios utilizados nas classificações coleta grande número de espécimes para pesquisa,
biológicas. e ao fim da mesma se vê convencido de que os seres
vivos sofrem mudanças.
Comparar a reprodução sexuada e assexuada no que
A primeira edição de sua principal obra, “Sobre
diz respeito à variabilidade dos descendentes.
a Origem das Espécies por meio da Seleção Natural”,
Conhecer a teoria darwinista de evolução se esgotou num único dia, 24 de novembro de 1859,
Valorizar a biodiversidade. e causou furor na comunidade científica de seu tem-
po. Charles Darwin morreu em 19 de abril de 1872, e
Buscar, organizar, registrar e comunicar informações
foi enterrado ao lado de Isaac Newton, pai da física
obtidas nas pesquisas.
mecânica clássica.
Valorizar o trabalho em grupo e desenvolver atitude
Trabalhe com os alunos a frase desta abertura
crítica e cooperativa para a construção coletiva do
seguindo as sugestões apresentadas na parte geral.
conhecimento.
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46
47
A B E C D F
1 2
3
4
5
Repare que os dois organismos mais parecidos en – os organismos A, B, C, D e E. Seguindo o mesmo
tre si são A e B, que compartilham o ancestral 1. Já C raciocínio, qual é o papel de 5? Isso mesmo! Você
e D também se parecem bastante entre si, no entanto, descobriu: ele é o ancestral comum mais antigo de
menos do que A e B, pois seu ancestral comum (2) todas as seis espécies representadas na árvore de A,
está um pouco mais distante no tempo. B, C, D, E e F.
Os organismos C, D e E compartilham o ancestral A ciência que estuda as relações entre seres
3. Note que a espécie 3 é o ancestral direto de E, mas vivos chama-se filogenética. É sempre bom lembrar
também é ancestral de 2, que, por sua vez, é ancestral que a filogenética é essencialmente uma ciência
de C e D. Disso, entendemos que as três especies (C, histórica, ou seja, baseia-se na história de vida das
D e E) são aparentadas. espécies, permitindo apenas a análise dos registros
Agora repare no organismo 4: ele é ancestral que restaram. Esses registros que nos restaram são
comum de A, B, C, D e E. Acompanhe a árvore: o as características presentes nas espécies atuais e os
organismo 4 é ancestral direto de 3 e 1. Como já fósseis de que dispomos.
vimos, o 3 é ancestral de C, D e E e o organismo (Fonte: Ciência Hoje na escola, volume 9: Evolução. Rio
1 é ancestral de A e B. Portanto, 4 é ancestral de de Janeiro: Global/SBPC, 2001. p. 40, 41)
cinco seres vivos que estão representados no gráfico
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