Cadernos PDE
VOLUME I
O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS
DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009
A dança na educação física escolar: alguns passos no reconhecimento
de uma brasilidade dançante.
Profª Marlene Carmona de Figueiredo Gomes1
Profª. Drª. Astrid Baecker Avila2
Resumo
podem ser contextualizados para uma compreensão mais alargada das próprias
sobre esses ritmos (textos, imagens, vídeos) para ampliar o entendimento sobre
aplicação de uma proposta aos alunos da educação básica. O segundo passo, após
depoimentos orais e por escrito dos alunos que participaram das aulas. Encerramos
1
Professora PDE do Colégio Estadual. Rodolpho Zaninelli, Licenciada em Educação Física pela
PUC/PR, especialista em Magistério de Educação Básica e Superior (IBPEX).
2
Professora Orientadora da UFPR, Licenciada em Educação Física pela UFSM, Mestre Em
Educação Física pela UFSC e doutora em Educação pela UFSC.
Palavras – Chave: Educação Física, Dança, Cultura Brasileira, Danças Regionais
1-Introdução
desse universo cultural dançante utilizado por nós foi a experimentação, que permite
A aplicação da proposta permitiu aos alunos/as das turmas 7ªB, 8ªB, 8ªC
individuais, ao mesmo tempo em que, a partir das práticas corporais eles refletiram
vários aspectos socioculturais dessas danças. Assim, o/a aluno/a pode perceber o
2 – Desenvolvimento
3
Esses instrumentos, assim como os do fandango, são apresentados na forma de vídeo para os alunos.
prática pedagógica do fandango e do carimbó nas aulas de Educação Física nos
leva a pensar inúmeras possibilidades de conhecimentos e de experiências que os
alunos/as podem vivenciar.
ATIVIDADE 1
EXPERIMENTAÇÃO/DESCOBERTA
Apresentamos aos alunos o conteúdo do fandango, do Paraná, e do carimbó,
do Pará, utilizando-nos de alguns vídeos4 para que os discentes pudessem
visualizar essas diferentes manifestações dançantes. Para tal, orientamos os
alunos/as a partir de um roteiro que continha as seguintes tarefas:
A) Estabeleça relações entre o carimbó e o fandango.
B) Observe as técnicas corporais presentes em ambos. Elas se parecem? No
que elas diferem? Observe especificamente:
ços e quadril;
4
São eles:http://www.youtube.com/watch?v=10cxbdnqk8I ,
http://www.youtube.com/watch?v=3NzMIiMeW8k,
http://www.youtube.com/watch?v=d23kRAQLRHc,
http://www.youtube.com/watch?v=BeeoqCurMn8,
http://www.youtube.com/watch?v=tNacDNhaAxQ,
http://www.youtube.com/watch?v=zMTMlG__oH4
Finalizamos essa aula destacando a importância da participação de todos e
situamos geograficamente o Estado do Pará. Nessa oportunidade também refletimos
sobre as letras das músicas, as expressões utilizadas, comparando-as e destacando
as diferentes expressões da região norte e região sul do Brasil.
ATIVIDADE 2
REPRESENTAÇÃO/CRIAÇÃO/REELABORAÇÃO
O objetivo é criar e elaborar coreografia para apresentar ao grande grupo.
o que foi válido, relacionar o que a dança do carimbó e a dança do fandango tem em
comum. A prática depende de cada detalhe e cada elemento adicionado deve ser de
forma gradual, passo a passo, para promover a integração e o aprendizado dos
alunos.
Essa aula foi avaliada pelos alunos e pela professora como sendo muito boa,
pois o grupo que apresentou o fandango percebeu que o sapateado é o forte dessa
dança. O grupo do carimbó não teve muita dificuldade em realizar os movimentos
por serem mais livre.
Essas atividades evidenciaram o interesse dos alunos em observar cada
detalhe, desfazendo a resistência apresentada inicialmente com o fandango. Eles
começaram a participar da aula prática timidamente, aos poucos foram se soltando,
a cada passo, a cada elemento acrescentado eles interagiam, até cantavam trechos
das músicas e faziam questão de dançar com a professora. Cabe ainda relatar, que
não tínhamos tamancos para utilizar nas aulas, mesmo assim, foi feita uma releitura
do fandango em relação ao tamanco. Utilizamos vários pedaços de madeira e foi-
lhes sugerido realizar as batidas dos mesmos com a utilização das mãos e assim as
meninas também tiveram a oportunidade de realizar ações que comumente nessa
dança é destinada apenas aos meninos. Consideramos isso um aspecto importante,
pois permite que na própria vivência os discentes percebam as questões de gênero
ligadas a esse conteúdo, ao mesmo tempo, que não reforçamos a “caricaturização”
dos sexos durantes essas manifestações folclóricas.
ATIVIDADE 3
Nosso objetivo foi elaborar um roteiro temático sobre dança e cultura. Para isso
organizamos as seguintes atividades:
ATIVIDADE 4
Considerações Finais
Refletindo e estabelecendo resultados
que possam interagir com outras culturas e assim direcionar nossas ações no
elemento integrador.
Durante a aplicação das atividades, ficou claro que os conteúdos são retratos
forma de ensinar também precisa ser enfocada para proporcionar maior colaboração
mudanças sem se distanciar dos objetivos. Além de mobilizar os alunos /as nas
aulas que no decorrer das ações possibilitaram a compreensão do construir,
descontraída, brincar com essas danças. Aliado a isso realizamos reflexões sobre o
aprendizado que ampliaram os conhecimentos dos discentes sobre essa cultura tão
análise nos levou, a refletir sobre a nossa prática e diante dos resultados, modificar
suas formas de ensino, resignificando-o como algo vivo e não como um passado
morto e imutável. Essa experiência, na visão dos próprios alunos estabeleceu outras
superação.
Durante as aulas o foco não foi a perfeição na execução dos movimentos, mas
respostas por meio deles e o resultado foi gratificante, além do que esperava.
REFERÊNCIAS
Fonte:
Disponível:
www.webartigos.com/.../Carimbo-Um-icone-da-identidade paraense/pagina1.html
(http://www.rosanevolpatto.trd.br)
http://www.terrabrasileira.net/folclore/regioes/5ritmos/fandango.html
http://www.rosanevolpatto.trd.br/fandango.html
Retirado de http://www.unicamp.br/folclore/Material/extra_dancas.pdf
(consultado: 15/06/2011).