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Escritório Experimental de Assistência Jurídica Dom Bosco

EXCELENTÍSSIMO(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA


___ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE LINS/SP

JANAINA SANTOS LARANJEIRA , brasileira,


casada, diarista, portadora da cédula de identidade RG nº. 27.192.323-4 SSP/SP e do
CPF-MF nº 180.950.008-76, e-mail: janainajane9704@gmail.com, com domicílio
residencial na Av. José da Conceição, nº 325 – Bairro Parque Industrial, CEP 16402-
000 – Lins/SP, por intermédio de seu advogado, vem perante Vossa Excelência para
com fundamento no artigo 226, § 6º da Constituição Federal e artigo 1.571, inciso IV
do Código Civil, propor ação de

DIVÓRCIO LITIGIOSO em face de


ANTONIO LARANJEIRA NETO, brasileiro, casado, aposentado, RG N/C, CPF N/C, e-
mail N/C, com domicílio residencial na Rua Almirante Barroso, nº. 209, Bairro São
Benedito, CEP 16.401-113 – Lins/SP, pelos motivos fáticos e jurídicos a seguir
expostos: 

I - DOS FATOS
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A requerente casou-se com o requerido em 25 de agosto


de 2016, sob regime de Comunhão Parcial de Bens, nos termos da certidão lavrada
no Serviço de Registro Civil das Pessoas Naturais, na cidade de Lins/SP, sob a
matrícula nº 119131.01.55.2016.2.00058.161.0009451.33 (cópia em anexo).

Ocorre que a relação conjugal durou apenas 01 (um) dia,


pois o requerido, com quem a requerente já fora casada no período de 1999 a 2009,
deixou-a neste segundo vínculo conjugal. Atualmente, encontram-se separados há
quase 5 (cinco) anos, decisão esta que partiu do requerido de modo súbito, no dia
seguinte ao casamento.

Desse modo, frustradas às suas intenções de uma vida


conjugal plena, a autora passou a viver de favores em casa cedida pela irmã e
cunhado, juntamente com um dos filhos que teve com o requerido, que conta
atualmente com 16 anos de idade e está apreendido na Fundação Casa.

Atualmente, a requerente está em união estável e reside


com o companheiro e outros dois filhos menores, de onze e nove anos, frutos de
outro relacionamento.

Durante o primeiro período em que estiveram casados, a


autora e requerido não constituíram patrimônio.

Neste sentido, a requerente alega não almejar nenhum bem


do requerido, apenas o divórcio.

Diante da ruptura fática da sociedade conjugal e da


presente situação, não há porque se perpetuar o vínculo conjugal e nem a
manutenção do “status” de casada, adquirida pela alteração do nome da requerente
no enlace matrimonial, uma vez que este não existe mais de fato nesta situação,
trazendo assim constrangimentos e impedimentos legais para que ambos possam
contrair novas núpcias e a constituir nova família.
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Ressalta-se que o requerido não apresenta interesse em


promover o divórcio, mesmo não tendo o casal, na constância do casamento,
adquirido bem material em comum.

II – DOS BENS COMUNS

Conforme acima citado, na constância do casamento as


partes não adquiriram bens comuns, exceto aqueles necessários e úteis à
sobrevivência.
III – DOS ALIMENTOS ENTRE OS CÔNJUGES

Por ora, os cônjuges dispensam alimentos uns aos outros.

IV – DA GUARDA E REGIME DE VISITAS

Pelo fato da guarda do menor ter sido por todos estes anos
da genitora, que seja estabelecida a sua regularização, tendo o requerido o direito de
visitá-lo, bem como com ele conviver, preferencialmente aos fins de semana.

FUNDAMENTOS JURÍDICOS DO PEDIDO

Toda relação conjugal que se chega ao fim é de direito dos


cônjuges que não existam mais vínculos legais entre eles.

Para tal feito, a Constituição Federal prescreve em seu § 6º


do artigo 226, que “o casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio”. No plano
infraconstitucional o Código Civil em seu artigo 1.571, inciso IV, reforça dizendo que a
sociedade conjugal termina pelo divórcio.

Dessa forma, a decretação do divórcio, nesse caso, é um


direito da requerente, ante o fato que se encontram separados de fato há anos.

A autora e requerido tiveram dois filhos, frutos da relação


conjugal que perdurou por 10 anos. Um deles, Kelvin Guilherme Santos Laranjeira, é
menor e filho legítimo do requerido, conforme certidão de nascimento juntada nos
autos.
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Com o rompimento da relação conjugal, o menor ficou sob


guarda, proteção da genitora e esta com todas as responsabilidades de educação,
alimentação em nada contribuindo o requerido.

A autora, mãe do menor, é diarista e percebe aproximados


R$500,00 (quinhentos reais), por mês, todavia sua renda, somada com a do seu
companheiro para sustento de 5 (cinco) membros da composição familiar, tem sido
insuficiente para prover o sustento de seu lar.

Ressalta-se que o requerido é motorista, vinculado à


empresa Madeireira Linense, percebendo uma remuneração mensal de R$3.000,00
(três mil reais) aproximados, portanto, considerando seu salário, possui condições de
contribuir com alimentos, porém o genitor se nega a fazê-lo, mesmo sendo procurado
pela genitora do autor.

Considerando que o filho do casal é menor, o requerido


deve ser condenado no pagamento de alimentos em favor do menor. Segundo o art.
1.694 do Código Civil, podem os parentes pedir uns aos outros, os alimentos de que
necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para
atender às necessidades de sua educação. O direito à prestação de alimentos é
recíproco entre pais e filhos, conforme art. 1.696 do Código Civil.

Assim sendo, é dever do requerido pagar alimentos ao seu


filho menor, que sobrevive graças ao auxílio prestado pela autora, que o socorre em
todas as suas necessidades. Por força do §1º do art. 1.694 acima citado, “os
alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos
recursos da pessoa obrigada”.
Considerando que a autora requer a regularização da
guarda do filho menor, que de fato, já é sua, nos termos do art. 1.589 do Código Civil,
o requerido tem direito de visita-lo, bem como tê-lo em sua companhia. Assim sendo,
requer que seja fixado o direito de visita livremente, mas preferencialmente aos fins
de semana.
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Por final, a autora pretende voltar a usar o nome de solteira,


conforme lhe faculta o §2º do art. 1.571 do Código Civil, voltando a chamar JANAINA
SANTOS.

DOS PEDIDOS:

Ante todo exposto pede-se a decretação do divórcio do


casal, expedindo-se o mandado de averbação ao Cartório de Registro competente,
para que surta os efeitos legais.

Pede-se, também, a condenação do requerido no


pagamento de custas processuais e honorários advocatícios, no importe de 20%
(vinte por cento) do valor atualizado da causa, nos termos do artigo 85, § 2º,
do Código de Processo Civil.

Pede-se, ainda, a concessão de tutela antecipada para


conceder provisoriamente a guarda de direito do menor em favor da autora, no
importe correspondente a 30% dos rendimentos líquidos do requerido, mediante
desconto em folha de pagamento e depósito na conta bancária Banco do Brasil,
Agência 0058-2, conta corrente 88637.08, figurando como correntista a autora.

Pede-se, finalmente, a expedição de ofício ao empregador


do requerido para desconto em folha de pagamento das pensões alimentícias e
depósitos na conta bancária acima apontada.

REQUERIMENTOS

Diante do exposto, requer-se:

a) os benefícios da gratuidade da justiça, nos termos do


artigo 5º, LXXIV da Constituição Federal e do art. 98 do Código de Processo Civil, vez
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que a requerente não possui condições financeiras de custear a presente demanda,


sem prejuízo do próprio sustento, conforme declaração anexa;

b) seja citado o requerido, para caso queira, conteste a


presente ação no prazo legal;

c) que a requerente possa voltar a usar seu nome de


solteira;

d) que ocorra a audiência que retrata o art. 695 do Código


de Processo Civil.

DAS PROVAS

Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em


direito admitido, sem exceção, em especial a documental inclusa e a apresentação de
demais documentos que forem ordenados, depoimento pessoal do requerido e
testemunhas eventualmente arroladas, reservando-se o direito de usar os demais

recursos probatórios que se fizerem necessários ao deslinde da ação.

Dá à causa, o valor de R$ (_______).

Nestes termos,
Pede deferimento.
 

Lins/SP, 23 de Maio de 2021.

CRISTIAN DE SALES VON RONDOW


Escritório Experimental de Assistência Jurídica Dom Bosco

OAB/SP Nº 167.512

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