Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
e B i o d i v e r s i da d e n o B r as i l
Contribuições dos povos indígenas,
quilombolas e comunidades tradicionais
para a biodiversidade, políticas e ameaças
Organizadoras:
Manuela Carneiro da Cunha
Sônia Barbosa Magalhães
Cristina Adams
SEÇÃO 6
Biodiversidade
e Agrobiodiversidade
Como Legados
de Povos Indígenas
Coordenador:
Eduardo G. Neves
P ovo s Tr a d i c i o na i s
e B i o d i v e r s i da d e n o B r as i l
Contribuições dos povos indígenas,
quilombolas e comunidades tradicionais
para a biodiversidade, políticas e ameaças
Organizadoras:
Manuela Carneiro da Cunha
Sônia Barbosa Magalhães
Cristina Adams
SEÇÃO 6
Biodiversidade
e Agrobiodiversidade
Como Legados
de Povos
Indígenas
Coordenador:
Eduardo G. Neves
Revisão e Normalização
Vera Carvalho
Apoio Técnico
Léa Gomes de Oliveira
P869
Vários colaboradores.
Disponível em: http://portal.sbpcnet.org.br/livro/povostradicionais6.pdf
Bibliografia: p. 62-85
Conteúdo: seção 6. Biodiversidade e agrobiodiversidade como legados de povos indígenas
ISBN 978-65-89883-01-2
CDD 333.9516
______________________________________________________________________
Ficha catalográfica: Rosângela P. Batista - CRB-8 01465/O
Este trabalho é dedicado aos povos indígenas,
quilombolas e comunidades tradicionais.
A P R E S E N TA Ç Ã O
Esses temas, em si, não são novos. A Convenção da Diversidade Biológica, de 1992,
pôs em relevo a importância dos povos indígenas e comunidades locais para a biodiversidade.
A Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos, a IPBES,
desde sua criação em 2012, se propôs a inclusão do conhecimento, práticas e inovações dos
povos indígenas e comunidades locais nos seus relatórios continentais ou globais.
O que é novo, portanto, não são os temas e as fontes a que recorremos, e sim o
âmbito e a especial atenção dada a povos indígenas, quilombolas e às muitas comunidades
tradicionais, que representam a megadiversa população tradicional que vive e atua em um
país biologicamente também megadiverso. O Brasil, por essas duas características, tem
uma responsabilidade ímpar no desenho de políticas públicas sociais e ambientais. O que
a Costa Rica representou em políticas de biodiversidade, o Brasil pode vir a se tornar nas
de sociobiodiversidade.
A obra se agigantou ao longo do percurso. São seis partes, contendo 17 seções, cada
uma composta por vários capítulos. A última parte, trazendo três seções, é dedicada a
pesquisas interculturais realizadas especificamente para este projeto, a fim de evidenciar a
fecundidade da colaboração entre regimes distintos de conhecimentos sobre o ambiente,
as vidas e o funcionamento do mundo. Pareceu-nos mais razoável repartir a publicação em
volumes no portal da SBPC. Cada volume corresponde a uma seção temática, e não seguirá
no portal a ordem do plano geral da obra, que consta abaixo. Ao final, todos os volumes
serão juntados em uma única edição, acrescida de uma introdução geral.
Povos Tradicionais
e Biodiversidade
no Brasil
Contribuições dos povos
indígenas, quilombolas
e comunidades tradicionais
para a biodiversidade,
políticas e ameaças
PLANO GERAL DA OBRA
Autores:
André Braga Junqueira; Carolina Levis; Charles R. Clement; Denise Paul Schaan;
Diogo de Oliveira; Eduardo G. Neves; Jennifer Watling; Juliana Lins; Laura
Furquim; Manuel Arroyo-Kalin; Mariana Franco Cassino; Myrtle Shock; Priscila
Ambrósio Moreira; William Balée
INTRODUÇÃO...............................................................................................................................12
Eduardo G. Neves
Bibliografia citada.................................................................................................................................... 64
Introdução
Eduardo G. Neves1
4. Desde pelo menos 2.000 anos terras pretas de índio se disseminaram por gran-
1 Laboratório de Arqueologia dos Trópicos – Museu de Arqueologia e Etnologia – Universidade de São Paulo.
5. Também a partir de pelo menos 2.000 anos se intensificou o uso do fogo para o
manejo de florestas, o que levou à alteração da composição florística original desses bos-
ques e à formação de matas antropogênicas com espécies hiperdominantes;
2 Laboratório de Arqueologia dos Trópicos – Museu de Arqueologia e Etnologia – Universidade de São Paulo.
3 Laboratório de Arqueologia dos Trópicos – Museu de Arqueologia e Etnologia – Universidade de São Paulo.
4 Departamento de Arqueologia – Universidade Federal do Oeste do Pará.
5 Laboratório de Arqueologia dos Trópicos – Museu de Arqueologia e Etnologia – Universidade de São Paulo.
6 Todas as datas mencionadas nesta seção estão em anos calendáricos Antes do Presente (A.P.), que por convenção é 1950, ob-
tidos por calibração (cal.) com desvio padrão de 1 sigma.
7 As palmeiras possuem, em todo continente sul-americano, uma dispersão geográfica e cronológica bastante ampla, com pre-
sença em todos os sítios arqueológicos já estudados pela arqueobotânica (MORCOTE-RÍOS; BERNAL, 2001), além de serem
os vestígios mais abundantes em diversos desses locais. Concentrações de Arecaceae na forma de pomares (açaizais, caiauezais,
urucurizais, etc.) são fitoindicadores da presença humana pretérita, e demonstram a continuidade do manejo ao longo de mi-
lênios (BALÉE, 1999).
A transição para o Holoceno Médio (ca. 8.000-4.000 A.P.) foi marcada por uma
série de mudanças ambientais, como variações climáticas e alternância acentuada entre
períodos mais ou menos secos, e consolidação de alguns dos ecótonos que perduram até
o presente, como é o caso do Pantanal do Guaporé, na fronteira entre Brasil e Bolívia
(MAYLE et al., 2016; PESSENDA et al., 1998, 2001). Mudanças na composição florística
de alguns dos importantes biomas brasileiros foram acompanhadas por processos de
modificações ambientais antrópicas próximo aos sítios arqueológicos. Através de um
processo coevolutivo envolvendo indígenas e paisagens (RINDOS, 1984; CLEMENT et
al., 2010), do uso controlado do fogo – voltado à limpeza de pequenas áreas para mo-
radia e/ou cultivo – e do estímulo, favorecimento e introdução de espécies úteis, foram
formados sistemas agroflorestais que envolviam plantas de ciclo curto e de ciclo longo
(NEVES; HECKENBERGER, 2019).
8 Distribuídas entre Belize, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, Estados Unidos, Guatemala, Guia-
na Francesa, Honduras, México, Panamá, Peru, Trinidad e Tobago, Uruguai e Venezuela. Para a presente publicação
foi realizado um recorte geográfico que priorizou o bioma amazônico.
Estudos clássicos (POSEY; BALÉE, 1989; BALÉE, neste volume; POLITIS, 2007),
mostram como até pequenos grupos de caçadores-coletores podem chegar a mudar a con-
figuração de espécies úteis nos seus arredores e criar ambientes mais produtivos. Tais prá-
ticas, agrupadas sob o termo “agrofloresta” (DENEVAN, 2006), foram revisadas por Levis
et al. (2018) (ver MOREIRA et al., neste volume), indicando que a hiperdominância da
flora amazônica foi ao menos parcialmente construída em um processo coevolutivo entre
indígenas e plantas desde o início do Holoceno.
Figura 5. Bertholletia excelsa. À esquerda: Bertholletia excelsa moderna carbonizada para a coleção de
referência arqueobotânica. À direita: B. excelsa arqueológica; Sítio Sol de Campinas do Acre. Fotos: Laura
Furquim, Myrtle Shock.
Na Amazônia, Clement (1999, neste volume) identificou 122 espécies que exibem
algum grau de domesticação, ou seja, cujos fenótipos e genótipos foram modificados pela
seleção humana ao longo de milênios. Tais modificações foram realizadas e mantidas con-
comitantemente a um processo de domesticação da paisagem, em que populações inteiras (e,
consequentemente, seus fluxos gênicos) foram manejadas (CLEMENT, 1999a). A riqueza e
diversidade das plantas domesticadas, como resultado da coevolução entre indígenas, plantas
e paisagens antrópicas (RINDOS, 1984; CLEMENT et al., 2010) é um importante aspecto da
história do manejo ambiental no passado e no presente.
A arqueologia mostra, por exemplo, que a mandioca já era cultivada entre 10.000
e 6.000 anos atrás na região entre Rondônia, Mato Grosso e partes da Amazônia boli-
viana (LOMBARDO et al., 2020; WATLING et al., 2018). É importante lembrar que
a mandioca silvestre não se reproduz por clonagem, e que essa forma de reprodução
Ainda sobre o tamanho, é necessário também dizer que nem sempre a mu-
dança no tamanho é intencional. Nos casos da abóbora e da goiaba, por
exemplo, o interesse pela polpa do fruto desencadeou o crescimento de uma
semente maior (SMITH, 1997). No estado atual do estudo da domesticação
de plantas, a arqueologia pode contribuir com informações sobre as dimen-
sões, a morfologia e a distribuição de plantas, mas até agora não há ferra-
mentas para provar o registro direto de mudanças como o sabor, a presença
de açúcar ou toxinas e o aumento na polpa de uma fruta. Há também limita-
ções na determinação das áreas de início dos processos de manejo e domes-
ticação, em função de uma fragmentação do conhecimento sobre os sítios
arqueológicos na América do Sul. Por isso, o entendimento das diferentes
histórias de domesticação só pode avançar unindo elementos trazidos pela
arqueologia, etnologia, genética e linguística (ZEDER et al., 2006).
Como sistemas agroflorestais se estendem muito além das áreas habitadas, as evi-
dências de sua existência no passado também podem ser identificadas através de estudos
paleoecológicos que reconstroem a história da vegetação e do fogo para além dos sítios
arqueológicos, permitindo uma correlação entre presença humana e mudanças ecológicas
em maior escala (MAYLE; IRIARTE, 2014; WATLING et al., 2017).
A evidência mais utilizada para detectar fogo no passado é o carvão, que pode ser
quantificado e datado a partir de coletas de sedimento, solo e testemunhos lacustres. Identi-
ficar paleofogos antrópicos, porém, requer o estabelecimento de uma associação precisa com
áreas e atividades humanas, devido à possibilidade da ocorrência de focos de fogo naturais,
particularmente durante períodos climáticos mais secos e em regiões com vegetação de sava-
na. No cerrado do Brasil central, por exemplo, testemunhos do Lago Comínia contêm carvão
datados em ca. 32.000 anos A.P., anterior à presença humana na região (VERNET et al., 1994)
(mas ver também ARAUJO, 2013; VIALOU et al., 2017). É provável que muitas espécies do
cerrado tenham evoluído através das pressões colocadas por queimadas. A partir da chegada
dos povos indígenas, entretanto, o fogo provavelmente começou a ser usado para estimular a
produção de frutas comestíveis, controlar pestes e ajudar na caça (MISTRY, 1998).
Figura 7. Estrutura de fogueira datada em cerca de 6.000 anos associada a camada de ocupação com terras pretas,
sítio Teotônio, Porto Velho, RO. Foto: Eduardo G. Neves.
Ademais, os índices de carvão em muitos desses registros são mais frequentes duran-
te o Holoceno Médio (ca. 8.200-4.000 cal. A.P.) que durante o Holoceno Tardio (a partir de
4.000 cal. A.P.) – um padrão compartilhado no cerrado (VERNET et al., 1994) – o que pode
estar associado a um período de clima mais seco ao redor de 6.000 A.P., durante o qual as
queimadas antrópicas e naturais podem ter alcançado dimensões maiores, como visto muito
recentemente no Acre (ARAGÃO et al., 2007). Um padrão semelhante ocorre no Holoceno
Tardio, onde períodos mais intensos de El Niño se correlacionam com maior ocorrência de
carvão em lagos e solos amazônicos (BUSH et al., 2008, 2017). Quando acompanhados por
análises palinológicas é possível ver diretamente, em alguns desses registros, a abertura da
floresta para o plantio de cultivos (notavelmente milho) desde pelo menos 6.000 A.P. no su-
doeste (BUSH et al., 2016), e 4.500 A.P. no leste (BUSH, 2000) da Amazônia.
Evidências diretas de manejo de plantas de ciclo longo, porém, são mais escassas
no registro paleoecológico, já que a resolução taxonômica permitida por pólens fósseis é
muitas vezes restrita ao nível de gênero e é comum que um gênero que contenha espécies
utilizadas também contenha espécies não utilizadas. No entanto, um estudo paleoecológico
realizado em Santarém (PA) quantificou a abundância de gêneros econômicos anuais (mi-
lho, mandioca e abóbora) ao longo de 8.500 anos de história e mostrou que sua frequência
no registro aumentou com o uso de fogo na região a partir de 4.500 cal. A.P (MAEZUMI et
al., 2018). Estudos arqueobotânicos em sítios arqueológicos na região também mostraram
a intensificação desses sistemas agroflorestais ao longo do tempo (ALVES, 2016). No leste
do Acre, outro estudo detectou um aumento em focos regionais de fogo a partir de ca. 4.000
cal. A.P. e uma subsequente proliferação de palmeiras na paisagem, também interpretada
como uma proliferação de práticas de manejo no Holoceno Tardio, concomitante à ocupação
da região (WATLING et al., 2017). Em sítios arqueológicos localizados nessa região, como
Sol de Campinas, datado entre ca. 1.000 e 600 A.P., há vestígios do uso destas palmeiras – a
exemplo do urucuri (Syagrus coronata) – em fogueiras provavelmente relacionadas à cocção
Figura 8. Milho amarelo e amendoim processados em pilão de madeira para produção de chicha, Aldeia Palhal,
povo Tupari, Rio Branco, São Francisco do Guaporé, RO. Foto: Eduardo G. Neves.
Figura 10. Banana pacová, cará-roxo, batata doce, mamão, macaxeira, mandioca e mingau de banana,
Comunidade Ponta da Castanha, Lago Tefé, Município de Alvarães (AM). Com a provável exceção da banana,
todas são plantas nativas cultivadas há centenas ou milhares de anos que até hoje compõem a dieta de populações
tradicionais e urbanas dos neotrópicos. Foto: Eduardo G. Neves.
Figura 11. Sítios arqueológicos datados dos últimos 500 anos antes da colonização (1.000-1.500). Fonte: Eduardo
Tamanaha (sítios arqueológicos); Funai (terras indígenas homologadas).
9 Minha especial gratidão a Manuela Carneiro da Cunha pelo convite para participar desta obra, e ao colega Marcio Meira, que
revisou o português deste capítulo. Uma versão dele foi já publicada no livro “Las siete maravillas de la Amazonía precolombina”
(2017) organizado por Stéphen Rostain e Carla Jaimes Betancourt. As fotos das Figuras 12 e 13 foram tomadas como parte das
pesquisas do Projeto Amazônia Central, apoiadas pela FAPESP sob a coordenação de Eduardo Góes Neves e com auxílio de
uma bolsa da Wenner-Gren Foundation. As fotos das Figuras 14 e 16 foram tomadas ao longo de uma visita ao Rio Caquetá com
Gaspar Morcote-Ríos, apoiada pela Santander Universities e a University College London.
10 Institute of Archaeology, University College London.
Figura 12. Sítio arqueológico Hatahara, Amazonas, Brasil. Através de escavações arqueológicas é possível
entender melhor os processos e a história de formação de uma área de terra preta. Nesta escavação, em primeiro
plano, observa-se uma feição arqueológica de formato circular, provavelmente um poço para armazenamento.
Na parede exposta pela escavação, na metade esquerda, observa-se a um buraco recente que foi preenchido com
o sedimento escuro da parte superior do depósito. A distribuição da cerâmica evidencia eventos específicos de
descarte e acumulação no passado. Foto: Manuel Arroyo-Kalin.
É evidente que os modelos apresentados não são incompatíveis entre si, mas, pelo
contrário, complementares. Como colocou Erickson (2003), as áreas de terras pretas são,
provavelmente, resultado de uma mistura de acumulação deliberada de lixo, remobilização
de sedimento enriquecido e solos antropogênicos já formados, e palimpsestos de ocupação
que envolvem sequências de diferentes distribuições de casas e outras instalações. Nesse
sentido, é essencial considerar a vasta gama de processos de modificação da paisagem – an-
trópicos e naturais – que necessariamente acontecem desde o início da ocupação humana
em uma localidade (no passado) até a descoberta de uma área de terra preta (no presente).
A formação de aldeias sempre teria sido precedida por práticas de queima e limpeza da
vegetação, expondo o solo ao intemperismo e à erosão (VACHER; JÉRÉMIE; BRIAND,
1998). Na época da ocupação, a construção de casas, a localização de áreas de atividade, e a
formação de áreas de trânsito levam à formação do que Morgan Schmidt e colegas (2014)
chamam ‘paisagens de lixeiras’. Nessas paisagens antropizadas provavelmente se sucederam
práticas diversas que – na escala espacial do assentamento – levam à remoção de materiais
(por exemplo, descarte de objetos deteriorados), à extração de sedimentos (por exemplo,
escavação de buracos, poços e trincheiras), ao enriquecimento dos solos (por exemplo, en-
terramento de resíduos queimados), à mistura de sedimentos (por exemplo, trabalhos em
quintais e terreiros) e à realocação de sedimentos (por exemplo, para construção de plata-
formas e aterros). Após o abandono, a ação intensiva de processos erosivos (por exemplo,
os efeitos erosivos do escoamento da água seguido de regeneração da vegetação), deposi-
ção de sedimentos (por exemplo, o colapso de estruturas de argila queimada associadas à
cozinha ou fabricação de cerâmica; os sedimentos deslocados pela queda de árvores), e os
processos pedogenéticos (por exemplo, os efeitos da fauna do solo sobre as superfícies, a
estratificação, a ocupação, com mudanças na química do solo que afetam a preservação
arqueológica) conduzem à remodelação do relevo das superfícies de ocupação antrópi-
ca, formando as grandes áreas de terra preta (ARROYO-KALIN, 2014b; KERN; LIMA
DA COSTA; FRAZÃO, 2004; VACHER et al., 1998; WOODS, 1995). Se adicionarmos a
11 Programa de Pós-Graduação em Botânica, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Manaus, AM.
12 Programa de Pós-Graduação em Ecologia, INPA; Programa de Pós-Graduação em Ecologia, Universidade Federal de Santa
Catarina.
13 Instituto Internacional para Sustentabilidade, Rio de Janeiro (RJ); Institut de Cièncias i Tecnologia Ambientals, Universitat
Autònoma de Barcelona.
14 Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, Tefé, AM.
15 Instituto Socioambiental, São Gabriel de Cachoeira, AM.
16 Coordenação de Tecnologia e Inovação, INPA.
Não é por acaso que após o colapso populacional17 das sociedades indígenas entre
1600 e 1950 d.C., os novos colonos de origem europeia, africana ou mesmo brasileira reo-
cuparam antigas aldeias, onde encontraram solos ricos e florestas com alta concentração de
espécies úteis (CLEMENT et al., 2015; JUNQUEIRA et al., 2017). É comum que cidades e
comunidades do Brasil moderno estejam localizadas sobre antigos assentamentos indígenas,
principalmente na Amazônia. No início do período colonial, a economia extrativista depen-
dia principalmente de plantas previamente manejadas e paisagens domesticadas pelos povos
indígenas, baseando-se principalmente no comércio de cacau (Theobroma cacao), urucum
(Bixa orellana), guaraná (Paullinia cupana) e castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa)
(HOMMA, 2014; GOMES, 2018). Ao longo do período colonial, outras formas de se fazer
agricultura e de se transformar a paisagem (em geral com impactos maiores do que os
associados às práticas indígenas) foram introduzidas e se expandiram em diversas partes
do Brasil, baseadas inicialmente em mão de obra escrava importada da África (DEAN,
1995; SOUZA, 2009; MANN, 2011; WATKINS, 2015). Após a independência e a repressão
às rebeliões que surgiram em diversas regiões do Brasil, esses sistemas continuaram a se
expandir no Nordeste, Sudeste e Sul, mas na Amazônia o extrativismo continuou expres-
sivo com a crescente demanda por borracha, o que resultou na criação de seringais, que
formam paisagens enriquecidas com a seringueira (Hevea brasiliensis) (SCHROTH et al.,
2003). Após o colapso da economia da borracha, no início do século XX, o extrativismo
na Amazônia passou a se basear em peles (ANTUNES; SHEPARD JR.; VENTICINQUE,
2016), mas também em castanhas, e mais tarde no açaí, encontrados nas florestas trans-
formadas pelas populações pré-coloniais (HOMMA, 1993, 2003; ANTUNES et al., 2014).
17 Estima-se que houve uma redução de 90-95% da populção humana nas Américas com a chegada dos europeus nos primeiros
cem anos de contato (DENEVAN, 2014; KOCH et al., 2019), resultando no maior colapso populacional de que se tem notícia
na história da humanidade.
Figura 17. Localização de centros de origem de domesticação de algumas plantas historicamente selecionadas
no país (indicadas em negrito). Esses centros de origem de domesticação concentram diversidade genética e
morfológica dessas plantas e estão localizados em diferentes tipos de paisagens domesticadas (os quadros laterais
oferecem exemplos), onde práticas de manejo e domesticação foram desenvolvidas por povos indígenas no
passado e são mantidas e expandidas por grupos humanos atuais. As unidades de conservação e terras indígenas
são possíveis soluções para conter o desmatamento que ameaça esse patrimônio cultural de importância social,
econômica e ambiental no Brasil. Fonte: Dados de desmatamento foram obtidos em projetos de monitoramento
via satélite. Para Amazônia Legal, dados de 2015, disponíveis em: http://www.obt.inpe.br/OBT/assuntos/
programas/amazonia/prodes. Para as demais regiões, entre 2008-2009, disponíveis em: https://siscom.ibama.gov.
br/monitora_biomas.
Nas últimas décadas, o comércio da polpa dos frutos passou a atender não só
Figura 18. A domesticação das florestas com açaí (Euterpe oleracea), entremeadas por outras espécies
nativas (buritizais ao fundo, Mauritia flexuosa), foi iniciada em tempos pré-colombianos, persiste até hoje e é
extremamente importante para o modo de vida de populações amazônicas, em particular na região do estuário
do Amazonas. Foto: Juliana Lins.
Ficou cada vez mais óbvio, nas últimas duas décadas, que as atividades humanas no
passado tiveram um importante reflexo na floresta amazônica. No fim dos anos 1980, ba-
seado em inventários realizados em parcelas de florestas abandonadas pelos povos indíge-
nas, foi proposto que 11,8% das florestas de terra firme na Amazônia tiveram uma origem
cultural (BALÉE, 1987). A partir de então, arqueólogos e ecologistas históricos usaram es-
sas e outras observações correlacionadas (BALÉE, 1987; LEVIS et al., 2017; POSEY, 1985;
POSEY; BALÉE, 1989) para sustentar suas alegações de que as populações amazônicas
nativas eram, de fato, mais numerosas do que se pensava anteriormente (e.g. MANN, 2005;
CLEMENT et al., 2015) e que as ações de sociedades tradicionais tanto do passado quanto
contemporâneas na Amazônia contribuem para aumentar a biodiversidade em todo o bio-
ma. O termo ‘florestas antropogênicas’ foi usado como um sinônimo de floresta cultural
e o conceito da forma pela qual é aplicado na Amazônia foi logo adotado por antropólo-
gos (e.g., MORAN, 1993, p. 68-81), geógrafos (e.g., DENEVAN, 1992a, 2016) e biólogos
(WHITMORE, 1990, p. 160-161), bem como por arqueólogos (HECKENBERGER, 2005;
NEVES et al., 2003; SCHAAN, 2004, 2006).
A floresta amazônica tem sido alterada pelos seres humanos há milhares de anos.
Através de pesquisas recentes fica claro que caçadores-coletores contemporâneos também
fazem alterações em seus locais de habitação que, em alguns casos, afetaram a composi-
ção da floresta (POLITIS, 2001; RIVAL, 2002; ZENT; LÓPEZ-ZENT, 2004), embora essas
transformações locais nas florestas sejam diferentes na intensidade e duração se compara-
Estudos sobre as florestas tropicais nas últimas décadas têm demonstrado que mui-
tas vezes as florestas secundárias manejadas possuem características que as tornam indis-
tinguíveis das florestas primárias. Tais estudos utilizam o termo “florestas antropogênicas”
para definir tais formações e apontam elementos da biodiversidade que são indicadores
de modificação pela interferência humana. A Ecologia Histórica observa que paisagens
sofrem modificações temporais e espaciais associadas às atividades humanas. Tais modi-
ficações se constroem através de sutis padrões de ação e comportamento que podem ser
verificados por meio de espécies-chave, podendo alterar a frequência e a riqueza de espé-
cies local e regionalmente. As relações dialéticas entre humanos e a natureza se manifestam
nas paisagens, de modo que ambientes naturais, uma vez modificados, jamais irão evoluir
da mesma forma como antes. Assim, estima-se que cerca de 11,8% das florestas continen-
tais da Amazônia brasileira podem ser consideradas antropogênicas, produto do histórico
manejo pelas populações nativas (BALÉE, 1998; POSEY, 1985; BALÉE; ERICKSON, 2006;
POSEY; BALÉE, 1989; CRUMLEY, 1994).
20 Bel./Lic. Ciências Biológicas, Msc. Antropologia Social, Doutorando PPGAS/UFSC. Indigenista Especializado, Fundação
Nacional do Índio – FUNAI.
Figura 19. Rotas migratórias dos Guarani baseadas nos sítios cerâmicos, com destaque para a área de influência
das Bacias dos Rios Uruguai e Paraná. Fonte: Iriarte et al. (2016).
como a Mata Atlântica, através de movimentos migratórios (NOELLI, 1993, 2000, 2004,
2008; LATHRAP, 1970; BROCHADO, 1989; PRONAPA, 1970; EHRENREICH, 1891;
SCATAMACCHIA, 1995; RODRIGUES, 1964, ALMEIDA; NEVES 2015, IRIARTE et al.,
2017). Estudos da composição florística nas formações florestais no sul e sudeste do Brasil
identificaram uma lista de espécies indicadoras das rotas migratórias de plantas da Ama-
zônia em direção à costa atlântica (KLEIN, 1980; REITZ; KLEIN, 1964; RAMBO, 1951).
Parte dessas plantas compõe o conjunto de espécies incorporadas ao sistema de manejo
territorial guarani (MTG) (NOELLI, 2019), indicando a contribuição desse grupo indíge-
na para a formação da Mata Atlântica conforme a conhecemos na atualidade. Além disso,
sabe-se que durante o Holoceno tardio, cerca de 2.000 A.P., os povos falantes de línguas Jê
do Sul, ancestrais dos atuais Kaingang e Xokleng Laklanõ foram responsáveis pela expan-
são das matas de araucária nas regiões de maior altitude, em virtude do manejo de pinhão
e de rebanhos de fauna (BITENCOURT; KRAUSPENHAR, 2006; ver outras referências
em MOREIRA et al.; FURQUIM et al., neste volume). Sendo assim, a gestão agroflorestal
de subsistência e os esforços para a domesticação da paisagem, em maior e menor escala,
milenarmente empregados pelos Guarani e outros povos autóctones que coabitaram essa
região no período pré-colonial, influenciaram significativamente as características das flo-
restas tropicais sul-americanas (OLIVEIRA, 2009).
ACEITUNO, F. J.; CASTILLO, N. (2005). Mobility strategies in Colombia’s middle mountain range
between the early and middle Holocene. Before Farming, v. 2, p. 1-17.
ACRE. Secretaria do Estado de Planejamento. (2017). O Acre em números. Rio Branco: SEPLAN.
ALMEIDA, F. A.; NEVES, E. G. (2015). Evidências Arqueológicas para a Origem dos Tupi-
Guarani no Leste da Amazônia, Mana, v. 21, n. 3, p. 499-525.
ALTIERI, M. A.; TOLEDO, V. M. (2011). The agroecological revolution in Latin America: rescuing
nature, ensuring food sovereignty and empowering peasants. The Journal of Peasant Studies, v.
38, n. 3, p. 587-612.
ALVES, D. (2016). Plant food consumption and the origin of Amazonian dark earth in the Lower
Tapajós Region. In: STENBORG, P. (org.). Beyond waters: archaeology and environmental history
of the Amazon inland. Gothenburg: University of Gothenburg.
ANTUNES, A. P.; RACHEL M.; FEWSTER, R. M.; VENTICINQUE, E. M.; PERES, C. A.; LEVI,
T.; ROHE, F.; SHEPARD Jr., G. H. (2016). Empty forest or empty rivers? A century of commercial
hunting in Amazonia. Science Advances, v. 2, n. 10.
ARAGÃO, L. E. O. C.; MALHI, Y.; ROMÁN-CUESTA, R. M.; SAATCHI, S.; ANDERSON, L.;
SHIMABUKURO, Y. (2007). Spatial patterns and fire response of recent Amazonian droughts.
Geophysical Research Letters, v. 34, n. 7. Disponível em: https://doi.org/10.1029/2006GL028946.
Acesso em: 6 set. 2020.
ARAUJO, A. G. M.; FEATHERS, J.; ARROYO-KALIN, M.; TIZUKA, M. (2008). Lapa das Boleiras
rockshelter: stratigraphy and formation processes at a paleoamerican site in Central Brazil. Journal
of Archaeological Science, v. 35, p. 3138-3202.
ARAUJO, A.; NEVES, W.; KIPNIS, R. (2012). Lagoa Santa revisited: an overview of the
chronology, subsistence, and material culture of Paleoindian sites in Eastern central Brazil. Latin
American Antiquity, v. 23, p. 533-50.
ARROYO-KALIN, M. (2017). Amazonian dark earths. In: NICOSIA, C.; STOOPS, G. (ed.).
Archaeological Soils and Sediment Micromorphology. New York: Willey and Sons. p. 345-357.
ARROYO-KALIN, M.; NEVES, E. G.; WOODS, W. I. (2009). Anthropogenic dark earths of the
Central Amazon region: remarks on their evolution and polygenetic composition. In: WOODS, W.
I.; TEIXEIRA, W. G.; LEHMANN, J.; STEINER, C. WINKLERPRINS, A. M. G. A.; REBLLATO, L.
(ed.). Amazonian dark earths: Wim Sombroek’s vision. New York: Springer. p. 99-125.
BACHELET, C.; SCHEEL-YBERT, R. (2017). Landscape and firewood selection in the Santa Elina
rock shelter (Mato Grosso, Brazil) during the Holocene. Quaternary International, v. 431, part A,
p. 56-60.
BAILEY, R. C.; HEADLAND, T. N. (1991). The tropical rain forest: is it a productive environment
for human foragers? Human Ecololgy, v. 19, p. 261-285.
BALÉE, W. (1999). Footprints of the forest: Ka’apor ethnobotany – the historical ecology of plant
utilization by an Amazonian people. New York: Columbia University Press.
BALÉE, W. (1987). A etnobotânica quantitativa dos índios Tembé (Rio Gurupi, Pará). Boletim do
Museu Paraense Emilio Goeldi. Nova Série Botânica, Belém, v. 3, n. 1, p. 29-50.
BALÉE, W. (2013). Cultural forests of the Amazon: a historical ecology of people and their
landscapes. Tuscaloosa: The University of Alabama Press. 268 p.
BALÉE, W. (ed.). (1998). Advances in historical ecology. Nova York: Columbia University.
BALÉE, W.; ERICKSON, C. L. (ed.). (2006). Time and complexity in historical ecology: studies in
the neotropical lowlands. Nova York: Columbia University Press.
BEHLING, H; COSTA, M. L. (2000). Holocene environmental changes from the Rio Curua
record in the Caxiuana region, Eastern Amazon Basin. Quaternary Research, Cambridge,
v. 53, p. 369-377. DOI: https://doi.org/10.1006/qres.1999.2117. Disponível em: https://
www.cambridge.org/core/journals/quaternary-research/article/holocene-environmental-
changes-from-the-rio-curua-record-in-the-caxiuana-region-eastern-amazon-basin/
EFFE34249FDB13F25CAADA8C8619CADC. Acesso em: 6 set. 2020.
BEHLING, H.; Costa, M. L. (2001). Holocene vegetational and coastal environmental changes
from the Lago Crispim record in northeastern Pará State, eastern Amazonia. Review of
Palaeobotany and Palynology, v. 114, p. 145-155.
BIRK, J. J.; NEVES, E. G.; TEIXEIRA, W. G.; GLASER, B. (2011). Faeces deposition on Amazonian
anthrosols as assessed from 5β-stanols. Journal of Archaeological Science, v. 38, n. 6, p. 1209-
1220.
BOËDA, E.; ROCCA, R.; COSTA, A.; FONTUGNE, M.; CHRISTINE, H.; CLEMENTE-CONTE,
I.; SANTOS, J.; DE OLIVEIRA E LUCAS, L.; FELICE, G. D.; LOURDEAU, A.; VILLAGRAN,
X.; GLUCHY, M.; RAMOS, M. P.; VIANA, S.; LAHAYE, C.; GUIDON, N.; GRIGGO, C.; PINO,
M.; PESSIS, A.; GATO, B. (2016). New data on a Pleistocene archaeological sequence in South
America: toca do Sítio do Meio, Piauí, Brazil. PaleoAmerica: A Journal of Early Human
Migration and Dispersal, New York, Routledge, v. 247, p. 16-21.
BONOMO, M.; COSTA ANGRIZANI, R.; APOLINAIRE, E.; NOELLI, F. (2015). A model for
the Guaraní expansion in the La Plata basin and littoral Zone of Southern Brazil. Quaternary
International, v. 356, p. 54-73.
BOWSER, B.; ZEDEÑO, M. (2009). The Archaeology of Meaningful Places. Salt Lake City:
BRONDIZIO, E. S. (2008). Amazonian caboclo and the açaí palm. New York: The New York
Botanical Garden Press. 389 p.
BRUGGER, S. O.; GOBET, E.; VAN LEEUWEN, J. F. N.; LEDRU, M.-P.; COLOMBAROLI,
D.; VAN DER KNAAP, W. O.; LOMBARDO, U.; ESCOBAR-TORREZ, K.; FINSINGER,
W.; RODRIGUES, L.; GIESCHE, A.; ZARATE, M.; VEIT, H.; TINNER, W. (2016). Long-
term man-environment interactions in the Bolivian Amazon: 8000 years of vegetation
dynamics. Quaternary Science Reviews, v. 132, p. 114-128. DOI: https://doi.org/10.1016/j.
quascirev.2015.11.001. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/
S0277379115301670?via%3Dihub%20-%20!. Acesso em: 6 set. 2020.
BUENO, L.; DIAS, A.; STEEL, J. (2013). The Late Pleistocene/Early Holocene archaeological
record in Brazil: a geo-referenced database. Quaternary International, v. 301, p. 74-93.
BUSH, M. B.; CORREA-METREO, A.; MCMICHAEL, C.; SULLY, S.; SHADIK, C.; VALENCIA,
B.; GUILDERSON, T.; STEINITZ-KANNAN, M.; OVERPECK, J. (2016). A 6900-year history
of landscape modification by humans in lowland Amazonia. Quaternary Science Reviews, v.
141, p. 52-64. DOI: https://doi.org/10.1016/j.quascirev.2016.03.022.Disponível em: https://www.
sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0277379116300919?via%3Dihub. Acesso em: 6 set.
2020.
BUSH, M. B.; CORREA-METREO, A.; WOESIK, R.; SHADIK, C.; MCMICHAEL, C. (2017).
Human disturbance amplifies Amazonian El Niño – Southern Oscillation signal. Global Change
Biology, v. 23, p. 3181-3192. Disponível em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1111/
gcb.13608. Acesso em: 6 set. 2020.
BUSH, M. B.; MILLER, M.; OLIVEIRA, P.; CONLIVAUX, P. (2000). Two histories of
environmental change and human disturbance in eastern lowland Amazonia. The Holocene, v. 10,
p. 543-553.
BUSH, M. B.; SILMAN, M.; TOLEDO, M.; LISTOPAD, C.; GOSLING, W.; WILLIAMS, C.;
OLIVEIRA, P.; KRISEL, C. (2007). Holocene fire and occupation in Amazonia: records from two
lake districts. Philosophical Transactions of the Royal Society of London B: Biological Sciences,
London, v. 362, p. 209-218.
BUSH, M. B.; SILMAN, M.; MCMICHAEL, C.; SAATCHI, S. (2008). Fire, climate change and
biodiversity in Amazonia: a Late-Holocene perspective. Philosophical Transactions of the
Royal Society of London B: Biological Sciences, London, v. 363, p. 1795-1802. DOI: https://
doi.org/10.1098/rstb.2007.0014. Disponível em: https://royalsocietypublishing.org/doi/10.1098/
rstb.2007.0014. Acesso em: 6 set. 2020.
CALDARELLI S. B.; KIPNIS R. (2017). A ocupação pré-colonial da Bacia do Rio Madeira: novos
dados e problemáticas associadas. Especiaria: Cadernos de Ciências Humanas, v. 17, n. 30, p.
CARNEIRO, R. L. (1983). The cultivation of manioc among the Kuikuru of the upper Xingu. In:
HAMES, R. B.; VICKERS, W. T. (ed.). Adaptive responses of native Amazonians. New York:
Academic Press. p. 65-112.
CARNEY, J. A.; ROSOMOFF, R. N. (2011). In the shadow of slavery: Africa’s botanical legacy in
the Atlantic World. Berkeley: University of California Press. 296 p.
CAROMANO, C. (2013). Revealing fires and rich diets: macro and micro-arcahebotanical analysis
at the Hatahara site, Central Amazonia. Tipití: Journal of the Society for the Anthropology of
Lowland South America, v. 11, n. 2, p. 40-51.
CAROMANO, C.; CASCON, L.; MURRIETA, R. (2016). A roça Assurini e o fogo bonito de Aí.
Habitus, v. 14, n. 1, p. 131-140.
CASSINO, M.; ALVES, R.; LEVIS, C.; WATLING, J.; JUNQUEIRA, A.; SHOCK, M.; FERREIRA,
M.; ANDRADE, V.; FURQUIM, L.; COELHO, S.; TAMANAHA, E.; NEVES, E.; CLEMENT, C.
(2019). Ethnobotany and Ethnoecology Applied to Historical Ecology. In: ALBUQUERQUE,
L.; CRUZ, A. (ed.) Methods and Techniques in Ethnobiology and Ethnoecology. New York:
Springer, Human Press.
CLEMENT, C. R. (1999a). 1492 and the loss of Amazonian crop genetic resources. I. The relation
between domestication and human population decline. Economic Botany, v. 53, n. 2, p. 188-202.
CLEMENT, C. R. (1999b). 1492 and the loss of Amazonian crop genetic resources. II. Crop
biogeography at contact. Economic Botany, v. 53, n. 2, p. 203-216.
CLEMENT, C. R.; JUNQUEIRA, A.; MOREIRA, P. A.; LINS J.; LEVIS, C. (2016). Ecologia
histórica e a criação da agrobiodiversidade na Amazônia: lições para a agroecologia. In: SANTILLI,
J.; BUSTAMANTE, P. G.; BARBIERI, L. (ed.). Agrobiodiversidade. 1. ed. Brasília: Embrapa. p. 27-
50. (Coleção Transição Agroecológica, v. 2).
CLEMENT, C. R.; LINS, J.; JUNQUEIRA, A. B.; JAKOVAC, A. C. C.; CABRAL, T. S.; LEVIS, C.;
ALVES-PEREIRA, A.; VIEIRA, I. C. G. (2013). Uma Revolução Beckeriana para a biodiversidade
CLEMENT, C. R. (2001). Melhoramento de espécies nativas. In: NASS, L. L.; VALOIS, A. C. C.;
MELO, I. S.; VALADARES-INGLIS, M. C. (ed.). Recursos genéticos e melhoramento: plantas.
Rondonópolis: Fundação MT. p. 422-441.
CLEMENT, C. R. (1999a). 1492 and the loss of Amazonian crop genetic resources in the relation
between domestication and human population decline. Economic Botany, v. 53, n. 2, p. 188-202.
CLEMENT, C. R. (1999b). 1492 and the loss of Amazonian crop genetic resources II: crop
biogeography at contact. Economic Botany, v. 53, n. 2, p. 203-216.
COSTA, M. L.; KERN, D. C. (1999). Geochemical signatures of tropical soils with archaeological
black earth in the Amazon, Brazil. Journal of Geochemical Exploration, v. 66, n. 1-2, p. 369-385.
COSTA, J. A.; COSTA, M. L.; KERN, D. C. (2013). Analysis of the spatial distribution of
geochemical signatures for the identification of prehistoric settlement patterns in ADE and TMA
sites in the lower Amazon Basin. Journal of Archaeological Science, v. 40, p. 2771-2782.
CRIVOS, M. (2004). Nature and domestic life in the Valle del Cuñapirú (Misiones, Argentina):
reflections on Mbyá-Guaraní ethnoecology. Agriculture and Human Values, v. 21, n. 2-3, p. 111-
125.
CRIVOS, M.; MARTÍNEZ, M. R.; POCHETTINO, M. L.; REMORINI, C.; SY, A.; TEVES, L.
(2007). Pathway as “signatures in landscape”: towards and ethnography of mobility among the
Mbya-Guaraní (Northeastern Argentina). Journal of Ethnobiology and Ethnomedicine, v. 3, n. 2.
Disponível em: http://www.ethnobiomed.com/content/3/1/2. Acesso em 03/01/2019.
CRUMLEY, C. L. (ed.). (1994). Historical ecology: cultural knowledge and changing landscapes.
Albuquerque: School of American Research Press.
CYMERYS, M.; VOGT, N.; BRONDIZIO, E. (2011). Açaí. Euterpe oleracea Mart. In: SHANLEY, P.;
CYMERYS, M.; SILVA, M.; MEDINA, G. (ed.). Fruit trees and useful plants in Amazonian life.
Roma: Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO). p. 157-168.
DEAN, W. (1995). With broadax and firebrand: the destruction of the Brazilian Atlantic Forest.
DEBOER, W. R.; LATHRAP, D. W. (1979). The making and breaking of Shipibo Conibo ceramics.
In: KRAMER, C. (ed.). Ethnoarchaeology: implications of ethnography for archaeology. New
York: Columbia University Press, p. 102-138.
DENEVAN, W. M.; TREACY, J. M.; ALCORN, J. B.; PADOCH, C.; DENSLOW, J.; PAITAN, S. F.
(1984). Indigenous agroforestry in the Peruvian Amazon: Bora Indian management of swidden
fallows. Interciencia, v. 9, n. 6, p. 346-357.
DENEVAN, W. M. (2016). After 1492: nature rebounds. Geographical Review, v. 106, n. 3, p. 381-
398.
DENEVAN, W. M; WILLIAM, M. (1992). The pristine myth: the landscape of the Americas in
1492. Annals of the Association of American Geographers, v. 82, n. 3, p. 369-385.
DICKAU, R.; BRUNO, M. C.; IRIARTE, J.; PRÜMERS, H.; BETANCOURT, C. J.; HOLST, I.;
MAYLE, F. E. (2011). Diversity of cultivars and other plant resources used at habitation sites in
the Llanos de Mojos, Beni, Bolivia: evidence from macrobotanical remains, starch grains, and
phytoliths. Journal of Archaeological Science, v. 39, p. 357-370.
DUCKE, A.; BLACK, G. A. (1954). Notas sobre a fitogeografia da Amazônia brasileira. Boletim
Técnico do Instituto Agronômico do Norte, v. 29, p.1-62.
EDEN, M. J.; BRAY, W.; HERRERA, L.; MCEVAN, C. (1984). Terra preta soils and their
archaeological context in the Caquetá basin of southeast Colombia. American Antiquity, v. 49, n.
1, p. 125-140.
EHRENREICH, P. (1891). Die Einteilung und Verbreiterung der Völkerstämme Brasiliens nach dem
gegenwärtingen Stande unserer Kenntnisse. Petermanns Mitteilungen, Göttingen, v. 37.
ERICKSON, C.; BALÉE, W. (2006). The historical ecology of a complex landscape in Bolivia.
In: BALÉE, W.; ERICKSON, C. (ed.). Time and complexity in historical ecology. Nova York:
Columbia University Press. p. 165-186.
ERICKSON, C. L. (2008). Amazonia: the historical ecology of a domesticated landscape. In: The
ERICKSON, C. L. (2006). The domesticated landscapes of the Bolivian Amazon. In: BALÉE,
W.; ERICKSON, C. (ed.). Time and complexity in historical ecology. Nova York: Columbia
University Press. p. 78.
ERICKSON, C. L. (2003). Historical ecology and future explorations. In: LEHMANN, J.; KERN,
D.; GLASER, B.; WOODS, W. Amazonian dark earths: origins, properties and management.
Dordrecht: Kluwer Press. p. 455-500.
FAUSTO, C.; NEVES, E. (2018). Whas there ever a Neolithic in the Neotropics? Plant
familiarization and biodiversity in the Amazon. Antiquity, v. 92, n. 366, p. 1604-1618.
FLORES, B.; PIEDADE, M.; NELSON, B. (2014). Fire disturbance in Amazonian blackwater
floodplain forests. Plant Ecology and Diversity, v. 7, n. 1-2, p. 319-327.
FRASER, J. A.; ALVES-PEREIRA, A.; JUNQUEIRA, A. B.; PERONI, N.; CLEMENT, C. R. (2012).
Convergent adaptations: bitter manioc cultivation systems in fertile anthropogenic dark earths and
floodplain soils in Central Amazonia. PLOS ONE, v. 7, n. 8. DOI: https://doi.org/10.1371/journal.
pone.0043636. Disponível em: https://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.
pone.0043636. Acesso em: 19 out. 2020.
FRASER, J. A.; Junqueira, A.; Kawa, N.; Moraes, C.; Clement, C. (2011b). Crop diversity on
anthropogenic dark earths in Central Amazonia. Human Ecology, v. 39, n. 4, p. 395-406.
FREITAS, M. A. B.; VIEIRA, I. C. G.; ALBERNAZ, A.L. K. M.; MAGALHÃES, J. L. L.; LEES,
A. C. (2015). Floristic impoverishment of Amazonian floodplain forests managed for açaí fruit
production. Forest Ecology and Management, v. 351, p. 20-27.
FULLER, D.; DENHAM, T.; ARROYO-KALIN, M.; LUCAS, L.; STEVENS, C.; QIN, L.; ALLABY,
R.; PURUGGANAN, M. (2014). Convergent evolution and parallelism in plant domestication
revealed by expanding archaeological record. Proceedings of the National Academy of Sciences,
v. 111, n. 17, p. 6147-6152.
FURQUIM, L. P. (2017). Nem tudo que reluz é milho: manejo agroflorestal no interflúvio Purus –
Madeira (Acre, Brasil). Encuentro Internacional de Arqueología Amazónica (EIAA), IV, Trinidad,
Bolívia, 2017. Anais [...]. Trinidad, Bolívia.
GLASER, B.; WOODS, W. I. (ed.). (2004). Amazonian dark earths: explorations in space and
time. Berlin; London: Springer.
GLASER, B.; BIRK, J. J. (2012). State of the scientific knowledge on properties and genesis
of anthropogenic dark earths in Central Amazonia (Terra Preta de Índio). Geochimica et
Cosmochimica Acta, v. 82, p. 39-51.
GLASER, B.; BALASHOV, E.; HAUMAIER, L.; GUGGENBERGER, G.; ZECH, W. (2000). Black
carbon in density fractions of anthropogenic soils of the Brazilian Amazon region. Organic
Geochemistry, v. 21, p. 669-678.
GRAHAM, E. (2006). A neotropical framework for terra preta. In: BALÉE, W.; ERICKSON, C. L.
(ed.). Time and complexityin historical ecology: studies in the neotropical lowlands. New York:
Columbia University Press. p. 57-85.
GRENAND, P. (1992). The use and cultural significance of the secondary forest among the Wayapi
Indians. In: PLOTKIN, M.; FAMOLARE, L. (ed.). Sustainable harvest and marketing of rain
forest products. Washington: Island Press. p. 27-40.
GUIMARÃES, P.; GALETI, M.; JORDANO, P. (2008). Seed dispersal anachronisms: rethinking
the fruit extinct megafauna ate. PLOS ONE, v. 3, n. 3. doi:10.1371/journal.pone.0001745.
Disponível em: https://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0001745. Acesso
em: 6 set. 2020.
HARLAN, J. R. (1992). Crops & man. 2. ed. Madison: American Society of Agronomy & Crop
Science Society of America. 284 p.
HARRIS, D. (1972). The origins of agriculture in the tropics: ecological analysis affords new
insights into agricultural origins and suggests a fresh evaluation of the limited archaeological
evidence. American Scientist, v. 60, n. 2, p. 180-193.
HASTORF, C. (1998). The cultural life od early domestic plant use. Antiquity, v. 72, n. 278, p. 773-
782.
HECHT, S. B. (2003). Indigenous soil management and the creation of Amazonian dark
HECKENBERGER, M. J. (1998). Manioc agriculture and sedentism in Amazonia: the upper Xingu
example. Antiquity, v. 72, n. 277, p. 633-648.
HECKENBERGER, M. J. (2005). The ecology of power: culture, place, and personhood in the
southern Amazon, A.D. 1000-2000. New York: Routledge.
HECKENBERGER, M. J.; KUIKURO, A.; KUIKURO, U. T.; RUSSELL, J. C.; SCHMIDT, M.;
FAUSTO, C.; FRANCHETTO, B. (2003). Amazonia 1492: pristine forest or cultural parkland?
Science, v. 301, n. 5640, p. 1710-1714.
HECKENBERGER, M. J.; PETERSEN, J. B.; NEVES, E. G. (1999). Village size and permanence in
Amazonia: two archaeological examples from Brazil. Latin American Antiquity, v. 10, n. 4, p. 353-
376.
HENDERSON, A. (1995). The palms of the Amazon. Oxford: Oxford University Press.
HERMENEGILDO, T.; O’CONNELL, T.; GUAPINDAIA, V.; NEVES, E. G. (2017). New evidence
for subsistence strategies of late pre-colonial societies of the mouth of the Amazon based on
carbon and nitrogen isotopic data. Quaternary International, v. 448, p. 139-149.
HERRERA, L. F.; CAVELIER, I.; RODRIGUEZ, C.; MORA, S. (1992). The technical
transformation of an agricultural system in the Colombian Amazon. World Archaeology, v. 24, n.
1, p. 98-113.
HILBERT, K.; NEVES, E. G.; PUGLIESE, F.; WHITNEY, B. S.; SHOCK, M.; VEASEY, E.; ZIMPEL,
C. A.; IRIARTE, J. (2017). Evidence for mid-Holocene rice domestication in the Americas. Nature,
Ecology and Evolution, v. 1, p. 1693-1698.
INGOLD, T. (2002). The perception of the environment: essays on livelihood, dwelling and skill.
London: Routledge. 480 p.
IRIARTE, J.; SMITH, R. J.; SOUZA, J. G.; MAYLE, F. E.; WHITNEY, B. S.; CÁRDENAS, M. L.;
SINGARAYER, J.; CARSON, J. F.; ROY, S.; VALDES, P. (2016). Out of Amazonia: Late-Holocene
climate change and the Tupi-Guarani trans-continental expansion, The Holocene, v. 27, n. 7, p.
967-975.
IRIARTE, J.; DEBLASIS, P.; DE SOUZA, J.; CORTELETTI, R. (2017). Emergent complexity,
changing landscapes, and spheres of interaction in Southeastern South America during the Middle
and Late Holocene. Journal of Archaeological Research, v. 25, n. 3, p. 1-63.
IRION, G. (2006). A multiproxy palaeoecological record of Holocene lake sediments from the Rio
Tapajós, eastern Amazonia. Palaeogeography, Palaeoclimatology, Palaeoecology, v. 240, p. 523-
535.
JUNQUEIRA, A. B.; LEVIS, C.; BONGERS, F.; PEÑA-CLAROS, M.; CLEMENT, C. R.; COSTA,
F.; TER STEEGE, H. (2017). Response to Comment on “Persistent effects of pre-Columbian plant
domestication on Amazonian forest composition”. Science, v. 358, n. 6361, p. eaan8837.
JUNQUEIRA, A. B.; SOUZA, N. B.; STOMPH, T. J.; ALMEKINDERS, C.; CLEMENT, C. R.;
STRUIK, P. (2016a). Soil fertility gradients shape the agrobiodiversity of Amazonian homegardens.
Agriculture, Ecosystems & Environment, v. 221, p. 270-281.
JUNQUEIRA, A. B.; STOMPH, T. J.; CLEMENT, C. R.; STRUIK, P. (2016b). Variation in soil
fertility influences cycle dynamics and crop diversity in shifting cultivation systems. Agriculture,
Ecosystems & Environment, v. 215, p. 122-132.
JUNQUEIRA, A. B. (2016a). Variation in soil fertility influences cycle dynamics and crop diversity
in shifting cultivation systems. Agriculture, Ecosystems and Environment, v. 215, p. 122-132.
KERN, D. C.; KÄMPF, N. (1989). Antigos assentamentos indígenas na formação de solos com
terra preta arqueológica na região de Oriximiná, Pará. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.
13, n. 2, p. 219-225.
KERN, D. C. (2003). Distribution of antropogenic dark earths. In: LEHMANN, J.; KERN, D. C.;
GLASER, B.; WOODS, W. (ed.). Amazonian dark earths: origin, properties, management. 1. ed.
Norwell: Kluwer Academic Publishers. p. 51-76.
KERN, D. C.; LIMA DA COSTA, M.; FRAZÃO, F. J. L. (2004). Evolution of the scientific
knowledge regarding archaeological black earths of Amazonia. In: GLASER B.; WOODS, W. I.
(ed.). Amazonian dark earths: explorations in space and time. Berlin; London: Springer. p. 19-28.
KISTLER, L.; MAEZUMI, Y.; DE SOUZA, J; PEZELOMSKA, N.; COSTA, F.; SMITH, O.;
LOISELLE, H.; RAMOS-MADRIGAL, J.; WALES, N.; RIBEIRO, E.; MORRISON, R.; GRIMALDO,
C.; PROUSS, A.; ARRIAZA, B.; GILBERT, M.; FREITAS, F.; ALLABY, R. (2019). Multiproxy
evidence highlights a complex evolutionary legacy of maize in South America. Science, v. 362, p.
1309-1313.
KLEIN, R. M. (1980). Ecologia da flora e vegetação do Vale do Itajaí. Sellowia, Itajaí, v. 32.
KOCH, A.; BRIERLEY, C.; MASLIN, M.; LEWIS, S. (2019). Earth system impacts of the European
arrival and great dying in the Americas after 1492. Quaternary Science Reviews, v. 207, p. 13-36.
LATHRAP, D. (1970). The Upper Amazon. Ancient people and Places. London: Thames and
Hudson.
LEDRU, M.-P. (2002). Late Quaternary history and evolution of the cerrados as revealed by
palynological records. In: OLIVEIRA, P. S.; MARQUIS, R. J. (ed.). The Cerrados of Brazil:
ecology and natural history of a neotropical savanna. New York: Columbia University Press. p. 33-
50.
LEHMANN, J. SILVA JR.; J. P.; STEINER, C.; NEHLS, T.; ZECH, W.; GLASER, B. (2003).
Nutrient availability and leaching in an archaeological Anthrosol and a Ferralsol of the Central
Amazon basin: fertilizer, manure and charcoal amendments. Plant and Soil, v. 249, n. 2, p. 343-
357.
LEHMANN, J.; KERN, D.; GLASER, B.; WOODS, W. (2003). Amazonian dark earths: origins,
properties and management. Dordrecht: Kluwer Press.
LEVIS, C.; SOUZA, P. F.; SCHIETTI, J.; EMILIO, T.; VEIGA PINTO, J. L. P.; CLEMENT, C.
R.; COSTA, F. R. C. (2012). Historical human footprint on modern tree species composition in
the Purus-Madeira interfluve, central Amazonia. PLOS ONE, v. 7, n. 11. DOI: 10.1371/journal.
pone.0048559. Disponível em: https://science.sciencemag.org/content/355/6328/925. Acesso em:
19 out. 2020.
LEVIS, C.; FLORES, B. M.; MOREIRA, P. A.; LUIZE, B. G.; ALVES, R. P.; FRANCO-MORAES,
J.; LINS, J.; KONINGS, E.; PEÑA-CLAROS, M.; BONGERS, F.; COSTA, F. R. C.; CLEMENT, C.
R. (2018). How people domesticated Amazonian forests. Frontiers in Ecology and Evolution, v. 5,
p. 171.
LEVIS, C.; FLORES, B. M.; MOREIRA, P. A.; LUIZE, B. G.; ALVES, R. P.; FRANCO-MORAES,
J.; LINS, J.; KONINGS, E.; PEÑA-CLAROS, M.; BONGERS, F.; COSTA, F. R. C.; CLEMENT, C.
R. (2017). How people domesticated Amazonian forests. Frontiers in Ecology and Evolution,
v. 5. DOI: https://doi.org/10.3389/fevo.2017.00171. Disponível em: https://www.frontiersin.org/
articles/10.3389/fevo.2017.00171/full. Acesso em: 6 set. 2020.
LEVIS, C.; SILVA, M. S.; SILVA, M. A.; MORAES, C.; NEVES, E. G.; TAMANAHA, E.; FLORES,
B.; CLEMENT, C. R. (2014). What do we know about the distribution of Amazonian dark
earth along tributary rivers in Central Amazonia? In: Encuentro Internacional de Arqueologia
Amazónica, III, Quito, 2014. Antes de Orellana. Actas [...]. Quito.
LIMA, H. N.; SCHAEFER, C. E. R.; MELLO, J. W. V.; GILKES, R. J.; KER, J. C. (2002).
Pedogenesis and pre-Colombian land use of “Terra Preta Anthrosols” (“Indian black earth”) of
Western Amazonia. Geoderma, v. 110, n. 1-2, p. 1-17.
LINS, J.; LIMA, H. P.; BACCARO, F. B.; KINUPP, V. F.; SHEPARD JR., G. H.; CLEMENT, C.
R. (2015). Pre-columbian floristic legacies in modern homegardens of central Amazonia. PLOS
ONE, v. 10, n. 6, p. 1-10. DOI: e0127067. Disponível em: https://journals.plos.org/plosone/
article?id=10.1371/journal.pone.0127067. Acesso em: 19 out. 2020.
LOMBARDO, U. IRIARTE, J.; HILBERT, L.; RUIZ-PÉREZ, J.; CAPRILES, J. M.; VEIT, H. (2020).
MAEZUMI, S. Y.; ALVES, D.; ROBINSON, M.; SOUZA, J. G.; LEVIS, C.; BARNETT, R. L.;
OLIVEIRA, E. A.; URREGO, D.; SCHAAN, D.; IRIARTE, J. (2018). The legacy of 4,500 years of
polyculture agroforestry in the eastern Amazon. Nature Plants, v. 4, n. 8, p. 540.
MAEZUMI, S. Y. (2018). The legacy of 4,500 years of polyculture agroforestry in the eastern
Amazon. Nature Plants, v. 4, p. 540-547. DOI: https://doi.org/10.1038/s41477-018-0205-y.
Disponível em: https://www.nature.com/articles/s41477-018-0205-y. Acesso em: 6 set. 2020.
MANN, C. (2005). 1491: novas revelações das Américas antes de Colombo. Rio de Janeiro:
Objetiva.
MANN, C. C. (2011). 1493: uncovering the new world Columbus created. New York: Alfredo A.
Knopf. 535 p.
MAYLE, F. E.; POWER, M. J. (2008). Impact of a drier Early-Mid Holocene climate upon
Amazonian forests. Philosophical Transactions of the Royal Society of London B: Biological
Sciences, v. 363, p. 1829-1838.
MCMICHAEL, C. H.; PALACE, M. W.; BUSH, M. B.; BRASWELL, B.; HAGEN, S.; NEVES, E.
G.; SILMAN, M. R.; TAMANAHA, E. K.; CZARNECKI, C. (2014). Predicting pre-Columbian
anthropogenic soils in Amazonia. Proceedings of the Royal Society B. Biological Sciences, v.
281, n. 1777. DOI: 20132475. Disponível em: https://royalsocietypublishing.org/doi/10.1098/
rspb.2013.2475. Acesso em: 6 set. 2020.
MILLER, A. J.; GROSS, B. L. (2011). From forest to field: perennial fruit crop domestication.
American Journal of Botany, v. 98, n. 9, p. 1389-414.
MISTRY, J. (1998). Fire in the Cerrado (savannas) of Brazil: an ecological review. Progess in
Physical Geography, v. 22, n. 4, p. 425-448.
MORA, S. (2003). Early Inhabitants of the Amazonian Tropical Rain Forest: a Study of Humans
and Environmental Dynamics. University of Pittsburgh Latin American Archaeology Reports,
Pittsburgh, v. 3.
MORA, S. (2003). Archaeobotanical methods for the study of Amazonian dark earths. In:
LEHMANN, J.; KERN, D.; GLASER, B.; WOODS, W. (ed.). Amazonian dark earths: origins,
properties and management. Kluwer Press, Dordrecht. p. 205-225.
MORAN, E. F. (1993). Deforestation and land use in the Brazilian Amazon. Human Ecology, v.
21, n. 1, p. 1-21.
MOREIRA, P. A.; AGUIRRE-DUGUA, X.; MARIAC, C.; ZEKRAOUI, L.; COUDERC, M.;
DORIANE, P. R.; CASAS, A.; CLEMENT, C. R.; VIGOUROUX, Y. (2017). Diversity of treegourd
(Crescentia cujete) suggests introduction and prehistoric dispersal routes into Amazonia. Frontiers
in Ecology and Evolution, v. 5, p. 150.
MORI, S.; PRANCE, T. (1990). Taxonomy, ecology, and economy botany of Brazil nut (Bertholletia
excelsa Humb. e Bonpl.: Lecythidaceae). Advances in Economic Botany, v. 8, p. 130-150.
MYERS, T. P. (2004). Dark earth in the upper Amazon. In: GLASER, B.; WOODS, W. I. (ed.).
Amazonian dark earths: explorations in space and time. Berlin; London: Springer. p. 67-94.
NAKAMURA, C.; MELO JR., J. C. F.; CECCANTINI, G. (2010). Macro-restos vegetais: uma
abordagem paleoetnobotânica e paleoambiental. In: ARAÚJO, A. G. M.; NEVES, W. A. (org.).
Lapa das boleiras: um sítio paleoíndio do carste de Lagoa Santa, MG, Brasil. São Paulo:
Annablume, p. 158-177.
NEPSTAD, D.; LEFEBVRE, P.; LOPES DA SILVA, U.; TOMASELLA, J.; SCHLESINGER, P.;
SOLÓRZANO, L.; MOUTINHO, P.; RAY, D.; BENITO, J. G. (2004). Amazon drought and its
implications for forest flammability and tree growth: a basin-wide analysis. Global Change Biology,
v. 10, p. 704-717. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1529-8817.2003.00772.x. Disponível em: https://
onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1111/j.1529-8817.2003.00772.x. Acesso em: 6 set. 2020.
NEVES, E. G. (2012). Sob os tempos do equinócio: oito mil anos de história na Amazônia
Central (6.500 a.C.-1.500 d.C.). 2012. Tese (Livre Docência) – Museu de Arqueologia e Etnologia,
Universidade de São Paulo, São Paulo.
NEVES, E. G.; Guapindaia, V.; Lima, H.; Costa, B.; Gomes, J. (2014). A tradição Pocó-Açutuba e
os primeiros sinais visíveis de modificações de paisagens na calha do Amazonas. In: Encuentro
Internacional de Arqueología Amazónica, III, 2014, Quito. Anais [...]. Quito: Ministerio
Coordinador de Conocimiento y Talento Humano/IKIAM. p. 137-158. [Rostain, S. (ed.)].
NEVES, E. G.; Petersen, J. B.; Bartone, R. N.; Silva, C. A. (2003). Historical and sociocultural
origins of amazonian dark earth. In: LEHMANN, J.; KERN, D.; GLASER, B.; WOODS, W. (ed.).
Amazonian dark earths. Leiden: Springer. p. 29-50.
NEVES, E. G. (2003). Historical and socio-cultural origins of Amazonian dark earths. In:
LEHMANN, J.; KERN, D.; GLASER, B.; WOODS, W. (ed.). Amazonian dark earths: origins,
properties and management. Dordrecht: Kluwer Academic Publishers. p. 29-50.
NEVES, E. G. (2007). El formativo que nunca terminó: la larga historia de estabilidad en las
ocupaciones humanas de la Amazonía central. Boletín de Arqueología PUCP, v. 11, p. 117-141.
NEVES, E. G. (2016) A tale of three species or the ancient soul of tropical forests. In: SANZ, N.
(ed.). Tropical forest conversation: long-term processes of human evolution, cultural adaptations
and consumption patterns. 1. ed. Mexico: UNESCO, p. 228-245
NEVES, E.; HECKENBERGER, M. (2019). The call of the wild: rethinking food production in
ancient Amazonia. Annual Review of Anthropology, v. 48, p. 371-88.
NIMUENDAJÚ, C. (1949). Os Tapajó. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, v. 10,
p. 93-106.
NOELLI, F. S. (2008). The Tupi expansion. In: SILVERMAN, H.; ISBELL, W. H. (ed.) The
handbook of South American archaeology. New York: Springer. p. 659-670.
OLIVEIRA, J. (2016). Mundos de roças e florestas. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi,
Belém, v. 11, n. 1, p. 115-131.
OLIVEIRA, J. (2019). A Sedução das Mandiocas. In: LABATE, B. C.; GOULART, S. L. (org.). O
PEPPER, L. G.; ALVES, L. F. N. (2017). Small-scale açaí in the global market: adding value to
ensure sustained income for forest farmers in the Amazon estuary. In: MONTAGNINI, F. (ed.).
Integrating landscapes: agroforestry for biodiversity conservation and food sovereignty. New
York: Springer. p. 211-234.
PESSENDA, L. C. R.; GOUVEIA, S. E. M.; ARAVENA, R.; GOMES, B. M.; BOULET, R.;
RIBEIRO, A. S. (1997). 14C dating and stable carbon isotopes of soil organic matter in forest-
savanna boundary areas in the southern Brazilian Amazon region. Radiocarbon, v. 40, p. 1013-
1022.
PESSENDA, L.; GOMES, B. M.; ARAVENA, R.; RIBEIRO, A. S.; BOULET, R.; GOUVEIA, S. E.
M. (1998). The carbon isotope in soils along a forest-cerrado ecosystem transect: implication for
vegetation changes in the Rondonia State, southwestern Brazilian Amazon region. The Holocene,
v. 8, n. 5, p. 599-603.
PESSENDA, L.; BOULET, R.; ARAVENA, R.; ROSOLEN, V.; GOUVEIA, S.; RIBEIRO, A.;
LAMOTTE, M. (2001). Origin and dynamics of soil organic matter and vegetation changes during
the Holocene in a forest-savanna transition zone, Brazilian Amazon region. The Holocene, v. 11, p.
250-254.
PETERSEN, J. B.; NEVES, E. G.; HECKENBERGER, M. J. (2001). Gift from the past: terra preta
and prehistoric occupation in Amazonia. In: PETERSEN, J. B.; NEVES, E. G.; HECKENBERGER,
M. J. (ed.). Unknown Amazon: culture in nature in ancient Brazil. 1. ed. London: The British
Museum Press. p. 86-107.
POLITIS, G. (2001). Foragers of the Amazon. In: MCEWAN C.; BARRETO, C.; NEVES E. G. (ed.).
Unknown Amazon: culture in nature in ancient Brazil. London: British Museum Press. p. 26-49.
POLITIS, G. (2007). Nukak: ethnoarchaeology of an Amazonian People. Walnut Creek: Left Coast
Press.
POLITIS, G.; GUTIÉRREZ, M. A.; RAFUSE, D. J.; BLASI, A. (2016). The Arrival of Homosapiens
into the Southern Cone at 14,000 Years Ago. PLOS ONE, v. 11, n. 9, p. 1-27.
POSEY, D. A. (1985). Indigenous management of tropical forest ecosystems: the case of the Kayapo
Indians of the Brazilian Amazon. Agroforestry Systems, v. 3, n. 2, p. 139-158.
POSEY, D. A. (1997). Environmental and social implications of pre and post-contact situations
on Brazilian indians. The Kayapó and a new Amazonian synthesis. In: ROOSEVELT, A. (ed.).
Amazonian indians from prehistory to the present: anthropological perspectives. Tucson:
University of Arizona Press. p. 271-286.
POSEY, D. A.; BALÉE, W. (1989). Resource management in Amazonia: indigenous and folk
strategies, advances in economic botany. New York: New York Botanical Garden.
POSEY, D. A. (1985). Indigenous management of tropical forest ecosystems: the case of Kayapo
indians of the Brazilian Amazon. Agroforestry Systems, v. 3, p. 139-158.
POSEY, D. A.; BALÉE, W. (1989). Managed forest succession in Amazonia: indigenous and folks
strategies. New York: The New York Botanical Garden.
POSTH, C.; NAKATSUKA, N.; LAZARIDIS, I.; SKOGLUND, P.; MALLICK, S.;
LAMNIDIS, T.C.; ROHLAND, N.; NÄGELE, K.; ADAMSKI, N.; BERTOLINI, E.;
BROOMANDKHOSHBACHT, N.; COOPER, A.; CULLETON, B. J.; FERRAZ, T.; FERRY, M.;
FURTWÄNGLER, A.; HAAK, W.; HARKINS, K.; HARPER, T. K.; HÜNEMEIER, T.; LAWSON,
A. M.; LLAMAS, B.; MICHEL, M.; NELSON, E.; OPPENHEIMER, J.; PATTERSON, N.;
SCHIFFELS, S.; SEDIG, J.; STEWARDSON, K.; TALAMO, S.; WANG, C.-C.; HUBLIN, J.-J.;
HUBBE, M.; HARVATI, K.; DELAUNAY, A. N.; BEIER, J.; FRANCKEN, M.; KAULICKE, P.;
REYES-CENTENO, H.; RADEMAKER, K.; TRASK, W. R.; ROBINSON, M.; GUTIERREZ,
S. M.; PRUFER, K. M.; SALAZAR-GARCÍA, D. C.; CHIM, E. N.; PLUMM GOMES, L. M.;
ALVES, M. L.; LIRYO, A.; INGLEZ, M.; OLIVEIRA, R. E.; BERNARDO, D. V.; BARIONI,
A.; WESOLOWSKI, V.; SCHEIFLER, N. A.; RIVERA, M. A.; PLENS, C. R.; MESSINEO, P.
G.; FIGUTI, L.; CORACH, D.; SCABUZZO, C.; EGGERS, S.; DE BLASIS, P.; REINDEL, M.;
MÉNDEZ, C.; POLITIS, G.; TOMASTO-CAGIGAO, E.; KENNETT, D. J.; STRAUSS, A.;
FEHREN-SCHMITZ, L.; KRAUSE, J.; REICH, D. (2018). Reconstructing the Deep Population
History of Central and South America. Cell, v. 175, n. 5, p. 1185-1197.
PRESTES-CARNEIRO, G. BÉAREZ, P.; BAILON, S.; RAPP PY-DANIEL, A.; NEVES, E. (2016).
Subsistence fishery at Hatahara (750-1230 CE), a pre-Columbian central Amazonian village.
Journal of Archaeological Science: Reports, v. 8, p. 454-462.
QUESADA, C. A. (2011). Soils of Amazonia with particular reference to the RAINFOR sites.
Biogeosciences, v. 8, p. 1415-1440.
RAPP PY-DANIEL, A. (2009). Arqueologia da morte no Sítio Hatahara durante a fase paredão.
2009. Dissertação (Mestrado em Arqueologia) – Museu de Arqueologia e Etnologia, Universidade
de São Paulo, São Paulo.
REIS, M. S.; MONTAGNA, T.; MATTOS, A. G.; FILIPPON, S.; LADIO, A. H.; MARQUES, A. C.;
ZECHINI, A. A.; PERONI, N.; MANTOVANI, A. (2018). Domesticated landscapes in Araucaria
forests, southern Brazil: a multispecies local conservation-by-use system. Frontiers in Ecology
and Evolution, v. 6, p. 11.
REITZ, R.; KLEIN, R. M. (1964). O reino vegetal de Rio do Sul. Sellowia, v. 16, p. 9-118.
REVILLA, J.; CARDENAS D. (2002). Plantas úteis da bacia amazônica. Manaus: SEBRAE. 858 p.
RINDOS, D. (1984). The origins of agriculture: an evolutionary perspective. San Diego: Academic
Press. 325 p.
RIVAL, L. M. (2007). Domesticating the landscape, producing crops and reproducing society in
Amazonia. In: PARKIN, D.; ULIJASZEK, S. (ed.). Emergence and convergence: towards a new
holistic anthropology? Oxford: Berghahm. p. 72-90.
RIVAL, L. (2002). Trekking through history: the Huaorani of Amazonian Ecuador. New York:
Columbia University Press.
RIVAL, L.; MCKEY, D. (2008). Domestication and diversity in manioc (Manihot esculenta Crantz
ssp. esculenta, Euphorbiaceae). Current Anthropology, v. 49, n. 6, p. 1119-1128. DOI: https://
doi.org/10.1086/593119. Disponível em: https://www.journals.uchicago.edu/doi/10.1086/593119.
Acesso em: 6 set. 2020.
ROBERTS, P.; HUNT, C.; ARROYO-KALIN, M.; EVANS, D.; BOIVIN, N. (2017). The deep
human prehistory of global tropical forests and its relevance for modern conservation. Nature
Plants, v. 3. DOI: https://doi.org/10.1038/nplants.2017.93. Disponível em: https://www.nature.
com/articles/nplants201793. Acesso em: 6 set. 2020.
ROBINSON, M.; SOUZA, J. G.; MAEZUMI, S. Y.; CÁRDENAS, M.; PESSENDA, L.; PRUFER,
K.; CORTELETTI, R.; SCUNDERLICK, D.; MAYLE, F. E.; DE BLASIS, P.; IRIARTE, J. (2018).
Uncoupling human and climate drivers of late Holocene vegetation change in Southern Brazil.
Scientific Reports, v. 8, n. 1, p. 7800.
ROCHA, B.; BELETTI, J; PY-DANIEL, A.; MORAES, C.; HONORATO, V. (2014). Na margem e à
margem: arqueologia amazônica em territórios tradicionalmente ocupados. Amazônica, Revista
de Antropologia, v. 6, n. 2, p. 358-384.
ROOSEVELT, A. C.; ROOSEVELT, A. C.; LIMA DA COSTA, M.; LOPES MACHADO, C.;
MICHAB, M.; MERCIER, N.; VALLADAS, H.; FEATHERS, J.; BARNETT, W.; SILVEIRA, M.
I.; HENDERSON, A.; SILVA, J.; CHERNOFF, B.; REESE, D. S.; HOLMAN, J. A.; TOTH, N.;
SCHICK, K. (1996). Paleoindian Cave Dwellers in the Amazon: The Peopling of the Americas.
Science, v. 272, n. 5260, p. 373-384.
ROOSEVELT, A.; HOUSLEY, R.; SILVEIRA, M.; MARANCA, S.; JOHNSON, R. (1991). Eighth
Millennium Pottery from a Prehistoric Shell Midden in the Brazilian Amazon. Science, v. 254, n.
5038, p. 1621-24.
SAMPAIO, P. (2010). Aleivosos e rebeldes: lideranças indígenas no Rio Negro, século XVIII. In:
ALMEIDA, A. W. B.; FARIAS JÚNIOR, E. A. (org.). Mobilizações étnicas e transformações
sociais no Rio Negro. Manaus: Editora UEA.
SAUER, J. D. (1993). Historical geography of crop plants: a select roster. New York: Routledge.
297 p.
SAUNALUOMA, S. (2012). Geometric Earthworks in the State of Acre, Brazil: excavation at the
Fazenda Atlântica and Quinauá sites. Latin American Antiquity, v. 23, n. 4, p. 565-583.
SCHAAN, D. P. (2004). The Camutins Chiefdom: rise and development of social complexity
on Marajó island, Brazilian Amazon. 2004. Tese (Doutorado) – Dietrich School of Arts and
Sciences, Univertisy of Pittsburgh, Pittsburgh.
SCHAEFER C.; LIMA H. N.; GILKES R. J.; MELLO J. W. V. (2004). Micromorphology and
electron microprobe analysis of phosphorus and potassium forms of an Indian Black Earth (IBE)
Anthrosol from Western Amazonia. Australian Journal of Soil Research, v. 42, n. 4, p. 401-409.
SCHMIDT, M.; HECKENBERGER, M. J. (2006). Amazonian dark earth formation in the Upper
Xingu of southeastern Amazonia, Mato Grosso, Brazil. Annual meeting of the Society of American
Archaeology, 71, San Juan, Puerto Rico, 2006. Abstracts […]. San Juan, Puerto Rico.
SCHMIDT, M.; RAPP PY-DANIEL, A.; MORAES, C.; VALLE, R.; CAROMANO, C.; TEIXEIRA,
W.; BARBOSA, C.; FONSECA, J.; MAGALHÃES, M.; SANTOS, D.; SILVA, R.; GUAPINDAIA,
V.; MORAES, B.; LIMA, H.; NEVES, E.; HECKENBERGER, M. (2014). Dark earths and the
human built landscape in Amazonia: A widespread pattern of anthrosol formation. Journal of
Archaeological Science, v. 42, p. 152-165.
SCHMIDT, M. J.; RAPP PY-DANIEL, A.; MORAES, C.; VALLE, R.; CAROMANO, C.;
TEIXEIRA, W.; BARBOSA, C.; FONSECA, J.; MAGALHÃES, M.; SANTOS, D.; SILVA, R.;
GUAPINDAIA, V.; MORAES, B.; LIMA, H.; NEVES, E.; HECKENBERGER, M. (2014). Dark
earths and the human built landscape in Amazonia: a widespread pattern of anthrosol formation.
Journal of Archaeological Science, v. 42, p. 152-165.
SCOLES, R.; GRIBEL, R. (2011). Population structure of Brazil nut (Bertholletia excelsa,
Lecythidaceae) stands in two areas with different occupation histories in the Brazilian Amazon.
Human Ecology, v. 39, n. 4, p. 455-464.
SERGIO, C. S.; SANTANA, G.; COSTA, G.; HORBE, A. (2006). Identification and characterization
of maghemite in ceramic artifacts and archaeological black earth of Amazon region. Soil Science,
v. 171, n. 1, p. 59-64.
SHEPARD, G.; RAMIREZ, H. (2011). “Made in Brazil”: human dispersal of the Brazil nut
(Bertholletia excelsa) in Ancient Amazonia. Economic Botany, v. 65, n. 1, p. 44-65.
SHOCK, M. (2014). Initial contributions of charred plant remains from archaeological sites in
the Amazon to reconstructions of historical ecology. In: ROSTAIN, S. (ed.). Before Orellana.
Proceedings of the 3rd International Meeting on Amazonian Archaeology. Quito: IFEA/FLACSO/
US Embassy.
SILVA, F.; SHOCK, M. P.; NEVES, E. G.; SCHEEL-YBERT, R. (2016). Vestígios macrobotânicos
carbonizados na Amazônia Central: o que eles nos dizem sobre as plantas na pré-história.
Cadernos do LEPAARQ, v. 13, n. 25, p. 367-385.
SILVA, F. A. (2003). Cultural behaviors of indigenous populations and the formation of the
archaeological record in Amazonian dark earths: the Asurini do Xingu case study. In: LEHMANN,
J.; KERN, D.; GLASER, B.; WOODS, W. (ed.). Amazonian dark earths: origin, properties and
management. Dordrecht: Kluwer Press. p. 373-385.
SMITH, B. (1997). The initial domestication of Cucurbita pepoin the Americas 10,000 years ago.
Science, v. 276, n. 5314, p. 932-934.
SMITH, H. (1879). Brazil: the Amazons and the coast. New York: Scribner’s Sons.
SMITH, N. (2015). Palms and people in the Amazon. New York: Springer. 484 p.
SMITH, N. K. H. (1980). Anthrosols and human carrying capacity in Amazonia. Annals of the
SOMBROEK, W. G. (1966). Amazon soils: a reconnaissance of the soils of the Brazilian Amazon
region.Wageningen: Centre for Agricultural Publications and Documentation.
SOMBROEK, W. G.; KERN, D.; RODRIGUES, T.; CRAVO, M. D. S.; CUNHA, T. J.; WOODS, W.;
GLASER, B. (2002). Terra Preta and Terra Mulata: pre-Columbian Amazon kitchen middens and
agricultural fields, their sustainability and their replication. In: World Congress of Soil Science, 17,
Bangkok, Thailand, 2002. Proceedings [...]. Bangkok, Thailand.
STAHL, P. W.; ZEIDLER, J. A. (1988). The spatial correspondence of selected bone properties
and inferred activity areas in an early formative dwelling structure (S20) at Real Alto, Ecuador. In:
SAUNDERS, N. J.; MONTMOLLIN, O. D. (ed.). Recent studies in pre-Columbian archaeology.
Oxford: BAR International Series. p. 275-298.
STHAPIT, B.; LAMERS, H.; RAO, R.; BAILEY, A. (ed.). (2016). Tropical fruit tree diversity:
good practices for in situ and on-farm conservation. New York: Routledge, p. 147-160.
TEIXEIRA, W.; KERN, D. C.; MADARI, B.; LIMA, H.; WOODS, W. (ed.). (2009). As terras
pretas de índio da Amazônia: sua caracterização e uso deste conhecimento na criação de novas
áreas. Manaus: Embrapa Amazônia Ocidental.
TER STEEGE, H.; PITMAN, N. C. A.; SABATIER, D.; BARALOTO, C.; SALOMÃO, R. P.;
GUEVARA, J. E.; PHILLIPS, O. L.; CASTILHO, C. V.; MAGNUSSON, W. E.; MOLINO, J.-F.;
MONTEAGUDO, A.; VARGAS, P. N.; MONTERO, J. C.; FELDPAUSCH, T. R.; CORONADO,
E. N. H.; KILLEEN, T. J.; MOSTACEDO, B.; VASQUEZ, R.; ASSIS, R. L.; TERBORGH, J.;
WITTMANN, F.; ANDRADE, A.; LAURANCE, W. F.; LAURANCE, S. G. W.; MARIMON, B.
S.; MARIMON JR., B.-H.; VIEIRA, I. C. G.; AMARAL, I. L.; BRIENEN, R.; CASTELLANOS,
H.; LÓPEZ, D. C.; DUIVENVOORDEN, J. F.; MOGOLLÓN, H. F.; ALMEIDA MATOS, F. D.;
DÁVILA, N.; GARCÍA-VILLACORTA, R.; STEVENSON DIAZ, P. R.; COSTA, F.; EMILIO,
T.; LEVIS, C.; SCHIETTI, J.; SOUZA, P.; ALONSO, A.; DALLMEIER, F.; MONTOYA, A. J.
D.; PIEDADE, M. T. F.; ARAUJO-MURAKAMI, A.; ARROYO, L.; GRIBEL, R.; FINE, P. V.
A.; PERES, C. A.; TOLEDO, M.; AYMARD C., C. A.; BAKER, T. R.; CERÓN, C.; ENGEL,
J.; HENKEL, T. W.; MAAS, P.; PETRONELLI, P.; STROPP, J.; ZARTMAN, C. E.; DALY, D.;
NEILL, D.; SILVEIRA, M.; PAREDES, M. R.; CHAVE, J.; LIMA FILHO, D. A.; JØRGENSEN,
P. M.; FUENTES, A.; SCHÖNGART, J.; VALVERDE, F.C.; DI FIORE, A.; JIMENEZ, E. M.;
MORA, M. C. P.; PHILLIPS, J. F.; RIVAS, G.; VAN ANDEL, T. R.; VON HILDEBRAND, P.;
HOFFMAN, B.; ZENT, E. L.; MALHI, Y.; PRIETO, A.; RUDAS, A.; RUSCHELL, A. R.; SILVA,
N.; VOS, V.; ZENT, S.; OLIVEIRA, A. A.; SCHUTZ, A. C.; GONZALES, T.; NASCIMENTO,
M. T.; RAMIREZ-ANGULO, H.; SIERRA, R.; TIRADO, M.; MEDINA, M. N. U.; VAN DER
HEIJDEN, G.; VELA, C. I. A.; TORRE, E. V.; VRIESENDORP, C.; WANG, O.; YOUNG,
K. R.; BAIDER, C.; BALSLEV, H.; FERREIRA, C.; MESONES, I.; TORRES-LEZAMA, A.;
GIRALDO, L. E. U.; ZAGT, R.; ALEXIADES, M. N.; HERNANDEZ, L.; HUAMANTUPA-
CHUQUIMACO, I.; MILLIKEN, W.; CUENCA, W. P.; PAULETTO, D.; SANDOVAL, E. V.;
GAMARRA, L. V.; DEXTER, K. G.; FEELEY, K.; LOPEZ-GONZALEZ, G.; SILMAN, M. R.
(2013). Hyperdominance in the Amazonian Tree Flora. Science, Washington, v. 342, n. 325, p.
1243092-1 - 1243092-9.
TERRELL, J. E.; HART, J.; BARUT, S.; CELLINESE, N.; CURET, L.; DENHAM, T.; KUSIMBA, C.;
LATINIS, D.; OKA, R.; PALKA, J.; POHL, M.; POPE, K.; WILLIAMS, P.; HAINES, H.; STALLER,
J. (2003). Domesticated landscapes: the subsistence ecology of plant and animal domestication.
THOMAS, E.; VAN ZONNEVELD, M.; LOO, J.; HODGKIN, T.; GALLUZZI, G.; VAN ETTEN,
J. (2012). Present spatial diversity patterns of Theobroma cacao L. in the Neotropics reflect genetic
differentiation in Pleistocene refugia followed by human-influenced dispersal. PLOS ONE, v. 7, n.
10. DOI: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0047676. Disponível em: https://journals.plos.org/
plosone/article/citation?id=10.1371/journal.pone.0047676. Acesso em: 6 set. 2020.
UGARTE, A. (2003). Margens míticas: a Amazônia no imaginário europeu do século XVI. In:
DEL PRIORI, M.; GOMES, F. (org.). Os senhores dos rios: Amazônia, margens e história. Rio de
Janeiro: Elsevier.
URREGO, D. H.; BUSH, M. B.; SILMAN, M. R.; NICCUM, B. A.; DE LA ROSA, P.;
MCMICHAEL, C. H.; HAGEN, S.; PALACE, M. (2013). Holocene fires, forest stability and human
occupation in south-western Amazonia. Journal of Biogeography, v. 40, p. 521-533. Disponível
em: https://doi.org/10.1111/jbi.12016. Acesso em: 6 set. 2020.
VAVILOV, N. I. (1951). The origin, variation, immunity and breeding of cultivated plants.
Waltham: Chronica Botanica.
VERNET, J. L.; WENGLER, L.; SOLARI, M. E.; CECCANTINI, G.; FOURNIER, M.; LEDRU,
M.P.; SOUBIES, F. (1994). Fire, climate and vegetation in central Brazil during the Holocene –
data from a soil profile with charcoal (Salitre, Minas Gerais). Comptes Rendus de l’Académie des
Sciences Serie II, v. 319, p. 1391-97.
VIALOU, D.; BENABDELHADI, M.; FEATHERS, J.; FONTUGNE, M.; VIALOU, A. V. (2017).
Peopling South America’s centre: the late Pleistocene site of Santa Elina. Antiquity, v. 91, n. 358, p.
865-884.
VILLAGRAN, X. S.; STRAUSS, A.; MILLER, C.; LIGOUIS, B.; OLIVEIRA, R. (2017). Buried
in ashes: site formation processes at Lapa do Santo rockshelter, east-central Brazil. Journal of
Archaeological Science, v. 77, p. 10-34.
WATKINS, C. (2015). African oil palms, colonial socioecological transformation and the making
of an Afro-Brazilian landscape in Bahia, Brazil. Environment and History, v. 21, n. 1, p. 13-42.
WATLING, J.; IRIARTE, J.; MAYLE, F.; SCHAAN, D.; PESSENDA, L.; LOADER, N.; STREET-
PERROTT, F.; DICKAU, R.; DAMASCENO, A.; RANZI, A. (2017). Impact of pre-Columbian
“geoglyph” builders on Amazonian forests. Proceedings of the National Academy of Sciences,
v. 114, p. 1868-1873. Disponível em: https://doi.org/10.1073/pnas.1614359114. Acesso em: 6 set.
2020.
WATLING, J.; SHOCK, M. P.; MONGELÓ, G. Z.; ALMEIDA, F. O.; KATER, T.; OLIVEIRA,
P. E.; NEVES, E. G. (2018). Direct archaeological evidence for Southwestern Amazonia as an
early plant domestication and food production centre. PLOS ONE, v. 13. DOI: 10.1371/journal.
pone.0199868. Disponível em: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0199868. Acesso em: 6 set.
2020.
WEINSTEIN, S.; MOEGENBURG, S. (2004). Acai palm management in the Amazon estuary: course
for conservation or passage to plantations? Conservation and Society, v. 2, n. 2, p. 315-346.
WOODS, W. I. (1995). Comments on the black earths of Amazonia. Papers and Proceedings of
the Applied Geography Conferences, v. 18, p. 159-165.
WOODS, W. I.; MCCANN, J. M. (1999). The anthropogenic origin and persistence of Amazonian
dark earths. Yearbook, Conference of Latin American Geography. v. 25, p. 7-14.
ZARRILLO, S.; GAIKWAD, N.; LANAUD, C.; POWIS, T.; VIOT, C.; LESUR, I.; FOUET, O.;
ARGOUT, X.; GUICHOUX, E.; SALIN, F.; SOLORZANO, R. L.; BOUCHEZ, O.; VIGNES, H.;
SEVERTS, P.; HURTADO, J.; YEPEZ, A.; GRIVETTI, L.; BLAKE, M.; VALDEZ, F. (2018). The
use and domestication of Theobroma cacao during the mid-holocene in the upper Amazon. Nature
Ecology & Evolution, v. 2, n. 12, p. 1879-1888.
ZEDER, M.; ZEDER, M.; EMSHWILLER, E.; SMITH, B.; BRADLEY, D. (2006). Documenting
domestication: the intersection of genetics and archaeology. Trends in Genetics, v. 22, n. 3, p. 139-
155.
ZENT, S.; LÓPEZ-ZENT, E. (2004). Ethnobotanical convergence, divergence, and change among
the Hoti of the Venezuelan Guayana. Advances in Economic Botany, v. 15, p. 37-78.
ZUSE S. (2014). Variabilidade cerâmica e diversidade cultural no alto rio Madeira, Rondônia.
2014. Tese (Doutorado em Arqueologia) – Museu de Arqueologia e Etnologia, Universidade de
São Paulo, São Paulo.