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Centro Universitário Cesmac

Curso de Biomedicina

Anuska Angélica Batista de Souza

CASO CLÍNICO DERMATOFITOSES

MACEIÓ/AL
2020
CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC
CURSO DE BIOMEDICINA
DISCIPLINA: MICOLOGIA CLÍNICA
Profª. Aryanna Kelly Pinheiro Souza

aryannakelly@gmail.com

CASO CLÍNICO 1
Paciente L.J.M., sexo masculino, 61 anos de idade. Procurou o Centro de Estudos
Micológicos de Buenos Aires por uma lesão na unha do pé direito. Não tinha
antecedentes de patologias previas e estava sob tratamento por uma hipertrofia
prostática leve com Secotex® (clorhidrato de tamsulosina). A lesão ungueal tinha três
anos de evolução e havia efetuado vários tratamentos locais sem resposta clínica
favorável. O paciente era contador de profissão, vivia em e praticava tênis nos fins de
semana. Não era fumante e bebia bebidas alcoólicas de forma moderada

Exame físico: Paciente em bom estado geral, altura 1,73 m, peso 75 kg, tensão
arterial 130-80 mm Hg, frequência cardíaca 63 por minuto, frequência respiratória 16
por minuto, afebril. No l exame do tórax, abdômen, cabeça e sistema nervoso central
não acusou dados patológicos. A unha do pé direito apresentava uma invasão endonix
que apresentava uma invasão endonix que vai desde o bordo livre até a matriz da
unha.e tinha espessura de 3 mm. (Figura 1). Não se observa paroniquia. Não se
detectou outra unha afetada. Se realizou um estudo micológico do material obtido por
raspado da unha. Se mostra o exame microscópico direto e aspecto macroscópico dos
cultivos e seu exame microscópico (Figuras 2, 3 e 4).
Fig. 1. Onicomicose lateral da unha do pé Fig. 2. Exame microscópico direto da
direito. unha do pé direito.

Fig. 3. Cultura em agar Sabouaud Fig. 4 Exame microscópico das colônias.

Preguntas

1. Qual o diagnóstico presuntivo das lesões da unha?


Onicomicose endonix podal.

2. Qual o tipo e procedimento realizado para coleta das amostras clínicas?

Para exame de escamas ungueais, deve-se retirar totalmente o esmalte


pelo menos 2 (dois) dias antes da coleta. As regiões de onde vão ser
coletadas as amostras devem ser limpas com gaze ou algodão com álcool a
70%, para eliminar contaminantes bacterianos superficiais.
Os fragmentos de unhas alteradas podem ser colhidos, raspando-os com o
bisturi ou com o auxílio de uma tesoura limpa. O material que se deposita
embaixo da unha pode ser retirado cuidadosamente com o bisturi, com um
palito (tipo de manicure), previamente esterilizado, ou outro objeto
pontiagudo estéril. Procurar penetrar bem e colher sempre na região limite
entre a parte saudável e a afetada pelo fungo. Desprezar sempre as
escamas mais externas ou o material mais superficial, pois se encontram
contaminados com a poeira. 

3. Qual a metodologia utilizada para realização do exame direto e cultura?


O exame micológico direto é realizado após a clarificação das escamas com
solução aquosa de hidróxido de potássio e dimetil sulfóxido.
Solução aquosa de KOH + DMSO (dimetil sulfóxido)
DMSO 40 ml
Água destilada 60 ml
KOH 20 g
DMSO
solução aquosa 100ml
A cultura é realizada em ágar Sabouraud com cloranfenicol ou ágar
Sabouraud com cloranfenicol e cicloheximida (Mycosel ou Mycobiotic).
Quando não é possível identificar a espécie do fungo através da cultura, é
utilizada a técnica de microcultivo em lâmina.

4. Que estruturas fúngicas são visualizadas ao exame direto?


Hifas hialinas septadas e artroconídios.

5 Qual o agente etiológico das lesões cutâneas de acordo com as fotos dos
exames microscópicos e cultivos?
Trichophyton rubrum

6. Elabore um laudo micológico do referido caso clínico.

Espalhamento proximal (da periferia para o centro) ao longo do leito


ungueal, causando descoloração de aspecto “cremoso”, não havendo
evidencia de hiperceratose (espessamento) subungueal e onicólise
(descolamento da unha).

CASO CLÍNICO 2
Paciente A.S., de sexo femenino, 43 anos de idade, vivia em Laferrere, provincia de
de Buenos Aires. Era indigente, usuária de cocaína e sexualmente promiscua. Ficou
sabendo ser portadora de HIV a 3 meses antes de sua internacão. Tem dois filhos, de
6 e 11 anos de idade, respectivamente, que não vivia com ela. Deu entrada na
unidade 21 do Hospital de Infecciosas Francisco Javier Muniz em 5 de outubro de
2010 por apresentar um estado confusional e lesões cutâneas disseminadas.

Paciente em regular estado de nutrição, decúbito activo indiferente, desorientada en


tempo e espaço, respondia as ordens, porém não sabia onde estava, não sabia quem
era. Frequencia cardíaca 80 batimentos por minuto. Na pele se observaram lesões em
forma de placas eritemato vesículo-escamosas, de 5 a 10cm de diâmetro, de bordas
nítidas e vários anéis concêntricos de maior atividade inflamatoria. Se localizavam em
face esquerda, no colo, nos antebraços , no tórax, abdomen e nas costas. No couro
cabeludo apresentava uma placa de tonsura de 5 cm de diâmetro, com cabelos
cortados a 3mm de sua emergencia e superfície da pele escamosa de cor marron
claro, sem supuração (figs. 1–4). Na mucosa bucal apresentava lesões
pseudomembranosas diseminadas, na língua (fig. 5).

Fig. 1. Lesões cutâneas na face anterior do Fig. 2. Lesões vesiculo-escamosa de face


tórax, mostrando vários arcos concéntricos esquerda.
vesiculares.

Fig. 3. Placas cutâneas no dorso do tórax Fig. 4. Lesão tonsurante de couro cabeludo
Fig. 5. Pseudomebranas esbranquiçadas na Fig. 6. Exame microscópico direto dos
mucosa oral cabelos

Fig. 7. Exame microscópico das colônias.

Preguntas

1. Qual o diagnóstico presuntivo das lesões da pele e couro cabeludo?

Tinea Corporis uma infecção causada por dermatófito (fungo) na face,


tronco, braços e pernas.

Tinea Capitis causa perda de cabelo e se caracteriza pelo aparecimento de


placas no couro cabeludo, de cor amarelada, arredondada e com cheiro
característico.

2. Qual o tipo e procedimento realizado para coleta das amostras clínicas?

Os cabelos devem ser coletados junto com a raiz, já que o fungo está
presente próximo a estas áreas. Já lesões de pele devem ser raspadas na
região intermediária entre a parte lesionada e a parte sã, partindo-se da
região próxima ao centro em direção à periferia da lesão. Quando não for
possível evidenciar esta diferenciação, deve raspar áreas representativas
das lesões.

3. Qual a metodologia utilizada para realização do exame direto e cultura?

Coleta do material (recepiente, assepsia), Exame direto KOH 20%, Cultura


em Sabouraud

A cultura de pelos e crostas/material descamativo em ágar dextrose


Sabouraud é considerado o exame padrão ouro para o diagnóstico definitivo
da dermatofitose até porque é o único exame que permite a identificação do
dermatófito causador da doença. A amostra geralmente demonstra
crescimento entre 10-14 dias. Entretanto pode demorar um período maior
para se obter um resultado definitivo, sendo esse um ponto desfavorável
para o método diagnóstico.

4. Que estruturas fúngicas são visualizadas ao exame direto?

Tinea Corporis  - As colônias apresentam aspecto pulverulento, que se


assemelha a areia, com coloração que pode variar do alaranjado ao amarelo
acastanhado

Tinea Capitis – Artroconídios, provavelmente o agente é Trichophyton


tonsurans, a lesão não apresenta fluorescência com lâmpada de Wood.

5. Que outra micose esta associada a paciente?

Candidíase pseudomembranosa

6. Qual o agente etiológico das lesões cutâneas de acordo com as fotos dos
exames microscópicos e cultivos?

Microsporum gypseum - Tinea Corporis 


Trichophyton tonsurans - Tinea Capitis

7. Elabore um laudo micológico do referido caso clínico.

Tinea Corporis  - dermatofitose caracterizada pela presença de placas


arredondadas e de cor entre rosa e vermelha, com bordas escamosas
elevadas que tendem a permanecer claras na parte central. Por vezes, a
erupção cutânea é pruriginosa, podendo desenvolver-se em qualquer parte
da pele e propagar-se rapidamente para outras partes do corpo ou para
outras pessoas com quem se mantenha um contato corporal muito
próximo, causada pelo fungo Trichophyton ou Microsporum

Tinea Capitis - dermatose descamativa com algum grau de inflamação,


muitas vezes acompanhada por perda de cabelo, que ocorre
majoritariamente por tonsura, que é a fratura dos pelos.
Candidíase pseudomembranosa – Infecção fúngica apresentando manchas
e placas brancas aderentes e folgadas em sítios como mucosa bucal, palato,
orofaringe ou língua, frequentemente encontrada em pacientes portadores
de HIV.

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