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METODOLOGIA

DO
TRABALHO CIENTÍFICO

PROFESSORA
SILVIA CRISTINA DA SILVA
2019
FICHA CATALOGRÁFICA

Disciplina: Metodologia do Trabalho Cientifico

Professor/autor: Silvia Cristina da Silva

Data da atualização: 29/09/2019

UNIDADE

Revisão Ortográfica: Fabiana Miraz de Freitas Grecco –


Outubro/2019
RESUMO DA UNIDADE

A metodologia é encontrada em toda a pesquisa científica, devendo ser


detalhada o suficiente para que outro pesquisador possa replicar o estudo
descrito. O método científico tenta minimizar a influência do viés ou preconceito
no experimentador. Ao aplicar o método científico, o pesquisador poderá repetir
o experimento para descobrir, por si mesmo, se as afirmações de outro
pesquisador são verdadeiras ou não. Este é considerado um fator chave que
separa a ciência do dogma. De modo geral, a pesquisa científica ajuda as
pessoas a apresentar perguntas e métodos racionais, objetivos, testáveis e
reprováveis o que facilita explicar o mundo e sua natureza em constante
mudança. A pesquisa é muito importante, pois permite ampliar o conhecimento
das pessoas de maneira concreta e precisa, abrindo possibilidades em todos
os tipos, como social, cultural, empresarial, natural, etc. Esse processo
possibilita a evolução do ser humano, pois faz desenvolver e progredir através
do conhecimento adquirido.

Palavras-chave: artigos; ciência; conhecimento.


ÍNDICE

RESUMO DA UNIDADE ....................................................................................................... 5

ÍNDICE ................................................................................................................................. 6

APRESENTAÇÃO DO MÓDULO ......................................................................................... 8

CAPÍTULO 1........................................................................................................................10

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO AO CONHECIMENTO CIENTÍFICO ..................................11

1.1 Metodologia Cientifica e Ciência ................................................................................11

1.2 Os métodos da Ciência: Conceito e Definições .........................................................14

1.3 Processo Científico ....................................................................................................20

1.4 Linguagem e Argumentação Científica ......................................................................21

1.5 Ferramentas Teóricas ................................................................................................21

1.6 Delineamento de um estudo cientifica: projeto de pesquisa ......................................23

CAPÍTULO 1 – RECAPITULANDO (APENAS PARA ESTUDO) .........................................28

METODOLOGIA CIENTIFICA – 9 EXEMPLOS FÁCEIS DE POR EM PRATICA ...............32

CAPÍTULO 2........................................................................................................................33

CAPÍTULO 2 – PESQUISA CIENTÍFICA.............................................................................34

2.1 Processo de Elaboração da Pesquisa Científica ........................................................34

2.2 Etapas da Pesquisa ...................................................................................................35

2.3 Aplicação de Questionário..........................................................................................42

2.4 Ética na Pesquisa.......................................................................................................44

CAPÍTULO 2 – RECAPITULANDO (APENAS PARA ESTUDO) .........................................48

6
FIQUE ATENTO À ÉTICA AO USAR A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL .................................52

CAPÍTULO 3........................................................................................................................54

CAPÍTULO 3 – ELABORAÇÃO ...........................................................................................55

3.1 Estruturas do Artigo Científico ....................................................................................55

3.2 Linguagem do Artigo ..................................................................................................58

3.3 Fichamentos ...............................................................................................................61

3.4 Resumo Científico ......................................................................................................63

3.5 Resenha .....................................................................................................................65

3.6 Relatórios de pesquisa ...............................................................................................66

3.7 Ficha catalográfica .....................................................................................................67

CAPÍTULO 3 – RECAPITULANDO (APENAS PARA ESTUDO) .........................................70

ESTRUTURA DE ARTIGO CIENTÍFICO: ENTENDA COMO DEVE SER...........................73

CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................................74

FECHANDO A UNIDADE ....................................................................................................75

REFERÊNCIAS ...................................................................................................................76

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APRESENTAÇÃO DO MÓDULO

O conhecimento científico obtido no processo metodológico tem como finalidade,


na maioria das vezes, explicar e discutir um fenômeno baseado na verificação de uma ou
mais hipóteses. Sendo assim, está diretamente vinculado a questões específicas que trata
de explicá-las e relacioná-las com outros fatos. Dessa maneira, observa-se que, quando se
analisa determinado fato, não se pode limitar apenas a tentar explicar os questionamentos
que são suscitados acerca dos problemas, mas é importante também observar que existe
a necessidade de se buscar elementos que possam realizar uma ligação estreita com
outros fatos e, sendo assim, tentar explica-los.
O método científico pode ser definido como um conjunto de etapas e instrumentos
pelo qual o pesquisador direciona seu projeto de trabalho com critérios de caráter científico
para alcançar dados que suportam ou não sua teoria inicial. Desta forma, ele tem toda a
liberdade para definir quais os melhores instrumentos vai utilizar para cada tipo de
pesquisa a fim de obter resultados confiáveis e com possibilidades de serem generalizados
para outros casos.
Esse fato pode ser baseado em alguns fenômenos pré-universitários como, por
exemplo, baixa qualidade na formação de alunos interessados, curiosos e exploradores
que ingressam na comunidade acadêmica, assim como, no próprio grau de especificidade
técnica para desenvolvimento dos projetos propostos.
A pesquisa bibliográfica é fonte inesgotável de informação, ocupando um lugar de
destaque na vida do pesquisador, por constituir os primeiros passos para a busca de
conhecimento. Ela auxilia na atividade intelectual e contribui para o conhecimento em
todas as suas formas.
É um estudo sistematizado, desenvolvido a partir de tudo aquilo que foi escrito,
gravado ou filmado sobre determinado tema, assunto ou área do conhecimento. O material
bibliográfico é reunido em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, ou seja, material de
acesso ao público em geral. A pesquisa bibliográfica tem a finalidade de colocar o
pesquisador em contato direto com a informação sobre determinado objeto de estudo.
Qual seria sua principal característica? Para Knechtel (2014), seria a leitura, a
pesquisa em fontes concretas que forneçam fundamentos analíticos para todo o tipo de
pesquisa, criando um universo de debate entre o pesquisador e outros autores. Ou seja, a

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pesquisa bibliográfica é a base para qualquer tipo de pesquisa, com ela, o pesquisador
inicia seus primeiros conhecimentos sobre o tema e objeto de estudo.
Neste material veremos que a identificação bibliográfica é classificada em fontes
primárias e secundárias, sendo que será nessas fontes que o pesquisador irá encontrar as
informações necessárias para a sua pesquisa. Por fontes primárias, entende-se a
bibliografia básica sobre o assunto, que traz embasamento teórico. Já as fontes
secundárias se caracterizam por serem bibliografias complementares, que servem de
apoio para o assunto pesquisado.

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CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO AO CONHECIMENTO CIENTÍFICO

10
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO AO CONHECIMENTO CIENTÍFICO

1.1 Metodologia Cientifica e Ciência

O desenvolvimento do método científico envolve algumas das culturas mais


esclarecidas da história, bem como alguns grandes cientistas, filósofos e teólogos. Além de
analisar as mudanças na filosofia subjacente à descoberta científica, não podemos
esquecer algumas das ferramentas que tornam a ciência possível, incluindo indexação de
bibliotecas e revistas científicas revisadas por pares. Desde as observações dos antigos
gregos e zoroastrianos até o telescópio espacial Hubble, a história do método científico
está subjacente ao desenvolvimento de toda ciência e tecnologia, e devemos nossa
tecnologia moderna a algumas mentes grandes e inovadoras.
O método científico deve ser diferenciado dos objetivos e produtos da ciência,
como conhecimento, previsões ou controle. Métodos são os meios pelos quais esses
objetivos são alcançados. O método científico também deve ser diferenciado da meta-
metodologia, que inclui os valores e justificativas por trás de uma caracterização específica
do método científico (isto é, uma metodologia) - valores como objetividade,
reprodutibilidade, simplicidade ou sucessos do passado.
Regras metodológicas são propostas para governar o método e é uma questão
meta-metodológica se os métodos que obedecem a essas regras satisfazem determinados
valores. Finalmente, o método é distinto, até certo ponto, das práticas detalhadas e
contextuais através das quais os métodos são implementados.
O último pode variar: técnicas laboratoriais específicas; formalismos matemáticos
ou outras línguas especializadas usadas nas descrições e no raciocínio; meios
tecnológicos ou outros meios materiais; maneiras de comunicar e compartilhar resultados,
seja com outros cientistas ou com o público em geral; ou as convenções, hábitos,
costumes impostos e controles institucionais sobre como e que ciência é realizada.
Embora seja importante reconhecer essas distinções, seus limites são
confusos. Portanto, os relatos de método não podem ser totalmente divorciados de suas
motivações ou justificativas metodológicas e meta-metodológicas.
Além disso, cada aspecto desempenha um papel crucial na identificação de
métodos. Portanto, as disputas sobre o método ocorreram nos níveis de detalhe, regra e
meta-regra. Mudanças nas crenças sobre a certeza ou falibilidade do conhecimento
científico, por exemplo, (que é uma consideração meta-metodológica do que podemos

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esperar que os métodos produzissem), significaram diferentes ênfases no raciocínio
dedutivo e indutivo ou na importância relativa atribuída ao raciocínio sobre observação (isto
é, diferenças sobre métodos particulares). Crenças sobre o papel da ciência na sociedade
afetarão o lugar que se atribui aos valores no método científico.
“Etimologicamente, a palavra metodologia vem do grego metá, que significa ‘na
direção de’, hodós, que significa ‘caminho’, e logos, que significa ‘estudo’” (Rodrigues,
2006, p.19), logo inferimos que é o estudo crítico dos métodos utilizados. São as opções
disponíveis para o estudo daquilo que o pesquisador acredita poder saber mais.
Podemos considerar a metodologia científica como uma ferramenta maior que
agrega vários meios que auxiliam na realização da pesquisa científica. Que ajuda nas
questões éticas e legais, que ajuda a delimitar os temas e não deixa fugir do proposto, ou
melhor, ajuda a deixar obvio as decisões, os meios e a questão a ser trabalhada para que
não haja uma extensão desapropriada do assunto proposto, tampouco um desfalque.
Destarte Rodrigues, define de modo resumido o que podemos identificar como
metodologia científica:

Assim pode-se dizer que a metodologia científica consiste no estudo, na geração e


na verificação dos métodos, das técnicas e dos processos utilizados na
investigação e resolução de problemas, com vistas ao desenvolvimento do
conhecimento cientifico. O conhecimento cientifico se constrói por meio da
investigação científica, da pesquisa utilizando-se a metodologia (2006, p.19).

Barros & Lehfeld (1986) afirmam que a metodologia não procura soluções, mas
escolhe as maneiras de encontrá-las, integrando os conhecimentos a respeito dos
métodos em vigor nas diferentes disciplinas científicas ou filosóficas. E com relação à
importância da disciplina metodologia científica essa é baseada na apresentação e exame
de diretrizes aptas a instrumentar o universitário no que tange a estudar e aprender.
Para nós, mais vale o conhecimento e manejo dessa instrumentação para o
trabalho científico do que o conhecimento de uma série de problemas ou o aumento de
informações acumuladas sistematicamente. Essa disciplina está, pois, voltada a
assessorar e colaborar com o crescimento intelectual do aluno para a formação de um
compromisso científico frente à realidade empírica.
A complexidade do método fez dele uma disciplina denominada metodologia.
Metodologia cientifica é o estudo dos métodos de conhecer. Trata-se de métodos de
buscar o conhecimento, é uma forma de pensar para se chegar à natureza de um
determinado problema, seja para explicá-lo ou estudá-lo. O método científico é entendido

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como o conjunto de processos orientados por uma habilidade crítica e criadora voltada
para a descoberta da verdade e para a construção da ciência hoje, a pesquisa constitui
seu principal instrumento ou meio de acesso (Cervo & Bervian, 2002).
Se contemplarmos o conceito de ciência, ou simplesmente nos perguntarmos o
que é ciência, teremos que recorrer a uma disciplina externa: a filosofia da ciência.
Nessa perspectiva a filosofia se divide em três vastos grupos: a metodologia da
pura filosofia ou epistemologia, o estudo do conhecimento científico ou a filosofia da
ciência e o estudo de possíveis coisas ou metafísica, ou meta-ciência. Usando uma
terminologia menos precisa, a filosofia analisa o mundo do que é possível e a ciência é
limitada ao mundo comprovado. Se a filosofia da ciência não tem provas, restringe
conceitos; enquanto a filosofia geral precisa de provas para limitar um conceito.
A filosofia da ciência entendida como um nível de raciocínio que nos leva ao
conceito de ciência e não como uma disciplina acadêmica que usa muitas palavras latinas
ou gregas e cita inúmeros autores. A filosofia da ciência é como a autolimitação que o
pequeno filósofo estabelece para descobrir as maravilhas do novo mundo que têm
profundo senso comum.
As definições dos termos ciência e metodologia são em si mesmas um objeto de
estudo. Esse estudo, levado a efeito pela filosofia da ciência, deve nortear o pensamento
humano sobre suas próprias descobertas e representações. Tendo em vista a pergunta
pela definição da ciência, vejamos: a ciência é todo um conjunto de atitudes e atividades
racionais, dirigidas ao sistemático conhecimento com objetivo limitado, capaz de ser
submetido à verificação onde [...] A ciência é um conjunto de conhecimentos racionais,
certos ou prováveis, obtidos metodicamente, sistematizados e verificáveis, que fazem
referência a objetos de uma mesma natureza. (LAKATOS & MARCONI, 1991, p.80).
Para Bunge (1980) a ciência é como um sistema de ideias estabelecidas
(conhecimento científico) é como uma atividade produtora de novas ideias (investigação
científica). Gil (1999) mais próximo ao sentido cartesiano, diz que, etimologicamente,
ciência significa conhecimento, sendo o seu objetivo fundamental à veracidade dos fatos,
com o objetivo de formular, mediante linguagem rigorosa e apropriada às leis que regem
os fenômenos.
Segundo Andery “a ciência caracteriza-se por ser a tentativa do homem entender e
explicar racionalmente a natureza, buscando formular leis que, em última instância,
permitam a atuação humana” (1996, p. 13). Ao longo dos anos, o homem sempre buscou
entender-se e ao universo ao seu redor, formulando leis e procurando entender os

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mecanismos pelos quais o mundo “funciona”, através de ferramentas criadas para esse
fim, como a ciência.
Já na “sociedade ocidental, no entanto, a ciência é a forma hegemônica de
construção da realidade, considerada por muitos críticos como um novo mito, por sua
pretensão de único promotor e critério de verdade” (Minayo, 2007, p. 9). E já que, assim
como Minayo, não interessa para os fins deste trabalho, compactuar dessa visão
compartilharemos da visão de Meadows e Ziman que respalda a concepção de que
conceituar ciência é além de polêmico e pretensioso, quase desnecessário já que “um
cientista pode alcançar sucesso sem ter noção exata do que é ciência” (Targino, 2000).

1.2 Os métodos da Ciência: Conceito e Definições

Os conceitos de método, que ora apresentamos, foram fundamentados em focos


que remetem aos caminhos da metodologia, pois a história do método científico se
confunde com a história da própria ciência. Salienta-se a importância da escolha de um
método de pesquisa, por certificar que não há ciência sem método, embora nem todos os
estudos se constituam em ciência. Veja alguns conceitos e definições:

 A metodologia científica nos ensina um caminho para chegarmos a um fim


científico. A palavra "científica" vem de ciência.

 A metodologia corresponde a um conjunto de procedimentos a serem utilizados na


obtenção do conhecimento. É a aplicação do método através de técnicas que
garantem a legitimidade do saber obtido.

 Considera-se a Ciência como conjunto de leis que buscam explicar alguns


fenômenos até que existem outras leis para nos dar uma explicação mais completa
sobre o assunto.

 Papel da ciência: Trazer luz onde reinam as trevas. O rigor científico nega, na sua
essência, as crendices, a magia, as superstições antigas e atuais.

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 Segundo o dicionário Aurélio: Ciência é o conjunto organizado de conhecimentos
relativos a um determinado objeto, especialmente os obtidos mediante a
observação, a experiência dos fatos e um método próprio.

Podemos dizer que métodos e técnicas são coisas diferentes. Alguns autores
defendem que a técnica é responsável por informar a maneira de fazer uma atividade.
Dessa forma, podemos dizer que a técnica é responsável por informar como
fazer, enquanto que o método estabelece o que fazer. A forma de aplicação do método é a
técnica.
Os métodos que fornecem as bases lógicas ao conhecimento científico
são: método indutivo, método dedutivo, método hipotético-dedutivo, método
dialético, método fenomenológico. Vejamos detalhadamente:

Método Indutivo

Indução significa oferecer uma verdade geral mostrando que, se é verdade para
um determinado caso. É verdade para todos esses casos. A abordagem indutiva é de
natureza psicológica. O método indutivo desenvolve a curiosidade no indivíduo que é a
necessidade do dia.
O exercício metódico do conhecer afirma uma posição indutiva do sujeito em
relação ao objeto, na qual a investigação científica é uma questão de generalização
provável, a partir dos resultados obtidos por meio das observações e das experiências.
Francis Bacon foi o “sistematizador do Método Indutivo, pois a técnica de raciocínio da
indução já existia desde Sócrates e Platão”, conforme (Lakatos; Marconi, 2000, p. 71).
Conforme Ferreira (1998), o método indutivo define suas regras e etapas a partir
de dois pressupostos que se sustentam na ideia da existência de um determinismo nas leis
observadas na natureza, são eles:

 Determinadas causas produzem sempre os mesmos efeitos, sob as mesmas


circunstâncias e determinações;

 A verdade observada em situações investigadas torna-se verdade para toda


situação universal correspondente.

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Raciocínio

A abordagem indutiva, também conhecida no raciocínio indutivo, começa com as


observações e as teorias são propostas no final do processo de pesquisa como resultado
das observações (Goddard, 2004). A pesquisa indutiva "envolve a busca de padrões a
partir da observação e o desenvolvimento de explicações - teorias - para esses padrões
através de séries de hipóteses" (Bernard, 2011). Nenhuma teoria ou hipótese se aplicaria
em estudos indutivos no início da pesquisa e o pesquisador é livre em termos de alteração
da direção do estudo após o início do processo de pesquisa.
É importante enfatizar que a abordagem indutiva não implica desconsiderar as
teorias ao formular questões e objetivos de pesquisa. Essa abordagem visa gerar
significados a partir do conjunto de dados coletados, a fim de identificar padrões e
relacionamentos para construir uma teoria; no entanto, a abordagem indutiva não impede o
pesquisador de usar a teoria existente para formular a questão de pesquisa a ser
explorada (Saunders, 2012).
O raciocínio indutivo é baseado no aprendizado da experiência. Padrões,
semelhanças e regularidades na experiência (premissas) são observados para se chegar a
conclusões (ou gerar teoria). O raciocínio indutivo começa com observações detalhadas do
mundo, que avançam em direção a generalizações e ideias mais abstratas (Neuman,
2003). Ao seguir uma abordagem indutiva, começando com um tópico, um pesquisador
tende a desenvolver generalizações empíricas e a identificar relações preliminares à
medida que progride em sua pesquisa. Nenhuma hipótese pode ser encontrada nos
estágios iniciais da pesquisa e o pesquisador não tem certeza sobre o tipo e a natureza
dos resultados da pesquisa até que o estudo seja concluído.

Método Dedutivo

O método dedutivo, por sua vez, realiza-se por meio do desenvolvimento de um


raciocínio lógico, que tem por ponto de partida uma ideia geral, uma verdade estabelecida,
da qual decorrerão preposições particulares. O raciocínio, neste caso, parte de uma ideia
geral para conclusões particulares. Enquanto que o processo analógico representa um
raciocínio baseado em razões de relevante similitude.

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Raciocínio

O raciocínio dedutivo geralmente segue etapas. Primeiro, há uma premissa, depois


uma segunda premissa e, finalmente, uma inferência. Uma forma comum de raciocínio
dedutivo é o silogismo, no qual duas afirmações - uma premissa principal e uma premissa
menor - chegam a uma conclusão lógica. Por exemplo, a premissa "Todo A é B" pode ser
seguida por outra premissa, "Este C é A." Essas declarações levariam à conclusão "Este C
é B." Os silogismos são considerados uma boa maneira de testar o raciocínio dedutivo
para garantir que o argumento seja válido.
O raciocínio dedutivo, a dedução lógica ou a lógica “de cima para baixo” é o
processo de raciocínio de uma ou mais declarações para chegar a uma conclusão
logicamente certa. O método dedutivo de ensino é totalmente diferente do método indutivo.
Uma dedução-método é uma abordagem mais centrada no professor. Isso significa que o
professor dá um novo conceito, explica e depois os alunos praticam o uso do método
conceito.

Indutiva x dedutiva

O ponto mais importante a ter em mente ao considerar se deve usar uma


abordagem indutiva ou dedutiva é primeiro, o objetivo de sua pesquisa; e segundo, os
métodos mais adequados para testar uma hipótese, explorar uma área nova ou emergente
dentro da disciplina ou para responder a perguntas específicas de pesquisa.
Por fim, entende-se que o método indutivo (geralmente chamado de método
científico) é o método dedutivo "virado de cabeça para baixo". O método dedutivo começa
com algumas afirmações verdadeiras (axiomas) com o objetivo de provar muitas
afirmações verdadeiras (teoremas) que logicamente seguem-se a ele. O método indutivo
começa com muitas observações da natureza, com o objetivo de encontrar algumas
afirmações poderosas sobre como a natureza funciona (leis e teorias).
No método dedutivo, a lógica é a autoridade. Se uma afirmação segue logicamente
a partir dos axiomas do sistema, deve ser verdadeira. No método científico, a observação
da natureza é a autoridade. Se uma ideia entra em conflito com o que acontece na
natureza, ela deve ser alterada ou abandonada.

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Método Hipotético-dedutivo

O modelo ou método hipotético-dedutivo é uma descrição proposta


do científico. Segundo ele, a investigação científica prossegue formulando uma hipótese de
uma forma que pode ser falsificável, usando um teste em dados observáveis, onde o
resultado ainda não é conhecido. Um resultado de teste que pode ter e é contrário às
previsões da hipótese é considerada uma falsificação da hipótese. Um resultado de teste
que poderia ter, mas não corre contrário à hipótese, corrobora a teoria. Propõe-se, então,
comparar o valor explicativo das hipóteses concorrentes, testando quão rigorosamente
elas são corroboradas por suas previsões.
O método hipotético-dedutivo, ou o teste de hipóteses, não levanta problemas em
princípio, uma vez que sua validade depende dos resultados do teste empírico apropriado.
O mesmo tende a ser usado para melhorar ou esclarecer teorias anteriores de acordo com
novos conhecimentos, onde a complexidade do modelo não permite formulações
lógicas. Portanto, possui caráter e necessidades predominantemente intuitivos, não
apenas para rejeitar uma teoria, mas também para impor sua validade, o contraste de suas
conclusões.

Método Dialético

O método dialético é diferente do método científico. Este último, o teimoso legado


da maneira antiquada de formular o pensamento, derivado de conceitos religiosos
baseados na revelação dogmática, apresenta os conceitos das coisas como imutáveis,
absolutas, eternas, fundamentadas em alguns primeiros princípios, alheios um ao outro e
com um tipo de vida independente.
Para o método dialético, não apenas tudo está em movimento, mas todas as
coisas se influenciam reciprocamente, e isso também vale para seus conceitos, ou os
reflexos dessas coisas em nossas mentes, que estão “conectadas e unidas” (entre si). A
metafísica procede por meio de antinomia, isto é, por termos absolutos que se
opõem. Esses termos opostos nunca podem se misturar ou tocar.
A lógica e a dialética nos ajudam a seguir um caminho que não é falso se, após
começarmos a formular certos resultados da observação do mundo real, queremos poder
enunciar outras propriedades além daquelas que acabamos de deduzir. Se tais

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propriedades forem verificadas experimentalmente, poder-se-ia dizer que nossas fórmulas
e a maneira como as empregamos eram suficientemente precisas.

Método Fenomenológico

A disciplina da fenomenologia é definida por seu domínio de estudo, seus métodos


e seus principais resultados. A fenomenologia é uma produção teórica deste mundo vívido,
que se mostra a cada ser. No decorrer do texto, encontramos logo a seguir a seguinte
frase: “A fenomenologia só é acessível a um método fenomenológico” (Merleau-Ponty,
1971, pág. 6). Isso significa que a fenomenologia tem um conjunto de ferramentas
próprias, que só tem finalidade para essa investigação.
A fenomenologia estuda a estrutura de vários tipos de experiência, variando de
percepção, pensamento, memória, imaginação, emoção, desejo e vontade à consciência
corporal, ação incorporada e atividade social, incluindo a atividade linguística. A estrutura
dessas formas de experiência envolve tipicamente o que Husserl chamou de
"intencionalidade", isto é, a direção da experiência em relação às coisas no mundo, a
propriedade da consciência de que é uma consciência de ou sobre algo.
De acordo com a fenomenologia clássica husserliana, nossa experiência é
direcionada para - representa ou "pretende" - coisas somente através de conceitos,
pensamentos, ideias, imagens etc. específicos. Estes compõem o significado ou o
conteúdo de uma determinada experiência e são distintos das coisas.
O método fenomenológico não é, portanto, o método dedutivo da lógica, nem o
método empírico das ciências naturais; em vez disso, consiste em perceber a presença de
um objeto e elucidar seu significado por meio da intuição. Husserl considerou o objeto do
método fenomenológico a apreensão imediata, em um ato de visão, do conteúdo inteligível
ideal do fenômeno” (Husserl, 1992). Sua Obra-chave e definidora do início do século XX é
agora reimpressa em uma tradução para o inglês.
Como a fenomenologia trata de observáveis, ela tem uma relação com a
hermenêutica, a teoria da interpretação (Winograd & Flores, 1986, p. 27), para preencher a
necessidade de explicar o que é observado. Historicamente, a hermenêutica tratava da
interpretação de obras artísticas e literárias, especialmente de textos míticos e sagrados, e
de como a compreensão humana desses textos mudou ao longo do tempo. Contudo, “uma
das ideias fundamentais da fenomenologia é que essa atividade de interpretação não se
limita a tais situações, mas permeia nossa vida cotidiana” (Winograd & Flores, 1986, p. 27).

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Então, segundo Bento (2004), a existência de outros métodos também merece
destaque:

 Método analítico (análise): compreende a decomposição do todo em suas partes.


 Método de Direito Comparado: pesquisas legislativas, doutrinárias e
jurisprudenciais de outros países;
 Método histórico: observação da evolução histórica sobre o tema;
 Método lógico: desenvolvimento de raciocínio relacionado entre si;
 Método sistemático: envolvem em sistema de ideias relacionadas, sistemas de
referências, teoria, hipóteses, fontes de informação, todos relacionados;

Muitos cientistas que conduzem um projeto de pesquisa maior começam com um


estudo indutivo (desenvolvendo uma teoria). O estudo indutivo é acompanhado de
pesquisas dedutivas para confirmar ou invalidar a conclusão.

1.3 Processo Científico

Um conceito científico é uma ideia ou modelo explicando algum fenômeno natural.


Por exemplo, nosso entendimento de objetos caindo em direção a Terra é explicado em
nosso conceito de gravidade. Existem diferentes formas de conceitos. Eles diferem
principalmente na quantidade de evidência de apoio e aceitação por a comunidade
científica. Os cientistas
aprendem e adquirem conhecimento com observações e experimentos. O processo
científico começa com uma pergunta, desenvolvendo uma hipótese e fazendo previsões
educadas. Seguem-se experiências, avaliação de dados, ajustes e confirmação de
resultados. Os resultados científicos devem ser observáveis, mensuráveis e
repetíveis. Elementos comuns do processo científico incluem identificar, medir e relatar
causa e efeito. O processo científico é importante porque elimina preconceitos pessoais e
pode mudar o que os outros decidem acreditar.
Organizar objetos e fenômenos em uma ordem lógica ajuda as pessoas a entender
a complexidade de um sujeito ou colocá-lo em uma lista de hierarquias. Por exemplo,
plantas e animais são organizados por reino, filo, classe, ordem, família, gênero e

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espécie. Os cientistas também organizam vários componentes em sistemas. Um sistema
solar, por exemplo, contém sol, planetas, luas, planetas anões e cometas.

1.4 Linguagem e Argumentação Científica

De acordo com Jorge e Puig (2000), só há uma maneira de se produzir a


argumentação científica, que é através da produção de textos argumentativos, nos quais
se devem utilizar determinadas habilidades como descrever, definir, explicar, justificar,
argumentar e demonstrar. Esta aprendizagem implica ao aluno analisar, comparar,
deduzir, inferir, avaliar.
No que tange à argumentação no ensino de ciências, Velloso (2009) aponta que
alguns pesquisadores têm trabalhado nessa perspectiva com ênfase nos seguintes
aspectos: o espaço ocupado pela argumentação em aulas de ciências; atividades de
ensino que se mostram eficientes no fomento ao discurso argumentativo; mecanismos que
possam favorecer o aperfeiçoamento das habilidades argumentativas e a qualidade dos
argumentos produzidos pelos alunos em aulas de ciências.
A argumentação é imprescindível na linguagem científica, vários pesquisadores
propõem que o ensino e a aprendizagem das ciências devem ser estruturados a partir da
argumentação, pois isso contribuiria para o desenvolvimento de competências como
relacionar os dados, avaliar afirmações teóricas e/ou empíricos, modificar as afirmações de
novos dados e utilizar conceitos e modelos científicos para apoiar as conclusões (Kelly et
al, 2009; Nascimento; Vieira, 2008; Sá; Queiroz, 2007).

1.5 Ferramentas Teóricas

Teorias, Hipóteses, Variáveis dependentes e independentes.

Hipóteses, variáveis dependentes e independentes formam um conjunto de


ferramentas que nos auxiliam a criar teorias sobre fenômenos da natureza. O processo
para investigar um determinado fenômeno da natureza normalmente envolve três níveis.
No primeiro nível acontece a observação dos fatos, fenômenos, comportamentos e
atividades; no segundo nível, temos as hipóteses e finalmente, no terceiro nível, surgem as
teorias, hipóteses válidas e sustentáveis (aquelas que foram testadas).

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Por hipótese, conforme Marconi e Lakatos (2000, p. 139), define-se um enunciado
geral de relação entre variáveis (fatos, fenômenos) que é elaborado como solução
provisória para um determinado problema, apresentando caráter explicativo ou preditivo,
consistência lógica (coerência interna), compatibilidade com o conhecimento científico
(coerência externa) e verificabilidade empírica. Diante de um problema qualquer o
pesquisador supõe uma resposta que, em princípio, ainda não é a sua solução. O
processo de investigação consiste justamente em verificar se a suposta solução, de fato,
resolve o problema. Dito de modo informal e anedótico, uma hipótese é “uma resposta que
não é, mas que o pesquisador supõe que seja para ver o que seria se de fato fosse”.
Uma variável pode ser definida como classificação ou medida, quantidade variável,
conceito operacional que expressa valores, aspecto, propriedade ou fator, que pode ser
distinguido em um objeto examinado e que seja susceptível à medição.
De maneira simbólica, podemos idealizar o "universo" da ciência como organizado
em três níveis: no primeiro, acontecem as observações dos fatos e fenômenos reais; no
segundo, estabelecem-se as hipóteses; no terceiro, emergem as teorias e hipóteses
válidas. A passagem de maior interesse e importância é a que ocorre entre o primeiro e o
segundo nível, que é, por sua vez, fundamentada no enunciado das variáveis. De forma
esquemática podemos descrever esta relação como:

Nível I - Observações → (Variáveis) → Nível II - Hipóteses → Nível III - Hipóteses


Válidas e Teorias.

Variáveis são quaisquer características de pessoas ou objetos que podem assumir


diferentes valores numa situação experimental. Uma variável é qualquer atributo que pode
assumir diferentes valores entre os membros de uma classe de sujeitos ou
acontecimentos, mas que só tem um valor para um dado membro dessa classe num
momento qualquer.

Variável independente:

Uma variável independente é uma variável que representa uma grandeza que está
sendo manipulada em um experimento. Para dizê-lo simplesmente, a “causa, antecedente,
origem de um fenómeno, um processo, que constitui o objeto de estudo” (Carrasco). Para

22
mim, é a “primeira”. Pode ser manipulada em estudos experimentais ou comparativos com
grupos de controle.

Variáveis dependentes:

Uma variável dependente representa uma grandeza cujo valor depende de como a
variável independente é manipulada. Sendo o efeito, consequência, o resultado observado
da influência da Variável independente.
Em suma, no contexto da pesquisa a variável independente é o antecedente e a
variável dependente é o consequente. Os cientistas procuram fazer previsões acerca do
comportamento das variáveis dependentes com base no aspecto das variáveis
independentes, e, de maneira inversa, podem desejar aclarar um determinado fato ou
fenômeno (variável dependente), por meio da identificação do acontecimento (variável
independente) que o ocasionou.
Em essência, toda pesquisa quantitativa gira em torno da noção de variáveis
quantificadas. Segundo Hegenberg (1976, p. 80-81), nesse tipo de pesquisa, a
quantificação é relevante na proporção em que se supõe que a quantificação caracteriza
mais adequadamente certos conceitos (por exemplo, ‘100 metros’ é expressão mais
precisa do que ‘perto’); gera descrições precisas que seriam impraticáveis sem a atribuição
de números; conduz a classificações mais acuradas; contribui decisivamente para a
formulação de hipóteses, estabelecendo nexos mais precisos entre variáveis e fórmulas; e
permite confrontar hipóteses e teorias rivais.

1.6 Delineamento de um estudo cientifica: projeto de pesquisa

Segundo Cervo & Bervian (2002), o tema de uma pesquisa é qualquer assunto que
necessite melhores definições, melhor precisão e clareza do que já existe sobre o mesmo.
O tema da pesquisa indica um assunto, que após a sua elaboração torna-se determinado,
específico, preciso, com seus limites muito bem definidos. Esta elaboração baseia-se no
conhecimento do campo de observação e suas respectivas unidades de observação bem
como de suas variáveis.
Para Gil (2002) a escolha do tema deve estar relacionada com o interesse do
estudante, sendo necessário que ele já tenha refletido sobre diferentes temas. A primeira

23
escolha deve ser feita com relação a um campo delimitado, dentro da respectiva ciência de
que trata o trabalho científico (Cervo e Bervian, 2002).
Segundo Fernandes (2002), a escolha do tema deve-se aos seguintes aspectos:
interesse da comunidade científica; deve ser relacionado com a atividade profissional do
pesquisador; viabilidade técnica e financeira.
O delineamento diz respeito ao planejamento da pesquisa em um sentido mais
amplo, abrangendo tanto a sua diagramação quanto a perspectiva de análise e a
respectiva interpretação dos dados que foram coletados. Em outras palavras, o
delineamento leva em consideração o contexto no qual são retirados os dados, assim
como os meios de controle das variáveis relacionadas ao caso.
Outro elemento que define o que é delineamento de pesquisa é que ele
corresponde a uma fase na qual o pesquisador começa a levar em conta a aplicação
de metodologias discretas, ou melhor, dizendo, aquelas que propiciam os meios técnicos
para a investigação.

Tipos de delineamento de pesquisa:

Pesquisa bibliográfica e pesquisa documental

A pesquisa documental associa paradigmas dissonantes de gerenciamento e


verificação de evidências documentais, concebidas nas ciências sociais tradicionais, com a
criação e formulação de apresentações estéticas, como concebidas a partir das artes e
humanidades. As perspectivas documentais fundamentais incluem modos de
representação (imagens, diários, publicações, gravações sonoras, monumentos e
memoriais, etc.) e modos de envolvimento como uma empresa criativa de apresentação,
ou seja, a apresentação estética do rádio, filme e fotografia documentais (Nichols, 2006).
A estética dos estudos documentais chama a atenção para os modos de narração
(o documentário como forma de contar histórias) e os protocolos de subjetividades (o
alinhamento de diferentes perspectivas e interpretações como parte dos itens
documentais) (Austin & de Jong, 2008).
Com o uso de materiais primários e secundários, o pesquisador deve avaliar e
analisar os próprios documentos antes de extrair o conteúdo. A avaliação de documentos
geralmente inclui quatro critérios: autenticidade, credibilidade, representatividade e
significado (Scott, 2006). A autenticidade aborda se os materiais são genuínos ou de

24
origem questionável e se sua produção é original e confiável e não foi alterada
posteriormente. Se o documento tiver sido transformado, por meio de edição textual,
margens ou outros meios, o pesquisador procura identificar claramente essas alterações. A
autenticidade é normalmente vista como o critério mais fundamental para toda pesquisa
documental em educação, uma vez que a confirmação da autoria, local e data são
tipicamente determinadas antes que qualquer pesquisador continue trabalhando com o
documento.

Pesquisa experimental

Pesquisa experimental é qualquer pesquisa realizada com uma abordagem


científica, na qual um conjunto de variáveis é mantido constante enquanto o outro conjunto
de variáveis está sendo medido como objeto do experimento. Há momentos em que você
não possui dados suficientes para apoiar suas decisões. Em tais situações, você precisa
realizar experimentos para descobrir os fatos. A pesquisa experimental pode reunir muitos
dados que podem ajudá-lo a tomar melhores decisões.
A maioria das experiências tende a ficar entre a definição estrita e a ampla. Uma
regra prática é que as ciências físicas, como física, química e geologia, tendem a definir
experimentos mais estritamente do que as ciências sociais, como sociologia e psicologia,
que conduzem experimentos mais próximos da definição mais ampla. O exemplo mais
simples de uma pesquisa experimental é a realização de um teste de laboratório. Enquanto
a pesquisa estiver sendo conduzida sob condições cientificamente aceitáveis - ela se
qualifica como uma pesquisa experimental. Uma verdadeira pesquisa experimental é
considerada bem-sucedida apenas quando o pesquisador confirma que uma alteração na
variável dependente é exclusivamente devida à manipulação da variável independente.
Experimentos são conduzidos para prever fenômenos. Normalmente, um
experimento é construído para poder explicar algum tipo de causa. A pesquisa
experimental é importante para a sociedade - ela nos ajuda a melhorar nossa vida
cotidiana. Após decidir o tópico de interesse, o pesquisador tenta a pesquisa. Isso ajuda o
pesquisador a se concentrar em uma área de pesquisa mais estreita para poder estudá-la
adequadamente. Definir o problema de pesquisa ajuda a formular uma pesquisa, que é
testada contra a nula. Existem tipos de pesquisa que auxiliam o estudante na hora de
executar essa parte do trabalho acadêmico, sendo alguns deles:

25
Pesquisa com abordagem e apresentação de resultados quantitativos

Para Richardson (1999, p. 70) a abordagem quantitativa caracteriza-se pelo


emprego da quantificação tanto nas modalidades de coleta de informações, quanto no
tratamento delas por meio de técnicas estatísticas, desde as mais simples como
percentual, média, desvio-padrão, às mais complexas, como coeficientes de correlação,
análise de regressão, etc. A abordagem quantitativa é importante para garantir a precisão
dos resultados, evitando assim, distorções de análise e interpretação, permitindo uma
margem de segurança com relação a possíveis interferências, buscando analisar o
comportamento de uma população através da amostra.
A pesquisa quantitativa, para Michel (2005, p. 33) realiza-se na busca de
resultados precisos, exatos, comprovados através de medidas de variáveis
preestabelecidas, na qual se procura verificar e explicar sua influência sobre outras
variáveis, através da análise da frequência de incidências e correlações estatísticas. Sendo
assim, este estudo tem características quantitativas, porque os dados coletados serão
submetidos às técnicas estatísticas, trabalhando com quantidades e percentuais. Pesquisa
com abordagem e apresentação de resultados qualitativos:

As pesquisas qualitativas de campo exploram particularmente as técnicas de


observação e entrevistas devido à propriedade com que esses instrumentos
penetram na complexidade de um problema” (RICHARDSON, 1999, p. 82).

De acordo com Godoy (1995b, p.21) existe três tipos de abordagem qualitativa:
 Pesquisa Documental. Acontece quando pesquisador analisa materiais,
documentos e artefatos, possibilitando ao pesquisador que guie sua pesquisa
considerando enfoques diferenciados. Documentos são fontes ricas de informação
registradas por um longo período de tempo.
 Estudo de Caso. Utilizado quando se quer um aprofundamento da unidade de
estudo, pois tem como objetivo o exame de um sujeito, uma situação particular ou
até mesmo um ambiente. Para mais detalhes de como executar um estudo de
caso.
 Etnografia. Tem sua origem nas ciências sociais. Seu principal foco é o estudo da
cultura ou comportamento de grupos de indivíduos. O pesquisador vai até o local e

26
faz uma série de observações: tendo contato direto e participando de diferentes
atividades.

As diferenças entre os dois grandes grupos de refere-se a lógica usada para fazer
inferências a partir dos dados coletados. As metodologias quantitativas usam uma lógica
muito próxima à lógica da matemática, enquanto as metodologias qualitativas utilizam-se
de uma lógica muito semelhante à lógica de classes. Segundo esses autores, a pesquisa
qualitativa envolve um processo dialético: coleta de dados descritivos, análise e,
posteriormente, generalizações.
Ainda, segundo os autores, os dados são tratados por um processo de análise ou
crítica que produz uma generalização baseada naquele tipo de raciocínio, que permitiria
penetrar no significado dos dados existentes. Os métodos quantitativos, por sua vez, assim
como a maioria das pesquisas nas ciências naturais, usam o processo inverso: estabelece
primeiro uma generalização, e depois a testam. Há divergências, também, quanto à
formulação de conceitos. Na abordagem quantitativa inicia-se com uma hipótese,
confirmada ou refutada com base em dados ou evidência obtida por meios empíricos, e,
aplicando aos dados o raciocínio dedutivo, são, então, formulados aqueles. Na abordagem
qualitativa, porém, é o raciocínio indutivo que possibilita o seu formulação.

27
CAPÍTULO 1 – RECAPITULANDO (APENAS PARA ESTUDO)

QUESTÕES DE CONCURSOS

Questão 1

Ano: 2010 Banca: FGV Órgão: FIOCRUZ Prova: Desenvolvimento de Biofármacos Nível:
Superior

A Metodologia Científica é o conjunto de etapas ordenadamente dispostas a serem


executadas na investigação de um fenômeno. A Metodologia Científica é constituída pelas
etapas de formulação do problema, formulação de hipóteses, coleta dos dados, análise
dos dados, conclusões e generalizações. Sobre a elaboração de hipóteses, assinale a
afirmativa incorreta.

(A) A hipótese é uma resposta em potencial para a pergunta deduzida pelo pesquisador, a
partir da revisão bibliográfica.

(B) Em estudos quantitativos, as hipóteses não podem ser testadas por meio de testes
estatísticos.

(C) Hipótese é uma aposta que o pesquisador faz sobre os resultados prováveis de
pesquisa.

(D) A formulação de hipóteses deriva necessariamente do problema em questão.

(E) A hipótese se caracteriza por apresentar uma força explicativa provisória, que será
verificada no trabalho de campo.

Questão 2

Ano: 2015 Banca: COVEST-COPSET Órgão: UFPE Prova: Assistente Social Nível:
Superior

No âmbito das competências teórico-metodológicas, a pesquisa científica contribui para o/a


assistente social:

(A) entender seu papel profissional no contexto das relações com a instituição.

(B) compreender que somente uma intervenção vinculada à pós-modernidade é mais


adequada à realidade atual.

28
(C) determinar quais as ações são mais adequadas para garantir igualdade de
oportunidades dos usuários.

(D) inferir que a totalidade social é caótica, e manter a ordem social depende de uma
intervenção vinculada aos interesses das classes fundantes.

(E) compreender seu papel profissional no contexto das relações sociais, numa
perspectiva de totalidade social.

Questão 3

Ano: 2010 Banca: FCC Órgão: DPE-SP Prova: Cientista Social Nível: Superior

A partir do arcabouço metodológico proposto por Émile Durkheim, no que se refere às


fases de uma investigação científica, a sequência correta é:

(A) Definir - Classificar - Explicar - Provar

(B) Classificar - Definir - Provar - Explicar

(C) Definir - Provar - Explicar - Classificar

(D) Explicar - Provar - Classificar - Definir

(E) Definir - Classificar - Provar - Explicar

Questão 4

Ano: 2015 Banca: IF-SP Órgão: IF-SP Prova: Pedagogia Nível: Superior

De acordo com Lakatos (Fundamentos de Metodologia Científica) todas as ciências


caracterizam-se pela utilização de métodos científicos; em contrapartida, nem todos os
ramos de estudo que empregam estes métodos são ciências. Dessas afirmações podemos
concluir que a utilização de métodos científicos não é da alçada exclusiva da ciência, mas
não há ciência sem o emprego de métodos científicos. Assinale a alternativa que define
corretamente o que é método científico, de acordo com o autor acima citado.
(A) O método é a base para o desenvolvimento de uma pesquisa estritamente científica
com maior segurança e economia. É por meio da escolha e utilização de métodos que o
pesquisador alcança os objetivos e comprova de forma imutável e infalível suas hipóteses.
(B) O método é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior
segurança e economia, permite alcançar o objetivo - conhecimentos válidos e verdadeiros -
, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista.

29
(C) O método é o conjunto das atividades assistemáticas desenvolvidas pelo pesquisador,
para que por meio do seu problema de pesquisa possa alcançar o objetivo -
conhecimentos válidos, verdadeiros e infalíveis -, traçando o caminho a ser seguido,
detectando erros e auxiliando as decisões do cientista.
(D) O método é o conjunto das atividades que buscam viabilizar a organização do trabalho
do pesquisador, para que assim encontrar as respostas para seu problema de pesquisa,
com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo - conhecimentos válidos,
verdadeiros e infalíveis -, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando
as decisões do cientista.
(E) O método é o conjunto das atividades definidas pelo pesquisador para que suas
hipóteses possam ser verificadas e nunca negadas e para que, com maior segurança e
economia, permita alcançar o objetivo do problema de pesquisa - conhecimentos válidos,
verdadeiros e imutáveis -, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando
as decisões do cientista.

Questão 5

Ano: 2017 Banca: IF-TO Órgão: IF-TO Prova: Engenharia Química Nível: Superior. Na
metodologia científica, encontram-se vários métodos científicos para descreverem relações
entre variáveis, predizerem acontecimentos, determinarem causas e explicarem ou
compreenderem o comportamento dos fenômenos científicos. Quando um cientista ao
tentar resolver um problema, apresenta algumas hipóteses visando a formulação de uma
teoria provisória, passa a testar as suas hipóteses por meio de observação e
experimentação para eliminar possíveis erros, qual o método científico o cientista está
utilizando?
(A) Método dedutivo.
(B) Método dialético.
(C) Método hipotético dedutivo.
(D) Método indutivo.
(E) Método monográfico

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE

30
O método científico está presente desde o início, estando diretamente relacionado às
várias áreas do saber e da ciência, pois sem a sua boa compreensão as pesquisas não
serão realizadas da maneira que se deseja. Assim, pode-se afirmar que metodologia e
método são sinônimos?

TREINO INÉDITO

A ____________ é a responsável por oferecer uma informação geral, uma verdade geral, a
ser aplicada para um determinado caso. Dessa forma, o ___________ desenvolve a
curiosidade do indivíduo e é dotado de uma natureza psicológica.
O trecho em questão faz relação a que método? Assinale a alternativa correta.
a) Método comparativo
b) Método indutivo
c) Método dedutivo
d) Método hipotético-dedutivo
e) Método dialético

NA MÍDIA

SIMULADOR USADO NO CASO KAUÃ E JOAQUIM VAI AJUDAR PERÍCIA NA VILA


RUBIM

Em entrevista à Rádio CBN Vitória, o Comandante do 1º Batalhão do Corpo de Bombeiros,


tenente-coronel Scharlyston Paiva, adiantou que além de drones, a corporação utiliza um
simulador computacional para chegar ao ponto de origem do incêndio. Este último
equipamento já foi utilizado pela perícia para a elucidação do crime que envolveu a morte
dos irmãos Joaquim e Kauâ, filhos de pastores, em Linhares, em 2018.
Com o equipamento, as declarações de testemunhas, informações sobre tamanho da área,
metragem, fotos e vídeos serão computadorizados em um sistema que gera uma
simulação.
Fonte: A Gazeta
Data: 24 de setembro de 2019
Leia a notícia na íntegra: https://www.agazeta.com.br/es/gv/simulador-usado-no-caso-
kaua-e-joaquim-vai-ajudar-pericia-na-vila-rubim-0919

31
NA PRÁTICA

METODOLOGIA CIENTIFICA – 9 EXEMPLOS FÁCEIS DE POR EM PRATICA

Pode-se afirmar que, em virtude das várias formas de abordagem realizadas para
desenvolver pesquisas de TCC, foi possível classificá-las em nove tipos diferentes
de Metodologia Cientifica. Veja exemplos de metodologias prontas, onde cada uma delas
estão divididas em classes de acordo com suas metas:
 Levantamento de opinião;
 Levantamento sobre um fato após um acontecimento;
 Experimento;
 Estudo de campo;
 Estudo de caso para identificar o porquê dos fenômenos;
 Estudo de caso aplicando o método Cornell;
 Estudo bibliográfico para identificar causas, importância ou forma de aplicação;
 Estudo bibliográfico I;
 Estudo bibliográfico II.
Fonte: Douglas Tybel
Data: 2016
Disponível em: https://guiadamonografia.com.br/metodologia-cientifica/

PARA SABER MAIS


Filme: Gênio indomável
Peça de teatro: Vida de professor
Acesse os links: https://www.youtube.com/watch?v=TTWrpBRXWUs
https://www.youtube.com/watch?v=NLMf3OKFJxg

32
CAPÍTULO 2
PESQUISA CIENTÍFICA

33
CAPÍTULO 2 – PESQUISA CIENTÍFICA

2.1 Processo de Elaboração da Pesquisa Científica

Para compreender a articulação das etapas de uma pesquisa, Quivy &


Campenhoudt (1995) falam rapidamente sobre os princípios contidos nos três eixos de
uma pesquisa e da lógica que os une.
- A ruptura: O primeiro eixo necessário para se fazer pesquisa é a ruptura. Nossa
bagagem “teórica” possui várias armadilhas, pois uma grande parte das nossas
ideias se inspira em aparências imediatas ou em partidarismos. Elas são
seguidamente ilusórias e preconceituosas. Construir uma pesquisa nessas bases é
construí-la sobre um terreno arenoso. Daí a importância da ruptura que consiste em
romper com as ideias preconcebidas e com as falsas evidências que nos dão
somente a ilusão de compreender as coisas. A ruptura é, portanto, o primeiro eixo
constitutivo das etapas metodológicas da pesquisa (p. 15).

- A construção: Esta ruptura só se efetua ao nos referirmos a um sistema conceitual


organizado, suscetível de expressar a lógica que o pesquisador supõe ser a base
do objeto em estudo. É graças a esta teoria que se podem construir as propostas
explicativas do objeto em estudo e que se pode elaborar o plano de pesquisa a ser
realizado, as operações necessárias a serem colocadas em prática e os resultados
esperados ao final da pesquisa. Sem esta construção teórica, não há pesquisa
válida, pois não podemos submeter à prova qualquer proposta. As propostas
explicativas devem ser o produto de um trabalho racional fundamentado numa
lógica e num sistema conceitual validamente constituído (p. 17).

- A constatação: Uma proposta de pesquisa tem direito ao status científico quando


ela é suscetível de ser verificada por informações da realidade concreta. Esta
comprovação dos fatos é chamada constatação ou experimentação. Ela
corresponde ao terceiro eixo das etapas da pesquisa (p. 17).

Pesquisa é a construção de conhecimento original de acordo com certas


exigências científicas. Para que seu estudo seja considerado científico você deve obedecer
aos critérios de coerência, consistência, originalidade e objetivação. Para a realização de
uma pesquisa científica, segundo Goldemberg (1999, p.106) é imprescindível:
“a) a existência de uma pergunta que se deseja responder;
b) “a elaboração de um conjunto de passos que permitam chegar à resposta; c) a
indicação do grau de confiabilidade na resposta obtida”.
O planejamento de uma pesquisa dependerá basicamente de três fases:

Fase decisória: referente à escolha do tema, à definição e à delimitação do


problema de pesquisa;

34
Fase construtiva: referente à construção de um plano de pesquisa e à execução
da pesquisa propriamente dita;
Fase redacional: referente à análise dos dados e informações obtidas na fase
construtiva. É a organização das ideias de forma sistematizada visando à elaboração do
relatório final. A apresentação do relatório de pesquisa deverá obedecer às formalidades
requeridas pela Academia.

2.2 Etapas da Pesquisa

O primeiro passo do processo de pesquisa científica envolve a definição do


problema e a realização de pesquisas. Primeiro, um tópico amplo é selecionado sobre
algum tópico ou uma pergunta de pesquisa é feita. O cientista pesquisa a pergunta para
determinar se ela foi respondida ou os tipos de conclusões que outros pesquisadores
tiraram e os experimentos realizados em relação à pergunta. A pesquisa
envolve a leitura de artigos de periódicos acadêmicos de outros cientistas, que podem ser
encontrados na Internet por meio de bancos de dados de pesquisa e periódicos que
publicam artigos acadêmicos on-line. Durante a pesquisa, o cientista restringe o tópico
amplo a uma questão de pesquisa específica sobre algum problema.
Todas as investigações científicas começam com uma pergunta de pesquisa
específica e a formulação de uma hipótese para responder a essa pergunta. A hipótese
deve ser clara, específica e objetiva diretamente responder à pergunta da pesquisa. Uma
hipótese forte e testável é a parte fundamental da pesquisa científica. O próximo passo é
testar a hipótese usando o método científico para aprová-la ou desaprová-la.
O método científico deve ser neutro, objetivo, racional e, como resultado, deve
poder aprovar ou desaprovar a hipótese. O plano de pesquisa deve incluir o procedimento
para obter dados e avaliar as variáveis. Deve garantir que os dados analisáveis sejam
obtidos. Também deve incluir planos sobre a análise estatística a ser realizada. O número
de sujeitos e controles necessários para obter resultados estatísticos válidos deve ser
calculado e os dados devem ser obtidos em números e métodos apropriados. O
pesquisador deve observar e registrar continuamente todos os dados obtidos.
A ética é um padrão usado para diferenciar comportamentos aceitáveis e
inaceitáveis. A adesão a padrões éticos na pesquisa científica é digna de nota por muitas
razões diferentes. Primeiro esses padrões promovem os objetivos da pesquisa, como

35
conhecimento, verdade e prevenção de erros. Por exemplo, proibições contra a fabricação,
falsificação ou deturpação de dados de pesquisa promovem a verdade e minimizam o
erro. Além disso, os padrões éticos promovem valores essenciais ao trabalho colaborativo,
como confiança, responsabilidade, respeito mútuo e justiça. Muitos padrões éticos na
pesquisa, como diretrizes para autoria, políticas de direitos autorais e patentes, políticas de
compartilhamento de dados e regras de confidencialidade na revisão por pares, foram
projetados para proteger os interesses de propriedade intelectual e incentivar a
colaboração. Muitos padrões éticos, como políticas sobre má conduta na pesquisa e
conflitos de interesse, são necessários para garantir que os pesquisadores possam ser
responsabilizados perante o público. Por último, mas não menos importante, os padrões
éticos da pesquisa promovem uma variedade de outros importantes valores morais e
sociais, como responsabilidade social, direitos humanos, bem-estar animal, conformidade
com a lei e saúde e segurança pública (Resnik, 2015). Concluindo, para o bem da ciência
e da humanidade, a pesquisa tem a inevitável responsabilidade de transferir com precisão
o conhecimento para as novas gerações (Ruacan, 2005).
Você inicia o processo de pesquisa escolhendo um tópico amplo, selecionando um
fenômeno específico e, com a ajuda da literatura adequada, precisa justificar seu
trabalho. Em seguida, você formula o conhecimento adquirido na literatura de pesquisa em
seu próprio plano.
Criar um plano de pesquisa é uma etapa essencial desse processo, na qual você
precisa mencionar as orientações, os métodos, a coleta de dados e a análise de dados em
detalhes. Seu plano de pesquisa orientará o orientará e poderá até transformar ou
melhorar esse processo. Depois de coletar e analisar seus dados, você precisa informar
(escreva seu relatório de pesquisa) sobre os resultados.
Seu relatório de pesquisa obedecerá aos princípios da redação científica com o
objetivo de esclarecer as etapas da pesquisa e discutir a validade dos resultados
apresentados. Em todas as etapas desse processo é necessário fazer anotações de forma
organizada em um formato ou outro: escrever comentários em um caderno, anotar ideias
de pesquisa, escrever plano, escrever a análise e os resultados obtidos em seu relatório de
pesquisa.
No final do seu relatório você precisa (embora não seja obrigatório) formular e
apresentar novas perguntas de pesquisa, o que permitiria a você e a outros pesquisadores
levar adiante a pesquisa dos fenômenos selecionados. Vejamos mais detalhadamente as
etapas da pesquisa:

36
Etapa 1: Identificar o problema

O primeiro passo no processo é identificar um problema ou desenvolver uma


pergunta de pesquisa. O problema de pesquisa pode ser algo que a agência identifica
como um problema, algum conhecimento ou informação. Veja abaixo a interação entre as
três primeiras etapas da pesquisa:

Figura 1: Interação entre as três primeiras etapas da pesquisa

Etapa 1 - • A questão inicial

Etapa 2 - • A elaboração

Etapa 3 - • A problemática

Fonte: Elaborado pela autora (2019), adaptado de Quivy & Campenhoudt (1995).

Etapa 2. Revisão de Literatura

Depois de entender o problema, o pesquisador deve entrar em detalhes sobre o


tópico. Isso pode ser feito através da revisão da literatura e trabalhos anteriores realizados
sobre o tema da pesquisa. Isso ajudará a fornecer algumas informações sobre o problema
de pesquisa ao pesquisador. O pesquisador também terá uma ideia de como os estudos
anteriores foram realizados e as áreas problemáticas desses estudos.

37
A revisão de trabalhos anteriores parece mais estranha, pois muitos acham que
seus trabalhos são únicos e não serão cobertos por pesquisas anteriores. Quando uma
revisão é feita, lança luz sobre as variáveis e a interação entre elas, que também podem
influenciar sua pesquisa. Além disso, a revisão lança luz sobre vieses que podem surgir.
Se você não leu as hipóteses de mercado eficientes e começou sua pesquisa sobre
técnicas de negociação, espera-se que seja um trabalho tendencioso ao fogo. É o trabalho
de revisão que pode diferenciar um bom pesquisador de um mau. A revisão também ajuda
a entender o assunto adequadamente e a formar hipóteses (é obtida subdividindo a
declaração do problema em pequenos pedaços mensuráveis).

Etapa 3. Esclareça o problema


O problema inicial identificado pelo pesquisador geralmente tem um escopo
bastante amplo e levaria muito tempo e energia. Nesta etapa, o pesquisador encurta os
problemas e diminui o escopo do estudo. Isso é possível apenas através do conhecimento
obtido pelo pesquisador após a revisão da literatura.

Etapa 4. Examine os resultados e tire conclusões


Depois que um pesquisador projetou o estudo e coletou os dados, é hora de
examinar essas informações e tirar conclusões sobre o que foi encontrado. Usando
estatísticas, os pesquisadores podem resumir os dados, analisar os resultados e tirar
conclusões com base nessas evidências.
Então, como um pesquisador decide o que significam os resultados de um
estudo? A análise estatística não apenas pode apoiar (ou refutar) a hipótese do
pesquisador; também pode ser usado para determinar se os resultados são
estatisticamente significativos.
Quando se diz que os resultados são estatisticamente significativos, isso significa
que é improvável que esses resultados sejam devidos ao acaso. Com base nessas
observações, os pesquisadores devem determinar o que os resultados significam. Em
alguns casos, um experimento apoiará uma hipótese, mas em outros casos, não apoiará a
hipótese. Então, o que acontece se os resultados de um experimento em psicologia não
sustentarem a hipótese do pesquisador? Isso significa que o estudo foi inútil? Só porque os
resultados não sustentam a hipótese não significa que a pesquisa não seja útil ou
informativa.

38
Figura 2: Etapas da pesquisa científica

Fonte: Quivy & Campenhoudt (1995).

De fato, essa pesquisa desempenha um papel importante em ajudar os cientistas a


desenvolver novas perguntas e hipóteses a serem exploradas no futuro.
A etapa final é publicar os resultados e sua subsequente revisão por um
especialista. Com base no experimento realizado, a hipótese válida é agrupada e o
resultado publicado. Se alguém puder se lembrar, a coleta de dados das ondas
gravitacionais terminou em setembro de 2015, mesmo assim, demorou muito tempo para
executar a análise e publicar os resultados. Uma vez que os resultados são publicados, ele
passa por um painel que avalia se a pesquisa foi realizada de maneira imparcial, uma vez
que está bastante confiante na ausência de vieses, a pesquisa é publicada.
Existem algumas ressalvas nesse processo de pesquisa científica. No processo de
pesquisa científico acima mencionado, o pesquisador faz o experimento para confirmar seu
sentimento. Por exemplo, a descoberta de ondas gravitacionais era para confirmar se as

39
ondas gravitacionais existem ou não. Esse tipo de confirmação do sentimento intestinal é
chamado de pesquisa de confirmação. Também existe outro ramo de pesquisa chamado
pesquisa exploratória, que segue um processo de pesquisa científica diferente, mas, em
vez de testar hipóteses, apenas mede as variáveis e tenta construir uma relação entre as
variáveis. Após a conclusão, o próximo passo é compartilhar os resultados com o resto
da comunidade científica. Essa é uma parte importante do processo, pois contribui para a
base geral de conhecimento e pode ajudar outros cientistas a encontrar novos caminhos
de pesquisa a serem explorados.

Etapa 5: Coleta de Dados

A coleta de dados compreende o conjunto de operações por meio das quais o


modelo de análise é confrontado aos dados coletados. Ao longo dessa etapa, várias
informações são, portanto, coletadas. Elas serão sistematicamente analisadas na etapa
posterior. Conceber essa etapa de coleta de dados deve levar em conta três questões a
serem respondidas: O que coletar? Com quem coletar? Como coletar?
O que coletar? Os dados a serem coletados são aqueles úteis para testar as
hipóteses. Eles são determinados pelas variáveis e pelos indicadores. Podemos chamá-los
de dados pertinentes.
Com quem coletar? Trata-se a seguir de recortar o campo das análises empíricas
em um espaço geográfico e social, bem como num espaço de tempo. De acordo com o
caso, o pesquisador poderá estudar a população total ou somente uma amostra
representativa (quantitativamente) ou ilustrativa (qualitativamente) dessa população.
Como coletar? Esta terceira questão refere-se aos instrumentos de coleta de
dados, que comporta três operações: conceber um instrumento capaz de fornecer
informações adequadas e necessárias para testar as hipóteses; por exemplo, um
questionário ou um roteiro de entrevistas ou de observações; testar o instrumento antes de
utilizá-lo sistematicamente para se assegurar de seu grau de adequação e de precisão;
colocá-lo sistematicamente em prática e proceder assim à coleta de dados pertinentes
(Quivy & Campenhoudt, 1995, p. 209).

40
Etapa 6: Analise das Informações

Nessa etapa as informações coletadas e os resultados são observados para


entender se correspondem aos resultados esperados pelas hipóteses ou questões de
pesquisa. Normalmente a coleta de dados traz novos elementos ou outras relações não
cogitadas inicialmente. Nesse contexto, os fatos não cogitados são interpretados e revistos
para entender se é necessário refinar as hipóteses e, assim, propor e mostrar reflexões
para pesquisas futuras.
No cenário em que o pesquisador opta pela análise de dados quantitativos ele
deve executar três passos:

 Descrever os dados e apresentá-los (agregados ou não) sob a forma das


variáveis requeridas pelas hipóteses.
 Mensurar as relações entre as variáveis, observando como essa relação foi
prevista pelas hipóteses.

Comparar relações observadas com as relações teoricamente esperadas pelas


hipóteses e verificar o distanciamento entre elas.
Se o distanciamento é nulo ou muito pequeno podemos concluir que a hipótese
está confirmada; caso contrário, verificar de onde vem o distanciamento e tirar as devidas
conclusões.

Etapa 7: As conclusões

De acordo com Quivy & Campenhoudt (1995, p. 247-53) podemos dividir essa
etapa em três partes:

 Apresentar as questões de pesquisa e as hipóteses. Apresentar como foi feita


a coleta de dados e o método utilizado. Comparar e comentar os resultados
esperados pela hipótese com os resultados obtidos.

 Mostrar no que o estudo descobriu sobre o objeto de estudo e o que pode ser
descoberto a partir dos seus resultados.

41
 Mostrar o que você descobriu sobre a problemática, como fez o teste de
hipótese e como fez e analisou os dados.

 Se possível, mostrar como o seu trabalho tem relação com a prática, em caso
de estudos mais técnicos. Vale ressaltar que nem sempre é possível fazer essa
relação entre pesquisa e ação.

Comunicação e Publicação

Os cientistas comunicam os resultados da pesquisa por vários meios formais e


informais. Antigamente, novas descobertas e interpretações eram comunicadas por carta,
reunião pessoal e publicação. Hoje, redes de computadores e máquinas de fax suportam.
Parte inferior do formulário cartas e telefones complementados, facilitando a rápida
troca de resultados. As reuniões científicas rotineiramente incluem sessões de pôsteres e
conferências de imprensa, além de apresentações formais. Embora as publicações de
pesquisa continuem documentando os resultados da pesquisa, o surgimento de
publicações eletrônicas e outras tecnologias da informação anunciam mudanças.
Além disso, os incidentes de plágio, o crescente número de autores por artigo em
campos selecionados e os métodos pelos quais as publicações são avaliadas na
determinação de compromissos e promoções aumentaram a preocupação com as
tradições e práticas que orientaram a comunicação e publicação.
A publicação em periódicos, tradicionalmente um importante meio de compartilhar
informações e perspectivas entre os cientistas, também é o principal meio de estabelecer
um registro de realizações científicas. A avaliação das realizações de cientistas individuais
geralmente envolve não apenas o número de artigos que resultaram de um esforço de
pesquisa selecionado, mas também os periódicos específicos em que os artigos
apareceram. As datas de envio de periódicos geralmente são importantes para estabelecer
reivindicações de prioridade e propriedade intelectual.

2.3 Aplicação de Questionário

A ordem na qual as perguntas são apresentadas pode ser crucial para o sucesso da
pesquisa. Não há regras estabelecidas, mas alguns cuidados devem ser tomados. Mattar
(1994) recomenda: Iniciar o questionário com uma pergunta aberta e interessante (para

42
deixar o respondente mais à vontade e assim ser mais espontâneo e sincero ao responder
as perguntas restantes). Iniciar com perguntas sobre a opinião do respondente pode fazer
com que se sinta prestigiado e se torne disposto a colaborar.
O questionário, segundo Gil, pode ser definido “como a técnica de investigação
composta por um número mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito às
pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses,
expectativas, situações vivenciadas etc” (1999, p.128).
Assim, nas questões de cunho empírico, é o questionário uma técnica que servirá
para coletar as informações da realidade, tanto do empreendimento quanto do mercado
que o cerca, e que serão basilares.
O mesmo autor supracitado (p. 128-129) apresenta as seguintes vantagens do
questionário sobre as demais técnicas de coleta de dados:
a) possibilita atingir grande número de pessoas, mesmo que estejam dispersas
numa área geográfica muito extensa, já que o questionário pode ser enviado pelo correio;
b) implica menores gastos com pessoal, posto que o questionário não exige o
treinamento dos pesquisadores;
c) garante o anonimato das respostas;
d) permite que as pessoas o respondam no momento em que julgarem mais
convenientes;
e) não expõe os pesquisadores à influência das opiniões e do aspecto pessoal do
entrevistado.

Lado outro, ele aponta pontos negativos da técnica em análise:

a) exclui as pessoas que não sabem ler e escrever, o que, em certas


circunstâncias, conduz a graves deformações nos resultados da investigação;
b) impede o auxílio ao informante quando este não entende corretamente as
instruções ou perguntas;
c) impede o conhecimento das circunstâncias em que foi respondido, o que pode
ser importante na avaliação da qualidade das respostas;
d) não oferece a garantia de que a maioria das pessoas devolvam-no devidamente
preenchido, o que pode implicar a significativa diminuição da representatividade da
amostra;

43
e) envolve, geralmente, número relativamente pequeno de perguntas, porque é
sabido que questionários muito extensos apresentam alta probabilidade de não serem
respondidos;
f) proporciona resultados bastantes críticos em relação à objetividade, pois os
itens podem ter significados diferentes para cada sujeito pesquisado.

2.4 Ética na Pesquisa

A pesquisa científica é elaborada e conduzida com base nos padrões profissionais


da ciência e na fundação da confiança do público na comunidade científica que gera a
relação entre a integridade científica e a confiança da sociedade. Os pesquisadores têm a
responsabilidade específica de manter e aplicar a pesquisa científica e os padrões éticos
de maneira a aderir principalmente a esses padrões e manter um ambiente de pesquisa
positivo para o progresso contínuo da pesquisa.
A integridade da pesquisa e a conduta ética têm sido amplamente discutidas como
questões importantes na comunidade científica. Esses fatores são entendidos como o uso
de métodos honestos e verificáveis na proposição, execução e avaliação de pesquisas. A
integridade da pesquisa inclui a aderência a regras, regulamentos, diretrizes e códigos e
normas aceitas (Steneck, 2018).
Os valores da pesquisa incluem honestidade, precisão, eficiência e objetividade.
Os pesquisadores devem transmitir informações com honestidade intelectual. Isso envolve
sinceridade e ausência de engano. A precisão envolve análise estatística precisa e
avaliação correta do valor de um parâmetro populacional. Eficiência envolve a capacidade
de obter resultados sem desperdiçar ou usar indevidamente recursos, esforços ou
fundos. Objetividade refere-se à prevenção de vieses que possam interferir na pesquisa,
como a interferência de crenças ou valores do pesquisador (Steneck, 2018).
A ética em pesquisa fornece diretrizes para a condução responsável da
pesquisa. Além disso, educa e monitora cientistas que conduzem pesquisas para garantir
um alto padrão ético. A seguir, é apresentado um resumo geral de alguns princípios éticos:
Honestidade:
Desde a tenra idade, muitos de nós aprendemos que é melhor dizer a
verdade. Mas talvez em algum momento da adolescência, experimentemos alguns dos

44
'benefícios' de não sermos verdadeiros. Chegamos a algum lugar que não deveríamos ir
ou fazer algo que não deveríamos estar fazendo. Pode parecer divertido no começo, mas
quando nossas mentiras são descobertas, o resultado final não é tão
emocionante. Voltamos então a dizer a verdade.
Alguns cientistas, infelizmente, passam pelo mesmo processo de aprendizado
ético. É tentador mentir sobre o que eles estão pesquisando, os possíveis danos do projeto
de pesquisa e até os resultados da pesquisa para avançar ou ganhar mais dinheiro. Isso
ocorre porque existem muitos cientistas neste mundo e todos exigem que as mesmas
coisas sejam bem-sucedidas: dinheiro para financiar pesquisas e reconhecimento por suas
pesquisas. Essas duas necessidades estão entrelaçadas: o dinheiro permite que a
pesquisa aconteça, o que, quando bem-sucedido, traz reconhecimento, o que gera mais
dinheiro para a pesquisa e assim por diante.
Objetividade:
Esforce-se para evitar desvios no design experimental, análise de dados,
interpretação de dados, revisão por pares, decisões de pessoal, redação de subsídios,
testemunhos de especialistas e outros aspectos da pesquisa.
Integridade:
Mantenha suas promessas e acordos; agir com sinceridade; esforçar-se pela
consistência do pensamento e da ação.
Cuidado:
Evite erros descuidados e negligência; examine cuidadosamente e criticamente
seu próprio trabalho e o trabalho de seus colegas. Mantenha bons registros das atividades
de pesquisa.
Abertura:
Compartilhe dados, resultados, ideias, ferramentas, recursos. Esteja aberto a
críticas e novas ideias.
Respeito à Propriedade Intelectual:
Honre patentes, direitos autorais e outras formas de propriedade intelectual. Não
use dados, métodos ou resultados não publicados sem permissão. Dê crédito onde o
crédito é devido. Nunca plagie.
Confidencialidade:
Proteger as comunicações confidenciais, como documentos ou subsídios enviados
para publicação, registros pessoais, segredos comerciais ou militares e registros dos
pacientes.

45
Publicação Responsável:
Publique para promover pesquisas e bolsas de estudos, não para promover
apenas sua própria carreira. Evite publicação desnecessária e duplicada.
Tutoria Responsável:
Ajude a educar, orientar e aconselhar os alunos. Promova seu bem-estar e
permita-lhes tomar suas próprias decisões.
Respeito pelos colegas:
Respeite seus colegas e trate-os de maneira justa.
Responsabilidade social:
Esforce-se para promover o bem social e prevenir ou mitigar danos sociais por
meio de pesquisa, educação pública e advocacia.
Não discriminação:
Evite a discriminação contra colegas ou estudantes com base em sexo, raça, etnia
ou outros fatores que não estejam relacionados a sua competência e integridade científica.
Competência:
Manter e melhorar sua própria competência e conhecimento profissional por meio
de educação e aprendizado ao longo da vida; tomar medidas para promover a
competência na ciência como um todo.
Legalidade:
Conhecer e obedecer às leis e políticas institucionais e governamentais relevantes.
Cuidado animal:
Mostre respeito e cuidado com os animais ao usá-los em pesquisas. Não realize
experimentos desnecessários ou mal projetados com animais.
Proteção de seres humanos:
Ao realizar pesquisas em seres humanos, minimize danos e riscos e maximize
benefícios; respeitar a dignidade humana, a privacidade e a autonomia.

Princípios éticos comuns em disciplinas científicas:

 Apenas um princípio ético - dever à sociedade - se aplica à investigação científica


perguntando se a pesquisa beneficia a sociedade.

46
 Cada princípio ético se aplica à investigação científica, à conduta e
comportamentos dos pesquisadores ou ao tratamento ético dos participantes da
pesquisa.

 Eles são dever para a sociedade; beneficência; conflito de


interesses; consentimento informado; integridade; não discriminação; não
exploração; privacidade e confidencialidade; competência profissional; e disciplina
profissional.
 Variações nos princípios éticos entre as disciplinas geralmente se devem ao fato
de a disciplina incluir assuntos humanos ou animais.
 Variações nos princípios éticos entre países geralmente são devidas a leis,
supervisão e fiscalização locais; normas culturais; e se a pesquisa é realizada no
país anfitrião dos pesquisadores ou em um país estrangeiro.

A ética na ciência é semelhante à ética em nossa sociedade mais ampla: elas


promovem conduta razoável e cooperação efetiva entre indivíduos. Embora ocorram
violações da ética científica, como na sociedade em geral, elas geralmente são tratadas
rapidamente quando identificadas e nos ajudam a entender a importância do
comportamento ético em nossas práticas profissionais.
Logo, a adesão à ética científica garante que os dados coletados durante
a pesquisa sejam confiáveis e que as interpretações sejam razoáveis e com mérito,
permitindo assim que o trabalho de um cientista se torne parte do crescente corpo de
conhecimento científico.

47
CAPÍTULO 2 – RECAPITULANDO (APENAS PARA ESTUDO)

QUESTÕES DE CONCURSOS

Questão 1

Ano: 2014 Banca: FUNDEP (Gestão de Concursos) Órgão: IF-SP Prova: FUNDEP - 2014 -
IF-SP - Professor - Pedagogia Nível: Superior

A entrevista é um procedimento usado na investigação para a coleta de dados ou para


auxiliar no diagnóstico ou no tratamento de um problema. Numere a COLUNA II de acordo
com a COLUNA I fazendo a relação dos tipos de entrevistas com as suas respectivas
características.

COLUNA I

1. Padronizada ou estruturada.

2. Despadronizada ou não estruturada.

3. Painel.

COLUNA II

( ) As perguntas são abertas, no geral, podendo ser respondidas dentro de uma


conversação informal.

( ) Baseia-se na repetição de perguntas, de tempo em tempo, às mesmas pessoas, para


estudar a evolução das opiniões em períodos curtos.

( ) Ela se realiza seguindo um formulário elaborado e é feita, de preferência, com pessoas


selecionadas de acordo com um plano.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA.

(A) 1 3 2.

(B) 2 1 3.

48
(C) 2 3 1.

(D) 3 2 1.

Questão 2

Ano: 2017 Banca: UFMT Órgão: UFSBA Prova: Assuntos Educacionais Nível: Superior

A coluna da esquerda apresenta abordagens de investigação e a da direita, características


de cada uma. Numere a coluna da direita de acordo com a da esquerda.

1 - Abordagem qualitativa

2 - Abordagem quantitativa

( ) Etnometodologia, dados qualitativos, fenomenologia, observação participante, contato


intenso com os sujeitos.

( ) Positivista, empírica, replicação, testar teorias, experimentos.

( ) Comportamentalismo, observação estruturada, relações entre variáveis, grupos de


controle.

( ) Entrevista aberta, vida cotidiana, descrição de realidades múltiplas, estudo de caso.

Marque a sequência correta.

(A) 2, 1, 1, 2

(B) 2, 2, 1, 1

(C) 1, 1, 2, 2

(D) 1, 2, 2, 1

49
Questão 3

Ano: 2015 Banca: COVEST-COPSET Órgão: UFPE Prova: Assistente Social Nível:
Superior

Uma pesquisa científica pode ser exploratória, descritiva ou explicativa. Quanto à pesquisa
explicativa, é correto afirmar que:

(A) busca apenas levantar informações sobre um determinado objeto, delimitando um


campo de trabalho, mapeando as condições e manifestação desse objeto.

(B) busca explicações dos problemas sociais a partir do uso do método quantitativo,
visando apreender a totalidade do objeto.

(C) além de registrar e analisar os fenômenos estudados busca identificar suas causas,
seja através do método experimental matemático, seja através da interpretação
possibilitada pelos métodos qualitativos.

(D) além de registrar e analisar os fenômenos estudados busca identificar suas causas,
sendo somente possível o uso do método qualitativo.

(E) busca levantar informações sobre a população alvo, delimitando um campo de


trabalho, mapeando as condições e a manifestação desse objeto.

Questão 4

Ano: 2014 Banca: IADES Órgão: CONAB Prova: Comunicação Social Nível: Superior

Pesquisas científicas são realizadas tendo como base uma metodologia quantitativa ou
qualitativa. Uma pesquisa é quantitativa quando existe a possibilidade de medidas
quantificáveis de variáveis e inferências com base em amostras aleatórias de uma
população. Esse tipo de pesquisa usa medidas numéricas para testar constructos
científicos e hipóteses, ou busca padrões numéricos relacionados a conceitos cotidianos
(DIAS, 2000, p. 1). Uma das principais técnicas de coleta de dados de uma pesquisa
quantitativa é:

(A) grupo focal.

(B) entrevista individual.

50
(C) pesquisa etnográfica.

(D) estudo de caso.

Questão 5

Ano: 2014 Banca: IADES Órgão: CONAB Prova: Comunicação Social Nível: Superior

Com relação aos métodos científicos de pesquisa, assinale a alternativa correta.

(A) Quanto mais amplo o objeto de estudo, mais ampla a compreensão do problema e,
portanto, melhor a pesquisa.

(B) Toda investigação se inicia por uma teoria.

(C) A teoria é construída para explicar ou compreender um fenômeno ou um processo.

(D) A hipótese é um dos subprodutos da pesquisa, sendo sempre reforçada na conclusão


do trabalho.

(E) A indefinição da metodologia inviabiliza a identificação do problema.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE

A pesquisa pode ser compreendida como a construção de um conhecimento geral e


original com base em certas exigências científicas, assim para que uma pesquisa seja
entendida como científica é preciso que critérios como a coerência, a consistência, a
originalidade e a objetivação sejam observadas. Desse modo, quais são as três fases
necessárias para o planejamento da pesquisa?

TREINO INÉDITO

Para a realização correta da pesquisa é preciso que seja obedecida uma ordem específica
para o atendimento dos seus objetivos. Nesse sentido, assinale a alternativa que contém
todas as etapas da pesquisa e sua ordem correta:
a) Esclareça o problema; Examine os resultados; Identificar o problema; Revisão de
literatura

51
b) Revisão de literatura; Identificar o problema; examine os resultados; coleta de dados;
esclareça o problema.
c) Identificar o problema; Revisão de literatura; Esclareça o problema; Examine os
resultados e tire conclusões; e Coleta de dados.
d) Revisão de literatura; Identificar o problema; Coleta de dados; Examine os resultados.
e) Nenhuma das alternativas

NA MÍDIA

FIQUE ATENTO À ÉTICA AO USAR A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

A ética provoca debates acirrados na sociedade desde os tempos do filósofo Aristóteles.


Como ela é definida a partir da moral humana, algo que, por sua vez, sofre influência de
questões sociais e culturais, chegar a um consenso global sobre determinados temas é um
desafio e tanto.
Com o avanço tecnológico, o debate sobre a ética ganha nova proporção e envolve mais
participantes, que enxergam riscos que vão desde a banalização de abusos de privacidade
até o agravamento do preconceito e da discriminação contra determinados grupos da
população.
A preocupação se justifica se olharmos para os casos recentes de uso de dados de
usuários do Facebook por uma empresa de marketing, ou para o algoritmo do Google
Fotos, que identificava pessoas negras como gorilas.
Fonte: InforChannel
Data: 24 de setembro de 2019
Leia a notícia na íntegra: https://inforchannel.com.br/fique-atento-a-etica-ao-usar-a-
inteligencia-artificial/

NA PRÁTICA
LEVANTAMENTO DE OPINIÃO

A partir do momento em que se quer descobrir a opinião que alguém tem a respeito de
determinado bem ou serviço, a melhor maneira de averiguar é perguntar para alguém que
já usufruiu deste. Sendo assim, logo vem à mente a ideia de fazer uma pesquisa com
esses indivíduos, a isso foi dado o nome de Levantamento de Opinião.

52
Fonte: Douglas Tybel
Data: 2016
Disponível em: https://guiadamonografia.com.br/metodologia-cientifica/v

PARA SABER MAIS


Filme: Quebrando a banca
Peça de teatro: Ao mestre, com carinho
Acesse os links: https://www.youtube.com/watch?v=fVmmPZsmtbE
https://youtu.be/c4qhp34nUFw

53
CAPÍTULO 3
ELABORAÇÃO

54
CAPÍTULO 3 – ELABORAÇÃO

3.1 Estruturas do Artigo Científico

O processo de produção do artigo científico consiste em um conjunto de métodos


científicos, que se constituem também de pesquisas feitas de variadas fontes, para que ele
possa ser avaliado e aceito pela comunidade de pesquisadores. Após a aprovação, eles
podem ser publicados em revistas ou periódicos especializados que permitem ao leitor a
repetição da experiência. Os artigos científicos são para compartilhar seu próprio trabalho
de pesquisa original com outros cientistas ou para revisar a pesquisa conduzida por
outros. Como tal, eles são críticos para a evolução da ciência moderna, na qual o trabalho
de um cientista se baseia no de outros. Para atingir seu objetivo, os trabalhos devem ter
como objetivo informar, não impressionar. Eles devem ser altamente legíveis - isto é,
claros, precisos e concisos. É mais provável que sejam citados por outros cientistas se
forem úteis, em vez de enigmáticos ou egocêntricos. Um artigo científico deve conter, além
de algumas informações essenciais para o entendimento de todos os interessados naquele
estudo, um discurso fluido, explicativo, de caráter formal e uma formatação padrão.
A intenção de quem escreve um artigo científico, é que ele seja compreendido por
qualquer membro do grupo-alvo, isto é, ao qual se destina. Deve seguir as regras da ABNT
- Associação Brasileira de Normas Técnicas e conter a seguinte estrutura: elementos pré-
textuais, elementos textuais e elementos pós-textuais. Vejamos:

Elementos pré-textuais

Os elementos pré-textuais são as partes do seu trabalho acadêmico que


antecedem o texto principal e os seus elementos. Esses elementos não têm relação direta
com o conteúdo apresentado, mas isso não significa que eles não são importantes para o
trabalho. Os elementos pré-textuais facilitam muito a apresentação, a entrega e o
arquivamento dos trabalhos acadêmicos.

Aspectos gráficos do trabalho acadêmico:


1. Papel
2. Impressão do texto
3. Formatação do texto
4. Numeração

55
5. Títulos, subtítulos, divisões e parágrafos

 Estrutura do trabalho acadêmico


 Elementos Pré-textuais:
1. Capa
2. Folha de Rosto
3. Dedicatória
4. Agradecimento
5. Folha de Dedicatória
6. Epígrafe
7. Resumo
8. Lista de figuras
9. Lista de tabelas
o Lista de abreviaturas e siglas
o Lista de símbolos
 Sumários
4. Elementos Textuais
 1. Introdução
 2. Desenvolvimento
 3. Conclusão
5. Elementos pós-textuais
o Referências
o Apêndice
o Anexos

É importante observar que, não obstante, as normas padronizadas da ABNT,


instituições de ensino, de pesquisa, editoras, órgãos de governo e agências internacionais,
por vezes, possuem suas próprias normas para apresentação de trabalhos devendo,
nesses casos, ser consideradas por quem se interesse em lhes apresentar trabalhos
escritos. Os elementos pré-textuais precisam ser considerados em suas duas dimensões,
uma que diz respeito à estética do trabalho e outra que se refere à divisão estrutural das
partes do mesmo trabalho.

56
Elementos textuais

Os elementos textuais são aqueles onde o autor pode desenvolver o tema


escolhido, é onde ele traz o fruto de suas pesquisas e sua ideia sobre o assunto em
questão. Cada um dos elementos textuais tem, pelo menos, um objetivo principal. A
introdução faz um apanhado geral do trabalho acadêmico e apresenta os pontos mais
importantes superficialmente.
No desenvolvimento, o autor precisa discorrer e mostrar domínio sobre o tema
escolhido, esclarecer os métodos utilizados e desenvolver o texto. A última parte, a
conclusão, é onde o autor deve mostrar o seu ponto de vista com relação a tudo que foi
estudado. Não é permitida a inclusão de dados, apenas a ideia concluída do assunto
trabalhado.
Os elementos textuais trazem a parte mais importante de todo o trabalho: o
conteúdo em si. É preciso que o texto esteja coeso e bem escrito para que os avaliadores
entendam o processo descrito no desenvolvimento e o ponto de vista do autor apresentado
na conclusão.

Elementos pós-textuais

Os elementos pós-textuais são aqueles que compõem a última parte de um


trabalho acadêmico. Eles vêm depois da identificação e do conteúdo escrito da
monografia, tese, dissertação ou qualquer outro tipo de trabalho. Os elementos pós-
textuais caracterizam o fim da apresentação e, normalmente, complementam o conteúdo e
o entendimento do trabalho. São importantíssimos para os avaliadores terem acesso às
fontes de estudo do autor e a aspectos complementares de coisas que aparecem no
decorrer do texto. Alguns autores sugerem que você comece a escrever um artigo
científico pelos objetivos e pelas conclusões do trabalho, de acordo com a análise crítica
dos resultados encontrados. Desta forma, é possível ter uma visão clara da pergunta que
você gostaria de responder com a sua pesquisa (objetivos) e quais respostas você
encontrou (conclusões). As conclusões são o ponto forte do seu estudo e o guia para a
estruturação do texto. Com as conclusões em mente, será mais fácil identificar e discutir os
resultados que sustentam essas conclusões (Medeiros e Tomasi, 2008).

57
 Referências – Fontes de pesquisa consultadas pelo autor do trabalho.

 Glossário – Lista de palavras importantes para o texto e seus significados.

 Anexos – Documentos que complementam o texto que não são de autoria do autor
do trabalho.

 Apêndices – Documentos que complementam o texto que são de autoria do autor


do trabalho.

 Índice – Elemento opcional. Lista de palavras ou expressões citadas no texto do


trabalho, ordenadas conforme um determinado critério e acompanhadas da
indicação de sua localização no texto.

Embora a maioria dos artigos obedeça a uma sequência padrão (Introdução,


Material e Métodos, Resultados, Discussão, Conclusões e Referências Bibliográficas), a
redação do artigo não precisa, necessariamente, seguir essa mesma ordem.
O artigo possui a seguinte estrutura:
1.Título
2. Autor (es)
3. Epígrafe (facultativa)
4. Resumo e Abstract
5. Palavras-chave;
6. Conteúdo (Introdução, desenvolvimento textual e conclusão),
7. Referências.

3.2 Linguagem do Artigo

Quanto à linguagem científica é importante que sejam analisados os seguintes


procedimentos no artigo científico:

- Objetividade: a linguagem objetiva deve afastar as expressões: “eu penso”, “eu


acho”, “parece-me” que dão margem a interpretações simplórias e sem valor
científico;
- Estilo científico: a linguagem científica é informativa, de ordem racional, firmada
em dados concretos, onde pode-se apresentar argumentos de ordem subjetiva,
porém dentro de um ponto de vista científico;

58
- Vocabulário técnico: a linguagem científica serve-se do vocabulário comum,
utilizado com clareza e precisão, mas cada ramo da ciência possui uma
terminologia técnica própria que deve ser observada;
- A correção gramatical é indispensável, onde se deve procurar relatar a pesquisa
com frases curtas, evitando muitas orações subordinadas, intercaladas com
parênteses, num único período. O uso de parágrafos deve ser dosado na medida
necessária para articular o raciocínio: toda vez que se dá um passo a mais no
desenvolvimento do raciocínio, muda-se o parágrafo.
- Os recursos ilustrativos como gráficos estatísticos, desenhos, tabelas são
considerados como figuras e devem ser criteriosamente distribuídos no texto, tendo
suas fontes citadas em notas de rodapé. (Pádua, 1996, p. 82).

Leitura Crítica:

Leitura crítica significa que o leitor aplica certos processos, modelos, perguntas e
teorias que resultam em maior clareza e compreensão. Há mais envolvimento, tanto no
esforço quanto no entendimento, em uma leitura crítica do que em um mero "deslizar" do
texto. Qual é a diferença? Se um leitor "derrapa" o texto, características e informações
superficiais são o mais longe possível. Uma leitura crítica chega à "estrutura profunda" (se
existe algo além do texto superficial!), Isto é, consistência lógica, tom, organização e vários
outros termos sonoros muito importantes. A leitura crítica é um precursor importante da
escrita crítica. Este guia de estudo explica por que a leitura crítica é importante e fornece
algumas ideias sobre como você pode se tornar um leitor mais crítico.
Independentemente de quão objetivo, técnico ou científico seja o assunto, o (s)
autor (es) terá tomado muitas decisões durante o processo de pesquisa e redação, e cada
uma dessas decisões é um tópico potencial para exame e debate, e não para aceitação
cega. Você precisa estar preparado para entrar no debate acadêmico e fazer sua própria
avaliação de quanto está disposto a aceitar o que lê. Um ponto de partida prático, portanto,
é considerar qualquer coisa que você leia não como fato, mas como o argumento do
escritor. Tomando este ponto de partida, você estará pronto para se envolver em leituras
críticas.
O objetivo da leitura crítica não é encontrar falhas, mas avaliar a força da evidência
e do argumento. É tão útil concluir que um estudo, ou um artigo, apresenta evidências
muito fortes e um argumento bem fundamentado, assim como identificar os estudos ou
artigos que são fracos. A leitura crítica é uma forma de análise da linguagem que não
considera o texto fornecido pelo valor nominal, mas envolve um exame mais aprofundado
das alegações apresentadas, bem como dos pontos de apoio e possíveis argumentos. A
capacidade de reinterpretar e reconstruir para maior clareza e legibilidade também é um
componente da leitura crítica.

59
A identificação de possíveis ambiguidades e falhas no raciocínio do autor, além da
capacidade de abordá-las de forma abrangente, é essencial para esse processo. A leitura
crítica, assim como acadêmica, requer a ligação de pontos de evidência a argumentos
correspondentes (Ariel, 1973).
Pensar criticamente, no sentido acadêmico, envolve ter a mente aberta - usando
julgamento e disciplina para processar o que você está aprendendo, sem deixar que seu
viés ou opinião pessoal prejudique os argumentos. O pensamento crítico envolve ser
racional e consciente de seus próprios sentimentos sobre o assunto - ser capaz de
reorganizar seus pensamentos, conhecimento e entendimento prévios para acomodar
novas ideias ou pontos de vista.
Para ler criticamente, você precisará fazer algumas perguntas sobre o texto. Uma
área a considerar é a fonte. Perguntas para esta área podem ser feitas antes de você ler o
texto e são bastante simples. As respostas a essas perguntas podem ajudá-lo a decidir se
vale a pena ler o texto. Outra área a considerar é a evidência que o escritor usa para
apoiar seus argumentos.
Essas perguntas são mais difíceis e requerem uma leitura cuidadosa do texto e
consideração do significado. Ser capaz de responder a perguntas como essas também
melhorará sua capacidade como escritor. Uma área final a considerar são as suposições e
preconceitos que o escritor pode ter. Essas são as perguntas mais difíceis e talvez você
precise analisar o idioma que o escritor usa para respondê-las.
A leitura crítica e o pensamento crítico são, portanto, os próprios fundamentos da
verdadeira aprendizagem e do desenvolvimento pessoal.

Como leitor crítico, você deve refletir sobre:

 O que o texto diz: depois de ler criticamente uma peça, você poderá fazer
anotações, parafraseando - com suas próprias palavras - os pontos principais.
 O que o texto descreve: você deve ter certeza de que entendeu o texto
suficientemente para poder usar seus próprios exemplos e comparar e contrastar
com outros textos sobre o assunto em questão.
 Interpretação do texto: isso significa que você deve poder analisar completamente
o texto e indicar um significado para o texto como um todo.

60
 Leitura crítica significa ser capaz de refletir sobre o que um texto diz, o que
descreve e o que significa, examinando o estilo e a estrutura da redação, a
linguagem usada e o conteúdo.
 O fundo da leitura
 Seu objetivo e conclusão geral (reivindicação)
 A evidência usada na leitura
 As conexões lógicas entre a alegação e a evidência
 O saldo da leitura
 Suas limitações
 Como se relaciona com outras fontes e pesquisas
 Se a leitura é baseada em pesquisa, como essa pesquisa foi conduzida.

Em contextos acadêmicos, você não pode assumir que tudo o que lê é uma
simples representação dos fatos. Cada área de estudo tem muitas perspectivas diferentes,
e você precisará entender não apenas o que um escritor está dizendo, mas como e por
que ele está dizendo, a fim de julgar a credibilidade das informações e dos
argumentos. Isso envolve a leitura crítica.
Esta seção explica em detalhes o que é leitura crítica, compara leitura crítica com
leitura ativa e explica como ler criticamente considerando o autor e a fonte, as evidências
que o escritor usa e as suposições e preconceitos que o escritor possa ter. Há também
uma lista de verificação para ajudá-lo a verificar sua compreensão desta seção.

3.3 Fichamentos

Conceitualmente, fichamento é um resumo das principais ideias de um texto. É


bastante utilizado como técnica de estudo e no processo de revisão da literatura. Nele, são
resumidas e destacadas as partes mais importantes do texto com o objetivo de fazer
futuras consultas, se quiser saber mais sobre revisão da literatura.O objeto do fichamento
será um livro ou um artigo. Isso vai depender do por que você está fichando. Desse modo,
uma professora pode solicitar um fichamento de 3 capítulos específicos de uma obra, e
esse modelo de trabalho permite bastante flexibilidade.
Em geral, ler o texto pela primeira vez e compreender o assunto geral daquilo que
se trata é o primeiro passo. Você também pode fazer a leitura com grifos.

61
Depois disso, você pode escolher qual tipo de fichamento fará. Possivelmente, o
modelo terá a ver com o seu método preferido de estudo. É importante reunir toda a
literatura sobre o tema que você escolheu – livros, artigos, textos, blogs, revistas
científicas. Atente-se às fontes de conteúdo online (nada de espalhar fake news ou sites de
credibilidade questionável).

Tipos de Fichamento:

Citação
O fichamento de citações (ou de transcrição) consiste no registro de citações
diretas da obra, observando-se absoluto rigor para anotar o trecho tal e qual consta no
trabalho original, e marcando as aspas de início e fim da citação e sua página. Exemplo:

Assunto: Os professores diante do saber: esboço de uma problemática do saber


docente (p. 31-55). Capítulo 1.

Fonte: TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. 16. ed.


Petrópolis: Editora Vozes, 2014.

“Pode-se chamar de saberes profissionais o conjunto de saberes transmitidos pelas


instituições de formação de professores (escolas normais ou faculdades de ciências
da educação” (p. 36).
“Ao longo de suas carreiras, os professores devem também apropriar-se de saberes
que podemos chamar de curriculares. Estes saberes correspondem aos discursos,
objetivos, conteúdos e métodos a partir das quais a instituição escolar categoriza e
apresenta os saberes sociais por ela definidos e selecionados como modelos da
cultura erudita e de formação” (p. 38).
(etc.)

Saber fazer citações de forma adequada é fundamental em um trabalho


acadêmico. Caso contrário, o autor pode acabar sendo até processado por plágio. De
acordo com a ABNT, há normas diferentes para citações diretas e indiretas. As citações
indiretas são aquelas em que o autor cita a fonte, mas utiliza suas próprias palavras para
expressar a ideia do autor consultado.

62
Fichamento Bibliográfico
A mais simples de todas, as fichas bibliográficas trazem uma descrição em tópicos
de cada parte do texto acompanhados de indicações precisas das fontes, com as
referências completas (título, edição, local de publicação, editora, ano da publicação,
número do volume e as páginas). Essa descrição seria um comentário crítico explicando
sobre a parte selecionada, apontando diretamente para o que pode ser encontrado na
obra.
Seja qual for o tipo de fichamento escolhido, atente para o registro de seus
próprios comentários. São eles que vão ajudar a dar uma utilidade ao fichamento, de
acordo com os destaques que você resolver dar a cada texto e a cada trecho dele. Outra
dica é também apontar em seus comentários as resoluções que aquele material lhe
provocou, assim como as referências que você pode ligar a ele. Podem ser anotados à
parte, por exemplo, outros textos cujo assunto possa se relacionar àquele, ou um filme,
vídeo, música ou quaisquer outros materiais que se somem às perspectivas daquele que
você acabou de fichar.

Resumo ou Conteúdo
Este tipo de fichas dá atenção à estrutura do texto, registrando as ideias
apresentadas em uma sequência lógica, expondo os pontos principais e secundários, bem
como os argumentos, justificativas, exemplos etc. ligados a eles. Como o nome deixa
entender, esse fichamento busca resumir com mais detalhes, de forma completa. Não
deve ser longo, mas nunca curto demais, como um sumário de partes do texto. A sua
elaboração inclui as referências do texto, o destaque de citações relevantes do texto e
considerações pessoais a respeito do texto.

3.4 Resumo Científico

Ao escrever um resumo científico geral, pede-se aos autores que sigam as


seguintes diretrizes:
1. O resumo não deve exceder 250 palavras.
2. O resumo deve ser estruturado nas três subseções distintas a seguir (os títulos
devem ser incluídos no texto):

63
 Introdução e histórico - uma introdução curta e acessível ao tópico, com o
objetivo de fornecer uma breve descrição do estado atual do conhecimento
científico em campo.
 Resultado (s) principal (is) - uma sinopse do (s) resultado (s) principal (is)
relatado (s) no artigo e uma declaração de como o conhecimento científico sobre o
tópico foi ampliado como resultado do estudo.
 Implicações mais amplas - uma declaração resumida que coloca o trabalho em
um contexto mais amplo e destaca implicações e orientações mais amplas para
estudos futuros.

3. Não deve haver equações.

4. Os autores são fortemente encorajados a incluir uma figura representativa (com


legenda).

5. Todos os símbolos, abreviações e acrônimos não padronizados devem ser


definidos na íntegra.

Como deve resumir:

1. Leia o texto inteiro. Nunca se deve fazer o resumo com base na leitura isolada dos
parágrafos. Faça rascunho das ideias principais encontradas em cada parágrafo e
no texto como um todo.

2. Procure ser bem objetivo. Não deixe que inferências suas prejudiquem o resumo.
Observe as relações entre as ideias sempre segundo o autor. Perceba qual foi à
intenção dele.

3. Agora, resuma as ideias apresentadas. Embora não seja obrigatório, procure


iniciar pela ideia principal e depois os argumentos, exemplos e relações feitas pelo
autor.

O bom resumo pede, antes de tudo, a compreensão do texto como um todo. Não se
deve resumir logo na primeira leitura. Procure não apenas condensar os segmentos, mas

64
produzir um texto com unidade, objetividade, coerência, coesão e manutenção do sentido
original.

Tipos de resumo

Três tipos: indicativo, informativo ou crítico, os quais são determinados por


características específicas, vistas a partir de agora. Assim, o resumo informativo tem por
finalidade, como o próprio nome já indica deixar o leitor informado acerca dos principais
pontos destacados no texto, proporcionando a ele a possibilidade de ter uma ideia geral do
que se trata. Cabe afirmar então que a consulta ao texto original não é tão necessária
assim. Essa modalidade de resumo é indicada para artigos científicos e artigos
acadêmicos de forma geral.
O resumo indicativo, literalmente afirmando, indica somente os pontos relevantes,
principais do texto-base, descartando a possibilidade de apresentar dados de natureza
qualitativa e quantitativa. Por essa razão, faz-se necessária a consulta ao texto original.
Por fim, temos o resumo crítico que, sem sombra de dúvidas, trata-se de uma
análise com base no ponto de vista do emissor acerca das ideias contidas no texto original.
Em virtude desse aspecto, juízos de valor são amplamente permitidos – o que lhe concede
o nome, também, de resenha crítica.

3.5 Resenha

A resenha crítica é um texto resumido de um determinado tema, capítulo de um


livro, filme, podendo ser também um resumo de uma peça de teatro ou determinado
espetáculo, somente se detém na informação ao leitor. No entanto, além de se fazer o
resumo da obra, faz-se uma avaliação da mesma, expondo sua opinião, destacando as
partes positivas e negativas, e tem como objetivo principal a divulgação de informações
sobre obras culturais, e por isso, se torna um conteúdo efêmero, ou seja, são opiniões
passageiras e transitórias.
Uma resenha não é apenas um resumo informativo de um texto, e sim, uma
interpretação do mesmo, dependendo da capacidade o resenhista de relacionar todos os
componentes lidos da obra escolhida com outras obras e ideias de outros autores, e desta
forma, se estabelece uma comparação. As resenhas críticas dependem de espaços
reservados para elas, em geral curtos, o que limita seu tamanho. Em alguns casos, a

65
argumentação pode ser mais longa, desde haja necessidade e espaço para tal. Deve
constar de título; referência bibliográfica da obra; dados bibliográficos do autor da obra
resenhada; resumo, ou síntese do conteúdo e a avaliação. A resenha crítica, como
trabalho acadêmico, provoca o desencadeamento do processo da autêntica investigação
no estudante de graduação. É até considerado por alguns metodólogos, como sendo um
tipo de trabalho muito complexo para ser cobrado na graduação. No entanto, as
experiências práticas demonstram que, se bem orientada, a resenha crítica produz um
amadurecimento do acadêmico, ao iniciá-lo na verdadeira pesquisa bibliográfica reflexiva.
Ela é também um tipo de atividade em que, se o professor definir o livro ou texto
de referência, o acadêmico não vai encontrar o trabalho pronto na Internet e nem vai poder
simplesmente copiá-lo de algum lugar. Recomenda-se que o texto de referência seja um
texto adequado e compatível com o curso e semestre que o aluno está cursando. A
escolha ou definição do texto de referência é decisiva no processo, pois é difícil fazer uma
boa resenha de um texto ruim, pequeno, sem consistência ou densidade na abordagem do
assunto.

3.6 Relatórios de pesquisa

Os relatórios de pesquisa são dados gravados preparados por pesquisadores ou


estatísticos após analisar as informações coletadas pela realização de pesquisas
organizadas, geralmente na forma de pesquisas ou qualitativos.
Os relatórios geralmente estão espalhados por um vasto horizonte de tópicos, mas
focam-se na comunicação de informações sobre um tópico específico e um mercado-alvo
muito específico. O principal motivo dos relatórios de pesquisa é transmitir detalhes
integrais sobre um estudo a ser considerado pelos profissionais de marketing ao projetar
novas estratégias. Certos eventos, fatos e outras informações baseadas em incidentes
precisam ser transmitidos às pessoas responsáveis, e a criação de relatórios de pesquisa
é a ferramenta de comunicação mais eficaz.
Os relatórios ideais de pesquisa são extremamente precisos nas informações
oferecidas, com um objetivo e conclusão clara. Deve haver um formato limpo e estruturado
para que esses relatórios sejam eficazes na transmissão de informações.

66
3.7 Ficha catalográfica

Figura 3: Modelo de ficha catalográfica

Fonte: Erian (2011).

Ficha catalográfica (ou Index card em inglês), é uma ficha que contém as
informações bibliográficas necessárias para identificar e localizar um livro ou outro
documento no acervo de uma biblioteca. Ela é de papel resistente, medindo 7,5 cm de
altura por 12,5 cm de largura - dimensões padronizadas internacionalmente apresenta um
orifício no centro da margem inferior, por onde é presa na gaveta do fichário quando
arquivada. As margens são definidas de forma a facilitar a identificação dos dados sendo:
a primeira margem com início no 11º espaço; a segunda no 13º espaço e a terceira
iniciando no 15º espaço. Vejamos outros modelos:

67
Figura 4: Modelo de ficha catalográfica

Fonte: Elaborado pelo autor (2019).

As fichas catalográficas podem ser utilizadas também para análise e interpretação


de dados levantados durante uma pesquisa bibliográfica. É feita uma ficha para cada livro
ou documento, contendo a classificação por autor, classificação dos conceitos contidos no
material e a definição das principais categorias de análise. As partes desse tipo de ficha
são: documento (tipo), classificação, conteúdo (resumo do conteúdo do documento) e
análise dos dados.

68
INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS

ERVIAN, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia científica. 3ª. Ed. São Paulo: McGraw-Hill,
1983.
AKATOS, E. M.; MARCONI, M.A. Fundamentos de metodologia científica. 3ª. Ed. São
Paulo: Atlas, 1994.

69
CAPÍTULO 3 – RECAPITULANDO (APENAS PARA ESTUDO)

QUESTÕES DE CONCURSOS

Questão 1

Ano: 2015 Banca: IBFC Órgão: SSA-HMDCC Prova: Analista Administrativo Nível:
Superior

Baseado na Norma ABNT NBR 6022 – Informação e documentação – Artigo em


publicação periódica científica impressa – Apresentação – é correto afirmar que os
elementos pré-textuais da estrutura de um artigo, são constituídos de:

(A) Título, subtítulo (se houver), nome do(s) autor(es), resumo na língua do texto, palavras-
chave na língua do texto.

(B) Introdução, desenvolvimento, conclusão.

(C) Conclusão, bibliografa, tabelas.

(D) Título, subtítulo (se houver) em língua estrangeira; resumo em língua estrangeira;
palavras-chave em língua estrangeira; nota(s) explicativas(s).

Questão 2

Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: UNICAMP Prova: Bibliotecário Nível: Superior

Pela normalização documentária brasileira para apresentação de artigo em publicação


periódica científica, é correto afirmar que

(A) legenda é uma lista em ordem alfabética de palavras ou expressões técnicas de uso
restrito ou de sentido obscuro, utilizadas no texto, acompanhadas das respectivas
definições.

(B) glossário é um texto explicativo redigido de forma clara, concisa e sem ambiguidade,
para descrever uma ilustração ou tabela.

(C) seção é a parte em que se divide o texto de um documento, que contém as matérias
consideradas afins em exposição ordenada conforme o assunto.

70
(D) resumo é o conjunto padronizado de elementos descritivos, retirados de um
documento, que permite sua identificação individual.

(E) referência é a apresentação concisa dos pontos relevantes de um documento.

Questão 3

Ano: 2009 Banca: ESAF Órgão: ANA Prova: Biblioteconomia Nível: Superior

A definição de pesquisa bibliográfica vista como busca de informações, seleção de


documentos que se relacionam com o problema de pesquisa e o respectivo fichamento das
referências para que sejam posteriormente utilizadas é entendida no seu conceito

(A) técnico.

(B) catalográfico.

(C) restrito.

(D) revisional.

(E) amplo.

Questão 4

Ano: 2019 Banca: IADES Órgão: AL-GO Prova: Revisor Ortográfico Nível: Superior

Uma das principais características da resenha crítica é a (o)

(A) liberdade criativa.

(B) objetividade.

(C) restrição ao aspecto descritivo.

(D) informalidade.

(E) transcrição literal.

71
Questão 5

Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: Câmara Legislativa do Distrito Federal Prova: Bibliotecário
Nível: Superior

São considerados elementos obrigatórios do relatório técnico/científico pela NBR 10.719:

(A) o resumo em língua vernácula e o sumário.

(B) a folha de rosto e a lista de ilustrações.

(C) a lista de abreviatura e siglas e as referências.

(D) as considerações finais e o formulário de identificação.

(E) a capa e a introdução.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE

O processo de produção de um artigo científico segue várias regras e normas para que os
métodos sejam utilizados na sua máxima eficiência, para que assim, o artigo científico seja
devidamente compartilhado no interior dos trabalhos de pesquisa originais. Nesse sentido,
explique o que é a ABNT.

TREINO INÉDITO

Os elementos pré-textuais são aqueles que antecedem o texto principal e os seus


elementos. Dessa forma, assinale a única alternativa que não corresponde a um elemento
pré-textual.
a) Papel
b) Formatação do texto
c) Impressão do texto
d) Numeração
e) Desenvolvimento

72
NA MÍDIA

ESTRUTURA DE ARTIGO CIENTÍFICO: ENTENDA COMO DEVE SER

Todo estudante de graduação precisa conhecer a estrutura de artigo científico. Esse


formato de trabalho é utilizado, em congressos e revistas acadêmicas, como meio para
circular o conhecimento adquirido numa pesquisa. Tanto os resultados do TCC quanto
projetos realizados ao longo do curso podem render uma publicação. Escrever artigos,
mesmo que em coautoria com um professor orientador, também ajuda o aluno a pontuar
no currículo Lattes. Esses dados são avaliados durante as seletivas para uma pós-
graduação. Podem, inclusive, garantir uma bolsa de mestrado. Portanto, vale a pena
investir um tempo para elaborar um texto coerente, informativo e com linguagem acessível.
O tamanho padrão em eventos acadêmicos costuma variar entre 12 e 15 páginas,
seguindo-se as normas de formatação da ABNT.
Fonte: Regras pra TCC
Data: 16 de novembro de 2017
Leia a notícia na íntegra: https://regrasparatcc.com.br/formatos-de-trabalhos-
academicos/estrutura-de-artigo-cientifico/

NA PRÁTICA
A ANTROPOLOGIA SOCIAL EM SUA PLENITUDE

A obra insere-se no campo da história e da antropologia social. A autora utiliza-se de


fontes secundárias colhidas por meio de livros, revistas e depoimentos. A abordagem é
descritiva e analítica. Aborda os aspectos históricos da condição feminina no Brasil a partir
do ano de 1500. A autora descreve em linhas gerais todo s processo de lutas e conquistas
da mulher. Não obstante, o desenvolvimento contínuo de distintas formas de atuação
assume importantes posições no estabelecimento das direções preferenciais no sentido do
progresso.
Fonte: SILVA, Maria Lima
Data: 1987
https://blog.fastformat.co/como-fazer-um-fichamento/

73
PARA SABER MAIS
Filme sobre o assunto: A seleção
Peça de teatro: o príncipe atrasado: manual do professor
Acesse os links: https://blog.fastformat.co/as-sete-etapas-da-pesquisa-cientifica/
http://www.ufrgs.br/deds/copy_of_imagens/Manual%20Artigo%20Cientifico.pdf

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A elaboração de trabalhos acadêmicos é uma habilidade pontual na formação de


qualquer profissional que empreende pesquisas e constrói conhecimentos no decorrer de
sua formação universitária. O domínio das técnicas e dos procedimentos de elaboração e
apresentação dos tratados, estudos e pesquisas garantem a qualidade formal do material
em questão, facilitando seus critérios de avaliação. Trata-se de, a partir de algumas
diretrizes operacionais, desenvolver um instrumental de apoio às atividades didático-
científicas dos professores que buscam desenvolver competências específicas nos seus
alunos em formação.
Sabe-se que a questão da competência supõe, não apenas o domínio de conteúdos
e técnicas próprias à especificidade da atividade profissional, como também, o domínio de
aspectos relacionados à forma e à sistematização do próprio pensar.

74
FECHANDO A UNIDADE

GABARITOS

CAPÍTULO 01

Questões de concursos

01 02 03 04 05
B E A B C

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO DE RESPOSTA

A resposta correta é que não, pois por mais que possuam uma relação apresentam
conceitos diferenciados, dessa forma a metodologia pode ser entendida como um conjunto
de procedimentos a serem utilizados na obtenção de um dado conhecimento, na medida
em que os métodos são ferramentas para se alcançar os objetivos traços pela pesquisa.

TREINO INÉDITO

Gabarito: B

Justificativa: A resposta correta é a letra b, tendo em vista que o método indutivo é utilizado
para a determinação das causas com base nos mesmos efeitos, circunstâncias e
determinações, assim como busca a verdade com base em situações investigadas, sendo
essa verdade aquela correspondente a situação universal. Deste modo, as alternativas A,
C, D e E, se tornam incorretas, pois não tratam do método dedutivo.

CAPÍTULO 02

Questões de concursos

01 02 03 04 05
C D C D C

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO DE RESPOSTA

As fases necessárias para o planejamento da pesquisa são a fase decisória (escolha do


tema, definição e a delimitação do problema de pesquisa), a fase construtiva (construção

75
de um plano de pesquisa e a sua execução) e a fase redacional (análise dos dados e
informações colhidos na fase anterior).

TREINO INÉDITO

Gabarito: C

Justificativa: A alternativa correta é a letra c, sendo que essa é a ordem certa e utilizada
para a pesquisa científica para a obtenção dos tipos de conclusão, pesquisas e
experimentos. Logo, as alternativas A, B, D e E, se tornam falsas, pois não trazem sobre a
ordem correta da pesquisa.

CAPÍTULO 03

Questões de concursos

01 02 03 04 05
A C C B A

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO DE RESPOSTA

A ABNT é uma sigla para a Associação Brasileira de Normas Técnicas, sendo esse um
órgão privado e sem fins-lucrativos que se destina a padronizar as técnicas de produção
feitas no país.

TREINO INÉDITO

Gabarito: E

Justificativa: A alternativa a ser assinalada é a letra e, já que o desenvolvimento


corresponde a um elemento textual. Deste modo, as alternativas A, B, C e D se tornam
incorretas, porque não correspondem ao elemento textual correto.

76
REFERÊNCIAS

ANDERY, Maria Amélia. Para compreender a ciência: uma perspectiva histórica. 7ª

edição. Rio de Janeiro: Espaço e Tempo; São Paulo: EDUC, p. 436, 996.

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práticas. Londres: Open University Press. Scott, JP (Ed.). (2006). Pesquisa documental. Mil

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London: Open University Press.

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