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Resumo do capítulo
Tópicos de análise
TOM COLOQUIAL – O narrador dirige-se frequentemente ao leitor (como se com ele estivesse a
falar), envolvendo-o nos acontecimentos. Para tal, utiliza a 2ª pessoa do plural (vós): “que avees ouvido”
(l.1); “sabee que” (l. 6)
O VISUALISMO E DINAMISMO
Relativamente à defesa de lisboa, a informação apresentada é bastante detalhada, conferindo-lhe um
caráter muito visual e realista : primeiro fala-se dos muros, depois das torres, chegando-se, por fim, às
portas da cidade e ao rio. Os pormenores descritivos abundam (há, por exemplo, referências ao número
de torres, ao número de portas da cidade, ao número de estacas), bem como os termos técnicos associados
ao campo semântico de guerra ( ver 3º, 4º e 5º parágrafos).
ATOR COLETIVO
À medida que o cronista vai descrevendo o que foi feito para proteger a cidade, vai também mostrando os
grupos sociais – os atores coletivos – que participaram nestes preparativos. Assim, vemos como os
lavradores se recolheram à cidade, como a defesa da cidade foi entregue aos “fidalgos e cidadãos
honrados”, aos “homens d’armas”, aos “mesteiraaes”. Até as mulheres tiveram um papel a desempenhar,
apanhando pedras e cantando.
A cantiga transcrita ilustra bem o espírito de solidariedade, de entreajuda, de patriotismo e de
orgulho que reinava entre as gentes da cidade, por diversas vezes elogiado pelo narrador. É, deste modo,
evidente a afirmação da consciência coletiva, uma consciência pela defesa da cidade contra o inimigo.
ATORES INDIVIDUAIS
Também o Mestre de Avis – ator individual – merece uma caracterização favorável, destacando-se a sua
proatividade e determinação, bem como todo o apoio que deu à população ( “ E hordenou o Meestre com
as gemtes da çidade, que fosse repartida a guarda dos muros”, “ho Meestre que sobre todos tinha especial
cuidado da guarda e governamça da çidade, damdo seu corpo a mui breve sono”)
Pajem do Mestre – é a primeira personagem referida e é ele quem desencadeia toda a movimentação
posterior.