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A evolução do controle de constitucionalidade no Brasil de 1824 a 1988.

Os processos de evolução das constituições brasileira vieram desde a de 1824 culminando na


atual constituição de 1988.

Na Constituição Imperial de 1824 não havia controle de constitucionalidade, mas vigorava o


que muitos doutrinadores denominavam como Dogma da Soberania do Parlamento, onde os
ditames do parlamento não poderiam ser discutidos por outro poder. Mas ainda, a
Constituição do Império previa a existência do poder Moderador, onde o próprio Imperador
implementava as medidas necessárias á manutenção da harmonia entre os poderes. Na
Constituição de 1891 termina a influência do constitucionalismo europeu com o fim do
período Imperial, cedendo lugar a sua contraparte Norte Americana. Neste contexto, o
controle judicial de constitucionalidade chegou até nós nos moldes de um sistema difuso,
concreto e subjetivo. A Constituição de 1934 trouxe significativas alterações no sistema de
controle de constitucionalidade. A Carta Magna manteve o controle difuso, incidental e
concreto como pedra angular do sistema brasileiro. Percebe-se assim a importância das
inovações trazidas por essa Constituição, em especial a regra segundo a qual a declaração de
inconstitucionalidade somente seria realizada pela maioria da totalidade de membros dos
tribunais, assim também consagrando a competência do Senado Federal. Na Constituição de
1937, outorgada pelo Estado Novo foram mantidas as disposições que reconheciam a qualquer
órgão do poder judiciário a competência para aferir a constitucionalidade das leis e,
eventualmente, negar sua aplicação (art. 101, III “b” e “c"). Entretanto, a literatura aponta a
carta de 1937 como um símbolo de um retrocesso em termos do controle judicial de
constitucionalidade das leis. Na Constituição de 1946 após o regime ditatorial, surge uma nova
Constituição democrática. O controle difuso foi mantido, foram retomados institutos que
figuravam na Constituição de 1934 e foram promulgadas duas leis que visavam regular a
representação interventiva: inicialmente pela Lei 2.271/1954 e, depois, pela Lei 4.337/1964. A
Constituição de 1967 não inovou muito no sistema de controle de constitucionalidade,
mantendo íntegro o controle difuso e a ação direta inconstitucionalidade subsistiu, tal como
prevista na Constituição de 1946. Na emenda de 1969 o controle de constitucionalidade de lei
municipal, em face da Constituição estadual, com referência a intervenção no município.
Finalmente, a emenda de n. 7/77 consagrou o entendimento de que o Supremo Tribunal
Federal tem competência para deferir pedido de cautelar, formulado pelo procurador geral da
República pondo termo à controvérsia. A Constituição de 1988 vem significativamente ampliar
os meios de proteção judicial e consequentemente o controle de constitucionalidade das leis,
mantendo um sistema misto, deste modo permanecem coexistindo os métodos difuso-
incidental e concentrado-principal de controle jurisdicional.

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