Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
EXPERIMENTO Nº 1
AFERIÇÃO E TESTE DE PRECISÃO E EXATIDÃO DE VÁRIOS INSTRUMENTOS
Muitas das descrições contidas nas próximas páginas não teriam sido expressas com
tamanha riqueza de detalhes se não fossem as anotações do caderno de laboratório. Sua
principal função é registrar tudo o que se fez e o que se observou, devendo ainda estar escrito
de maneira compreensível, de forma que outros possam compreender as informações nele
contidas. Para que as anotações não se dessem de forma aleatória, foi fundamental organizar
o caderno para receber os dados numéricos antes de ir para o laboratório.
Alguns termos serão usados constantemente ao longo deste relatório, sendo assim, faz-
se necessária uma breve definição dos mesmos1:
Exatidão – A exatidão de uma medida está relacionada com seu erro absoluto,
isto é, com a proximidade do valor medido em relação ao valor verdadeiro da
grandeza.
Precisão – A precisão, por outro lado, está relacionada com a concordância das
medidas entre si, ou seja, quanto maior a dispersão dos valores, menor a precisão.
Resumindo, a exatidão está relacionada com a veracidade das medidas e a precisão
coma sua reprodutibilidade.
Ainda neste relatório aparecerá vez ou outra a palavra sensibilidade, quando estivermos
nos referindo às balanças. A sensibilidade indica o menor incremento de massa que pode ser
medido2.
PRINCÍPIOS TEÓRICOS
Aferição do menisco
A superfície da maioria dos líquidos forma um menisco côncavo, como mostra a figura
abaixo3.
A medida correta é efetuada pela parte de baixo do menisco. Se você olhar para a figura
acima, colocando os olhos ao nível do menisco (posição em que a foto foi tirada), poderá fazer
uma leitura correta de 18 ml.
Mas por que o líquido dentro do recipiente toma esta forma curva? Responderemos a
essa e outras perguntas ao longo do relatório.
Técnicas de pesagem
Nem água nem qualquer outra substância química devem ser jamais colocadas
diretamente sobre o prato da balança a fim de protegê-la da corrosão;
Sempre que alguma substância química cair acidentalmente sobre o prato da balança,
este deve ser imediatamente limpo com um pincel macio;
As portas de vidro da balança devem estar fechadas durante a pesagem para prevenir
que as correntes de ar afetem a leitura (apesar de o laboratório ser um ambiente
fechado entenda-se por correntes de ar perturbações causadas pela própria respiração
dos manipuladores ou pelo ar condicionado);
Nunca deixar pesos na balança após a pesagem. Voltar o marcador para a posição zero
sempre que terminar esta operação.
EXPERIMENTAL
1. MATERIAIS E EQUIPAMENTOS
2. PROCEDIMENTO
1ª parte - Vamos nessa etapa comparar os volumes médios de gotas de água destilada obtidas
de uma pipeta de Pasteur e de uma pipeta graduada. A balança utilizada será a balança
analítica, cuja sensibilidade é de 0,0001 g.
Com uma pêra de borracha (aliás, não se deve usar a boca para tal operação) sugamos
uma quantidade de água suficiente pra prover 20 gotas ao recipiente e limpamos o excesso de
líquido na parte externa da pipeta com um papel limpo.
Para pesarmos a água, inicialmente colocamos um béquer (5 ml) limpo no prato da
balança. A massa do recipiente vazio é chamada de tara. Pressionamos então o botão que
desconta a tara, zerando a balança.
Transferimos então a pipeta para o recipiente desejado e, com a ponta da pipeta sendo
mantida encostada na parede lateral interna adicionamos as 20 gotas de água destilada, e
esperamos por alguns segundos para garantir que todo o líquido escoou para o fundo do
béquer. O processo acima descrito é o mesmo para ambas as pipetas.
Lemos a nova massa. A partir da massa dessas amostras e do número de gotas é que
será calculado o volume médio de cada gota.
2ª parte - Agora passaremos a medir o volume de vários instrumentos e assim verificar suas
exatidões. São eles: balão volumétrico, béquer, bureta e proveta. Neste procedimento a pipeta
volumétrica será tomada como padrão. Com a pipeta de Pasteur adicionaremos/retiraremos
gotas de água até que o instrumento indique exatamente 25 ml. A partir do número de gotas
calcular-se-á a diferença de volume e faremos a aferição do instrumento.
Questionamento preliminar
1ª parte
Para a pipeta de Pasteur:
Mágua= 0,4441 g
dágua = 1,00 g/ml
Mágua= 1,0773 g
dágua = 1,00 g/ml
Analisando os dados acima nota-se que o volume médio das gotas de água obtidas de
uma pipeta graduada foi quase 2,5 vezes maior que o volume das gotas provenientes da pipeta
de Pasteur. Esse resultado pode ser facilmente entendido se levarmos em consideração o
diâmetro de cada uma das pipetas. Como a pipeta graduada possui maior diâmetro médio (e
conseqüentemente maior é a seção transversal de escoamento) já era mesmo de se esperar
que o volume médio de suas gotas fosse maior que o valor obtido para a pipeta de Pasteur.
2ª parte
Tabela 1.1 – Medição do volume de vários instrumentos (a pipeta volumétrica foi tomada como padrão)
Vamos agora multiplicar o número de gotas obtido de cada instrumento, pelo volume
médio de uma gota (Vgota grad) e assim calcular o V, que é o erro absoluto medido em relação à
pipeta volumétrica.
A relação acima descreve com base nos dados da tabela 1.3, a exatidão comparada dos
instrumentos medidos. A partir dela podemos concluir que o béquer é, dos instrumentos
analisados, o menos exato (aquele cujo valor medido mais se distanciou em relação ao valor
verdadeiro da grandeza).
Já a proveta foi o mais exato. Observe, porém, que apesar de a tabela indicar um erro
de 0% para a proveta, a sentença em destaque traz um sinal de “menor que” e não uma
igualdade. Isso se deve ao fato de que apesar de numericamente ter havido uma aparente
coincidência entre os volumes em questão, o resultado real está sujeito a erros aleatórios: a
leitura do menisco correspondente a 25 ml poderia ter sido diferente sob a ótica de outros
observadores, parte da água liberada pela pipeta pode não ter escoado completamente etc.
3ª parte
Como podemos perceber, à medida que a massa das rolhas aumenta, também aumenta
o módulo da diferença de indicação entre as balanças. Isso fica bastante evidente no gráfico
abaixo.
120
Rolha 1
100
Rolha 2
80
Rolha 3
60
Rolha 4
40
Rolha 5
20
Todas juntas
0
0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25
Diferença entre as balanças (g)
A explicação para esse fato reside no que conhecemos por propagação de erros, que
ocorre quando o resultado de uma análise depende dos valores de outras grandezas medidas1.
Podemos ainda analisar os dados da tabela 2.1 por meio de um gráfico que mostra os erros
percentuais em relação às massas que estão sendo medidas.
Para encontrar os erros percentuais basta dividir o erro absoluto (coluna 4 da tabela 2.1)
pelo valor que consideramos neste momento como padrão (coluna 3 da tabela 2.1).
Gráfico 1.2 – Erro percentual da balança semi-analítica em relação à analítica x Massa das rolhas.
0,2
Rolha 1
0,15
Rolha 2
0,1 Rolha 3
0,05 Rolha 4
Rolha 5
0
Todas juntas
0 50 100 150
Massa das rolhas (g)
(Obs.: No gráfico 1.1 a massa dos objetos foi colocada no eixo das ordenadas apenas para ressaltar o
quanto o erro absoluto aumentou entre a rolha 5, e a pesagem simultânea.)
Tipo de Pesagem 1 P2 P3 P4 P5
balança (g)
Semi- 59,20 59,22 59,21 59,21 59,22
analítica
Analítica 59,1300 59,1287 59,1282 59,1284 59,1277
Com o auxílio de uma calculadora com funções estatísticas é possível obter o desvio-
padrão das medidas. O desvio- padrão2 mede como os dados estão agrupados em torno da
média. Assim, quanto menor for o desvio-padrão, mais próximos os dados estão agrupados em
torno da média.
Tabela 2.4 – Desvio-padrão da média das massas
Tipo de balança Desvio-padrão
Semi-analítica 0,0074833147735479
Analítica 0,0007720103626578124
Vemos na tabela 2.4 que a balança analítica é a que apresenta menor desvio-padrão.
Ainda de acordo com a definição inicial de precisão, quanto menor a dispersão dos valores
(quanto mais eles são parecidos entre si) maior é a precisão do instrumento. Sendo assim, o
desvio-padrão é um excelente dado para compararmos a precisão das balanças. Logo, é
plausível afirmar, embasado em argumentos estatísticos que a balança analítica é mais precisa
que a semi-analítica.
Por fim, esta última tabela só vem a confirmar o exposto acima, mostrando que o
módulo da diferença nas medições para uma mesma balança é menor para a balança analítica.
(O cálculo dessa diferença fica como teste para o leitor)
CONCLUSÃO
Vale ressaltar ainda que, por mais próximas que sejam as exatidões de dois
instrumentos, não é seguro dizer que eles possuem a mesma exatidão, já que o experimento
está sujeito a erros não mensuráveis.
Em relação às balanças, a do tipo analítica demonstrou ser mais precisa que a semi-
analítica. Como hipótese, caso os aparelhos de ar-condicionado estivessem desligados a
vibração resultante, sobre a mesa suporte na qual estão as balanças, seria menor. Isto é uma
possível fonte erros que poderia ser evitada.
1. BACCAN, Nivaldo; ANDRADE, João Carlos de; GODINHO, Oswaldo E. S.; BARONE, José
Salvador. Erros e tratamento dos dados analíticos. In: Química analítica quantitativa
elementar. São Paulo: Edgar Blücher, 2004. Cap.1, p. 6-14.
2. HARRIS, Daniel C. Ferramentas do Ofício, Erros experimentais, Estatística. Análise
Química Quantitativa. Rio de Janeiro: LTC, 2008. Cap. 2, 3 e 4. P. 23-61.
3. ALVES, Líria. De olho no menisco. Equipe Brasil Escola. Disponível em: <
http://educador.brasilescola.com/estrategias-ensino/de-olho-no-menisco.htm>
Acesso em 23 mar. 2011.
QUESTÕES
RESOLUÇÃO
Seriam necessárias no mínimo 451 gotas para retirar esta quantidade de matéria de
hidróxido de sódio.