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Anatomia topográfica
dos animais domésticos
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mmorenacg@gmail.com
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Sumário
DENTIÇÃO......................... 14 BOLSA ESCROTAL.................44
Equinos ..................... 15 TESTÍCULO .........................45
Ruminantes ............... 16 FUNÍCULO ESPERMÁTICO.......46
Felinos ....................... 16 GLÂNDULAS ACESSÓRIAS.......47
Sistema tegumentar...... 2
Caninos ..................... 16 PÊNIS ...............................47
PELO .................................. 2 Suínos........................ 16 Glande .......................49
COXIM................................ 2 CAVIDADE ORAL ................. 16 URETRA ............................50
UNHAS, GARRAS E CASCOS ...... 3 Língua ....................... 17
Sistema circulatório ..... 50
Unhas .......................... 3 OROFARINGE ..................... 18
Garras.......................... 3 Tuba auditiva ............ 19 CORAÇÃO ..........................50
Casco equino................ 4 GLÂNDULAS SALIVARES ........ 20 Átrios .........................52
CORNOS ............................. 4 Gl. parótida ............... 20 Ventrículos .................53
CHIFRE ............................... 4 Gl. mandibular .......... 20 Pericárdio ..................54
GLÂNDULAS ......................... 5 Gl. sublingual ............ 21 Pontos de ausculta
Glândula circum-orais .. 5 Gl. bucais ................... 21 cardíaca .....................54
Glândulas cornuais ...... 5 Mucocele ................... 21 VASCULARIZAÇÃO ...............54
Glândulas do seio infra- ESÔFAGO .......................... 21 Vasos da base ............54
orbital .......................... 5 ESTÔMAGO ....................... 22 Vascularização cardíaca
Glândulas cárpicas ....... 5 ..................................55
Monogástrico ............ 22
Glândulas do seio Artéria aorta ..............56
Poligástrico ............... 24
interdigital ................... 5 Tributárias das veias
INTESTINO......................... 27
Glândulas do seio cavas..........................59
Intestino delgado ...... 27
inguinal ....................... 5
Intestino grosso ......... 28 Segunda avaliação ....... 60
Glândula prepucial ...... 5
ÂNUS............................... 31
Glândulas da cauda ..... 5
GLÂNDULAS ANEXAS ........... 31
Glândulas dos seios
Fígado ....................... 31
paranais ...................... 5
Pâncreas ................... 33
Glândula mamária ....... 5
Sistema urinário ......... 34
Esplancnologia e cavidades
corporais ....................... 6 RINS ................................ 34
Topografia ................ 37
CAVIDADE TORÁCICA ............. 8
Considerações clínicas 38
Mediastino .................. 8
URETERES ......................... 38
CAVIDADES ABDOMINAL E
Considerações clínicas 38
PÉLVICA .............................. 9
BEXIGA ............................ 39
Cavidade peritoneal... 10
Considerações clínicas 39
Cavidade pélvica ........ 10
Sistema genital feminino
Sistema respiratório ..... 10
.................................. 39
NARINAS........................... 10
CAVIDADE NASAL ................ 11 OVÁRIOS .......................... 40
SEIOS PARANASAIS .............. 12 TUBA UTERINA ................... 41
LARINGE ........................... 12 ÚTERO ............................. 41
TRAQUEIA ......................... 13 Considerações clínicas 43
PULMÃO ........................... 13 VAGINA ............................ 43
Sistema tegumentar
epiderme, ou então usar um dreno.
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pois junto com ele cresce uma camada de Glândulas do seio inguinal
pele (veludo).
Também pode ser encontrada em
A galhada, quando muito grande, vai
ovinos, entre o úbere/escroto e a face
perdendo a vascularização gradualmente
medial da coxa. Possui a função de
(do topo para a base). A isquemia leva a
reconhecimento interespécie.
perda de veludo e, consequentemente,
isquemia óssea. Por isso que o chifre Glândula prepucial
depois de determinado tamanho cai. Esta é uma glândula que pode ser
encontrada em todos os mamíferos
machos, entre o prepúcio e o pênis. Essa
glândula libera secreção para lubrificar a
região e evitar lesão, além de servir de
Glândulas reconhecimento interespécie.
Obs.: Esmegma é comum em animais com pênis
Glândula circum-orais cavernoso, quando o animal passa muito tempo
sem ereção e é acumulado entre o prepúcio e o
Presente nos felídeos, essa glândula pênis sebo e sujeira. Pode formar pedras e é
possui a finalidade de marcação de extremamente doloroso.
território.
Glândulas da cauda
Glândulas cornuais Presente nos carnívoros encontra-se
Encontrada em caprinos de ambos os dorsal próximo da base. É importante no
sexos, embora em machos seja mais reconhecimento interespécie.
desenvolvida, especialmente na época de Obs.: relevância clínica – pode acumular seco e
monta. apresentar inflamações e escamações.
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Seios paranasais
no momento da deglutição.
As paredes da laringe são formadas por
Os seios paranasais são divertículos da cartilagens laríngeas e por seus músculos
cavidade nasal formados por ossos conectores e ligamentos, os quais unem a
pneumáticos, que compõe cavidades laringe ao aparelho hióideo rostralmente e
preenchidas com ar entre as lâminas à traqueia caudalmente.
externa e interna dos ossos do crânio. Durante a deglutição a epiglote pende
Eles sofrem uma expansão significativa para trás com a finalidade de cobrir
após o nascimento e continuam a parcialmente a abertura rostral da laringe.
aumentar de tamanho com o avançar da Caudalmente, a cavidade laríngea une-se
idade. Os seios paranasais de bovinos e ao lúmen da traqueia.
equinos são bastante desenvolvidos e A maior parte da cavidade laríngea é
respondem pela confirmação da cabeça revestida por epitélio escamoso
nessas espécies. estratificado, embora a mucosa
respiratória esteja presente caudalmente.
O esqueleto da laringe é composto das
seguintes cartilagens laríngeas
bilateralmente e simétricas: epiglótica,
tireóidea, aritenóidea e cricóidea.
A cartilagem epiglótica forma a base da
epiglote e é composta por cartilagem
elástica. Os processos cuneiformes estão
presentes em alguns animais de cada lado
da base da epiglote, projetando-se
Histologicamente, são revestidos pela
dorsalmente. Eles podem estar livres ou
mucosa respiratória, a qual é
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Pulmão
cartilagem tireoide possui um formato de
escudo que faz um assoalho para a laringe;
além disso, é a cartilagem mais ventral. O pulmão direito e o pulmão esquerdo
Por fim, as cartilagens aritenóides são as são basicamente semelhantes e se
mais móveis e as mais dorsais. São nelas conectam um ao outro na bifurcação da
que estão as cordas/pregas vocais. traqueia. Eles são órgãos elásticos
Traqueia
preenchidos com ar dotados de uma
textura suave e esponjosa. Ocupam a
A traqueia se prolonga desde a maior parte da cavidade torácica e cada
cartilagem cricóidea da laringe até sua um deles é invaginado no saco pleural
bifurcação. É composta por uma série de correspondente. Uma cavidade estreita
cartilagens hialinas em forma de “C” preenchida com líquido está presente
conectadas por ligamentos. A quantidade entre as pleuras visceral e parietal, a qual
de cartilagens traqueais varia de acordo serve para reduzir o atrito durante a
com a espécie: equinos, bovinos, ovinos e respiração.
caprinos possuem de 48-60; suínos de 19- Cada pulmão possui uma face costal
36; cães de 42-46; e gatos de 38-43. convexa adjacente à parede torácica, uma
As cartilagens traqueais se abrem face mediastinal em direção ao
dorsalmente e apresentam formas mediastino, e uma face diafragmática, a
diferentes em cada espécie doméstica. O qual se posiciona em oposição à face do
espaço que surge quando essas cartilagens diafragma.
não se encontram dorsalmente é coberto Dorsalmente, as faces mediastinal e
pelo músculo traqueal transverso e tecido costal se encontram na margem dorsal, a
conjuntivo. Os anéis resultantes são unidos qual é arredondada e espessa e ocupa o
na direção longitudinal por faixas de tecido espaço em forma de vala entre as costelas
fibroelástico. e as vértebras. Ventralmente, essas faces
A traqueia é revestida por mucosa se encontram na margem ventral, a qual é
respiratória com um epitélio ciliado fina e recua sobre o coração para formar a
pseudoestratificado e apresenta glândulas incisura cardíaca, a qual permite que o
secretoras de muco em toda a sua pericárdio entre em contato com a parede
extensão. torácica lateral.
Na altura do 5º espaço intercostal, a A área de cada pulmão que recebe o
traqueia sofre uma bifurcação dorsal, local brônquio principal acompanhado pelos
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Ruminantes
Os ruminantes não possuem dentes
incisivos ou caninos superiores, uma vez
que a captação do alimento é feita com a A cavidade oral se divide em vestíbulo e
língua. Portanto, a fórmula geral é 2x (I0/3 cavidade oral propriamente dita, que é o
C0/3 P3/3 M3/3), totalizando 32 dentes. espaço delimitado pelas arcadas dentárias.
O único canino do ruminante, o inferior, Ela é cercada dorsalmente pelo palato
é projetado rostralmente e faz o papel de duro; ventralmente pela mucosa, músculo
um incisivo, mantendo-se próximo aos milo-hióide e pele; lateral e rostralmente
outros incisivos. A dentição molar e pré- pelos dentes, arcos dentais e gengiva; e
molar são as mais importantes para esses caudalmente pelo istmo das fauces. O
animais. istmo das fauces se prolonga ventralmente
No lugar dos incisivos e caninos ao palato mole desde a cavidade oral até o
superiores há um coxim (almofada de óstio intrafaríngeo. Ele faz limite
gordura), chamado de polvino dentário. dorsalmente com o palato mole,
Felinos ventralmente com a raiz da língua, e
O gato doméstico possui apenas 30 lateralmente com os arcos palatoglossos,
dentes, sendo a espécie com menos um par de rugas do palato mole que se
dentes. A fórmula geral é 2x (I3/3 C1/1 prolonga até o tecido adjacente.
P3/2 M1/1). Portanto, o gato não possui os No bovino e no suíno, o lábio superior
dentes moedores de coroa plana, se modifica para formar o plano nasolabial
deixando-o com uma mordida no bovino e o plano rostral no suíno,
exclusivamente cortante. ambos constituindo extensões úmidas e
glandulares. Acredita-se que a
Caninos insensibilidade dos lábios do bovino,
Os cachorros possuem 42 dentes no juntamente com as papilas orientadas para
total, sendo 2x (I3/3 C1/1 P4/4 M2/3). O trás no palato e na língua, expliquem a
dente pré-molar superior é chamado de tendência do bovino em engolir corpos
dente carniceiro, sendo o maior de todos estranhos. O lábio superior é dividido por
os dentes. Na natureza, os caninos utilizam um sulco mediano ou filtro em carnívoros
o dente carniceiro especialmente para e em pequenos ruminantes.
quebrar ossos. O palato é uma divisória composta
Suínos
parcialmente de tecido ósseo e
parcialmente de tecido mole que separa as
É a espécie doméstica com o maior passagens digestiva e respiratória da
número de dentes, sendo 44 no total, onde cabeça. O palato duro ósseo posiciona-se
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Intestino delgado
O duodeno tem início após o esfíncter
pilórico, onde essa primeira porção é
chamada de flexura cranial. Seguindo o
O mesentério é uma serosa duodeno, encontramos a parte
intermediária que emite prolongamentos descendente, que vai em direção caudal e
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flexura, o cólon dorsal direito tem início e último giro, em direção cranial, tem início
corre na direção crânio-caudal. a alça distal do cólon ascendente.
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filtrado de diversos néfrons. Diversos Por sua vez, nos animais com rins
ductos coletores desembocam no ducto multipiramidais, cada papila renal envia o
papilar (muito maior – macroscópico; urina conteúdo recebido pelos ductos papilares
já formada). para uma região adjacente, chamada cálice
renal. Todos os cálices desembocam em
uma cavidade no interior do rim chamada
de pelve renal.
Mesmo os rins unipiramidais, possuem
uma origem embrionária de uma medula
multipiramidal, podendo ser visto um
resquício em peças dissecadas muito
profundamente. Durante o
desenvolvimento os cálices e as papilas se
fundem, deixando a pelve maior (mais
dilatada) do que nos rins multipiramidais.
Além disso, a crista renal fica mais ao meio,
entre as fusões dos cálices.
O parênquima renal é dividido em duas Os recessos da pelve renal são
regiões macroscopicamente distintas, o característicos do rim unipiramidal, pois
córtex e a medula. É na região cortical que são formados pelas invaginações da pelve
está concentrada a intensa circulação pelos resquícios dos cálices.
sanguínea, bem como os corpúsculos O seio renal é uma cavidade onde
renais. Por sua vez, na medula estão porção da pelve e as estruturas do hilo
presentes os ductos coletores e papilares, renal estão alojadas. É uma porção com
que desembocam na região da papila bastante tecido adiposo para dar suporte e
renal. proteção não só para a pelve, como
A medula renal pode ser multipiramidal, também para as estruturas do hilo.
como em bovinos e suínos, ou unipiramidal
(medula única), como nos equinos, caninos
e felinos. A medula multipiramidal possui
um padrão de formatos triangulares
(cones invertidos). No caso dos bovinos,
cada lobo possui um córtex e uma
medula/pirâmide renal.
Animais com rim unipiramidal possuem
apenas uma papila renal, que é chamada
de crista renal. Nessa região é possível
visualizar diversos óstios, que são os
pontos de saída dos ductos papilares.
No sistema pielocalicinal dos rins
multipiramidais, os cálices presentes nas
regiões dos polos cranial e caudal são
menores, chamados de cálices renais
menores. Esses cálices desembocam em
um tubo mais grosso, resultante da fusão
deles, chamados de cálices renais maiores,
que podem ser formados a partir de dois,
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Considerações clínicas
A nefrectomia, remoção do rim, é
realizada de forma total na medicina
veterinária, a parcial é apenas utilizada em
casos raros e específicos. É um tratamento
utilizado em casos de neoplasia,
hidronefrose, em casos graves de cálculos
renais, ruptura renal e outros.
Nefrolitíase são os cálculos renais e é
cada vez mais comum na clínica de O ureter também segue caudalmente
pequenos animais. O tratamento é a nas fêmeas, passando dorsalmente ao
nefrostomia, abertura do rim, corno do útero. Durante a castração de
normalmente através da borda lateral (por fêmeas, ovariossalpingo histerectomia
ser oposto ao hilo renal). (OSH), deve-se ter muito cuidado com o
Se o cálculo estiver na região da junção ureter, pois este passa muito conectado
uteropelvica, é necessária uma com a serosa do útero.
pielolitotomia, que é uma abertura da Considerações clínicas
pelve renal dilatada através do seio renal.
A hidronefrose é uma consequência da
Ureteres obstrução do ureter, levando ao acúmulo
São estruturas tubulares que levam a de urina no ureter (hidroureter) e pelve
urina dos rins até a bexiga. Possuem uma renal, elevando a pressão da pelve e
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uma estrutura ímpar, localizada no plano envolvidos por uma bolsa formada por sua
mediano. Caudalmente ao corpo do útero serosa, o mesovário.
há a cérvix (cólo do útero), a vagina, o O parênquima é composto por um
vestíbulo da vagina (com o óstio uretral córtex (parte externa - parênquima) e
externo) e a vulva. medula (porção interna - estroma). Os
folículos ovarianos, em diferentes fases de
desenvolvimento, estão presentes no
córtex do ovário. É possível visualizar
macroscopicamente algumas estruturas,
como o folículo pré-ovulatório, folículos
terciários, secundários, corpos
hemorrágicos e corpo lúteo (≠ do folículo
pré-ovulatório por ser amarelado e o
folículo ter um aspecto mais bolhoso).
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Útero
É uma continuação da tuba uterina, que
possui uma característica bicornual nas
espécies domésticas. Entre os dois cornos
há um ligamento, chamado de ligamento
interconual.
Os cornos do útero da cadela e da gata
são bem finos e retilíneos. Em oposição, o
da porca é tortuoso e calibroso, lembrando
o intestino. Os cornos do útero da vaca são
Obs: o ovário é parte do sistema, porém não é flertidos, com os ovários caudais. Por fim,
parte do trato reprodutor. O trato é um sistema
tubular contínuo que inicia na tuba uterina. O
os cornos do útero da égua são menos
ovário é um órgão parenquimatoso independente flexionados, com uma aparência
da tuba uterina. semelhante a um Y.
Os dois cornos do útero se unem e
Tuba uterina formam o corpo do útero, que é
curto/pequeno. Na égua é um pouco
É dividida em três regiões: infundíbulo maior, porém ainda muito menos
(fímbria e óstio abdominal), ampola (onde desenvolvido que o das primatas.
ocorre a fecundação – larga) e o istmo
(estreito e comprido – óstio uterino;
conecta no corno do útero).
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Considerações clínicas
Na inseminação artificial, tanto de vacas
quanto de éguas, através do reto deve-se
segurar a cérvix e passar o aplicador pelo
vestíbulo da vagina e encaixá-lo no cérvix. A abertura mais caudal, próximo aos
É importante ir manuseando a cérvix para lábios da vagina, é a fossa clitoriana (nº30).
que o aplicador consiga passar pelos anéis
cervicais e possa aplicar o sêmen na cérvix,
simulando o ocorrido na monta natural.
Sistema genital
Vagina masculino
Continuação caudal do trato genital O sistema genital masculino é composto
feminino, é um órgão com capacidade de pela bolsa escrotal, testículos, epidídimo,
extensão, por ser o canal de parto e órgão funículo espermático, glândulas sexuais
copulatório. acessórias, pênis e prepúcio.
É dividida em duas porções, a vagina Assim como os ovários, a bolsa escrotal
propriamente dita e o vestíbulo da vagina, faz parte do sistema genital, porém não é
delimitado anatomicamente pela abertura parte do trato genital. É uma cavidade
do óstio uretral externo. As porções formada por pele e estruturas de tecido
possuem diferentes origens embrionárias. conjuntivo, cuja função é alojar os
O vestíbulo é a entrada para o trato testículos e epidídimo.
genital feminino. A parede ventral é maior O testículo precisa ficar externo a
do que a parede dorsal. É através do cavidade abdominal, pois a
vestíbulo da vagina que é feita a sondagem espermatogênese só ocorre em uma
para acesso do trato urinário. temperatura abaixo da abdominal. O
A vaca possui o divertículo sub-uretral, epidídimo é uma continuação dos ductos
um saco cego, que pode ser confundido do testículo, cuja função é maturar os
com o óstio uretral externo caso seja espermatozóides.
necessário passar uma sonda. O funículo espermático é composto por
Lateralmente ao óstio uretral externo um conjunto de estruturas importe para a
podem ser vistos dois óstios, que são manutenção dos testículos e do epidídimo.
aberturas das glândulas vestibulares Além disso, contém o ducto deferente,
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Glândulas acessórias
3, ducto deferente; 4, ampola do ducto
deferente; 5, glândula vesicular; 6, corpo da
O conjunto de glândulas é formado próstata; 7, glândula bulbouretral; 8, uretra;
9, bulbo do pênis.
pelas ampolas (par), glândulas vesiculares
(par), próstata (ímpar) e glândulas No garanhão, a principal contribuidora
bulbouretrais (par), embora nem todas de secreção para a composição do líquido
estejam presentes em todas as espécies. seminal é a glândula vesicular (≈70%). Do
mesmo modo, a próstata é a principal
Presença de glândulas acessórias:
glândula do gato, produzindo cerca de 95%
Ampola do ducto deferente – Cão,
do líquido seminal.
cavalo e boi;
Obs: Entre as duas ampolas ou entre os ductos
Glândula vesicular – Porco, cavalo e deferentes há um ligamento (assim como no
boi; ligamento cornual das fêmeas), onde muitos
Próstata – TODOS autores chamam essa região de útero masculino,
Glândula bulbouretral – Cavalo, pois os ductos deferentes e o epidídimo são os
equivalentes à tuba uterina e ao útero da fêmea.
gato, porco e boi;
A ampola do ducto deferente é bem
Pênis
desenvolvida apenas no garanhão e no O pênis se origina como dois pilares do
touro, onde o líquido produzido contribui arco isquiático. Os pilares convergem para
com o plasma seminal. No caso dos cães, a formar a raiz do pênis, a qual prossegue
ampola não é bem desenvolvida, servindo como o corpo do pênis até a glande do
apenas como reservatório de pênis. Existem dois tipos de pênis, o
espermatozoide maduro.
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Uretra Coração
A uretra pélvica está envolta pelo O coração é o órgão central do sistema
músculo uretral, tecido esponjoso e, em circulatório. Ele é composto
algumas espécies, a próstata é principalmente de músculo estriado
disseminada e entremeia na uretra cardíaco, o miocárdio, o qual forma uma
(ruminante). bolsa dividida em quatro câmaras: átrio
No ruminante, a região mais caudal da direito, átrio esquerdo, ventrículo direito e
uretra, logo no início da uretra peniana – ventrículo esquerdo.
dorsalmente, na região do arco isquiático,
possui um divertículo uretral (recesso
uretral – saco cego). O S peninano já torna
a sondagem do ruminante muito difícil,
mas a existência desse recesso uretral
torna quase impossível essa técnica.
Sistema circulatório
O sistema circulatório compreende o
coração, os vasos sanguíneos e os vasos
linfáticos. O coração é a bomba muscular
do sistema circulatório. Os vasos
sanguíneos, que consistem em artérias,
capilares e veias, formam um sistema
contínuo no qual o sangue circula pelo
corpo.
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encontram para formar o mesentério – raiz vez se ramifica em artéria pudenda externa
do mesentério. (canal inguinal) e a artéria epigástrica
Além disso, têm-se também as artérias caudal superficial. Ambas vascularizam a
renais direita e esquerda e as artérias glândula mamária, porém a a. pudenda
gonadais (ovarianas ou testiculares). As externa está mais na região inguinal e
artérias ovarianas são ramos curtos, profunda, causando menos problemas
devido a localização próxima dos ovários; durante a retirada das glândulas mamárias
por sua vez, as artérias testiculares são em condições cirúrgicas. Por outro lado, a.
longas, pois esse se encontra fora do epigástrica caudal superficial é bem
abdômen na região inguinal. Por fim, a superficial e calibrosa, claramente visível.
artéria mesentérica caudal, responsável As artérias epigástricas caudal e cranial
por vascularizar o restante do tubo sofrem anastomoses.
digestório (cólon descendente e reto). A a. ilíaca externa passa caudal ao canal
Quando a aorta passa pela penúltima inguinal, pela lacuna/anel vascular, onde
vértebra lombar (L5 ou L6, dependendo da começa a ser chamada de artéria femoral.
espécie), ela emite ramos terminais, que Em pequenos animais a a. femoral faz
consiste na artéria ilíaca externa, artéria parte do trígono femoral, que é delimitada
ilíaca interna e a artéria sacral mediana, pelo músculo sartório e músculo pectíneo.
que é basicamente a continuação caudal Justo com a a. femoral, passa também a
da aorta (calibre bem fino) que irriga o sua satélite, veia femoral, e o nervo safeno.
canal vertebral, medula espinhal e a região Essa região é utilizada para a aferição da
da cauda do animal. Dentre os ramos frequência/pulso cardíaca dos pequenos
terminais, a a. ilíaca externa é a mais animais. Nos grandes animais também
calibrosa, sendo responsável por existem essas estruturas, porém são
vascularizar alguns órgãos pélvicos, recobertos pelo músculo grácil, que forma
glândula mamária, escroto, prepúcio, uma parede e as estruturas passam pelo
músculos abdominais e os membros canal femoral. Devido a presença desse
pélvicos. A a. ilíaca interna possui a função músculo, essa não é uma região utilizada
de irrigar todos os órgãos pélvicos, bem para a aferição de pulso neles.
como a musculatura glútea e lombar. A O principal ramo da a. femoral é a
artéria pudenda interna é a continuação da artéria safena. Caudalmente ao joelho, na
a. ilíaca interna na pelve. Na fêmea, a a. região da fossa poplítea, a a. femoral passa
pudenda interna se ramifica na artéria a se chamar de artéria poplítea, passando
uterina (exceto a égua – ramo da ilíaca no meio da incisura poplítea. A a. poplítea
externa nelas), que irá vascularizar o útero. é bem curta, quando chega na região da
A a. pudenda interna também se ramifica tíbia já se ramifica nas artérias tibiais
em artéria vaginal (vagina, vestíbulo e caudal e cranial. A a. tibial caudal sofre
clitóris) ou prostática (gl. sexuais anastomose com a a. safena, que descende
acessórias e pênis), que irriga também a na região do calcâneo); por sua vez, a a.
bexiga e a uretra pélvica, além das tibial cranial segue para a região do tarso,
estruturas específicas dos gêneros. formando a artéria dorsal do pé.
A artéria femoral profunda é o primeiro Plantarmente, na região do metatarso, há
ramo intrapélvico da a. ilíaca externa, as artérias digitais comuns e artérias
responsável por vascularizar a musculatura metatarsais plantar. Na região do boleto,
profunda do cíngulo pélvico. as artérias digitais comuns se dividem em
Outra ramificação da a. ilíaca externa é artéria digital plantar medial e outra
o tronco pudendoepigástrico, que por sua lateral.
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Segunda avaliação
Parte teórica – junho de 2020
1.Você observa uma vaca em lactação dar de mamar ao bezerro durante seu
horário de descanso. O animal tem pelagem predominante branca, o que
evidencia uma calibrosa veia que percorre a face lateroventral do abdômen do
animal e faz parte da drenagem do úbere. Qual é o nome dessa veia?
(40 Pontos)
V. Torácica Interna
V. Cefálica Superficial
V. Ázigos Direita
V. Epigástrica Superficial
V. Jugular Externa
2.Você realiza um exame de palpação retal em uma vaca. Ao palpar um dos
ovários, você sente uma superfície convexa e macia, como uma pequena
cavidade repleta de líquido. A fêmea apresenta uma mancha de tinta no
dorso, o que representa que foi positivamente rufiada. Que estrutura seria
essa que você palpou?
(40 Pontos)
Corpo lúteo
Folículo pré-ovulatório
Corpo albicans
Corpo hemorrágico
Folículo primordial
3.Uma cadela Cocker Spainel obesa de 10 anos de idade, não castrada,
apresentou tumoração de crescimento rápido em uma glândula mamária
torácica e foi submetida à mastectomia unilateral radical e
ováriosalpingohisterectomia (OSH). Ao 7º dia de pós-operatório, o tutor
retorna à clínica preocupado e irritado, se queixando de uma “bolsa de
líquido” ao redor da ferida cirúrgica. Qual seria o nome desse líquido e em
qual camada corporal ele se acumula?
(40 Pontos)
Hematoma; Epiderme
Seroma; Epiderme
Seroma; Hipoderme
Seroma; Fáscia
Sinovial; Hipoderme
4.O tronco braquiocefálico é o primeiro ramo do arco da aorta e irriga parte
ventral do tórax, membros torácicos, pescoço e cabeça. Com relação à
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Marina Morena
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(40 Pontos)
medial, veia femoral, trígono femoral
lateral, veia femoral, canal femoral
medial, artéria femoral, trígono femoral
lateral, artéria femoral, trígono femoral
medial, artéria femoral, canal inguinal
10.Com relação à anatomia do coração dos mamíferos domésticos, analise as
afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta.
I) No átrio direito existe um tubérculo intervenoso entre o óstio da veia cava
cranial e o óstio da veia cava caudal. - V
II) A valva atrioventricular direita possui três cúspides. - V
III) A valva do tronco pulmonar possui cordas tendíneas fixas em músculos
papilares.
IV) As artérias coronárias direita e esquerda se originam diretamente da artéria
aorta. As veias coronárias escoam para as veias cardíaca magna e média, que
se conectam ao seio coronário. - V
V) O sistema condutor do coração é formado por um tecido com capacidade
de gerar atividade elétrica espontaneamente. As trabéculas cárneas auxiliam
nessa condução elétrica.
(40 Pontos)
As afirmativas III e V estão erradas.
As afirmativas II, III e V estão erradas.
As afirmativas I e III estão erradas.
As afirmativas II e V estão erradas.
As afirmativas I, IV e V estão erradas.
11.Você acaba de ser aprovado para residência em um hospital veterinário
equino e realiza, junto aos R2, a rotina matinal de exames clínicos nos animais.
Eles pedem para que você ausculte o ceco de um paciente recém operado
para verificar o peristaltismo. Para ter acesso a essa área de ausculta, você
deve:
(40 Pontos)
Se colocar à esquerda do animal, posicionado o estetoscópio na região dorsal caudal do
tórax.
Se colocar à direita do animal, posicionado o estetoscópio na região dorsal caudal do tórax.
Se se colocar à direita do animal, posicionado o estetoscópio na região lateroventral caudal
do abdômen.
Se colocar à esquerda do animal, posicionado o estetoscópio na região lateroventral cranial
do abdômen.
Nenhuma das alternativas.
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Ligamento falciforme
Ducto arterioso
16.Com relação ao formato e à posição dos úteros das mamíferas domésticas,
correlacione as colunas assinalando a alternativa que traz a ordem correta de
números de cima para baixo.
I) Carnívoras
II) Porcas
III) Ruminantes
IV) Éguas
(IV) Cérvix relativamente curta, corpo amplo e dois cornos curtos, divergentes
e direcionados dorsalmente.
(II) Cérvix longa com pulvinos, corpo curto, cornos longos, tortuosos e
extremamente móveis na cavidade abdominal.
(I) Cérvix e corpo curtos, cornos longos, retos e direcionados dorsalmente.
(III) Cérvix longa com anéis, corpo muito curto e cornos longos, curvados
ventralmente.
(40 Pontos)
III, I, IV, II
III, I, II, IV
I, III, IV, II
II, IV, III, I
IV, II, I, III
17.Você realiza a necrópsia de um cão da raça American Bully "inbreed" de 4
meses de idade com histórico de apatia, taquipneia, subdesenvolvimento e
morte súbita. As mucosas do animal estão cianóticas. Após separar os
conjuntos de órgãos, você examina o coração, disseca os vasos da base e
diagnostica uma anomalia congênita entre a aorta e o tronco pulmonar. Qual
seria?
(40 Pontos)
Persistência da artéria umbilical
Persistência do forame oval
Dextraposição da aorta
Persistência da veia umbilical
Persistência do ducto arterioso
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