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COMANDO GERAL DE TECNOLOGIA AEROESPACIAL

GRUPO ESPECIAL DE ENSAIOS EM VÔO


ESQUADRÃO DE FORMAÇÃO EM ENSAIOS EM VÔO
CURSO DE PREPARAÇÃO PARA RECEBIMENTO DE AERONAVES

MATEMÁTICA

AC-02
CONTROLE DE REVISÕES

REVISÃO AUTOR(ES) DATA


ORIGINAL

1ª REVISÃO

2ª REVISÃO

3ª REVISÃO

4ª REVISÃO

ii
SUMÁRIO

1 - NOÇÕES BÁSICAS (I)........................................... 1


1.1 - OBSERVAÇÕES SOBRE A OPERAÇÃO DIVISÃO....................... 1
1.2 - PROPRIEDADES DAS OPERAÇÕES ADIÇÃO E MULTIPLICAÇÃO (ENTRE
NÚMEROS) ................................................... 1
1.3 - PROPRIEDADES DA RELAÇÃO DE IGUALDADE (ENTRE NÚMEROS)....... 2
1.4 - POTENCIAÇÃO................................................ 3
1.5 - RADICIAÇÃO................................................. 4
1.6 - RESOLUÇÕES DE EQUAÇÕES..................................... 5
1.7 - EQUAÇÕES DO 2o GRAU ........................................ 6
1.8 - SISTEMAS DE DUAS EQUAÇÕES DO 1o GRAU COM DUAS INCÓGNITAS ... 8
1.9 - INEQUAÇÕES DO 1o GRAU ..................................... 10
1.10 - PRODUTOS NOTÁVEIS........................................ 10
1.11 - FATORAÇÃO DE POLINÔMIOS.................................. 11
1.12 - RACIONALIZAÇÃO DE DENOMINADORES.......................... 13
2 - NOÇÕES BÁSICAS (II)......................................... 15
2.1 - CONJUNTOS................................................. 15
2.1.1 - Noções Primitivas....................................... 15
2.1.2 - Definições.............................................. 16
2.1.3 - Operações com Conjuntos................................. 19
2.1.3.1 - Reunião (ou união) de conjuntos....................... 19
2.1.3.2 - Interseção de conjuntos............................... 19
2.1.3.3 - Diferença de Conjuntos................................ 20
2.1.3.4 - Complementar de B em A................................ 21
2.2 - CONJUNTOS NUMÉRICOS....................................... 23
2.2.1 - Conjunto dos Números Naturais: N........................ 23
2.2.2 - Conjunto dos Números Inteiros: Z........................ 24
2.2.3 - Conjunto dos Números Racionais: Q....................... 25
2.2.4 - Conjunto dos Números Reais: R........................... 26
2.2.5 - Reta Numérica........................................... 27
2.3 - MÓDULO.................................................... 29
2.3.1 - Definição............................................... 29
2.3.2 - Propriedades............................................ 30
2.4 - POTÊNCIA DE EXPOENTE REAL................................. 30
2.5 - LOGARITMOS................................................ 31
2.5.1 - Definição............................................... 31
2.5.2 - Propriedades dos Logaritmos............................. 33
2.5.3 - Logaritmos Especiais.................................... 36

iii
3 - NOÇÕES BÁSICAS (III)........................................ 37
3.1 - GEOMETRIA................................................. 37
3.1.1 - Geometria Plana......................................... 37
3.1.1.1 - Ângulo................................................ 37
3.1.1.2 - Outras Definições Importantes......................... 38
3.1.1.3 - Triângulos............................................ 40
3.1.1.4 - Teorema das Paralelas (ou de Tales)................... 42
3.1.1.5 - Área dos Principais Polígonos......................... 44
3.1.2 - Geometria Espacial...................................... 47
3.2 - TRIGONOMETRIA............................................. 52
3.2.1 - Trigonometria no Triângulo Retângulo.................... 52
3.2.2 - Radiano................................................. 55
3.2.3 - Circunferência Trigonométrica........................... 56
3.2.4 - Arcos Côngruos.......................................... 58
3.2.5 - Relações Trigonométricas................................ 60
3.2.6 - Trigonometria num Triângulo Qualquer.................... 64
3.2.7 - Adição e Subtração de Arcos............................. 65
3.2.8 - Arco Duplo.............................................. 67
3.2.9 - Transformação em Produto (fatoração trigonométrica)..... 68
3.2.10 - Arcos Complementares................................... 69
3.2.11 - Redução ao Primeiro Quadrante.......................... 70
3.3 - GEOMETRIA ANALÍTICA PLANA................................. 73
3.3.1 - O Ponto................................................. 73
3.3.2 - A Reta.................................................. 76
3.3.3 - Coeficiente Angular de uma Reta......................... 77
3.3.4 - Forma Reduzida da Equação da Reta....................... 78
3.3.5 - Feixe de Retas Concorrentes............................. 79
3.3.6 - Paralelismo e Perpendicularismo......................... 81
3.4 - POLINÔMIOS................................................ 83
3.4.1 - Introdução.............................................. 83
3.4.2 - Operações com Polinômios................................ 85
3.4.3 - Teorema do Resto........................................ 87
3.4.4 - Teorema de D’Alembert................................... 88
3.4.5 - Dispositivo Prático de Briot-Ruffini.................... 88
4 - FUNÇÕES.................................................... 102
4.1 - GENERALIDADES SOBRE FUNÇÕES.............................. 102
4.1.1 - DEFINIÇÕES 1........................................... 102
4.1.2 - Função Real de Uma variável Real....................... 104

iv
4.1.3 - DEFINIÇÕES 2........................................... 106
4.1.4 - Função Composta e Função Inversa....................... 108
4.2 - PRINCIPAIS FUNÇÕES ELEMENTARES........................... 113
4.2.1 - Função Constante....................................... 113
4.2.2 - Função Identidade...................................... 114
4.2.3 - Função Afim............................................ 114
4.2.4 - Função Modular......................................... 115
4.2.5 - Função Quadrática (ou Função Trinômio do 2o Grau) ...... 115
4.2.6 - Função f : x → x3 ..................................... 118
4.2.7 - Função Recíproca....................................... 119
4.2.8 - Função Exponencial de Base a........................... 120
4.2.9 - Funções Trigonométricas................................ 121
4.2.10 - Função Logarítmica.................................... 123
4.2.11 - Funções Trigonométricas Inversas...................... 124
4.3 - FUNÇÃO DEFINIDA POR VÁRIAS SENTENÇAS ABERTAS............. 126
5 - VARIAÇÃO DO SINAL DAS FUNÇÕES.............................. 135
5.1 - INTRODUÇÃO............................................... 135
5.2 - EQUAÇÕES................................................. 137
5.2.1 - Definições............................................. 137
5.2.2 - Equações Polinomiais................................... 138
5.2.3 - Equações Trigonométricas............................... 141
5.2.4 - Exemplos Diversos...................................... 145
5.3 - INEQUAÇÕES............................................... 148
5.3.1 - Definições............................................. 148
5.3.2 - Sinal das Funções Afim e Quadrática.................... 149
5.3.3 - Solução Geral de Inequação............................. 150
5.4 - IDENTIDADE............................................... 161
5.4.1 - Definição.............................................. 161
6 - LIMITE..................................................... 169
6.1 - NOÇÃO DE LIMITE DE UMA FUNÇÃO............................ 169
6.2 - LIMITES LATERAIS......................................... 173
6.3 - LIMITES INFINITOS........................................ 175
6.4 - LIMITES NO INFINITO...................................... 180
7 - CONTINUIDADE............................................... 197
7.1 - NOÇÃO DE CONTINUIDADE.................................... 197
7.1.1 - Definição.............................................. 197
7.1.2 - Definição.............................................. 198
7.1.3 - Definição.............................................. 198

v
7.1.4 - Definição.............................................. 198
7.1.5 - Definição.............................................. 198
7.2 - PROPRIEDADES DAS FUNÇÕES CONTÍNUAS....................... 201
8 - DERIVADAS.................................................. 204
8.1 - INTRODUÇÃO - VELOCIDADE INSTANTÂNEA...................... 204
8.2 - DERIVADA................................................. 208
8.2.1 - Derivada no Ponto xo ................................... 208
8.2.2 - Função Derivada........................................ 210
8.2.3 - Tabela de Derivadas.................................... 211
8.2.4 - Derivadas Sucessivas................................... 213
8.2.5 - Equações Diferenciais.................................. 215
8.3 - GRÁFICOS E DERIVADAS..................................... 216
8.3.1 - Interpretação Geométrica da Derivada................... 216
8.3.2 - Derivada e continuidade................................ 217
8.3.3 - Variação das Funções................................... 219
9 - NOÇOES DE CÁLCULO INTEGRAL................................. 247
9.1 - INTRODUÇÃO - ÁREA........................................ 247
9.2 - A INTEGRAL DEFINIDA...................................... 249
9.2.1 - Partição............................................... 249
9.2.2 - Norma.................................................. 249
9.2.3 - Soma de Riemann........................................ 250
9.2.4 - Função Integrável...................................... 250
9.3 - O CÁLCULO DA INTEGRAL DEFINIDA........................... 250
9.3.1 - PRIMITIVA.............................................. 251
9.3.2 - CÁLCULO DA PRIMITIVA................................... 251
9.4 - ALGUMAS TÉCNICAS DE INTEGRAÇÃO........................... 254
9.4.1 - Integração por Substituição............................ 254
9.4.2 - Integração por Partes.................................. 255
9.4.3 - Exemplos:.............................................. 257

vi
AC-02

1 - NOÇÕES BÁSICAS (I)

1.1 - OBSERVAÇÕES SOBRE A OPERAÇÃO DIVISÃO

6
= 3 pois 3.2 = 6
2
0
= pois O.2 = O
2
6
= nenhum número (operação inexistente), pois (nenhum
0
número) .0 = 6
0
= qualquer número (resultado indeterminado), pois
0
(qualquer número).O = O

Não existe divisão por zero

0
Símbolo de indeterminação
0

1.2 - PROPRIEDADES DAS OPERAÇÕES ADIÇÃO E MULTIPLICAÇÃO (ENTRE NÚ-


MEROS)

1) Comutativa (comutar = trocar)

a + b = b + a (a ordem das parcelas não altera a soma)


a . b = b . a (a ordem dos fatores não altera o produto)

2) Associativa
(a + b) + c = a + (b + c)
(a . b) .c = a . (b. c)

3) Elemento neutro
- da adição é o número zero;
a + O = a e O + a = a, ∀a

1
AC-02

- da multiplicação é o número um.


a . 1 = a e 1 . a = a, ∀a

4) Propriedade distributiva da multiplicação em relação à


adição
x . (a + b) = x . a + x. b

1.3 - PROPRIEDADES DA RELAÇÃO DE IGUALDADE (ENTRE NÚMEROS)

1) Reflexiva: qualquer número se relaciona com ele mesmo


através da relação de igualdade (=)

a = a ∀a

2) Simétrica: se um número se relaciona com outro através


da relação de igualdade (=) , então a recíproca também
é verdadeira.

a = b ⇔ b = a ∀a, ∀b

3) Transitiva: se um número se relaciona com outro


através da relação de igualdade (=) e este outro com
um terceiro, então o primeiro se relaciona com o
terceiro através da igualdade (=)
a=b
⇒ a = c ∀a, ∀b, ∀c
b=c

Qualquer relação com estas três propriedades é denominada


relação de equivalência. Outros exemplos:

a - a relação "ser semelhante" (entre triângulos) é de


equivalência;
b - a relação "igualdade" (entre conjuntos) é de
equivalência;
c - a relação "ser perpendicular" (entre retas) não é de
equivalência.

2
AC-02

1.4 - POTENCIAÇÃO

an = a . a . a ... . a
n fatores

expoente

25 = 2 . 2 . 2 . 2 . 2 = 32
base potência

Quando a base e o expoente é par ⇒ potência positiva


é negativa (-2)4 = 16
e o expoente é impar ⇒ potência negativa
(-2)3 = -8

- Propriedades

1a) am . an = am+n 27 . 29 = 216


2a) am : an = am-n 56 : 58 = 5-2
3a) (a . b)n = an . bn (-2x)4 = 16x4
2 4
4a) (a : b)n = an:bn ( )2 =
3 9

5a) (am)n = amn (5 2 ) 7 = 514

- Expoente um: torna a potência igual à base

51 = 5 ; 101 = 10

- Expoente zero: torna a potência igual a um

3
15o = 1 ; (-2)o = 1 ; ( )0 = 1
7
- Expoente negativo: inverte a base (que não pode ser zero)
e torna-se positivo

2 5 1 1
( )− 3 = ( )3 ; 3− 7 = 7
; ( )− 15 = 215
5 2 3 2

3
AC-02

- Expoente racional: o denominador torna-se índice de um


3 2
radical 82/3 = 8; 31 / 2 = 3

1.5 - RADICIAÇÃO

A raiz n-ésima de um número b é um número a tal que


an = b.

índice raiz
n
b = ⇒ an = b
=2 pois 25 = 32
5
32
(n ∈ N*) radical radicando

Outros exemplos:

3
8 = 2 pois 23 = 8

3
− 8 = − 2 (-2)3 = - 8

- Propriedades (para a ≥ 0, b ≥ 0

m n:p 15 10 3
1) an = an:p 3 = 32

2) n a. b = na .n b 6 = 3. 2
4
5 5
3) n a :b = n a : n b (b > 0) 4 = 4
16 16
m 3
4) (m a)n = an (3 x)5 = x5
mn 5
5) a = mn
a 3 = 10
3

- Base negativa e índice par

− 9 = − 3 pois (−3)2 = 9 e 9 = 3

4
AC-02

- Radicando negativo

3
− 8 = − 2 pois (−2)3 = − 8

4 − 16 = nenhum real pois (nenhum real)4 = − 16

Não existe raiz real de número negativo se o


índice do radical for par.

a2 = a se a ≥ 0 e − a se a < 0 ; (−2)2 = 2

1.6 - RESOLUÇÕES DE EQUAÇÕES

Isola-se a incógnita por transposição dos números (de um


membro para o outro da equação) e concomitante inversão das
operações por eles efetuadas:

adição subtração
multiplicação divisão
potenciação radiciação

Exemplos:
a) x + 2 = 7 ⇒ x = 7 - 2

b) p – 1 = 0 ⇒ p = 0 + 1

8
c) -2x = 8 ⇒ x =
− 2

5
AC-02

n+7
d) = 1 ⇒ n + 7 = 2 . 1
2

3
e) x3 = 8 ⇒ x = 8

f) x+1 = 3 ⇒ x + 1 = 32
x = 2, pois 24 = 16
g) x4 = 16 ⇒ x = ± 4 16 = ±2
x = -2, pois (-2)4 = 16

1.7 - EQUAÇÕES DO 2o GRAU

São todas as equações na forma ax2 + bx + c= O, onde a, b e


c são números reais e a ≠ 0.
Chama-se discriminante da equação do 2o grau o número
∆ = b2 -4ac

- se ∆ < 0, a equação não tem raízes reais.


- se ∆ = 0, a equação tem duas raízes reais iguais.
se ∆ > 0, a equação tem duas raízes reais diferentes.

Nos dois últimos casos, as raízes podem ser encontradas

− b ± ∆
pela fórmula e resoluçao: x =
2a
Exemplos:
a = 3
2
a) 3x – x + 2 = 0 b = -1
c = 2
∆ = (-1)2 -4 . 3 . 2 = -23 ⇒ não tem raízes reais

6
AC-02

a = 4
b) 4x2 – 4x + 1 = 0 b = -4
c = 1
∆ = (-4)2 – 4 . 4 . 1 = 0 ⇒ uma raiz real
− (−4) ± 0 4 1
x = = =
2.4 8 2

a = 1
2
c) x + 2x - 3 = 0 b = 2
c = -3
∆ = 22 – 4 . 1 . (-3) = 16 ⇒ duas raízes reais
− 2 ± 16 − 2 ± 4 x1 = 1
x = = =
2. 1 2 x2 = − 3

Vale também a relação:

x2 – Sx + P = 0 onde S = -b/a = x1 + x2
P = c/a = x1 . x2

Neste caso a equação pode ser resolvida por tentativa:


Exemplo:

a) x2 -5x + 6 = O

−5
S = -b/a = − ( )=5
1

x1 + x 2 = 5 x1 = 2
6 ∴  ∴ 
P = c/a = ( ) = 6
1 x1. x 2 = 6 x2 = 3

b) 2x2 + 2x - 4 = O ⇔ x2 + x – 2 = O

−2
S = = −1
2

−4 x1 + x2 = − 1 x1 = 1
P = ( )=−2 ∴  ∴ x
2 x1. x2 = − 2  2 = − 2

7
AC-02

1.8 - SISTEMAS DE DUAS EQUAÇÕES DO 1o GRAU COM DUAS INCÓGNITAS

Exemplo:

2x + 3y = 1
5x- 4y = 7

Existem vários métodos de resolução, entre os quais:

1) Método de Adição

Exemplos:
Somamos as equações membro a membro, desde que isto
provoque a eliminação de uma das incógnitas e a resolução da
outra.

3x + 2y = 2
x - 2y = -6 x = -1
4x = -4

Se, x = -1 então, em qualquer das equações dadas


(por exemplo, a primeira) :

5
3(-1) + 2y = 2 ⇒ 2y = 2 + 3 ⇒ y =
2

5
A solução é o par ordenado (-1 , )
2
b) Só nos interessa somar as equações se nelas houver
termos que só diferem pelo sinal, pois eles serão eliminados na
soma. Caso contrário, escolhemos uma das incógnitas e, com os seus
coeficientes, preparamos as equações para serem somadas.

3x + 4y = 7 tornando os coeficientes  2 3x + 4y = 7


  
  
2x − 6y = 9 − 3 2x − 6y = 9
 de x com sin al diferente
 

8
AC-02

6x + 8y = 14  − 13
Multiplicando  y= ⇒
− 6x + 18y = − 27  26

1
y =−
2

1
Substituindo por − numa das equações dadas (por exemplo,
2
a segunda):
1
2x – 6( − ) = 9 ⇒ 2x + 3 = 9 ⇒ x =3
2

1
Solução do sistema: (3, - )
2

2) Método da Substituição

Isolamos uma das incógnitas em uma das equações e


substituímos, na outra equação, essa incógnita pela expressão
encontrada.
2x + 3y = 1
1 − 3y
4x – 2y = 0 ⇒
x =
2

1 − 3y 1
4( ) − 2y = 0 ⇒ 2 − 6y − 2y = 0 ⇒ y =
2 4

Substituindo esse valor numa das duas equações (por


exemplo, na segunda) :

1 1
4x -2( ) = 0 ⇒ 4x - = 0 ⇒ 1
4 2 x =
8

1 1
A solução é o par ( , ).
8 4

9
AC-02

1.9 - INEQUAÇÕES DO 1o GRAU

São desigualdades relacionadas pelas relações de ordem < e


≤ e suas respectivas inversas > e ≥. Podem ser resolvidas como as
equações do 1° grau (isolando-se a incógnita). Mas, se for
necessário multiplicar ou dividir os membros da inequação por um
número negativo, devemos inverter a relação de ordem.

5 - 3x ≤ 7 + 5x ⇒ -3x -5x ≤ 7 - 5 ⇒

8 passa dividindo

⇒ -8x ≤ 2 X ≥
2 −1
−8 x ≥
4

1.10 - PRODUTOS NOTÁVEIS

Por serem usuais, algumas multiplicações de expressões


algébricas podem ser efetuadas observando-se os seguintes modelos:

1) Produto da soma pela diferença:

(a + b) (a - b) = a2 – b2

(x3 + 5) (x3 -5) = (x3)2 – 52 = x6 – 25

Quadrado da soma:

(a + b)2 = a2 + 2ab + b2

(3m + 5n)2 = (3m)2 + 2 . 3m . 5n + (5n)2 = 9m2 + 30mn + 25n2

10
AC-02

Quadrado da diferença:

(a - b)2 = a2 - 2ab + b2

a a a a2
( − 1)2 = ( )2 − 2 .1 + 12 = − a + 1
2 2 2 4

1.11 - FATORAÇÃO DE POLINÔMIOS

Podemos transformar polinômios em multiplicações de


expressões mais simples, aplicando os casos de fatoração, entre os
quais destacamos:
1° Caso) Fator comum aos termos: pode ser colocado em
evidência.

ax + bx = x (a + b)

Exemplo:

4x2y + 6xy2 – 2xy = 2.2.x.x.y + 2.3.x.y.y – 2xy =


= 2xy . (2x + 3y – 1)

2° Caso) Diferença de dois quadrados: é o produto da soma


pela diferença (1° produto notável).

a2 – b2 = (a + b) . (a –b)

11
AC-02

Exemplo:
9x2 – 4 = (3x + 2) (3x – 2)

(3x)2 22

3° Caso) Trinômio quadrado perfeito: é o quadrado de uma


soma ou de uma diferença (2° e 3° produtos notáveis).

a2 ± 2ab + b2 = (a ± b)2

Exemplos:
a) x2 - 10xy + 25y2 = (x - 5y)2

(x)2 - 2.(x).(5y) + (5y)2

b) 36a4 + 12a2 + 1 = (6a2 + 1)2

(6a2)2 + 2.6a2.1 + (1)2

40 Caso) Trinômio do 2º grau: é o primeiro membro de uma


equação do 2o grau onde x1 e x2 são as raízes da equação

ax2 + bx + c = 0.

ax2 + bx + c = a(x – x1) (x – x2)

Exemplo: 2x2 - 4x -6 = a (x –x1) (x- x2)

a = 2
2
2x - 4x - 6 = b = -4
c = -6

− (−4) ± 64 4 ± 8
∆ = (−4)2 − 4 . 2 .(−6) = 64 ⇒ x = = x1 = -1
2.2 4
x2 = 3

Logo 2x2 -4x -6 = 2 .(x + 1) (x- 3)

12
AC-02

1.12 - RACIONALIZAÇÃO DE DENOMINADORES

Consiste em eliminar os radicais do denominador sem alterar


a fração.

1º Caso) Radical com índice 2: multiplicam-se o numerador e


o denominador da fração pelo próprio radical a ser eliminado.

Exemplo:
3 3. 5 3. 5 3. 5
= = =
2 5 2 5. 5 2 .5 10

2º Caso) Dois radicais com índice 2: multiplicam-se


numerador e denominador pelo conjugado do denominador. (Obs: o
conjugado de a + b é a - b, e vice-versa) .

1 1( 5 − 3)
= = (1o produto notável) =
5 + 3 ( 5 + 3)( 5 − 3)

5 − 3 5 − 3 5 − 3
= =
52 − 32 5 − 3 2

13
AC-02

SIMBOLOGIA
Exemplos

= igual a x . x = x2
< menor que 4 < 7
≤ menor ou igual a 8 ≤ 8
> maior que -3 > -5
≥ maior ou igual a 6 ≥ 5

 2 ≅ 1,41

≅ aproximadamente igual a  3 ≅ 1,73
π ≅ 3,14


≠ diferente 2 ≠ 3 ≠ 5

∀ para todo, qualquer que seja ∀x, x - 1 < x


⇒ implica, então x > 2 ⇒ x > O
⇔ equivale, se e somente se x > 5 ⇔ 5 < x
∞ infinito (não é um número 0,1,2,3, ... ∞
 tal que
∃ existe ∃ x 2x = 2

∃ não existe
/ ∃ xx + 1 = x
/
∃ existe um e um só ∃ x x = 4

⊥ é perpendicular a
// é paralelo a
∴ portanto
∈ é elemento de 3 ∈ {1,2,3}
⊂ é subconjunto de {3} ⊂ {1,2,3}

14
AC-02

2 - NOÇÕES BÁSICAS (II)

2.1 - CONJUNTOS

2.1.1 - Noções Primitivas

No estudo da Teoria dos Conjuntos certas noções são


consideradas primitivas, isto é, aceitas sem definição. São
consideradas primitivas as noções de conjunto, elemento e
pertinência.

Atente para as seguintes frases:


- "conjunto das flores"
- "rosa pertence ao conjunto das flores"
- "rosa é um elemento do conjunto das flores"

Observe que, mesmo não sendo definidas as palavras


conjunto, elemento e pertinência, todos nós temos uma perfeita
compreensão do significado de cada uma delas.
Adotaremos as seguintes convenções:
conjunto: indicamos com maiúscula: A,B,C,
Elemento: indicamos com letra minúscula: a,b,c,
Pertinência: o símbolo ∈ deve ser lido como "é elemento
de" ou "pertence a". O símbolo ∉ é a negação de ∈.

Exemplos:
a) a ∈ A, deve ser lido: "elemento a pertence ao conjunto
A".
b) b ∉ C, deve ser lido: "elemento b não pertence ao
conjunto C".
c) B ∈ A está incorreto, pois relaciona conjunto com
conjunto.
Um conjunto pode ser representado de três maneiras básicas:
1o) Pela enumeração de seus elementos.
Exemplos:
a) conjunto das vogais: {a, e, i, o, u}

15
AC-02

b) conjunto dos números pares não negativos:


{0,2,4,6,8, ...}

c) conjunto dos inteiros de 1 a lO: {1,2,3, ..., 10}

2o) Enunciando uma propriedade que caracteriza seus


elementos.
A= {x | x possui tal propriedade} A barra vertical quer
dizer
"tal que".

Exemplos :
{x | x é vogal}
{x | x é número par não negativo}
{x | x = 5n e n ∈ Ζ } = conjunto dos múltiplos de 5.

3a.) Associando seus elementos a pontos dentro de uma linha


fechada que não se entrelaça {diagramas de Euler-Venn) {Fig. 2.1).

2.1.2 - Definições

Conjunto unitário é aquele que tem um só elemento.

Exemplos :
a) {1} b) {15} c) {x | x é mês com inicial d}

16
AC-02

Dois conjuntos A e B são iguais quando todo elemento de A


for elemento de B e todo elemento de B for elemento de A.
Simbolicamente, escrevemos:
A = B ⇔ (∀x, x ∈ A ⇔ x ∈ B )
Exemplos:
a) {1,5,7,9} = {9,7,5,1}
b) {2,4,6} = {4,2,6} (não interessa a ordem!)
c) {2,4,2,2} = {2,4} {elementos podem repetir!)

Se dois conjuntos são diferentes, escrevemos A ≠ B


Dois conjuntos são disjuntos quando não têm elementos em
comum.
Exemplos:
a) {3,4} e {2,5}
b) {a,e,i} e {b,f,g,h}
c) {3,4} e {3,4,5} são diferentes, mas não são disjuntos.

Chamamos de conjunto vazio aquele que não possui elemento e


indicamos por ∅ ou { }.
Exemplo: A = {x | x + 1 = x}
Portanto, A= ∅ ou A ={ } pois ∃ x | x + 1 = x.

Um conjunto A é subconjunto de um conjunto B se, e somente


se, todo elemento de A for também elemento de B. Notação: A ⊂ B

Lê-se: "A é subconjunto de B" ou "A está contido em B".

Simbolicamente, temos:
A ⊂ B ⇔(∀x, x ∈ A ⇒ x ∈ B)

Exemplos:
a) {0,1} c {0,1,2,3}
b) {2, 3, 5} ⊂ {1,2 ,3 , ...}

17
AC-02

c){1,2,3}⊂{1,2,3}

T
d) T ⊂ M

Observações:
1) Da mesma forma que dizemos que "A está contido em B",
podemos dizer que "B contém A" e anotamos: B ⊃ A.
2) ⊄ "não contido"

3) "não contém"

Já vimos que os símbolos ∈ e ∉ só podem ser usados para


relacionar elemento com conjunto; observe agora que os símbolos ⊂,

⊃, ⊄, só podem ser usados para relacionar conjunto com conjunto.


Assim:

A ⊂ B corretos
A ⊂ G

a ⊂ A (a é subconjunto de A), é incorreto, pois está


relacionando elemento com conjunto. O modo correto seria a ∈ A (a
é elemento de A).

4) O conjunto vazio é subconjunto de qualquer conjunto.


5) Dado um conjunto com n elementos, o total de
subconjuntos pode ser calculado por 2n.

Exemplos:
a) Dado o conjunto {1, 2, 3}, em que n = 3, teremos
23 = 2 .2 .2 = 8 subconjuntos, que são:
{1}, {2}, {3}, {1,2}, {1,3}, {2, 3}, {1,2, 3}, ∅

b) Dado o conjunto {a, b, c, d}, em que n = 4, o total de


subconjuntos será 24 = 2.2.2.2 = 16

18
AC-02

2.1.3 - Operações com Conjuntos

2.1.3.1 - Reunião (ou união) de conjuntos

Dados dois conjuntos A e B, chama-se conjunto união (ou


reunião) de A e B ao conjunto C dos elementos que pertencem a A ou
a B. Simbolicamente: C = A ∪ B lê-se: "A união B"

C = A ∪ B = {x ∈ A ou x ∈ B

Exemplos:

a) {1,2} ∪ {3,4} = {1,2,3,4}


b) {1,2,3} ∪ {3,2,5} = {1,2,3,5}
c) {2,5} ∪ {2,4,5} = {2,4,5}
d) {1,2,3} ∪ ∅ = {1,2,3}
e) {1,2} ∪ {4,6} ∪ {3,4} = {1,2,3,4,6}.
f) Em diagrama:

Note, pelos exemplos c e d, que:


B ⊂ A ⇒ A ∪ B = A

2.1.3.2 - Interseção de conjuntos

Dados dois conjuntos A e B, chama-se interseção de A e B ao


conjunto C formado por elementos que pertençam a A e a B
simultaneamente. Simbolicamente: C = A ∩ B lê-se: "A inter B"

C = A ∩ B = {x | x ∈ A e x ∈ B}

19
AC-02

Exemplos:

a) {1,2,3} ∩ {2,3,4} = {2,3}


b) {a,b,c,d} ∩ {a} = {a}
c) {2,4,6} ∩ {246} = ∅
d) {1,3,5} ∩ {2,4,6} = { }
e) {1,2,3} ∩ { } = { }
f) Em diagrama:

Note, pelos exemplos b e e, que:


B ⊂ A ⇒ A ∩ B = B

2.1.3.3 - Diferença de Conjuntos.

Dados dois conjuntos A e B, chama-se diferença entre os


conjuntos A e B (nesta ordem) ao conjunto C formado pelos
elementos que pertençam a A e não pertençam a B.

Simbolicamente:

C = A - B = {x | x ∈ A e x ∉ B}

Exemplos:

a) A = {a, b, f}
B = {b, c, d, e}
A - B = {a, f}
B - A = {c, d, e}
b) {2,4} - {2,4,6} = { }
c) { } - {2,4} = { }
d) {2,4} - { } = {2,4}

20
AC-02

e) Em diagrama:

2.1.3.4 - Complementar de B em A

Dados dois conjuntos A e B, com a condição de B estar


contido em A, chama-se complementar de B em relação a A ao
conjunto A – B e escrevemos:

CA B = A - B

Observação:
Um conjunto U é chamado universo quando contém todos os
outros conjuntos considerados. O complementar de um conjunto A
qualquer em relação a U pode ser representado por A’, ou seja:

A' = CU A = U − A

Exemplos:
a) B = {2,4,6} e A = {1,2,3,4,5,6}
CAB = A – B = {1,3,5}

b) A = {a,b,c} e B = {a,b,c,d,e}
C A não é possível, pois B ⊄ A
B

A
CB = B - A = {d,e}

c) U = {3,4,5,6,7,8} ; A = {3,5,6} e B = {5,8}


A' = {4,7,8}
B' = {3,4,6,7}

21
AC-02

d) Em diagrama:

Os exemplos abaixo ajudarão ao leitor fixar as definições


acima apresentadas.

A = {1,2,3,4}
B = {2,4,6,8}
C = {1,3,4,5,7}

1) A ∪ B ∪ C

Solução:

A ∪ B ∪ C = {1,2,3,4,6,8,5,7} = {1,2,3...,8}

2) A ∩ B ∩ C

Solução:

Só existe um elemento comum aos três conjuntos dados, logo


A ∩ B ∩ C = {4}

3) (A ∪ B) ∩ C

Solução:
Inicialmente fazemos A ∪ B = {1,2,3,4,6,8}
Depois, {1,2,3,4,6,8} ∩ {1,3,4,5,7} = {1,3,4}

4) (A ∩ B) ∪ C

Solução:
A ∩ B = {2,4} logo, {2,4} ∪ {1,3,4,5,7} {1,2,3,4,5,7}

22
AC-02

5) (A - B) ∩ C

Solução:

A - B = {1,3} logo, {1,3} ∩ {1,3,4,5,7}= {1,3}


6) Dados os conjuntos A, B e C do diagrama abaixo,
hachure:

2.2 - CONJUNTOS NUMÉRICOS

2.2.1 - Conjunto dos Números Naturais: N

É o conjunto

N = {O, 1, 2, 3, 4, 5,.... }
23
AC-02

Excluindo-se zero desse conjunto, obtemos o conjunto dos


números inteiros positivos, indicado por

N* = {O, 1, 2, 3, 4, 5,.... }

(*indica a exclusão do zero de um conjunto)

Observe que não é sempre possível fazer operações com os


naturais. Por exemplo:
12 + 7 = 19 (possível: 19 ∈ N)

12- 7 = 5 (possível: 5 ∈ N)

7- 7 = 0 (possível: 0 ∈ N)

7 - 12 = -5 (impossível, pois -5 não é natural: -5 ∉ N)

Logo, a subtração (a - b) só é possível em N quando a ≥ b


("a maior ou igual a b"), a, b ∈ N.

2.2.2 - Conjunto dos Números Inteiros: Z

É o conjunto

Z = {....-3, -2, -1, 0, 1, 2, 3,...


...} I

Ζ *+ = conjunto dos números inteiros positivos

Ζ *− = conjunto dos números inteiros negativos

Este conjunto inclui os números inteiros positivos,


inteiros negativos e o zero como elemento central.

24
AC-02

Ζ = Ζ*+ ∪ Ζ*− ∪ {0}

Dizemos que o oposto (ou simétrico) de 2 é –2, de -5 é 5 e


assim por diante.
Observe que qualquer subtração é agora possível em Z mas
nem toda divisão é ainda possivel:

(+10) : (-2) = -5 (possível, -5 ∈ R)

3 : 2 = 1,5 (impossível, pois, 1,5 não é inteiro:


1,5 ∉ Z)

2.2.3 - Conjunto dos Números Racionais: Q

Vamos permitir agora o aparecimento de números não inteiros


como resultado da divisão de dois números inteiros. Por exemplo:
7
(7 : 2) ∉ Z, então 7 : 2 = = 3,5 é um número não inteiro.
2
Todos os números que podem ser obtidos da divisão (razão)
entre 2 números inteiros são chamados números racionais e formam o
conjunto:

a
Q =  a ∈ Z e b ∉ Z∗ }
b
Observe: o número b não pode ser zero.

Exemplos de números racionais:

10
a) = 2,5 ∈ Q
4

18
b) 3 = 6 ∈ Q

25
AC-02

10
c) = 3,333 ... ∈ Q
3

Atenção:

Vemos que representação decimal de um número racional:


7
1) ou é exata ( = 1,75)
4
7
2) ou é periódica ( = 0,636363...)
11
Quer dizer: na divisão de 2 inteiros, ou a conta termina ou
prolonga-se repetitivamente (dízima períodica).

2.2.4 - Conjunto dos Números Reais: R

Existem números cuja representação decimal não é exata e


nem periódica, não sendo, portanto, números racionais. São
chamados irracionais.

1,4142135624.. 2 ∉ Q

3,1415926535...= π ∉ Q

Unindo o conjunto de todos esses números com o conjunto dos


racionais, formamos o conjunto R dos números reais.
Note que todo número natural é também inteiro, todo inteiro
é também racional e todo racional é também real, portanto:

N ⊂ Z ⊂ Q ⊂ R

26
AC-02

2.2.5 - Reta Numérica

Uma representação muito prática para o conjunto R é ada por


uma reta (Fig. 2.3). Podemos associar cada um dos seus infinitos
pontos a um número real e vice-versa.

São importantes os seguintes subconjuntos de R:


- Conjunto dos reais não negativos (inclui o zero)

R+ = {X ∈ R x≥0 }

- Conjunto dos reais estritamente positivos (não inclui o


zero)

R+* = {x ∈ R x > 0}

- Conjunto dos reais não positivos (inclui o zero)

R − + = {x ∈ R x ≤ 0}

- Conjunto dos reais estritamente negativos (não inclui o


zero)

{
R*− = x ∈ R x < 0 }

Subconjuntos de R como esses recebem o nome de intervalos.


Um intervalo chama-se fechado quando
possui os dois números extremos.

27
AC-02

Exemplo:

O conjunto dos infinitos números reais que vão de 2 até 5,


inclusive estes, pode ser indicado {x ∈ R | x ≥ 2 e x ≤ 5} ou
simplesmente {x ∈ R | 2 ≤ x ≤ 5}, ou ainda [2 ; 5].

Graficamente:

Um intervalo chama-se aberto quando


não possui os dois números extremos.

Exemplos:
1 - O conjunto {x ∈ R | -3 < x < 5}, de todos os números
reais entre -3 e 1, é um intervalo aberto, podendo ser indicado
]-3;1[ ou mesmo (3;1). Graficamente:

Podem surgir também casos como os que seguem.

{x∈R  0 < x ≤ 6} = ]0 ; 6]
(intervalo aberto à esquerda)

{x∈R  x ≥ 3} = [3 ; ∞[
(intervalo aberto à direita)

Note ainda que:

R+ = [0;∞ [ R- = ]-∞;0]

R*+ = ]0;∞] R*− = ]-∞;0[

28
AC-02

2 - Dados os conjuntos A = {x | x ∈ R e x > 3} e


B = {x | x ∈ R e 2 < X ≤ 6}, encontrar
A ∪ B, A ∩ B, A - B e B - A.

- Solução:
Inicialmente, visualizemos os conjuntos A e B
representando-os graficamente. É conveniente arrumar as retas com
os números
mesmas posições.

Logo
A ∪ B = {x ∈ R | x > 2}
A ∩ B = {x ∈ R | 3 < X ≤ 6}
A – B = {x ∈ R | X > 6}
B - A = {x ∈ R | 2 < X ≤ 3}

2.3 - MÓDULO

2.3.1 - Definição

Sendo x ∈ R , define-se módulo ou valor absoluto de x, que


se indica por |x| , através da relação:
|x | = x se x ≥ 0
ou
|x| = - x se x < 0

29
AC-02

Isto significa que:


1) o módulo de um número real não negativo é igual ao
próprio número;
2) o módulo de um número real negativo é igual ao simétrico
desse número.
Assim, por exemplo, temos:

3 3
|+2| = +2, |-7| = +7, |0| = 0, |- | = +
5 5

− 2 = + 2 , + 3 = + 3

2.3.2 - Propriedades

Decorrem da definição as seguintes propriedades:

I |x | ≥ 0, ∀x ∈ R
II |x | = 0, ⇔ x = 0
III |x | . |y | = |xy|
IV |x|2 = x2, ∀x ∈ R
V |x + y | ≤ |x | + |y |
VI |x | ≤ a e a > 0 ⇔ -a ≤ x ≤ a
VII |x | ≥ a e a > 0 ⇔ x ≤ -a ou x ≥ a

2.4 - POTÊNCIA DE EXPOENTE REAL

Sendo a um número real positivo, pode-se determinar para


cada número b ∈ R (racional ou irracional) um único número ab, que
denominamos potência de base a e expoente b de modo que se
verifiquem as propriedades:

P1 ab.ac = ab+c ; c ∈ R

P2 (a.b)c = ac.bc ; b > 0 e c ∈ R

P3 (ab)c = abc ; c ∈ R

30
AC-02

ab
P4 b-c
; c ∈ R
ac = a

a ac
P5 ( )c = c ; b > 0 e C ∈ R
b b

Observações: Dados a ∈ R+, b e c números reais, temos:


1) a > 0 ⇒ ab > 0 (sempre)
2) b > c ⇔ ab > ac para a > 1
3) b > c ⇔ ab < ac para 0 < a < 1

Exemplos:

1) 21,5 = 21 . 20,5 ≅ 2,000.1,414 = 2,828


20,80 ≅ 1,741
2π ≅ 8,825

1 1
2) 4 < 7 ⇒ 24 < 27 e ( )4 > ( )7
2 2

1 1
2 < 3 ⇒ 3 2
< 3 3
e( )2 > ( )3
3 3

22 1 1
π < ⇒ 5 π < 522 / 7 e ( )π > ( )22,7
7 5 5

2.5 - LOGARITMOS

2.5.1 - Definição

Dá-se o nome de logaritmo a todo expoente cuja base é


positiva e diferente de um.
Exemplos:
a) 23 = 8 ⇔ 3 é igual a logaritmo na base 2 do número 8

31
AC-02

1 1
b) ( ) 4 = ⇔ 4 é igual a logaritmo na base 1/2 do número
2 16
1/16
1
c) 3−2 = ⇔ -2 é igual a logaritmo na base 3 do número
9
1/9

C = logab⇒ ac = b onde 0 < a ≠ 1


b > 0

Nomenclatura:
1) c é logaritmo
2) a é a base
3) b é o logaritmando

Exemplos:
1) Calcular, pela definição, log81
3

Solução:
log81 c c 4
3 = c ⇒ 3 = 81 ⇒ 3 = 3 ⇒ c = 4

2) Calcular a pela definição: log 81


a = 4
Solução:
log 81
a = 4 e a > 0, a ≠ 1

⇒ a = ± 81 = ± 4 34
4
então a4 = 81

a = ± 3 ⇒ a = 3
a = - 3 (não convém)

3) Calcular, pela definição, o valor do logaritmando :


logx2 = 3
Solução:
logx2 = 3 ⇒ 23 = x ⇒ x = 8

32
AC-02

4) Calcular log2 3 64

Solução:
1 1
x x 6 3
log2 3
64 = x ⇒ 2 = 64 3 ⇒ 2 = (2 ) ⇒ 2x = 22 ⇒
⇒ x = 2

Como conseqüências imediatas da definição, vem que sendo


0 < a ≠ 1, b > 0, c > 0 e α ∈ R, valem as propriedades:

1) alog a b
=b
2) loga 1 = 0
3) loga a = 1
4) b = c ⇔ loga b = loga c
α
5) loga a = α

Exemplos:

a) 2
log2 5
= 5
b) log5 1 = 0 (o logaritmo de 1 é sempre zero)
c) log5 5 = 1
d) log5 x = log5 2 ⇔ x = 2
e) log5 52 = 2

2.5.2 - Propriedades dos Logaritmos

1a. propriedade: logaritmo do produto


loga (b1 . b2 ... bn) = loga b1 + loga b2 + … + loga bn

desde que 0 < a ≠ 1 e b1 ,b2,b3,..... bn > 0

2a. propriedade: logaritmo do quociente

b
loga ( ) = loga b − logac
c

desde que 0 < a ≠ 1 e b, c > 0


33
AC-02

3a. propriedade: logaritmo da potência


log a = α . log a
b

desde que 0 < a ≠ 1 e b > 0 e α ∈ R

Conseqüências:

b 1 1
1a.) log a = − log a = log 1
b b
a

1
2a) log a
n
b = log a
b1 / n = . log a b
n

Exemplos:

1) Calcular log3(9.27)

Solução:
Pela 1a. propriedade,
log3 log(9.27) = log39 + log327 = 2 + 3 = 5

8
2) Calcular log2( )
64

Solução:
8
Pela 2a. propriedade, log2( ) = log28 - log264 = 3 – 6 = -3
64

3) Calcular log3(815)

Solução:

Pela 3a propriedade log3(815) = 5 log381 = 5 . 4 = 20

5
4) Calcular log 7 73

34
AC-02

Solução:
3 3 3
log 7 5
7 3 = log7 73/5 = .log77 = .1 =
5 5 5

4a propriedade: mudança de base


Se a, b, c são números reais e positivos, sendo a ≠ 1 e c ≠
1 então:
logab = logac . logcb

que também pode ser escrito:

log b
log a b = c
log c a

Conseqüência:
1
loga b = , b ≠ 1
loga b
Exemplos:
1) Passar o log416 para a base 2.
log2 16
log416 =
log 2 4
log3 3 1
2) log 2 3 = =
log3 2 log3 2

Observações: Dados a ∈ R*+ -


{1}, b e c números reais
positivos,

1) b > c ⇔ loga > loga se a > 1


b c

b > 1 ⇒ logba > log1a se a > 1 logba > 0

0 < b < 1 ⇒ loga < loga ⇒ loga < 0


b 1 b

2) b > c ⇔ logba < logca se 0 < a < 1


35
AC-02

b > 1 ⇒ log a < log a ⇒ log a < 0 se 0 < a ≠ 1


b 1 b

0 < b < 1 ⇒ log a > log a ⇒ log a > 0


b 1 1

Exemplos:

1) 7 > 5 ⇒ log
7
2 > log 5
2 e log 7
1/ 2 < log 5
1/ 2

2) 2 < 3 ⇒ log5 < log5 e log1 / 2 > log1 / 5


2 3 2 3

x
3) log0,5 > log02,5 ⇒ 0 < x < 2

4) log5
x
> log52 ⇒ x > 2
10
5) log2 > 0 e log110/ 2 < 0

2.5.3 - Logaritmos Especiais

Os logaritmos dos números reais positivos de base


denominam-se logaritmos decimais ou de Briggs. Indica-se logaritmo
de b > O na base 10 pelo símbolo:
log b
Os logaritmos dos números reais positivos de base e
denominam-se logaritmos neperianos. Indica-se o logaritmo de b > 0
na base e pelo símbolo:
ln b
Obs: e ≅ 2,7183 é um importante número irracional,
conhecido por número de Euler.

36
AC-02

3 - NOÇÕES BÁSICAS (III)

3.1 - GEOMETRIA

Como a geometria abordada neste capítulo limita-se a


conceitos, definições e resultados vistos, apresentaremos o
assunto da maneira mais breve e direta possível.

3.1.1 - Geometria Plana

3.1.1.1 - Ângulo

Traçando num plano duas semi-retas de mesma origem,


dividimo-lo em duas regiões, que recebem o nome de ângulos.

O ângulo I diz-se convexo, o ângulo II côncavo. As


semi-retas formam os lados do ângulo e sua origem é o vértice do
ângulo.
Os ângulos convexos recebem nomes especiais conforme sua
abertura.

Note que dois ângulos retos consecutivos formam um raso e


dois rasos consecutivos formam um ângulo de uma volta.

Em relação a uma circunferência, um ângulo pode ocupar duas


posições principais: ângulo central e ângulo inscrito, conforme o
vértice esteja, respectivamente, no centro ou na circunferência.

37
AC-02

Para medir ângulos usamos as mesmas unidades empregadas na


medida de arcos, assim:

ângulo central → mesma medida do arco subtendido


ângulo inscrito → metade da medida do arco subtendido

3.1.1.2 - Outras Definições Importantes

1ª) Duas retas no mesmo plano podem ser:

2a) Bissetriz é a semi-reta que eqüiparte um ângulo. Os


ângulos resultantes são, portanto, congruentes (mesma medida).

3a ) Ângulos opostos pelo vértice (o.p.v.) são aqueles


formados por duas retas concorrentes. Ângulos o.p.v. são sempre
congruentes.

38
AC-02

4a) Se duas retas concorrentes formam ângulos retos, elas


se dizem perpendiculares (r ⊥ s), caso contrário dizem-se
oblíquas.

5a) Mediatriz de um segmento de reta é a reta perpendicular


a ele por seu ponto médio. Propriedade da mediatriz: os seus
pontos eqüidistam dos extremos do segmento.

6a) Dois arcos (ou dois ângulos) dizem-se:

a) complementares quando a soma é 90°.


Exemplos: 20o é o complemento de 70o.

b) suplementares quando sua soma é 180°.


Exemplos: 140o é o suplemento de 40o.

c) replementares quando sua soma é 360°.


Exemplos: 160° é o replemento de 200°.

7a) Em relação a uma circunferência, uma reta pode ocupar


três posições: externa, tangente ou secante (respectivamente se
não intercepta a circunferência ou intercepta em um ou dois
pontos).

39
AC-02

- Propriedades da reta tangente: ela é perpendicular ao


raio que passa pelo ponto de tangência.

3.1.1.3 - Triângulos

Classificação quanto aos lados:


- Eqüilátero: os 3 lados iguais;
- Isósceles: 2 lados iguais; e
- Escaleno: os 3 lados desiguais.

Classificação quanto aos ângulos:


- Acutângulo: os 3 lados agudos (menores que 90°);
- Obtusângulo: um ângulo obtuso (maior que 90°); e
- Retângulo: um ângulo reto (90°)

- Altura (relativa a um lado)


É o segmento perpendicular a esse lado (ou a seu
prolongamento) que o une ao vértice oposto.

40
AC-02

As três alturas de um triângulo interceptam-se num mesmo


ponto, chamado ortocentro do triângulo.

- Mediana (relativa a um lado)


É o segmento que une o ponto médio desse lado ao vértice
oposto.
As três medianas encontram-se no ponto chamado baricentro.

- Incentro
É o ponto de interseção das bissetrizes dos ângulos
internos.
Propriedade do incentro: é o centro da circunferência
inscrita no triângulo.

- Circuncentro
É o ponto de interseção das mediatrizes dos lados do
triângulo

41
AC-02

Propriedade do circuncentro: é o centro da circunferência


circunscrita ao triângulo.
- Lei Angular de Tales
"A Soma dos três ângulos internos de um triângulo é
sempre igual a dois retos (180o)

- Semelhança de Triângulos
Dois triângulos são semelhantes (~) quando seus lados
homólogos (correspondentes) são proporcionais.

a b c
Assim, , = , = , = k (k chama-se razão de semelhança).
a b c

- Propriedade
Dois triângulos semelhantes têm os ângulos correspondentes
congruentes e, reciprocamente, se dois triângulos têm os ângulos
respectivamente congruentes, eles são semelhantes.

∆ ABC ~ ∆ A'B'C' ⇔ A = A', B = B', C

3.1.1.4 - Teorema das Paralelas (ou de Tales)

Um feixe de retas paralelas determina sobre duas retas


transversais, duas séries de segmentos respectivamente
proporcionais.

42
AC-02

Exemplos:

- Relações Métricas no Triângulo Retângulo


Ao lado maior de um triângulo retângulo damos o nome de
hipotenusa; aos outros dois catetos.

A mais importante relação métrica é a de Pitágoras:


"O quadrado da hipotenusa é igual à soma dos
quadrados dos catetos”.

Assim,
a2 = b2 + c2

Na figura abaixo, h é a altura relativa à hipotenusa a e a


divide nos segmentos m e n.

Para todos estes segmentos as seguintes relações são


válidas:
h2 = mn
b2 = na
c2 = am
bc = ah

43
AC-02

Exemplos:

1. No triângulo da figura, quanto vale x?

Solução:
Trata-se de um triângulo retângulo onde a
hipotenusa mede 13. Logo, pela relação de Pitágoras:
132 = 122 + x2 ⇒ 169 = 144 + x2 ⇒ x2 = 169 – 144 ⇒

⇒ x2 = 25 ⇒ x = ± 25 = ± 5
Por tratar-se de um problema geométrico, desprezamos o resultado
negativo. Logo, x = 5.

2. Qual é a altura de um triângulo eqüilátero (lado l )?

Solução:
A altura divide o triângulo em dois triângulos
retângulos congruentes, nos quais podemos aplicar a
relação de Pitágoras:
l l2 l2
l 2 = ( )2 + h 2 ⇒ l 2 = = h2 ⇒ h2 = l 2 − ⇒
2 4 4
3l 2 3l 2 3
⇒ h2 − ⇒ h = ± ⇒ ± hl= l 3⇒
4 4 22

3. Qual é a diagonal de um quadrado (lado l )?

Solução: Por Pitágoras vem:

d2 = l 2 + l 2 ⇒ d2 = 2l2 ⇒ d = ± 2l 2 = ± l 2 ⇒

d = l 2

3.1.1.5 - Área dos Principais Polígonos

- Paralelogramo: é um quadrilátero com os lados opostos paralelos.

44
AC-02

- Retângulo: é um paralelogramo com todos os ângulos retos.

- Quadrado: é um retângulo com todos os lados congruentes.

- Triângulo: sua área é a metade da de um paralelogramo.

- Trapézio: é um quadrilátero com apenas


dois lados paralelos. Também equivale à metade de um
paralelogramo.

(B + b). h
A =
2

B → base maior
b → base menor

- Losango: é um paralelogramo com todos os lados congruentes. Suas


duas diagonais são perpendiculares entre si.

D.d
A =
2
D → diagonal maior
b → diagonal menor

Polígonos Regulares: têm todos os lados e todos os ângulos


respectivamente congruentes, sendo inscritíveis em
circunferências.

Apótema (m) é a distância do lado ao


centro do polígono regular.

45
AC-02

Chamando de p à metade do perímetro (semi-perímetro) do


polígono regular, sua área é dada por:
A = p.m

Exemplos:

1. Qual o lado do quadrado de área 81 m2?

Solução: A = l 2 ⇒ 81 = l 2 ⇒ l = 81 = 9 m

2. Um retângulo tem um lado medindo 4 cm e a diagonal 5 cm.


Calcule sua área.

Solução:
Por Pitágoras, 52 = 42 + h2 = h = 3
A = b . h = 4 . 3 = 12 cm2

3. Qual a área do paralelogramo de base 7 dm e altura 3 dm?

Solução: A = b . h = 7 . 3 = 21 dm2

4. Calcule a área do triângulo da figura ao lado.

b = 8 km  b.h 8 . 12
Solução:  ⇒ A = = = 48 km 2
h = 12 km  2 2

5. Um trapézio de área 28 cm2 tem uma base medindo 6 cm e a altura


40 mm. Calcule a outra base.

Solução:

B = 6 cm  ( B + b) h (6 + b) 4
A= ⇒ 28 = ⇒ 28 = (6 + b) 2 ⇒
h = 40 mm = 4 cm  ⇒ 2 2
b = ?  28 = 12 + 2b ⇒ 28 − 12 = 2b ⇒ 2b = 16 ⇒ b = 8 cm

46
AC-02

6. Calcule a área do losango com diagonais medindo 12 dm e 10 dm.


D.d 12 . 10
Solução: A = = = 60 dm 2
2 2

7. Calcule a área da região hachurada:

Solução:
No quadrado – A = l 2 = 42 = 16 m2
No círculo – A = r2π = 22π = 4π m2
Logo, a área procurada é 16 - 4π = 3,44 m2

8. Qual a área do triângulo eqüilátero de lado l ?

Solução:
l 3
A altura do triângulo eqüilátero é dada por h = .
2
l 3
l 2
b.h 2 = l 3
Logo sua área será: A = =
2 2 4

3.1.2 - Geometria Espacial

Se raciocinarmos espacialmente, podemos imaginar, "soltas"


no espaço, uma infinidade de figuras geométricas tais como as
representadas a seguir

47
AC-02

Observe o leitor que:

1a) Dizer que uma reta r passa por um ponto P


equivale a dizer que esse ponto P pertence à
reta r.

2a) Dizer que um plano α passa por uma reta r


equivale a dizer que a reta r está contida no
plano α.

3a ) Dizer que uma reta r fura um plano α


equivale a dizer que entre eles há apenas um
ponto em comum.

Sabemos que, num plano, duas retas distintas ou são


concorrentes ou são paralelas mas, no espaço, ocorre a situação em
que duas retas nem se encontram nem são paralelas, como é o caso
das retas indicadas na figura a seguir.

Duas retas distintas dizem-se reversas quando não são


nem concorrentes nem paralelas.

Se duas retas são reversas não existe um plano que passe


pelas duas. Ou seja, nenhum plano contém simultaneamente duas
retas reversas.
Se considerarmos uma reta e um plano no espaço, veremos que
há três situações possíveis, conforme a seguir.

48
AC-02

1a) Uma reta e um plano são paralelos, isto é, não tem nenhum ponto
comum ( r // α ⇔ r ∩ α = φ ).

2a) Uma reta fura o plano, isto é, entre ela e o plano há em comum
um e apenas um ponto. Esse ponto é a interseção da reta com o
plano, ou furo (ou traço) da reta no plano ( r ∩ α = {P}).

3a) A reta está contida no plano ( r ⊂ α ⇔ r ∩ α = r ).

No caso de considerarmos dois planos no espaço há duas


situações possíveis.

1a) Dois planos são paralelos, isto é, não se encontram ou não têm
nenhum ponto em comum ( α ∩ β = φ ⇔ α // β ).
Quando dois planos são coincidentes também os consideramos
paralelos ( α ≡ β ⇔ α // β ).

2a) Dois planos são secantes, isto é, não são paralelos.


Entre dois planos secantes há em comum uma e apenas uma
reta.
Agora, no caso de considerarmos três planos secantes dois a
dois, é fácil perceber que eles têm três retas por interseção e
que há duas situações possíveis: as três interseções são paralelas
entre si ou são concorrentes num único ponto:

49
AC-02

Ainda é interessante perceber que:


1a) Se uma reta é perpendicular a um plano ela é perpendicular a
duas retas concorrentes desse plano. Na verdade ela será
perpendicular também a todas as outras infinitas retas do plano
que passam pelo ponto de interseção.

2a) Um plano é perpendicular a outro se passar por uma reta


perpendicular ao outro. Em símbolos:

3a) Duas retas reversas dizem-se ortogonais se uma paralela a uma


delas for perpendicular à outra.
Por exemplo, as retas r e s que
passam pelas arestas do cubo da figura são
ortogonais. Com efeito, a reta t é paralela
as s e perpendicular r. Indica-se: r ⊥ s.
Outro exemplo: seja r ⊥ α.
Qualquer reta s do plano α que não passe
pelo traço P de r em α é ortogonal a r:

50
AC-02

conduzindo uma reta t // s por P vemos que t ⊥ r


Dentre os mais variados tipos de sólidos imagináveis, vamo-
nos deter a dois casos particulares:

1o) Paralelepípedo retângulo


É limitado por seis retângulos,
dois a dois paralelos e congruentes.

O volume é dado pelo produto de suas três dimensões


(comprimento, largura e altura):

VParalelepípedo = a b c

A área de sua superfície externa (área total) é a área dos


seis retângulos:
At= ab + ab + bc + bc + ac + ac = 2ab + 2bc + 2ac
At = 2(ab + bc + ac)

2o) Cubo
É um paralelepípedo retângulo, mas
formado por seis quadrados iguais.
Logo, tem iguais todas as arestas.
Vcubo = a3
V = a . a . a ⇒

A área dos seis quadrados é a área total:


At = 6a2

Exemplo: Qual o volume do paralelepípedo retângulo cuja diagonal


mede 7 cm e duas de suas dimensões medem respectivamente 2 cm e
3 cm?

Solução: Esboçando uma figura e nela marcando


os dados do problema, vemos que é necessária
a medida x para calcular o volume. Mas
podemos, anteriormente, por Pitágoras,
calcular a medida y (diagonal de uma das faces):

51
AC-02

y2 = 22 + 32 ⇒ y2 = 13 ⇒ y = 13
Usando Pitágoras, novamente, no triângulo maior (pois
também é retângulo) obtemos:
72 = ( 13 )2 + x2 ⇒ 49 = 13 + x2 ⇒ x2 = 36 ⇒ x = 6
Logo, o volume será: V = 2 .3 . 6 = 36 cm3

3.2 - TRIGONOMETRIA

3.2.1 - Trigonometria no Triângulo Retângulo

Num triângulo retângulo, se dividimos


a medida de um cateto pela medida da
hipotenusa obtemos sempre um número menor que
um, pois qualquer cateto é sempre menor que a
hipotenusa.

cateto oposto
seno de um ângulo agudo =
hipotenusa

cateto adjacente
cosseno de um ângulo agudo =
hipotenusa

cateto oposto
tangente de um ângulo agudo =
cateto adjacente

Assim, senos e cossenos de ângulos agudos são números


compreendidos entre O e 1.
No triângulo da figura anterior, o seno, o cosseno e a
tangente do ângulo α seriam, respectivamente:
c b c
sen α = cos α = tg α =
a a b
Por outro lado, o seno, o cosseno e a tangente do ângulo β,
seriam:
b c b
sen β = cos β = tg β =
a a c

52
AC-02

Podemos notar que:


c
1o) sen α = cos β =
a
b
cos α = sen β =
a

Por outro lado, sabemos que os ângulos agudos de um


triângulo retângulo são complementares, isto é, α + β = 90o.

Logo:
O cosseno de um ângulo é igual ao seno do seu complemento
(donde o nome cosseno) e, reciprocamente, o seno é igual
ao cosseno do complemento.

Abreviadamente:

cos α = sen (90o - α) sen α = cos (90o - α)


e

c
c sen α
2o) tgα = = a ⇒ tg α =
b b cos α
a
sen β
Analogamente, tg β =
cos β

Vimos que seno e cosseno de um ângulo agudo são dois


números positivos menores que um. Dividindo agora um pelo outro, o
resultado poderá ser um número menor, igual ou até maior que um,
dependendo apenas do primeiro ser menor, igual ou maior que o
segundo, respectivamente.
b
Na mesma figura, podemos agora escrever: tg β =
c

Exemplos:

1. No triângulo ao lado temos,

53
AC-02

4 ^
4
sen B =
 ^
5 5 = 4
em relação a B̂ :  ⇒ tg B =
^ 3 3 3
cos B = 
5  5
3 ^
3
^
sen C =
 ^
5
⇒ = 5 = 3
em relação a C :  tg C
^ 4 4 4
cos C = 
5 5

2. Calcule o valor de sen(60o)e sen(30o).

Solução: Recorremos a um triângulo.eqüilátero


(lado l) pois seus três ângulos internos têm
l 3
60°.Como a sua altura é dada por h =
2
l 3
h 3
sen(60°) = = 2 ⇒ sen(60°) =
l l 2
l
1
cos(30°) = 2 ⇒ cos(30°) =
l 2

3. Calcule o valor de sen(45o).

Solução: Recorremos um quadrado (lado l ), pois a


diagonal forma 45o com o lado. Como a diagonal de um
quadrado é dada por d = l 2

l l 1 2
sen(45 o ) = = =   → sen(45°) =
racionalizando

d l 2 2 2

4. Calcule o valor do cos(30o), cós(45°) e cos(60°).

Solução: Tomando o complemento dos arcos dados, vemos que:


3
cos(30°) = sen(60°) =
2
2
cos(45°) = sen(45°) =
2

54
AC-02

1
cos(60°) = sen(30°) =
2

5. Calcule tg(30°), tg(45°) e tg(60°).

Solução:
1
sen(30°) 2 = 3
tg(30°) = =
cos(30°) 3 3
2
2
sen(45°) 2 = 1
tg(45°) = =
cos(45°) 2
2
3
sen(60°) 2 =
tg(60°) = = 3
cos(60°) 1
2

3.2.2 - Radiano

É uma unidade muito utilizada em trigonometria.

Radiano é um arco de comprimento igual ao do raio da sua


circunferência.

Logo, a circunferência toda tem 2π radianos (pois é 2π


vezes maior que o raio), e meia circunferência tem π radianos.
Em outras palavras, em uma circunferência cabem cerca de
6,28 radianos, assim como cabem 360 graus.
Correspondência entre radiano e grau:
2π rad = 360o
π rad = 180o
π
rad = 90o
2

55
AC-02

π π
Vimos que 90° = rad e podemos ver facilmente que 45o =
2 4

rad ou que 270o = rad.
2
Para converter qualquer medida de uma unidade para outra
basta utilizar a seguinte proporção:

medida em graus medida em radianos


=
180 π

ou a equivalente regra prática:


de grau para radiano:
multiplicar por π e dividir por 180

de radiano para grau:


multiplicar por 180 e dividir por π.

Exemplos:
60.π π
a) 60 o = = rad ; e
180 3
3π 3π 180
b) rad = = 270°
2 2 π

Neste ponto da teoria, o leitor já está em condições de


entender e decorar a seguinte tabela:

π π π
(30°) (45°) (60°)
6 4 3

Seno 1 2 3
2 2 2

Cosseno 3 2 1
2 2 2

Tangente 3 1 3
3

3.2.3 - Circunferência Trigonométrica

Estudamos até aqui relações trigonométricas só para os


ângulos agudos. Para um estudo mais generalizado da trigonometria
devemos, inicialmente, substituir a noção de ângulo pela noção
correspondente de arco.

56
AC-02

Uma circunferência pode ser orientada


em dois sentidos: horário (o mesmo dos
ponteiros do relógio) ou anti-horário. Em
trigonometria adota-se como sentido positivo o
sentido anti-horário.
Assim, na circunferência da figura,
podemos considerar quatro arcos orientados, pelo menos:
1o) um arco AB positivo, se formos de A para B no sentido anti-
horário;
2o) um arco. AB negativo, se formos de A para B no sentido horário;
3o ) um arco BA positivo, se formos de B para A no sentido
anti-horário;
4o) um arco BA negativo, se formos de B para A no sentido horário.

Ciclo trigonométrico: é uma


circunferência orientada possuindo:
1o) raio unitário;
2o) centro na origem (O) de um sistema de
coordenadas cartesianas;
3o ) um ponto A, de coordenadas (1,0)
chamado origem dos arcos.

Os eixos coordenados marcam no


ciclo os pontos A, B, A' e B', que o
dividem em quatro quadrantes, indicados por
I, II, III, IV.
Observações:
o
1 ) Todas as medidas de arcos são feitas a partir do ponto A.
2o) Se for feita do sentido horário, a medida será negativa.

Exemplos:
a) O arco que vai de A até B no sentido anti-horário mede
π
rad (ou 90o).
2
b) O arco que vai de A até B' no sentido anti-horário mede

rad (ou 270o).
2

57
AC-02

c) O arco que vai de A até B' no sentido horário mede


π
− rad (ou -90o ).
2
d) O arco que sai de A, dá uma volta no sentido anti-

horário e continua até o ponto B, mede rad (450°).
2
e) O arco que sai de A, dá uma volta no sentido horário e

continua até o ponto B, mede - rad (ou –630o).
2

3.2.4 - Arcos Côngruos

São arcos que têm a mesma origem e a mesma extremidade.

Exemplos:

a) Dois arcos medindo 30° e 390° são côngruos, pois ambos


começam em A e terminam em M.

b) dois arcos medindo 300o e –60o.


5π π
c) Dois arcos medindo rad e rad.
2 2

Um arco qualquer tem infinitos outros côngruos com ele.


Voltando ao primeiro exemplo teríamos:
... ≡ -690o ≡ -330o ≡ 30o ≡ 390o ≡ 750o ≡ 1110o ≡ ...

Mas na Trigonometria, dado um arco AM, interessa-nos


somente a posição dos pontos A e M. Todos os arcos acima não
passam de diferentes determinações de um mesmo arco
trigonométrico, o arco AM da figura. Logo, basta saber a menor

58
AC-02

determinação positiva (m.d.p.} do arco para que ele esteja bem


determinado.
De arco trigonométrico devemos ter uma noção geral: é o
conjunto de todos os arcos côngruos entre si.

Podemos indicar todas as medidas de um arco trigonométrico


AM assim:
∩ ∩
AM = x + 2kπ AM = x + k . 360 o
e
x → m.d.p do arco AM
K ∈ Z

Quer dizer: colocando números inteiros no lugar de k vamos


simplesmente alterando o número de voltas e obtendo arcos côngruos
com x, sem alterar a posição do ponto M.
Existe um processo prático para encontrar a menor
determinação positiva, dada a seguir:

I) Sendo o arco positivo e medido em graus: efetue a divisão


aproximada de sua medida por 360° (sem suprimir zeros!) e tome o
resto.
Exemplo:

1000º→ 1000 |360º → 280º é a m.d.p. de 1000º


280 2

II) Sendo o arco positivo e medido em radianos: divida a medida do


arco por 2π, extraia os inteiros da fração obtida e subtraia-os; a
seguir multiplique de novo por 2π.

Exemplo:

17 π 17 π 1 17 5 5 5 5π
rad → . = =2 → → . 2π = rad
3 3 2π 6 6 6 6 3

59
AC-02

III) Sendo o arco negativo: desprezando o sinal, faça como nos


dois primeiros casos, conforme seja grau ou radiano; então calcule
o replemento do resultado obtido.

Exemplos:
1o) -1210° → -1210° |360° → calculando o replemento:
130 3
360° - 130° = 230°

8π 8π 1 4 1 1 1 2π
2o ) - rad → . = =1 → → . 2π = rad
3 3 2π 3 3 3 3 3
2π 4π
calculando o replemento: 2π − = rad
3 3

Para saber O quadrante de um arco basta examinar a sua


menor determinação positiva. Exemplo: 1000º tem por mdp 280º, que
está no IV quadrante. Logo 1000º é um arco do IV quadrante.

3.2.5 - Relações Trigonométricas

Ao ciclo trigonométrico vamos associar os seguintes eixos:

Ao ciclo trigonométrico são associados quatro eixos para o


estudo das funções trigonométricas:
1o) eixo dos cossenos (a)
_
direção: OA
sentido positivo: O → A
segmento unitário: |OA| = 1

2O) eixo dos senos (b)


direção: ⊥ a, por 0

sentido positivo: de O → B sendo B tal que AM = π/2
segmento unitário: |OB| = 1
O
3 ) eixo das tangentes (c)
direção: paralelo a b por A
sentido positivo: o mesmo de b.

60
AC-02

4o) eixo das cotangentes (d)


direção: paralelo a por B
sentido positivo: o mesmo de a.
Sobre estes eixos definimos as seis funções

trigonométricas, dado um arco a ≠ .
2

sen(a) = OM1
cos(a) = OM 2
tg(a) = AT
cot g(a) = BD
sec(a) = OS
cos sec(a) = OC

A variação de sinais dessas seis funções conforme o


quadrante ao qual a pertença é dada na tabela a seguir:
I II III IV
sen + + - -
cos + - - +
tg + - + -
cotg + - + -
sec + - - +
cossec + + - -

As seguintes relações trigonométricas são válidas:

sen x π
(R1) tg x = para x ≠ + kπ
cos x 2
1 cos x
(R 2) cot g x = = para x ≠ kπ
tg x sen x
1 π
(R 3) sec x = para x ≠ + kπ
cos x 2
1
(R 4) cos sec x = para x ≠ kπ
sen x
π
(R 5) sec2 x = 1 + tg2 x para x ≠ + kπ
2

61
AC-02

(R 6) cos sec 2 x = 1 + cot g 2 x para x ≠ kπ

E ainda a Relação Fundamental (RFT):


sen2x + cos2x = 1
Desta forma,
sen2x = 1 - cos2x cos2x = 1 - sen2x
ou
(RFT1) (RFT2)

Observe que:
O
1 ) seno e cosseno são definidos para qualquer arco;
2O) tangente e secante não são definidos para 90°, 270° e seus
côngruos;
3O) cotangente e cossecante não são definidas para 0°, 180° e seus
côngruos;
4O )

Seno ← inverso de → cossecante


Cosseno ← inverso de → secante
Tangente ← inverso de → cotangente

Exemplos:

2 5
1. a) se o senx = − , então a cossec x = − .
5 2
1
b) se o cos x = , então a sec x = 4 .
4
1
c) se o tgx = −5 , então a cotg x = - .
5

π
2. Dada a sec x = 2 , x < , calcule as outras cinco funções
2
trigonométricas do arco x.

Solução: O valor da secante é o inverso do cosseno e vice-versa,


logo:
1 1
1°) cos x = =
sec x 2

62
AC-02

2
2 2 1 1 3
2°) sen x = 1 − cos x = 1 −   = 1 − = ⇒
 2 4 4

3 Iquadr 3
⇒ senx = ±     → senx =
2 2
1 1 2 racionalizando 2 3
3°) cos sec x = = =        → cossec x =
senx 3 3 3
2
3
senx 2 =
4°) tgx = = 3
cos x 1
2
1 1 3
5°) cot gx = = =
tgx 3 3

1 − sen2 x
3. Simplificar a expressão:
cot g x . sen x

Solução: Parra isso, vamos substituir as relações RFT2 e R2 na


expressão:
1 − sen 2 x cos2 x cos2 x
= = = cos x
cot gx . senx cos x cos x
senx
senx

4. Demonstrar a identidade:
cos x . sec x – tg x . sen x . cos x = (1 + sen x) (1 - sen x)

Solução: Demonstrar uma identidade é demonstrar que a igualdade é


verdadeira para qualquer valor da variável, para o qual as funções
expressas se definem. Podemos para isso empregar relações ou
identidades anteriormente demonstradas. Neste exercício aplicamos
R3 e R1 no primeiro membro, e um produto notável no segundo:
1 senx
cos x . − . senx . cos x = 12 − sen2x ⇒
cos x cos x
⇒ 1 − sen 2x = 1 − sen 2x


5. Sendo tgx = 3 e π < x < , calcular cos x.
2

63
AC-02

Solução: Utilizando a R5, temos:

sec 2 x = 1 + tg 2 x ⇒ sec 2 x = 1 + ( 3)
2
= 1 + 3 = 4 ⇒
1 1 1
sec x = ± 4 = ±2  
R3

→ cos x = = ±     → cos x = −
III Quadr

sec x 2 2

3.2.6 - Trigonometria num Triângulo Qualquer

Seja a, b e c as medidas dos lados de um triângulo qualquer


e α, β e γ as medidas dos ângulos, respectivamente, opostos aos
lados, conforme a figura a seguir:

Então,

a2 = b2 + c2 – 2bc cosα Lei dos cossenos

Obs.:
se α < 90° então cosα > 0 e a2 < b2 + c2
se α > 90o então cosα < 0 e a2 > b2 + c2
se α = 90o então cosα = 0 e a2 = b2 + c2

a b c
= =
sen α sen β sen γ
Lei dos Senos

64
AC-02

3.2.7 - Adição e Subtração de Arcos

Conhecidos os valores trigonométricos de dois arcos


quaisquer, podemos calcular os valores para o arco soma (ou
diferença) desses dois arcos, através das fórmulas seguintes:

(i) Soma
sen (a+b) = sen a . cos b + cos a . sen b
cos(a+b) = cos a . cos b – sen a . sen b
tg a + tg b
tg(a+b) =
1 − tg a . tg b

(ii) Diferença

sen(a-b) = sen a . cos b – cos a . sen b


cos(a-b) = cos a . cos b + sen a . sen b
tg a − tg b
tg(a-b) =
1 + tg a . tg b

Em resumo,

sen(a±b) = sen a cos b ± cos a sen b

cos(a±b) = cos a cos b m sen a sen b

tg a ± tg b
tg(a±b) =
1 m tg a tg b

Exemplos:

1. Calcular o valor de sen(75o)

Solução: Vamos escrever 75o como a soma de 45o e 30o, pois 45o e 30o
são arcos de valores trigonométricos já conhecidos. Utilizando a
primeira fórmula, vem:
sen 75O = sen(45o + 30o) = sen 45o . cos 30o + cos 45o . sen 30o 3,29
2 3 2 1 6 2 6 + 2
sen(75°) = . + . = + = = 3,29
2 2 2 2 4 4 4

65
AC-02

2. Calcule tg(15o)

Solução: Basta escrever 15° como a diferença entre 45° e 30°, e


utilizar a fórmula da diferença:
3 − 3 3
o o 1 −
tg 45 − tg 30 3 3
tg 15o = tg(45o − 30o) = = = =
1 + tg 45o . tg 30o 3 3 + 3
1 + 1.
3 3
3 − 3 racionalizando (3 − 3)(3 − 3) 9 − 6 3 + 3
= ) ⇒ = = 2 −
3 +
(
3 o deno min ador (3 + 3)3 − 3 9 − 3 ( ) 3

3. Calcule cossec 285°

Solução:
1 1 − 1 − 4
cos sec 285° = = = = = 2 − 6
sen 285o − sen 75o 6 + 2 6 + 2
4
π π
4. Sabendo que < x < π e 0 < y < ,e dados
2 2
12 4
sen x = e cos y = , calcule sen(x+y).
13 5

Solução:
sen (x + y) = sen x cos y + cos x sen y
Pela RFT:
2
2 2  12  144 25
(i) cos x = 1 − sen x = 1 −   = 1 − = ⇒
 13  169 169

25 5 (II Quadr) 5
cos x = ± =±       → cos x = −
169 13 13
2
2 4
2 16 9
(ii) sen y = 1 − cos y = 1 −   = 1 − = ⇒
5 25 25

9 3 (I Quadr) 3
sen y ± = ±      → sen y =
25 5 5
12 4 − 5 3 33
Logo, sen(x + y) = . + . =
13 5 13 5 65

66
AC-02

3.2.8 - Arco Duplo

Conhecidos os valores trigonométricos de um arco qualquer,


podemos calcular esses valores para o arco que é o dobro do arco
dado, bastando para isso usar as fórmulas da soma.
sen 2a = sen (a + a) = sen a . cos a + cos a . sen a
sen 2a = 2 sen a cos a

cos 2a)= cos (a + a) = cos a . cos a – sen a . sen a


cos 2a = cos2a – sen2a

tg a + tg a
tg 2a = tg(a + a) =
1− tg a .tg a

2 tg a π π kπ
tg 2a = 2
, a ≠ + kπ, a ≠ +
1 − tg a 2 4 2

Exemplos:

1
1. Sendo cos x = . Calcu1e cos 2x.
4

Solução:
cos 2x = cos2x – sen2x. Mas, usando a R.F.T.:

1 1
cos2x = ( )2 =
4 16
1 15
sen2 x = 1 − cos2 x = 1 − =
16 16
1 5 14 7
Logo, cos 2x = − = − =−
16 16 16 8

5 π
2. Sendo sen x = , e < x < π , calcule sen 2x.
6 2

Solução: sen 2x = 2 sen x cos x

67
AC-02

Pela R.F.T
2
5 25 11
cos2 x = 1 − sen 2 x = 1 −   = 1 − = ⇒
6 36 36

11 (II Quadr) 11
cos x = ±      → cos x = −
36 6

5  11  5 11
Logo, sen 2x = 2. . −  = −

6  6  18

3.2.9 - Transformação em Produto (fatoração trigonométrica)

Podemos transformar uma soma ou diferença de funções em um


produto, utilizando as chamadas fórmulas de Prostaférese:

p + q p − q
sen p + sen q = 2 sen . cos
2 2
p + q p − q
sen p - sen q = 2 cos . sen
2 2
p + q p − q
cos p + cos q = 2 cos . cos
2 2
p + q p − q
cos p - cos q = - 2 sen . sen
2 2

p + q
Note que é a semi-soma (média aritmética) dos arcos
2
p−q
e é a semi-diferença.
2

Exemplos:

1. Fatore a expressão sen 70° – sen 20°

Solução: Fazemos p = 70° e q = 20° e utilizamos a segunda fórmula


de prostaférese:

70o + 20o 70o − 20o


sen 70o − sen 20o = 2 cos . sen ⇒
2 2
2
⇒ 2 cos 45osen 25o = 2 sen 25o = 2 . sen 25o
2

68
AC-02

2. Transforme a soma cos 95° + cos 55° + cos 15° em produto.

Solução: Podemos associar as parcelas assim,


 95o + 15o 95o − 15o 
(cos 95° + cos 15°) + cos 55° = 2  cos cos  + cos 55o ⇒
 2 2 
2 cos 55o cos 40o + cos 55o

Colocando 2 cos(55°) em evidência,


1
2 cos 55o(cos 40o + ) = 2 cos 55o (cos 40o + cos 60o), pois cos(60º) = ½
2

Fatorando novamente a expressão entre parêntese, fica

o 40o + 60o 40o − 60o


2 cos 55 (2 cos cos = 4 cos 55o cos 50o cos(−10o) ⇒
2 2
⇒ 4 cos 55o cos 50o cos 10o

3.2.10 - Arcos Complementares

Sabemos que se dois ângulos são complementares


(x e 90° - x), o seno de um é igual ao cosseno do outro e
vice-versa, ou seja:

sen x = cos(90o - x) cos x = sen(90o - x)


e
Isso é válido, também, para dois arcos quaisquer, desde que
sua soma seja 90o (ou côngruo de 90o) Agora, vejamos a tangente do
complemento de um arco:

senx cos(900 − x)
tg x = = 0
= cot g (900 − x)
cos x sen (90 − x)

Ou seja, a tangente de um arco é igual à cotangente de seu


complemento e vice-versa.
tg x = cotg (90o - x) cotg x = tg (90o - x)
x ≠ 90° + k 180° x ≠ k 180°
e
Temos ainda:
1 1
sec x = = = cossec (90° - x)
cos x sen (900 − x)

69
AC-02

ou seja, a secante de um arco é igual à cossecante de seu


complemento e vice-versa:
sec x = cossec(90o - x) cossec x = sec(90o - x)
x ≠ 90° + k 180° x ≠ k 180°
e

Observação: chamamos de octante à metade de um quadrante.


Reduzir um arco do segundo para o primeiro octante significa
utilizar o que foi visto acima, para escrever a função de um arco
entre 0o e 45°.

Exemplos:
a) sen 60° = cos 30°
2° octante 1° octante

b) cos 46° = sen 44°


c) tg 80° = cot g 10°
d) cotg 89º = tg 1º
e) sec 20º = cossec 70º
f) cossec 85º = sec 5º

3.2.11 - Redução ao Primeiro Quadrante

Para conhecer os valores das funções trigonométricas de


arcos situados no II, III e IV quadrantes, basta conhecer esses
valores para os arcos do I quadrante, conforme veremos a seguir:

-Arcos no II quadrante
Se x é um arco do II quadrante, então o
seu suplemento 180o - x (ou π - x) será um
arco do I quadrante, e teremos:
sen x = sen (180o - x)

cos x = - cos (180o - x)

tg x = - tg (180o - x)

Exemplos:
sen 160° = sen (180°-160°) = sen 20°
cos 160° = -cos (180°-160°) = - cos 20°

70
AC-02

tg 160° = -tg (180° - 160°) = - tg 20°

Atenção: cosseno e tangente são negativos no II quadrante,


daí o sinal de menos ao fazer a redução.

- Arcos no III quadrante


Se x é um arco do III quadrante, então x - 180 (ou x -π)
será um arco do I quadrante, e teremos:
sen x = - sen (x - 180o)

cos x = - cos (x - 180o)

tg x = tg (x - 180o)

Atenção: seno e cosseno são


negativos no III quadrante.
Observação: x e x - 180° dizem-se arcos explementares
(diferem de meia volta).

Exemplos: são explementares 10o e 190 o, 100o e 280o etc

- Arcos no IV quadrante:
Se x é um arco do IV quadrante,
então seu replemento 360° - x (ou 2π -x)
será um arco será um arco do I quadrante,
e teremos:

sen x = - sen (360° - x)

cos x = cos (360° - x)

tg x = - tg (360° - x)

Exemplos:
sen 340° = - sen (360°-340°) = - sen 20°
cos 340° = cos (360°-340°)= cos 20o
tg 340° = - tg (360°- 340°) = - tg 20°

71
AC-02

Atenção: seno e tangente são negativos no IV quadrante.


Lembrando agora que 360°-x e -x (arco negativo) são
côngruos, podemos reescrever as três últimas relações assim:
sen x = - sen (-x)

cos x = cos (-x)

tg x = - tg (-x)
Exemplos:
sen (-35°) = - sen 35°
cos (-100°) = cos 100o
tg (-80°) = -tg 80°

Observação: as funções secante, cossecante e cotangente, na


redução ao primeiro quadrante, comportam-se, respectivamente, como
as funções cosseno, seno e tangente.

Exemplo:
1 1
cot g 320° = − cot g 40° ⇒ =
tg 320° − tg 40°

Resumo:
II → I tomar o suplemento do arco e trocar o sinal da função
(exceto sen e cossec)

III → I tomar o explemento do arco e trocar o sinal da função


(exceto tg e cotg)

IV → I tomar o replemento do arco e trocar o sinal da função


(exceto cos e sec)

72
AC-02

3.3 - GEOMETRIA ANALÍTICA PLANA

3.3.1 - O Ponto

Num plano α tomemos duas retas perpendiculares num ponto O


e oriente-mo-las conforme a figura.
Reta orientadas chamam-se eixos.
Se convencionarmos uma das retas
horizontal e a outra vertical, teremos:
1o) um eixo horizontal, que chamaremos de
eixo das abscissas (eixo dos x);
2o) um eixo vertical, que chamaremos de
eixo das ordenadas (eixo dos y).

Estes eixos dividem o plano cartesiano em quatro regiões


chamadas quadrantes, que são numerados I, II, III e IV.
Tomemos agora no plano um ponto P (qualquer) e por ele
conduzamos duas retas r e s, r // Ox e s // Oy. As figuras mostram
possíveis posições do ponto P em cada um dos quadrantes:

Chamamos de medida algébrica de um segmento orientado em


relação a um eixo o módulo do segmento acompanhado de sinal (+) ou
(-), conforme o seu sentido seja concordante ou não com o sentido
positivo do eixo.

73
AC-02

Considerando os segmentos orientados OM e ON, da figura, de


medidas algébricas xp e yp, respectivamente, chamamos:
- xp de abscissa do ponto P; e
- yp de ordenada do ponto P.
Dessa maneira, ao ponto P, do plano α, associamos um único
par ordenado de números reais (xp, yp) que chamamos de coordenadas
do ponto P.

Reciprocamente, a todo par ordenado de números reais


(xp, yp), existe no plano α um único ponto P a ele associado.

Observações:
1a.) Todo ponto de abscissa nula pertence ao eixo das
ordenadas e reciprocamente. Exemplo: E(O,4).
2a.) Todo ponto de ordenada nula pertence ao eixo das
abscissas e reciprocamente. Exemplo: F(4,O).
3a.) Todo ponto de abscissa igual a ordenada está na
bissetriz dos quadrantes (I) ou (III). Exemplo: G(2,2).
4a.) Todo ponto de abscissa igual ao oposto da ordenada
esta na bissetriz dos quadrantes (II) ou (IV) .Exemplo: H(2,-2).
A distância entre dois pontos pode ser facilmente calculada
no plano cartesiano. Marquemos dois pontos A(xa, ya) e B (xb, yb).
Três casos podem ocorrer conforme as figuras seguintes:

74
AC-02

1o caso: AB // Ox
No 1o caso tem-se que

d AB = xB − x A , ou seja, a distância

entre dois pontos é a diferença entre


suas abscissas (tomada em modulo).

2o caso: AB // Oy
No 2o caso, tem-se que

d AB = yB − y A e neste caso, a distância

entre os dois pontos é a diferença entre


suas ordenadas (tomada em módulo).

3o caso: AB qualquer

Finalmente, para o terceiro


caso:

d AC = xC − xA = xB − x A e

d BC = yB − yc = yB − y A

Como o ∆ABC é retângulo, aplicando-se Pitágoras, vem:


d AB 2 = d AC 2 + d BC 2

d AB2 = (xB − xA)2 + (yB − y A)2


Diferença Diferença
das Abscissas das Ordenadas

ou seja:

d AB = (x B − x A )2 + (y B − y A )2

75
AC-02

3.3.2 - A Reta

No plano cartesiano a equação geral da reta que passa por


dois planos A (xA, yA) e B (xB, yB) dados é dada por:
ax + by + c = 0

(a, b, c ∈ R, a ≠ 0 ou b ≠ 0)
com a = yA – yB
b = xB – xA
c = xA yB - xB yA

Observações:
1a) Devemos sempre ter em mente que a equação de uma reta
determinada por dois pontos é uma relação que todos os pontos
dessa reta devem satisfazer, inclusive os dois pontos que
determinam a reta.
2a) Se um ponto pertence a uma reta, então suas coordenadas
satisfazem a equação dessa reta, e vice-versa, se as coordenadas
de um ponto satisfazem a equação de uma reta, então esse ponto
pertence a essa reta.
3a) Para "pegarmos pontos de uma reta" damos valores às
abscissas (x) na equação da reta e calculamos as correspondentes
ordenadas (y) ou vice-versa.
4a ) Se um ponto pertence a várias retas, então suas
coordenadas satisfazem as equações de todas essas retas.

Exemplos:
1. Determinar a equação geral da reta determinada pelos pontos
A(3,2) e B(2,1).

Solução: Do enunciado temos,

xA = 3; yA = 2 a = yA – yB = 2 – 1 = 1
b = xB – xA = 2 – 3 = - 1
xB = 2; yB = 1 c = xA yB – xB yA = 3 – 4 = - 1

Logo, a equação da reta que passa pelos pontos A e B é:
x – y – 1 = 0

76
AC-02

2. Verificar se os pontos P(3,2) e Q(-2,5) pertencem à reta r de


equação x – y – 1 = 0.

Solução: Pertencerá a reta o ponto cuja


(abscissa) – (ordenada) – 1 = 0
Temos, para o ponto P(3,2): (3) – (2) – 1 = 0 ⇒ P ∈ r
Temos, para o ponto Q(-2,5): (-2) – (5) – 1 = - 8 ≠ 0 ⇒ Q ∉ r

3.3.3 - Coeficiente Angular de uma Reta

Observações preliminares
a
1 ) Esta teoria só vale para sistemas cartesianos ortogonais.
2a) Ângulo que uma reta forma com Ox, é o ângulo (α) convexo,
formado pela reta e o eixo Ox, medido sempre de Ox para a reta no
sentido anti-horário, conforme vemos na figura à seguir.

Declive ou coeficiente angular de uma reta não


perpendicular a Ox é o número real m tal que:

m = tg α

onde α é o ângulo entre r e Ox.

Com o auxilio da Trigonometria, são evidentes as


propriedades:
1a) Se α é agudo, então m é positivo.
2a) Se α é obtuso, então m é negativo.
3a) Se α é nulo, então m é zero.
4a) Se α é reto, então m não é definido.

77
AC-02

O coeficiente angular de uma reta pode ser determinado


quando são conhecidas as coordenadas de dois pontos desta reta.

yB − y A
No ∆ABC, da figura temos tg α = m = m = , ou
xB − x A

∆y
m =
∆x
Por outro lado, se é conhecida a equação geral de uma reta
ax + by + c= O, encontramos o seu coeficiente angular fazendo:

a
m = −
b

3.3.4 - Forma Reduzida da Equação da Reta

Seja r, no plano cartesiano, uma reta cuja equação geral é


ax + by + c = o.
Se b ≠ 0, teremos o valor de y, na equação geral, assim:
a c
by = −ax − c ⇒ y = − x−
b b
a c
Mas - = m e, fazendo - = q, teremos
b b
y = mx + q

que é a equação reduzida da reta r. O termo q recebe o nome de


coeficiente linear e nada mais é do que a ordenada do ponto em que
a reta intercepta Oy.

Exemplos:

78
AC-02

1. Dar a equação reduzida da reta cuja equação geral é


3x + 2y- 5 = O e determinar o seu coeficiente angular e linear.

Solução: Basta na equação geral isolar o y,


3 5
3x + 2y -5 = O ⇒ 2y = -3x + 5 ⇒ y = - x +
2 2
3 5
m = − e q =
2 2

2. Determinar o coeficiente angular da reta determinada pelos


pontos A(3,2) e B(5,1).

Solução: Do enunciado,
xA = 3 e yA = 2
xB = 5 e yB = 1
∆y y B − y A 1 − 2 1
m = = ⇒ m = = −
∆x x B − x A 5 − 3 2

3. Determinar o coeficiente angular da reta que passa pelos pontos


A e B do gráfico.
Solução:
No gráfico A(3,0) e B(0,4)

∆y yB − y A 4 − 0 4
m = = ⇒ m = = −
∆x xB − xA 0 − 3 3

3.3.5 - Feixe de Retas Concorrentes

No plano cartesiano consideremos um ponto P(x0, y0} e todas


as retas que o contém. Seja m o coeficiente angular de r, uma
dessas infinitas retas, e A(x,y) um ponto genérico de r (ver
figura a seguir).

79
AC-02

y − yo
Logo, tg α = m = ou
x − xo

y – yo = m(x – xo)

que é a equação da reta que passa por P(x0, y0) e tem coeficiente
angular m.
Observação: Além das retas que têm coeficiente angular m devemos
destacar a reta x = x0, que é paralela a Oy e portanto não tem
definido coeficiente angular.

Exemplo: Determinar a equação da reta que passa por P(2,3) e tem


coeficiente angular m = 5.

Solução: A equação da reta que passa por P(x0,y0) e tem coeficiente


angular m é do tipo y – y0 = m(x-x0).
Do enunciado temos: x0 = 2, y0 = 3 e m = 5. Então:
y - 3 = 5 (x -2)
y – 3 = 5x-10
5x - 10- y + 3 = 0
5x - y -7 = 0
que é a equação geral da reta que passa por P(2,3) e tem
coeficiente angular igual a 5.

80
AC-02

3.3.6 - Paralelismo e Perpendicularismo

No plano cartesiano,sejam r e s
duas retas paralelas. Temos:
α1 = α2 ⇒ tg α1= tg α2

Logo:
mr = ms

Ou seja,
Retas paralelas têm o mesmo coeficiente angular.

Sejam agora r e s duas retas perpendiculares. Temos:


π
α2 = + α1
2
π
(i) α 2 − α 1 =
2
Mas
(ii)
tg α2 − tg α1
tg(α2 − α1) =
1 + tg α2 . tg α1

De (i) e (ii) ⇒ (1 + tg α 2 . tg α1 ) = 0 ⇒ 1 + ms . mr = 0

− 1
⇒ ms . mr = −1 ou ⇒ mr =
ms
Ou seja:
Se duas retas são perpendiculares, então o coeficiente angular
de uma é o oposto do inverso do coeficiente angular da outra.

Exemplos:
1. Verificar se as retas r e s dadas são paralelas ou
perpendiculares.
r : 2x − y + 3 = 0
A) 
s : − 4x + 2y − 1 = 0

81
AC-02

Solução:
− a − 2 − a 4
mr = = = 2 e ms = = = 2
b − 1 b 2
Como mr = ms, então r // s.

r : 2x − y + 3 = 0

B)  1
s : y = − 2 x − 1

Solução:
− a − 2 1
mr = = = 2 e ms = −
b − 1 2
como mr ≠ ms ⇒ r não é paralela a s
 1
mas, mr . ms = 2.  −  = - 1, então r ⊥ s
 2

2. Qual é a equação geral e a reduzida da reta s que passa pelo


ponto P(-1,-2) e é paralela à reta r: 2x -y + 3 = O

Solução: O coeficiente angular da reta s procurada deve ser igual


ao da reta r dada, que é:
− a − 2
m =
= =2
b − 1
Pelo ponto P dado passa um feixe de retas cuja equação tem
a forma y - Yo = m(x – x0). Substituindo, vem,
y + 2 = 2(x + 1)
y + 2 = 2x + 2
y = 2x (equação reduzida) ou 2x - y = O (equação geral)

3. Encontrar a equação geral e a reduzida da reta t que passa pelo


ponto P(0,1) e é perpendicular à reta r que passa pelos pontos
A(-1, 2) e B(2,3).

Solução: O coeficiente angular da reta t procurada é o oposto do


inverso do da reta r dada.
∆y 3 − 2 1
Como mr = = = , então mt = -3.
∆x 2 + 1 3

82
AC-02

A equação da reta t que passa pelo ponto P(0,1) e tem


coeficiente angular -3 é:
y –y0 = m(x - x0)
y - 1 = - 3x
y = - 3x + 1(equação reduzida) ou 3x + y -1 = 0 (equação
geral)

3.4 - POLINÔMIOS

3.4.1 - Introdução

Expressões literais são expressões nas quais representamos


números por letras. As letras são chamadas variáveis e podem
assumir quaisquer valores dentro de um conjunto de números.
Uma expressão é chamada monônio quando não apresenta as
operações adição e subtração. Exemplos:
a)5x Coeficiente: + 5
Parte literal:

b)-a2b5 Coeficiente: -1
Parte literal: a2b5

Uma expressão literal é chamada polinomial quando é formada


por uma soma algébrica de monômios. Exemplos:
a) x3 - 3x2y + 3xy2 - y3
b) a4 + 4a3b + 6a2b2 + 4ab3 + b4

Em Álgebra Elementar representamos polinômio na variável x,


pela expressão:
P(x) = an xn + an-1 xn-1 +... + a2x2 + a1x + a0

Grau de um polinômio P(x) é o maior expoente de x, cujo


termo tem coeficiente diferente de zero.
Exemplos:
a) P(x) = 4x3 -2x2 + 5x -6
coeficientes: 4,-2,5,-6
Onde termos: 4x3, -2x2, 5x, -6
grau: 3

83
AC-02

b) P(x) = 5x6 –3x4 + 2x3 + x2 -1


coeficientes:5,0,-3,2,1,0,-1
Onde termos: 5x6, 0x5, 3x4, 2x3, x2, 0x,-1
grau: 6

Observações:
1a) Em relação a qualquer variável, podemos dizer que os números
reais diferentes de zero são polinômios cujo grau é zero.
1
Exemplo: são polinômios de grau nulo: 3, 5, -5; etc, pois podem
2
ser escritos
1 o
3xo, 5xo; x ; -5xo , etc
2
2a) O zero é polinômio de grau não definido pois:
0 = 0xo = 0x = 0x2 = 0x3 = ...= 0x20 = ...
O número que se obtém ao substituir a variável x por um
número qualquer, é chamado valor numérico do polinômio.

Exemplos: Dados o polinômio P(x) = x4 -2x3 + 5x -1 obter,


P(1) = 14 - 2.13 + 5.1 - 1 = 3
P(2) = 24 - 2.23 + 5.2 - 1 = 9
P(0) = 04 – 2.03 + 5.0 - 1 = -1

Quando dois polinômios assumem o mesmo valor numérico para


qualquer valor de x, eles são ditos idênticos:

P1(x) ≡ P2(x) ⇔ P1(x) = P2(x), ∀ x

Polinômios identicamente nulo são aqueles em que todos os


seus coeficientes são iguais a zero. Indica-se por P(x) ≡ 0.

P(x) ≡ 0 ⇔ P(x) = 0, ∀ x

Exemplos:

1. Determinar os valores de a e b para que o polinômio


2
(a-b)x + (2a-4)x seja identicamente nulo.

84
AC-02

Solução:
P(x) = (a-b)x2 + (2a-4)x ≡ 0

Condição a – b = 0
2a -4 = 0
Resolvendo o sistema de equações: a = b = 2

2. Obter os valores de a e b para que os polinômios sejam


idênticos:
P1(x) = 7x2 + (a-b)x
P2(x) = (2a + b)x2 + 5x
Solução:
P1 ≡ P2 => 7x2 + (a -b)x ≡ (2a + b)x2 + 5x

Condição 7 = 2a + b
a - b = 5
Resolvendo o sistema de equações: a = 4 e b = - 1

3.4.2 - Operações com Polinômios

Para efetuar a adição e a subtração de polinômios, em


primeiro lugar devemos eliminar os parênteses e em seguida efetuar
a redução dos termos semelhantes.
Exemplos:
a) (2X4 – 3x2 + 5x) + (5x4 – 4x3 + 4x2 + 4x -1) =
= 2x4 – 3x2 + 5x + 5x4 –4x3 + 4x2 + 4x – 1 = 7x4 – 4x3 + x2 + 9x –1

b) (5x3 – 2x2 + 4x -1) -(-3x3 + 4x2 + 4x + 5) =


= 5x3 – 2x2 + 4x -1 + 3x3 - 4x2 - 4x - 5 = 8x3 - 6x2 -6

A multiplicação é feita primeiro multiplicando todos os


termos dos polinômios entre si e em seguida efetuando a redução
dos termos semelhantes.

85
AC-02

= 2x4 – 5x3 + 2x - 2x3 + 5x2 – 2 =


= 2x4 – 7x3 + 5x2 + 2x - 2

Quando dividimos um polinômio D(x) por outro d(x), devemos


lembrar que se obtém um quociente Q(x) e um resto R(x), tal que:
D(x) = Q(x).d(x) + R(x)

Onde:
- o grau de Q(x) é igual ao grau de D(x) menos o grau d(x).
- o grau de R(x) é menor que o grau de d(x) .

Assim, ao dividirmos D(x) = 3x5 - 2x4 + 3x3 por


3x2 - 2x + 10, obtém-se um quociente Q(x) e um resto R(x), tal que:
- grau de Q(x) = 5 - 2 = 3
- grau de R(x) é menor que 2

Divisão pelo método da chave:

Vamos explicar esse método através de um exemplo. Sejam os


polinômios:
D(x) = 4x4 – 2x + 3x2 - 4x3 + 2
d(x) = x + x2 – 1

Roteiro:
1°) Ordenar os polinômios D(x) e d(x) na ordem decrescente das
potências de x.

2°) Dividir o primeiro termo de D(x) pelo 1° termo de d(x). O


resultado dessa divisão será o primeiro termo de Q(x).

3°) Multiplicar o termo obtido em Q(x) por d(x); em seguida


subtrair de D(x) o produto obtido.

86
AC-02

4°) Repetir o processo para o resto obtido, até que o grau do


resto fique menor que o grau do divisor.

3.4.3 - Teorema do Resto

O resto da divisão de um polinômio P(x) pelo binômio


(x – a) é P(a).

Exemplos:

1. Dar o resto da divisão do polinômio P(x) = 2x3 – 5x2 + 3x – 2


por x – 2.

Solução:
R = P(2) = 2.23 – 5.22 + 3.2 - 2 = 16 – 20 + 6 – 2 = 0
Portanto R = 0, isto é a divisão é exata.

2. Dar o resto da divisão dos polinômios:


A(x) | B(x)
Sendo
A(x) = 4x2 – 2x + 1; e
B(x) = x – 1.

87
AC-02

Solução:
R = A(1) = 4.12 – 2.1 + 1 = 4 – 2 + 1 ⇒ R = 3

3.4.4 - Teorema de D’Alembert

Um polinômio P(x) é divisível por (x – a)


se, e somente se, P(a) = 0.

3.4.5 - Dispositivo Prático de Briot-Ruffini

Este dispositivo é utilizado para a obtenção do quociente


Q(x) e do resto R(x) da divisão de um polinômio P(x) pelo binômio
(x – a).

Exemplo padrão 1: Dividir P(x) = 5x3 + 4x2 + 3 por (x – 2)

1º) Observe que os termos de P(x) já estão ordenados. Como falta o


termo em x, o seu coeficiente é igual a zero.
2º) O dispositivo:

3o) Como P(x) tem grau 3, Q(x) terá grau 2. Portanto, Q(x) = 5x2 +
14x + 28 e R (x) = 59.

Exemplo padrão 2: Dividir P(x) = 6x3 – 5x2 + 10x-1 por 3x-1

1o) Os termos de P(x) já estão ordenados.


2o) P(x) = (3x-1).Q(x) + R(x)
1
P(x) = 3(x- ).Q(x)+R(x)
3

88
AC-02

1
P(x) = (x- ).3 Q(x) + R(x)
3
Q1.(x)
Q1 (x)
Observe que Q1(x) = 3.Q(x) ⇒ Q(x) =
3
3o) Não podemos utilizar o dispositivo para dividir por (3x-1),
então vamos, inicialmente, obter Q1(x), dividindo por
1 1
(x- ), onde a = :
3 3

Assim, Q1(x) = 6x2 – 3x + 9


Q1 (x)
Mas, como Q(x) =
3
teremos Q(x) = 2x2 – x + 3
e teremos R(x) = 2

Exemplos:

1) As diagonais de um losango cujo lado mede 5 cm estão na


razão de 1:2. Calcule as distâncias entre os lados paralelos.

SOLUÇÃO:
d1 = K d2 = 2k

d1 .d2
AL = = k2
2
AL = 5x ⇒ 5x=k2 ⇒

89
AC-02

k2
T.P ⇒ + k2 = 25 ⇒ k2 = 20
4
⇒ 5x = 20 ⇒ x = 4

RESPOSTA = 4 cm

2) A área de um círculo inscrito num hexágono regular é 3π


cm2. Calcular a área do hexágono.
SOLUÇÃO:
O raio m do círculo é o apótema do
hexágono
πm2 = 3π ⇒ m = 3

3
l =m
Do triângulo eqüilátero, vem: 2

3
l = 3 ⇒ l =2
2

3) A área de um triângulo retângulo é igual ao produto das


medidas dos segmentos determinados sobre a hipotenusa pelo ponto
de contacto do círculo inscrito no
triângulo.
SOLUÇÃO:
Tese: S = x . y

DEMONSTRAÇÃO =

(x + r) . (y + r)
s= ⇒ 2S = xy + xr + yr + r2 (1)
2

T.P. => (x + r)2 + (y + r)2 = (x + y)2 ⇒ xr + yr + r2 = xy


Substituindo em (1) vem:

2S = xy + xy => S = xy

90
AC-02

4) a) No triângulo retângulo
da figura,
48 24 14 7
sen α = = e cos α = =
50 25 50 25

b)Se a hipotenusa for unitária,


os catetos fornecem diretamente o seno e o cosseno:

Todo ângulo agudo tem um seno e um cosseno: basta construir


um triângulo retângulo sobre ele e dividir o cateto conveniente
pela hipotenusa.
Note que seno e cosseno, assim definidos, não são medidas
de coisa alguma, mas relações entre as medidas dos catetos e da
hipotenusa.

5) Calcule o valor de x na figura, sabendo-se que o seno do


2
ângulo é .
3
Solução:
2
O valor indica a razão entre o
3
2 x
cateto oposto (x) e a hipotenusa (12), ou seja, = , logo,
3 12
2 . 12
x = = 8.
3

6) Sendo 0,6 o seno do menor ângulo agudo e 6 o menor


cateto, calcule o maior cateto de um triângulo retângulo.

Solução:
Sabendo que, num triângulo qualquer, o menor angulo opõe-se
ao menor lado, podemos esboçar a figura ao lado e escrever:

91
AC-02

6
0,6 = (é o seno de α), logo
h
h = 10
O cateto maior é obtido usando
se Pitágoras:
102 = 62 + x2 = x ⇒ 8

7) Calcular a distância entre os parapeitos de duas janelas


de um arranha.céu, conhecendo os ângulos α e β {sendo α < β) sob os
quais são observados de um ponto do solo à distância d do prédio.
Solução:

AC
∆ACD: tg β = ⇒ AC = d tg β
d
AB
∆ABD: tg α = ⇒ AB = d tg α
d
x = AC – AB
x = d tg β - d tg α
x = d (tg β - tg α)

8) Calcular:
π
a) cos 75º b) cos
12
Solução:
a) cos 75º = cos (45º + 30º) ⇒ cos 75º =
= cos 45º . cos 30º - sen 45º . cos 30º ⇒
2 3 2 1 6 2 6 − 2
⇒ cos 75º = . − . = − =
2 2 2 2 4 4 4
π 4 π − 3π π π π
b) cos = cos ( ) = cos ( − ) ⇒ cos =
12 12 3 4 12
π π π π
= cos ( ) cos ( ) + sen ( ) sen ( ) ⇒
3 4 3 4

π 1 2 3 2 2 6 2+ 6
⇒ cos = . + . = + =
12 2 2 2 2 4 4 4

92
AC-02

9) Calcular sen (a + b) sendo dados


1 3 π
sen a= ; cos b = - ; e < a,b < π
3 5 2
Solução:
1 - Cálculo de cos a.
1 8
sen2 a + cos2 a = 1 ⇒ + cos2 a = 1 ⇒ cos2 a =
9 9

π 8 2 2
Sendo < a < π, vem: cos a = - =−
2 9 3

2 - Cálculo de sen b:
9 16
sen2 b + cos2 b = 1 ⇒ sen2 b + = 1 ⇒ sen2 b =
25 25
π 16 4
Sendo < b < π, vem: sen b = + =
2 25 5

3 - Cálculo de sen (a + b) :
sen (a + b) = sen a cos b + sen b cos a

1 3 4 2 2
sen (a + b)= .(- ) + . (− ) ⇒
3 5 5 3
− 3 − 8 2
⇒ sen(a + b)=
15

10) Num triângulo ABC são dados: A= 60°, B = 75° e c =


2 2 . Calcular o perímetro do triângulo.
Solução:
Como A + B + C= 180°, A = 60° e B = 75°, segue que C= 45°.
Então:

a c a 2 2
= ⇒ = ⇒ a
sen A sen C sen 60° sen 45°

2 2 . sen 60°
= ⇒a=2 3
sen 45°
b c b 2 2
= ⇒ = ⇒
sen B sen C sen 75° sen 45°

93
AC-02

2 2 . sen 75°
b = ⇒ b= 6 + 2
sen 45°
logo o perímetro é

a + b + c = 3 2 + 2 3 + 6

11) Calcular as diagonais de um paralelogramo cujos lados


medem 10 cm e 5 cm, e formam um ângulo de 120o.
Solução:
Calculemos a diagonal maior, x,
aplicando o teorema dos cossenos ao
triângulo ABC:
x2 = 102 + 52 - 2.10.5.cos 120o
1
x2 = 100 + 25 - 100 (- ) = 175
2
x = 175 ⇒ x = 5 7 cm

Calculemos a diagonal menor, y,


no triãngulo ABD:
y2 = 102 + 52 – 2 . 10 . 5 . cos
6O°
1
y2 = 100 + 25 – 100( ) = 75
2

y = 75 ⇒ y = 5 3 cm

12) Sabendo que sen a = 0,6 e 90° < a < 180°, calcular as
demais funções trigonométricas de a.

cos a = − 1 − sen2 a = - 1 0,36 = - 0,64 = -0,8

sen a 0,6
tg a = cos a = − 0,8 = − 0,75

cos a −0,8
cotg a = sen a = 0,6 = − 1,333 ...

1 1
sec a = cos a = − 0,8 = − 1,25

1 1
cossec a = sen a = − 0,6 = − 1,666 ...

94
AC-02

Obs.: 90o < a < 180o ⇒ cos a < 0


Se não fosse dado o intervalo ao qual a pertence,

deveríamos usar cos a = ± 1 − sen2 a

(a − 1). a π
13) Sabendo que cotg x = e 0 < x < , calcular as
2a 2
demais funções de x.
Inicialmente observamos que:
a > 1
π (a − 1). a
0<x < ⇒ cot g x > 0 ⇒ > 0 ⇒
2 2a
Temos:

1 2a
tg x = = =
cot g x (a − 1). a

(a − 1)2 . a 4a + a2 − 2a + 1
cos sec x = 1 + cot g2x = 1 + =
4a2 4a
a +1
=
2 a

1 2 a
senx = =
cos sec x a +1

(a − 1) a   2 a  a − 1
cos x = cot gx.senx =    =
 2a   a + 1 a + 1

5 3π
14) Sabendo que tg x = eπ < x < , calcular o valor de
12 2
sen x

25
tg2x 25
sen2 x = = 144 =
1 − tg x 1 − 25
2
169
144
5
Como x ∈ III° Q, então, sen x = -
13

95
AC-02

15) Reduzir ao 1o quadrante:


2π 21π
a) sen 130o b)cos 240o c)tg 315o d)sec e)sen
3 4
Solução:
a) sen 130o = sen 50o
b) cos 240o =-cos 60o
c) tg 315o = - tg 45o
2π 1 1 π
d) sec = = = − sec
3 2π π 3
cos cos
3 3
21π
e) sen
4
21π π + 20π π π 5π
= = + 5π = + π + 4π = + 4π
4 4 4 4 4

21π 5π π (redução do 3° ao 1° quadrante)


sen = sen = −sen
4 4 4

16) Conduzir por P(5,4) retas que formam com o eixo dos x
os seguintes ângulos:

a) 45o b)90o c)135o d)60o e) arc tg (- 4 )


3

a) y –4 = 1(x-5), isto é
x – y – 1 = 0

b) x – 5 = 0

c) y –4 = -1(x-5), isto é
x + y – 9 = 0

d) y –4 = 3(x − 5), isto é

3x − y + 4 − 5 3 = 0

4
e) y –4 =- (x − 5), isto é: 4x + 3y – 32 = 0
3

96
AC-02

17) (r) 3x + 6y – 1 = 0 e (s) 2x + 4y + 7 = 0 são paralelas


pois:

a1 3 1
mr = - = − = −
b1 6 2
⇒ mr = ms
a2 2 1
ms = - = − = −
b2 4 2

(r) 3x + 2y – 1 = 0 e (s) 4x - 6y + 3 = 0 são


perpendiculares pois:
a1 3
mr = - = −
b1 2

⇒ mr . ms= = -1
a2 4 2
ms = - = + = −
b2 6 3

(r) 3x - 11y + 4 = 0 e (s) 11x + 3y - 2 = 0 são


perpendiculares pois:

a1 3
mr = - =
b1 11
⇒ mr . ms= = -1
a2 11
ms = - = −
b2 3

(r) x = 3 e (s) y = - 1 são perpendiculares pois r ⁄⁄ y


e s ⁄⁄ x
Notemos que neste último caso não vale a relação
mr . ms = -1, uma vez que r é vertical.

18) Construção importante: obter uma reta s que passa por


um ponto P (dado) e é perpendicular a uma reta r (dada, não
horizontal).

97
AC-02

Por exemplo vamos resolver este problema quando r tem


equação
5x + 7y + 1 = 0 e P = (6,-5):
a 5
mr = − = −
b 7

1 1 7
s ⊥ r ⇒ ms = - = − =
mr 5 5

7
Como s passa por P, a equação de
s é:
7
y – (-5) = (x − 6)
5
5(y + 5) = 7(x – 6)
5y + 25 = 7x – 42
7x – 5y – 67 = 0

19) f = 3x5 – 6x4 + 13x3 – 9x2 + 11x –1 e


g = x2 – 2x + 3

f→ 3x5 – 6x4 + 13x3 – 9x2 + 11x –1 x2 – 2x + 3 ← g


-3x5 + 6x4 – 9x3 3x3 + 4x –1 ← q
r1 → 4x3 – 9x2 + 11x –1
– 4x3 + 8x2 – 12x

r2 → – x2 – x – 1
x2 – 2x + 3
– 3x + 2 ← r

3 -6 13 -9 11 -1 1 -2 3
-3 6 -9 3 4 -1
4 -9 11 -1
-4 8 -12
-1 -1 -1
1 -2 3
-3 2

20) Dividir f = 2x5 – 3x4 + 4x3 – 6x + 7 por


g = x3 – x2 + x – 1

98
AC-02

2 -3 4 0 -6 7 1 -1 1 -1
-2 2 -2 2 2 -1 1
-1 2 2 -6 7
1 -1 1 -1
1 3 -7 7
-1 1 -1 1
4 -8 8

resposta: q = 2x2 – x + 1 e r = 4x2 – 8x + 8

21) Dividir f = x4 – 16 por g = x + 1

1 0 0 0 -16 1 1
-1 -1 1 -1 1 -1
-1 0 0 -16
1 1
1 0 -16
-1 -1
-1 -16
1 1
-15
resposta: q = x3 – x2 + x – 1 e r = -15

22) Dividir f = 3x4 – 2x3 +x2 – 7x + 1 por


5
g = 3x – 5 = 3 (x – )
3

5
3 -2 1 -7 1
3
3 3 6 3 6

q'
q’ = 3x3 + 3x2 + 6x + 3 ⇒ q = = x3 + x2 + 2x + 1
3
r = 6

23) Dividir f = 4x3 + 5x + 25 por


3
g = 2x + 3 = 2(x + )
2

99
AC-02

3
4 0 5 25 −
2
4 -6 14 4

q'
q’ = 4x2 – 6x +14 ⇒ q = = 2x2 – 3x + 7 e r = 4
2

24) Dividir f = 8x5 + 6x4 +4x3 +3x2 – 4x – 3 por


3
g = 4x + 3 = 4(x + )
4

3
8 6 4 3 -4 -3 −
4
8 0 4 0 -4 0

1
q’ = 8x4 + 4x2 – 4 ⇒ q = . q’ = 2x4 + x2 – 1 e r = 0
4

25) Qual é a expressão S cujo logaritmo decimal é


1
2 [log p + log (p – a) + log (p – b) + log (p – c)]?

Solução:
Temos:
1
log S = [log p + log (p – a) + log (p – b) + log (p – c)] ⇒
2

1
log S =
2 log [ p.(p – a).(p – b).(p – c)] ⇒
⇒ log S = log [ p.(p – a).(p – b).(p – c)]1/2 ⇒

⇒ log S = log p (p- a) (p- b) (p- c) ⇒

⇒ S = p (p- a) (p- b)(p- c)

100
AC-02

26) Qual é a expressão cujo desenvolvimento para o cálculo


2
com logaritmos é 3 [ log (a + b) + log (a – b) – 1]?

Solução:
Temos:
2
log x = [ log (a + b) + log (a – b) – 1] ⇒
3

2
⇒ log x = [log (a + b) + log (a – b) – log 10] ⇒
3

2 (a + b) (a - b)
⇒log x = log ⇒
3 10

2 a2 − b2 a2 − b2 2
log x = log ⇒ log x = log ( )3 ⇒
3 10 10

(a 2 − b 2 ) 2
⇒ log x = log 3
100

3
(a2 − b2)2
x =
100

1
27) Calcular cos (arc sen 3 )

Solução:
1
Façamos α = arc sen 3 e calculemos, então, cos α.

1 π π
Por definição, sen α = 3 e − ≤ α ≤ . Logo:
2 2
1 8
sen2 α + cos2 α = 1 ⇒ + cos2 α = 1 ⇒ cos2 α =
9 9

π π
sendo − ≤ α ≤ , cos α > 0 e, portanto,
2 2

8 2 2
cos α = + = .
9 3

101
AC-02

4 - FUNÇÕES

4.1 - GENERALIDADES SOBRE FUNÇÕES

4.1.1 - DEFINIÇÕES 1

Dados dois conjuntos A e B, ambos não vazios, uma função de


A em B é uma “lei” ou “regra” que associa a todo x ∈ A um único
y ∈ B. Se f indica essa lei e x indica um elemento genérico de A,
então o único elemento y de B associado é indicado por y = f(x)
(lê-se “f de x” ou “f calculado em x”) é chamado imagem de x por f
ou valor assumido por f em x.
O conjunto A é o domínio e o conjunto B é o contradomínio
da função f.

Notação: f: A → B A = D(f), B = CD(f)


x → f(x)

Chama-se imagem da função f o conjunto constituído pelos


elementos y ∈ B para os quais existem algum x ∈ A tal que
y = f(x).
Im(f) = {f(x) | x ∈ A}

É claro que Im(f) ⊂ B.


Uma função f: A → B se diz injetora quando para
quaisquer x 1, x2 ∈ A, x1 ≠ x2 ⇒ f(x1) ≠ f(x2) ou, em outras
palavras:
∀x1, x2 ∈ A, f(x1) = f(x2) ⇒ x1 = x2

Uma função f: A → B se diz sobrejetora quando


Im(f) = B, ou seja, para todo y ∈ B, existe em correspondência
x ∈ A tal que f(x) = y.
Uma função f: A → B se diz bijetora ou biunívoca quando
é injetora e sobrejetora.

102
AC-02

Duas funções f: A → B e g: A → B são iguais se, e


somente, se f(x) = g(x), ∀x ∈ A.
Exemplo:
As figuras abaixo tornarão mais claras as definições
apresentadas anteriormente.

FIGURA 4.1 – f: A → B, com A = {0,1,2,3} B = {-1,0,1,2,3,4,9}

FIGURA 4.2 – Domínio, contradomínio e imagem

103
AC-02

f é injetora f é sobrejetora f é bijetora

FIGURA 4.3 – Função injetora, sobrejetora e bijetora

4.1.2 - Função Real de Uma variável Real

Uma função f: A → B, onde A e B são subconjuntos não

vazios de , é chamada função real de uma variável real (ou função


de uma variável real a valores reais).
Daqui por diante, todas as funções de que trataremos serão
funções reais de uma variável real.

A Figura 4.4 representa f: → B com y = 2x.

FIGURA 4.4 – Função real

O gráfico de f: A → B é o conjunto

{(x,f(x)) ∈ 2
| x ∈ A} que pode ser representado no plano
geométrico, bastando para isso que se utilize um sistema ortogonal
de coordenadas cartesianas nesse plano. Desse modo, a cada par
ordenado (x,f(x)) fazemos corresponder um ponto P.
O leitor encontrará uma série de exemplos na seção 4.2.
Considere ainda os seguintes exemplos que ajudarão a
esclarecer as definições até agora apresentadas:

104
AC-02

FIGURA 4.5 – Caracterização gráfica de funções

FIGURA 4.6 – Funções injetoras: nenhuma reta horizontal corta o


gráfico mais de uma vez

FIGURA 4.7 – Funções sobrejetoras: nenhuma reta horizontal no


contradomínio deixa de cortar o gráfico

105
AC-02

FIGURA 4.8 - Função bijetora: cada reta corta o gráfico em um


único ponto

FIGURA 4.9 - Há funções que não são injetoras nem sobrejetoras.

4.1.3 - DEFINIÇÕES 2

A função y = f(x) é crescente no intervalo D1 ⊂ D se, para


dois valores quaisquer x1 e x2 pertencentes a D1, com x1 < x2,
tivermos f(x1) < f(x2).
Numa linguagem prática (não
matemática) , isto significa que a funçao
é crescente no intervalo D1 se, ao
aumentarmos o valor atribuído a x, o
valor de y também aumenta (Fig. 4.10).

FIG. 4.10 – Função crescente

106
AC-02

Exemplo: a função y = 2x é crescente em pois:


x1 < x2 ⇒ 2x1 < 2x2

para todo x1 ∈ e x2 ∈ .

A função y = f(x} é decrescente no intervalo D1 ⊂ D se,


para dois valores quaisquer x1 e x2 pertencentes a D1, com x1 < x2,
tivermos f(x1} > f(x2}.
Numa linguagem prática (não
matemática}, isto significa que a
função é decrescente no intervalo D1
se, ao aumentarmos o valor atribuído
a x, o valor de y diminui (Fig.
4.11}.

FIG. 4.11 – Função decrescente

Exemplo: a função y = -2x é decrescente em pois:


x1 < x2 ⇒ -2x1 > -2x2

para todo x1 ∈ e x2 ∈ .
Notemos que a mesma função y = f(x} não tem necessariamente
um só comportamento (crescente ou decrescente) em todo seu domímio
D. É comum acontecer que a mesma função seja crescente em certos
subconjuntos de D e decrescente em outros. O gráfico da Figura

4.12 representa a função y = x2 a qual é crescente em + e

decrescente em -

FIGURA 4.12 – Função decrescente/crescente

107
AC-02

Uma função f, de A em B, é denominada função par se, e


somente se:
f(x) = f(-x), ∀x ∈ A.
Isto é, dando valores simétricos à variável, obtemos o mesmo valor
para a função.
Da definição decorre que o gráfico de uma função par é
simétrico em relação ao eixo y pois:
(x,y) ∈ f ⇒ (-x, y) ∈ f

Exemplos:

a) f(x) = x é função par, pois -x = x, ∀x ∈ .

b) f(x) = x2 é função par, pois (-x)2 = x2, ∀x ∈ .


1 1 1
c) f(x) = é função par, pois = 2 , ∀x ∈ *
.
x 2
(−x )
2
x

d) f(x) = cos x é função par, pois cos(-x) = cos x, ∀x ∈ .

Uma função f, de A em B, é denominada função ímpar se, e


somente se:
f(-x) = -f(x) , ∀x ∈ A
isto é, dando valores simétricos à variável, obtemos valores
simétricos para a função.
Da definição decorre que o gráfico de uma função ímpar é
simétrico em relação à origem do sistema cartesiano pois:
(x, y) ∈ f ⇒ (-x, -y) ∈ f

Exemplos:

a) f(x) = 2x é função ímpar, pois 2(-x) = -2x, ∀x ∈ .

b) f(x) = x3 é função ímpar, pois (-x)3 = -x3, ∀x ∈ .


1 1 1
c) f(x) = é função ímpar, pois = − , ∀x ∈ *
.
x (−x) x

d) f(x) = sen x é função ímpar, pois sen(-x) = -sen x, ∀x ∈ .

4.1.4 - Função Composta e Função Inversa

Dados os conjuntos A={1, 2, 3, 4}, B={0, 2, 4, 6, 8, 9} e C


= {0, 4, 16, 36, 64, 81, 100}, consideremos as funções:

108
AC-02

f: A → B, definida por f(x) = 2x.


g: B → C, definida por g(x) = x2.

Notemos que a cada x ∈ A associa-se um único y ∈ B tal que


y = 2x e a cada y ∈ B associa-se um único z ∈ C tal que z = y2.
Assim sendo, a cada x ∈ A associa-se um único z e C tal que:

z = y2 = (2x)2 = 4x2.

Isto é, existe a função h, de A em C, definida por h: x → 4x2, a


qual é denominada função composta de g e f e se indica por "g o f"
que se lê "g composta com f" (Fig. 4.13}.

FIGURA 4.13 – Função composta

Dados os conjuntos A, B e C e as funções f, de A em B,


definida por y = f(x} e g, de B em C, definida por z = g(y} chama-
se função composta de g com f a função h = g o f, de A em C,
definida por z = g(f(x}).
Desta definição decorre que a sentença aberta que define g
o f é obtida aplicando a seguinte regra:
g(f(x)) é obtida de g(x) trocando-se x por f(x).

Exemplos:
1° ) Dados os conjuntos A = {2, 3, 4}, B = {1, 2, 3, 4} e
C = {0, 2, 4, 6, 8}, consideremos as funções:
f, de A em B, definida por y = x – 1.
g, de B em C, definida por z = 2y.

109
AC-02

Notemos que a função composta de g e f é: h = g o f, de A


em C, definida por z = 2y = 2(x - 1) = 2x - 2.

2º) Consideremos as funções:

f, de em , definida por f(x) = 2x.

g, de em , definida por g(x) = x3.

Notemos que a função composta de g e f é: h= g o f, de

em , definida por g(f(x)) = g(2x) = (2x)3 = 8x3.

Notemos que a função composta de f e g é: h' = f o g, de

em , definida por f (g(x)) = f(x3) = 2x3.

3º) Sendo f(x) = x2 - 1 e g(x) = x + 2, obter:


a) f(g(x)) c) f(g(1))
b) g(f(x)) d) g(f(0))
Para obter f(g(x)) basta substituir x por g(x) na expressão
f(x), portanto:
f(g(x)) = (x + 2)2 - 1 = x2 + 4x + 3
Para obter g(f(x)) basta substituir x por f(x) na expressão
g(x), portanto:
g(f(x)) = (x2 - 1) + 2 = x2 + 1
Para obter f(g(1)) basta trocar x por g(l) na expressão
f(x), portanto:
g(l) = 1 + 2 = 3 ⇒ f(g(1)) = f(3) = 32 - 1 = 8
Para obter g(f(0)) basta trocar x por f(0) na expressão
g(x), portanto:
f(0) = 02 - 1 = -1 ⇒ g(f(0)) = g(-1) = (-1) + 2 = 1

110
AC-02

Seja f: A → B uma função bijetora. Sendo sobrejetora,


Im(f) = B, o que significa dizer que para todo y ∈ B existe pelo
menos um x ∈ A tal que f(x} = y, e esse x é único, porque f é
injetora. Podemos, então, definir uma função
g: B → A
que a y ∈ B associa o único x ∈ A, tal que f(x} = y, ou seja,
g (y} = x ⇔ f (x} = y
Definimos, então: se f: A → B é bijetora, a função g: B →
A definida por
g(y} = x ⇔ f(x} = y
denomina-se a função inversa da função f e indica-se por f-1 (fig.
4.14)

FIGURA 4.14 – Função inversa

Uma regra prática para se obter a inversa de y = f(x) é:


1º) na sentença y = f(x) trocamos x por y e y por x,
obtendo x = f(y);
2º) expressamos y em função de x, transformando
algebricamente a expressão x = f(y) em y = f-1(x).

111
AC-02

Exemplos:

1º) Qual é a função inversa de f, função bijetora de em ,


definida por y = 2x - 4?
Vamos aplicar a regra prática:
I) permutando as variáveis: x = 2y - 4
II) expressando y em função de x:
x + 4
X = 2y - 4 ⇒ 2y = x + 4 ⇒ y =
2
x + 4
Resp.: É a função f-l, de em , definida por y = .
2

2o) Qual ê a função inversa de f, função bijetora de em ,


definida por y = x3?
Aplicando a regra prática, temos:
x = y3 ⇒ y = 3
x

Resp.: É a função f-1, de em , definida por y = 3


x.

3o) Qual ê a função inversa de f, função bijetora de + em +


2
definida por y = x ?
Aplicando a regra prática, temos:
X = y2 ⇒ y = x

Resp.: É a funçao f , de + em +, definida por y = x.

5 
4o) Qual ê a função inversa de f, função bijetora de -   em
 2
3  3x − 4
-   definida por y = ?
2 2x − 5
Aplicando a regra prática, temos:
3y − 4
x = ⇒ 2xy - 5x = 3y - 4 ⇒ 2xy - 3y = 5x – 4 ⇒
2y − 5
5x − 4
⇒ y(2x – 3) = 5x – 4 ⇒ y =
2x − 3
3  5 
Resp.: É a função f-1 , de -   em -   , definida por
2  2
5x − 4
y =
2x − 3

112
AC-02

Os gráficos de f e f-1 apresentam uma propriedade. São


simétricos em relação à bissetriz dos quadrantes 1 e 3 do plano
cartesiano, conforme mostra a Figura 4.15.

FIGURA 4.15 – Função inversa

4.2 - PRINCIPAIS FUNÇÕES ELEMENTARES

Vamos agora ver uma relação de funções que são denominadas


elementares. Elas são assim denominadas porque são as mais
conhecidas e habitualmente usadas.

4.2.1 - Função Constante

É a função f: → que a
Cada elemento x ∈ R associa sempre o
mesmo elemento c ∈ R (Fig. 4.16).
O gráfico da função constante
é uma reta paralela ao eixo dos x e
passando pelo ponto (0,c). Sua imagem é o conjunto Im = {c}.
FIG.4.16 função constante
Exemplos:

113
AC-02

4.2.2 - Função Identidade

É a função f: → que a cada

elemento x ∈ associa o próprio x.


O gráfico da função identidade é
a reta que contém as bissetrizes do 1o e
3o quadrantes. Sua imagem é o conjunto Im

= (Fig.4.17).

4.2.3 - Função Afim

É a função f: → que associa a cada x ∈ o elemento

(ax + b) ∈ , onde a ≠ 0.
Exemplos:
a) f(x) = 3x – 4 onde a = 3 e b =-4
b) f(x) = 5x + 7 onde a = 5 e b = 7
c) f(x) = -2x – 5 onde a =-2 e b =-5
d) f(x) = 3x onde a = 3 e b = 0
e) f(x) = -5x onde a =-5 e b = 0

Observação:
1o) Quando B = 0 a função afim se transforma em f: x → ax,
também chamada função linear.
2o) O gráfico da função afim é uma reta.
3o) A função afim é crescente se, e somente se, a > 0.
4o) A função afim é decrescente se, e somente se, a < 0.
Exemplos:

114
AC-02

4.2.4 - Função Modular

É a função f: → que a cada

elemento x ∈ associa o elemento |x|.


Assim sendo, a função modular f está
definida da seguinte forma:
f(x) = x se x ≥ 0
f(x) = - x se x < 0

O gráfico de f é a reunião das semi-retas de origem O, que


são bissetrizes do 1o e 2o quadrantes (Fig. 4.18).

A imagem da função modular é o conjunto Im = +, isto é, a


função modular só pode assumir valores reais não negativos.
Exemplo: Construir o gráfico da função f: x → |x - 1|.
De acordo com a definição dada, temos:
f(x) = x - 1 se x - 1 ≥ 0
f(x) = -(x - 1) se x - 1 < 0
portanto:
f(x) = x - 1 se x ≥ 1
f(x) = -x + 1 se x < 1

O gráfico de f também é a reunião das


semi-retas da figura.

4.2.5 - Função Quadrática (ou Função Trinômio do 2o Grau)

É a função que associa a cada x ∈ o elemento

(ax2 + bx + c) ∈ , onde a ≠ 0.
Exemplos:
a) f(x) = x2 + x onde a = l, b = l, c = 0
2
b) f{x) = 2x - 2x + 1 onde a = 2, b = -2, c = 1
2
c) f(x) = -x + 4x - 5 onde a = -1, b = 4, c = -5
d) f(x) = 3x2 - 10 onde a = 3, b = 0, c = -10
e) f(x) = -4x2 + 5x onde a = -4, b = 5, c = 0
f) f(x) = -2x2 + 1 onde a = -2, b = 0, c = 1

115
AC-02

Observações (ver Fig. 4.19)


1o) o gráfico da função quadrática é uma parábola cujo eixo de
simetria é perpendicular ao eixo dos x;
2o) se a > 0, a parábola representativa da função quadrática tem a
concavidade voltada para “cima";
3o) se a < 0, a parábola representativa da função quadrática tem a
concavidade voltada para “baixo";
4o) sendo ∆ = b2 - 4ac (discriminante), a parábola: (*)
a) intercepta o eixo dos x em dois pontos distintos:
− b − ∆  − b + ∆ 
P1  ,0 e P2  ,0
 2a   2a 
quando ∆ > 0.

 b 
b) tangencia o eixo dos x no ponto P− ,0 , quando
 2a 
∆ = 0.
c) não tem ponto comum com o eixo dos x quando ∆ < 0.
(*) É preciso aqui recordar a fórmula para resolução das equações
do 2o grau:

2
− b ± b2 − 4ac
y = ax + bx + c = 0 ⇒ x =
2a

 b ∆
5º) O vértice da parabola é o ponto V  − ,−  , o qual é ponto de
 2a 4a 
máximo se a < 0 ou é ponto de mínimo se a > 0.

FIGURA 4.19 – Função quadrática

116
AC-02

Exemplos:
1o) Construir o gráfico da função f : x → x2.
Esta função é definida pela relação y = x2, isto é, a cada

número x ∈ associa o número x2. Sabemos que o gráfico de f é uma


parábola com a concavidade voltada para cima, eixo de simetria
vertical, tangente ao eixo dos x( ∆ = 0) no ponto V tal que
b ∆
xv = − = 0 yv = − = 0.
2a 4a

Fazemos a tabela:
x y Ponto
-3 9 A
-2 4 B
-1 1 C
0 0 D = V
1 1 E
2 4 F
3 9 G

20) Construir o gráfico da função f : x → x2 - 6x + 8.


O gráfico desta função é uma parábola com a concavidade voltada
para cima, eixo de simetria vertical, vértice no ponto V tal que
b ∆
xv = − = 3 yv = − = −1 e corta o eixo dos x nos pontos
2a 4a
que têm como abscissas as raízes da equação y = 0, isto é, nos
pontos (2, 0) e (4, 0).

Fazemos a tabela:
x y Ponto
0 8 A
1 3 B
2 0 C
3 -1 D = V
4 0 E
5 3 F
6 8 G

A respeito da imagem da função


quadrática, obsservemos como conseqüência das propriedades já
citadas que:

117
AC-02


1o) Se a > 0, a função admite o valor mínimo yv = − e, assim,
4a

Im = {y ∈ R | y ≥ − }.
4a

2o) Se a < 0, a função admite o valor máximo yv = − e, assim,
4a

Im = {y ∈ R | y ≤ − }.
4a

4.2.6 - Função f : x → x3

É a função f: → que a cada x ∈ associa o elemento

x3 ∈ .
Vamos inicialmente construir a tabela da Fig. 4.20 e plotar
os pontos no gráfico.

x Y = x3 Ponto
-2 -8 A
− 32 − 278 B
-1 -1 C
− 12 − 18 D
0 0 E
1 1 F
2 8
1 1 G
3 27 H
2 8
2 8 I
5 125 J
2 8
3 27 K

FIGURA 4.20 – Função x3

Observemos algumas propriedades da função f(x) = x3:

a) é uma função crescente em , isto é:

∀x1 ∈ , x2 ∈ , x1 < x2 ⇒ x13 < x32


b) quando x → +∞, temos x3 → +∞, (veja em 6.4 - Limites no
Infinito).
c) quando x → -∞, temos x3 → -∞.

d) sua imagem é o conjunto Im = .

118
AC-02

O leitor poderá verificar que a função quadrática, a função


afim e a função constante são funções polinomiais de graus dois,
um e zero, respectivamente (ver 3.4).
A função x3 é um caso particular da função polinomial de
grau 3.

A função f : → , dada por f(x) = ao + a1x1 + ... + anxn


(an ≠ 0) é uma função polinomial de grau n.

4.2.7 - Função Recíproca

É a função f : *
→ que a cada elemento x ∈ *
associa
1
o elemento (Fig. 4.21).
x
x y = 1x Ponto

-4 − 14 A

-3 − 13 B

-2 − 12 C
-1 -1 D
− 12 -2 E

− 13 -3 F

− 14 -4 G
1 4 G’
4
1 3 F’
3
1 2 E’
2
1 1 D’
2 1 C’
2
3 1 B’
3
4 1 A’
4

FIGURA 4.21 – Função recíproca

A função recíproca é um caso muito particular da função


Racional fracionária, que é a função f(x) dada como quociente de
dois polinômios P(x) e Q(x) .
P(x)
f(x) = ; D(f) = { x ∈ | Q(x) ≠ 0}
Q(x)

119
AC-02

4.2.8 - Função Exponencial de Base a

É a função que a cada elemento x ∈ associa o elemento


ax, com 0 < a ≠ 1.
1o) Do que foi visto em 2.4, é fácil concluir que este fato pode
*
ser expresso assim: a imagem da função exponencial é + (a curva
está acima do eixo dos x, ∀a) .
2o) Se a > 1, a função exponencial é crescente.
3o) Se 0 < a < 1, a função exponencial é decrescente.
4o) O gráfico de toda função exponencial corta o eixo dos y no
ponto de ordenada +1 pois:
x = 0 ⇒ y = a0 = 1
Eis dois gráficos de funções exponenciais:

FIGURA 4.22 – Função exponencial

Exemplos:
1o) Construir o gráfico da função exponencial de base 2, isto é:
f : x → 2x
Inicialmente fazemos a tabela:
x y = 2x Ponto
-3 1 A
8
-2 1 B
4
-1 1 C
2
0 1 D
1 2 E
2 4 F
3 8 G

120
AC-02

1
2o) – construir o gráfico da função exponencial de base , isto é:
2
x
1
f : x →  
 2

Inicialmente fazemos a tabela:


x y = 2-x Ponto
-3 1 A
8
-2 1 B
4
-1 1 C
2
0 1 D
1 2 E
2 4 F
3 8 G

4.2.9 - Funções Trigonométricas

Conforme vimos em 3.2.5, podemos escrever que na Fig. 4.23:

FIGURA 4.23 – Círculo trigonométrico

u = abscissa de P = OP1 = cosseno de x = cos x


v = ordenada de P = OP2 = seno de x = sen x

Assim, a todo x ∈ associamos um único número real u (tal


que -1 ≤ u ≤ 1) e definimos uma função à qual damos o nome de
função cosseno e indicamos:
f : x → cos x ou y = cos x

121
AC-02

e um único número real v (tal que -1 ≤ u ≤ 1) e definimos uma


função à qual damos o nome de função seno e indicamos:
f : x → sen x ou y = sen x
Estudando a variação de u e v quando x percorre o intervalo
[0, 2π], isto é, analisando o que ocorre com OP1 e OP2 quando P
parte de A e percorre o ciclo trigonométrico no sentido anti-
horário, podemos montar a tabela e construir os gráficos

x sen x cos x
0 0 1
π 1 3
6 2 2
π 2 2
4 2 2
π 3 1
3 2 2
π 1 0
2
2π 3 - 12
3 2
3π 2 - 22
4 2
5π 1 - 32
6 2
π 0 -1
7π - 12 - 32
6
5π - 22 - 22
4
4π - 32 - 12
3
3π -1 0
2
5π - 32 1
3 2
7π - 22 2
4 2
11π - 12 3
6 2
2π 0 1

FIGURA 4.24 - Funções seno e cosseno

A imagem das funções y = sen x e y = cos x é o conjunto.

Im = {y ∈ | -1 ≤ y ≤ 1}

Se cos x ≠ 0, definimos:
senx
- funçao tangente f : x → tg x, onde tg x = .
cos x

122
AC-02

1
- função secante f : x → sec x, onde sec x = .
cos x
Montando a tabela, construímos os gráficos Figura 4.25.
Se sen x ≠ 0, definimos:
cos x
- funçao cotangente f : x → cotg x, onde cotg x = .
sen x
1
- função cossecante f : x → cossec x, onde cossec x = .
sen x
Montando a tabela, construímos os gráficos da figura 4.26

A imagem da função tangente é o conjunto .


A imagem da função secante é o conjunto {y ∈ | y ≤ -1 ou y ≥ 1}.

FIGURA 4.25 – Funções tangente e secante

A imagem da função cotangente é o conjunto .


A imagem da função cossecante é o conjunto {y ∈ | y ≤ -1 ou y ≥ 1}

FIGURA 4.26 – Funções cotangente e cossecante

4.2.10 - Função Logarítmica

Consideramos a função f definida por y = ax, com 0 < a ≠ 1,


chamada função exponencial de base a. Sabemos que:

a) f é definida em e com imagens em *


+ ;

123
AC-02

b) se a > 1, f é crescente em ;

c) se 0 < a < 1, f é decrescente em .


Em vista disso, a função f é inversível e a sua inversa é
denominada função logarítmica de base a.
Sabemos de 2.2.5 que: x = ay ⇒ y = logax.
A função logarítmica é definida em R+*, seu conjunto-imagem

é , é crescente se a > l ou decrescente se 0 < a < 1, conforme se


vê na Fig. 4.27.

FIGURA 4.27 – Função logarítmica

4.2.11 - Funções Trigonométricas Inversas

A função seno não é bijetora. Entretanto, a parte dela que


é denominada restrição principal e que é a seguinte:
 π π
sen : − , → [− 1, 1]
 2 2 
é bijetora. Portanto, admite inversa que é a função:
 π π
arcsen : [-1, 1] → − ,
 2 2 
de modo que x = arcsen y ⇔ y = sen x (x é o arco cujo seno é y).
Temos o gráfico:

FIGURA 4.28 – Função Arco-seno

124
AC-02

Chama-se restrição principal do cosseno a função:


cos : [0, π] → [-1 , 1]
e que é bijetora. Logo, admite inversa que é a função
arccos : [-1, 1] → [0, π]
de modo que x = arccos y ⇔ y = cos x (x é o arco cujo cosseno é
y). Temos o gráfico:

FIGURA 4.29 – Função arco-cosseno

Chama-se restrição principal da tangente a função

tg : →
que é bijetora. Logo, ela admite inversa que é a função
 π π
arctg : →  − 2 , 2 

de modo que x = arctg y ⇔ y = tg x (x é o arco cuja tangente é y).


Temos o gráfico:

FIGURA 4.30 - Função arco-tangente

125
AC-02

4.3 - FUNÇÃO DEFINIDA POR VÁRIAS SENTENÇAS ABERTAS

Uma função f pode ser definida por várias sentenças abertas


cada uma das quais está ligada a um domínio Di contido no domínio
de f.
Eis alguns exemplos:

1o) Seja a função f, de R em R, definida


por:
f(x) = 1 para x < 0
f(x) = 2 para 0 ≤ x < 1
f(x) = 1 para x ≥ 1
Seu gráfico está representado na figura
ao lado. Sua imagem é o conjunto
Im = {1, 2}.

2 o) Seja a função f, de em ,
definida por:
f(x) = -x para x < 0
f(x) = x2 para x ≥ 0
Seu gráfico está representado na figura
ao lado. Sua imagem é o conjunto

Im = +.

3 o) Seja a função f, de + em ,
definida por:
f(x) = x para 0 ≤ x ≤ 2
f(x) = 2 para 2 < x < 3
f(x) = 5 – x para x ≥ 3
Seu gráfico está representado na figura

ao lado. Sua imagem é o conjunto Im = {y ∈ | y ≤ 2}

Exemplos:

1. Dada a função y = x2 - 4x + 3, determinar:


a) as raízes ou zeros da função

126
AC-02

b) as coordenadas do vértice
c) o seu gráfico
d) o seu domínio e conjunto imagem

Solução:

y = x2 - 4x + 3 a = l, b = -4, c = 3
y = 0 ⇒ x2 - 4x + 3 = 0
∆ = b2 – 4ac ⇒ ∆ = (-4)2 - 4.1.3 = 4

a) Raízes:
4 + 2
x1 = = 3
2
− b ± ∆ − (−4) ± 4
x = ⇒ x =
2a 2(1)
4 − 2
x2 = = 1
2
b) Vértice V(xv,yv):
−b −(−4) 4
xv = 2a = 2(1)
=
2
= 2

−∆ −4
yv = = = −1
4a 4.(1)
c)

d) D =

Im = {y ∈ | y ≥ -1}

127
AC-02

2. Determinar m para que o gráfico da função quadrática


y = (m - 3)x2 + 5x - 2 tenha concavidade voltada "para cima".
Solução:
Condição: a > 0 ⇒ m - 3 > 0 ⇒ m > 3
3. Para que valores de m a função f(x) = x2 - 3x + m - 2 admite
duas raizes reais iguais?
Solução:
Condição: ∆ = 0
∆ = b2 - 4ac
∆ = (-3)2 - 4(1)(m - 2) = 9 - 4m + 8 ⇒
− 17 17
⇒ -4m + 17 = 0 ⇒ m = ⇒ m =
− 4 4

4. Sejam as funções reais f e g, definidas por f(x) = x2 + 4x - 5 e


g(x) = 2x – 3. Pede-se:
a) obter as leis que definem fog e gof

b) calcular (fog)(2) e (gof)(2)

c) determinar os valores do domínio da função fog que produzem


imagem 16.

Solução:
a) A lei que define (fog) é obtida a partir da lei de f, trocando-
se x por g(x):
(fog)(x) = f(g(x)) = [g(x)]2 + 4[g(x)] - 5 =
= (2x - 3)2 + 4(2x - 3) – 5 = 4x2 - 4x - 8.
A lei que define gof é obtida a partir da lei de g, trocando-se x
por f(x):
(gof)(x) = g(f(x)) = 2.f(x) - 3 = 2(x2 + 4x - 5) – 3

(gof)(x) = 2x2 + 8x - 13

b) Calculemos fog para x = 2


(fog)(2) = 4.22 - 4.2 - 8 = 0
Calculemos gof para x = 2
(gof)(2) = 2.22 + 8.2 - 13 = 11

128
AC-02

c) o problema em questão, resume-se em resolver a equação


(fog)(x) = 16, ou seja:

4x2 - 4x - 8 = 16 ⇒ 4(x2 - x - 6) = 0 ⇒ x = 3 ou x = -2.

5. Sejam as funções definidas por f(x) = x e g(x) = x2 - 3x - 4.


Determinar os domínios das funções fog e gof.

Solução

a) (fog)(x) = f(g(x)) = g(x) = x2 − 3x − 4

Para que exista (fog)(x) ∈ , devemos ter x2 - 3x - 4 ≥ 0, isto é:

x ≤ -1 ou x ≥ 4. Então

D(fog) = {(x) ∈ | x ≤ -1 ou x ≥ 4}

(gof)(x) = g(f(x)) = [f(x)]2 – 3f(x) - 4 = |x| - 3 x - 4.

Para que exista (gof)(x) ∈ , devemos ter x ≥ 0. Então

D(gof) = {x ∈ | x ≥ 0}.

6. Sejam as funções reais f(x) = 3x - 5 e (fog)(x) = x2 - 3.


Determinar a lei da função g.

Solução
Se f(x) = 3x - 5 então, trocando-se x por g(x), temos:
(fog)(x) = f(g(x)) = 3g(x) – 5
mas é dado que: (fog)(x) = x2 – 3, então:
3.g(x) - 5 = x2 – 3,
x2 + 2
ou seja: g(x) =
3

7. Sejam as funções reais g(x) = 3x - 2 e (fog)(x) = 9x2 - 3x + 1.


Determinar a lei da função f.

129
AC-02

Solução
Se (fog)(x) = 9x2 - 3x + 1 então f(g(x)) = 9x2 - 3x + 1.

g(x) + 2
Como g(x) = 3x - 2, decorre x = e então:
3
2
 g(x) + 2  g(x) + 2
f(g(x)) = 9  − 3  + 1 = [g(x)]2 + 4g(x) + 4 − g(x) − 2 + 1 =
 3  3 
= [g(x)]2 + 3g(x) + 3
logo, f(x) = x2 + 3x + 3.

8. Sejam f e g funções reais definidas por


x2 + 2x + 4, se x ≥ 1
f(x) =  e g(x) = x – 3
3x + 4, se x < 1
Obter a lei que define fog.

Solução:
Fazendo g(x) = y, temos (fog)(x) = f(g{x)) = f(y).
Temos de examinar dois casos:
1 o) y ≥ 1
y ≥ 1 ⇔ = g(x) ≥ 1 ⇔ = x - 3 ≥ 1 ⇔ x ≥ 4
y ≥ 1 ⇒ f(y) = y2 + 2y + 4 ⇒ f(g(x)) =
= (g(x))2 + 2.g(x) + 4 ⇒
⇒ (fog)(x) = (x - 3)2 + 2(x - 3) + 4 = x2 - 4x + 7
2 o) y < 1
y < 1 ⇔ g(x) < 1 ⇔ x - 3 < 1 ⇔ x < 4
y < 1 ⇒ f(y) = 3y + 4 ⇒ f(g(x)) = 3.g(x) + 4 ⇒
⇒ (fog)(x) = 3(x - 3) + 4 = 3x -5

x2 − 4x + 7, se x ≥ 4
Conclusão: (fog)(x)= 
 3x − 5, se x 〈 4

9. Seja a função f de - em +, definida por f(x) = x2. Qual é a


função inversa de f?

130
AC-02

Solução:
A função dada é f(x) = y = x2, com x ≤ 0 e y ≥ 0. Aplicando a regra
prática. temos:
I) permutando as variáveis:
x = y2, com y ≤ 0 e x ≥ 0
II) expressando y em função de x
x = y2 ⇒ y = x ou y = - x
Considerando que na função inversa f-l. devemos ter y ≤ 0 e x ≥ 0 a

lei de correspondência da função inversa será f-l(x) = - x .

Resposta: É a função f-l de + em - definida por f-l (x) = - x

10. Seja a função bijetora f de - {2} em - {1} definida por


x + 1
f{x) = . Qual é a função inversa de f?
x − 2

Solução:
x + 1
A função dada é f(x) = y = , com x ≠ 2 e y ≠ 1.
x − 2
Aplicando a regra prática, temos:
y + 1
x = ⇒ xy – 2x = y + 1 ⇒ xy – y = 2x + 1 ⇒
y − 2
2x + 1
⇒ y(x - 1) = 2x + 1 ⇒ y =
x − 1

Resp.: É a função f-l, de - {1} em em – {2} definida por


2x + 1
f-l(x) = .
x − 1

11. Sejam os conjuntos A = {x ∈ | x ≥ 1} e B = {y ∈ R | y ≥ 2} e


a função f de A em B definida por f{x) = x2 - 2x + 3. Obter a
função inversa de f.

Solução:
A função dada é f{x) = y = x2 - 2x + 3, com x ≥ 1 e y ≥ 2.
Aplicando a regra prática temos:
I) permutando as variáveis:

131
AC-02

x = y2 – 2y + 3 com y ≥ 1 e x ≥ 2
II) expressando y em função de x
x = y2 - 2y + 3 ⇒ x = y2 – 2y + 1 + 3 - 1 ⇒
⇒ x = (y - 1)2 + 2 ⇒

⇒ (y - 1)2 = x − 2 ⇒ y − 1 = x − 2 ou y − 1 = − x − 2 ⇒
⇒ y = 1 + x − 2 ou y = 1 − x − 2.

Considerando que na função inversa f-l, devemos ter y ≥ 1 e x ≥ 2,

a sentença que define a função inversa é f-1 (x) = 1 + x − 2


Resposta: f-l : B → A

f-l(x) = 1 + x − 2

12. Seja a função f de - {-2} em - {4} definida por


4x − 3
f(x) = . Qual é o valor do domínio de f-1 com imagem 5?
x + 2

Solução:

Queremos determinar a ∈ - {4} tal que f-1(a) = 5, para isto,


basta determinar a tal que f(5) = a.
4.5 − 3 17 17
a = f(5) = = ⇒ a =
5 + 2 7 7

13. Seja a função bijetora de em definida por


x2 − 1 se x ≥ 0
f(x) =  . Determinar f-1.
 x − 1 se x 〈 0

Solução:
Notemos que
1o) se x ≥ 0 então f(x) = y = x2 - 1, logo y ≥ -1.
2o) se x < O então f(x) = y = x -1, logo y < -1.
A função proposta é:
y = x2 - 1 com x ≥ 0 e y ≥ -1 ou y = x - 1 com x < 0 e y < -1.
Aplicando a regra prática:
I) permutando as variáveis, temos:
x = y2 - 1 com y ≥ 0 e x ≥ -1 ou x = y - 1 com y < 0 e x < -1

132
AC-02

II) expressando y em função de x, temos:


y = x + 1 com y ≥ 0 e x ≥ -1 ou y = x + 1 com y < 0 e
x < -1.

Logo, a função inversa f-1 é de em e definida por:


 x + 1 se x ≥ −1
f-1(x) = 
 x + 1 se x 〈 − 1

14. Dadas as funções f e g em definidas por f(x) = 3x - 2 e


g(x) = 2x + 5, determinar a função inversa de gof.

Solução
1o Processo
Determinamos inicialmente gof e em seguida (gof)-1.

(gof)(x) = g(f(x)) = 2f(x) + 5 = 2(3x - 2) + 5 = 6x + 1.

x −1
Aplicando a regra prática, temos: x = 6y + 1 ⇒ y =
6
x −1
Portanto (gof)-1(x) = .
6

2o) Processo
Determinamos inicialmente f-1 e g-1 e em seguida f-1og-1 pois

(gof)-1 = f-1og-1
Aplicando a regra prática em f(x) = 3x - 2 e g(x) = 2x + 5 temos:
x + 2 x − 5
f-1(x)= e g − 1(x) =
3 2
x − 5
+ 2
g −1(x) + 2 2 x − 1
(f − 1og − 1)(x) = (f − 1(g −1(x)) = = =
3 3 6
x −1
Portanto (gof)-1(x) = .
6

Resposta: (gof)-1 : →

x −1
(gof)-1(x) =
6

133
AC-02

15. Seja a função f em definida por f(x) = 2x - 3. Construir num


mesmo plano cartesiano os gráficos de f e f-1.

Solução:
x + 3
f(x) = 2x – 3 f-1(x) =
2
x y x y
-1 -5 -5 -1
0 -3 -3 0
1 -1 -1 1
2 1 1 2
3 3 3 3
4 5 5 4

16. Construir no mesmo diagrama os gráficos de duas funções


inversas entre si:
x + 4
1o) f : x → 2x – 4 e f-1 : x →
2
2 o) f : x → x 2 e f-1 : x → x

3 o) f : x → x 3 e f-1 : x → 3
x

Solução
x + 4
f(x) = 2x – 4 f-1(x) =
2
x y x y
-4 -12 -12 -4
-3 -10 -10 -3
-2 -8 -8 -2
-1 -6 -6 -1
0 -4 -4 0
1 -2 -2 1
2 0 0 2
3 2 2 3
4 4 4 4

f(x) = x2 f-1(x) = x
x y x y
0 0 0 0
1 1 1 1
2 4 4 2
3 9 9 3
4 16 16 4
5 25 25 5
6 36 36 6

134
AC-02

f(x) = x3 f-1(x) = 3
x
x y x y
-3 -27 -27 -3
-2 -8 -8 -2
-1 -1 -1 -1
0 0 0 0
1 1 1 1
2 8 8 2
3 27 27 3

5 - VARIAÇÃO DO SINAL DAS FUNÇÕES

5.1 - INTRODUÇÃO

O gráfico da Figura 5.1 abaixo representa uma função


y = f(x) onde a, b, c e d são dados.
Observemos que:
1º) f(x) = 0 ⇒ x = a ou x = b ou x = c ou x = d. Dizemos
que a, b, c e d são raízes ou zeros de f(x) , isto é, são os
pontos do domínio de f para os quais f(x) = 0.
2º) f(x) < 0 ⇒ x < a ou c < x < d
3º) f(x) ≤ 0 ⇒ x ≤ a ou c ≤ x ≤ d ou x = b
4º) f(x) > 0 ⇒ a < x < b ou b < x < c ou x > d
5º) f(x) ≥ 0 ⇒ a ≤ x ≤ c ou x ≥ d
Ao estudo acima efetuado, chamamos de variação do sinal da
função f.

135
AC-02

FIGURA 5.1 – Variação do sinal da Função

Outro exemplo: sejam os gráficos das funções f(x) e g(x) da


Figura 5.2, onde a, b, c e d são dados.
Observe que:
1º) f(x) = g(x) ⇒ x = a ou x = b ou x = c ou x = d (pontos de
intersecção das duas curvas)
2º) f(x) > g(x) ⇒ x < a ou b < x < c ou x > d (intervalos em que
os pontos de f(x) estão acima dos pontos de g(x))
3º) f(x) ≥ g(x) ⇒ x ≤ a ou b ≤ x ≤ c ou x ≥ d
4º) g(x) > f(x) ⇒ a < x < b ou c < x < d
5º) g(x) ≥ f(x) ⇒ a ≤ x ≤ b ou c ≤ x ≤ d

136
AC-02

FIGURA 5.2 - Comparação entre f(x) e g(x)

Se definirmos a função h : → tal que


h(x) = f(x) - g(x), veremos que recaímos no caso anterior, isto é,
na análise da variação do sinal da função h(x). Por exemplo:
f(x) = g(x) ⇒ h(x) = 0
f(x) > g(x) ⇒ h(x) > 0
Evidentemente, a variação do sinal de uma função pode ser
obtida do seu gráfico, sem maiores complicações. Contudo, a
questão não é tão trivial quando só se dispõe da expressão que
define a função. Neste caso:
1o) obtemos os zeros da função resolvendo a equação f(x) = 0.
2o) obtemos os intervalos onde f(x) < 0 ou f(x) > 0, resolvendo
inequações.

5.2 - EQUAÇÕES

5.2.1 - Definições

Sejam f(x) e g(x) duas funções cujos domínios são D1 ⊂ e

D2 ⊂ , respectivamente. Chama-se equação na incógnita x à


sentença aberta (isto é, a afirmação que pode ser falsa ou
verdadeira dependendo do valor de x escolhido) do tipo:
f(x) = g(x) ou h(x) = f(x) - g(x) = 0, ∀x ∈ D1 ∩ D2

Resolver a equação significa determinar o conjunto S ou V


(denominado conjunto solução ou conjunto verdade) dos números
r ∈ D1 ∩ D2 tais que f(r) = g(r) seja uma sentença verdadeira.

137
AC-02

Na resolução de uma equação procuramos sempre transformá-la


em outra equivalente mais simples, em que o conjunto solução possa
ser obtido com mais facilidade. Para isso, podemos fazer:
1o) f(x) + h(x) = g(x) ⇔ f(x) = g(x) – h(x)
2o) f(x) = g(x) ⇔ f(x).h(x) = g(x).h(x)
h(x) definida em D1 ∩ D2 h(x) ≠ 0

5.2.2 - Equações Polinomiais

Já vimos como resolver equações do lº e 2º graus. Façamos o


estudo para o caso geral.
Conforme o conceito de raiz apresentado, as raízes de um
polinômio P(x) são as raízes da equação P(x) = 0.
Para determinarmos essas raízes, isto é, resolver a equação
P(x) = 0, devemos saber que um polinômio P(x) de grau n pode ser
completamente fatorado em n1 fatores do 1º grau e n2 fatores do 2º
grau com n1 + 2n2 = n. Os n2 fatores do 2o grau são tais que ∆ < 0
para todos eles.
Por exemplo, P(x) = x2 - 5x + 6 (de grau n = 2) também pode
ser escrito P(x) = (x - 2)(x - 3) (2 fatores do lo grau),
3 2 2
P(x) = (x + x + x + 1) = (x + 1)(x + 1) (1 fator do 1º grau e 1
fator do 2º grau).
Atentemos agora para o seguinte fato: se uma multiplicação
tem resultado nulo, pelo menos um de seus fatores é zero.
Exemplo:
a . b . c = 0 ⇒ a = 0 ou b = 0 ou c = 0
assim:
Se um polinômio de grau n apresenta-se completamente de-
composto, suas raízes reais são as n1 raízes de cada um
de seus n1 fatores do 1o grau.

Exemplos:
1. As raízes do polinômio (x - 1)(x + 2)(x - 7), logo do 3o grau,
serão as raizes dos fatores
x - 1 = 0 ⇒ x1 = 1
x + 2 = 0 ⇒ x2 = -2

138
AC-02

x - 7 = 0 ⇒ x3 = 7

2. O polinômio (x + 3)(x2 - 4x - 5) não está completamente fatorado


mas suas raizes ainda podem ser calculadas pois conhecemos métodos
para resolver uma equação do 2o grau.
x + 3 = 0 ⇒ x1 = -3
 x2 = 5
x2 – 4x - 5 = 0 ⇒ 
x3 = −1

3. Resolva a equação do 4º grau x(x + 1)(x - 1)(2x -3) = O


Solução:
Temos 4 fatores do primeiro grau. As 4 raízes serão:
x = 0 ⇒ x1 = 0
x + 1 = 0 ⇒ x2 = -1
x - 1 = 0 ⇒ x3 = 1
3
2x - 3 = 0 ⇒ x4 =
2
3
Logo: V = {0, -1, 1, }.
2

4. Resolva a equação do 3º grau x3 - 5x2 + 7x - 3 = 0, sabendo que,


fatorada, ela fica (x - 1)2(x - 3) = 0.

Solução:
(x - 1)2(x - 3) = (x - 1)(x - 1)(x - 3)
x - 1 = 0 ⇒ x1 = 1
x - 1 = 0 ⇒ x2 = 1
x - 3 = 0 ⇒ x3 = 3
Logo: V = {1, 3}

Observação importante:
O conjunto verdade apresenta apenas 2 elementos pois uma
das raízes é dupla. Dizemos que esta raiz tem multiplicidade 2.

139
AC-02

5. Resolva a equação x3 + 2x2 - 3x = 0


Solução:
Como não conhecemos métodos para equações do 3o grau, devemos
tentar fatorar. Com efeito, basta por x em evidência:
X (x2 + 2x - 3) = 0
x = 0 ⇒ xl = 0
x2 = 1
x2 + 2x - 3 = 0 ⇒ 
x3 = −3
Logo: V = {0, 1, -3}

6. Forme um polinômio do 3o grau cujas raizes sejam 2, 3 e -1


Solução:
Tal polinômio, decomposto, deve apresentar os três seguintes
fatores do 1o grau:
x = 2 ⇒ x - 2 = 0 ⇒ (x - 2)
x = 3 ⇒ x - 3 = 0 ⇒ (x - 3)
x = -l ⇒ x + l = 0 ⇒ (x + 1)
Multiplicando-se obtemos:
(x - 2)(x - 3)(x + 1) = x3 - 4x2 + x + 6

7. Resolva x3 - 7x + 6 = 0, sabendo que uma das raízes é 2.

Solução:
Como a equação é do 3o grau, devemos ter ao todo 3 raízes. Se uma
delas é 2, haverá um fator do 1o grau igual a (x - 2) multiplicado
por algum fator do 2o grau, Q(x). Ou seja:
x3 - 7x + 6 = (x - 2).Q(x)
x3 − 7x + 6
Logo, esse fator será Q(x) =
x − 2
Efetuando esta divisão, por Briot-Ruffini vem
2 1 0 -7 6
1 2 -3

x2 = 1
Q(x) = x2 + 2x – 3 = 0 ⇒ 
x3 = −3

V= {2, 1, -3}

140
AC-02

5.2.3 - Equações Trigonométricas

Há três tipos de equações trigonométricas a que,


praticamente, todas as outras se reduzem:
senx = sena

cosx = cosa onde a é um arco conhecido
tgx = tga 

1º tipo: sen x = sen a


O seno de x será igual ao seno de a,
evidentemente, se x ≡ a (côngruos), ou também
(figura) se x e a forem suplementares
(extremidades simétricas em relação ao eixo
dos senos).

 x = a + 2kπ

sen x = sen a ⇒  ou
x = (π − a) + 2kπ

Exemplos:

x = 50º + k.360º

a) sen x = sen 50° ⇒ ou (k ∈ )
x = 130º + k.360º

 π
 x = 3 + 2kπ
π
b) senx = sen ⇒  (k ∈ )
3 2π
x = + 2kπ
 3

2o) tipo: cos x = cos a


O cosseno de x será igual ao cosseno
de a se x e a forem côngruos ou também
(figura) se forem replementares (extremidades
simétricas em relação ao eixo dos cossenos).

141
AC-02

 x = a + 2kπ

cos x = cos a ⇒  ou , (k ∈ )
 x = (2π − a) + 2kπ

que pode ser escrito assim:


 x = a + 2kπ

cos x = cos a ⇒  ou , (k ∈ )
 x = −a + 2kπ

ou, ainda mais simplesmente:

cos x = cos a ⇒ x = ±a + 2kπ

Exemplos:
a) cos x = cos 20º ⇒ x = 20º + k.360º, (k ∈ )
2π 2π
b) cos x = cos ⇒ x = ± + 2kπ, (k ∈ )
5 5

3o tipo: tg x = tg a

A tangente de x será igual à tangente


de a se x e a forem côngruos ou ainda
(figura), se forem explementares (extremidades
simétricas em relação ao centro da
circunferência).

 x = a + 2kπ

tg x = tg a  ou , (k ∈ )
 x = (π + a) + 2kπ

ou simplesmente:

tg x = tg a ⇒ x = a + kπ

Exemplos:
tg x = tg 40o ⇒ x = 40º + k.180º, (k ∈ )
2π 2π
tg x = tg ⇒ x = + kπ , (k ∈ )
3 3

142
AC-02

Exemplos:
1. sen x = sen 200°
Solução:
É claro que x pode valer 200°, mas também pode ser o suplemento de
200°, que é 180° - 200° = -20° ≡ 340°
Logo, x= 200° + k.360° ou x = 340° + k.360°

3
2. sen x =
2
Solução:
Cuidado! Só podemos descobrir x quando tivermos outro arco no
3 π
segundo membro. Com efeito, = sen , e a equação pode ser
2 3
reescrita assim:
π
sen x = sen , donde
3
π 2π
V = {x ∈ | x = + 2kπ ou x = + 2kπ , k ∈ }
3 3

3. 2(cos x) - 1 .= 0
Solução:
Primeiramente vamos isolar cos x no primeiro membro:
1
2cos x = l ⇒ cos x =
2
1 π π
Mas, = cos , 1ogo, cos x = cos
2 3 3
π
Donde V = {x ∈ | x = ± + 2kπ, k ∈ }
3

3
4. cotg x =
3

Solução:
Podemos reduzir essa equação para uma do tipo tg x = tg a.
Invertendo ambos os membros:

143
AC-02

1 3 3 racionalizando
= ⇒ tg x =        → tg x = 3
cotg x 3 3
π
tg x = tg
3
π
Logo: V = {x ∈ | x = + kπ, k ∈ }
3

5. cossec2 x = 2

Solução:
Invertendo ambos os membros fica:
1 1 1
2
= ⇒ sen2x =
cos sec x 2 2
Isolando sen x no primeiro membro vem:
1 1 1 2 2
sen x = ± = ± = ± = ±
2 2 2 2 2
Devido ao ±, devemos resolver duas equações diferentes:
 π
x = + 2kπ
π 4
2 
sen x = ⇒ senx = sen ⇒ ou
2 4  3π
x = + 2kπ
 4
 π
 x = − + 2kπ
− 2 π 4

sen x = ⇒ senx = sen(− ) ⇒ ou
2 4  3π
x = − + 2kπ
 4

Portanto, os quatro pontos assinalados na


figura correspondem à solução. E como cada
π
ponto está distanciado do seguinte de
2
podemos escrever:
π kπ
V = { x ∈ | x = + ,k ∈ }
4 2

144
AC-02

6. Sendo U = {x ∈ | 0 ≤ x < 2π}, resolva 2cos2x - 7cos x + 3 = 0.

Solução:
Para maior clareza façamos uma mudança de variável, substituindo
cos x por t.
t1 = 3
7 ± 49 − 24 7 ± 5 
2t 2
– 7t + 3 = 0 ⇒ t = = ⇒  1
4 4 t2 = 2

cos x = 3 ⇒ impossível (pois -1 ≤ cos x ≤ 1)


1 π π
cos x = ⇒ cos x = cos ⇒ x = ± + 2kπ
2 3 3
Como o universo da equação é só a primeira volta,
π 5π
V = { , }
3 3

5.2.4 - Exemplos Diversos

Exemplo 1: resolver |x -2| = 5


1º) quando x - 2 ≥ 0, |x - 2| = x - 2 = 5 ⇒ x = 7
2º) quando x - 2 < 0, |x - 2| = - x + 2 = 5 ⇒ x = -3
S = {7, -3}

x − 1
Exemplo 2: resolver +x = 7
2
Temos de considerar 2 casos:
1º) quando x - 1 ≥ 0, |x - 1| = x -1 e a equação fica:
x − 1
+ x = 7 ⇒ x - 1 + 2x = 14 ⇒ x = 5
2
2o) quando x – 1 < 0, |x - l| = -x + 1 e a equação fica:
x − 1
- + x = 7 ⇒ -x + 1 + 2x = 14 ⇒ x = 13
2
S = {5, 13}

Exemplo 3: resolver 2 |x - 3| + |x - 1| = 3
Temos de considerar 3 casos:
1º) quando x < 1:

145
AC-02

x − 3 = −x + 3
 ⇒ 2(-x + 3) + (-x + 1) = 3 ⇒
x − 1 = −x + 1

4
⇒ x = (não convém)
3
2º) quando 1 ≤ x < 3:

x − 3 = −x + 3
 ⇒ 2(-x + 3) + (x - 1) = 3 ⇒
x − 1 = x − 1 

⇒ x = 2
3º) quando x ≥ 3:

x − 3 = x − 3
 ⇒ 2(x - 3) + (x - 1) = 3 ⇒
x − 1 = x − 1

10
⇒ x =
3
10
S = {2, }
3

Exemplo 4: resolver |x|2 - 3|x| + 2 = 0

Temos de considerar 2 casos:


1o) quando x ≥ 0, |x| = x e a equação fica:
x2 - 3x + 2 = 0 ⇒ x = 1 ou x = 2
2o) quando x < 0, |x| = -x e a equação fica:
x2 + 3x + 2 = 0 ⇒ x = -1 ou x = -2
S = {-2, -1, 1, 2}

Exemplo 5: Equações exponenciais


1º) 2x = 24 ⇒ x = 4
2º) 3x = 81 ⇒ 3x = 34 ⇒ x = 4
3º) 2x-1 = 8 ⇒ 2x-1 = 23 ⇒ x - 1 = 3 ⇒ x = 4
1 1
4º) 5x-2 = ⇒ 5x-2 = ⇒ 5x-2 = 5-2 ⇒ x – 2 = -2 ⇒ x = 0
25 52
5º) 3x+1 = 27-x+2 ⇒ 3x+1 = (33)-x+2 ⇒ 3x+1 = 3-3x+6 ⇒
5
⇒ x + 1 = -3x + 6 ⇒ 4x = 6 - 1 ⇒ x =
4
146
AC-02

2x −2 2x 2
 2  5  2  2
6º)   =  ⇒  =   ⇒ 2x = 2 ⇒ x = 1
 5  2  5  5
7º) 9x - 10.3x + 9 = 0
32x - 10.3x + 9 = 0
Se 3x = y (mudança de variável), temos:

2
y1 = 1 ⇒ 3x = 1 ⇒ x = 0
y - 10y + 9 = 0 ⇒ 
y 2 = 9 ⇒ 3x = 9 ⇒ x = 2

Exemplo 6: Resolver a equação x2 + 3x + 6 - 3x = x2 + 4

Solução:
A equação proposta é equivalente a

x2 + 3x + 4 - x2 + 3x + 6 = 0 ⇒ x2 + 3x + 6 - x2 + 3x + 6 - 2 = 0

Fazendo x2 + 3x + 6 = y, temos:
y2 - y - 2 = 0 ⇒ y = 2 ou y = -1

y = -1 não convém, pois y = x2 + 3x + 6 ≥ 0


Para y = 2, temos:

x2 + 3x + 6 = 2 ⇒ x2 + 3x + 6 = 22 ⇒ x2 + 3x + 2 = 0 ⇒
⇒ x = -2 ou x = -1
S = {-2, -1}

Exemplo 7: Resolver a equação 2x + 1 + 2x − 4 = 5 .

Solução:
Antes de elevarmos ao quadrado. devemos transpor uma das raizes
para o outro membro. Assim. temos:
2x + 1 + 2x − 4 =5 ⇒ 2x + 1 = 5 − 2x − 4

⇒ ( 2x + 1 )2
(
= 5 − 2x − 4 )
2

⇒ 2x + 1 = 25 – 10 2x − 4 + 2x – 4 ⇒

⇒ 10 2x − 4 = 20 ⇒ 2x − 4 = 2 ⇒ 2x - 4 = 22 ⇒ x = 4

x = 4 é solução, pois 2.4 + 1 + 2.4 − 4 = 5


S = {4}

147
AC-02

5.3 - INEQUAÇÕES

5.3.1 - Definições

Sejam as funções f(x) e g(x) cujos domínios são

respectivamente D1 ⊂ e D2 ⊂ . Chamamos inequação na incógnita


x, a qualquer uma das sentenças abertas abaixo:
f(x) > g(x) ; f(x) < g(x) ; f(x) ≥ g(x) e f(x) ≤ g(x)
O domínio de validade das inequações acima é D = D1 ∩ D2.
Resolver a inequação é encontrar seu conjunto solução, isto
é, o conjunto de todos os números reais x que tornam verdadeira a
desigualdade em questão.

Exemplo: Para 2x + 1 > x + 3 o conjunto solução é

S = {x ∈ | x > 2}
O número real 3 ∈ S é solução da inequação pois
2.3 + 1 > 2 + 3.
Observemos que o conjunto solução é sempre parte do domínio
de validade da inequação.
S ⊂ D
Na resolução de uma inequação procuramos sempre transformá-
la em outra mais simples, com o mesmo conjunto solução.
Para isso,
1o) podemos transpor um termo de membro para outro trocando o sinal
do termo considerado, isto é
h(x) + f(x) < g(x) ⇒ f(x) < g(x) - h(x)
2o) podemos multiplicar os dois membros pela mesma expressão,
mantendo ou invertendo o sentido da desigualdade, conforme essa
expressão seja positiva ou negativa, respectivamente, isto é:
f(x}h(x) < g(x}h(x} , se h(x} > 0
f(x} < g(x} ⇒ 
f(x} h(x} > g(x} h(x} , se h(x} < 0
para h(x} definida em D1 ∩ D2

148
AC-02

5.3.2 - Sinal das Funções Afim e Quadrática

As inequações ax + b > 0 e ax + b < 0, a ≠ 0 podem ser


resolvidas através do gráfico da função afim (Fig. 5.3}.

FIGURA 5.3 - Sinal da Função Afim

Por exemplo:
3x + 6 > 0
x > - 2

S = {x E | x > -2}
Compare esta solução com a solução gráfica.
As inequações do 2o grau ax2 + bx + c > 0 e
ax2 + bx + c < 0, a ≠ 0, podem ser resolvidas através do gráfico da
função quadrática (Fig. 5.4}.

Exemplo:
-2x2 + 3x + 2 ≥ 0
f(x} = -2x2 + 3x + 2
1
As raízes de f são x1 = - e x = 2; a = -2 < 0.
2

Da Figura 5.4 temos: S = {x ∈ | -½ ≤ x ≤ 2}

149
AC-02

FIGURA 5.4 - Sinal da Função Quadrática

5.3.3 - Solução Geral de Inequação

Dada uma função h(x) definida em D e sendo conhecidos os


zeros e os pontos de descontinuidade (isto é, os pontos onde a
função não está definida) fica razoavelmente simples resolver uma
inequação do tipo h(x) > 0 se nos recordarmos de algumas
propriedades dos números reais:
a
1º) a > 0 e b > 0 ⇒ a.b > 0,
b > 0

a
2º) a > 0 e b < 0 ⇒ a.b < 0, b < 0

3º) a.b = 0 ⇒ a = 0 ou b = 0

0 a
4º) = 0 e 0 ∉
b

5º) a < b < c ⇒ a < b e b < c

n
6º) a ≤ 0 e n ∈ é par ⇒ an ≥ 0; a ∉ , a < 0

150
AC-02

n
n ∈ é impar ⇒ an ≤ 0; a ≤ 0

7º) ver as desigualdades dadas em 2.3.2, 2.4 e 2.5.2.

Exemplos: II

1) Resolver 3x + 2 < -x + 3 ≤ x + 4

I
Temos que resolver duas
inequações:
1
I) 3x + 2 < -x + 3 ⇒ 4x < 1 ⇒ x <
4
1
II) -x + 3 ≤ x + 4 ⇒ -2x ≤ 1 ⇒ x ≥ -
2
A intersecção destes dois conjuntos é
1 1
S = {x ∈ | - ≤ x <
2 4

Podemos estender o raciocínio empregado no estudo dos


sinais de um produto de dois fatores para um produto com mais dois
fatores.

2) Resolver a inequação (3x - 2)(x + 1)(3 - x) < 0 em .


Analisando os sinais dos fatores, temos:

151
AC-02

A inequação f(x).g(x) ≥ 0 tem por conjunto solução S a


reunião do conjunto solução S1 da inequação f(x).g(x) > 0 com o
conjunto solução S2 da equação f(x)g(x) = 0, isto é:

f(x).g(x) > 0
f(x).g(x) ≥ 0 ⇔ ou
f(x).g(x) = 0

3 - Resolver a inequação (3x + 1) (2x - 5) ≥ 0 em .

A inequação (3x + 1)(2x -5) ≥ O é equivalente a:

(3x + 1)(2x - 5) > 0 (I)



ou
(3x + 1).(2x - 5) = 0 (II)

1 5
Resolvendo (I) temos S1 = {x ∈  x < - ou x > }
3 2
1 5
Resolvendo (II) temos S2 = {- , }
3 2
O conjunto solução é:
1 5 1 5
S = S1 ∪ S2 = {x ∈  x < - ou x > } ∪ {- , }
3 2 3 2
Ou seja:
1 5
S = {x ∈  x ≤ - ou x ≥ }
3 2
Se recorrêssemos ao quadro-produto, teríamos:

152
AC-02

4 - Resolver em as inequações abaixo:

2
1º) (3x - 2)3 > 0 ⇒ 3x - 2 > 0 ⇒ S = {x ∈  x > }
3
3
2º) (4x - 3)6 > 0 ⇒ 4x - 3 ≠ 0 ⇒ S = {x ∈  x ≠ }
4
1
3º) (2x + 1)5 < 0 ⇒ 2x + 1 < 0 ⇒ S = {x ∈  x < - }
2
4º) (x - 2)4 < 0 ⇒ S = ∅
3
5º) (3 - 5x)7 ≥ 0 ⇒ 3 - 5x ≥ 0 ⇒ S = {x ∈  x ≤ }
5

6º) (4x - 5)2 ≥ 0 ⇒ S =


7º) (8 - 2x)4 ≤ 0 ⇒ S = {4}

5) Resolver em R a inequação 3x + 4 ≤ 2 . Temos:


1 − x
Solução:
3x + 4 3x + 4 3x + 4 − 2 ⋅ (1 − x)
≤ 2 ⇒ − 2 ≤ 0 ⇒ ≤ 0
1 − x 1 − x 1 − x
5x + 2
⇒ ≤ 0
1 − x
Fazendo o quadro-quociente,temos

2
S = {x ∈ R x ≤ − ou x > 1}
5

153
AC-02

Podemos resolver a inequação 3x + 4 ≤ 2 , multiplicando por


1 − x
h(x)= 1 – x e examinado os dois casos
a)h(x)= 1 – x > 0, isto é, x < 1
3x + 4 2
≤ 2 ⇒ 3x + 4 ≤ 2(1 − x) ⇒ x ≤ −
1 − x 5
2 2
S1 = {x ∈ R x < 1} ∩ {x ∈ R x ≤ − } = {x ∈ R x ≤ − }
5 5
b) h(x)= 1 – x < 0, isto é, x > 1,
3x + 4 2
> 2 ⇒ 3x + 4 > 2(1 − x) ⇒ x > −
1 − x 5
2
S2 = {x ∈ R x > 1} ∩ {x ∈ R x > − } = {x ∈ R x > 1}
5
2
S = S1 ∪ S2 = {x ∈ R x ≤ − ou x > 1}
5

6)Resolver em R a inequação (x – 3)5 (2x + 3)6 < 0


Solução:
Estudemos separadamente os sinais das funções f(x)=(x-3)5 e
g(x)=(2x+3)6. Lembrando que a potência de expoente ímpar e base
real tem o sinal da base, então o sinal de (x-3)5 é igual ao sinal
de x-3, isto é

A potência de expoente par e base não nula é sempre


positiva, então (2x+3)6 é positivo se x ≠ - 3/2 e (2x+3)6 é nulo se
x = -3/2, isto é

Fazendo o quadro-produto, temos:

154
AC-02

3
S = {x ∈ R x < 3 e x ≠ − }
2

7) a)Resolver em R: 2x + 1 < 3

b)Resolva em R: 4x − 3 > 5
Solução:
a)

2 x + 1 < 3 ⇒ −3 < 2 x + 1 < 3 ⇒ −2 < x < 1

S = {x ∈ R − 2 < x < 1}
b)

4x − 3 > 5 ⇒ (4x − 3 < −5 ou 4x − 3 > 5) ⇒


1
⇒ x < − ou x > 2
2
1
S = {x ∈ R x < − ou x > 2}
2

8) Resolver em R a inequação 2x -7 + x + 1 ≥ 0

 x + 1 se x ≥ −1 
Solução:Notando que x + 1 =  
− x − 1 se x < -1
Devemos então, considerar dois casos
a) se x ≥ −1 , temos

2x -7 + x +1 ≥ 0 ⇒ 2x − 7 + x +1 ≥ 0 ⇔ x ≥ 2
a solução S1 é
S1 = {x ∈ R x ≥ −1} ∩ {x ∈ R x ≥ 2} = {x ∈ R x ≥ 2}
b) se x < -1, temos

2x -7 + x +1 ≥ 0 ⇒ 2x − 7 − x −1 ≥ 0 ⇔ x ≥ 8
a solução S2 é

155
AC-02

S2 = {x ∈ R x < −1} ∩ {x ∈ R x ≥ 8} = ∅
A solução da ineguação proposta é
S = S1 ∪ S2 = {x ∈ R x ≥ 2}

9)Resolver as inequações irracionais


a) x 2 − 3x < 2

b) 2x + 5 ≤ x + 1
Solução:
x 2 − 3x ≥ 0
a) x 2 − 3x < 2 ⇒ x 2 − 3x < 4 ⇒  2
x − 3x < 4
x 2 − 3x ≥ 0 x ≤ 0 ou x ≥ 3 (I)
⇒  2 ⇒ 
x − 3x < 4  − 1 < x < 4 (II)

S = {x ∈ R − 1 < x ≤ 0 ou 3 ≤ x < 4}}

 x + 1 ≥ 0
b) 2x + 5 ≤ x + 1 ⇒  2
0 ≤ 2x + 5 ≤ (x + 1)

 x + 1 ≥ 0 x + 1 ≥ 0  x ≥ −1 (I)
   5
 2x + 5 ≥ 0 ⇒ 2x + 5 ≥ 0 ⇒  x ≥ − (II)
2x + 5 < (x + 1)2 x2 − 4 ≥ 0  2
  x ≤ − 2 ou x ≥ 2 (III)

S = {x ∈ R x ≥ 2}

156
AC-02

3 − x
10)Resolver a inequação ≤ 2
x
Solução:
Para resolvermos esta inequação, devemos multiplicar ambos
os membros por x, não esquecendo que dependendo do sinal de x, o
sentido da desigualdade será mantido ou invertido
1ª Possibilidade x > 0 (I)
3 − x
≤ 2 ⇒ 3 − x ≤ 2x ⇒ 0 ≤ 3 − x ≤ 4x 2 ⇒
x

 3 − x ≥ 0  3 − x ≥ 0 x ≤ 3 (II)
⇒  ⇒  2 ⇒ x ≤ −1 ou x ≥ 3 (III)
3 − x ≤ 4x 4x + x − 3 ≥ 0
2
 4

3
S1 = {x ∈ R ≤ x ≤ 3}
4

2ª Possibilidade x < 0 (IV)


3 − x (2x < 0) 3
≤ 2 ⇒ 3 − x ≥ 2x ⇒ 3 − x ≥ 0 ⇒ x ≤
x 4

S2 = {x ∈ R x < 0}
A solução da inequação proposta é dada por
S = S1 ∪ S2 = {x ∈ R x ≥ 2}

11 – Determinar x para que log2 (2x – 3) exista

Solução:
∃ log se:a) 2x – 3 > 0 ⇒ x > 3/2, onde 2x – 3 é o logaritmando.

157
AC-02

 3
D = x ∈ ℜ / x > 
 2

12 – Determinar o valor de x para que log2x - 5 5 exista

Solução:
∃ log se:a) 2x – 5 > 0 ⇒ x > 5/2
e
b) 2x – 5 ≠ 1 ⇒ 2x ≠ 6 ⇒ x ≠ 3
 5 
D = x ∈ ℜ / x > e x ≠ 3
 2 

13 – Determinar o valor de x para que log5x - 15 (2x – 8) exista

Solução:
∃ log se:a) 2x – 8 > 0 ⇒ 2x > 8 ⇒ x > 4
b) 5x – 15 > 0 ⇒ 5x > 15 ⇒ x > 3
c) 5x – 15 ≠ 1 ⇒ 5x ≠ 16 ⇒ x ≠ 16/5
Como as condições a, b e c devem ser satisfeitas
simultaneamente, tomamos os valores de x da interseção dos três
intervalos:

D = {x ∈ ℜ / x > 4}

14 – Resolver as seguintes inequações logarítmicas

1°) log 5
x > log 5
7

Solução:
Como 5 > 0 ⇒ x > 7

2°) log2 5 > log2 x


Solução:
Como 2 > 0 ⇒ 5 > x > 0

3°) log7(x − 1) > log7 2


Solução:

158
AC-02

Como 7 > 0 ⇒ 0 < x − 1 < 2 ⇒ 1 < x < 3

4°) log 1 x > log 1 3


3 3

Solução:
1
Como 0 < < 1 ⇒ 0 < x < 3
3

5°) log 1 7 < log 1 x


3 3
Solução:
1
Como 0 < < 1 ⇒ 7 > x > 0
3

6°) log 1 7 > log 1 x


3 3
Solução:
1
Como 0 < < 1 ⇒ 7 < x ou x > 7
3

7°) log 4(x − 2) > log 4 5


5 5
Solução:
4
Como 0 < < 1 ⇒ x − 2 > 5 ⇒ x > 7
5

15 – Resolver a inequação –2x2 + 3x + 2 ≥ 0

Solução:
Considerando f(x) = –2x2 + 3x + 2, temos a = -2<0, ∆ = 25>0 e os
zeros x1 = -1/2 e x2 = 2, então

159
AC-02

 1
f(x) < 0 para x < −
2
ou x > 2

 1
f(x) = 0 para x = − ou x = 2
 2
 1
f(x) > 0 para −
2
< x < 2

Como a inequação e f(x) ≥ 0, vem:


 1 
S = x ∈ ℜ/ − ≤ x ≤ 2
 2 

16 – Resolver a inequação (x2 – x - 2)(-x2 + 4x –3)> 0 em R

Solução:
Analisando os sinais dos fatores, temos:

Fazendo o quadro-produto

S = {x ∈ ℜ / − 1 < x < 1 ou 2 < x < 3}

2x 2 + x − 1
17 – Resolver a inequação ≤ 0 em R
2x − x 2

Solução:
Analisando os sinais do numerador e do denominador, temos:

160
AC-02

Fazendo o quadro-quociente, vem

 1 
S = x ∈ ℜ / x ≤ −1 ou 0 < x ≤ ou x > 2
 2 

5.4 - IDENTIDADE

5.4.1 - Definição

Dadas duas funções f(x) e g(x) de domínios D1 e D2,


respectivamente, diremos que f(x) é idêntica a g(x) quando e
somente quando f(x) e g(x) assumirem valores iguais para todos os
valores de x, para os quais as duas funções existem. Em símbolos,
indicaremos:

f(x) ≡ g(x) ⇔ f(x) = g(x), ∀ x ∈ D sendo D = D1 ∩ D2

Exemplos:

1. Demonstrar as seguintes identidades:


a) cos4 a − sen 4 a = 2. cos2 a − 1
Primeiro membro = cos4 a − sen 4 a = (cos2 a + sen 2 a)(cos2 a − sen 2a) ⇒

⇒ 1.(cos2 a − sen 2 a) = cos2 a − (1 − cos2 a) = 2 cos2 a − 1 =Segundo membro

b) (1 + sena + cos a)2 = 2.(1 + cos a)(1 − sena)


Primeiro membro = (1 + sena + cos a).(1 + sena + cos a) ⇒

⇒ 1 + (sen 2a + cos2 a) + 2.sena + 2.sena. cos a + 2. cos a


⇒ 2 + 2.sena + 2.sena. cos a + 2. cos a = 2(1 + sena) + 2 cos a(sena + 1) ⇒
⇒ 2.(1 + cos a)(1 − sena) = Segundo membro

3. tg a + cot ga = tg a. cos sec 2 a

161
AC-02

Segundo membro = tg a. cos sec 2 a = tg a.(1 + cot g 2 a) ⇒


tg a + (tg a. cot g a). cot g a = tg a + cot g a = Primeiro membro

4. (sec x − cos x )2 + (cos sec x − senx)2 − (cot gx − tgx)2 = 1


Primeiro membro =
= (sec2 x − 2 + cos2 x) + (cos sec2 x − 2 + sen2x) − (cot g2x − 2 + tg2x) =

= (2 − 2 − 2) + (sec2 x − tg 2 x) + (cos sec2 x − cot g 2 x) + (cos2 x + sen 2 x) =


= 1 + 1 + 1 – 2 = 1 = segundo membro

5. tg 2 a + cos2 a = sec 2 a − sen 2 a

Segundo termo – Primeiro termo = sec 2 a − sen 2 a − tg 2 a − cos2 a =

(sec 2
a − tg 2 a) − (sen 2 a + cos2 a) = 0

tga sen a
6. =
1 + tg a
2
sec a
sen a
tga sena sen a
Primeiro termo = = cos a = = = Segundo membro
2
sec a 1 1 sec a
cos2 a cos a

(tg a − cot ga)2


7. tg a + cot ga − = 4.sen a. cos a
tg a + cot ga

(tg a + cot ga)2 − (tg a − cot ga)2


Primeiro membro = ⇒
tg a + cot ga

(tg 2
a + 2 + cot g 2 a) − (tg 2 a − 2 + cot g 2 a)
=
4

tg a + cot ga sen a cos a
+
cos a sen a

4
= = 4.sen a. cos a = Segundo membro
sen a + cos2 a
2

sen a. cos a

8. sec 2 x − tg 6 x = 1 + 3.tg 2 x. sec 2 x

Primeiro membro = (sec 2 x ) − tg 6 x = (1 + tg 2 x ) − tg 6 x ⇒


3 3

1 + 3.tg 2 x + tg 4 x + tg 6 x − tg 6 x = 1 + 3.tg 2 x.(1 + tg 2 x) ⇒

162
AC-02

= 1 + 3tg 2 x. sec 2 x = Segundo membro

9. (tgx − sen x )2 + (1 − cos x) 2 = (sec x − 1) 2

Segundo membro = sec 2 x − 2. sec x + 1 = h(x)


Primeiro membro = tg 2 x − 2.sen x.tgx + sen 2 x + 1 − 2. cos x + cos2 x ⇒

 sen 2 x   sen 2 x + cos2 x 


(tg x
2
+ 1) −  2 + 2. cos x  + (sen 2 x + cos2 x ) = sec 2 x − 2.  + 1 ⇒
 cos x   cos x 
sec 2 x − 2. sec x + 1 = h(x)

Exemplos do Capítulo

1. Resolver a equação logarítmica 3. log 28 x + 3 = log 8 x10 .

Solução: Devemos ter x > 0


3. log 28 x + 3 = log 8 x10 ⇒ 3. log 28 x + 3 = 10. log 8 x ⇒
⇒ 3. log 28 x − 10. log 8 x + 3 = 0
Fazendo log 8 x = y, temos a equação 3y2 – 10y +3 = 0 ⇒
1
y = 3 ou y =
3
Então:
1°) log8 x = 3 ⇒ x = 83 ⇒ x = 512
1
2°) log 8 x = ⇒ x = 81/3 ⇒ x = 2
3
S = {2,512}

2. Resolver a equação 2.cos2x + 3.senx – 3 = 0

Resolver: substituindo-se cos2x por 1 - sen2x, temos,


2.(1-sen2x) + 3.senx – 3 = 0
- 2.sen2x + 3.senx - 1 = 0
2.sen2x - 3.senx + 1 = 0
3 ± 9 − 8 3 ± 1
sen x = =
4 4

163
AC-02

 π
sen x = 1 ⇒ x = 2 + 2kπ

sen x = 1 ⇒ sen x = sen π  ⇒ x = π + 2kπ ou x = π − π + 2kπ
 2 6 6 6
π π π
S = {x | x = + 2kπ ou x = + 2kπ ou x = π − + 2kπ }
2 6 6

3. Resolver a equação cos2x + 4.cosx + 3 = 0.

Solução: Substituindo-se cos2x por 2.cos2x – 1, temos,


(2.cos2x – 1) + 4.cosx + 3 = 0
2.cos2x + 4.cosx + 2 = 0
cos2x + 2.cosx + 1 = 0
− 2 ± 4 − 4
cosx = = - 1 ⇒ x = π + 2kπ
2
S = {x | x = π + 2kπ }

4. Resolver a equação tgx + cotgx = 2.

Solução:
1
tgx + = 2 ⇒ tg 2 x + 1 = 2.tgx ⇒ tg 2 x − 2.tgx + 1 = 0
tgx

2 ± 4 − 4  π
Assim, tgx = ⇒ tgx = 1 ⇒ tgx = tg 
2  4
π
S = {x | x = + kπ }
4

5. Demonstrar a identidade: sen(a+b).sen(a-b) = sen2a – sen2b.

Solução: d = sen(a+b).sen(a-b) – (sen2a – sen2b)


⇒ d = (sena. cos b + senb. cos a)(sena. cos b − senb. cos a) − sen 2 a + sen 2 b

⇒ d = (sen 2 a. cos2 b − sen 2 b. cos2 a) − sen 2 a + sen 2 b

⇒ d = sen 2 a.(− sen 2 b) − sen 2 b.(− sen 2 a)

⇒ d = −sen 2 a.sen 2 b + sen 2 b.sen 2 a ⇒ d = 0


∴ sen(a+b).sen(a-b) – (sen2a – sen2b)

164
AC-02

6. Resolver as equações:

a) x 3 − 3 x 3 + 2 = 0 b) 4
x + 2 x − 1 = 0

Soluções:

a) Fazendo x 3 = y e x3 = y2, temos,


y2 -3y + 2 = 0 ⇒ y = 1 ou y = 2

mas y = x 3 , logo

x3 = 1 ⇒ x3 = 1 ⇒ x = 1

x3 = 2 ⇒ x3 = 4 ⇒ x = 3
4
S = {1, 3 4 }
b) Fazendo 3
x = y e x = y 2 , temos,
1
2y2 + y – 1 = 0 ⇒ y = 1 ou y = - 1
2
Agora calculemos x:
4
x = −1 ⇒ x ∉ R
1 1
4
x = ⇒ x =
2 16
1
S = { }
16

7. Resolver a inequação mx –n > 3, sendo m < 0.

Solução: mx –n > 3 ⇒ mx > n +3


Dividindo os dois membros por m (note que m < 0), vem:
n + 3
x <
m
n + 3
S = {x ∈ R | x < }
m

8. Resolver (x – 5)4 ≤ 0

Solução:
(x − 5) 4 < 0 ⇒ S1 = φ, ou
(x – 5) 4
≤ 0 ⇒ 
(x − 5) 4 = 0 ⇒ x − 5 = 0 ⇒ x = 5 ⇒ S1 = {5}

Desta forma, S = S1 ∪ S2 ⇒ S = {5}

165
AC-02

9. Resolver (2x + 3)13 ≥ 0.

Solução:
3
(2x + 3)13 ≥ 0 ⇒ 2x + 3 ≥ 0 ⇒ x ≥ −
2
3
S = {x ∈ R | x ≥ − }
2

2x − 1 x − 4 x
10. Dar o conjunto solução da ineqüação: − > 3 −
3 2 4

Solução:
2x −1 x − 4 x 4 .( 2 x − 1) − 6 .( x − 4 ) − 36 + 3 x
− −3+ > 0⇒ >0⇒
3 2 4 12
8x – 4 – 6x + 24 – 36 + 3x > ⇒ 5x – 16 > 0
16
x >
5
16
S = {x ∈ R | x > }
5

11. Determine o valor de x para satisfazer as equações.


1°) 2x = 24
Solução:
x = 4

2°) 3x = 81
Solução:
3x = 34 ⇒ x = 4

3°) 2x − 1 = 8
Solução:
2x − 1 = 23 ⇒ x − 1 = 3 ⇒ x = 4

1
4° ) 5x − 2 =
25
Solução:
1
5x − 2 = 2 ⇒ 5x − 2 = 5 − 2 ⇒ x − 2 = − 2 ⇒ x = 0
5

5°) 3x + 1 = 27−x + 2
Solução:

166
AC-02

3x + 1 = (33)−x + 2 ⇒ 3x + 1 = 3−3x + 6 ⇒ x + 1 = −3x + 6 ⇒ 4x = 6 − 1


5
⇒ x =
4

2x −2
 2  5
6° )   =  
 5  2
Solução:
2x 2
 2  2
  =   ⇒ 2x = 2 ⇒ x = 1
 5  5

7°) 9x − 10 ⋅ 3x + 9 = 0
Solução:
32x − 10 ⋅ 3x + 9 = 0, fazendo 3x = y tem − se y2 − 10y + 9 = 0
y1 = 1 ⇒ 3x = 1 ⇒ x = 0
⇒ 
y2 = 9 ⇒ 3x = 9 ⇒ x = 2

12. Para que valores de x é descrescente a função f(x) = 2 ⋅ x − 4 ?


Solução:
Vamos definir f através de várias sentenças. Como primeiro passo,
temos:
 2x − 4, se x ≥ 0
f(x) = 
 − 2x − 4, se x < 0
e finalmente vem:
2x − 4, se x ≥ 2
− 2x + 4, se 0 ≤ x < 2

f(x) = 
2x + 4, se − 2 < x < 0
− 2x − 4, se x ≤ −2
A derivada de f é, portanto:
2, se − 2 < x < 0 ou x > 2
f´(x) = 
− 2, se 0 < x < 2 ou x < −2
e não é definida para x = 0 ou 2 ou –2.
Assim, f é decrescente para x pertencente ao conjunto

13. Determinar o conjunto dos valores de x para os quais a função


f(x) = x 2 − log e x é crescente.

Solução: Devemos calcular a derivada de f e determinar em que


conjunto a função f’ é não negativa. Temos:
1 2x 2 − 1
f'(x) = 2x − =
x x

167
AC-02

2x 2 − 1 2 2
f'(x) ≥ 0 ⇒ ≥ 0 ⇒ − ≤ x < 0 ou x ≥
x 2 2
Lembrando que D(f) = R *+ , vem a resposta: f é crescente para

2
x ≥ .
2

14. resolver as inequações:


a) 3x − 5 ≥ 2

b) 3x 2 − 7x + 2 > −4

c) 2x − 1 > x − 2

Solução:
a) 3x − 5 ≥ 2 ⇒ 3x − 5 ≥ 22 ⇒ x ≥ 3

S = {x ∈ ℜ x ≥ 3}

1
b) 3x 2 − 7x + 2 > −4 ⇒ 3x 2 − 7x + 2 ≥ 0 ⇒ x ≤ ou x ≥ 2
3
1
S = {x ∈ ℜ x ≤ ou x ≥ 2}
3
 2x − 1 ≥ 0 e x − 2 < 0 (I)
c) 2x − 1 > x − 2 ⇒ 
2x − 1 > (x − 2) e x − 2 ≥ 0 (II)
2

resolvendo (I), temos

2x − 1 ≥ 0  1
x ≥ (III)
 ⇒ 2
 x − 2 < 0  x < 2 (IV)

1
S1 = {x ∈ ℜ ≤ x < 2}
2

resolvendo (II), temos


2x − 1 ≥ (x − 2)2 x2 − 6x + 5 < 0 1 < x < 5 (V)
 ⇒ ⇒
 x − 2 ≥ 0  x − 2 ≥ 0  x ≥ 2 (VI)

168
AC-02

S 2 = {x ∈ ℜ 2 ≤ x < 5}

1
S = S1 ∪ S 2 = {x ∈ ℜ ≤ x < 5}
2

6 - LIMITE

6.1 - NOÇÃO DE LIMITE DE UMA FUNÇÃO

( 2 x + 1)( x − 1)
Seja a função f ( x ) = definida para todo x real e x
( x − 1)

≠ 1. Se x ≠ 1, podemos dividir o numerador e o denominador por x -1


obtendo f(x) = 2x + 1.
Estudemos os valores da função f quando x assume valores
próximos de 1, mas diferentes de 1.
Atribuindo a x valores próximos de 1, porém menores que 1,
temos:

x 0 0,5 0,75 0,9 0,99 0,999


f(x) 1 2 2,5 2,8 2,98 2,998
x-1 -1 -0,5 -0,25 -0,1 -0,01 -0,001
f(x)-3 2 -1 -0,5 -0,2 -0,02 -0,002

Se atribuirmos a x valores próximos de 1, porém maiores que


1, temos:
x 2 1,5 1,25 1,1 1,01 1,001
f(x) 5 4 3,5 3,2 3,02 3,002
x-1 1 0,5 0,2 0,1 0,01 0,001
f(x)-3 2 1 0,5 0,2 0,02 0,002

169
AC-02

Observemos em ambas as tabelas que, quando x se aproxima


cada vez mais de 1, f(x) aproxima-se cada vez mais de 3, isto é,
quanto mais próximo de 1 estiver x, tanto mais próximo de 3 estará
f(x).
Pelas duas tabelas vemos que:
|x- 1| = 0,1 ⇒ |f(x) -3| = 0,2
|x- 1| = 0,001 ⇒ |f(x) -3| = 0,02
|x- 1| = 0,0001 ⇒ |f(x) -3| = 0,002

Observemos que podemos tornar f(x) tão próximo de 3 quanto


desejarmos, bastando para isto tomarmos x suficientemente próximo
de 1.
Um outro modo de dizermos isto é dizer: podemos tornar o
módulo da diferença entre f(x) e 3 tão pequeno quanto desejarmos
desde que tomemos o módulo da diferença entre x e 1
suficientemente pequeno.
Dizemos, então, que o limite de f(x) é 3 quando x tende a 1
e escrevemos simbolicamente:

lim f ( x) = 3
x →1

Consideremos, agora, o caso geral de uma função f definida


num intervalo aberto ao qual pertence o número real a, exceto
eventualmente em a. Se for possível tornar o módulo da diferença
entre f(x) e L tão pequeno quanto desejarmos, tomando para isso o
módulo da diferença entre x e a suficientemente pequeno,
escrevemos:

lim f ( x) = L
x →a

isto é, para fazer f(x) ficar tão próximo de L quanto


desejarmos, basta fazer x ficar suficientemente próximo de a.
É importante observamos nesta definição que nada é
mencionado sobre o valor da função quando x = a, isto é, não é
necessário que a função esteja definida em a. Assim, no exemplo
anterior, vimos que

170
AC-02

(2x + 1)(x − 1)
lim = lim (2x + 1) = 3
x →1 (x − 1) x →1

(2x + 1)(x − 1)
mas f(x) = não está definida para x = 1.
(x − 1)
Pode ocorrer que a função esteja

definida em a e lim f ( x ) ≠ f ( a )
x→a

Por exemplo, na função


2 x + 1 se x ≠ 1
f ( x) = 
5 se x = 1
temos:

FIGURA 6.1- Limite

lim f ( x) = lim(2 x + 1) = 3 ≠ f (1)


x →1 x →1

É importante ter sempre em mente no cálculo de


lim f(x)
x→a

que interessa o comportamento de f(x) quando x aproxima de a e


não o que ocorre com f quando x = a.
O leitor poderá facilmente intuir que uma função não pode
aproximar-se de dois números diferentes quando x se aproxima de a,
ou seja, o limite, quando existe, é único.
A tabela 6.1 a seguir, resume as principais propriedades
operacionais de limite (propriedades L)

171
AC-02

TABELA 6.1- Propriedades operacionais de Limite

Se lim f ( x) = L e lim g ( x) = M então :


x→a x→a

L1. lim c = c
x→a

L 2. lim[c. f ( x)] = c. lim f ( x) = c.L


x→a x→a

L3. lim[( f + g ) ( x)] = lim f ( x) + lim g ( x) = L + M


x→a x →a x→a

L 4. lim[( f − g ) ( x)] = lim f ( x) − lim g ( x) = L − M


x→a x→a x→a

L5. lim[( f . g ) ( x)] = lim f ( x). lim g ( x) = L.M

[ ]
x→a x→a x→a

x →a
[ n
]
L6. lim ( f ) ( x) = lim f ( x) = Ln
x→a
n

 f  lim f ( x) L
L7. lim ( ) ( x) = x→a = ( M ≠ 0)
x →a
 g  lim
x →a
g ( x) M

L8. lim n f ( x) = n lim f ( x) = n L ( Se n ∈ N * e L ≥ 0 ou se


x→a x→a

n é ímpar e L ≤ 0)

Uma conseqüência importante das propriedades L acima é a


regra para obter o limite de uma função polinomial.
O limite de uma função polinomial para x tendendo para a é
igual ao seu valor numérico para x = a, ou seja,

lim p( x) = p(a), p( x) = a0 + a1 x + ... + an x n


x →a

172
AC-02

A seguir resumimos outros limites importantes:

lim sen x = sen a , ∀ a ∈ ℜ


x→ a

lim cos x = cos a , ∀ a ∈ ℜ


x→ a

π
lim tgx = tga , ∀ a ≠ + kπ , k ∈ Ζ
x→ a 2
sen x
lim = 1 ( Limite Trigonomét rico Fundamenta l )
x →0 x
lim a x = a b , a ∈ ℜ e 0 < a ≠ 1
x →b
lim f ( x )
lim a f ( x ) = a x →b = a c com lim f ( x) = c e a ∈ ℜ , 0 < a ≠ 1
x →b x →b

lim log = logx


a
b
a com b > 0 e a ∈ ℜ , 0 < a ≠ 1
x →b

[ ] = log
 lim f ( x ) 
lim log f ( x)
a
 x → b
a

= log ca com lim f ( x) = c > 0 e a ∈ ℜ , 0 < a ≠ 1
x →b x →b
1
lim(1 + x ) x
= e , x ∈ ℜ , −1 < x ≠ 0
x →0

ax −1
lim = ln a , a > 0
x →0 x
O leitor não precisa decorar estes resultados. A lista
acima deve servir como auxílio para o cálculo de outros limites.
Convém notar, ainda, que muitos dos limites acima são
"visualizados" diretamente no gráfico da função cujo limite está
sendo considerado.

6.2 - LIMITES LATERAIS

Lembremos que ao considerarmos


lim f(x) estávamos
x→a

interessados no comportamento da função nos valores próximos de a,


isto é, nos valores de x pertencentes a um intervalo aberto
contendo a mas diferentes de a e portanto, nos valores desse
intervalo que são maiores ou menores que a.
Entretanto, o comportamento em algumas funções, quando x
está próximo de a, mas assume valores menores que a, é diferente

173
AC-02

do comportamento da mesma função, quando x está próximo de a, mas


assume valores maiores que a.
Assim, por exemplo, na função

4 − x se x < 1

f ( x) = 0 se x = 1
 x − 2 se x > 1

atribuindo a x valores próximos de 1, porém menores que 1,
(à esquerda de 1), temos:
x 0 0,5 0,75 0,9 0,99 0,999
f(x) 4 3,5 3,25 3,1 3,01 3,001

e atribuindo a x valores próximos de 1, porém maiores que


1, (à direita de 1), temos:
x 2 1,5 1,25 1,1 1,01 1,001
f(x) 0 -0,5 -0,75 -0,9 -0,99 -0,999

Observamos que, se x está próximo de 1, à esquerda de 1,


então os valores da função estão próximos de 3, e se x está
próximo de 1, à direita, então os valores da função estão próximos
de -1.
Em casos como este, onde supomos x assumindo valores
próximos de 1, mas somente à esquerda ou somente à direita de 1,
consideramos os limites laterais pela esquerda ou pela direita de
1. Escrevemos, então:

lim f ( x ) = Ld (limite à direita)


x→a +

lim f ( x ) = Le (limite à esquerda)


x→a −

Mais genericamente, se f é uma função definida em um


intervalo aberto ]a,b[, denotamos o limite de f(x), quando x tende

para a pela direita, por


lim f(x) e limite de f(x) , quando x
x → a+

tende para a pela esquerda, por x → a−


lim f(x).

174
AC-02

As propriedades de limites (propriedades L) e as demais


propriedades de limite vistas até agora são válidas se
substituirmos "x → a” por “x → a+" ou por "x → a-“ Exemplo:
 x 2 − 4 se x < 1

Na função definida por f ( x) =  − 1 se x = 1
 3 − x se x > 1

lim f ( x) = lim+ (3 − x) = 2
x →1+ x →1

temos: e
lim− f ( x) = lim− ( x 2 − 4) = −3
x →1 x →1

No exemplo acima, dizemos que


lim f(x) não existe porque
x →1

os limites laterais são diferentes.


De um modo geral, dizemos que o limite de uma função num
ponto existe se e somente se existirem os limites laterais neste
ponto e eles forem iguais.

6.3 - LIMITES INFINITOS

1
Seja a função por f ( x) = para todo x real e x ≠ 1
( x − 1) 2
(Fig. 6.2a) .Atribuindo a x valores próximos de 1, à esquerda de
1, temos:
x 0 0,5 0,75 0,9 0,99 0,999
f(x) 1 4 16 100 10000 1000000

e atribuindo a x valores próximos de 1, à direita de 1., temos:


x 2 1,5 1,25 1,1 1,01 1,001
f(x) 1 4 16 100 10000 1000000

Observamos nas duas tabelas que os valores da função são


cada vez maiores, na medida em que x se aproxima de 1. Em outras
palavras, podemos tornar f(x) tão grande quanto desejarmos, isto
é, maior que qualquer número positivo, tomando valores para x
bastante próximos de 1 e escrevemos:

175
AC-02

1
lim =+ ∞
x → 1 (x − 1)2

Onde o símbolo “+∞” lê-se “mais infinito” ou “infinito


positivo”.
Tomemos agora a função g como sendo o oposto da função f,
−1
isso é, g ( x ) = − f ( x) = definida para todo x real e x ≠ 1. (fig.
( x − 1) 2
6.2b).

FIGURA 6.2 – Limites Infinitos

Os valores da função g são opostos dos valores da função f.


Assim, para a função g, quando x se aproxima de 1, os valores g(x)
decrescem ilimitadamente. Em outras palavras, podemos tornar os
valores g(x) tanto menores quanto desejarmos, isto é, menores que
qualquer número negativo, tomando valores de x bastante próximos
de 1 e escrevemos:

−1
lim =− ∞
x → 1 (x − 1)2

O símbolo “-∞” lê-se “menos infinito” ou “infinito


negativo”.
1
Consideremos agora a função h definida por h( x ) = para
( x − 1) 2

todo x real e x ≠ 1.

176
AC-02

Atribuindo a x valores próximos de 1, porém menores que 1,


temos:

x 0 0,5 0,75 0,9 0,99 0,999

f(x) -1 -2 -4 -10 -100 -1000

Atribuindo a x valores próximos de 1, porém menores que 1,


temos:

x 2 1,5 1,25 1,1 1,01 1,001

f(x) 1 2 4 10 100 1000

Observemos que se x assume valores próximos de 1, à


esquerda de 1, os valores da função decrescem ilimitadamente e se
x assume valores próximos de 1, à direita de 1, então os valores
da função crescem ilimitadamente. Estamos considerando os limites
laterais que são "infinitos" e escrevemos:

1 1
lim =− ∞ e lim = + ∞
x → 1− (x − 1)2 x → 1+ (x − 1)2

FIGURA 6.3 - Limites Laterais Infinitos

177
AC-02

Seja, agora, o caso geral de uma função f definida num


intervalo aberto que contém a, exceto eventualmente em a. Os três
casos de limite acima definidos são simbolicamente escritos:

1) lim f ( x) = +∞
x →a

2) lim f ( x) = −∞
x→a

3) lim+ f ( x) = −∞ e lim f ( x) = +∞
x→a x→a −

Os símbolos "+∞" e "-∞" não representam nenhum número


real, mas indicam o que ocorre com a função quando x se aproxima
de a.
É interessante notar que se f e g funções tais que

lim f ( x) = c ≠ 0 e lim g ( x ) = 0 , então:


x→a x→a

f ( x) f ( x)
1) lim = +∞ se > 0 quando x está próximo de a;
x→a g ( x) g ( x)
f ( x) f ( x)
2) l im = −∞ se < 0 quando x está próximo de a;
x →a g ( x) g ( x)

Recomendamos ao leitor que releia os exemplos de limites


infinitos inicialmente apresentados, agora sob esse novo enfoque.

Para os limites infinitos valem as propriedades resumidas


na Tabela 6.2 (pág. 10), lembrando que as proposições permanecerão
válidas se substituirmos o símbolo "x → a" por "x → a+" ou "x →
a-"

178
AC-02

TABELA 6.2 – Limites Infinitos

179
AC-02

Não podemos estabelecer uma lei para os seguintes casos:

6.4 - LIMITES NO INFINITO

x+2
Seja a função f definida por f ( x) = para todo x real e
x
x≠0 (Fig. 6.4} .Atribuindo a x os valores 1,5, 10, 100, 1000,
l0000 e assim por diante, de tal forma que x cresça
ilimitadamente, temos:

x 1 5 10 100 1000 10000


f(x) 3 1,4 1,2 1,02 1,002 1,0002

Observamos que, à medida que x cresce através de valores


positivos, os valores da função f se aproximam cada vez mais de 1,
isto é, podemos tornar f(x} tão próximo de 1 quanto desejarmos, se
atribuirmos para x valores cada vez maiores.
Escrevemos, então:

x+2
lim =1
x → +∞ x

180
AC-02

FIGURA 6.4 – Limites no Infinito


x+2
Consideremos novamente a função f ( x) = .
x
Atribuindo a x os valores -1, -5, -10, -100, -1000, -10000
e assim por diante, de tal forma que x decresça ilimitadamente,
temos:
x -1 -5 -10 -100 -1000 -10000
f(x) -1 0,6 0,8 0,98 0,998 0,9998

Observamos que, à medida que x decresce através de valores


negativos, os valores da função se aproximam cada mais de 1, isto
é, podemos tornar f(x) tão próximo de 1 quanto desejarmos, se
atribuirmos a x valores cada vez menores. Escrevemos, então:

x+2
lim =1
x → −∞ x
Seja a função f(x) = x2, definida para todo x real (Fig.
6.4).
Atribuindo a x os valores 1, 5, 10, 100, 1000 e assim
sucessivamente, de tal forma que x cresça ilimitadamente, temos:

x 1 5 10 100 1000
f(x) 1 25 100 1000 10000

181
AC-02

FIGURA 6.5 - Limites Infinitos no Infinito

Observamos que, à medida que x cresce através de valores


positivos, os valores da função também crescem, e ilimitadamente.
Em outras palavras, dizemos que podemos tornar f(x) tão grande
quanto desejarmos, isto é, maior que qualquer número positivo,
tomando para x valores suficientemente grandes e escrevemos:

lim f(x) = + ∞
x → +∞

Se agora atribuirmos a x os valores -1, -5, -10, -100, -


1000 e assim sucessivamente, de tal forma que x decresça
ilimitadamente, temos:

x -1 -5 -10 -100 -1000


f(x) 1 25 100 1000 10000

Observamos que, à medida que x decresce através de ,valores


negativos, os valores da função crescem e ilimitadamente. Em
outras palavras, dizemos que podemos tornar f(x) tão grande quanto
desejarmos, isto é, maior que qualquer número positivo, tomando
para x valores negativos cujos módulos sejam suficientemente
grandes e escrevemos:

lim f(x) = + ∞
x → +∞

Para uma função genérica f(x), definida em um intervalo


aberto ]a,+∞[, escrevemos simbolicamente:

lim f ( x) = L se f(x) se aproxima de L quando x cresce


x→ + ∞

ilimitadamente (ou "tende para infinito positivo")

182
AC-02

lim f ( x) = +∞ se f(x) cresce ilimitadamente quando x cresce


x→ +∞

ilimitadamente
lim f ( x) = −∞ se f(x) decresce ilimitadamente quando x
x→ +∞

cresce sem limites.

Analogamente, para f(x) definida em um intervalo aberto


] − ∞, a[ definimos:

lim f ( x) = L ; lim f ( x) = −∞ e lim f ( x) = +∞


x→ −∞ x → −∞ x→ −∞

Para os limites no infinito, valem as seguintes


propriedades da Tabela 6.3 (lembrando que as proposições continuam
verdadeiras se trocarmos o símbolo "x → +∞" por "x → - ∞"

TABELA 6.3 – Limites no Infinito

183
AC-02

Não podemos estabelecer uma lei para os seguintes casos:

0 ∞
NOTA: Símbolos do tipo , , + ∞ − ∞, , são chamados de formas
0 ∞
indeterminadas ou de símbolos de indeterminação. Seu estudo merece
um capítulo a parte, mas o exemplo abaixo tornará mais claro seu
significado:
Sejam f ( x) = x 3 − 3 x − 2 e g ( x) = x 3 + x 2 − 7 x + 2
f ( x)
Temos lim f ( x) = 0 e lim g ( x) = 0 . Para calcular lim podemos
x→2 x→2 g ( x)
usar o dispositivo prático de Briot-Ruffini.

Obtemos

f(x) (x − 2)(x2 + 2x + 1) x2 + 2x + 1 9
lim = lim 2
= lim 2
= = 1
x →2 g(x) x → 2 (x − 2)(x + 3x − 1) x → 2 x + 3x − 1 9

Vemos que f(x) e g(x) tornam-se, para x → 2, cada vez mais


próximos de zero, porém, o quociente tende para o valor 1.

184
AC-02

X 3 2,5 2,25 2,1 2,01 2,001


f(x) 16 6,125 2,6406 0,961 0,0906 0,0090
g(x) 17 6,375 2,7031 0,971 0,0907 0,0090
f(x)/g(x) 0,941 0,961 0,977 0,990 0,999 1,000*
(*) A diferença está na quarta.casa decimal.

Ainda outro exemplo:


Sejam f ( x) = 4 x 3 e g ( x) = 2 x 3 . Temos lim f ( x) = +∞ e lim g ( x) = +∞
x → +∞ x → +∞

f ( x) 4x3
Todavia, lim = lim 3 = 2
x→∞ g ( x ) x →∞ 2 x
Vemos que, embora f(x) e g(x) cresçam ilimitadamente quando
x → +∞, o quociente tende para o valor 2.
X 1 5 10 100 1000 10000
f(x) 4 500 4000 4x106 4x109 4x1012
g(x) 2 250 2000 2x106 2x109 4x1012
f(x)/g(x) 2 2 2 2 2 2

Para os limites no infinito, valem ainda os seguintes


resultados:
lim c = lim c = c
x → +∞ x → −∞
+ ∞ se n é par
lim xn = +∞ e lim xn = 
x → +∞ x → −∞  − ∞ se n é impar
1 1
lim xn = lim xn = 0
x → +∞ x → −∞
lim p(x) = lim (anxn) e lim p(x) = lim (anxn)
x → +∞ x → +∞ x → −∞ x → −∞
2 n
com p(x) = a0 + a1x + a2x + ... + anx , an ≠ 0
p(x) a  p(x) a 
lim = lim  n xn − m  e lim = lim  n xn − m 
x → +∞ q(x) x → +∞ bm  x → −∞ q(x) x → −∞ b m 
com p(x) = a0 + a1x + a2x2 + ... + anxn , an ≠ 0 e
2 m
q(x) = b0 + b1x + b2x + ... + bm x , bm ≠ 0

185
AC-02

lim ax = +∞ e lim ax = 0 , a ∈ ℜ e a > 1


x → +∞ x → −∞

lim ax = 0 e lim ax = +∞ , a ∈ ℜ e 0 < a < 1


x → +∞ x → −∞

x → +∞
( )
lim logax = +∞ e ( )
lim logax = −∞
x → 0+
a ∈ ℜ e a > 1

lim (logax ) = −∞ e lim (logax ) = +∞ a ∈ ℜ e 0 < a < 1


x → +∞ +
x →0
x x
 1  1
lim 1 +  = lim 1 +  = e , x ∈ ℜ / x < −1 ou x > 0
x → +∞ x x → −∞ x

Exemplos:

1) Calcule os seguintes limites:

a) lim(3x 2 − 5 x + 2)
x→2

( x 2 + 2 x − 3)
b) lim
x → −1 4x − 3
2
 2x 2 − x + 1
c) lim 
x →1
 3x − 2 

x 3 + 2 x 2 − 3x + 2
d) lim 3
x → −2 x 2 + 4x + 3

Solução

a) Pelo teorema da função polinomial , vem:


lim(3x 2 − 5 x + 2) = 3.2 2 − 5.2 + 2 = 4
x→2

lim (x2 + 2x − 3)
x2 + 2x − 3 (L7)
x → −1 − 4 4
b) lim = = =
x → −1 4x − 3 lim (4x − 3) − 7 7
x → −1

 2x2 − x + 1 
2

( L 6)
2x 2 − x + 1
2
 lim( 2 x 2 − x + 1) 
( L 7)
c) x →1 
lim  =  lim  =  x →1  = 22 = 4
 3 x − 2   x →1 3 x − 2   lim(3x − 2) 
 x →1 

x 3 + 2 x 2 − 3 x + 2 ( L8) x 3 + 2 x 2 − 3x + 2 ( L7) lim ( x 3 + 2 x 2 − 3 x + 2)


x → −2
lim 3 = 3 lim = 3 =
d) x → −2 x 2 + 4x + 3 x → −2 x 2 + 4x + 3 lim ( x 2 + 4 x + 3)
x → −2
3
− 8 = −2

186
AC-02

x2 − 4
2) Calcular lim
x →2 x2 − 2x

Solução

Temos lim(x2 − 4) = 0 e lim(x2 − 2x) = 0 e nada podemos concluir


x →2 x →2
ainda sobre o limite procurado.
Os polinômios ( x 2 − 4) e ( x 2 − 2 x) anulam-se para x = 2, portanto, pelo
teorema de D’Alembert, são divisíveis por x – 2, isto é:
x2 − 4 (x + 2)(x − 2) x + 2
= =
2
x − 2x x(x − 2) x
Considerando que no cálculo do limite de uma função, quando x
tende a a, interessa o comportamento da função quando x se
aproxima de a e não o que ocorre com a função quando x = a,
concluímos:

x2 − 4 x + 2
lim = lim = 2
x →2 x2 − 2x x →2 x

3) Seja a função f definida por


 x2 − 3x + 2
 se x ≠ 1
 x − 1
f(x) = 
3 se x = 1

Calcular lim f ( x ) .
x→1

Solução
Como no cálculo do limite de uma função, quando x tende a a,
interessa o comportamento da função quando x se aproxima de a e
não o que ocorre com a função quando x = a, temos:

x2 − 3x + 2 (x − 1)(x − 2)
lim f(x) = lim = lim = lim(x − 2) = −1
x →1 x →1 x − 1 x →1 (x − 1) x →1

3x3 − 4x2 − x + 2
4) Calcular lim
x →1 2x3 − 3x2 + 1

187
AC-02

Solução

Temos lim(3x − 4 x − x + 2) = 0 e lim(2 x − 3x + 1) = 0


3 2 3 2
x →1 x →1

Efetuando as divisões de 3x 3 − 4 x 2 − x + 2 e 2 x 3 − 3x 2 + 1 por x – 1,


temos:

3x 3 − 4 x 2 − x + 2 ( x − 1)(3x 2 − x − 2) 3 x 2 − x − 2
= =
2 x 3 − 3x 2 + 1 ( x − 1)(2 x 2 − x − 1) 2 x 2 − x − 1
então:

3x 3 − 4 x 2 − x + 2 3x 2 − x − 2
lim = lim
x →1 2 x 3 − 3x 2 + 1 x →1 2 x 2 − x − 1

mas

lim(3x 2 − x − 2) = 0 e lim(2 x 2 − x − 1) = 0
x →1 x →1

então

3x 2 − x − 2 ( x − 1)(3x + 2) 3x + 2 5
lim 2 = lim = lim =
x →1 2 x − x − 1 x →1 ( x − 1)(2 x + 1) x →1 2 x + 1 3

2x 3 + x 2 − 4x + 1
5) Calcular lim
x →1 x 3 − 3 x 2 + 5 x − 3

Solução

Temos lim( 2 x + x − 4 x + 1) = 0 e lim( x − 3 x + 5 x − 3) = 0


3 2 3 2
x →1 x →1

Os polinômios ( 2 x + x − 4 x + 1) e ( x − 3 x + 5 x − 3) anulam-se para x = 1 ,


3 2 3 2

portanto, pelo teorema de D’Alembert, são divisíveis por ( x − 1) ,

isto é, x − 1 é um fator comum em (2 x 3 + x 2 − 4 x + 1) e ( x − 3 x + 5 x − 3) .


3 2

Efetuando as divisões de (2 x 3 + x 2 − 4 x + 1) e ( x − 3 x + 5 x − 3) por x − 1 ,


3 2

obtemos:

2 x 3 + x 2 − 4 x + 1 ( x − 1)(2 x 2 + 3 x − 1) (2 x 2 + 3x − 1)
= = 2
x 3 − 3 x 2 + 5 x − 3 ( x − 1)( x 2 − 2 x + 3) ( x − 2 x + 3)
Então

2x3 + x 2 − 4x + 1 2 x 2 + 3x − 1
lim = lim =2
x →1 x 3 − 3 x 2 + 5 x − 3 x →1 x 2 − 2 x + 3

1+ x − 2
6) Calcular lim
x →3 x−3

188
AC-02

Solução

Como lim 1 + x − 2 = 0 e lim( x − 3) = 0 , não podemos aplicar a propriedade


x →3 x →3

L7 (limite do quociente). Multiplicando o numerador e o


denominador da fração pelo “conjugado” do numerador, temos:

1 + x − 2 ( 1 + x − 2)( 1 + x + 2) ( x − 3) 1
= = =
x−3 ( x − 3)( 1 + x + 2) ( x − 3)( 1 + x + 2) ( 1 + x + 2)
e, então

1+ x − 2 1 1
lim = lim =
x →3 x−3 x →3
1+ x + 2 4

x− 2
7) Calcular lim .
x→2 3 3x − 5 − 1

Solução
Notemos: lim (x − 2) = 0 e lim (3 3x − 5 − 1) = 0
x→2 x→2

Lembrando da identidade a3 – b3 = (a – b) (a2 + ab + b2),

vamos multiplicar o numerador e o denominador por [( 3 3x − 5 )2 +

3 3x − 5 + 1].

x− 2 (x − 2) [(3 3x − 5 )2 + 3 3x − 5 + 1]
= =
3 3x − 5 − 1 (3 3x − 5 − 1) [(3 3x − 5 )2 + (3 3x − 5 ) + 1]

(x − 2) [(3 3x − 5 )2 + 3 3x − 5 + 1] (3 3x − 5 )2 + 3 3x − 5 + 1
= =
3(x − 2) 3
e então

x− 2 (3 3x − 5 )2 + 3 3x − 5 + 1
lim = lim = 1
x→2 3 3x − 5 − 1 x→2 3

3x − 2 − 2
8) Calcular lim
x→2 4x + 1 − 3
Solução
Como lim 3x − 2 − 2 = 0 e lim 4x + 1 − 3 = 0, multiplicamos
x→2 x→2

o numerador e denominador pelo “conjugado” do numerador e também


pelo “conjugado” do denominador.

189
AC-02

3x − 2 − 2 ( 3x − 2 − 2) . ( 3x − 2 + 2) . ( 4x + 1 + 3)
= =
4x + 1 − 3 ( 4x + 1 − 3) . ( 4x + 1 + 3) . ( 3x − 2 + 2)

3(3x − 2) . ( 4x + 1 + 3) 3 ( 4x + 1 + 3)
= =
4(x − 2) . ( 3x − 2 + 2) 4 ( 3x − 2 + 2)
e então

3x − 2 − 2 3 ( 4x + 1 + 3) 9
lim = lim =
x→2 4x + 1 − 3 x→2 4 ( 3x − 2 + 2) 8

9) Calcule:
3x + 2
a) lim
x→1 (x −1)2

1− x
b) lim
x→2 (x − 2)2

Solução
a) Como lim (3x + 2) = 5 e lim (x – 1)2 = 0, estudemos o
x→1 x→1

f(x) 3x + 2
sinal de = quando x está próximo de 1
g(x) (x − 1)2

-2/3 1 x
sinal de
- 0 + +
f(x) 3x + 2
sinal de
+ + 0 -
g(x) (x – 1)2
sinal de
f(x) 3x + 2 - 0 + -
=
g(x) (x − 1)2

f(x) 3x + 2
Notemos que = > 0 quando x está próximo de 1,
g(x) (x − 1)2
então:
3x + 2
lim = + ∞
x→1 (x − 1)2

190
AC-02

b) Como lim (1 – x) = -1 e lim (x – 2)2 = 0, estudemos o


x→2 x→2

f(x) 1 − x
sinal de =
g(x) (x − 2)2

1 2
sinal de
+ 0 - -
f(x) = 1 - x
sinal de
+ + 0 +
g(x) = (x – 2)2
sinal de
f(x) 1 − x + 0 - -
=
g(x) (x − 2)2

f(x) 1 − x
Notemos que = < 0 quando x está próximo de 2,
g(x) (x − 2)2

1− x
então lim = - ∞
x→2 (x − 2)2

10) Calcule
2x + 1
a) lim
x→1− x −1
2x + 1
b) lim
x→1+ x −1

Solução
Como lim ( 2x + 1) = lim ( 2x + 1) = 3 e lim (x − 1) = lim (x −1) = 0,
x→1− x→1+ x→1− x→1+

f(x) 2x + 1
estudemos o sinal de = quando x está próximo de 1.
g(x) x −1

191
AC-02

-1/2 1
sinal de
- 0 + +
f(x) = 2x + 1
sinal de
- - 0 +
g(x) = x - 1
sinal de
f(x) 2x + 1 + 0 - +
=
g(x) x −1

f(x) 2x + 1
Notemos que = < 0 quando x está próximo de 1, à
g(x) x −1
2x + 1
esquerda, então lim = - ∞ e
x→1 − x −1

f(x) 2x + 1
= > 0 quando x está próximo de 1, à direita,
g(x) x −1
2x + 1
então, lim = + ∞
x→1+ x −1

2x + 1
Observemos que não tem significado falarmos em lim ,
x→1 x −1

2x + 1 2x + 1
pois lim = - ∞ e lim = + ∞.
x→1− x −1 x→1 + x −1

11) f(x) = x2 – 1 g(x) = (x – 1)2

f(x) x2 −1
Temos lim f(x) = 0 = lim g(x) , mas lim = lim = ∞
x→1 x→1 x→1 g(x) x→1 (x −1)2

12) Encontre:
sen 2x
a) lim
x →0 x
sen 3x
b) lim
x →0 sen 5x
1 − cos x
c) lim
x →0 x2

192
AC-02

Solução
sen 2x sen 2x
a) lim = lim (2 . ) = 2 . 1
x →0 x x →0 x

sen 3x 3 sen 3x 5X 3 3
b) lim = lim ( . . ) = .1.1 =
x →0 sen 5x x →0 5 3X sen 5x 5 5

1 − cos x (1 − cos x)(1 + cos x)


c) lim = lim =
x →0 x2 x →0 x2 .(1 + cos x)

(sen x)2 1 1
= lim ( . ) =
x →0 x2 1 + cos x 2

13) Encontre:
sen x − sen a
lim
x →a x−a
Solução
Da trigonometria, temos:
x−a x+a
sen x – sen a = 2 sen . cos
2 2
então
x−a x+a
2 sen . cos
sen x − sen a 2 2
lim = lim =
x →a x−a x →a x−a
x−a
sen
2 x+a
= lim ( . cos ) = 1 . cos a = cos a
x →a x−a 2
2

14) Calcular
1 2x
a) lim (1 + )
x→ +∞ x
3x
b) lim (1 + )
x→ −∞ x

193
AC-02

Solução
1 2x 1x2
a) lim (1 + ) = lim [(1 + ) ] = e2
x→ +∞ x x→ +∞ x
x
b) Fazendo w = , temos:
3
3x 1 3w 1w3
lim (1 + ) = lim (1 + ) = lim [(1 + ) ] = e3
x→ −∞ x w→ −∞ w w→ −∞ w

x + 1x
15) Calcular: lim ( )
x→ +∞ x−1
Solução
x+ 1 1x 1x
(1 + ) lim (1 + )
x + 1x x → +∞
lim ( ) = lim ( x )x = lim x = x =
x→ +∞ x − 1 x→ +∞ x−1 x→ +∞ 1x 1
(1 − ) (1 − )x
x x x
e
= = e2
1
e

16) Encontre
a) lim (4x2 − 7x + 3)
x → +∞

b) lim (−3x3 + 2x2 − 5x + 3)


x → +∞

c) lim (5x3 − 4x2 − 3x + 2)


x → −∞

d) lim (3x4 − 7x3 + 2x2 − 5x − 4)


x → −∞

Solução
a) lim (4x2 − 7x + 3) = lim (4x2) = +∞
x → +∞ x → +∞

b) lim (−3x3 + 2x2 − 5x + 3) = lim (−3x3) = -∞


x → +∞ x → +∞

c) lim (5x3 − 4x2 − 3x + 2) = lim (5x3) = -∞


x → −∞ x → −∞

d) lim (3x4 − 7x3 + 2x2 − 5x − 4) = lim (3x4) = +∞


x → −∞ x → −∞

17) Encontre:

194
AC-02

3x + 2
a) lim
x → +∞ 5x − 1
5 − 4x
b) lim
x → −∞ 2x − 3

5x2 − 4x + 3
c) lim
x → −∞ 3x + 2
4x − 1
d) lim 2
x → −∞ 3x + 5x − 2

Solução
3x + 2 3x 3 3
a) lim = lim = lim =
x → +∞ 5x − 1 x → +∞ 5x x → +∞ 5 5
5 − 4x 4x
b) lim = lim = lim (−2) = -2
x → −∞ 2x − 3 x → −∞ 2x x → −∞

5x2 − 4x + 3 5x2 5x
c) lim = lim = lim = +∞
x → −∞ 3x + 2 x → −∞ 3x x → −∞ 3

4x − 1 4x 4
d) lim 2
= lim 2
= lim = 0
x → −∞ 3x + 5x − 2 x → −∞ 3x x → −∞ 3x

18) Encontre

lim ( x2 + 3x + 2 − x)
x → +∞

Solução
Observemos que

lim x2 + 3x + 2 = +∞ e lim (x) = +∞, mas carece de


x → +∞ x → +∞

significado o símbolo (+∞) - (+∞)


Para obtermos o limite procurado, multiplicamos e dividimos

( x2 + 3x + 2 − x) por ( x2 + 3x + 2 + x). Assim, temos:

2 ( x2 + 3x + 2 − x)( x2 + 3x + 2 + x)
( x + 3x + 2 − x) = =
( x2 + 3x + 2 + x)

3x + 2
=
x2 + 3x + 2 + x

195
AC-02

Notemos que lim (3x + 2) = + ∞ , lim ( x2 + 3x + 2 + x) = +∞ e o


x→ +∞ x→ +∞

+∞
símbolo não tem significado. Fazemos então:
+∞
2 2
x(3+ ) (3 + )
x2 + 3x + 2 − x = x = x
3 2 3 2
x ( 1+ + 2 +1 1+ + 2 +1
x x x x
portanto
2
(3+ )
x 3
lim ( x2 + 3x + 2 − x) = lim =
x → +∞ x→ +∞ 3 2 2
1 + + 2 +1
x x
19) Encontre

x 2 − 2x + 2 x 2 − 2x + 2
a) lim b) lim
x → +∞ x +1 x → −∞ x +1
Solução
Observemos que

lim x 2 − 2 x + 2 = lim x 2 − 2 x + 2 = +∞ , lim ( x + 1) = +∞ ,


x → +∞ x → −∞ x → +∞

lim ( x + 1) = −∞ e não têm significado os símbolos + ∞ e + ∞ .


x → −∞ +∞ −∞
Notemos que

2 2 2 2
x 2 (1 − + 2 ) | x |. 1− + 2
x − 2x + 2
2
x x x x
= =
x +1 x +1 1
x(1 + )
x
Portanto:

2 2 2 2
x. 1− + 2 1− + 2
x − 2x + 2
2
x x x x
lim = lim = lim =1
x → +∞ x +1 x → +∞ 1 x → +∞ 1
x(1 + ) 1+
x x
2 2 2 2
− x. 1− + 2 − 1− + 2
x − 2x + 2
2
x x x x
e xlim = lim = lim = −1
→ −∞ x +1 x → −∞ 1 x → −∞ 1
x(1 + ) 1+
x x

196
AC-02

2x 2 + 5
20) Calcule xlim
→ +∞ x 3 − 1

Solução
Sejam f ( x) = 2 x 2 + 5 e g ( x) = x 3 − 1 . Temos:

lim f ( x) = +∞ e lim g ( x) = +∞ , mas


x → +∞ x → +∞

 5   5 
x22 + 2  2 + 2 
f ( x) 2x + 5
2
 x   x 
lim = lim 3 = lim = lim =0
x → +∞ x − 1
3 1  x →+∞  1 
x → +∞ g ( x ) x → +∞
x 1 + 3  x 1 + 3 
 x   x 

x4
21. Calcule lim
x → +∞ x 2

Solução

f ( x) = x 4 , g ( x ) = x 2 lim f ( x) = +∞ = lim g ( x)
x → +∞ x →+∞

Porém,

f ( x) x4
lim = lim 2 = lim x 2 = +∞
x → +∞ g ( x ) x → +∞ x x → +∞

7 - CONTINUIDADE

7.1 - NOÇÃO DE CONTINUIDADE

7.1.1 - Definição

Seja f uma função definida em um intervalo aberto I e a um


elemento de I. Dizemos que f é continua em a, se. lim f ( x) = f (a ) .
x→a

Notemos que para falarmos em continuidade de uma função em


um ponto é necessário que este ponto pertença ao domínio da
função.
Da definição, decorre que se f é contínua em a então as
três condições deverão estar satisfeitas:
1 - existe f(a)

197
AC-02

2 - existe lim f(x)


x →a

3 - lim f(x) = f(a)


x→a

7.1.2 - Definição

Seja f uma função definida em um intervalo aberto I e a um


elemento de I. Dizemos que f é descontínua em a se f não for
contínua em a.
Observemos também que para falarmos em descontinuidade de
uma função em um ponto é necessário que esse ponto pertença ao
domínio da função.
Da definição decorre que, se f é descontínua em a, então as
duas condições abaixo deverão estar satisfeitas:
1 - existe f(a)

2 - não existe lim f(x) ou lim f(x) ≠ f(a)


x→a x→a

7.1.3 - Definição

Dizemos que uma função f é contínua em um intervalo aberto


se f for contínua em todos os pontos desse intervalo.

7.1.4 - Definição

Seja a um ponto do domínio da função f.


Dizemos que f é contínua à direita de a se lim f(x) = f(a)
x→a +

e dizemos que f é contínua à esquerda de a se lim f(x) = f(a).


x→a −

7.1.5 - Definição

Dizemos que uma função f é contínua em um intervalo fechado


[a,b] se f for contínua no intervalo aberto ]a,b[ e se também for
contínua em a à esquerda, e em b, à direita.
Exemplos:
1 - A função f(x) = 2x + 1 definida em R é contínua em 1,

pois lim f(x) = lim (2x + 1) = 3 = f(l) (ver Fig. 7.1a)


x →1 x →1

Notemos que f é contínua em R, pois para todo a ∈ R, temos

lim f(x) = lim (2x + 1) = 2a + 1 = f(a)


x→a x→a

198
AC-02

2 - A função
2x + 1 se x ≠ 1
f(x) = 
1 − x se x = 1
definida em R é descontínua em 1, pois
lim f(x) = lim (2x + 1) = 3 ≠ 4 = f(1) (Fig. 7.1b)
x →1 x →1

Observemos que f é contínua em R -{1} pois para todo a ∈ R


-{1}, temos:
lim f(x) = lim (2x + 1) = 2a + 1 = f(a)
x→a x→a

3 - A função
x + 1 se x ≤ 1
f(x) = 
1 − x se x > 1

definida em ℜ é descontínua em 1, pois


lim f(x) = lim (x + 1) = 2

x →1 x →1 −

lim f(x) = lim (1 − x) = 0 (Fig. 7.1c)


x → 1+ x → 1+

portanto, não existe xlim


→1
f(x)

Observemos que f é continua em R -{1} pois para todo a ∈ R


-{1}, temos:

se a > 1, então lim f(x) = lim (1 − x) = 1 − a = f(a)


x→a x→a

se a < 1, então lim f(x) = lim (1 + x) = a + 1 = f(a)


x→a x→a

199
AC-02

FIGURA 7.1- continuidade


|x|
4 - Na função f(x) = definida em R* (Fig. 7.2a) não
x
podemos afirmar que f é descontínua em x = O, pois x = 0 não
pertence ao domínio da função.
Observemos que
| x|  1 se x > 0
f(x) = = 
x − 1 se x < 0
é continua em R* pois, para todo a ∈ R*, temos:

se a > O, então lim f(x) = lim 1 = 1 = f(a)


x→a x→a

se a < 0, então lim f(x) = lim (−1) = −1 = f(a)


x→a x→a

x2 − 1
5 - Na função f(x) = definida em R -{1} (Fig. 7.2b)
x − 1
não podemos afirmar que f é descontínua em x = 1, pois x = 1 não
pertence ao domínio da função.
Notemos que f é continua em R -{1} pois, para todo a ∈ R -
{1}, temos:

x2 − 1
lim f(x) = lim = lim(x + 1) = a + 1 = f(a)
x→a x→a x − 1 x→a

200
AC-02

FIGURA 7.2- continuidade

6 - Os resultados de limite apresentados para as funções


constante, polinomial de grau n, seno, cosseno, tangente
exponencial e logarítmica, mostram que essas funções são contínuas
em seus respectivos domínios.

7.2 - PROPRIEDADES DAS FUNÇÕES CONTÍNUAS

C1 -Se f e g são funções contínuas num intervalo I, então


são contínuas as funções f+g, f-g, f.g e f/g, neste último caso,
desde que g(a) ≠ 0, a ∈ I.
C2 -Se a função g é contínua num intervalo I e a função f é
contínua em g(a), ∀ a ∈ I então a função composta fog é contínua
em I.

EXEMPLOS:
1. Verificar se a função definida por
 x 2 − 1 se x < 2
f ( x) = 
7 − 2 x se x ≥ 2
é contínua em x = 2

Solução

Devemos verificar se lim f(x) = f(2)


x →2
a) f(2)=7-2.2=3

201
AC-02

b) lim f(x) = lim (x2 − 1) = 3


x → 2− x → 2−

lim f(x) = lim (7 − 2x) = 3


x →2+ x →2+

então lim f(x) = 3 = f(2)


x →2
logo f é contínua em x = 2

x2 + 1
2. Calcular lim
x →0 x + 1
Solução

x2 +1
Como f ( x ) = é contínua para x ≠ −1 segue que
x +1
x2 +1 02 + 1
lim = f (0) = =1
x →0 x + 1 0 +1

sen 2x + cos x
3. Calcular limite lim
x→π 2 cos x
Solução
sen 2 x + cos x π
Como f ( x) = é contínua para x≠ + kπ , com k ∈Ζ,
2 cos x 2
segue que
sen2x + cos x sen2π + cos π 0 − 1 1
lim = = =
x→π 2 cos x 2 cos π 2.(−1) 2
x2 − 1
3. Calcular lim
x →1 x − 1

Solução
Como para x ≠ 1 temos
x 2 − 1 ( x − 1)( x + 1)
f ( x) = = = x + 1 = g ( x)
x −1 ( x − 1)
e g é contínua, segue que

x2 −1
lim = lim( x + 1) = g (1) = 2
x →1 x − 1 x →1

202
AC-02

8x 5 − 2 x 3
5.Calcular lim 4
x →0 3 x + 8 x 3

Solução
Para x ≠ 0 , tem-se

8x5 − 2x3 /x3(8x2 − 2) 8x2 − 2


f(x) = = = = g(x)
3x4 + 8x3 /x3(3x + 8) 3x + 8
Logo, como g é contínua para x ≠ − 8 3

8x5 − 2x3 8x2 − 2 2 1


lim = lim = − = −
x →0 3x4 + 8x3 x → 0 3x + 8 8 4

x − 2
6. Calcular lim
x→ 2 x − 2
Solução
Temos, para x ≠ 2 ,
x − 2 x − 2 1
f(x) = = = = g(x)
x − 2 ( x − 2)( x + 2) x + 2
Logo, como g é contínua,

x − 2 1 1
lim = lim = g(2) =
x→2 x − 2 x →2 x + 2 2 2
3
x − 35
7. Calcular: lim
x →5 x − 5
Solução
Temos, para x ≠ 5 ,
3
x −3 5 3
x −3 5 1
f ( x) = = = = g ( x)
x−5 (3 x − 3 5 )(3 x 2 + 3 x . 3 5 + 3 5 2 ) 3
x 2 + 3 x .3 5 + 3 52
Como g é contínua, segue que
3
x − 35 1 1
lim = lim = g(5) =
x →5 x − 5 x →5 3
x2 + 3
x .3 5 + 3
25 3 3 25

8. Calcular lim x6 − 8 − x3
x → +∞
Solução
Para todo x podemos escrever

203
AC-02

x6 − 8 − x6 −8
f ( x) = x 6 − 8 − x 3 = =
x6 − 8 + x3 x6 − 8 + x3
Logo,
− 8
lim f(x) = lim = 0
x → +∞ x → +∞ x6 − 8 + x3

8 - DERIVADAS

8.1 - INTRODUÇÃO - VELOCIDADE INSTANTÂNEA

Consideremos o problema de determinar a cada instante, a


velocidade de uma partícula que se move sobre um linha reta,
dispondo de uma trena e um cronômetro.
Vamos estabelecer um sistema de coordenada escolhendo um
ponto de referência sobre a linha como a origem O. Todo outro
ponto da linha será associado a um número x que indica a distância
do ponto à origem (abscissa). O valor de x depende da unidade
escolhida para medir a distância. Escolheremos o metro.O sinal de
x depende da sua posição relativa à origem O; é positivo quando x
está à direita, e negativo, no caso de x estar à esquerda.
Admita que a nossa partícula está na posição x1 no instante
t1 no ponto x2 no instante t2. Imaginemos que a posição seja
determinada em vários outros instantes de tempo ao longo da
trajetória.
Construamos a tabela 8.1 de dados que se segue tomados
deste movimento ao longo do eixo Ox. As quatro primeiras colunas
são constituídas de dados experimentais. Os símbolos s referem à
Figura 8.1, na qual a partícula está se deslocando da esquerda
para a direita, isto é, no sentido positivo do eixo Ox. ,
partícula estava na posição x1 (100 m da origem), no instante t1
(1,00 s) e na posição x2 no instante t2. Ao considerar diferentes
valores para x2 e os correspondentes diferentes instantes t2
encontraremos os valores tabelados a seguir.

204
AC-02

Figura 1 - Movimento na Reta.

TABELA 8.1 - Velocidade Instantânea


x2-x1 t2-t1 ∆ x/ ∆ xt
x1(m) t1(s) x2(m) t2(s)
= ∆ x(m) = ∆ t(s) (m/s)
100,0 1,00 200,0 11,00 100,0 10,00 10,0
100,0 1,00 180,0 9,60 80,00 8,60 10,0
100,0 1,00 160,0 7,90 60,00 6,90 10,0
100,0 1,00 140,0 5,90 40,00 4,90 10,0
100,0 1,00 120,0 3,56 20,00 2,56 10,0
100,0 1,00 110,0 2,33 10,00 1,33 10,0
100,0 1,00 105,0 1,69 5,0 0,69 10,0
100,0 1,00 103,0 1,42 3,0 0,42 7,1
100,0 1,00 101,0 1,14 1,0 0,14 7,1

Fica claro, através da tabela, que à medida que tomamos


valores de x2 mais próximo de x1, ∆t se aproxima de zero e a
relação ∆x/∆t tende para o valor aparente da velocidade no
instante t1 que é igual a 7,1 m/s. Escrevemos então:

A modificação da posição da partícula, x2 - x1 é denominada


o deslocamento da partícula. É comum utilizar a letra grega ∆
(delta maiúsculo) para indicar modificação numa grandeza. Assim, a
modificação de x é escrita como ∆x. A notação ∆x (leia "delta x")
indica uma única grandeza; a modificação de x não é produto de ∆
por x, da mesma forma que cos x não é o produto de cos por x. ∆t é
o intervalo de tempo gasto para a partícula se deslocar de x1 a x2
e é t2 – t1.

205
AC-02

Suponhamos, agora, o movimento de uma segunda partícula. Ao


invés de construir uma tabela, vamos plotar o gráfico da função
x(t). Os pontos determinados diretamente são ligados por uma curva
suave, de modo a se obter a curva da Figura 8.2a.
A velocidade média da partícula é definida como o

quociente do deslocamento ∆x pelo intervalo de tempo ∆t

∆x x2 − x1
Vm = =
∆t t2 − t1
Observe que não só o deslocamento, mas também velocidade
média, podem ser positivos ou negativos, de acordo com o fato de
ser x2 maior ou menor que x1 (admitindo ser ∆t positivo) .Quando
qualquer das grandezas é positiva, o movimento se dá para a
direita, os valores negativos indicam movimento para a esquerda.
Na Figura 8.2b (pág. 8.4) aparece uma linha reta traçada do
ponto (x1, t1) até o ponto (x2, t2).Esta linha é hipotenusa do
triângulo retângulo cujos catetos são ∆t e ∆x. A razão ∆x/∆t é
denominada coeficiente angular da reta Geometricamente, é uma
medida da inclinação da linha reta em relação à horizontal. Sendo
dado um intervalo de tempo ∆t, a linha será tão mais inclinada
quanto maior for o valor de ∆x/∆t. Uma vez que esta razão é, por
definição, a velocidade média no intervalo ∆t, temos uma
interpretação geométrica desta grandeza: ela é o coeficiente
angular do segmento de reta que liga os pontos (x1, t1) e (x2, t2).
Em geral, a velocidade média depende do intervalo de tempo. Na
Figura 8.2b, por exemplo, caso o intervalo de tempo fosse menor,
com o instante t’2 mais próximo de t’1, a velocidade média seria
maior, conforme se vê pela maior inclinação da reta que liga os
pontos P1 e P2.
A Figura 8.2c (pág. 8.4) é a mesma curva de contra t da
Figura 8.2b, mostrando uma seqüência de intervalo de tempo ∆t1,
∆t2, ∆t3 cada qual menor que o seu antecedente Em cada intervalo
∆t, a velocidade média é representada pela inclinação da reta
pontilhada pertinente ao intervalo. A figura mostra que enquanto
os intervalos de tempo diminuem, as retas tornam-se mais

206
AC-02

inclinadas, mas não mais inclinadas que a tangente à curva no


ponto correspondente a t1. Definimos a inclinação(coeficiente
angular) da reta tangente à curva, no instante t1 como a velocidade
instantânea. Ela é, como já vimos limite do quociente ∆x/∆t quando
∆t se aproxima de zero.
Assim, para achar a velocidade instantânea em qualquer
instante t, basta traçar a tangente à curva no ponto (t, x(t)) do
gráfico.

Figura 2 - A Reta Tangente.

O leitor pode verificar que o cálculo da velocidade


instantânea recai num interessante caso de indeterminação do tipo
0/0. Na realidade, à primeira vista, parece impossível definir a
velocidade de uma partícula num determinado instante, isto é, num
dado tempo. Num instante t1, a partícula está num único ponto, x1 e

207
AC-02

se está neste ponto, como pode estar movendo-se? Por outro lado,
se não está se movendo, não deveria permanecer indefinidamente no
mesmo ponto? É este um velhíssimo paradoxo que pode ser resolvido
quando se observa que para analisar o movimento, e defini-lo, é
preciso verificar a posição do corpo em mais de um instante. É
possível, então, definir a velocidade num instante, mediante um
processo de passagem ao limite.

8.2 - DERIVADA

8.2.1 - Derivada no Ponto xo

Seja f uma função definida em um intervalo aberto I e xo um


elemento de I. Chama-se derivada de f no ponto x o limite
f(x) − f(xo)
lim f(x) =
x→a x − xo
se este existir e for finito.
A derivada de f no ponto xo é habitualmente indicada com
uma das seguintes notações:

 df   dy 
f'(xo),   , Df(xo), ou   para y = f(x).
 dx  x = xo  dx x = xo
A diferença ∆x = x – xo é chamada acréscimo ou incremento
da variável x relativamente ao ponto xo. A diferença ∆y = f(x) -
f(xo) é chamada acréscimo ou incremento da função f relativamente
∆y f(x) − f(xo)
ao ponto xo. O quociente = recebe o nome de razão
∆x x − xo
incremental de f relativamente ao ponto xo.
Frisemos que a derivada de f no ponto xo pode ser indicada
das seguintes formas:

f(x) − f(xo) ∆y f(x0 + ∆x) − f(xo)


f´(x0) = lim ou f´(x0) = lim ou f´(x0) = lim
x → x0 x − xo ∆x →0 ∆x ∆x →0 ∆x

208
AC-02

Quando existe f´(xo) dizemos que f é derivável no ponto xo.


Dizemos também que f é derivável no intervalo aberto I quando
existe f´(xo) para todo xo ∈ I.
Se nos reportarmos ao item anterior, veremos que a
velocidade instantânea é a derivada da função deslocamento no
instante t1.
O leitor deve estar atento para o fato de que agora a
variável independente é x1 enquanto que no item anterior fizemos t
("de tempo") ser a variável independente. É apenas uma notação,
não devendo causar qualquer embaraço.
Seguem alguns exemplos:
1º) Calculemos a derivada de f(x) = 2x no ponto x0 = 3.
f(x) − f(3) 2x − 6 2(x − 3)
f´(3) = lim = lim = lim = 2
x →3 x − 3 x →3 x − 3 x →3 x − 3

Outra maneira de proceder seria esta:


f(3 + ∆x) − f(3) 2(3 + ∆x) − 6
f´(3) = lim = lim = lim 2 = 2
∆x → 0 ∆x ∆x → 0 ∆x ∆x → 0

2º) calculemos a derivada de f(x) = x2 + x no ponto x0 = 1.


f(1 + ∆x) − f(1)
f´(1) = lim
∆x → 0 ∆x
[(1 + ∆x) + (1 + ∆x)] − [12 + 1]
2
= lim
∆x → 0 ∆x
2
(∆x) + 3 ⋅ ∆x
= lim = lim (∆x + 3) = 3
∆x → 0 ∆x ∆x → 0

3º) calculemos a derivada de f(x) = sem x em x0 = π/3.


π π
sen( + ∆x) − sen( )
π 3 3
f´( ) = lim
3 ∆x → 0 ∆x
∆x π ∆x
2sen( ) ⋅ cos( + )
= lim 2 3 2
∆x → 0 ∆x
∆x π ∆x
sen( ) ⋅ cos( + )
2 3 2 π 1
= lim = cos( ) =
∆x → 0 ∆x 3 2
2

209
AC-02

8.2.2 - Função Derivada

Seja f é uma função derivável no intervalo aberto I. Para


cada xo pertecente a I existe e é único o limite f´(xo) =
f(xo + ∆x) − f(xo)
lim portanto, podemos definir uma função f´: I →
∆x → 0 ∆x
R que associa a cada xo ∈ I a derivada de f ponto xo. Esta função é
chamada função derivada de f ou, simplesmente, derivada de f.
Habitualmente a derivada de f é representada por
df
f´, , Df ou y´.
dx
A lei f´(x) pode ser determinada a partir da lei f(x),
aplicando-se a definição de derivada de uma função, num ponto
genérico x ∈ I:
f(x + ∆x) − f(x)
f´(x) = lim
∆x → 0 ∆x
É isto que faremos logo em seguida para calcular as
derivadas de algumas funções elementares:
1) função constante: f(x) = c, c ∈ R
∆y f(x + ∆x) − f(x) c − c ∆y
= = = 0 ∴ f´(x) = lim = 0
∆x ∆x ∆x ∆x → 0 ∆x

Logo, f(x) = c ⇒ f´(x) = 0.

2) função seno: f(x) = sen x


∆x ∆x
2sen( ) cos(x + )
∆y sen(x + ∆x) − senx 2 2 =
= =
∆x ∆x ∆x
∆x
( )
∆x
= sen 2 . cos (x + )
∆x 2
( )
2
∆y sen(∆x / 2)
f´(x) = lim = lim . lim cos(x + ∆x / 2) = cos x
∆x ∆x → 0 ∆x / 2 ∆x → 0

Logo, f(x) = sen x ⇒ f´(x) = cos x.

3) função exponencial f(x) = ax, com a ∈ R e O < a ≠ 1

210
AC-02

∆x
∆y sen(x + ∆x) − f(x) ax + − ax a∆x − 1
= = = ax
∆x ∆x ∆x ∆x

∆y a∆x − 1
f'(x) = lim = lim ax. lim . ax . ln a
∆x → 0 ∆x ∆x → 0 ∆x → 0 ∆x
Logo, f(x) = ax ⇒ f´(x) = a. l n ª

No caso particular da função exponencial de base e, f(x) =


x
e , temos o resultado notável:
f(x) = ex. ⇒ f´(x) = ex
Logo, f(x) = ex ⇒ f´(x) = ex

8.2.3 - Tabela de Derivadas

Trabalhando convenientemente a definição de derivada e as


propriedades de limites, pode-se construir a Tabela 8.2 (pág. 8.9)
de extrema importância para o cálculo de derivadas.
Os exemplos ao final do capitulo mostram de forma bastante
clara a utilização desta tabela. A propriedade D9 merece um
comentário à parte. Trata-se da "regra da cadeia" ou derivada da
função composta.
Sendo y = F(x) = g(f(x)) e u = f´(x), vale o seguinte
resultado:
F´(x) = g´ (f(x)) . f´(x)
ou, em notação mais sugestiva:
dy dy du
= .
dx du dx
Obs.: a propriedade D8 é a derivada da função inversa.
Usando a regra da cadeia, constrói-se a tabela 8.3.

REGRAS DE DERIVAÇÃO

D1. y = kv → y´= kv´, k ∈ ℜ


D2. y = u + v → y´= u´+v´
D3. y = uv → y´= u´v + uv´
1 − v´
D4. y = → y´= ,v ≠ 0
v v2

211
AC-02

u u´v − v´u
D5. y = → y´= ,v ≠ 0
v v2
D6. y = u1 + u 2 + K + u n → y´= u 1´+u 2´+ K + u n´
y = u1 ⋅ u 2 ⋅ K ⋅ u n
D7.
→ y´= u1´⋅ + u 2 ⋅ K ⋅ u n + u 1 ⋅ +u 2´⋅ K ⋅ u n + u1 ⋅ +u 2 ⋅ K ⋅ u n´
1 1
D8. g é inversa de f: g´(x) = = , (f´(y) ≠ 0)
f´(y) f´(g(x))
D9. y = (g o f)(x) → y´= g´(f(x)) ⋅ f´(x)
D10. y = u v → y´= u v(v ln u)´= vu v − 1u´+u v ln u v´

TABELA 8.2 – Derivadas

FUNÇÕES ELEMENTARES
1. y = x α → y´= αx α − 1, α ∈ ℜ
1
1
2. y = n
x → y´= , y = x caso 1
n

nn x n − 1
3. y = a x → y´= a x ln a, 0 < a ≠ 1
1
4. y = log a → y´= ,0 < a ≠ 1
x ln a
5. y = sen x → y´= cos x
6. y = cos x → y´= − sen x
7. y = tg x → y´= sec2 x
8. y = cot g x → y´= − cos sec2 x
9. y = sec x → y´= sec x ⋅ tg x
10. y = cos sec x → y´= − cos sec x ⋅ cot g x
1
11. y = arcsen x → y´=
1 − x2
− 1
12. y = arccos x → y´=
1 − x2
1
13. y = arctg x → y´=
1 + x2
− 1
14. y = arc cot g x → y´=
1 + x2
1
15. y = arc sec x → y´=
x ⋅ x2 − 1
− 1
16. y = arccos ec x → y´=
x ⋅ x2 − 1
Nesta tabela u = f(x) e v = g(x), isto é, u e v são funções deriváveis de x.

212
AC-02

TABELA 8.3 – DERIVADA DE FUNÇÃO COMPOSTA

1. y = v α → y´= αv α − 1v´
1
2. y = n v → y´= v´
nn v n − 1
3. y = a v → y´= a v ln a v´
1
4. y = loga v → y´= ⋅ v´
v ln a
5. y = sen v → y´= cos v ⋅ v´
6. y = cos v → y´= − sen v ⋅ v´
7. y = tg v → y´= sec2 v ⋅ v´
8. y = cot g v → y´= − cos sec2 v ⋅ v´
9. y = sec v → y´= sec v ⋅ tg v ⋅ v´
10. y = cos sec v → y´= − cos sec v ⋅ cot g v ⋅ v´
1
11. y = arcsen v → y´= ⋅ v´
1 − v2
− 1
12. y = arccos v → y´= ⋅ v´
1 − v2
1
13. y = arctg v → y´= ⋅ v´
1 + v2
− 1
14. y = arc cot g v → y´= ⋅ v´
1 + v2
1
15. y = arc sec v → y´= ⋅ v´
v ⋅ v2 − 1
− 1
16. y = arccos ec v → y´= ⋅ v´
v ⋅ v2 − 1
Nesta tabela u = f(x) e v = g(x), isto é, u e v são funções deriváveis de x.

8.2.4 - Derivadas Sucessivas

Seja f uma função contínua em um intervalo I e seja I1 o


conjunto dos pontos de I em que f é derivável. Em I1 já definimos a
função f´, chamada função derivada primeira de f. Seja
I2 o conjunto dos pontos de I1 em que f´ é derivável. Em I2
podemos definir a função derivada da f´ que chamaremos de derivada
segunda de f e indicaremos por f´´
Repetindo o processo, podemos definir as derivadas
terceira, quarta, etc de f. A derivada de ordem n de f
(n)
respectivamente por f .
Exemplos:

213
AC-02

1o) Calcular as derivadas de f(x) = 3x2 + 5x + 6.


Temos:
f´(x) = 6x + 5
f´´(x) = 6
f´´(x) = f(4)(x) = f(5) (x) = ...= O

2o) Calcular as derivadas de f(x) = sen 2x.


Temos:
f´(x) = 2.cos 2x
π
f´(x) = -4.sen 2x = 22.cos (2x + )
2
f´(x) = -8.cos 2x = 23.cos (2x + ·)
(n − 1)π
f(n) = 2n cos(2x + )
2

3o) Determinar todas as derivadas de f(x) = x3 + 2x2 + 1.


df
f´(x) = = 3x2 + 4x
dx
df´
f´´ = 6x + 4
dx
df(N − 1)
f(n)(x) = = 0 para todo n ≥ 4.
dx

1
4o) Obter todas as derivadas de y =
x
dy 1
y’= = - 2
dx x
dy' 2
y” = = - 3
dx x
dy" 6
y”’ = = - 4
dx x
dy(n − 1) n(n − 1)(n − 2)....1 n!
y (n)
= = (−1)n . n +1
= (−1)n . n + 1 .
dx x x

214
AC-02

8.2.5 - Equações Diferenciais

Considere as equações abaixo e seus respectivos conjuntos-


verdade.
1) x2 -5x + 6 = 0; V1 = {2,3}
2) 3x - 9 = 0; V2 = {2}
3) sen x = 0; V3 = {x = kπ, k ∈ z}

Dizemos que x ∈ R é solução de uma equação quando na


verdade a sentença aberta correspondente. Por exemplo:
1) 22 - 5.2 + 6 = O (V)
2) 32 - 9 = O (V)
sen (3π) = O (V)

De modo análogo, podemos construir equações envolvendo


funções e suas derivadas, isto é, agora as variáveis são funções
deriváveis. Por exemplo:
1) y" - y = 0; V = {y = a cos x + b sen x ; a e b ∈ R}
de fato: y' = -a sen x + b cos x
y" – y = -a cos x –b sen x
logo y" -y = (-a cos x –b sen x) + (a cos x + b sen x) = 0
(V)

dy
2) x - y + x2 ou xy' - y – x2 = 0, y = f(x)
dx
V = {y = x2 + cx, c ∈ R}
De fato: y' = 2x + c
xy' - y - x2 = x(2x + c) – (x2 + cx) - x2 = 2x2 + cx - x2 -
cx - x2 = 0.

A solução de equações diferenciais não é assunto simples.


Seu conceito foi apresentado para que o leitor se familiarize com
as mesmas. As equações diferenciais são muito comuns em Física e
estão envolvidas na resolução de uma infinidade problemas tratados
nesta ciência.

215
AC-02

NOTA: Na Mecânica, como os problemas que surgem estão relacionados


o movimento dos corpos, muitas vezes aparecem derivadas com
relação ao tempo. Neste caso é costume usar a seguinte notação:

df(t) d2x(t)
para f&(t); para x
&&(t)
dt dt

8.3 - GRÁFICOS E DERIVADAS

8.3.1 - Interpretação Geométrica da Derivada

No item 8.1 - vimos que a velocidade no instante t podia


ser obtida pela reta tangente à curva do deslocamento, no ponto
(t1, x(t1)).
Generalizando podemos dizer que:
A derivada de uma função f no ponto xO é igual ao
coeficiente angular da reta tangente ao gráfico de f no ponto de
abscissa xo.
A fórmula y - yo = m(x - xo) fornece a equação de uma reta
passando por p (xO, yO) e com coeficiente angular m = tg αx
conforme Figura 8.3.
Em particular se queremos a equação da reta tangente ao
gráfico de uma função f no ponto (xO, f(xO)), basta fazer yO =
(f(xO) em = f´(xO). A equação da reta fica:
y – f(x0) = f´(x0)(x-x0)

Figura 3 - Equação da Reta Tangente

216
AC-02

Exemplos:
1) A equação da reta tangente à parábola de equação y = x2
em seu ponto de abscissa xO = 2 é
xO = 2 ⇒ yO = 22 = 4 ⇒ P(2,4)
y = x2 ⇒ y' = 2x ⇒ y'(2) = 2 .2 = 4
logo y - 4 = 4(x -2) é a equação da reta t (Fig. 8.4a)
2) A equação da reta tangente à curva de f(x) = x3 na
origem P(0,0) é:
f´(x) = 3x2 ⇒ f´(0) = 3.02 = 0
logo y - 0 = 0 (x-0)
y = 0 (eixo dos x) é a equação da reta t (Fig. 8.4b)

Figura 4 - Equação da Reta Tangente

8.3.2 - Derivada e continuidade

Pode-se mostrar que, se uma função é derivável num ponto,


ela é contínua nesse ponto, não valendo a recíproca, isto é
existem funções contínuas num ponto x0 e não deriváveis em x0
De fato, numa interpretação nada rigorosa, podemos dizer
que uma função continua é aquela cuja curva pode ser desenhada
"sem se tirar a ponta do lápis do papel". Porém, essa curva pode
formar "bicos", onde fica impossível definir uma reta tangente.

217
AC-02

Evidentemente, uma função descontínua num ponto, não é


derivável neste ponto.
Vejamos os seguintes exemplos:

1) f(x)= x – 2, para x ≤ 3
2, para x> 3
f é descontínua em xo = 3
f não é derivável em xo = 3 (Fig. 8.5a)

2) f é contínua em xo = c
f não é derivável em xo = c
(não existe reta tangente no "bico") (Fig. 8.5b)

3) f(x) = |x|
f é contínua em xo = 0
f não é derivável em xo = 0 (Fig. 8.5c)

4) f(x) = 3
x

1
f´(x) = , x ≠ 0
33 x 2
f é contínua em xo = 0.
f´ não existe em xo = 0 (Fig. 8.5d)
Neste caso existe a reta tangente à curva, porém ela é
paralela ao eixo dos y.

218
AC-02

Figura 5 - Derivada e continuidade

8.3.3 - Variação das Funções

Consideremos a Figura 8.6 abaixo:

Figura 6 - Máximos e mínimos

219
AC-02

A curva representa a função f{x) = x3 + x2 - 5x. Vemos que


a função tem um máximo em x = -5/3 e um mínimo em x = 1. É fácil
perceber que f´(x) = 0 nestes pontos (verifique!).
Estamos interessados em resolver o seguinte problema: dada
uma função f(x), ela tem máximo e mínimo? Em caso afirmativo, como
determinar as abscissas correspondentes?
Em busca da solução do problema acima, vamos apresentar
alguns novos conceitos:
1o) Máximo e mínimo são conceitos relativos ou locais
conforme mostra a Figura 8.7a. No gráfico abaixo a função f(x)
assume um máximo local no ponto a que é menor que um mínimo local
em b.

Figura 7 - Máximos e Mínimos Locais

2o) A função pode ter um ponto extremo (máximo ou mínimo),


sem ser derivável no ponto. É o que mostra o ponto D (máximo
absoluto), da curva da Figura 8.7b. Ainda,
A, C e E - pontos de mínimo relativo
B - ponto de máximo relativo
F e G - pontos de máximo e mínimo

OBS: l) muitas vezes nos referimos à abscissa do ponto no


lugar do ponto. Por exemplo: a é ponto de mínimo.

2) Dizemos que xo é um ponto de máximo relativo ou


local de f se f (x) ≤ f(xo), ∀x nas proximidades de xo; que xo é um

220
AC-02

ponto de mínimo relativo ou local de f se f(x) ≥ f(x), ∀x nas


proximidades de xo.
3) Nas vizinhanças de um ponto de extremo, a tangente
muda sua inclinação, ou seja, a derivada muda de sinal (Fig. 8.8).

Figura 8 - Sinal da Derivada Primeira e Extremantes

OBS: O sinal da derivada tem a seguinte interpretação


geométrica mostrada na Figura 8.9.

221
AC-02

Figura 9 - Sinal da Derivada Primeira

Concluímos então que a mudança de sinal de f´(x) fornece os


pontos de extremo, mesmo quando a curva forma "bicos" nestes
pontos.
4) O estudo da concavidade da curva também pode apontar
pontos extremos, embora o método apresentado acima seja mais
geral. vejamos a Figura 8.10 abaixo:

Figura 10 - Concavidade

222
AC-02

(1) Concavidade positiva em xo: curva acima da reta


tangente ou voltada "para cima”
(2) Concavidade negativa em xO: curva abaixo da reta
tangente ou voltada "para baixo”.

A Figura 8.11 abaixo fornece um critério para determinar se


um gráfico tem concavidade positiva ou negativa.
Se tivermos f´(x) crescente, isto é, f´´(x) > 0, a curva
terá concavidade voltada para cima (Fig. 8.11a).

Se tivermos f´(x) decrescente, isto é f´´(x) < 0, a curva


terá concavidade voltada para baixo (Fig. 8.11b).

Daí concluímos que o sinal da derivada segunda f´´(x) é que


decide a concavidade de y = f(x).

Figura 11 - Sinal da Derivada Segunda

Se observarmos a Figura 8.8a, veremos que em


xo f´´(xo) > 0 (ponto de mínimo). Na Figura 8.8b, temos que
f´´(xo) < 0 (ponto de máximo).

5) Pode acontecer a seguinte situação, representada na


Figura 8.12: f´(xo) = 0. e f´(x) não muda de sinal nas vizinhanças
de xo.
Se repararmos melhor, a concavidade muda de sinal em xo.

De um modo geral o ponto Po (xo, f(xo)) é dito ser o ponto


de inflexão do gráfico da função f (contínua num intervalo que

223
AC-02

contenha xo), quando a concavidade troca de sinal em po. A Figura


8.13 fornece alguns exemplos.

Assim uma análise no sinal da f´´(x) em torno de xo


apontará se ele é ou não uma abscissa de um ponto de inflexão.

Figura 12 - Ponto de Inflexão

Outro método menos geral, pois exige que f seja derivável


em xo diz que:
- se f´´(xo) = O e f´´´(xo) ≠ O então xo é a abscissa de um
ponto de inflexão;
- será ponto de flexão horizontal se f´(xo) = 0 (Fig. 8.13
(2));

- será ponto de inflexão obliqua se f´(xo) ≠ 0 (Fig. 8.13


(1));

Na Figura 8.13 (3) temos um ponto de inflexão vertical.


Observe que a função não é derivável em xo.
Se o leitor se reportar à Figura 8.6, e calcular f´(-1/3),
f´´(-1/3) e f´´´(-1/3), verificará que se trata de um ponto de
inflexão obliqua.

224
AC-02

Figura 13 - Tipos de Pontos de Inflexão

Resumindo

- Método 1
Seja f(x) uma função contínua com derivadas continuas num
intervalo I.
I - Se f´(xo) = O e f´´(xo) ≠ O, então
a) f(xo) é máximo relativo de f(x) se f´´(xo) < 0
b) f(xo) é mínimo relativo de f(x) se f´´(xo) > 0
c) xo é abscissa de ponto de inflexão horizontal se f´´(xo
) = 0

II - Se f´(xo) = 0, f´´(xo) = 0 e f´´´(xo) ≠ 0, então xo é


abscissa de um ponto de inflexão oblíqua.

- Método 2
Seja f(x) uma função contínua num intervalo I.
I - a) se x < x ⇒ f´(x) > 0 e x > xo ⇒ f´(x) < 0 então xo
é um ponto de máximo local.
b) se x < xo ⇒ f´(x) < O e x > xo ⇒ f´(x) > O então xo
é um ponto de mínimo local.

II - se x < x ⇒ f´´(xo) < O e x > xo ⇒ f´´(xo) > 0


x < xo ⇒ f´´(xo) > O e x > xo ⇒ f´´(xo) < 0
então xo é abscissa de um ponto de inflexão.

Obs: Não vamos considerar o caso em que f´´´(xo) = 0

225
AC-02

EXEMPLOS:

1. Determinar a função derivada das seguintes funções:


a) y = 4x3;
b) y = 2x3 + 44x2 - 5x – 2;
c) y = sen x + cos x + tg x;
d) y = (x2 + 1)4;
e) y = 4(2x2 - x – 1)3;
f) y = x sen x + cos x
g) y = sen4 x
h) y = [x ex + cos x]5

SOLUÇÃO:
d(cv) dv d(4x5) d(x5)
a) = c ⇒ = 4 = 4(5x4) = 20x4
dx dx dx dx
dy d(2x3) d(4x2) d(5x) d(2)
b) = + − − = 6x 2 + 8x − 5
dx dx dx dx dx
c) Aplicando a propriedade da derivada da soma, temos:
dy d(sen x) d(cos x) d(tg x)
= + + = cos x − sen x + sec2 x
dx dx dx dx
d(u n ) du
d) = n ⋅ u n −1 ⋅
dx dx
Neste exemplo, u = x2 + 1 e n = 4, então,
dy d(x 2 + 1)
= 4 ⋅ (x 2 + 1) ⋅ = 4 ⋅ (x 2 + 1) ⋅ (2x) = 8x ⋅ (x 2 + 1)3
dx dx
e) Temos u = 2x2 –x - 1 e n = 3, então:
dy d(2x 2 − x − 1)
= 4 ⋅ 3 ⋅ (2x 2 − x − 1) ⋅ = 12 ⋅ (2x 2 − x − 1)2 ⋅ (4x − 1)
dx dx
f) Neste caso tem-se:
dy d(x ⋅ sen x) d(cos x) d(sen x) dx d(cos x)
= + = x + ⋅ sen x +
dx dx dx dx dx dx
= x ⋅ cos x + sen x − sen x = x ⋅ cos x
g) Temos u = sen x e n = 4, então:
dy d(sen x)
= 4 ⋅ sen3 x ⋅ = 4 ⋅ sen3 x ⋅ cos x
dx dx
h) Temos u = x ex + cos x e n = 5, então:

226
AC-02

dy d(x ⋅ ex + cos x)
= 5 ⋅ (x ⋅ ex + cos x)4 ⋅
dx dx
= 5 ⋅ (x ⋅ e + cos x)(x ⋅ e + e − sen x)
x x x

2. Determinar a função derivada das seguintes funções:


1
a) y = ;
x2
2
b) y = ;
x + 1
2x
c) y = ;
x + 1
2

ex
d) y = ;
x
1 + sen x
e) y = ;
cos x
loge x
f) y = ;
sen x
x2 + x + 1
g) y = ;
ex
x2
h) y = ;
tg x

SOLUÇÃO:
Todas essas funções são quociente de outras duas funções, então:
u du dv
d( ) ⋅ v − u ⋅
v = dx dx = u´v − uv´
dx v2 v2
a) u = 1, du/dx = 0, v = x2 e dv/dx = 2x, então:
dy 0 ⋅ x 2 − 1 ⋅ 2x 2x 2
= 2 2
= − 4 = − 3
dx (x ) x x
b) u = 2, u´ = 0, v = x + 1 e v´= 1, então:
dy 0 ⋅ (x + 1) − 2 ⋅ (1) 2
= = −
dx (x + 1)2
(x + 1)2
c) u = 2x, u´ = 2, v = x2 + 1 e v´= 2x, então:
dy 2 ⋅ (x2 + 1) − 2x ⋅ 2x − 2x 2 + 2
= = −
dx (x + 1)2 (x + 1)2
d) u = ex = u´, v = x e v´= 1, então:

227
AC-02

dy e x ⋅ x − ex ⋅ 1 ex(x − 1)
= =
dx x2 x2
e) u = 1 + sen x, u´ = cos x, v = cos x e v´ = -sen x, então:
dy cos x ⋅ cos x − (1 + sen x)(− sen x)
=
dx (cos x)2
cos2 x + sen x + sen 2 x 1 + sen x
= 2
=
cos x cos2 x
f) u = loge x, u´ = 1/x, v = sen x e v´ = cos x, então:
1
⋅ sen x − log e x ⋅ cos x
dy x
=
dx sen 2 x
g) u = x2 + x + 1, u´ = 2x + 1, v = ex = v´, então:
dy (2x + 1) ⋅ ex − (x 2 + x + 1) ⋅ ex (−x 2 + x)
= =
dx (ex )2 ex
h) u = x2, u´ = 2x, v = tg x, v´ = sec2x, então:
dy 2x ⋅ tg x − x2 ⋅ sec2 x
=
dx tg2x

3. Determinar a função derivada das seguintes funções:


a) y = sen 5x;
b) y = sen (x2 – 1);
c) y = 2 cos 5x2;
d) y = tg 2x2;
e) y = sec 2x;
f) y = cos (sen x);
x2
g) y = loge ;
1 + x2

1 + sen x
h) y = loge ;
1 − sen x

SOLUÇÃO:
Todas essas funções são compostas, então:
dy dv du
y = v(u(x)) ⇒ y´= = ⋅ ⋅
dx du dx
a) u = 5x e v = sen u
d(sen u) d(5x)
y´= ⋅ = (cos u) ⋅ (5) = 5 ⋅ cos 5x
du dx

228
AC-02

b) u = x2 - 1 e v = sen u
d(sen u) d(x 2 − 1)
y´= ⋅ = (cos u) ⋅ (2x) = 2x ⋅ cos( x 2 − 1)
du dx
c) u = 5x2 e v = 2 cos u
d(2 cos u) d(5x 2)
y´= ⋅ = (− 2 sen u) ⋅ (10x) = − 20 ⋅ x ⋅ sen(5x 2)
du dx
d) u = 2x2 e v = tg u
d(tg u) d(2x 2)
y´= ⋅ = (sec2 u) ⋅ (4x) = 4 ⋅ x ⋅ sec2(2x 2)
du dx
e) u = 2x e v = sec u
d(sec u) d(2x)
y´= ⋅ = (sec u tg u) ⋅ (2) = 2 ⋅ sec(2x) ⋅ tg(2x)
du dx
f) u = sen x e v = cos u
d(cos u) d(sen x)
y´= ⋅ = − sen u ⋅ cos x = − cos x ⋅ sen(sen x)
du dx
x2
g) u = ⋅ e v = log e u
1 + x2
x2
d( )
d(log e u) 1 + x 2 1 2x(1 + x 2 ) − x 2 ⋅ 2x
y´= ⋅ = ⋅
du dx u (1 + x 2 )2
1 2x 2
= ⋅ =
x 2
(1 + x )
2 2
x(1 + x 2 )
1 + x2
1 + sen x (1 + sen x) ⋅ (1 + sen x) (1 + sen x)2
h)Notemos que = =
1 − sen x (1 − sen x) ⋅ (1 + sen x) cos2 x

1 + sen x 1 + sen x
e y = loge = loge , cos x > 0
1 − sen x cos x
1 + sen x
Temos u = e v = log e u
cos x
1 + sen x
d( )
d(log e u) cos x 1 1 + sen x
y´= ⋅ = ⋅
du dx u cos 2 x
cos x 1 + sen x 1
= ⋅ = = sec x .
1 + sen x 2
cos x cos x

229
AC-02

4. Obter as derivadas das seguintes funções

a) y = x+3 x d) y =
3
2x + 1

3 cos 2 x
b) y = x 2 + 2 x − 5 e)y =

5
c) y = a 2 − x 2 f) y = e2 x

SOLUÇÃO:
1 1
3 1 1
dy d x d x dx dx 2 3
1 −1 1 −1
a) = + = + = .x 2 + .x 3 =
dx dx dx dx dx 2 3
1 2
− −
x 2 x 3 1 1
= + = +
2 3 2 x 33 x 2

b)y = v(u(x)) sendo u = x2 + 2x – 5 e v = u, então


dy dv du 1 x + 1
= ⋅ = ⋅ (2x + 2) = 2
dx du dx 2 u x + 2x − 5

c)y = v(u(x)) sendo u = a2 – x2 e v = u, então


dy dv du 1 −x
= ⋅ = ⋅ (−2 x) =
dx du dx 2 u a2 − x2
3
d)y = v(u(x)) sendo u = 2x+1 e v = u, então
dy dv du 1 2
= ⋅ = ⋅ (2) =
dx du dx 33 u 2 33 (2x + 1)2
3
e)y = v(u(t(x))) sendo t = 2x, u = cos t e v = u, então
dy dv du dt 1 − 2 sen 2x
= ⋅ ⋅ = 3 2 ⋅ (− sen t) ⋅ 2 =
dx du dt dx 3 u 33 cos2 2x
5
f)y = v(u(t(x))) sendo t = 2x, u = et e v = u, então

dy dv du dt 1 2e2x
= ⋅ ⋅ = ⋅e ⋅2 =
t

dx du dt dx 5
5 u 4
55 e8x

5. Obter as derivadas das seguintes funções

230
AC-02

x
y = arcsen
1 + x2
sen x
y = arctg
1 + cos x

SOLUÇÃO:
x
a)u = e v = arcsen u , então
1 + x2
x
1⋅ 1 + x2 − x ⋅
dy d(v(u)) dv du 1 1 + x2
= = ⋅ = ⋅
dx dx du dx 1 − u2 ( 1 + x 2 )2
1 1 1 1
= ⋅ = 1 + x2 ⋅ =
x2 (1 + x 2) 1 + x 2 (1 + x 2) 1 + x 2 (1 + x 2)
1−
1 + x2
sen x
b)u = e v = arctg u , então
1 + cos x
dy dv du 1 cos x(1 + cos x) − sen x(− sen x)
= ⋅ = ⋅
dx du dx 1 + u2 (1 + cos x)2
1 cos(x + 1) (1 + cos x)2 cos(x + 1) 1
= ⋅ = ⋅ =
(1 + cos x)2 2 + 2 cos x (1 + cos x)2
2
sen x 2
1 +
(1 + cos x)2

6. Dar a função derivada de:

y = (2x − 1)
x

y = (sen x)cos x

SOLUÇÃO:

y = u v ⇒ y´= uv ⋅ [v´⋅ loge u + v ⋅ ]
u
u = 2x - 1 e u´= 2, v = x e v´= 1, então:
2
y´= (2x − 1)x ⋅ [1 ⋅ log e(2x − 1) − x ⋅ ]
2x − 1
2x
= (2x − 1)x ⋅ [log e(2x − 1) − ]
2x − 1

231
AC-02

u = sen x e u´= cos x, v = cos x e v´= -senx, então:


cos x
y´= (sen x)cos x[− sen x ⋅ log e sen x + cos x ⋅
sen x

7. Determinar a derivada segunda da função y = cos2 3x e a derivada


terceira de y = loge(1+x)

SOLUÇÃO:
Para y = cos2 3x
y´ = 2 cos 3x .(-sen 3x) . 3 = -6 . sen 3x . cos 3x
= -3 . (2 . sen 3x . cos 3x) = -3 sen 6x
y´´ = -3 .cos 6x . 6 = -18 cos 6x
Para y = loge(1+x)
1
y´= = (x + 1)− 1 ⇒ y´´= −(x + 1)− 2 ⇒ y´´´= 2 ⋅ (x + 1)− 3
1 + x
2
y´´´=
(x + 1)− 3

8. Mostrar que a função y = e-x.cos x verifica a equação


diferencial y(4) + 4y = 0, onde y(4) é a derivada quarta de y

SOLUÇÃO:

y´= (−e−x) ⋅ cos x + e− x ⋅ (− sen x) = −e− x ⋅ (sen x + cos x)


y´´= (−e− x) ⋅ (sen x + cos x) − e− x(cos x − sen x) = 2e− x sen x
y´´´= −2e− x ⋅ sen x + 2e− x ⋅ cos x = 2e− x ⋅ (cos x − sen x)
y(4) = −2e− x ⋅ (cos x − sen x) + 2e− x ⋅ (− sen x − cos x)
y(4) = −4e− x ⋅ cos x
então
y(4) + 4y = −4e − x ⋅ cos x + 4e − x ⋅ cos x = 0

9. Verificar se a função f(x) definida por


x2 se x ≤ 2
f(x) =  , é derivável no ponto x=2
 x + 2 se x > 2

SOLUÇÃO:

232
AC-02

Se x < 2 temos f´(x) = 2x


Se x > 2 temos f´(x) = 1
Temos portanto
f−´(x) = lim− f´(x) = 4
x →2
, logo não existe f´(2)
f+´(x) = lim+ f´(x) = 1
x →2

Notemos que, apesar de não ser derivável no ponto 2, f(x) é


contínua nesse ponto pois lim f(x) = 4 = f(2).
x→2

10. Dada a função y = x5, calcular a derivada de sua função inversa


no ponto y = 32.

SOLUÇÃO:
dy dy 1 1
y = x5 ⇒ = 5x4 ⇒ = 4
=
dx dx 5x 55 y 4

dy 1 1
para y = 32 temos = =
dx 32 55 (32)4 80

11. Um ponto percorre uma curva obedecendo à equação horária s = t2


+ t – 2. Calcular a sua velocidade no instante t0= 2.(Unidades S.I)

SOLUÇÃO:
A velocidade no instante t0 = 2 é igual à derivada de s no instante
t0 :
s(t) − s(2) (t2 + t − 2) − (4 + 2 − 2)
s´(t0) = s´(2)= lim = lim
t →2 t − 2 t →2 t − 2
t2 + t − 6 (t − 2)(t + 3)
= lim = lim = lim(t + 3) = 5 m / s
t →2 t − 2 t→2 t − 2 t→2

12. Um ponto material em movimento sobre uma reta tem velocidade

v = 3
t no instante t. Calcular a aceleração do ponto no instante
t0 = 2.(Unidades S.I)

SOLUÇÃO:
A aceleração no instante t0 = 2 é igual a derivada de v no instante
t0

233
AC-02

v(t) − v(2) 3
t − 32
v´(t0) = v´(2)= lim = lim
t→2 t − 2 t→2 t − 2
3
t − 3
2 1
= lim =
t→2
(3 t − 3
2)(3 t2 + 3
2t + 3
22 ) 3
22 + 3
2⋅ 2 + 3
22
1
= 3
m / s2
3 4

13. Um móvel desloca-se sobre um segmento de reta obedecendo à


equação horária s = cos t (Unidades SI). Determinar:
a) sua velocidade no instante t = π/4 s;
b) sua aceleração no instante t = π/6 s.

SOLUÇÃO:
a) A derivada de s nos dá em cada instante a velocidade do móvel,
isto é, v = s´(t) = -sen t.
No instante t = π/4 s, temos:

v(π/4) = - sen (π/4) = - 2 / 2 m/s2.


b) A derivada de v nos dá em cada instante a aceleração do móvel,
isto é, a = v´(t) = - cos t.
No instante t = π/6 s, temos:

a(π/6) = - cos (π/6) = - 3 / 2 m/s2.

14. Obter o valor da derivada da inversa da funão f(x) = x3 + x no


ponto x0 = 1.

SOLUÇÃO:
y = x3 + x ⇒ y´ = 3x2 + 1 ⇒ 1/y´ = 1/(3x2 + 1) = dx/dy.
Para x = 1 tem-se dx/dy = 1/(3+1) = 1/4

15. Calcular a derivada de cada uma das seguintes funções:


a) f(x) = ex . sen x + 4x3;
b) g(x) = (x2 +x + 1)5;
c) h(x) = (ex . cos x – x2)4.

SOLUÇÃO:

234
AC-02

f deve ser vista como soma de duas parcelas: ex . sen x e 4x3.


Portanto, f’ é a soma das derivadas das parcelas, sendo que a
primeira parcela é um produto; então:
f’(x) = Df(x) = D(ex .sen x) + D(4x3) =
= D(ex) . sen x + ex . D(sen x) + D(4x3)=
= ex . sen x + ex . cos x + 12x2

Fazendo x2 + x + 1 = u(x), vem g(x) = [u(x)]5, então:


g’(x) = 5 . [u(x)]4 . u’(x) = 5 (x2 + x + 1)4 (2x + 1)

Fazendo ex . cos x – x2 = u(x), vem h(x) = [u(x)]4, então:


h’(x) = 4 . [u(x)]3 . u’(x) =
= 4 . (ex . cos x – x2)3 . (ex . cos x – ex . sen x – 2x)

16. Determinar a função derivada das seguintes funções:

a) f(x) = log2 x e) f(x) = sen x


b) f(x) = log2 cos x f) f(x) = arc sen x2
c) f(x) = x g) f(x) = arc cos ex
3 h) f(x) = arc tg (ln x)
d) f(x) = x2

SOLUÇÃO:
1
f’ =
x ln 2
vamos aplicar as a regra para funções compostas:
y = cos x e z = log2 y então, f’(x) = z’(y) . y’(x) =
1 sen x
= . (-sen x) = -
y . ln 2 cos x . ln 2
1 1
1 −1 1 − 1
1/2
f(x) = x = x ⇒ f’(x) = . x2 = .x 2 =
2 2 2 x
1 2
3 1 −1 1 − 1
2 1/3
f(x) = x = x ⇒ f’(x) = . x3 = .x 3 =
3 3 3
3 . x2

Fazendo y = sen x e z = y , temos:


1 cos x
f’(x) = z’(x) . y’(x) = . cos x =
2 y 2 sen x

235
AC-02

Fazendo y = x2 e z = arc sen y, temos:


1 2x
f’(x) = z’(x) . y’(x) = . 2x =
2
2 1− y 1 − x4
Fazendo y = ex e z = arc cos y, temos:

1 ex
f’(x) = z’(x) . y’(x) = − . ex =
1 − y2 1 − e2x
Fazendo y = ln x e z = arc tg y, temos:
1 1 1
f’(x) = z’(x) . y’(x) = − . =
1 + y2 x x (1 + ln2 x)

17. Dada a função f(x) = [u(x)]v(x), calcular sua derivada.

SOLUÇÃO:
f(x) = [u(x)]v(x) = [eln x u(x) v(x)
] = ev(x) . ln u(x)

Aplicando a regra de derivação da função composta, temos:


y = v(x) . ln u(x) e z = ey
então:
f’(x) = z’(x) . y’(x) =
1
= ey . [v’(x) . ln u(x) + v(x) . . u’(x)]
u(x)
e finalmente:
u'(x)
f’(x) = [u(x)]v(x) . [v’(x) . ln u(x) + v(x) . ]
u(x)

18. Obter a derivada da função f(x) = (cos x)x.

SOLUÇÃO:
Empregando a regra que acaba de ser deduzida, vem:
− sen x
f’(x) = (cos x)x . [1 . ln cos x + x . ] =
cos x
= (cos x)x . (ln cos x – x . tg x)

19. Qual é a equação da reta tangente à curva y = x2 – 3x no seu


ponto de abscissa 4?

236
AC-02

SOLUÇÃO:
x0 = 4 ⇒ f(x0) = 42 – 3 . 4 = 16 – 12 = 4.
Então, P(4,4) é o ponto de tangência.
(x2 − 3x) − 4 (x − 4)(x + 1)
f’(x0)= f’(4) = lim = lim =
x →4 x−4 x →4 x−4
= lim (x + 1) = 5
x →4

Portanto, o coeficiente angular de t é 5, e sua equação é:


y – 4 = 5(x-4)

20. Determinar a equação da reta tangente ao gráfico de f(x) = tg


π
x no ponto de abscissa x0 = .
4

SOLUÇÃO:
π π π
x0 = ⇒ f(x0) = tg = 1 , então P( , 1) é o ponto de
4 4 4
tangência.
π
sen (x −
)
4
π π
tg x − tg cos x . cos
π 4 = lim 4 =
f’(x0) = f’( ) = limπ
4 π π π
x→
4 x− x→
4 x−
4 4
 π 
sen (x − 4) 1  1
= lim  .  = = 2 e a equação da reta t é
π π π π
x→ 
4
x− cos x . cos  cos2
4 4 4
π
y – 1 = 2 (x - )
4

237
AC-02

21. Obter a equação da reta tangente ao gráfico de f(x) = cos x no


π 1
ponto ( , ).
3 2

SOLUÇÃO:
O coeficiente angular da reta procurada é:

π π 3
f’( ) = - sen = - .
3 3 2
Portanto, a equação da reta é:

1 3 π
y - = - (x - )
2 2 3

22. Obter a equação da tangente à curva y = x2 sen (x-2) no ponto


de abscissa 2.

SOLUÇÃO:

x = 2 ⇒ y = 22 sen(2-2) ⇒ 0 ⇒ P(2,0) é o ponto de tangência

y’ = 2x sen(x-2)+ x2 cos(x-2) ⇒

⇒ y’(2)= 2 • 2 sen 0 + 22 • cos 0 = 4

Assim, a equação da reta tangente é: y - 0 = 4 (x-2)

23. Verificar se f(x) = x2 – 6x + 8 tem extremante.

238
AC-02

SOLUÇÃO:
calculamos f’(x) = 2x – 6
obtemos as raízes de f’(x) = 0
f’(x) = 2x-6 = 0 ⇒ x = 3
analisamos o sinal de f’ (x)
x < 3 ⇒ f’(x) < 0 e
x > 3 ⇒ f’(x) > 0
e concluímos que x = 3 é ponto de mínimo relativo de f(x) e min.
f(x) = f(3) = 32 – 6(3) + 8 = -1

24. A derivada de f(x) é f’(x) = (x-1)(x-2)2(x-3)3(x-4)4.


Determinar os extremantes de f(x) e as abscissas dos pontos de
inflexão de f(x).

SOLUÇÃO:
Os pontos críticos de f(x) são as raízes de f’(x):
f’(x) = (x-1)(x-2)2(x-3)3(x-4)4 ⇒
⇒ x = 1 ou x = 2 ou x = 3 ou x = 4.

25. Calcular o valor máximo assumido pela função f(x) = e −(x − a) .


2

SOLUÇÃO:

f´(x) = -2(x – a). e −(x − a)


2

f´(x) = 0 ⇒ -2(x – a). e −(x − a) = 0 ⇒ x = a.


2

Como e −(x − a) > 0 para todo x ∈ R, temos :


2

x < a ⇒ x – a < 0 ⇒ f´(x) > 0;


x > a ⇒ x – a > 0 ⇒ f´(x) < 0;

239
AC-02

Assim, x = a é um ponto de máximo local de f. O valor máximo de f

é: f(a) = e −(a − a) = e0 = 1.
2

26. Obter os extremos absolutos de f (x) = x3 + x2 – x + 1 no

 1
intervalo − 2,  .
 2

SOLUÇÃO:
 1
Como f é derivável em − 2,  ,
 2
1 1
f ' ( x) = 3 x 2 + 2 x − 1 = 3( x + 1)( x − ) e os zeros de f ’ são os números -1 e .
3 3
Analisando a variação de sinal de f ’, temos
-1 1/3 x

f ’(x) + 0 - 0 +

Então -1 é ponto de máximo interior e 1/3 é ponto de mínimo


interior. Calculemos o valor de f nesses pontos críticos e nos

 1
extremos do intervalo − 2,  :
 2
1 1 1 1 7
f (-2) = -8+4+2+1=-1, f (-1) = -1+1+1+1 = 2, e f ( ) = + − +1 =
2 8 4 2 8
 1
O valor máximo absoluto de f no intervalo − 2, 2  é o maior dos

1
números f (-2), f ( ) e f (-1), portanto é f (-1) = 2.
2
 1
O valor mínimo absoluto de f no intervalo − 2,  é o menor do
 2
1 1
números f (-2), f ( ) e f ( ) , portanto é f (-2) = -1.
2 3
O gráfico da função ilustra o exposto.

240
AC-02

27. Verificar se f (x) = x4-4x3 tem extremante.

SOLUÇÃO:
f ’(x) = 4x3-12x2 tem raízes 0 e 3.
Analisemos a variação de sinal da função f ’(x)=4x3-12x2=4x2(x-3):

0 3 x
x2 + + +
x-3 - - +
f ’(x) - - +

Existem vizinhanças de 0 em que f ’(x)<0, portanto 0 não é


extremante de f. Há vizinhanças de 3 em que f ’(x) passa de
negativa a positiva, isto é, 3 é ponto de mínimo local.
O gráfico abaixo ilustra como varia a função f .

28. Quais são os extremantes da função f :]0,2¶[ → dada por f (x)


= 2 sen x + cos 2x ?

241
AC-02

SOLUÇÃO:
Calculando a derivada:
f ’(x) = 2 cos x – 2 sen 2x = 2 cos x – 4 sen x.cos x= = 2.cos x.(1
– 2 sen x)
Os valores de x que anulam f ’(x) são as raízes das equações cos x
1 π 3π π 5π
= 0 e sen x = , isto é, , , e .
2 2 2 6 6
Analisando o sinal de f ’(x), temos:

0 π/6 π/2 5π/6 3π/2 2π x


cos x + + - - +
1–2senx + - - + +
f ’(x) + - + - +

π 5π π
Verificamos que e são pontos de máximo local, enquanto e
6 6 2

são pontos de mínimo local.
2
O gráfico da função f confirma nossa análise.

29. Um triângulo está inscrito numa semi-circunferência de raio R.


Seus lados medem a, b e 2R. Calcular a e b quando a área do
triângulo é máxima.

242
AC-02

SOLUÇÃO:

Notemos primeiramente que numa semi-circunferência de raio R é


possível inscrever diferentes triângulos, todos retângulos.
Observemos que a e b, medidas dos catetos, variam de um triângulo
para outro e percorrem o intervalo ]0,2R[, isto é, 0<a<2R e
0<b<2R. Para um mesmo triângulo são verificadas as seguintes
relações:
ab
S= e a2+b2=4R2
2
onde S é a área do triângulo.
Para determinarmos o máximo de S, devemos colocar S como função de

uma variável só (a ou b). Eliminando b, pois b= 4R 2 − a2 , temos:


1 1 1
S= .ab= . 4R 2 − a2 = 4R 2a2 − a4
2 2 2
Provemos que S tem um ponto de máximo:
1 8R 2a − 4a3 2R 2a − a3
S’= . =
2 2 4R 2a2 − a4 4R 2a2 − a4

S’=0 ⇒ 2R2a-a3=0 ⇒ a=R 2


0<a<R 2 ⇒ a2<2R2 ⇒ a3<2R2a ⇒ S’>0
R 2 <a<2R ⇒ 2R2<a2 ⇒ 2R2a<a3 ⇒ S’<0
e, então, a= R 2 é um ponto de máximo local.
Conclusão: o triângulo de área máxima é aquele em que a= R 2 e

b= 4 R 2 − 2 R 2 = R 2 , isto é, é um triângulo isósceles.

30. Um triângulo isósceles de base a está inscrito numa


circunferência de raio R. Calcular a de modo que seja máxima a
área do triângulo.

243
AC-02

SOLUÇÃO:

Seja ABC o triângulo isósceles de base a=AB e altura h=CE. Sua


área é dada pela fórmula

1
S = ah
2
No triângulo retângulo BCD, a altura BE é medida geométrica entre
os segmentos que determina hipotenusa CD, então:
a2
(BE)2 = (EC)(ED) ⇒ = h(2R − h ) a = 2 2Rh − h 2
2
1
S = ah = h 2Rh − h 2 = 2Rh3 − h4
2
Procuremos o valor máximo de S para 0 < h < 2R:
6Rh 2 − 4h 3 3Rh 2 − 2h3
S' = 4
=
2 2Rh3 − h 2Rh3 − h4
3R
S’ = 0 ⇒ 3Rh 2 − 2h 3 = 0 ⇒ h =
2
Como S = 0 para h = 0 ou h = 2R e

3R 27R 3 81R 4 27R 4 3 3R 2


h = ⇒ S = 2R − = =
2 8 16 16 4
3R
então h = é ponto de máximo para S e, neste caso,
2

3R 9R 2
a = 2R ⋅ − = R 3
2 4

31. Dada a função f(x)= x3 - 3x2, determine para quais valores de x


ela é crescente e para quais ela é decrescente.

244
AC-02

SOLUÇÃO:
A função f(x) = x3 - 3x2 tem derivada f’(x) = 3x2 - 6x,

Então x ≤ 0 ou x ≥ 2 ⇒ f'(x) ≥ 0
0 ≤ x ≤ 2 ⇒ f'(x) ≤ 0
portanto:
f é crescente ⇔ x ≤ 0 ou x ≥ 2
f é decrescente ⇔ 0 ≤ x ≤ 2

32. Determinar o conjunto dos valores de x para os quais a função


f(x) = x2 - loge x é crescente.

SOLUÇÃO:
Devemos calcular a derivada de f e determinar em que conjunto a
função f’ é não negativa. Temos:
1 2x 2 − 1
f’(x)= 2x- =
x x
2x − 1 2 2
f’(x)≥ 0 ⇒ ≥ 0 ⇒ − ≤ x < 0 ou x ≥ .
x 2 2
*
Lembrando que D(f)= + , vem a resposta: f é crescente para
2
x ≥ .
2

33. Como é o gráfico da função f(x)= cos x, para x ∈ [0,2π ] ?

SOLUÇÃO:
Temos f’(x) = -sen x e f’’(x) = -cos x.
Notando que:

245
AC-02

π 3π
f’’(x)< 0 ⇔ -cos x < 0 ⇔ 0 ≤ x ≤ ou < x ≤ 2π
2 2
π 3π
f’’(x)> 0 ⇔ -cos x > 0 ⇔ < x <
2 2
 π  3π 
Concluímos que nos intervalos 0, 2  e  2 ,2π  a curva tem

 π 3π 
concavidade negativa e no intervalo  2 , 2  a concavidade é

positiva. Confira com o gráfico abaixo.

34. Como é a concavidade da curva y = x4 - 4x3?


SOLUÇÃO:
y = x4 - 4x3 ⇒ y’ = 4x3 - 12x2 ⇒ y’’ = 12x2 - 24x
Notando que y’’ = 12x (x-2), temos:
x<0 ou x>2 ⇒ y’’>0 ⇒ cavidade positiva
0<x<2 ⇒ y’’<0 ⇒ cavidade negativa

35. Determinar os pontos de inflexão do gráfico da função f: →


tal que f(x) = x4 - 2x3 - 12x2 + 12x - 5.
SOLUÇÃO:
Temos
f’(x) = 4x3 - 6x2 - 24x + 12
f’’(x) = 12x2 - 12x - 24
As raízes da equação f’’(x) = 0 e f’’’(-1) = -24 – 12 = -36 ≠ 0
portanto, 2 e -1 são abscissas de pontos de inflexão e esses
pontos são:
P = (2,f(2)) = (2,-29) e Q = (-1,f(-1)) = (-1,-26)

246
AC-02

9 - NOÇOES DE CÁLCULO INTEGRAL

9.1 - INTRODUÇÃO - ÁREA

Historicamente, foi da necessidade de calcular áreas de


figuras planas cujos contornos não são segmentos de reta que
brotou a noção de integral.
Por exemplo, consideremos o problema de calcular a área A
da região sob o gráfico da função f:[a,b] → R, onde f(x) > O {ver
Figura 9.1a).
Admitindo conhecida uma noção intuitiva de área de uma
figura plana, e ainda, que a área de um retângulo de base b e
altura h é b .h, vamos descrever um processo para determinar a
área A.
Se f(x) fosse constante e igual a k em [a,b], área
procurada seria a área de um retângulo e teríamos:
A = k .(b - a) {Fig. 9.1b)
Não sendo f(x) constante, dividimos o intervalo [a,b] em
sub-intervalos suficientemente pequenos para que neles f(x) possa
ser considerada constante com uma boa aproximação (Fig. 9 .1c).
Em cada sub-intervalo podemos calcular, aproximadamente, a
área sob o gráfico, calculando a área do pequeno retângulo que
fica determinado quando supomos f(x) constante; a área procurada
será, aproximadamente, a soma das áreas destes retângulos.

FIGURA 9.1 - Noção de Integral

247
AC-02

Vamos descrever mais precisamente o procedimento acima


relatado. A divisão de [a,b] em sub-intervalos é feita
intercalando-se pontos, x1, x2 ,..., xn-1 entre a e b como segue:

a = xo < x1 < x2 <... < xi-1 xi <...< xn-1 < xn = b

Os n sub-intervalos em que [a,b] fica dividido tem

comprimentos ∆ix = xi – xi-1, i = 1,2,..., n. Escolhemos x1 ∈ [xi-1,

xi ] e supomos f(x) constante e igual a f( x1 ) em [xi-1, xi ] =


1,2,..., n. Graficamente, temos:

FIGURA 9.2 - Aproximação da Integral

A área A é aproximadamente a soma das áreas dos retângulos,


e escrevemos:

A ≈ f( x1 )∆1x + f( x2 ) ∆2x +...+ f( xi )∆ix +...+ f( xn )∆nx ou


seja: n
A ≅ ∑ f ( xi )∆i x
i =1

A soma que aparece no 2° membro das igualdades anteriores


se aproxima mais e mais da área procurada à medida em dividimos
mais e mais [a,b], não deixando nenhum sub-intervalo grande
demais.
De um modo geral, se f é uma função continua definida em
n
[a,b], o número de que as somas ∑
i =1
f ( xi ) ∆ i x se aproximam

248
AC-02

arbitrariamente à medida em que todos os ∆ ix se tornam


simultaneamente pequenos é chamado integral de f em [a,b] e é
b
representado por ∫ a
f(x)dx. Assim, podemos dizer que, sendo ∆ix

pequeno, i = 1,2, ...,n, temos a igualdade aproximada:

n
≅ ∑ f ( xi ) ∆ i x
b
∫a f(x)dx
i =1

No caso da área A que estávamos calculando, podemos


escrever:
b
A= a ∫ f(x)dx

Em muitas outras situações não diretamente ligadas ao


cálculo de áreas, somos levados através de um raciocínio
semelhante ao exposto acima, a considerar uma função f definida em
n
[a,b], formar somas do tipos ∑ f (x )∆ x
i =1
i i e determinar o número de

que tais somas se aproximam à medida em que os ∆ix diminuem, ou


seja, somos levados a um processo de integração. Estabelecer a
noção de integral desta forma geral é o que faremos no próximo
item.

9.2 - A INTEGRAL DEFINIDA

Vamos agora estabelecer de um modo geral a noção de


integral de uma função f definida em um intervalo [a,b].

9.2.1 - Partição

Uma partição de [a,b] é um conjunto Ρ = {xo, x1, x2, ...,


xi-1, xi, ..., xn} com xi ∈ [a,b], i = 1,2,...,n e a = xo < x1 < x2
<... < xi-1 < xi <... < xn = b

9.2.2 - Norma

Chamamos norma da partição o número u, máximo do conjunto


{∆1x, ∆2x, .., ∆ix, ..., ∆nx} onde ∆ix = xi - xi-1, i = 1,2,...,n.

249
AC-02

9.2.3 - Soma de Riemann

Sendo xi escolhido arbitrariamente no intervalo [xi-1, xi], i

= 1,2,...,n, a soma f( x1 )∆1x + f( x2 )∆2x +...+ f( xi )∆ix +...+


n
+ f( xn )∆nx ou seja ∑
i =1
f( xi )∆ix se chama soma de Riemann de f em

[a,b] relativa à partição Ρ e à escolha feita dos xi.

9.2.4 - Função Integrável

Sob certas condições bem gerais, que estabeleceremos a


seguir, as somas de Riemann se aproximam arbitrariamente de um
número fixo I, quando a norma u da partição Ρ se torna cada vez
menor, independentemente das escolhas dos xi.
Em outras palavras, o limite da soma de Riemann, ,quando

u → 0 qualquer que seja a escolha dos x1 em [xi-1, xi] é o número


I.
Quando isto ocorre, dizemos que a função f é integrável em
[a,b] e I é a integral de f em [a,b]. Representamos, então:

b

a
f ( x)dx = I

Existe um Teorema do Cálculo Integral que nos fornece uma


condição geral da integrabilidade. Ele afirma que toda função
continua num intervalo [a,b] é integrável em [a,b].

9.3 - O CÁLCULO DA INTEGRAL DEFINIDA

Na seção de exercícios deste capítulo, apresentamos ao


leitor alguns exemplos de cálculo de áreas pela definição. Vê-se
que este é um método bastante trabalhoso se não dispusermos de uma
calculadora programável. Vamos agora procurar um processo para
calcular a integral de f em [a,b] sem termos que recorrer à
definição.

250
AC-02

9.3.1 - PRIMITIVA

Seja I um intervalo e f uma função definida neste


intervalo. Uma função F: I → R, tal que
F'(x) = f(x), ∀x ∈ I
é denominada uma primitiva ou integral indefinida de f em I. f é
chamada o integrando.
Verificamos que, dada a primitiva, é fácil obter a função
integranda ou integrando: basta derivar a primitiva. O leitor não
terá dificuldade em perceber que se F(x) for uma primitiva de
f(x), então G(x) = F(x) + C, onde C é uma constante real, também
será uma primitiva ou integral indefinida de f.
O símbolo ∫ f(x)dx, representa o conjunto de todas as
primitivas de f(x) , ou seja:

∫ f(x)dx = F(x) + C, C ∈ R
Assim, por exemplo, se f(x) = x2, são primitivas de f as
x3 x3 x3
funções , +5, ou, de um modo geral, + C, e escrevemos:
3 3 3

2 x3
∫ x dx = 3
+ c

x6
Outros exemplos: 1. ∫ x5 dx = + c
6

x n+1
∫ x dx = +c
n
2.
n +1

3. ∫ 1 dx = ∫ dx = x + c

4. ∫ cos x dx = sen x + c

5. ∫ sen x dx = -cos x + c

6. ∫ ex dx = ex + c

9.3.2 - CÁLCULO DA PRIMITIVA

Façamos agora o raciocínio inverso, isto é, dada a função


integranda ou integrando, obtenhamos a função primitiva. O
procedimento é mais complicado e existem diversas técnicas ou
"truques" para se obter a primitiva de uma função.

251
AC-02

Algumas primitivas são chamadas primitivas imediatas, pois


podem ser obtidas diretamente das fórmulas de derivação
apresentadas na Tabela 8.2, através da seguinte propriedade:
- se F é uma função derivável num intervalo I, tem-se que
F' admite primitiva e

∫ F'(x)dx = F(x) + C
ou seja, dada f (integrando), devemos pensar que f = F' e F é a
primitiva, ou seja, a primitiva é a função que derivada resulta em
f. Por exemplo:
Seja f(x) = 3x5 o integrando
d
f(x) = F'(x) = (cx α ) = cα x α − 1
dx
 cα = 3 cα = 3 c = 1 2
então  ⇔  ⇔ 
α − 1 = 5 α = 6 α = 6

então F(x) = c xα
F(x) = 1/2 x6
Uma primitiva genérica será do tipo 1/2 x6 + C
Como conseqüência de propriedades conhecidas para
derivadas, temos ainda:

∫ (f(x) + g(x))dx = ∫ f(x)dx + ∫ g(x) dx

∫ k ⋅ f(x)dx = k ⋅ ∫ f(x)dx , k =constante ≠ 0

Seguem mais alguns exemplos que ilustram a aplicação das


propriedades acima.

x4
1- ∫ (x3 + cos x)dx = ∫ x3dx + ∫ cos x dx = + sen x + c
4

3 3 x4
2 - ∫ 5x dx = 5 ⋅∫ x dx = 5 ⋅ + c
4
3x2
3 - ∫ (3x + 7)dx = + 7x + c
2
252
AC-02

4 - ∫ (3 sen x + 4 cos)dx = − 3 cos x + 4senx + c

2 x3 x2
5 - ∫ ( x + 5x + 3)dx = + 5 + 3 x + c
3 2
Observe o leitor que qualquer uma das fórmulas acima é
facilmente justificada por derivação. Seja o resultado do exemplo
1 anterior:
' '
 x4   x4 
 + sen x + c  =   + (sen x)' + c' = x3 + cos x
 4   4 
   
Repare ainda que dado (x3 + cosx), o cálculo da primitiva
exigiu o conhecimento de duas primitivas imediatas.
A tabela a seguir será muito útil no cálculo de primitivas.
Deve ser usada como fonte de consulta, não necessita ser decorada.

253
AC-02

9.4 - ALGUMAS TÉCNICAS DE INTEGRAÇÃO

Até agora determinamos ∫ f(x)dx utilizando as regras


derivação e algumas propriedades das derivadas. Entretanto, como
já dissemos, o cálculo de uma primitiva pode não ser uma tarefa
simples ou imediata. Vejamos alguns exemplos:
2 2
1 - ∫ 2x ⋅ cos x dx = sen x + c

2 2
2 - ∫ 2x . x3 − 1 dx = (x3 − 1)3 + c
3

3 - ∫ x . cos x dx = x sen x + cos x + c


x
4 - ∫ x. e dx = x ex − ex + c
Nestes casos, algumas técnicas são requeridas, a fim de
determinarmos a integral indefinida. Nestas noções iniciais sobre
integral, examinaremos duas: a integração por substituição e
integração por partes.

9.4.1 - Integração por Substituição

Consideremos o cálculo de uma primitiva de f(x)= 2x.cos x2.


Fazendo a substituição x2 = u(x), teremos u'(x) = 2x, e então f(x)
= u'(x)cos u(x) .Lembrando da regra da cadeia, do cálculo das
derivadas, uma primitiva de u'(x)cos u(x) é

∫ u'(x)cos u(x)dx = sen u(x) + c

De modo geral, se f(x) pode ser escrita na forma g(u) . u',


onde u = u(x), então uma primitiva de f(x) será obtida tomando-se
uma primitiva de g(u) e substituindo u por u(x), ou seja:

∫ f(x)dx = ∫ g(u) ⋅u'(x)dx = G(u(x)) + c

onde G(u) é tal que G´(u)= g(u)

No caso ∫ 3x2 x3 − 1 dx temos:

254
AC-02

u(x) = x3 -1, u'(x) = 3x2

2 u3 / 2
∫ 3x x3 − 1 dx = ∫ u .u' dx = + c =
3/2
(x3 − 1)3 / 2 2
= + c = (x3 − 1)3 + c
3/2 3

9.4.2 - Integração por Partes

Sabemos que para a derivada de um produto u(x).v(x) vale a


equação:
(u(x).v(x))´, = u'(x)v(x) + v'(x) .u(x)

Assim, segue que uma primitiva de (u(x) .v(x))´ é igual à


soma de uma primitiva de u'(x)v(x) com uma primitiva de v'(x)
.u(x) (a menos de uma constante),ou seja:

∫ (u(x).v(x))' dx = ∫ v(x).u'(x) dx+ ∫ u(x).v'(x) dx


Mas uma primitiva de (u(x).v(x))' é u(x).v(x); logo:

u(x) .v(x)= ∫ v(x) .u'(x)dx + ∫ u(x) .v'(x)dx

Isto significa que,

∫ v(x).u’(x)dx = u(x).v(x) - ∫ u(x).v'(x)dx

e que, uma primitiva de v(x).u'(x) pode ser obtida através de uma


primitiva de u(x) .v'(x), caso isto seja conveniente.
Por exemplo, procuremos uma primitiva de x.ex, temos:

∫ x.ex = ∫ v(x).u'(x)dx

Como u'(x) = ex ⇒ u(x) = ex


v(x) = x ⇒ v'(x) = 1

∫ v(x).u'(x) dx = u(x) .v(x)- ∫ u(x).v'(x) dx


segue que
x x x
∫ x.e = x.e - ∫ e dx
= x.ex - ex + c

Um outro exemplo: procuremos ∫ x.cosx dx.

255
AC-02

Fazendo v(x) = x e u'(x) = cosx, segue que:

∫ x.cosx dx = ∫ v(x).u'(x)dx
Temos então: u'(x) = cosx ⇒ u (x) = senx
v(x) = x ⇒ .v'(x) = 1
Lembrando que ∫ v(x).u'(x)dx = u(x).v( x)- ∫ u(x).v'(x)dx
segue que

∫ x cosx dx = x.senx - ∫ senx dx = x.senx + cosx + c


Não existe uma regra geral para o cálculo de integrais
indefinidas, aplicável a todas as funções. Entretanto, utilizando
a tabela de primitivas imediatas e as técnicas acima apresentadas,
o leitor está capacitado a calcular um grande número delas.
Agora, apresentaremos o resultado que permitirá o cálculo
da integral definida sem precisarmos recorrer à definição.
b
O procedimento para determinar a ∫a f(x)dx , onde f é uma
função continua em [a,b] deve ser o seguinte:
a - procuramos uma primitiva de f(x),que chamaremos F(x).

b - vale que ∫ab f(x)dx = F(b) - F(a).


OBS: O cálculo de integral, conforme apresentado, continua
valendo para f(x)<0. Neste caso associamos o conceito de área
negativa à área abaixo do eixo das abscissas. Por exemplo, para a
função f(x) da Figura 9.3 temos:
b

a
f(x)dx = A1 + (–A2)

FIGURA 9.3- Área "negativa"

256
AC-02

9.4.3 - Exemplos:

1)Faça uma estimativa da área A sob o gráfico de f(x) = 250


2
-x , 0 ≤ x ≤ 50, dividindo o intervalo [0, 50] em sub-intervalos
10

de comprimento 10.

A área A terá o valor aproximado:


A ≅ f ( x1 ) ∆ 1 x + f ( x 2 ) ∆ 2 x + f ( x3 ) ∆ 3 x + f ( x 4 ) ∆ 4 x + f ( x5 ) ∆ 5 x
Efetuando os cálculos, resulta:
A ≅ 8375

O valor correto, conforme veremos, é 8333 1 , sendo o erro


3

cometido da ordem de 0,5%, apesar do número de subdivisões ser tão


pequeno.

257
AC-02

2)Calcule, pela definição, a integral de f(x) = 5x + 7 em


[1, 5].
Solução :
5
Devemos calcular ∫
1
(5 x + 7) dx, como a função f(x) = 5x + 7 é
contínua em [1, 5], sabemos pelo Teorema de integrabilidade do
Cálculo Integral que a integral existe, pois a função é contínua
no intervalo de integração. Dividindo [1, 5] em n sub-intervalos
4
iguais e comprimento , temos:
n

4 4 4
xo = 1, x1 = 1 + , x2 = 1 + 2 , ..., xi-l = 1 +(i -1) ,
n n n

4
xi=1 + i. ,...,xn = 5
n

Escolhendo, por exemplo, em cada sub-intervalo, xi como


sendo o ponto médio, resulta:

4 4
1+ (i − 1) + 1 + i
x + xi n n = 1+ 4 i − 2
xi = i −1 =
2 2 n n
20 10
Segue que f( xi ) = 5 xi + 7 = 12 + i− ,
n n
20 10 4
f ( xi ) ∆ i x = (12 + i − ) , ou seja
n n n
48 40 80
f ( xi ) ∆ i x = − + i , logo:
n n2 n2
n n
48 40 80 48 40 80 n 40 80 n

i =1
f ( xi ) ∆ i x = ∑ (
i =1 n
− 2 + 2 i ) = n. − n. 2 + 2 .∑ i = 48 −
n n n n n i =1 n
+ 2 .∑ i
n i =1

como ∑ i = n.(n + 1) , resulta que


n

2
i =1

n
40 80 n.(n + 1) 40 n +1
∑ i = f ( x j )∆ j x = 48 − + .
n n2 2
= 48 −
n
+ 40.(
n
)
i =1

como ∆1x = ∆2x = ∆ix = ... = ∆nx = 4


, a norma u será igual a
n

4
,; logo quando u se aproxima de zero, temos:
n

a) n cresce arbitrariamente
4
b) , se aproxima de zero
n

n +1
c) se aproxima de 1
n

258
AC-02

n
d) ∑ f ( xi )∆ i x se aproxima arbitrariamente do número
i =1

48-0+40.(1) ou seja:
n
u ≅ 0 ⇒ ∑ f ( x )∆ x ≅ 88
i =1
i i

temos, então:

5
∫1 (5 + 7)dx = 88

De fato calculando a área sob o gráfico de


F(x)= 5x+7 entre x = 1 e x = 5
12 + 32
A = ( ). 4 = 88
2

3)Determine primitivas para as funções:


1
a) f(x) = x d) f(x) =
1 + x2

1 x2 − 1
b) f(x) = e) f(x) =
x3 x2

c) f(x) = x-2/5

Solução:
Lembrando das regras de derivação já estabelecidas, temos:
x3 / 2 2
a) f(x) = x1/2 ;F(x) = = x3 / 2
3/ 2 3

x −2 − 1
b) f(x) = x-3;F(x) = −
− 2 2x2

x −2 / 5+1 5 3 / 5
c) f(x) = x-2/5;F(x)= 2
= x
− +1 3
5

1 ;
d) f(x) = F ( x ) = arctg x
1 + x2
1 1
e) f(x) = 1 - 2
; F ( x) = x +
x x
Em cada caso. F(x) + c onde c é constante, também é uma

primitiva de f(x). Poderíamos escrever, genericamente: ∫ x1 / 2 dx = 2 x3 / 2 + c,


3

etc.

259
AC-02

π /2
4)Calcule ∫o cos x dx.

Solução:

Uma primitiva de f(x) = cos x é F(x) = ∫ cos x dx = sen x . Segue


que
π /2 π
∫0
cos x dx = sen
2
− sen 0 = 1

Também costumamos indicar cálculos como segue:


π /2 π 2 π
∫0
cos x dx = sen x
0
=
2
− sen 0 = 1

5)Calcular ∫ 2 dx 2
sen x cos x

Solução: Observando que


1 1 1
= +
sen 2 x cos 2 x cos 2 x sen 2 x

vem
dx
∫ sen 2 x cos2 x = ∫ sec x dx + ∫ cos sec x dx = tgx − cot gx + C
2 2

x2+5x-9)dx e interprete o resultado obtido.


4
6)Calcule ∫1 (

Solução:
3
5x2
Temos F(x) = ∫ (-x2+5x-9)dx = - x + − 9x
3 2

x2+5x-9)dx = F(4) – F(1)


4
∫1 (

= (- 52 ) − (− 41) = − 63 = − 21
3 6 6 2

O número -21/2 é o simétrico da medida da área indicada na


figura abaixo:

260
AC-02

Lembrando que a medida de uma área é um número sempre não


negativo). De um modo geral, se f(x)<0 em [a,b], resulta que:
-f(x)>0 em [a,b] e ∫ (-f(x))dx = - ∫ f(x)dx. Logo, se f(x) < 0 em
b
[a,b], ∫a f(x)dx = - A, onde A é a área da região situada entre o

eixo x e o gráfico de f no intervalo [a,b].

7)Calcular ∫ (5x3 - x2 + l)dx.


Solução:
Tem-se
3 2 3 2 3 2
∫ (5x - x + l)dx = ∫ 5x dx - ∫ x dx + ∫ ldx = 5 ∫ x dx - ∫ x dx + ∫ ldx =
Pela fórmula 1 da tabela 9.1 vem,

x 4 x3
3 2
∫ (5x - x + l)dx = 5. − +x+C
4 3

8)Calcular ∫ ( )
2
a − x dx
Solução:
Temos
( a − x ) dx =
2
a-2 a x+x

logo,

∫ ( a − x )2 dx = ∫ (a − 2 a x + x)dx = ∫ adx − ∫ −2 a x dx + ∫ xdx


1/2
= a ⋅ ∫ dx − 2 a ∫ x dx + ∫ xdx =

x3 / 2 x2 x 4 ax 
= ax − 2 a. + + C = x − + a  + C
3 2 2 3 
2


9)Calcule ∫o sen x dx e interprete o resultado.

Solução:
Temos ∫ sen x dx = - cos x


∫o sen x dx = (-cos 2π)-(-cos 0) = -1 – (-1) = 0

261
AC-02

Como sen x ≥ 0 em [0, π] e sen x ≤ 0 em [π, 2π]

π
∫o sen x dx = A1 (conforme a figura acima)
π
∫π sen x dx = -A2 (conforme a figura acima)

Como por simetria, sabemos que A1 = A2, segue que



∫o sen x dx = A1 + (-A2) = 0

1O)Calcule a área sob o gráfico de f(x) = x2 - 5x + 9, para


1 ≤ x ≤ 4.

Solução:

4
A área A será igual a ∫
1
f ( x)dx

logo,
x3 x2
F(x)= ∫ ( x − 5 x +9)dx =
2
− 5 + 9x
3 2
4
⇒ ∫ ( x 2 − 5 x + 9)dx = F(4) − F(1) =
1

262
AC-02

52 41 21
= − =
3 6 2
11)Calcular as áreas da região compreendida entre as curvas
2
y = x e y = - x2 + 4x.
Solução:
Nos pontos de intersecção das curvas temos:
y = x2
4
x2 = -x2 + 4x ⇒ 2 x2 – 4x = 0
⇒x = 0 ou x = 2
y = −x2 + 4
A área A pode ser calculada
assim,
2 2
A= ∫ (− x 2 + 4 x) dx − ∫ x 2 dx
0 0

ou equivalentemente
2
[
A = ∫ (− x 2 + 4 x) − ( x 2 ) dx
0
]
2
temos, então A = ∫ (−2 x 2 + 4 x) dx
0

2 2x3 4x2
e segue que F ( x) = ∫ (−2 x 2 + 4 x) dx = − +
0 3 2
16 8
e A = F ( 2) − F ( 0) = ( − + 8) − 0 =
3 3
2t 3 + 5t − t
12)Calcular J = ∫ t2 dt

Solução:
Tem-se
3
2t 3 5t t 1 −
J =∫ 2
dt + ∫ 2 dt − ∫ 2 dt = 2 ∫ tdt + 5∫ dt − ∫ t 2 dt =
t t t t
1

2
t 2
= t 2 + 5ln t − + C = t 2 + 5ln t + +C
1 t

2
13)Calcule ∫ xe x dx
Solução:
 f ( x) = x ⇒ f ´( x) = 1

Fazendo  g´( x) = e x ⇒ g ( x) = ∫ e x dx = e x

Logo, calculando a primitiva por partes, tem-se

263
AC-02

∫ xe dx = xe − ∫ 1.e x dx = xe x − e x + C = e x ( x − 1) + C
x x

14)Calcular ∫ lnxdx
Solução:
Fazendo
 1
 f ( x) = lnx ⇒ f ' ( x) =
 x
 g ' ( x) = 1⇒ g ( x) = x
vem,
1
∫ ln xdx = xln x − ∫ x x .dx = xln x − x + C = x(lnx −1) + C

15)Calcular ∫ x n ln xdx
Solução:
Fazendo
 1
 f ( x) = lnx ⇒ f ' ( x) = x
 n +1
 g ' ( x) = x n ⇒ g ( x) = x
 n +1
vem
x n+1 1 x n+1
∫ x ln xdx = lnx − ∫ dx =
n

n +1 x n +1
x n+1 1 x n+1
= lnx − . +C
n +1 n +1 n +1
x n+1  1 
=  lnx − + C
n +1 n +1 

16)Determine as primitivas indicadas:


a) ∫ 7.sen 7x dx d) ∫ (x + 1)17 dx

b) ∫ cos 3x dx e) ∫ esenx.cos x dx

c) ∫ ex2.x dx

Solução:

a) Fazendo u(x) = 7x, temos u’(x)= 7 e segue que

264
AC-02

∫ 7sen 7x dx = ∫ u’sen u dx = - cos u + c = -cos 7x + c

b) Fazendo u(x) = 3x, temos u’(x) = 3 e segue que

1 1 1
∫ cos 3x dx = 3 ∫ 3.cos 3x dx = 3 ∫ u’cos u dx = 3
sen u + c =

sen 3x
= +c
3

c) Fazendo u(x) = x2, temos u’(x) = 2x e segue que:

1 x2 1 1 1 2
∫e ⋅ x dx = ∫ e ⋅ 2 x dx = ∫ e u ⋅ u´ dx = e u + c = e x + c
x2

2 2 2 2

d) Fazendo u(x) = x + 1, temos u’(x) = 1 e segue que

u18 ( x + 1)18
17 17
∫ (x + 1) dx = ∫ u u´dx = 18 + c = +c
18

e) Fazendo u(x) = sen x, segue que

sen x
∫ e cos x dx = ∫ eu.u’ dx = eu + c = e sen x
+ c

17)Calcular ∫ (x3 + 1)4 3x2 dx


Solução:
Observando que f(x)dx = (x3 + 1)4 3x2 dx contém a função
t = x3 + 1 e sua diferencial dt = 3x2 dx,
tem-se
3 4 2 4 t5
∫ (x + 1) 3x dx = ∫ t dt = 5
= + C

logo
3 4 2 ( x 3 + 1)5
∫ (x + 1) 3x dx = 5
+C

x3
18)Ca1cular J = ∫ 5 dx
x 4 +1

Solução:
Chamando t = x4 + 1, tem se dt = 4x3 dx,

265
AC-02

logo,
1
1 4x3 1 dt 1 −
J =∫ dx = 5 = ∫ t 5 =
4 5
x2 +1 4 t 4
4
5
1t 5
= + C = 5 ( x 4 + 1) 4 + C
4 4 16
5

cos x
19)Calcular J = ∫ sen x dx
3

Solução:
Chamando t = sen x, tem-se dt = cos x dx
logo
dt −3 t −2 1
J = ∫ 3 = ∫ t dt = +C =− +C
t −2 2 sen 2 x

∫ cos
2
20)Calcular xdx

Solução: Fazendo
f(x) = cos x => f'(x) = - sen x, e
g’(x) = cos x => g(x) = sen x
vem

∫ cos xdx = sen x cos x + ∫ sen 2 xdx


2

Substituindo sen2x = 1 – cos2 x tem-se

2 2
∫ cos x dx = sen x cosx + ∫ (1 - cos x)dx
ou seja,
2 2
∫ cos x dx = senx cosx + x - ∫ cos x dx
Logo,
2 ∫ cos2x dx = senx cosx + x + C1
ou,

2 x sen x cos x C1
∫ cos x dx = 2
+
2
+ C (C =
2
)

266
AC-02

21)Calcular a área limitada pela parábola f(x) = 6 + x - x2


, pelo eixo Ox, e pelas retas x = -2 e x = 3
Solução:
Tem-se
A(F)=
3
3 2  x2 x3 
∫− 2 (6 + x − x )dx = 6x + −  =
 2 3 
−2

 9   8 125 5
= 18 + − 9 −  − 12 + 2 +  = = 20 ⋅
 2   3 6 6

267

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