Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
Contexto
1. teoria da alma ('psique') criada por Sigmund Freud (1856-1939, neurologista austríaco).
2. método terapêutico que consiste fundamentalmente na interpretação, por um
psicanalista, dos conteúdos inconscientes de palavras, ações e produções imaginárias
de um indivíduo, com base nas associações livres e na transferência.
Theodor Reik funda a partir da teoria freudiana do “delito por sentimento de culpa”
uma teoria psicanalítica do direito penal, na qual é definida a dupla função da pena:
(observa-se que nenhuma delas é a defesa social):
1. Necessidade inconsciente de "autopunição" que antecede e impele a ação
proibida( no caso dos neuróticos).
2. Necessidade de punir a sociedade por uma inconsciente identificação com o
delinquente.
A finalidade da pena é definida por Franz Alexander e Hugo Staub como agente de
contrabalanço da pressão dos impulsos reprimidos, representando uma defesa e um reforço
do superego.
Os autores em questão desenvolvem a relação entre as porções inconscientes (id e
superego) e consciente (ego) da mente humana, sob influência da pena para
analisar sua finalidade e efeitos na sociedade punitiva e no sujeito criminoso,
segundo a psicanálise.
Logo, também estes autores corroboram para a visão de que o objeto principal do
Direito Penal, a pena, tem por aspecto fundante, na exigência de punir, a
demonstração dirigida para dentro da própria sociedade para desencorajar seus
impulsos, afastando-se da ideia de defesa social que o legitima.
Principais contribuições de Staub e Alexander para a teoria psicanalítica da sociedade
punitiva
1. Levar o princípio freudiano da identidade dos impulsos que movem o delinquente e a
sociedade na sua reação punitiva para características psicológicas gerais. É definido
que há uma afinidade entre estes dois pólos: fortes tendências ANTI-SOCIAIS.
Estas resultam em diferentes atividades em cada um, mas têm a mesma
origem. (pág 53)
2. Transferir o foco de análise do fenômeno criminal do delinquente impactado pela
sociedade punitiva para o sujeito individual impactado pela sociedade punitiva e
pelos órgãos de reação penal. (A agressão sugerida pelo id é liberada de forma
legítima ao ser descarregada através da identificação do sujeito com os atos da
sociedade punitiva). Há como efeito a diminuição da quantidade de agressões para
inibir. (Caráter ritual e espetacular dos procedimentos judiciários e da execução da
pena capital)
A proposta sugerida é a de uma justiça racional que atue sem os conceitos de expiação, de
retribuição e que não sirva à satisfação dissimulada de agressão das massas. Para tal é
necessário que os homens alcancem maior controle do ego sobre a vida afetiva e que as
tendências agressivas das massas sejam mais amplamente eliminadas através de
sublimações.
Tais trazem a etiologia de um comportamento, mas sem a análise das relações sociais que
explicam a lei e os mecanismos de criminalização de sociedades específicas.
No geral, este empecilho revela as dimensões com que a psicanálise interpreta a questão
criminal: universalidade e aistoricidade, ao mesmo tempo que credita esta universalidade ao
antagonismo natural e ineliminável entre indivíduo e sociedade.