DEPARTAMENTO DE FÍSICA CURSO: LICENCIATURA EM FÍSICA DISCIPLINA: PRÁTICA DE ENSINO DE FÍSICA I PROFESSORA: ALLINE DE ALENCAR MACEDO DISCENTE: GLENDA VIEIRA CHAVES
OS CONHECIMENTOS DE FÍSICA ASSOCIADOS AO CONTEXTO DE SALA DE
AULA
INTRODUÇÃO
Muitos são os mecanismos que possibilitam o Ensino da Física na escola,
dentre eles: os procedimentos metodológicos, linguagem, modalização, investigação sistemática da natureza e aproximação com a tecnologia, e outros. Todavia, um dos mais importantes, a dimensão investigativa, ainda é muito pouco explorada. Precisa-se internalizar que, em sala de aula, as principais características do processo de aprendizagem são a atitude reflexiva diante dos assuntos e a autocrítica no que diz respeito a possíveis erros.
O ALUNO PRECISA APRENDER A PERGUNTAR-SE
Parâmetros Curriculares Nacionais estão focados na construção de
competências e desenvolvimento de habilidades, visando dar ao aluno autonomia crítica em três aspectos significativos: intelectual, político e econômico. Para tanto, há a necessidade de transpor os conteúdos científicos para a realidade do aluno, através de prática laboratorial, dinâmica ou cotidiana. Alguns exemplos desta transposição didática está no ensino do movimento de partículas através de uma competição de corrida entre os alunos, no entendimento de dilatação térmica na prática laboratorial onde um metal é submetido à uma fonte de calor, a exposição do conteúdo de calorimetria pela experimentação do descongelamento e vaporização da água em determinado espaço de tempo, da transmissão do ensino de mecânica através da aplicação de força para o deslocamento de uma carteira, entre muitos outros.
Todas essas atividades têm como objetivo o ensino de um conteúdo físico
atrelado ao contexto cultural e social em que a criança está inserida, fornecendo assim as competências e habilidades necessárias para o desenvolvimento de autonomia.
Para que tais ensinamentos ocorram, existe a necessidade de um projeto de
ensino, onde o professor planeja a melhor estratégia para atingir seu objetivo com êxito e de modo que todos os alunos sejam contemplados com a absorção do conhecimento.
A relação didática vai além do triângulo: professor - aluno - conteúdo, para
que se obtenha sucesso no processo de ensino-aprendizagem, o projeto de ensino precisa se ater às condições de trabalho do professor e o contexto social da escola, traçando, dessa forma, estratégias de aprendizagem, interação didática-pedagógica e elaboração de métodos.
É necessário compreender que um fator muito importante no ensino é o
tempo. O tempo gasto pelo aluno, em sala de aula, com a apresentação dos conteúdos é chamado de tempo didático e é o mesmo para um grupo de alunos em uma mesma escola, todavia, há o tempo de aprendizagem que é o período necessário para que o aluno assimile o conteúdo e interiorize-o, este é individual de cada criança. A relação didática significativa consiste em assumir os conteúdos relevantes para os estudantes e fazer com que o tempo didático seja o mais próximo possível do suficiente para alcançar o tempo de aprendizagem do aluno.
Para isto, constituem-se táticas que auxiliem no sucesso do objetivo final,
dentre elas estão a contextualização e a interdisciplinaridade. A contextualização preocupa-se em trazer os conhecimentos científicos para o contexto familiar, histórico e cultural do estudante, fazendo com que o aluno perceba a necessidade de ter tal conhecimento e assim se motive para fazê-lo. A interdisciplinaridade se atenta a interligar os conteúdos de várias disciplinas diferentes e apresentar pro aluno uma conexão necessária para o avanço da ciência, da tecnologia e da sociedade como um todo.
A FÍSICA NO ENSINO MÉDIO
Os Parâmetros Curriculares objetivam o alcance de um conjunto de
competências, onde todas estão relacionadas à representação e comunicação; investigação e compreensão; e contextualização sociocultural. Para isso, propõe-se que o ensino da física seja pensado no sistema: situação – problema – modelo, onde cria-se um modelo da realidade, com a existência de um problema a ser resolvido.
Muitas vezes, o que vemos no ensino médio é o desinteresse dos alunos
sobre o conteúdo proposto pela Base Nacional Curricular e o interesse em saber outros conteúdos também vinculados ao ensino de física, como cosmologia, por exemplo. Isso dificulta o ensino, uma vez que há um embate entre o projeto de ensino do professor e o projeto de aprendizagem do aluno. Por isso, é de extrema importância que o professor fomente a curiosidade do aluno, aprimorando nele a capacidade do pensar investigativo, para assim motivá-lo.
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s e PCN+)
Os PCN’s e PCN+ são diretrizes elaboradas pelo Governo Federal que
normatizam os fatores fundamentais concernentes de cada disciplina, com o objetivo principal de orientar os educadores/ professores no ensino da mesma. A diferença observada no PCN+ é a articulação dos conteúdos com as competências, apresentado via temas estruturadores, que ressalta uma visão contextualizada dos saberes disciplinares que se colocam em uma perspectiva histórico-social. Em outras palavras, os Parâmetros Curriculares Nacionais padronizam os conteúdos estudados em cada ano do ensino básico, considerando sua importância para a vida dos alunos inseridos nas escolas. Eles também atentam-se aos materiais utilizados para as aulas e as práticas educativas do corpo docente. Os materiais didáticos são imprescindíveis para o ensino, uma vez que travem em suas folhas todos os conteúdos selecionados pelos PCN’. Além deles, instituiu-se também o uso de livros paradidáticos e de tecnologia que facilitam o processo de aprendizagem e tornam a curiosidade dos alunos.
Os PCN+ trazem sugestões de temas estruturadores de conteúdos e
apontam para novas práticas educativas, onde cada um desses temas está atrelado às competências e habilidades a serem desenvolvidas.
TRATAMENTO ESCOLAR DOS CONTEÚDOS DE FÍSICA: ENFOQUES DE
ESTRATÉGIAS PARA A AÇÃO DIDÁTICA.
“No enfoque CTS, mais “do que contextualizar o conhecimento,
compreender o mundo, questioná-lo e/ou se posicionar frente às suas realidades, defende-se que um aspecto central de uma Educação crítica, é a busca pela transformação do mundo” (STRIEDER et al., 2016, p. 57).
Esse enfoque fomenta a discussão entre os polos: ciência, tecnologia e
sociedade e evidencia várias estratégias de ensino possíveis, como palestras, aulas de campo, projetos colaborativos, além da aprendizagem centrada em eventos (ACE).
A metodologia ACE procura trabalhar com conhecimentos científicos e
tecnológicos que possam contribuir para a formação do aluno, como por exemplo: feira de ciências, minicursos científicos, entre outros.
A Alfabetização Científica e Tecnológica (ACT) tem como objetivo
proporcionar ao aluno autonomia na compreensão de assuntos da ciência e da tecnologia, sabendo manusear alguns equipamentos e utilizando-os como ferramenta de aprendizagem.
HISTÓRIA E FILOSOFIA DA CIÊNCIA
Utilizar a história e a filosofia da ciência para o ensino da física pode
alimentar a curiosidade dos alunos, trazendo os conhecimentos para a realidade dos mesmos e estreitando as relações. Essa tática está em concordância com o desenvolvimento da competência geral de contextualização sociocultural, pois permite, por exemplo, compreender a construção do conhecimento físico como um processo histórico, em estreita relação com as condições sociais, políticas e econômicas de uma determinada época.
Racionalidade e Projeto Político-pedagógico: um olhar a partir do Currículo e do relato das Práticas Docentes de professores do Curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Ceará