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Brasília-DF
2014
S123a Sacramento, Angela Maria.
Autoeficácia do desempenho das funções cognitivas de memória e atenção
em idosos./Angela Maria Sacramento – 2014.
141f.;il.:30cm
7,5cm
CDU613.98
Brasília
2014
2
Ao meu pai Aristeu e minha mãe Mércia, que nos momentos mais
difíceis da minha vida, sempre me carregaram no colo e me
protegeram com seu amor incondicional; e que nunca me
permitiram desistir e de acreditar em mim mesma.
Augusto Cury
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AGRADECIMENTO
Primeiramente a Deus, que me guiou e me iluminou neste longo caminho, sem Ele
nada seria possível.
À professora Gislane Melo, que ao longo destes dois anos acolheu minhas dúvidas,
compartilhou sua companhia, conhecimento de forma tão simples e com tanta sabedoria.
Saiba que nesta vitória você tem grande participação e, principalmente, obrigada por
permitir a convivência entre nós, e pela co-orientação.
Por fim, mas não menos importante, a professora Dra. Alessandra e Dr. Nilton
Formiga, que aceitaram participar de minha qualificação e defesa, obrigada pela ajuda,
pela orientação e, principalmente, pela honra de poder compartilhar do conhecimento e
experiência, que ambos possuem, na área da Gerontologia.
4
Marcelo Salgado
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RESUMO
ABSTRACT
The world as a whole started to look at the aging process in the possible prospect of living
with pleasure, with satisfaction, professional and personal fulfillment. The study of
cognitive aging becomes important, considering that increasing age is a phenomenon
associated with increased vulnerability and dysfunctionality, but may also be related to
self-efficacy of the decline of memory, the most common complaint among the elderly.
Another point is in relation to the aging of the skills of attention, which also has its decline
because of aging, but there is no complaint from older process. The aim of this study was
to investigate self-efficacy cognitive performance in attention and memory in the elderly.
Specific objectives were to determine whether self-efficacy in cognitive performance in the
elderly is similar to their actual performance, comparing self-efficacy in cognitive abilities
of attention and memory with their actual performance, to verify that with advancing age
they change; check sociodemographic conditions affect self-efficacy and/or actual
cognitive performance. It is a quantitative, exploratory and transversal research sample
consisted of 110 elderly individuals with a mean of 70.25 years (60-93years), with 90% of
females, equal to 69.1% with primary school education incomplete. The instruments used
were: sociodemographic questionnaire, scale of perceived general self-efficacy, perception
of subjective memory test, questionnaire for Prospective and Retrospective memory, trail
Making test A and B, Cancellation test, the Stroop Test, List of Auditory-Verbal Learning
Rey, test Recognition and Figures Digit Span. From the results, it is observed that the type
of memory most affected with aging, working memory, as well as normal aging may be
accompanied by an attentional decline, in which lapses of attention may be the cause of
shortness of memory among the elderly. This reflects a decline among the elderly, the
ability to encode and the ability to manipulate the information to be stored, which can
demonstrate that the ability of working memory can be influenced with advancing age, but
with the ability to attentional most vulnerable in this process. From the perspective of self-
efficacy, the seniors have a high-perceived general self-efficacy, an offsetting negative
perception of self-efficacy associated memory complaints of memory failure. This is
justified because the current society still holds the stigma that the elderly person does not
have the ability to learn, and even more, that every senior has memory problem. That is, it
is important to demystify social constructs that aging is synonymous only a gradual process
of decline and especially the elderly person loses their ability to learn. Finally, think about
actions and policies to transform paradigms concerning the elderly, in order to value and
why not lever age the capabilities that the elderly presents lifelong
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELA
LISTA DE GRÁFICOS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 12
Aproximação do Tema e Motivação .......................................................................... 12
Justificativa .................................................................................................................. 13
2 REFERENCIAL TEÓRICO ....................................................................................... 15
2.1 ENVELHECIMENTO .......................................................................................... 15
2.2 COGNIÇÃO ........................................................................................................... 17
2.2.1 Atenção: perspectivas conceitual e avaliativa ............................................. 18
2.2.1.1 Histórico ............................................................................................ 18
2.2.1.2 Neurobiologia da atenção ................................................................ 20
2.2.1.3 Definição da Atenção e Mecanismos Atencionais.......................... 21
2.2.2.Memória ......................................................................................................... 26
2.2.2.1 Memória e Envelhecimento ............................................................ 37
2.3 AUTOEFICÁCIA E ENVELHECIMENTO ...................................................... 39
3 OBJETIVOS ............................................................................................................. 43
3.1 Objetivo Geral ......................................................................................................43
3.2 Objetivos Específicos ........................................................................................... 43
4 MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................................ 44
4.1. Tipo de Estudo ......................................................................................................44
4.2 Amostra.......................................................................................................... 44
4.2.1. Critérios de Inclusão ..................................................................................... 45
4.2.2. Critérios de Exclusão .................................................................................... 45
4.3 Considerações Éticas ............................................................................................. 45
4.4 Procedimentos ........................................................................................................ 45
4.5 Instrumentos .............................................................................................. 46
4.5.1 Questionário Sociodemográfico .....................................................................16
4.5.2 Teste das Trilhas A e B ................................................................................... 46
4.5.3 Teste Cancelamento ........................................................................................ 46
4.5.4 Teste STROOP ................................................................................................ 47
4.5.5 Lista de Aprendizagem Auditivo-Verbal de Rey ......................................... 48
4.5.6 Teste Reconhecimento de Figuras .................................................................48
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1 INTRODUÇÃO
Justificativa
Ao longo das últimas décadas, o mundo como um todo passou olhar a etapa da velhice
e o processo de envelhecimento na perspectiva possível de viver com prazer, com satisfação,
com realização profissional e pessoal (MENDES, 2005), abrindo um espectro de
possibilidades por meio do potencial de cada pessoa e do contexto em que ela vive, deixando
de enfatizar, de forma nebulosa e negativa, essa etapa da vida.
Juntamente a essa nova dimensão, observa-se uma concepção mais entrelaçada as
potencialidades dos idosos, com ênfase na capacidade das habilidades cognitivas, bem como a
autoeficácia destes idosos frente ao seu desempenho na habilidade da memória. Assim,
tornam-se relevantes os estudos sobre aspectos cognitivos em idosos, de forma a avaliar os
fatores relacionados ao envelhecimento cognitivo e a ampliar o conhecimento sobre a
prevalência, a prevenção e a reabilitação das capacidades cognitiva da memória e da atenção,
na população mais velha.
O estudo do envelhecimento cognitivo torna-se cada vez mais importante,
considerando que o avanço da idade é um fenômeno associado ao aumento da vulnerabilidade
e da disfuncionalidade, como também pode estar relacionado a alterações da percepção da
autoeficácia do declínio da memória, queixa mais comum entre os idosos (ARGIMON;
STEIN, 2005).
Assim, muitos dos estudos surgem destas queixas da percepção subjetiva
(autoeficácia), mas um questionamento é se esta autoeficácia também não sofre ação do
processo de envelhecer? Outro ponto relevante é em relação ao envelhecimento das
habilidades cognitivas, como a atenção, que também tem seu declínio em virtude do
envelhecimento (NAHAS; XAVIER, 2006), mas que não há uma queixa efetiva, por parte dos
idosos.
Para o profissional da área da saúde e em especial da Gerontologia, o estudo das
mudanças das habilidades cognitivas ocorridas em decorrência ao processo de
envelhecimento, contribui para a compreensão do desenvolvimento humano, a fim de
distinguir o limiar das alterações normais das patológicas, deste processo. O conhecimento
destas características também pode permite o desenvolvimento de estratégias de prevenção,
estimulação, propiciando assim, cada vez mais um envelhecimento saudável.
A relevância deste estudo encontra-se associada às percepções dos idosos sobre o
próprio desempenho de suas habilidades cognitivas, uma vez que a maiorias das pesquisas
focam somente nas alterações de alguns subsistemas da memória. Em contrapartida há uma
14
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 ENVELHECIMENTO
2.2 COGNIÇÃO
Uma das habilidades cognitivas que exerce destaque e funciona como alicerce para o
desenvolvimento e compreensão das outras capacidades cognitivas, é a atenção, por este fato a
habilidade atencional será a primeira a ser referenciada.
2.2.1.1 Histórico
pressuposto, o filtro bloqueador ocorre após a análise sensorial, na qual todas as mensagens
passam por alguma análise perceptual, e as informações não relevantes são descartadas, pelo
mecanismo de filtragem. Embora haja diferenças, tanto a Teoria do Filtro como a Teoria
Atencional da Seleção da Resposta, observa-se um ponto de congruências entres elas, que é a
existência de um sistema selecionador das informações. Sendo que a diferença entre elas, é
que na primeira, a seleção ocorre nos estágios iniciais (sensoriais), enquanto que, na segunda
teoria, o filtro das informações ocorre de forma tardia (NAHAS; XAVIER, 2006;
STERNBERG, 2008). Outro ponto divergente é que na teoria da seleção tardia, o sistema
atencional não teria uma capacidade limitada de armazenamento, considerando o potencial de
manipular todo e qualquer estímulo (LIMA, 2005).
Segundo Kinchia (1992), em 1964, surge um novo pressuposto, descrito por Treisman,
na qual relata a existência de um filtro atenuador, cujo modelo de processamento da
informação ocorre da mesma forma que na teoria de Broadbent. Contudo, este filtro não
bloquearia totalmente as mensagens não relevantes, mas as atenuaria permitindo sua entrada
no sistema em função de sua relevância. Esse processo de atenuação permitiria ao sistema
atencional reduzir a interferência de estímulos irrelevantes, sem prejuízo no processamento
dos estímulos relevantes (KINCHLA, 1992; NAHAS; XAVIER, 2004).
Neste pressuposto de Treisman, as informações são analisadas em três níveis, sendo ao
primeiro o da pré-atenção, na qual todos os estímulos são analisados simultaneamente. Os
que apresentam propriedades-alvo (relevantes) passa para o próximo nível de processamento,
enquanto que os demais passam para uma versão enfraquecida. Na segunda etapa, os
estímulos são novamente analisados de acordo com as categorias, e somente os relevantes
avançam o sinal adiante; os demais, da mesma forma ocorrida no primeiro nível, sofrem
atenuação. Na terceira e última etapa, ocorre uma concentração da atenção nos estímulos
selecionados, como se fosse uma potencialização do estimulo relevante, avaliando e dando
sentido a elas (KINCHLA, 1992; STERNBERG, 2008).
Na década de 1970, segundo Nahas e Xavier (2004), os estudos se direcionaram na
análise dos efeitos de estímulos não atendidos, denominados de distratores e que
influenciavam no desempenho da habilidade atencional. Continuava a discussão e reflexão
acerca dos limites da capacidade do sistema e ao esclarecimento sobre se a seleção ocorreria
nas etapas iniciais ou finais do processamento atencional. Uma das conclusões, apontou que
quando duas tarefas competem pelas mesmas funções, há uma interferência no seu
desempenho concomitante, levando à confirmação da ideia de que a capacidade de
processamento central é mesmo limitada.
20
A atenção não é um constructo unitário e sim um processo que engloba outras funções
cognitivas, para Miranda (2008), a atenção é produto de um sistema integrado de redes
neurais, que envolvem estruturas corticais e subcorticais.
Um dos pioneiros a teorizar sobre as bases biológicas dos mecanismos da atenção foi
Alexandre Luria, neuropsicólogo. Segundo esse autor, as estruturas envolvidas nesse processo
seriam a formação reticular, a parte superior do tronco encefálico, o giro do cíngulo, o
hipocampo e a região frontal. As duas primeiras estruturas seriam responsáveis pelo estado de
vigília e reação de alerta e as demais estariam relacionadas à seleção do estímulo (LURIA,
1981; NAHAS; XAVIER, 2006).
Para Mesulam (2000), há uma divisão da atenção em duas categorias principais, uma
com função de matriz e outra de canal. A primeira, associada ao Sistema Ativador Reticular
(SAR), na qual regula a capacidade de processamento da informação global, a eficiência de
detecção, o poder de focalização e a vigilância. Por sua vez, a função de canal regula a direção
e o alvo da atenção, isto é, a sua seletividade que está associada a sistemas neocorticais. Vale
ressaltar que esta divisão é meramente didática, visto que esses dois sistemas funcionam de
forma integrada.
Em contrapartida, Posner e Petersen (1990), relatam à existência de três sistemas
atencionais no cérebro: um sistema atencional anterior (localizado no lobo frontal) associado
com controle cognitivo e seleção da ação; um sistema atencional posterior (situado nos lobos
parietal posterior e occipital) relacionado com orientação e atenção perceptual; e um sistema
de ativação (subsidiado pelo sistema neuromodulador do tronco cerebral) associado à atenção
sustentada e vigilância.
Portanto, com base no que foi apresentado até o presente momento, os paradigmas
teóricos evidenciam a existência de três funções distintas relacionadas à atenção, sendo
sistema de atenção anterior, que é formado pelo córtex frontal, cingulado anterior e pelos
gânglios da base e relaciona-se com o recrutamento da atenção para detecção de estímulos e
controle das áreas cerebrais para o desempenho de tarefas cognitivas mais complexas (RAZ;
BUHLE, 2006). O sistema de atenção posterior, por sua vez, está envolvido no controle do
direcionamento para estímulos visuais e é constituído pelo córtex parietal posterior, os
colículos superiores e o núcleo pulvinar do tálamo (MIRANDA, 2008). Por fim, o sistema de
vigilância, que inclui os lobos parietal e frontal direitos, garante a manutenção do estado de
21
A atenção é umas das principais habilidades cognitiva que é estudada por diferentes
áreas do conhecimento, tais como a Psicologia, a Neurociência Cognitiva, a Biologia, a
Fisiologia e a Gerontologia, sendo considerada um importante constructo para a compreensão
dos processos perceptivos e funções cognitivas em geral. A intersecção da atenção com as
outras áreas do conhecimento e fundamentalmente com as outras habilidades cognitivas
traduz a importância do estudo e compreensão desta capacidade, principalmente na população
idosa. Desde 1890, o caráter seletivo dos processos psíquicos é exposto de maneira bastante
objetiva por William James,
Milhões de itens (...) são apresentados aos meus sentidos e nunca entram
propriamente na minha consciência. Por quê? Porque não têm interesse para mim.
Minha experiência é aquilo que eu concordo em prestar atenção (...). Todos sabem o
que é a atenção. É a tomada de posse pela mente, de forma clara e vívida, de um
dentre o que parecem ser vários objetos possíveis simultâneos ou linha de
pensamento. A focalização e a concentração da consciência são suas essências. Esta
implica a abstenção de algumas coisas para poder lidar eficazmente com outras.
(KANDEL, 1997, p.323)
22
Nesta observação de Willliam James, feita há muitos anos, ele já postulou os três princípios
básicos e fundamentais no processo da compreensão da habilidade atencional. Envolve a
possibilidade de ter o controle voluntário da atenção, a particularidade do processo seletivo e da
focalização, traduzido por meio da incapacidade de atender a vários estímulos ao mesmo tempo e,
por fim, é o limite da capacidade do processamento atencional (NAHAS; XAVIER, 2006).
Segundo Luria (1981), toda atividade humana possui algum grau de direção e seletividade,
sendo a atenção exatamente o caráter direcional e seletivo dos processos mentais, na qual se
organizam. Em contrapartida Lezak (2004) refere-se à atenção como sendo os vários processos ou
capacidades relativas a como o organismo se torna receptivo e como ele inicia o processamento de
estimulações internas e externas.
Inúmeras são as tentativas de se construir um conceito único sobre a atenção, mas hoje ainda
não há um consenso sobre tal conceituação (NAHAS; XAVIER, 2006). Neste estudo, a atenção é
caracterizada como a capacidade do indivíduo em responder predominantemente aos estímulos que
lhe são significativos, em detrimento a outros. Nesse processo, o sistema nervoso é capaz de manter
um contato seletivo com as informações que chegam através dos órgãos sensoriais, dirigindo a
atenção para aqueles que são comportamentalmente relevantes, garantindo uma interação eficaz
com o meio (LIMA, 2005; NAHAS; XAVIER, 2006).
O mecanismo de funcionamento da atenção é outro ponto relevante e bastante complexo
para o entendimento de todo o processo da capacidade atencional (MIRANDA, 2008). Um dos
grandes desafios desta compreensão é devido à complexidade e interatividade dos mecanismos com
as outras habilidades cognitivas. Deste modo, inúmeros modelos e teorias surgiram na tentativa de
explicar o fluxo e os processos que ocorrem no funcionamento da atenção, mas a que tem maior
relevância é a Teoria do Filtro Atencional, definida por Broadbent (KANDEL, 1997;
GWRYSSEWSKI; CARREIRO, 1998; LIMA, 2005).
Segundo a Teoria do Filtro Atencional, como já mencionada, o indivíduo possui uma
capacidade limitada de atenção, o que caracteriza a particularidade de somente os estímulos
relevantes serem processados, já os irrelevantes são atenuados e posteriormente desprezados
(LIMA, 2005; NAHAS; XAVIER, 2006). A base fisiológica do funcionamento desta teoria é que o
sistema atencional atua como um filtro que deixa passar as informações relevantes e bloqueia os
estímulos não pertinentes, na qual a atenção seria o filtro para a seleção destes estímulos (KANDEL,
1997; MESULAM, 2000; NAHAS; XAVIER, 2006).
Nesta perspectiva, os mecanismos atencionais atuam de forma dinâmica, interligada e
coordenada com os outros sentidos sensoriais além das habilidades cognitivas como a memória de
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trabalho, na seleção e organização ativa dos elementos importantes. (GÓMEZ-PÉREZ et al, 2003).
De forma esquemática a figura 1 sintetiza os estágios e fluxograma percorrido pelos estímulos, bem
como a localização a ação da teoria do filtro atencional.
VIGÍLIA SONO
INATENÇÃO ALERTA
IGNORA ATENDE
Estimulos Irrelevantes Estímulos Relevantes
Seleção Estímulos
Teoria do Filtro
Seletiva/Sustentada Dividida
Processamento Processamento
Controlado Automático
Segundo Lent (2002), a atenção engloba dois componentes que são: o alerta e a atenção
propriamente dita, sendo o primeiro referente ao momento da sensibilização dos órgãos sensoriais e
o estabelecimento e manutenção do tônus cortical, ou seja, é o momento que ocorre a preparação
para a recepção dos estímulos. No momento da atenção ocorre o estado de alerta sobre os
mecanismos e processos mentais e neurobiológicos.
Após a sensibilização dos órgãos sensoriais, o estado de alerta é ativado, neste circuito,
as informações provindas dos receptores sensoriais passam pela formação reticular e
ascendem até a região cortical, via tálamo (BEAR et al,2002; LENT, 2005).
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Uma vez o estado de alerta ativado, os estímulos podem percorrer dois caminhos, no
caso das informações relevantes, elas são codificadas e segue para o próximo estágio. Em
contrapartida os estímulos irrelevantes são ignorados e desprezados, mecanismo descrito pela
teoria do filtro, já mencionada (LIMA, 2005; NAHAS; XAVIER, 2006). O controle executivo
da atenção, nesta etapa, está intimamente correlacionado com o giro do cíngulo anterior e
outras áreas do lobo frontal e pré-frontal, além das conexões com informações advindas do
lobo parietal e gânglios da base, elucidada na figura 2 (BEAR et al, 2002; NAHAS; XAVIER,
2006).
Figura 2: Regiões corticais envolvidas na habilidade atencional.
importante ressaltar que memória e atenção são dois constructos cognitivos intimamente
correlacionados. Muitas das queixas de memória nos idosos se devem a falha no momento de
gravar a informação (codificação), que muitas vezes está correlacionado com problema na
seletividade do estímulo e na atenção dividida (OLCHIK, 2008). Ou seja, com o
envelhecimento há um declínio importante no momento da seleção dos estímulos relevantes
dos irrelevantes, o que dificulta o tratamento da informação para a melhor memorização, bem
como o desempenho em atividade que requeira participar de duas tarefas ao mesmo tempo
(SARTER et al, 2001; OLCHIK, 2008).
De acordo com Gómez-Perez et al (2003), os efeitos da idade sobre a atenção variam
de acordo com a situação ou com a complexidade das atividades, ou seja, os idosos podem
participar de uma reunião social, seguir uma conversa negligenciando os ruídos de fundo
(atenção seletiva), mas podem apresentar dificuldade em seguir várias conversas ao mesmo
tempo (atenção dividida).
Para Capovilla (2007a), com a idade, as habilidades atencionais sofrem modificações
que se manifestam por diminuição na capacidade de detectar pistas externas, que poderia ser
interpretado como um declínio progressivo no grau de vigilância, manifestado por
desempenho mais baixo em tarefas que requeiram manutenção da atenção
Do ponto de vista da cognição fica evidente a importância do estudo e compreensão
dos mecanismos da atenção, visto que representam a base para a maioria das habilidades
cognitivas e que podem sofrer alterações em decorrência do processo do envelhecimento,
principalmente com a habilidade da memória.
2.2.2 Memória
A memória é uma das habilidades cognitivas humana capaz de realizar uma variedade
de operações que possuem suas singularidades e ao mesmo tempo intersecções
(IZQUUIERDO, 2011). De um modo geral, a memória permite a identificação e, ao mesmo
tempo, o resgate de lembranças, sons, sinais, cheiros, gostos, conhecimentos e sensações, o
que permite que o homem desenvolva suas atividades no presente, resgatando informações do
seu passado e garantindo o alicerce para o futuro.
O tema memória tem instigado a curiosidade de muitos estudiosos ao longo dos anos,
principalmente no que diz respeito à compreensão da complexidade desta habilidade, sua
evolução, processamento e, principalmente, seu comportamento ao longo dos anos e no
processo do envelhecimento.
27
Trasnferência
Arquivamento
Codificação pela
atenção e treino
MEMÓRIA MEMÓRIA MEMÓRIA
SENSORIAL CURTO PRAZO LONGO PRAZO
mseg - seg 15 s a 1minuto Recuperação anos
Deslocamento
Esquecimento Esquecimento
Esquecimento
concomitantemente ao seu ingresso no sistema. Uma vez que sua capacidade é limitada, a
eficiência no seu funcionamento é comprometida pelo aumento da demanda, por exemplo,
quando do desempenho de tarefas duplas (ABREU, 2000; IZQUIERDO, 2011). Embora o
modelo de memória de trabalho não seja o único a apresentar uma explicação satisfatória para
as alterações de memória no envelhecimento normal e patológico, é um constructo que tem
fornecido, investigações na natureza do envelhecimento cognitivo (DAMASCENO, 199;
LASCA, 2003).
A memória a curto prazo ocorre num modelo paralelo, com sistema próprio e
independente da memória a longo prazo, mas nem sempre este conceito foi estabelecido desta
forma, na qual acreditava-se que a memória a curto prazo era uma pré-fase da consolidação da
memória a longo prazo (IZQUIERDO, 2011).
Segundo Squire e Kendel (2002) a memória de longo prazo pode ser dividida em dois
tipos: memória declarativa e memória não-declarativa. A memória declarativa (explícita)
refere-se a lembrança consciente de experiências prévias, na qual as informações são evocadas
por meio de imagens ou proposições. As estruturas cerebrais envolvidas no comando destas
habilidades são as amigdalas, substância negra, lócus ceruleus, núcleos da rafe e núcleo basal
de Meynert, demonstrada na figura 6 (BEAR et al, 2002; ISQUIERDO, 2002).
Estímulo Ambiental
Registros sensoriais,
visuais , auditivos
Temporário
Memória de Trabalho
Processos de controle
Exposição
Codificação Produção de respostas
Decisão
Estratégias de recuperação
Por fim, na capacidade da memória, ainda tem outros elementos como a memória
prospectiva, que é caracterizada pelo uso em ações nas atividades instrumentais de vida diária,
principalmente nas ações futuras (BENITES; GOMES, 2007; IZQUIERDO, 2011), por
exemplo: pagar contas, tomar medicações, compromissos médicos, dentre outros, como
mostra a figura 10. Um ponto de diferenciação deste tipo de memória refere-se ao fato que é
uma ação de autoiniciação, na qual depende da iniciativa do próprio individuo para
desencadear o funcionamento, ou seja, é lembrar de lembrar (PARENTE et al, 2006). É
justamente neste aspecto que o processo de envelhecimento tem maior ação, no declínio do
desempenho, sendo uma das maiores queixas entre os idosos (ABREU, 2000).
ambiente, explicita ou apontada por alguém. As tarefas com pistas interna são iniciadas pela
própria pessoa, e por dependenrem de um impulso interno, são menos controláveis. Este tipo
de tarefa requer mais processamento na recuperação da intenção do que as tarefas baseadas
nas pistas externas (BENITES et al, 2006).
Segundo Mc Daniele e Einstein (2000), há evidências de que a memória prospectiva
requer um componente de autoiniciação da lembrança, ausente na memória retrospectiva, e
esse componente é mais suscetível ao envelhecimento.
Nos mesmos modelos do processo da memorização, a memória prospectiva também
possui quatro etapas para o armazenamento da informação, sendo a primeira correspondente a
codificação de uma intenção que deverá ser realizada. A segunda etapa abrange o intervalo
entre a codificação e a lembranças da intenção; que pode ser longo ou curto, dependente do
período que a lembrança deve ser resgatada. A terceira fase refere-se a iniciação e execução
da interação e a quarta relaciona-se ao cancelamento da ação, já realizada (MC DANIEL;
EINSTEINS, 2000; PARENTE et al, 2006). Falhas no cancelamento da intenção são
percebidos quando alguém volta para fazer alguma atividade, mas percebe que já realizou; por
exemplo, uma pessoa volta para apagar a luz e já havia apagado (PARENTE et al, 2006).
Segundo Benites et al (2006), nas tarefas da memória prospectiva ocorre o
recrumentamento de habilidades conscientes, em especial da atenção na preparação da
memória prospectiva. Ou seja, os processos de resgate da pista envolvem habilidades
atencionais e são necessários para o sucesso no desempenho da memória prospectiva.
determinada atividade. Dessa forma, sua crença pode afetar suas escolhas e o seu desempenho
(RABELO, 2005; CARDOSO, 2006; BATISTA-DOS-SANTOS; BARROS, 2010).
O conceito de autoeficácia descreve estruturas e funções que orientam a ação de uma
pessoa sobre si mesma e sobre o ambiente (BANDURA, 2008). Neste sentido, os processos
cognitivos permitem a mediação das experiências através dos sistemas sensório motor e
cerebral, os quais possibilitam ações com sentido e direção que proporcionam mais satisfação
na vida (BENITES, 2006; BATISTA-DOS-SANTOS; BARROS, 2010).
Atualmente, considera-se que a autoeficácia intervém e media atividades cognitivas,
processos motivacionais e estimula emoções. Quanto à mediação de atividades cognitivas, a
autoeficácia influencia o comportamento ao determinar o esforço que é empregado em uma
determinada tarefa ou situação, e ao influenciar a quantidade de tempo que a pessoa deve
perseverar ao deparar-se com obstáculos (RABELO, 2005; CARDOSO, 2006). Pessoas com
crenças positivas sobre suas capacidades fazem maior esforço e perseveram por mais tempo
na tarefa, quando se deparam com problemas inesperados, do que pessoas com baixa
autoeficácia (RABELO, 2005). Para Bandura, a expectativa de autoeficácia pessoal determina
se o comportamento de enfrentamento será iniciado, quanto do esforço será empreendido e
por quanto tempo esse comportamento será mantido diante dos obstáculos e experiências
aversivas (AZZI; POLYDORO, 2006).
A autoeficácia percebida é o mecanismo mais central e mais difundido na mediação
entre o indivíduo e o meio ambiente, pois somente por meio desse tipo de crença o indivíduo é
capaz de comportar-se ativamente, com motivação (AZZI; POLYDORO, 2006; CARDOSO,
2006). O desempenho na autoeficácia, pode ser alto, naquelas pessoas que acreditam que são
eficazes mesmo nas tarefas mais difíceis; ou baixo, entre as pessoas que pensam ser capazes
de desempenhar somente tarefas mais fáceis (CARNEIRO; FALCONE, 2004). Portanto, uma
pessoa com o mesmo conhecimento e habilidade pode ter um resultado pobre, adequado ou
mesmo excelente, dependendo das flutuações na percepção de sua autoeficácia (RABELO,
2005; MUSSOLLINI, 2007).
A relação entre autoeficácia e emoção revela que os níveis de estresse, ansiedade e
depressão frente situações difíceis são influenciados pela autoeficácia. O estresse depende da
percepção de alguém sobre suas habilidades e sobre a situação problema e o estresse será
maior na medida em que os aspectos ameaçadores são percebidos como superando as
capacidades pessoais (FORTES, 2005; BATISTA-DOS-SANTOS; BARROS, 2010). Pessoas
com alta autoeficácia acreditam que conseguem lidar com as situações que se apresentam e
tendem a não se definirem como estressadas. Entretanto, indivíduos com baixa autoeficácia
41
pensam não possuir capacidades para enfrentar os mesmos desafios e percebem o ambiente
como sendo muito perigoso (AZZI; POLYDORO, 2006; BANDURA, 2008; BATISTA-DOS-
SANTOS; BARROS, 2010).
O senso de autoeficácia pode variar de acordo com a complexidade da tarefa, exigindo
do indivíduo maior ou menor esforço para desempenhá-la. Na literatura, existem autores
como Mussollini (2007) e Benites (2006) que estudam a autoeficácia em domínios específicos
como o autocuidado, a memória, as relações interpessoais, atividades instrumentais entre
outros, avaliados através de testes e tarefas específicas.
Para Bandura (2008), julgamentos sobre as competências alheias são construções
sociais que servem para classificar os indivíduos em rótulos, estereótipos e estigmas. Por
exemplo, a relação entre declínio de memória e avanço da idade é um estigma social
intimamente relacionado com o envelhecimento (CARNEIRO; FALCONE, 2004). Crenças
pessoais e sociais formam um sistema recíproco, de influência mútua, os adultos que hoje
possuem crenças generalizadas sobre a inabilidade dos idosos tenderão a ter baixa
autoeficácia quanto a suas habilidades no futuro, quando farão parte da população de idosos
(CARNEIRO; FALCONE, 2004; BENITES, 2006; LEVY, 2008).
Como existe um paradigma social estabelecido de que a velhice é acompanhada por
um obrigatório declínio no desempenho físico e cognitivo, as instituições sociais se antecipam
e criam barreiras à participação social dos idosos, antes mesmo que eventuais incapacidade ou
déficits se instalem (LEVY, 2008). “Ao longo de toda a vida, as pessoas aprendem a ter
expectativas compatíveis com essas crenças, ou seja, aprendem que é normal e esperado
perder competências na velhice e passam a comportar-se de acordo com essas crenças”
(NERI, 2006a, p. 4)
Outro ponto importante é em relação aos idosos saudáveis, que possuem crenças
negativas de autoeficácia, este comportamento pode inibir o funcionamento da memória e
outras habilidades cognitivas, por não empregarem todo o esforço e persistência necessária na
execução e desempenho de algumas tarefas (NERI, 2006a; BATISTA-DOS-SANTOS;
BARROS, 2010).
Assim, é preferível que as pessoas superestimem suas capacidades, pois desta forma é
possível que resultados inesperados sejam alcançados. Indivíduos normais que possuem as
mesmas habilidades que depressivos são mais eficazes que esses últimos por, na maioria das
situações, superestimar suas capacidades (AZZI; POLYDORO, 2006; BANDURA, 2008). A
autoeficácia não é estática e o controle sobre sua flutuação pode ser realizado quando a
42
atenção é focalizada nos aspectos positivos da tarefa que está sendo desempenhada
(MUSSOLLINI, 2007).
Nos casos em que há um declínio real das habilidades, como acontece com algumas
habilidades cognitivas, especialmente a memória, é necessária a mudança de padrões de
julgamento. Nestes casos, a base de comparação deve ser constituída por representantes da
mesma faixa etária a fim de que possa ser mantida uma autoeficácia positiva (CARNEIRO;
FALCONE, 2004; BENITES, 2006).
Portanto, percebe-se que crenças de autoeficácia influenciam o modo como as pessoas
sentem, pensam e agem, principalmente com os idosos. Uma baixa autoeficácia pode estar
associada à depressão, ansiedade, sentimento de impotência, à baixa autoestima e a
pensamentos mais pessimistas quanto às habilidades pessoais (FREIRE, 2001; GECAS,
2003). O nível de autoeficácia pode desse modo, aumentar ou impedir a motivação e afetar,
direta e indiretamente, a adaptação e mudança. As crenças de autoeficácia podem determinar,
ainda, o estabelecimento de objetivos, a escolha de atividade, a disposição para realizar
esforços e persistir em tarefas. Além disso, as diferenças de idade, gênero e ambiente também
são grandes influenciadores no desenvolvimento e na expressão da autoeficácia (GECAS,
2003; AZZI; POLYDORO, 2006; PATRÃO, 2011).
43
3 OBJETIVOS
4 MATERIAIS E MÉTODOS
4.2 Amostra
4.4 Procedimentos
4.5 Instrumentos
do examinado é marcar com um traço todos os demais alvos apresentados. O tempo máximo
para a execução da tarefa é de 1 minuto. A segunda parte avalia a atenção seletiva e
sustentada, numa prova com maior grau de complexidade, com apresentação de um número
maior de estímulos-alvo. A tarefa é semelhante a primeira parte, sendo que o estímulo-alvo é
composto por duas figuras. O estímulo-alvo se repete sete vezes ao longo das 300 figuras. O
tempo é de 1 minuto. Na terceira e última parte, o teste avalia a atenção alternada, sendo que
os estímulos-alvo mudam a cada linha. O número de vezes que o estímulo-alvo muda a cada
linha, variando de 2 a 6 vezes. O tempo máximo para execução da tarefa também é de 1
minuto (MONITEL; CAPOVILA, 2007a).
A pontuação do teste é efetuada separadamente para cada uma das três partes, na qual
pode ser considerado o escore total, ou fazer os escores separadamente. Neste estudo foi
considerado os valores de cada tarefa separadamente, visto o objetivo de verificar o
desempenho dos idosos em cada uma das subtarefas. O critério de correção é a contagem dos
estímulos alvos assinalados corretamente.
O teste Stroop foi originalmente desenvolvido por John Ridley Stroop em 1935 e tem
sido amplamente utilizado como teste neuropsicológico para avaliar atenção seletiva e
aspectos de funções executivas, como flexibilidade cognitiva e suscetibilidade a interferência,
relacionadas às disfunções do lobo frontal (MACLEOD, 1991; DOYLE et al, 2000;
STRAUSS, et al, 2006). O mecanismo psicológico subjacente à tarefa inclui memória de
trabalho, velocidade de processamento de informação, ativação semântica e habilidade para
resistir a uma resposta a estímulos distratores (STRAUSS et al.,2006).
As origens do paradigma Stroop remonta ao trabalho Mackeen, em 1886, o qual já
referia que leva-se mais tempo para nomear cores do que para ler nomes de cores. A para esse
fenômeno é atribuída ao fato de que, no caso de palavras e letras, a freqüente associação entre
a idéia e nome torna o processo automático, enquanto que no caso de cores e imagens precisa-
se de um esforço voluntário para a escolha do nome (MACLEOD, 1991).
A versão Victória, validade para a população brasileira (KLEIN et al, 2010) é
composta de três cartões: o primeiro composto de tarjetas coloridas (verde, rosa, azul e
marrom); o segundo constituído por palavras neutras escritas com as cores das tarjetas e o
terceiro com os nomes das cores escritos em cores conflitantes com o da impressão. Solicita-
se ao sujeito que a cada cartão apresentado, verbalize as cores impressas de cada cartão o mais
48
rápido possível. Começa-se a contar o tempo logo após as instruções e registra-se o tempo que
o sujeito leva para ler cada um dos cartões. Tempo de aplicação: 5 minutos.
O sujeito é avaliado segundo a rapidez com que ele executa a tarefa e a quantidade de
erros apresentados. O efeito da interferência é determinado pelo cálculo de tempo extra
requerido para nomear as cores (da impressão) em comparação ao tempo requerido para
nomear cores na primeira tarefa controle- cores das tarjetas
perguntar: "Que figuras eu lhe mostrei?". O tempo máximo de evocação das figuras é de 60
segundos. O escore é dado pelo número de respostas certas. Essa fase avalia a memória
incidental (GRIEVE, 2009; CORREA, 2010).
Em seguida, o avaliador deve mostrar novamente as figuras durante 30 segundos e
peça para que ele olhe bem as figuras e memorize-as novamente. Esconda novamente as
figuras e pergunte: "que figuras eu lhe mostrei?". Essa fase do teste está avaliando a memória
imediata.
O último passo é mostrar as figuras novamente durante 30 segundos e pedir para que o
idoso olhe bem as figuras e guarde-as na memória. Pergunte novamente quais são as figuras e
anote o escore. Essa fase avalia o aprendizado. Em seguida, apresente qualquer distrator a
pessoa, durante 5 minutos e faça novamente solicite que fale as figuras que havia visto –
momento que avalia o resgate da informação memorizada.
O escore é dado pelo número de respostas corretas na evocação após 5 minutos.
Finalmente, avalia-se o reconhecimento das figuras colocando uma lista de 20 figuras que
contenha as 10 figuras mostradas anteriormente em frente do idoso e peça para que ele
reconheça quais as figuras mostradas inicialmente (GRIEVE, 2009; CORREA, 2010).
em 1981 o número de itens foi reduzido para 10. No Brasil a EAEGP foi traduzida e validada
por Teixeira et al (2012).
A escala consta de 10 itens sobre opiniões que as pessoas podem ter a respeito de si
mesmos. Cada frase deve ser avaliada de 1 para nem um pouco verdadeiro até 4 para
exatamente verdadeiro. O escore máximo é de 44 pontos, que se traduz em uma autoeficácia
geral baixa (SBICIJO et al, 2012).
A análise dos dados foi feita pela comparação da percepção subjetiva da autoeficácia
geral e de memória, dos idosos por meio do confronto dos dados obtidos nos questionários de
autoeficácia percebida, com os resultados oriundos dos testes da avaliação cognitiva.
Para a análise dos resultados dos instrumentos, os dados foram importados para uma
planilha do programa estatístico Statistical Package for Social Science (SPSS) para Windows
(versão 22.0).
Inicialmente foi realizada a análise dos dados descritivos para caracterização da
amostra e a avaliação da normalidade, por meio do teste kruskal-wallis. Os dados foram
representados por: média, mediana, desvio padrão e quartis.
O nível de significância adotado será de p≤ 0,05. Na análise do desempenho cognitivo
e da percepção subjetiva da autoeficácia geral e de memória foram utilizados o teste ANOVA
– oneway e Teste - T Studant.
52
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
TRILHA A TRILHA B
N 110 110
MÉDIA 19,20 7,38
DP 4,59 5,00
MEDIANA 22,00 7,00
MÍNIMO 0 0
MÁXIMO 22 22
Para melhor análise e visualização dos resultados, como não há dados normativos
deste instrumento para a população idosa, foi realizada análise dos quartis, que pode auxiliar a
compreensão do desempenho dos idosos. O valor do quartil inferior ficou ≤ 7, que
corresponde a 28 indivíduos, pelo fato dos valores, do desempenho, serem muito próximos na
classificação houve a junção do quartil médio e superior, com valor de ≥17.1, que abrange 82
idosos. O gráfico 1 demonstra o desempenho da trilha A.
.
O gráfico 4 ilustra muito bem este desempenho, no qual observa-se maior números de
acertos no quartil médio e inferior. Isto demonstra um desempenho de ruim a médio na
habilidade da atenção alternada, o que pode conferir um declínio desta habilidade cognitiva,
entre os idosos da amostra.
dificuldade na atenção alternada. Vale ressaltar que estes dados evidenciados merecem
estudos mais aprofundados, visto o número reduzidos de idosos com escolarização acima de
11 anos, bem como a complexidade do desenvolvimento da habilidade atencional no processo
de envelhecimento.
Observa-se que o desempenho dos homens na atenção seletiva é inferior, com média
de 37,73 (± 16,50) acertos, quando comparado ao acertos das mulheres que foi de 43,26 (±
7,56), isto traduz que os homens, na atenção seletiva apresentaram uma maior dificuldade na
atenção seletiva. Ao analisar o gráfico 9, nota-se o desempenho dos homens nas tarefas 2 e 3
discretamente inferior, quando comparado com o número de acertos das mulheres,
principalmente na tarefa 3. Isto pode ser um indicativo de que os homens idosos apresentam
um declínio também da atenção sustentada e em especial da alternada.
MULHERES TAREFA
43,26 1 TAREFA
2,23 2 TAREFA
25,12 3
HOMENS 37,73 2,09 24,27
CARTÃO 1 ERRO 1
60 – 69 70 – 79 + 80 60 – 69 70 – 79 + 80
Amostra 22,84
anos 24,77
anos 30
anos Amostra 1,1
anos 0,92
anos 0,46
anos
Referência 18,42 21,77 28,25 Referência 0,08 0,06 1
No cartão 2, o desempenho dos participantes foi similar aos demais, com resultados
evidenciando desempenho da atenção inferiores aos dados normativos. Vale ressaltar a
relação do números de erros, na qual houve um aumento significativo de erros dos
participantes da amostra, comparados com o desempenho dos idosos dos dados de referência,
como demonstra o gráfico 12. Importante ressaltar, que novamente os idosos acima de 80
anos apresentaram melhor habilidade de manejar os estímulos distratores, quando comparado
com os indivíduos das outras faixa etárias.
CARTÃO 2 ERRO 2
60 – 69 70 – 79 + 80 60 – 69 70 – 79 + 80
Amostra 29,38
anos 35,9
anos 45,77
anos Amostra 1,23
anos 1,05
anos 1,15
anos
Referência 23,74 28,83 31,75 Referência 0,08 0,06 1
68
CARTÃO 3 ERRO 3
60 – 69 70 – 79 + 80 60 – 69 70 – 79 + 80
Amostra anos
39,34 anos
48,87 anos
65,15 Amostra anos
4,19 anos
5,77 anos
7,61
Referência 40,38 55,9 56,75 Referência 0,83 1,65 3,5
que os dados de referência, como já mencionado. Isto pode inferir que houve o aumento do
tempo, mas concomitante a isto ocorreu um aumento no número de erros, na qual a
diminuição da atenção seletiva pode ter contribuído de forma significativa para estes
resultados. Esta correlação direta, com a piora do desempenho, foi evidenciada também nos
estudos de STRAUSS et al (2006).
Indivíduos que apresentam desempenho cognitivo diminuído, lentificado ou hesitante,
como observados no efeito stroop (interferência), tendem a apresentar dificuldade de
concentração, incluindo dificuldade em inibir distrações (LESAK, 2004). Segundo Coutinho
et al (2010), a presença deste paradigma, envolve processos cognitivos de controle inibitório,
uma vez que informações conflitantes demandam que o indivíduo iniba o estímulo prepotente
(leitura), por uma resposta menos visual.
Segundo Cristensen (2006) há também uma relação do efeito de interferência (stroop)
e a idade, que denota um prejuízo da atenção seletiva e em especial do controle inibitório, que
são constructos interligados, evidenciado no gráfico 14. Estes dados corroboram que o
desempenho no efeito stroop, dos idosos, foi inferior, quando comparados com os dados de
referência, o que pode traduzir uma maior dificuldade no processo de inibição da informação.
Estudos evidenciam que o efeito stroop é observado em geral no desempenho de
indivíduos saudáveis, e de maneira mais acentuada em indivíduos com déficits de atenção
(SPREEN; STRAUS, 1998).
Amostra 60 –16,84
69 anos 70 –24,1
79 anos + 80 anos
35,15
Referência 2,26 2,52 2,03
70
cartão 1 (p = 0,001). Há evidências que o desempenho dos homens seja inferior na atenção
seletiva, como já mencionado também no teste de trilhas. Outro ponto importante, são os
tempos aumentados para conclusão do teste, nas três etapas, com valores médios do cartão 1
para mulheres foi de 23,55 segundos (±8,92) e homens 31,82 segundos (± 14,75); no cartão 2
a média para mulheres foi de 33,09 segundos (±14,21) e homens 38,45 segundos (19,18); por
fim no cartão 3 a mulheres obtiveram 45,50 segundos (±21,16) e os homens 48,18 segundos
(18,84). Portanto a variável sexo sugere uma interferência na habilidade atencional,
evidenciando um desempenho dos homens inferior quando comparados com as mulheres
idosas. Importante salientar que a amostra dos homens, neste estudo, foi reduzido (11 idosos),
o que merece estudos com uma amostragem maior.
Para a avaliação da memória foram utilizados dois instrumentos, o primeiro foi Lista
de Aprendizagem Auditivo-Verbal de Rey, que tem o constructo na memória auditiva e o
segundo a Reconhecimento da Lista de Figuras, que prioriza a avaliação da memória no foco
das pistas visuais.
O objetivo do teste de Lista de Aprendizagem Auditivo-Verbal de Rey (RAVLT) é
avaliar o aprendizado verbal e a memória, principalmente a memória episódica. O RAVLT é
teste de medida breve, que acessa a capacidade de memória imediata (memória de trabalho -
A1), o índice de aprendizagem (somatória de A1 a A5), a evocação tardia livre (memória
longo prazo – A7) e a capacidade de recordação (REC). A versão utilizada no presente estudo
é a mesma do estudo de Lima (2007), sendo a pontuação máxima das variáveis é de 15, exceto
o índice de aprendizagem (A1 a A5) que é de 75.
Para Costa et al (2004), os testes que envolvem a habilidade de aprendizagem, isto é, a
repetida exposição ao material a ser recordado, são mais sensíveis para detectar prejuízos de
memória do que testes apresentados somente uma vez. Isto é o que acontece no RAVLT, visto
que se lê a lista de palavras para o indivíduo, pausadamente, cinco vezes consecutivas, para
posterior evocação.
Na análise estatística, os subconjuntos mostraram homogeneidade, não apresentando
diferença significativa entre eles, visto que a idade é uma variável que não apresenta
interferência no desempenho das tarefas do RAVLT. Os valores de significância foram: A1
com p = 0,30; A2 com p = 0,11; A3 com p = 0,74; A4 com p = 0,74; A5 com p = 0,16; lista B
com p = 0,43; A6 com p = 0,46; A 7 com p = 0,49; A1A5 com p = 0,09 e REC com p = 0,25.
Apesar da hipótese ser rejeitada do RAVLT e idade, é importante fazer algumas
considerações do desempenhos dos idosos com os dados de referência e mesmo entre as faixa
etárias.
72
Os resultados do RAVLT, entre os idosos deste estudo, são apresentados na tabela 10,
com os dados descritivos de média, mediana, desvio padrão e valor máximo e mínimo. Outra
variável considerada é o valor de aprendizagem (somatória dos pontos de A1 a A5), a
evocação tardia (memória a longo prazo – A7) e a recordação de palavras (REC).
*
Tabela 10: Desempenho dos idosos no RAVLT .
A1 A2 A3 A4 A5 Lista B A6 A7 REC
Amostra 3,51 6,23 7,36 8,79 9,1 3,61 7,18 7,31 10,05
Referência 5,15 6,8 7,7 9,15 10,65 4,2 8,9 8,3 7,4
Nesta análise pode-se inferir que os idosos da faixa etária de 70 a 79 anos, apresentam
uma melhora significativa no desempenho do reconhecimento das palavras, ao contrário dos
resultados dos sujeitos de referência, que demonstram um declínio no reconhecimento das
palavras, em relação a etapa de evocação livre (A7), sendo que os participantes da amostra
demonstraram maiores recursos e estratégia para a habilidade de recordação com pistas. Nesta
etapa também fica evidente, como já citado, que a informação foi armazenada, mas necessitou
de pista externa para seu resgate.
Outro ponto que reforça esta percepção é a comparação dos resultados de recordação,
na qual observa-se melhora no desempenho, com maior recordação no número de palavras,
sendo a média de 7,4 (±3,05) para os dados de referência e de 10,05 (±3,80) para os idosos da
amostra, evidenciando melhora do desempenho em 41,89%.
Na faixa etária dos idosos acima de 80 anos, os dados seguem os mesmo padrões, das
faixas etárias anteriores. Em particular observa-se algumas peculiaridades específicas, no
desempenho dos idosos desta faixa etária. O primeiro ponto, refere-se ao resultado da
subtarefa A3, na qual observa-se que nesta etapa há um platô no valor do desempenho. Em
termos de palavras memorizadas, na etapa A2 a média de memorização foi de 5,23 (±1,69), na
A3 foi de 5,23 (±2,28) e na A4 foi de 7,54 (±2,07), isto traduz que entre os intervalos de A2 e
A3 não houve memorização de novas palavras, podendo caracterizar uma dificuldade no
processo de aprendizagem. Por consequência pode indicar uma dificuldade na memória, entre
os idosos acima de 80 anos, como evidencia o gráfico 17.
76
A1 A2 A3 A4 A5 Lista B A6 A7 REC
Amostra 2,77 5,23 5,23 7,54 8,54 3,15 5,38 6 9,69
Referência 4,25 5,9 6,65 7,85 9,8 3,3 8,05 6,85 5,3
Em relação a variável índice de aprendizagem, nas faixas etárias anteriores, não foi
observado este fenômeno, visto que em toda fase de aprendizagem (de A1 a A5) houve um
crescente de memorização das palavras.
Outro ponto interessante é que os idosos da amostra apresentaram um desempenho
bem inferior na subetapa A6 com média de 5,38 (±1,71), sendo a média dos idosos de
referência de 8,05 (±2,10). Em compensação, na etapa subsequente (A7) há uma recuperação
no desempenho dos sujeitos deste estudo, apresentando resultados similares ao de referência,
com média de 6,00 (±1,73) para idosos do estudo e média de 6,85 (±2,05) para os de
referência. Ou seja, estes dados mostram que houve uma dificuldade na evocação da
informação na memória a curto prazo, na qual a lista de distratores (lista B) pode ter
influenciado no desempenho da recordação das palavras, na etapa seguinte (A6).
Este dado corrobora que a manipulação e seleção das informações necessárias dos
distratores (fatores atencionais) podem interferir no processo da evocação da informação,
como também foi evidenciado nos resultados do teste de trilha B e nos teste de cancelamento.
Se o problema fosse dificuldade de memorizar as palavras, ou seja um déficit somente da
memória, os idosos não apresentariam uma melhora do desempenho na subtarefa A7, pois não
pode resgatar uma informação que não esteja memorizada.
Por fim, também foi evidenciado um melhor desempenho dos idosos, na fase de
reconhecimento com média de 9,69 (±4,40), comparada com a média de referência que é de
77
5,3 (±4,45). Novamente, fica evidente que a informação foi armazenada/memorizada, mas há
uma dificuldade em acessar esta informação, o que necessita de pistas externas para melhor
resgate da palavra memorizada.
Em relação ao índice de aprendizagem, que é evidenciado pela somatória de A1 a A5,
o gráfico 18 demonstra o este índice, por faixa etária. Interessante ressaltar que em todas as
faixas etárias, a linha de aprendizagem é uma crescente, mesmo nos idosos acima de 80 anos.
Isto evidencia que a capacidade de aprendizagem perdura por todas as etapas do
desenvolvimento humano, inclusive nos idosos mais velhos, o que faz rever o paradigma de
que o idoso não é capaz de aprender novas informações e conteúdo.
A1 A2 A3 A4 A5
60 a 69 anos 4,22 6,52 8,14 9,31 9,78
70 a 79 anos 3,51 6,23 7,36 8,79 9,1
Acima de 80 anos 2,77 5,23 5,23 7,54 8,54
A1 A2 A3 A4 A5
0-5 ANOS 3,44 5,78 6,99 8,31 8,99
6 A 10 ANOS 4,37 6,87 8,12 9,87 9,87
ACIMA DE 11 ANOS 4,77 7,85 9,38 10,54 10,77
ÍNDICE APRENDIZAGEM E
ESCOLARIDADE
ACIMA DE 11 ANOS 64,62
6 A 10 ANOS 58,84
0 10 20 30 40 50 60 70
A5, o que parece conferir que a escolaridade pode ter um enorme impacto sobre o
desempenho do RAVLT e por consequência sobre a memória.
Importante observar que quando o desempenho da memória de trabalho (A1) é maior,
a evocação tardia livre (A7) e o reconhecimento (REC) também apresentam resultados
melhores, como é evidenciado no gráfico 21. Estes dados reforçam a importância da memória
de trabalho no processo da memorização e, principalmente, na memória a longo prazo, no
momento da resgate livre da informação.
Gráfico 21: Desempenho memória de trabalho, memória longo prazo e reconhecimento
Os dados mostram que os idosos, neste teste, apresentaram média de desempenho alta,
principalmente na memória de trabalho, na memória a longo prazo e no reconhecimento,
sendo estas médias de 8,43 (±1,47), 8,51 (±1,19) e 9,88 (±0,40), respectivamente. Vale
ressaltar que o valor máximo que cada idosos poderia obter nas subtarefas era de 10. Estes
resultados trazem a reflexão de que a utilização do estímulo visual, no processo de
memorização, pode ser um fator adicional, o que resulta no melhor desempenho para a
retenção da informação no momento da codificação, bem como na memorização, evocação
tardia livre e principalmente no reconhecimento.
A memória visual apresentou melhores resultados entre os idosos desta amostra,
quando comparada com a memória auditiva, do teste de RAVLT, como demonstra o gráfico
22. Importante observar que a diferença de desempenho da memória de trabalho, entre os dois
teste, visto que no teste de reconhecimento o idosos obtiveram o desempenho de 84,30%. Em
contrapartida, nesta mesma variável, o desempenho foi de 26,65 %, o que confere a reflexão
que na etapa da codificação, do processo da memorização, o estímulo visual é muito mais
eficaz que o estímulo auditivo, nos idosos deste estudo. Esta particularidade é notado também
na evocação tardia livre (memória a longo prazo) e no reconhecimento.
81
98,80%
84,30% 85,10%
100,00%
73,33%
80,00%
46,65%
60,00%
26,65%
40,00%
20,00%
0,00%
Memória trabalho Evocação Tardia Reconhecimento
9,71 9,88
8,43 8,51
6,29
Como este teste não tem dados normativos para a população idosa, na análise
estatística foi rodado os resultados dos quartis, com intuito de obter a distribuição do
desempenho dos idosos, o que pode permitir uma possível classificação dos resultados em
desempenho baixo, médio e alto. O gráfico 24, demonstra estes quantitativos, na qual se
observa que em todas as subtarefas foi possível a quantificação somente em dois quartis, um
quartil inferior e outro superior, visto que os valores dos desempenho dos idosos serem muitos
próximos. Somente na subtarefa da atenção foi possível a divisão em desempenho em inferior,
médio e alto.
Estes dados corroboram o bom desempenho dos idosos quando envolve a habilidade
da memória visual, com discreto desempenho inferior na etapa que exige maior envolvimento
da habilidade atencional
83
Baixa Media/A
Percepção lta
24,50% 75,00% Atenção 33,60%
Baixa 22,80%
Media 43,60%
Alta
Visual
Evocação Tardia
10
0
60 – 69 anos 70 – 79 anos Acima de 80 0 - 5 anos 5 – 10 anos Acima de 10
anos escolarização escolarização anos
escolarização
O teste de Span de dígito é muito utilizados, com aplicação rápida, na qual a subtarefa
da ordem direta verifica as habilidades atencionais e a ordem inversa a capacidade da
memória de trabalho.
O desempenhos dos idosos, neste estudo, evidenciou que os participantes na ordem
direta apresentaram a média de recordação de 5,19 (±1,04) dígitos e para ordem inversa de
3,25 (±1,11) dígitos. Estes resultados estão bem próximo da mediana e os valores mínimo e
máximo foram de 3,0 e 0 para ordem direta e 9,0 e 7,0 para ordem inversa, como mostra a
tabela 15.
n 110 110
Mediana 5,00 3,00
Média 5,19 3,25
dp 1,04 1,11
Mínimo 3,0 0
Máximo 9,0 7,0
6
5,19 5,18 5,27 5,27
5
4
3,25 3,2
3
0
MÉDIA MULHERES HOMENS MÉDIA MULHERES HOMENS
DIRETO INVERSO
Os dados traduzem uma percepção de autoeficácia alta, entre os idosos desta amostra,
visto que a média total foi de 34,78 (±5,7). Os valores médios de cada item ficou entre 3,26 a
3,71, muito próximo do valor máximo que é 4, conferindo a alta percepção da autoeficácia.
No estudo de Sbicijo et al (2012), que verificou a percepção de autoeficácia geral
percebida entre os adolescente do Rio Grande do Sul, verificou que a percepção da
autoeficácia geral era alta entre os adolescentes, com média de 33,01 (±5,15). Neste contexto,
nota-se que a percepção da autoeficácia dos idosos foi discretamente maior, comparada com a
percepção dos adolescentes, como evidencia o gráfico 27. Este dado é relevante, pois pode
traduzir que o processo de envelhecer pode não ter ação sobre a percepção da autoeficácia
geral, visto que neste estudo evidenciou a manutenção e até discreta melhora da percepção da
autoeficácia geral.
35
30
25
20
15
10
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Total
Idosos Adolescentes
1
Envelhecimento ativo é o processo de otimização das oportunidades de saúde, participação e segurança com o
objetivo de melhorar a qualidade de vida à medida que as pessoas envelhecem (OMS, 2005).
91
Tabela 13: Resultados do Teste de Percepção Subjetiva de Memória por idade e escolaridade
IDADE
n MAC-Q - MÉDIA dp
60 – 69 ANOS 58 28,57 4,87
70 – 79 ANOS 39 27,77 3,99
ACIMA 80 ANOS 13 28,61 4,15
ESCOLARIDADE
DE 0 A 5 ANOS 73 28,55 4,43
DE 6 A 10 ANOS 24 28,00 5,31
ACIMA DE 11 ANOS 13 27,38 2,93
Guerreiro et al (2006), em seus estudos com idosos, relatou que média, do MAC-Q, foi
de 23,22 ±4,06, com uma correlação inversa com a escolaridade. Em contrapartida, no Projeto
Potencial/Idade, a maioria dos idosos apresentavam nível superior completo, mas a percepção
subjetiva da memória mostrou-se negativa (LINDÔSO et al, 2011). Ou seja, este estudo não
93
82,70%
47,30%
28,20%
24,50%
16,40%
0,90%
Tabela 15: Resultados do Questionário de Memória Prospectiva e Retrospectiva por idade e escolaridade
ESCOLARIDADE IDADE
0–5 6 – 10 Acima de 11 60 – 69 70 – 79 Acima de 80
anos anos anos anos anos anos
Média 27,66 21,96 21,46 26,55 26,05 20,69
dp 11,30 9,47 9,90 11,07 11,82 7,29
Apesar de não haver uma relação positiva entre as variáveis, na categoria idade, o que
chama a atenção são os idosos mais velhos (acima de 80 anos) na qual apresentam uma
percepção de queixa de memória menor que os idosos entre 60 e 69 anos.
O questionário PRMQ - 10 é comporto por 10 perguntas, sendo cinco referente a
memória retrospectiva e as restantes a memória prospectiva. A análise dos dados,
isoladamente, revela que uma maior porcentagem dos idosos refeririam alta queixa de
memória na memória prospectiva, como demonstra o gráfico 31.
6 CONCLUSÃO
tarefas e exigem a mudança do foco atencional (atenção alternada), o desempenho dos idosos
pode apresentar-se de forma deficitária.
Enfim, pela análise dos resultados, observa-se que há um declínio da atenção e
também da memória de trabalho, como observado do spam de dígitos na ordem direta e
inversa, bem como nos testes atencionais (cancelamento e trilha). Este desempenho inferior
pode interferir no desempenho das atividades devido o declínio da habilidade atencional, bem
como também agir de forma direta na etapa de codificação da informação na memória
operacional, o que acaba justificando a percepção subjetiva do déficit de memória, pelos
idosos, observação também corroborada por Abreu (2002) e Parente et al (2006).
Neste estudo os dados sugerem que o envelhecimento normal pode ser acompanhado
por um declínio atencional, na qual os lapsos de atenção podem ser a causa das queixas de
falta de memória entre os idosos. Isto traduz uma diminuição, entre os idosos, na capacidade
de codificar e na habilidade para manipular as informações à serem memorizadas, o que pode
demonstrar que a habilidade da memória de trabalho pode sofrer influência com o avanço da
idade. Em geral, os adultos mais velhos possuem menor capacidade de memória de trabalho,
como observamos nos testes de RAVLT e no Reconhecimento de Figuras.
Apesar da diminuição da eficiência do idosos na memória de trabalho, no momento
necessário de reter e codificar a informação, os idosos, inclusive as pessoas acima de 80 anos,
mantiveram a habilidade para adquirirem novas informações e estratégias de aprendizagem,
como foi evidenciado no índice de aprendizagem.
Outro aspecto que merece atenção, no envelhecimento ativo, é a percepção subjetiva
das falhas de memória (metamemória) e a autoeficácia da memória, que demonstram sofrerem
influência do meio sociocultural. Esta relação direta da ação do meio ambiente, das crença,
dos estigmas e paradigmas sobre o indivíduo idoso, pode ser verificada no alto índice da
percepção negativa da autoeficácia da memória, referida pelos participantes deste estudo.
Por outro lado, na avaliação da memória, os idosos apresentaram desempenhos dentro
do intervalo de normalidade, e em algumas situações específica com desempenho superior,
como no caso do reconhecimento da informação com pistas. Ou seja, a percepção negativa da
memória, não se justifica pela habilidade da memória propriamente dita, mas muito mais aos
paradigmas socioculturais que ainda estão atrelado de forma tão negativa a pessoa idosa e ao
processo de envelhecimento. Isto porque, as crenças e estigmas mais negativos sobre a
memória podem ser importantes variáveis moduladoras do desempenho, tais como o esforço
desprendido, motivação e uso de estratégias.
99
Nesta percepção, pode relacionar e entender o motivo dos idosos apresentarem uma
percepção subjetiva de autoeficácia geral alta, em contrapartida apresentarem percepção
negativa da autoeficácia da memória associada as queixas de falha de memória. Pois na
sociedade atual, ainda se mantem o estigma que a pessoa idosa não tem a capacidade de
aprender novos conhecimento, e mais ainda, que todo idoso tem problema de memória.
Como discutido, até o presente momento, o declínio da memória, que ocorre no
envelhecimento, podem ser atribuídas a fatores biológicos (Albuquerque, 2005). Num outro
olhar, e considerando outros fatores que podem também atuar de forma significativa no
desempenho da memória, dos idosos, são os estereótipos sociais, que podem interferir na
autoestima, na autoconfiança e na própria motivação. A metamemória, que envolve o
processo de a autoavaliação (autoeficácia) da capacidade de memória, é um fator prejudicado
por estes estereótipos socioculturais, relativo ao envelhecimento. O idoso já se prepara pra ir
aos poucos perdendo suas capacidades, pelas crenças que a sociedade tem diante do próprio
desempenho da memória dos idosos, mesmo que isso não chegue a acontecer, o que afeta a
autoestima e motivação do indivíduo, levando-o a reais declínios. Essa autoeficácia distorcida
também leva a traços depressogênicos, que se relaciona negativamente com o desempenho de
todos os processos cognitivos, principalmente a atenção e a memória
Assim destaca-se a necessidade de programa que estimulem as habilidades cognitivas
dos idosos na sua totalidade, e não focalizado somente na memória, mas sim a estimulação de
todas as funções cognitivas, embora haja a necessidade de um olhar especial para as
habilidades atencionais. A estimulação cognitiva é importante para que os idosos se sintam
capazes, se empoderem e adquirem maior confiança em realizar com mais facilidade as
atividades que demandam tal processo cognitivo, aumentando como consequência seu bem
estar psicológico.
Enfim, é importante desmistificar constructos sociais de que o envelhecimento é
sinônimo somente de um processo progressivo de declínio, e principalmente que a pessoa
idosa perde a sua capacidade de aprendizagem. Os resultados desse estudo, traduzem que o
idoso preserva ao longo da vida a habilidade de aprender, mas também é importante destacar
que a habilidade atencional é uma das funções cognitivas mais suscetíveis ao envelhecimento.
Por fim, pensar em ações e políticas públicas no sentido de transformar paradigmas acerca da
pessoa idosa, no sentido de valorizar e porque não potencializar as capacidades que o idoso
apresenta ao longo da vida.
100
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gerontologia. Rio de Janeiro: Editora Koogan, 2002.
108
APÊNDICE I
O (a) Senhor (a) está sendo convidado (a) participar da pesquisa, que subsidiará minha
dissertação do Mestrado em Gerontologia da Universidade Católica de Brasília. O tema da
pesquisa é: AUTOEFICÁCIA DO DESEMPENHO DAS FUNÇÕES COGNITIVAS DE
MEMÓRIA E ATENÇÃO EM IDOSOS, sob orientação doa Prof Drª Carmen Jansen
Cárdenas e a responsabilidade da mestranda Angela Maria Sacramento, Terapeuta
Ocupacional, MATRÍCULA UC11200063, Crefito 4287-TO. O objetivo desta pesquisa é:
pesquisar a autoeficácia desempenho cognitivo da atenção e memória, em. Os objetivos
específicos são: verificar se a autoeficácia do desempenho cognitivo em idosos é similar ao
seu real desempenho; comparar a autoeficácia da capacidade cognitiva da atenção e memória
com o seu real desempenho, para verificar se com o avanço da idade elas se alteram; verificar
se as condições sócio-demográficas interferem na autoeficácia e/ou no real desempenho
cognitivo.
O (a) senhor (a) receberá todos os esclarecimentos necessários antes e no decorrer da
pesquisa e lhe asseguro que o seu nome e informações pessoais serão mantidos em sigilo,
sendo mantida a omissão total de quaisquer informações que permitam identificá-lo (a).
A sua participação será da seguinte forma de responder o questionário
sóciodemográfico, PREENCHER a escala de autoeficácia geral percebida, teste de percepção
subjetiva da memória e o Questionário de Memória Prospectiva e Retrospectiva.
Posteriormente serão aplicados os testes cognitivos, que compreendem: teste de trilhas A e B,
teste de cancelamento, teste Stroop, Lista de Aprendizagem Auditivo-Verbal de Rey , Teste de
Reconhecimento de Figuras e por fim o span dígitos. Acontecerão 2 dois encontros, com
duração de 60 (sessenta minutos cada encontro).
Não há obrigatoriedade, nem um tempo pré-determinado para responder os
instrumentos, sendo respeitado o tempo e a disponibilidade de cada um para responder.
Importante esclarecer que o Senhor (a) pode se recusar a seguir participando na
pesquisa a qualquer momento, sem nenhum prejuízo para o senhor (a).
Os resultados da pesquisa serão utilizados para a defesa da dissertação de mestrado e
poderão ser utilizados em publicações, artigos e congressos futuros, nos meios científicos,
sempre respeitando o total sigilo das informações do senhor (a). No caso de qualquer dúvida
109
em relação à pesquisa poderá entrar em contato, por telefone, com a pesquisadora Angela
Maria Sacramento ou orientadora Prof Drª Carmen Jansen Cárdenas, pelo telefone (61)3448-
7200.
Estre projeto poderá trazer os seguintes benefícios ao senhor (a): entrar em contanto
com a autoperceção da sua eficácia no desempenho da memória e da atenção, o que poderá
facilitar na manutenção da sua independência funcional. Outro ponto positivo é o
empoderamento para o estabelecimento de estratégias compensatórias, que venha a necessitar,
o que contribuirá para um envelhecimento ativo e independente dentro da capacidade de cada
indivíduo. Salienta-se que, eventualmente, o senhor (a) poderá se sentir ameaçado(a) ou
mesmo assustado(a) com algum dado evidenciado durante a pesquisa. Neste caso, o(a)
senhor(a) será encaminhado(a) ao atendimento específico Centro de Formação em Psicologia
Aplicada (CEFPA) da Universidade Católica de Brasília, ou mesmo poderá ter meu
acampamento profissional
Este projeto foi Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Católica
de Brasília, sob o número 448.143. O presente documento foi elaborado em duas vias, nas
quais uma ficará com a pesquisadora responsável e a outra com o sujeito da pesquisa.
Li e entendi as informações precedentes. Tive oportunidade de fazer perguntas e todas
as minhas dúvidas foram respondidas a contento. Este formulário está sendo assinado
voluntariamente por mim, indicando meu consentimento para participar desta pesquisa, até
que eu decida o contrário. Receberei uma cópia assinada deste consentimento.
__________________________________________________________
NOME/ASSINATURA
_________________________________________________________
ANGELA MARIA SACRAMENTO/crefito4287-TO
Pesquisadora Responsável
APÊNDICE II
Questionário Sóciodemográfico
I- Características Gerais
1. Iniciais Nome 2. Pseudonome 3. Sexo
( )feminino ( ) masculino
4. Nacionalidade 5. Naturalidade
( ) Brasil ( ) Outros: __________
11. Filhos
( ) Não ( ) Sim Quantos? _____________________
13. Escolaridade
( ) 1º grau incompleto
( ) 1º grau completo
( ) 2º grau incompleto
( ) 2º grau icompleto
( ) 3º grau incompleto
( ) 3º grau completo Anos?________________
111
II – Outras Informações
14. Profissão
( ) aposentado ( ) Trabalhando ( ) benefício ( ) nunca trabalhou
Qual?________________
15. Lazer
( ) não ( ) sim Qual?___________________
16. Hobbies
( ) não ( ) sim Qual?_______________________
Qual? __________________________________________________________
Para que serve ?
_____________________________________________________________
Pesquisador Data
112
ANEXO I
113
114
115
116
ANEXO II
117
118
119
120
121
122
123
124
125
ANEXO III
TESTE STROOP
ETAPA 1
NOME: ____________________________________________________________ IDADE
Gostaria que o senhor (a) falasse as cores dos retângulos, em voz alta, o mais rápido possível.
126
TESTE STROOP
ETAPA 2
Gostaria que o senhor(a) falasse as cores das palavras, em voz alta, o mais rápido possível.
TESTE STROOP
ETAPA 3
Gostaria que o senhor (a) falasse as cores das palavras escritas, em voz alta, o mais rápido
possível.
ANEXO IV
Nome: __________________________________________________________________________
N-
Corretas
129
Sino (A) Lar (SA) Toalha (B) Barco (B) Óculos (B)
Janela (SA) Peixe (B) Cortina (A) Estola (FA) Bota (SB)
Chapéu (A) Lua (A) Flor (SA) Pai (A) Sapato (B)
Musica (SA) Pino (FA) Cor (A) Água (SA) Professor (SA)
Guarda (B) Rua (FA) Carteira (B) Cantor (A) Forno (B)
Nariz (A) Ave (B) Canhão (B) Bule (SA) Ninho (SB)
Chuva (SB) Montanha (B) Giz (SA) Nuvem (B) Filho (SA)
Escola (A) Café (A) Igreja (B) Casa (A) Tambor (A)
Papel (FA) Asa (FA) Peru (A) Feixe (FB) Rape (FA)
Lápis (B) Rio (A) Torno (FB) Jardim (A) Carneiro (B)
130
ANEXO V
Teste de Reconhecimento Figuras
DATA
TESTE DE RECONHECIMENTO DE
FIGURAS Escore
Percepção Visual e Nomeação 1
Mostre a folha contendo as 10 figuras e
pergunte: "que figuras são estas?" (O paciente ≥9
deverá reconhecer e falar corretamente o nome
de cada figura)
Memória Incidental 2
Vire a folha e peça para o paciente dizer quais ≥5
figuras havia na folha
Memória Imediata 3
1
Percepção visual e nomeação:
Erro de percepção: o paciente confunde o objeto (ex. confunde o avião com um peixe, confunde o
balde com um copo);
Erro de nomeação: o paciente identifica a figura, mas não se lembra da palavra (ex. faz o gesto de
pentear-se, mas não se lembra da palavra pente; diz que é um bicho, mas não se lembra do nome
tartaruga).
Esperado: a maioria das pessoas obtém 10 pontos nas duas tarefas;
Mais do que 1 erro é sugestivo de agnosia ou, mais freqüentemente, indica distúrbio de nomeação.
2
Memória incidental:
• Esperado: indivíduos sadios geralmente obtêm pelo menos 5 pontos.
3
Memória imediata
• Esperado: indivíduos sadios obtêm pelo menos 7 pontos;
• Resultados abaixo de 5 indicam comprometimento da atenção.
4
Aprendizado
• Esperado: indivíduo normal obtém pelo menos 7 pontos;
131
ANEXO VI
134
ANEXO VII
NOME: _____________________________________________________________
Responda os itens abaixo assinalando o número que melhor representa a sua opiniõ, de acordo
com a chave de respostas apresentadas.
1 2 3 4
Não é verdade a É dificilmente É moderadamente É totalmente
meu respeito verdade a meu verdade a meu verdade a meu
respeito respeito respeito
1 2 3 4
1.Se estou com problemas, geralmente encontro uma saída.
2. Mesmo que alguém se oponha eu encontro maneiras e formas
de alcançar o que quero.
3. Tenho confiança para me sair bem em situações inesperadas.
4. Eu posso resolver a maioria dos problemas, se fizer o esforço
necessário.
5. Quando eu enfrento um problema, geralmente consigo
encontrar diversas soluções.
6. Consigo sempre resolver os problemas difíceis, quando me
esforço bastante.
7. Tenho facilidade para persistir em minhas intenções e alcançar
meus objetivos.
8. Devido às minhas capacidade, sei lidar com situações
imprevistas.
9. Eu me mantenho calmo enfrentando dificuldades porque confio
na minha capacidade de resolver problemas.
10. Eu geralmente consigo enfrentar qualquer adversidade.
135
ANEXO VIII
1 2 3 4 5
1.Você decide fazer alguma coisa em alguns minutos e então se
esquece de fazê-la?
2. Você falha em reconhecer um lugar que você já tinha
visitado antes?
3. Você falha em fazer alguma coisa que você deveria fazer
daqui a poucos minutos mesmo que ela esteja lá na sua frente,
como tomar um remédio ou apagar o fogo da chaleira?
4. Você esquece alguma coisa que lhe foi contada alguns
minutos antes?
5. Você esquece compromissos se não for lembrado por alguém
ou por um lembrete, como um calendário ou agenda?
6. Você falha em reconhecer um personagem em um programa
no rádio ou de TV de uma cena para a outra?.
7. Você falha de lembrar-se de coisas que aconteceram com
você nos últimos dias?
8. Ao pretender levar algo com você, antes de deixar uma sala
ou sair para a rua, mas minutos depois deixa o que queria levar
para trás, mesmo que esteja lá na sua frente?
9. Você esquece o que você viu na televisão no dia anterior?
10. Você falha em dar um recado ou um objeto que lhe pediram
para entregar a um visitante?
136
ANEXO IX
Percepção Subjetiva de Memória – MAC-Q
NOME: _____________________________________________________________-
Instrução:
“Comparado com como o Sr.(a) era aos 40 anos, como o Sr.(a) descreveria sua capacidade
para realizar as seguintes tarefas que envolvem a memória”.
APENDICE III
ARTIGO