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Fato social – Durkhein

Para entender o fato social podemos tomar certas características primordiais em


consideração. A sua existência está incorporada em deveres e costumes que antecedem
o sujeito, quer concorde e os sinta como verdadeiros ou não. Se põem como uma força
exterior ao indivíduo que não pede sua autorização para se manter, mas que pelo
contrário, impõe uma força imperativa e coercitiva para além das consciências individuais,
penetrando suas formas de agir, de pensar e de sentir. Existem antes ao sujeito e por isso
fora dele, sua generalidade ao coletivo torna-o funcional independente do uso que faço
deles. Signos da linguagem, dogmas religiosos, sistemas financeiros, regras jurídicas e
morais são exemplos de fatos sociais.

“O fato social é o instrumento social e cultural que determina a maneira de agir,


pensar e sentir na vida de um indivíduo. ... Para Durkheim, o fato social é o conjunto
de regras e tradições que estão no centro de uma sociedade. Assim, o fato social
obriga o ser humano a se adaptar às regras sociais.”
https://www.todamateria.com.br/o-que-e-fato-social/

- Sua característica intrínseca coercitiva se afirma a qualquer sinal de resistência e se faz


pouco sentir à conformidade voluntária

- A consciência pública através da vigilância e punição reprime todo o ato que a ofenda 

- A coerção pode ser mais ou menos violenta dependendo da forma de subversão. De


penas judiciais até o olhar julgador e o afastamento da comunidade pela quebra de
determinada convenção social, como não se submeter a normas de vestimenta por
exemplo (coerção indireta)

- Impossibilidade de escapar a necessidade do fato social mesmo violando as regras

• “consistem em maneiras de agir, de pensar e de sentir, exteriores ao indivíduo, e


que são dotadas de um poder de coerção em virtude do qual esses fatos se
impõem a ele. Por conseguinte, eles não poderiam se confundir com fenômenos
orgânicos, já que consistem em representações e em ações; nem com os
fenômenos psíquicos, os quais só têm existência na consciência individual e
através dela. Esses fatos constituem portanto uma espécie nova, e é a eles que
deve ser dada e reservada a qualificação de sociais (p. 3).” 
Durkheim demonstra uma postura contrária à dos individualistas mais radicais, que
entendem o indivíduo como um ser perfeitamente autônomo e livre para suas escolhas,
para ele o indivíduo não depende apenas de si. As ideias e tendências do indivíduo, em
sua maior parte, recaem sobre ele de fora, como uma força que se impõem, mas que, não
necessariamente, excluem a personalidade individual. 
A exemplo, podemos pensar no processo de educação infantil, este consiste num esforço
contínuo para que a criança aprenda determinada forma específica de ver, de sentir e de
agir em sociedade. A criança é forçada à obediência, a respeitar costumes e
conveniências, o sagrado e a autoridade, a assimilar comportamentos já prontos dos
quais ela não chegaria espontaneamente. Essa coerção que se apresenta de forma direta
na infância aos poucos tende a cessar e o que fica em seu lugar é o hábito e as
tendências internas fruto dessa coerção. 

• A educação tem por objetivo produzir o ser social 


• “Essa pressão de todos os instantes que sofre a criança é a pressão mesma do
meio social que tende a modelá-la à sua imagem e do qual os pais e os mestres
não são senão os representantes e os intermediários (p. 6).”

• fenômeno social ≠ fato social (???)

SIMMEL

A primeira noção de individualismo desenvolve-se a partir do século XVIII e tem na liberdade a sua
motivação mais íntima. Segundo Simmel (2005, p. 108), a liberdade se torna a bandeira universal
por meio da qual o indivíduo protege seus mais variados desconfortos e tenta se autoafirmar perante
a sociedade. O ideal da liberdade individual defende a liberação do indivíduo das instituições
religiosas, políticas e econômicas que constrangem os potenciais da personalidade de maneira não-
natural. É necessário, portanto, libertá-lo de todas essas influências e das desigualdades
artificialmente produzidas para que o indivíduo possa desenvolver todos os valores internos e
externos de sua personalidade.
Essa concepção de individualismo tinha como fundamento a igualdade universal, seja esta fundada
na natureza, seja na razão ou na humanidade. O centro do interesse dessa época é o homem abstrato,
que constitui a essência de qualquer pessoa particular, ao contrário do homem historicamente
situado, singularizado e diferenciado pelos seus pertencimentos sociais. Com isso, Simmel (2005, p.
109) aponta um contexto de pertencimento prévio e mútuo entre direito, liberdade e igualdade, uma
vez que o homem genérico, que representa o núcleo essencial do homem individualizado, aparece
em cada indivíduo particular sempre que este seja libertado das forças sociais e desvios históricos
que violentam sua essência mais profunda. Para Martucelli e Singly (2012, p. 19), a concepção de
individualismo como independência individual, apresentada por Simmel, corresponde ao
“individualismo abstrato” de Durkheim.

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