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GESTÃO DE PESSOAS NO AGRON
AGRONEGÓCIO
Um dos grandes desafios atuais na agragri-
cultura é a obtenção de mão mão-de-obra
qualificada
lificada para desenvolver as ativid
ativida-
des pertinentes das diversas culturas e-
xistentes. Por ser uma atividade pred
predo-
minantemente familiar em muitas partes
do Brasil como também na região de M Mo-
gi das
as Cruzes, o desafio se torna ainda
maior. Grande parte dos contratados não
é efetivada após o pico de impleme
implementa-
ção da cultura e da colheita, fazendo com que esses profissionais se tornem
verdadeiros nômades modernos em busca de renda para se manter. A em empre-
sa rural possui o desafio de conseguir mão
mão-de-obra
obra local qualificada, sendo
que a cada ciclo ou período precisa of
oferecer
recer treinamento ou capacitação míni-
mín
ma para que o colaborador rural produza com eficiência e com a qualidade e es-
perada ao fim de cada cicl
ciclo
Gestão de pessoas é o conjunto integrado de atividades de especialistas e ge ges-
tores – como agregar, aplicar, recompensar, desenvolver, manter e monitorar
pessoas no sentido de proporcionar competências e competitividade a organ organi-
zação (CHIAVENATO, 2008) A definição de Chiavenato dá a dimensão de que
a gestão de pessoas pode ser um meio que
capacita pessoas a realizar tarefas ou trab
traba-
lhos de modo eficaz e com o mín mínimo de
desperdício. Gera-sese como rresultado, a
produtividade que é o esperado inclusive no
agronegócio. A agriculltura no Brasil em
grande parte é uma atividade familiar e rre-
presenta 84% do setor agrícola, ou seja,
mais de 4,3 milhões de unidades produtivas.
Em extensão
são territorial representa
80.250.453 hectares, ou seja, 25% da área total, onde a ge gestão
tão da unidade
un
produtiva é feita por pessoas que têm algum grau de p parentesco,
rentesco, ou seja, têm
entre si laços de sangue
gue ou casamento (EMBR(EMBRAPA,PA, 2014). A maior parte da
mão-de-obra
obra também é fornecida por me membros da família
mília e a unidade produti-
produt
va (espaço de terraa onde ocorre a produção) que pode pertencer à fam família ou
não, pois podem existir unidades exploradas por arre arrendamento,
damento, contrato de
uso da terra para finalidade da ativ
atividade agrícola. A agricultura
cultura familiar como
c a
agricultura no geral é cíclica e ssazonal, aproveitando-se se das melhores épocas
ao longo do ano para o cultivo e colheita das culturas que são implaimplantadas, po-
dendo estas serem anuais ou p perenes. As maiores demandas das de mão de obra
3
na agricultura estão na instal
instalação
ção da cultura, isto porque é preciso a atender as
necessidades químicas, fís físicas
cas e biológicas da cultura a ser implantada
impla bem
como na sua colheita
lheita a ddepender da extensão de terra cultivada.
tivada. Tais ativida-
ativid
des podem ainda, demandar mão mão-de-obra
obra externa de modo a garantir a integri-
integr
dade dos produtos em seu cciclo clo final. O ponto alto, é que quando é chegada
ch à
época onde é necessária a mão mão-de-obra externa, o produtor tor rural tem um
grande desafio. Visto que nem sempre se consegue mão mão-de-obra
obra qualificada
qualific
para desenvolver as atividades da produção, o agriculagricultor obriga
ga-se a contratar
uma mão-de-obra
obra sem técnica e sem especialização, o que pode prejudicar o
resultado final do seu trabalho, dependendo de como o ge gestor
tor da propriedade
atuar frente à contratação.
Fazer a gestão de pessoas em uma
empresa rural tendo o que manter a
competitividade
tividade é desafiador, pois
com a mecanização e o uso de n no-
vas tecnologias os colaboradores
que são qualificados se mantêm. Já
os colaboradores sem qualificação
acabam não sendo muito aproveit
aproveita-
dos. Cabe ao gestor remanejar sua
equipe e procurar capacitá
capacitá-la com
foco na sua atividade para manter
uma equipe coesa e evitar consequentemente diminuir seu quadro de colab colabo-
radores,
res, ajustando assim seu perfil a uma nova realidade empresarial (MOLL,
2009). Para melhorar a qualidade da mão mão-de-obra,, há a alternativa feita de
forma empírica, aonde a vivência e a lida com a atividade rural capacita o col
cola-
borador para a atividade. Custa ao produtor rural dedicação e tempo para ens ensi-
nar as técnicas que sua cultura exige e ao colaborador empenho em aprendaprender
sobre a cultura e os diferentes tratos da mesma.
Com o crescimento da produção e o aumento de tecnologia no campo, o Brasil
tem enfrentado a falta de mão de obra
técnica e qualificada na agropecuária.
Esse cenário é um desafio para os
gestores e donos de empresas rurais,
que precisam encontrar trabalhadores
qualificados para suas empresas.
Uma iniciativa a ser tomada é aplicar
a gestão de pessoas nessas empr empre-
sas e resolver problemas de como a-
gregar, aplicar, recompensar, dese
desen-
volver, manter e monitorar
nitorar pessoas no sentido de proporcionar competências e
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competitividade a organização (CH(CHIAVENATO,
VENATO, 2008). O caso vivido pelos ca-c
feicultores do Espírito Santo entre os anos de 2009 e 2011, representa bem a
importância da gestão
tão de pessoas no agronegócio, nos ano anos
s em questão hou-
ho
ve um aumento nos gastos com a mão de obra e operações mecanizadas de
30%, nesses anos produtores tiv tiveram
ram dificuldades na contratação de mão de
obra temporária para a colheita do café. (COASUL, 2011). A maior parte dessa
mão de obra vinha de e estados vizinhos com Minas Gerais e Bahia, esse a au-
mento do custo levou alguns
guns produtores a cogitar em mudar da cultura do café
para o cultivo de eucalipto
lipto ou seringueira, pois estas demandam menos mão
de obra. Uma das soluçõesções veio da iniciativa privada, empresas que fabricam
fabr
maquinários agrícolas passaram a dar cursos de qualificação para os funcioná-
rios das propriedades
Os melhores resultados de produtivid
produtivida-
de são percebidos quando os funcion
funcioná-
rios estão satisfeitos com as condições
do trabalho, assim se dedicam a fazer
sempre o melhor buscando crescimento
para si mesmo e consequentemente p pa-
ra a empresa.
No mundo do agronegócio muitos re-
clamam da falta de mão de obra, mas se esquecem que reclamar não é a sa saí-
da. Os empregadores procuram funci
funcionários de qualidade
alidade e para isso eles pre-
pr
cisam possuir características como a ccapacidade
pacidade de atrair, reter e motivar os
profissionais que atuam em suas e empresas.
sas. Assim, quando o líder tem a cons-
con
ciência que precisa se desenvolver em primeiro lugar e só depois desenvolver
a equipe com o qual trabalha, a
alcança melhores resultados.
A gestão de recursos humanos pode ser entendida como a arte de seselecionar,
formar, integrar e aperfeiçoar um grupo de pessoas que trabalharem como e-
quipe. Para que a equipe obtenha sucesso em tod todos os
processos, cada um deve saber o seu papel e se ded dedi-
car a fim de alcançar o objetivo proposto, tr
trabalhando
com toda a equipe. Os quatro passos da gestão de rre-
cursos humanos
nos são: selecionar, formar, integrar e ape
aper-
feiçoar.
Em caso de trabalhadores novo
novos, cabe ao gestor a-
presentar
sentar os valores, normas e padrões da empresa.
Pois, investir em funcionários
nários e em adequações de tarefas é um dos pontos
que podem ajudar na resolução
solução de possíveis problemas relacionados à mão de
obra.
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O contato direto do líder com os funcionários, possibilita maiores discussões
sobre o desenvolvimento do trabalho, seus problemas e também soluções. O
respeito e troca de ideias mutuas, ou seja, a cooperação ente o líder, funcion
funcioná-
rios e ambiente proporciona grandes ganhos a todos, e co consequentemente
nsequentemente
maior lucratividade da empresa.
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plementará o plano. Deve
Deve-sese criar um ambiente onde todos possam dar a sua
opinião, e as pessoas sintam
sintam-se
se valorizadas em poder contribuir, ainda que se-
s
ja pequena a contribuição das pessoas que "fazem
"fazem"" a organização.
Planejar estrategicamente significa
significa:
Possibilitar
ossibilitar a identificação das oportunidades e ameaças que possam
surgir no meio ambiente;
Assegurar
ssegurar a necessária preparação às mudanças identificadas;
Melhorar
elhorar a exploração dos pontos fortes, das oportunidades, neutrali-
neutral
zar os pontos fracos e as ameaças à empresa rural;
Visualizar
isualizar os problemas internos, externos e as prioridades de solução;
Roteiro prático para elaborar o Planejamento Estratégico da sua e em-
presa rural:
NEGÓCIO DA EMPRESA
Definir o negócio da empresa é explicar o seu âmbito de atuação. Na
definição do negócio o empresário rural deve indicar que mercado atende, tipo
de cliente atual ou em potencial, e não limitando
limitando-se
se apenas aos produtos que
produz, afim de não limitar
imitar a visão do seu negócio, mas torná
torná--la mais abran-
gente, visando a possibilidade de ampliação de suas atividades afins. A esta
forma damos o nome de visão ampliada de negócio, não quer queremos
mos mais ter a
visão curta ou míope de negócio cuja visão nos llimita
a ao nosso pequeno "mun-
"mu
do dos negócios", mas sim o rec
reconhecimento
nhecimento de sua parte na cadeia produtiva
em que atua.
2. MISSÃO
A missão é um complemento importante porque, é através dela,
que se informa qual o papel que desempenha no negócio.
É a determinação
ação de onde a empresa quer ir, é a razão de sua e-
xistência e como tal deve refletir a motivação e o idealismo das pessoas para
impulsionar o seu funcionamento. Um guia para o trabalho.
Ao definir a missão de uma propriedade rural – empresa rural – deve-se res-
ponder algumas – não necessariamente todas – das seguintes questões:
O que a empresa rural deve fazer?
Para quem a empresa rural deve fazer?
Porque a empresa rural deve fazer
fazer?
Como a empresa rural deve fazer?
Onde a empresa rural deve fazer?
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2. 1 VISÃO
Visão em Planejamento Estratégico é a capacidade de enxergar a empresa
operando no futuro. È a capacidade de observar as mega tendências da cadeia
produtiva do seu negócio.
Para estabelecer a visão da empresa faz
faz-se
se necessário analisar os se-
s
guintes aspectos:
Como é o nosso negócio?
Aonde queremos chegar com esse negócio?
Como gostaria de ser visto: pelos clientes? Pela cadeia produt
produtiva?
va?
Pela sociedade onde está inserida a empresa? Pelos colab
colaboradores?
radores?
3. PRINCÍPIOS, POLÍTICAS OU VALORES DA EMPRESA.
Os princípios são o conjunto de valores da empresa, suas crenças, ideologias,
o que acha certo, sua filosofia. Os princípios serão os orientadores para o pr
pro-
cesso decisório e para o cumprimento de sua missão. São os ideais da emprempre-
sa e os alicerces para os seus planos e ações.
Os princípios, bem como a missão e visão, devem ser autênticos, praticados no
dia-a-dia,
dia, inspirando confiança, respeito aos colaboradores, fornecedores, sso-
ciedade em geral, mas principalmente aos clientes da empresa.
4. ANÁLISE DO AMBIENTE:
Outro aspecto relevante a ser considerado para elaborar o planejamento estr
estra-
tégico é a análise do ambiente geral e o ambiente competitivo da empresa afim
de identificar as oportunidades e ameaças, pontos fortes e pontos fracos que
podem influenciar nos resultados de sua atividade.
Atualmente as modificações do ambiente competitivo ocorrem com velocidade
cada vez maiores e com mais freqüência. Visualizar as mudanças e monitorar
o ambiente de competição passa a ter um valor extrao
extraordinário
rdinário como fator deci-
dec
sivo do sucesso, sobrevivência ou fracasso da empresa rural.
Ambiente Externo
A primeira preocupação e análise que a empresa deve fazer é em
relação ao ambiente geral, ou macro ambiente, aquele ambiente
mais amplo composto por co condições
ndições e fatores externos que influ-
infl
enciam a empresa, no seu negócio, e no qual ela tem pouco ou
nenhum poder de influência. As principais variáveis desse ambie
ambien-
te são: tecnológicas, políticas, econômicas, legais, sociais, dem
demo-
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gráficas e geográficas.
É pela
a análise do ambiente externo que identificamos as oportunidades e am
ame-
aças sobre no negócio.
Ambiente Interno
Outro ambiente que a empresa precisa analisar e conhecer detalhadamente é
o operacional, ou seja, interno da propriedade rural. Esse ambiente é conheci-
do como ambiente competitivo , específico das operações diárias, que podem
ser fatores limitantes ou de potencialidades. As pri
prin-
cipais variáveis desse aambiente são: Infra-estrutura
de máquinas, equipame
equipamentos e benfeitorias, mão-de-
obra, controles, recursos
cursos financeiros, etc.
É pela análise do ambiente interno que identificamos
os pontos fortes e pontos fracos do nosso negócio.
Uma avaliação bem criteriosa deve ser feita em rrelação
lação às oportunidades e
ameaças, pontos fortes e pontos fracos, através de umuma a matriz de prioridades,
para que a partir daí possamos mais facilmente e estabelecer
tabelecer os objetivos e me-
m
tas, para os períodos de curto, médio e longo pr
prazos.
5. OBJETIVOS E METAS
Após a análise destes ambientes (externo e inte
inter-
no) a empresa rural já co
consegue mais facilmente
visualizar as oportunidades e ameaças, os pontos
fortes e pontos fracos que possam afetar o seu
negócio e, a partir daí estabelecer suas estrat
estraté-
gias afim de aproveitar as oportunidades identif
identifi-
cadas potencializando seus pontos fo
for-
tes minimizando as fraquezas e ame
ameaças.
Para tanto, traçar objetivos e metas é fundamental para que as futuras dec
deci-
sões sejam consistentes e coerentes com o rumo que queremos dar ao neg negó-
cio, conforme a missão estabelecida e os princípios destacados anterio
anteriormente.
Os objetivos são os resultados quantitativos e/ou qualitativos que a empresa
rural procurará alcançar em um determinado período de tempo.
As metas empresariais são etapas de forma quantificadas e com prazos est esta-
belecidos necessários para atingir os objetivos, permitindo melhor controle dos
resultados que estarão sendo alcançados ao longo de um determinado período
de tempo.
Características que os objetivos devem possuir:
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Devem ser coerentes com os recursos e o ambiente da empresa;
Devem ser viáveis e desafiadores;
Devem ser desafiadores
desafiadores;
Devem ser mensuráveis;
Devem possuir prazos definidos;
Devem ser em número reduzido;
Para finalizar, os objetivos podem ser classificados em objetivos de longo pr
pra-
zo (para mais de cinco anos), objetivos de médio prprazo
azo (de dois a cinco anos) e
objetivos de curto prazo (até dois anos).
Um objetivo, pode ter mais de uma meta para alcançá
alcançá-lo
lo na sua plenitude, e
ainda devem possuir um indicador para monitoramento da eficácia das ações
estratégicas.
6. AÇÕES ESTRATÉGICAS E ORÇAMENTAÇÃO:
Considerando o negócio, a missão, os princípios,
as análises dos ambientes interno e externo a d de-
finição dos objetivos e metas, há que se estabel
estabele-
cer um plano de ações para atingi
atingir cada objetivo e
sua respectiva meta, confor
conforme os recursos dispo-
níveis, os pontos fortes e fracos da empresa, as
oportunidades e ameaças existentes no ambiente.
O plano de ações estratégicas deve possuir pr
prazos
zos determinados e indicadores
de controle para saber se estão sendo ating
atingidas as metas de cada
da objetivo.
Cada ação estratégica deve estar associada com os recursos (físicos, técnicos,
humanos e financeiros) necessários para cumpri
cumpri-la. A implementação da ação
estratégica deve seguir um cronograma, para o gerenciamento mais profissi
profissio-
nal do trabalho,
o, adequado ao fluxo de caixa, da organização para que não haja
interrupções desnecessárias.
Verificação de Consistência
Para verificar a consistência do Plano de ações estratégicas, sugerimos o sse-
guinte "check-list"
As ações estão relacionadas com as mmetas
etas e estas com os objetivos da
empresa?
São claras para que possamos entender e controlar?
São compatíveis com os recursos atuais e potenciais da empresa?
Aproveitam as oportunidades do mercado?
Minimizam as ameaças do mercado?
Potencializam os pontos fortes da empresa?
10
Neutralizam os pontos fracos da empresa?
Respeitam e reforçam o negócio, a missão e os princípios da empresa?
São coerentes?
MARKETING NO AGRONEGÓCIO
11
que nem sempre conseguem impor
impor-se
se junto aos potenciais anunciantes. (Xavi-
er, 2003).
Como aumentar vendas no setor agropecuário com o uso do Marketing
Rural
A competitividade no agronegócio,
como em outros segmentos da ec eco-
nomia, está fazendo com que emprempre-
sas do setor se preocupem, cada vez
mais, com o planejamento estratégico
na área de Marketing. Desta forma, o
Marketing Rural está se tornando uma
das áreas prioritárias em diversas e
em-
presas do setor, mas, mesmo assim,
muitas insistem em ignorar as novas
tendências de mercado
cado e manter uma política conservadora, sem priorizar es-
tratégias mercadológicas.
gicas.
O maior problema das empresas nacionais, no setor rural, são os baixos inve
inves-
timentos em Marketing o que, de uma maneira geral, faz com que as vendas e
a competitividade do negócio sejam comprometidas. Podemos dizer qu que uma
boa estratégia de Marketing pode e deve elevar a marca da empresa, fortalecê-
la e criar valor agregado aos produtos fabricados ou comercializados. Isto leva
ao aumento das vendas e à facilidade no processo de abertura de novos me mer-
cados, sejam eles no Brasil ou no exterior.
No Brasil, existem alguns determinados segmentos dentro do agronegócio que
já estão criando ou já incorporaram uma política eficiente de Marketing. Os sse-
tores de máquinas, implementos e insumos são os que mais investem no pl pla-
nejamento
nto e em ações direcionadas. Além destes, os de saúde animal e d de-
fensivos também estão aumentando seus investimentos. Já não pode ser dito o
mesmo de setores como os de sementes, grãos e cereais, carne e muitos o ou-
tros.
O que os empresários do setor precisprecisam
am entender é que um bom plano de
marketing, com um investimento coerente, cria uma reação em cadeia levando
ao êxito de uma política de expansão dos negócios. Todas as ferramentas de
Marketing devem ser consideradas e utilizadas de maneira racional. As po políti-
cas de preço, logística, distribuição, publicidade, promoção de vendas, etc., são
de vital importância para que sejam obtidos resultados crescentes. De nada a-
dianta, por exemplo, uma estratégia baseada na competitividade de preços e
que seja ineficiente e em publicid
publicidade
ade ou na promoção de vendas.
Nos dias de hoje, a utilização da tecnologia nas estratégias de Marketing Rural
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também está sendo muito valorizada. Campanhas em mídias eletrônicas como
a TV e a Internet estão se mostrando bastante eficientes, p
pois
ois possibilitam aos
anunciantes uma comunicação direcionada a um público bastante qualificado.
Desta forma, os objetivos das campanhas são mais facilmente atingidos.
LOGISTICA NO AGRONEGÓCIO
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Os insumos agropecuários têm pesos muito elevados na composição dos cu cus-
tos de produção das empresas e alguns deles têm seu preço de transporte
mais elevado que seu próprio preço de aquisição, como exemplo: o calcário a-
grícola é de baixo valor agregado, mas com transporte geralmente superior d
de-
pendendo o volume transportada e da distância do moinho até a fazenda.
Logística de apoio à produção agropecuá
agropecuária
Dentro da gestão do processo produtivo,
ao que envolve suprimento de ins insumos,
procura-sese conduzir o empreend
empreendimento
para atingir eficácia e eficiência. Já do
ponto de vista da logística, deve
deve-se pro-
curar a racionalização dos pr processos
operacionais para transferência de m ma-
teriais, o que envolve, também, iinforma-
ções sobre estoques e o plano de apl apli-
cação de cada produto, quantid
quantidade
de e o período de sua utilização.
Então, a logística procura movimentar somente as quantidades necessárias,
sem formar estoques excessivos e imobilizados, evitando a falta, com conse-
quentes correrias de última hora, de acordo com a capacidade do empreend
empreendi-
mento. Obtida a produção, a logística se ocupará da movimentação dos prod
produ-
tos, como transporte interno, manuseio, armazenagem pr primária,
imária, estoques pri-
pr
mários, entregas, estoques finais e controles diversos.
Logística de Distribuição
Os produtos agropecuários de modo
geral são perecíveis. Por isso, cada
um necessita de tratamento pós pós-
colheita diferenciado, necessitando
cuidados quanto ao transporte, e em-
balagens apropriadas, armazenagem
a temperaturas
raturas adequadas e controle
da umidade
midade relativa do ar.
Outra característica é a sazonalidade
da produção, salvo exceções. Alguns
produtos são colhidos uma vez por ano em cada região, devido às con condições
climáticas do local. O desafio da llogística
gística nessa etapa, é que o transporte a-
tenda as características dos produtos em suas especificidades,, não permitindo
a perda na qualidade, assegurando a pontualidade na entrega.
Concluindo
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A logística é parte essencial
sencial da produção do agronegócio, envolvendo a produ-
prod
ção agrícola e pecuária e, para que os produtos sejam entregues com qualid
qualida-
de as três partes da logística devem trabalhar de forma integrada, completando
uma à outra, sempre com eficácia e eficiência.
Desta
esta forma, os produtos serão entregues da melhor maneira possível perm
permi-
tindo que os dois setores cresçam e se desenvolvam, com as melhores prát
práti-
cas e os menores custos.
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existe algum tipo de produção econômica, ainda que pequena, como pecuária
ou agricultura, é considerado empregado rural.
Quais são os direitos do empregado
rural?
Não é difícil entender porque um empr
empre-
gado do campo tem direitos diferentes
de um empregado urbano. Há maior
desgaste físico e diferença de horários –
em muitos casos tem jornadas noturnas
em seu contrato de trabalho. Há, ta tam-
bém,
ém, um estigma de informalidade que a
atividade carregou por muitas décadas:
o trabalho rural foi formalizado somente em 1988, pela Constituição Federal.
1. Contratação CLT
Todo empregado rural, deve ter a atividade registrada na Carteira de Trabalho,
seja pelo empregador ou pela empresa intermediária. Devem constar data de
admissão, salário e respectivas atualizações, férias e dispensa.
2. Inscrição e recolhimento de INSS
É obrigação do empregador inscrever o empregado rural no Instituto Nacional
do Seguro Social (INSS) e efetuar os recolhimentos previdenciários nos pe per-
centuais de 8, 9 ou 11% da remuneração, conforme o valor do salário. Para iis-
so deve-se
se consultar a tabela vigente do INSS. Além disso, o valor total a ser
recolhido também deve incluir a cota paga pelo empregador, que é de 20% sso-
bre o salário do empregado, independentemente do valor.
3. FGTS
A exemplo de outros modelos de trabalho previstos na CLT, ele também tem
direito ao FGTS, recolhido
do mensalmente pelo empregador.
4. Décimo terceiro salário
São duas parcelas, uma paga entre os m me-
ses de fevereiro e novembro e a segunda
até o dia 20 de dezembro. A primeira parc
parce-
la corresponde à metade do salário no mês
anterior ao pagamento. A segunda parcela
corresponde à metade do salário de d de-
zembro, descontando o valor da primeira
parcela e os encargos.
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Pontos de destaque da legislação para contratação no campo
Vale reforçar que o empregado rural tem seus direitos regulamentados em lei
própria (Lei nº 5.889/73), no Decreto nº 73.626/74, no artigo 7º da Constituição
Federal e em alguns artigos da CLT. Não é permitido contratar um empregado
rural nos mesmos moldes de um empregado urbano ou doméstico. Estas dif dife-
renças e especificidades estão previstas eem
m lei e devem ser respeitadas. Caso
não sejam, há implicações jurídicas previstas.
“Todos os empregadores, rurais ou urbanos, estão sujeitos às leis trabalhistas
e serão penalizados em caso de descumprimento. No meio rural os riscos do
ambiente de trabalho exigem maiores cuidados com a legislação e normas rre-
gulamentadoras do trabalho, como a NR 31”,
– Jornada diária
Não pode exceder 8h/dia. Em atividades com duração superior a 6h diretas, há
um intervalo obrigatório de no mínimo 1h sem prejuízo na remunera
remuneração.
– Horas extras
O adicional de horas extras é de no mínimo 50% sobre o valor da hora normal,
conforme determina o art. 7º, inciso XVI da Constituição Federal.
– Trabalho noturno
É considerado como trabalho noturno rural aquele que for executado entre a as
21h de um dia e as 5h do dia seguinte (lavoura) e 20h de um dia e 4h do dia
seguinte (pecuária). A Lei 5889/73 prevê um adicional de 25% sobre o total da
remuneração normal.
Outras informações importantes
Trabalho de menor
É proibido qualquer trabalho até os 16 anos, exceto na condição de aprendiz.
De 16 a 18 anos são proibidos os trabalhos n noturnos,
oturnos, insalubres, periculos ou
penosos (que envolvam contato com poeira, calor, gasolina, produtos químicos,
agrotóxicos, ruído, ou a venda de bebidas alcoólica
alcoólicas,
s, dentre outros).
Trabalho intermitente
São aquelas atividades em que há um intervalo
superior a cinco horas entre duas jornadas. É o
caso do vaqueiro ou retireiro. Nestas situações,
deve haver uma anotação na Carteira de Tr Tra-
balho. Mas o período de interintervalo não será
contabilizado como de serviço efetivo.
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Terceirizar a contratação no campo ajuda empregadores
A produção do agronegócio depende diretamente de fatores externos: clima,
períodos de plantio, colheita, entre outros. Por isso é importante que o em
empre-
gador conheça algumas formas distintas de contratação, que atendem a d de-
mandas específicas, pontuais ou sazonais.
1) Contrato de safra
É uma modalidade de contrato em que a duração depende de variações saz sazo-
nais ou estacionais das atividades agrárias. O período entre o preparo do solo
para o cultivo e a colheita é um exemplo.
Apesar de não ser prorrogável, este cocon-
trato pode ser sucedido por outro.
O recrutamento dos empregados deve ser
feito preferencialmente na localidade em
que irão trabalhar. O empreg
empregador deve
fornecer, transporte adequado de ida e
volta,
ta, boa alimentação e também hosp
hospe-
dagem, se necessário, podendo realizar o
desconto da participação do empregado, observando
observando-se
se os limites legais.
Ao final da safra deverão ser pagos ao empregado rural o saldo de salário, 13º
salário proporcional e férias proporcionais, acrescidas de 1/3 e também o
FGTS. Se rescindido o contrato pelo empregador antes da atividade a qual foi
contratado para executar na safra, o empregado rural terá direito ao saldo de
salário,
io, 13º proporcional, férias acrescidas de 1/3 e ao saque de FGTS com a-
créscimo de 40%. Caso a rescisão aconteça a pedido do empregado, ele devdeve-
rá receber apenas o saldo de salário e o 13º proporcional.
2) Contrato por pequeno prazo
Regulamentado pela Lei nº 11.718/2008 para o exercício de atividades de natu-
reza temporária, somente pode ser feito
por produtor rural pessoa física, prproprietá-
rio ou não, que explore diretamente ativ ativi-
dade agro econômica. No enta entanto, se du-
rante o período de um ano a contrat
contratação
superar dois meses, o co contrato fica con-
vertido em contrato de prazo indete
indetermina-
do. Neste caso a formal
formalização deve ser
feita por escrito e devidamente regi
registrada
18
na Carteira de Trabalho.
lho. Deve ser autorizada por acordo ou convenção col
coleti-
va. Na prática, o trabalhador
lhador rural com contrato por pequeno prazo tem os
mesmos direitos dos demais
mais trabalhadores rurais.
1. Considerações Iniciais
Direito Agrário é o conjunto, acervo, sistemático de normas jur jurí-
dicas
cas que visam disciplinar as relações do homem com a terra,
tendo em vista o progresso socsocial e econômico do rurícola e o
enriquecimento da comunidade.
Os fatos jurídicos que emergem do campo, decorrentes de a-
tividade agrária, estrutura agrária, empresa agrária, tudo o que
caracteriza a relação jurídica
urídica agrária,
grária, ou seja, as relações do homem com
a terra que geram efeitos, config
configurando-se o objeto do direito
to agrário.
As atividades agrária
ria podem ser classificadas em:
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As lavouras podem ser classificadas como temporárias/transitórias (ex: arroz,
milho etc) e permanentes/duradouras (ex: café, abacate, cacau). O
critério de classificação depende da necessidade de retorno
e o tempo de renovabilidad
vabilidadeou não do solo.
Observação:
2. Natureza Jurídica
3. Fontes
4. Princípios
Este princípio ensina como deve ser explorado o imóvel rural, é usado para d
di-
rimir qualquer conflito agrário.
A base para este princípio é que a terra não está ali para ostentar patrimônio, e
sim gerar riqueza.
Era uma vez, e essas duas Coroas assinaram um acordo dizendo que a partir
daquela data, seria traçada uma linha imaginária, contando 370 léguas a oeste
das Ilhas de Cabo Verde
Verde,, e que todas as terras que fossem encontradas a
margem direita pertenceria à Portugal, e as terras à esquerda pertenceriam à
Espanha.
O grande ponto chave deste documento, é que como seis anos após a sua a as-
sinatura, o Brasil foi “descoberto” por Pedro Álv
Álvares
ares Cabral, adquirindo assim
para Portugal o domínio sobre as terras recém
recém-encontradas.
encontradas. Embora a efetiva
posse tenha sido apenas simbólica, já que a efetivação do direito real a propr
propri-
edade sobre as terras descobertas, se deu com a homologação pelo papa A Ale-
xandre VI ao tratado de Tordesilhas, que, sendo a Igreja Católica, o maior inst
insti-
tuto à época, garantia ao documento, validade jurídica.
22
medida, é claro, era apenas para na linha horizontal da costa marítima, pois
conforme os termos da carta de doação, não havia limites para o interior.
“Quanto puderem entrar”.
2. O regime sesmarial
Além desta cláusula, o sesmeiro ficava também obrigado a colonizar a terra, ter
nela sua moradia habitual e cultura permanente (est
(estes
es dois últimos institutos
guardam particular semelhança com os requisitos para usucapião rural, art. 191
CF), demarcar os limites das respectivas áreas, submetendo
submetendo--se a posterior
confirmação, e ainda, pagar os tributos exigidos à época. Caso ocorresse do
sesmeiro não cumprir suas obrigações, caía em comisso, tendo por efeito o rre-
torno do imóvel ao patrimônio da Coroa portuguesa, para ser redistribuído a ffu-
turos interessados.
23
O período na demora da concepção legislativa causou a ocupação desenfre
desenfrea-
da e desordenada do vasto território nacional. Ocasionando o seguinte quadro:
24
• O resto, que não foram convertidas em propriedades privadas
privadas, tornaram-se
terras públicas.
Terras Devolutas são todas as terras que foram convertidas em domínio priv
priva-
do, mas por não serem exploradas economicamente ou como moradia, foram
devolvidas aoo Estado. A idéia inspirada por Ruy Barbosa era que as terras dde-
volutas seriam propriedade dos entes federados (estados) – idéia surgida após
a Proclamação da República -,, exceto aquelas reservadas à União por motivos
de segurança nacional.
Observação: Não cabe usucapião de bem público (art. 191, Parágrafo Úni
Único
CF) e das terras devolutas.
1. Reforma Agrária
a x Política Agr
Agrí-
cola
25
Os conceitos de Reforma Agrária e Política Agrária não se ambiguam, e sim se
completam.
1. Imóvel Rural
Então, fazendo-sese uma ponderação entre os dois artigos, imóvel rural é todo
imóvel onde se desenvolva uma atividade agrária independente de sua local locali-
zação. O imóvel rural é conceituado como “imó “imóvel
vel rústico”, “prédio rústico”, pois
a área rural é rústica, primitiva, o que torna possível o desenvolvimento de uma
atividade agrária.
Primeiro, não cabe mais dizer hoje que o imóvel rural em área urbana possa
ser usucapido segundo os requisitos da usucapião especial rural, motiva
motiva-se isto
ao fato da Constituição afirmar que só se aplica usucapião especial ou usuc
usuca-
pião rural em imóveis ad
adstritos em zonas rurais (art. 191 CF c/c
/c art. 1239 do
Código Civil).
A segunda observação faz jus ao fato de que mesmo o imóvel rural em área
urbana não possa ser usucapido nos termos da usucapião rural, para o Direito
Tributário cabe o ITR (Imposto Terri
Territorial
torial Rural), pois o ITR não computa as
construções feitas no solo, e sim a terra “crua”, pois também o Decreto
Decreto-Lei
57/66 em seus arts. 6º e 15, declara que “qualquer imóvel rural p paga ITR,
mesmo em área urbana”.
26
optou pelo entendimento do Decreto
Decreto-Lei
Lei 57/66, ou seja, para o imóvel rural em
área urbana cabe ITR. O STF se baseou no fato de que mesmo o Decreto Le Lei
seja em sua origem lei ordinária, foi recepcionado pela nossa Constituição cco-
mo Lei Complementar, assim como Código Tributário Nacional, cuja origem
também é de lei ordinária. Nestes termos, tendo o DL 57/66 caráter material de
lei complementar, só poder
poderiaia ser revogado, ou, ter seus termos alterados por
outra lei complementar. O que não ocorreu, pois
poisa
a Lei 9393 é uma lei ordinária.
2. Propriedade
dade Produtiva
Classifica-se
se como propriedade produtiva toda propriedade rural que gera re- r
sultados satisfatórios. A Constituição imuniza a propriedade produtiva quanto à
desapropriação agrária (art. 185, inciso II CF), pois a produtividade é um dos
três elementos que se aglutinam para cumulativamente tornarem-se
tornarem a função
social da propriedade.
Art. 6º Considera-se
se propriedade produtiva aquela que, explorada econômica e
racionalmente, atinge, simultaneamente, graus de utilização da terra e de efic
efici-
ência na exploração, segundo índices fixados pelo órgão federal competente.
§ 1º O grau de utilização da terra, para efeito do caput deste artigo, deverá ser
igual ou superior a 80% (oitenta por cento), calculado pela relação percentual
entre a área efetivamente utilizada e a área aproveitável total do imóvel.
§ 2º O grau de eficiência na exploração da terra deverá ser igual ou superior a
100% (cem por cento), e será obtido de acordo com a seguinte sistemática:
I - para os produtos vegetais, divide
divide-se
se a quantidade colhida de cada produto
pelos respectivos
vos índices de rendimento estabelecidos pelo órgão competente
do Poder Executivo, paraa cada Microrregião Homogênea;
III - a soma dos resultados obtidos na forma dos incisos I e II deste artigo, div
divi-
dida pela área efetivamente utilizada e multiplicada por 100 (cem), dete
determina o
grau de eficiência na exp
exploração.
27
Como visto no § 2º do art. supra mo
mos-
trado, o segundo requisito é o Grau
de Utilização
lização de 80% da Área Apr Apro-
veitável
vel (GUT APP 80%). Ex: um ffa-
zendeiro
deiro que possuí uma área de teter-
ra de 1000 hectares, diz
diz-se que 50 %
do solo não pode ser utilizado para
nenhum
nhum tipo de atividade agrária. O
fazendeiro,
zendeiro, para sua terra ser cons
consi-
derada
rada utilizada, deve fazer uso de pelo menos 80% dos 50% que foi consid
conside-
rado aproveitável (obs: não é computado para definição de terra utilizada a á-
rea não possível de ser aproveit
aproveitada – art. 10 da Lei 8.629/93).
Dar função social a uma propriedade é agir se relacionando com ela, de modo
que esta relação nunca venha atingir a dignidade da pessoa de alguém e q que
esta relação gere e dê oportunidades de empregos, para movimentação de
renda (conceito genérico). Dar função social é implementar um modo de rel
rela-
ção com a terra que nunca viole a integridade de alguém, e que procure efet
efeti-
var direitos fundamentais
undamentais de alg
algumas pessoas.
28
O art. 186 da CF c/c o art. 9º da Lei 8629/93 definem a função social da propr propri-
edade. Em seus incisos estabelecem como requisitos para a função social o
aproveitamento racional e adequado do solo, a utilização adequada dos recu recur-
sos naturais disponíveis
isponíveis e preservação do meiomeio-ambiente,
ambiente, e, a exploração que
favoreça o bem-estarestar dos proprietários e dos trabalhadores (caráteres econ econô-
mico/produtividade – art. 186, I c/c art. 9º, I, da Lei 8629/93 da ; natural –
art.186, II c/c art. 9º, II, da Lei 862
8629/93; e o caráter social – art. 186, III c/c art.
Os parágrafos do
o art. 9º da Lei 8629/93 dizem:
§ 2º Considera-se
se adequada a utilização dos recursos naturais disponíveis
quando a exploração se faz respeitando a vocação natural da terra, de modo a
manter o potencial produtivo da pro
propriedade.
29
trabalhada. A terra deve gerar frutos, renda econ
econômica.
ômica. É dispendioso para o
país um grande terreno parado, sem utilidade, enquanto outras pessoas não
possuem um mínimo disponível. O latifúndio é um câncer para o progresso e-
conômico. Ele causa despesa, gera segregação social, porque divide as pe pes-
soas em grupos, os que possuem patrimônio e os que carecem de um mínimo
rentável. Aí se aplica o caráter social da terra, protegido pela Constituição e
implementado através da Reforma Agrária. A propriedade produtiva, que gera
riquezas, atendendo a sua função soci
social
al é amparada contra a desapropriação
pelo art. 185, inciso II, e, em seu Parágrafo Único, garante
garante-lhe
lhe tratamento es-
e
pecial.
O art. 2º da Lei 8629/93 versa que a propriedade que não atender a sua função
social, sob os termos de seu art. 9º, sserá objeto de desapropriação.
esapropriação.
5. Classificação e dimensionamento
imensionamento do Imóvel Rural
O art. 4º, inciso III, do Estatuto da Terra, não foge muito desta definição.
“Módulo Rural, a área fixad fixada
a nos termos do inciso anterior”.
O inciso anterior versa sobre a propriedade familiar, em suas letras:
“Propriedade Familiar, o imóvel rural que, direta e pessoalmente explorado pelo
agricultor e sua família, lhes absorva toda a força de trabalho, garanti
garantindo-lhes a
subsistência e o progresso social e econômico, com área máxima fixada para
cada região e tipo de exploração, eventualmente trabalhada com a ajuda de
terceiros”.
30
nifúndio é um imóvel sem dimensões sufici
suficientes
entes para absorver uma família e
gerar seu sustento a partir
rtir de sua força de trabalho.
O módulo rural não pode ser fracionado, uma vez que sua divisão acarretaria
no surgimento de minifúndios, configurando
configurando-se
se em objetos de desapropriação.
desapro
31
de de medida para pequena, média e grande propriedade. Sendo que a medida
para a pequena propriedade fiscal é de 1 a 4 módulos fiscais, para a média 4
até 15, e de 15 em diante configura configura-se
se grande propriedade.
Não serão nunca desapropriada a pequena ou média propriedade que seja ú-
nica do proprietário (art. 185, Parágrafo Único CF).
5.3. Minifúndio
32
Segundo o Princípio da Indivisibilidade do Imóvel Rural (art. 65 do Estatuto da
Terra), de sorte que não se gere imóvel rural inferior ao módulo rural. O art. 65
é bem didático
tico quanto aos seus termos:
Este princípio versa sobre o fato de que nenhum imóvel rural possa ser de des-
membrado, cujo desmembramento gere minifúndios. Caso bastante ocorrente,
é um pequeno no proprietário rural, cujo imóvel tenha a dimensão exata de um
módulo rural, e este proprietário venha a falecer, deixando a terra para seus
herdeiros. O imóvel deverá ser vendido e o valor repassado aos sucessores,
ou, um assumir para si e indenizar os d demais,
emais, nunca poderá ocasionar de o
imóvel ser repartido entre os espoliantes, pois como suas dimensões não são
extensas o suficiente para gerar várias propriedades familiar, o imóvel na ve
ver-
dade gerará minifúndios, e como já dito, a lei combate o minifúndio
minifúndio, tal qual é
impensável a permissão da existência de um, para depois est estee ser objeto de
desapropriação.
Observação:
A Lei 11.444/07 acresceu os §§ 5º e 6º ao art. 65 do Estatuto da Terra (Lei
4504/64), e ali se criou exceções legalmente previstas em relaç
relação ao minifún-
dios:
§ 5º Não se aplica o disposto no caput deste artigo aos parcelamentos de imimó-
veis rurais em dimensão inferior à do módulo, fixada pelo órgão fundiário fed
fede-
33
ral, quando promovidos pelo Poder Público, em programas oficiais de apoio à
atividade
de agrícola familiar, cujos beneficiários sejam agricultores que não po
pos-
suam outro imóvel rural ou urbano.
A exceção diz que o imóvel rural motivado pelo parcelamento oficial para aten-
ate
der a agricultura de subsistência familiar, gerando a função mínima de terra lle-
galmente tolerada (aí que entra a figura da pequena propriedade minifundiária,
que é aquela inferior a 1 módulo rural, mas superior a um módu
módulo
lo fiscal).
fis
Embora a lei que regula a usucapião especial rural (Lei 6.969/81) se choque
com a Constituição (art. 191) ao determinar as medidas mínimas para uma á-
rea rural ser usucapida (a lei dita a área mínima de 25 hectares, a CF dita 50
hectares, isto pois a lei veio antes do advento da CF 88, e, embora a lei tenha
sido recepcionada pela CF, no que consiste a área, a CF sobrepujou a lei, vva-
lendo os limites de 50 hectares). A discussão reside no fato de que quando o
limite mínimo impetrado
mpetrado pela CF de 50 hectares, for menor do que a área de
um módulo rural em determinada região, neste caso devedeve-se
se prevalecer o limite
mínimo da área de um módulo rural (esta tese não é acompanhada pelas ba ban-
cas examinadoras de concurso em provas objetiv
objetivas,
as, portanto este tema só de-
d
ve ser abordado em prova discursiva).
5.4. Latifúndio
O latifúndio é o imóvel rural, definido pelo art. 4º, inciso V do Estatuto da Terra,
é o imóvel rural que tem área igual ou superior ao módulo rural, e é mantido i-
nexplorado ou com exploração inadequada, ou ainda, insuficiente às suas p po-
tencialidades. Ou seja, latifúndio é imóvel rural que tem área igual ou superior
ao módulo rural, e não ate
atende a sua função social.
V - Latifúndio,
io, o imóvel rural que:
34
regionais
nais e o fim a que se destine;
• não excedendo o limite de 600 vezes o tamanho médio dos imóveis da região,
e tendo dimensões iguais ou superiores a um módulo fiscal, seja mantido ine
inex-
plorado em relação às possibilidades físicas, econôm
econômicas
icas e sociais do meio,
com fins especulativos, ou seja, deficiente e inadequadamente explorado, de
modo a vedar-lhe lhe a inclusão no conceito de empresa rural.
Como se observa com a nova redação dada pela lei ao art. 4º do Estatuto da
Terra, houve substituição
ão do termo módulo rural, por módulo fiscal, com seus
parâmetros adicionais de áreas distintos.
35
São utilizados dois instrumentos eficazes no combate ao latifúndio: a desapr
desapro-
priação e a tributação, o imposto pesado sobre essas extensas áreas sem uso,
obedecendo os critérios de “progressividade” e “regressividade” (art. 49 do E
Es-
tatuto da Terra).
4. art. 4º, Parágrafo Único, alínea “b” do Estatuto da Terra – área de preserva-
preserv
ção florestal
restal ou para tombamento.
5.6. Colonização
A colonização é outro assunto pouco cobrado, sua definição é dada pelo Prof.
Rafael Augusto de Mendonça Lima “colonização é uma forma de política agr agrá-
ria dirigida ao povoamento de terras desabitadas ou pouco povoadas, virgens,
ou incultas, objetivando introd
introduzir nelas a infra-estrutura
estrutura necessária para permi-
perm
tir a organização de um parcelamento de terras que permita o racional aprove
aprovei-
tamento ou utilização, bem como a introdução de serviços públicos e privados
adequados, para o assentamento de uma população rura rural”.
2. é uma ação de caráter permanente, vale dizer, não se realiza de uma só vez,
mas compreende todo um processo que vai se desenvolvendo através de d di-
versas etapas sequenciadas;
6. não deve ter o lucro como motivação imediata, ou seja, ser movida por fins
especulativos e comerciais, pois o que a inspira é o interesse socia
social, mesmo
quando
ndo executada por particulares;
1. Noções Gerais
37
A usucapião rural é um instrumento de Reforma Agrária, que se move por inic
inici-
ativa privada, atuando o Estado, apenas como ho
homologador.
2. Requisitos
“Aquele que: não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano / possua como
seu / por cinco anos ininterruptos / sem oposição / área de terra em zona rural /
não superior a cinquenta hectares / tornando
tornando-a
a produtiva por seu trabalho ou
de sua família / tendo nela sua moradia / adquirir adquirir-lhe-à
à propriedade”.
A necessidade de pausas revelam
revelam-se
se pelo fato de que cada espaço
esp entre as
orações corresponde a um dos requisitos para que seja configurada a usucap
usucapi-
ão rural, logo far-se-àà então, a análise de cada requisito separada
separadamente. “não
sendo proprietário de imóvel rural ou urbano” - para ser possível a usucapião
rural, o usucapiente
ucapiente não deve possuir imóvel de qualquer tipo. Sendo a usucusuca-
pião rural um instrumento de reforma agrária, seria um absurdo considerar seu
uso indevido para enriquecimento. Já foi dito antes, terra não existe para oste
osten-
tar patrimônio, por isso há a nec
necessidade
essidade de ser possível um instrumento como
este, mas o Estado, que deve fornecer os meios para a reforma agrária, e
mais, também é o fiscalizador desta, não pode permitir que haja ilícitos, ou iin-
justiças. Pensa-se,
se, que a pessoa disposta a ocupar e tornar útil uma área a-
bandonada, não disponha de outro patrimônio. Esta é única justificativa aceita
para a sociedade, já que é melhor entregar a terra à alguém que carece, do
que deixá-lala abandonada, porque para seu dono, este pa patrimônio
trimônio não se faz
necessário. “possua como seu” - a pessoa que ocupa a terra desamparada,
deve querê-la la para si, demonstrando seu animus domini (intenção de ser ou a-
gir como dono). A ocupação não seria justificada sem essa vontade de possuir
38
o imóvel. Não pode uma pessoa que pretende a usucapião, na verdade, não
desejar a terra para si, pois aí estaria configurada fraude.
Diante do que foi explicado, para maior didática, os requisitos para a usucapião
especial rural são:
- Requisitos temporais:
39
- Requisitos materiais:
• Posse
osse e trabalho na terra;
• Gerar produtividade;
• Animus Domini;
• A pessoa
a não pode ser proprietária de ou
outro imóvel.
Para ser configurada a usucapião rural todos os requisitos devem ser pree
preen-
chidos cumulativamente.
O parágrafo único do art. 191 CF, versa sobre a exceção aos bens possíveis
de serem usucapidos, protegendo assim, os imóveis públicos, não podendo es- e
tes serem objeto de usucapião especial rural (também em desacordo com a Lei
6.969 que prevê esta possibilidade, prevalecen
prevalecendo
do a doutrina da Constituição).
3.1. Procedimento
ento na Ação de Usucapião Rural
41
7. O usucapiente pode invocar, como matéria de defesa, o seu direito de us usu-
capir o imóvel, valendo a sentença que o reconhecer como título registrável.
Observações:
Na petição inicial de
e usucapião rural é expressamente devida a dispensa da
planta do imóvel (art. 5º, § 1º Lei 6.969), assim como a audiência de justific
justifica-
ção prévia é uma mera faculdade, e não um pressuposto da ação, diferindo
diferindo-se
assim, da usucapião
ão tradicional regulada no CP
CPC.
O atual / eventual possuidor também deverá ser citado (súmula 263, para e en-
tender melhor o assunto, sugiro olhar os preced precedentes
entes da súmula)
O Ministério Público deverá se manifestar em cada etapa do processo, sob p pe-
na de nulidade dos atos. A manifestação será de caráter custos leg
legis (guardião
ou fiscal da lei).
A usucapião pode ser arguida em defesa (súmula 237 STF). Esta súmusúmula com-
binada com o art. 7º da Lei 6.969, admite o registro da sentença que declara a
usucapião pela alegação em matéria de defesa (via incidental, decorrente de
uma ação autônoma reivindicat
reivindicatória).
42
senvolvimento do país (art.
art. 12, § 3º da Lei 5.709/71).
A pessoa jurídica estrangeira (art. 23, § 2º da Lei 8.629), por sua vez, poderá
adquirir imóvel além de 100 módulo
módulos s de exploração, sendo que a autorização
virá do Congresso Nacional. Porém, se a área for superior a três módulos e iin-
ferior a 50, a autorização somente poderá ser dada quando o pretendente à
sua aquisição apresentar projeto da exploração que irá desenvolv
desenvolver (art. 7º, §
2º Decreto 74.965/74). Mas a área não superior a três módulos ou em caso de
sucessão legítima, poderá ser adquirida livremente, salvo se for em área cons consi-
derada indispensável à segurança nacional, caso em que dependerá do Co Con-
selho de Defesa Nacional (art. 91, § 1º, inciso III CF c/c arts. 1º, § 2º e 7º da Lei
5.709/71.
Os portugueses, por força do Decreto 70.436/72 , art. 13, alínea “h”, que versa
sobra a igualdade de direitos entre portugueses e brasileiros, poderão adquirir,
sem restrições, imóveis rurais no território nacional.
1. Noções
43
O § 1º do art. 1º do Estatuto da Te
Terra dá a seguinte definição:
“Considera-se
se Reforma Agrária o conjunto de medidas que visem a promover
melhor distribuição da terra, mediante modificações no regime de sua posse e
uso, a fim de atender aos princíp
princípios
de justiça social e ao aumento de
produtividade.”
44
c) obrigar a exploração racional da terra;
Óbvio que os reais objetivos da RA são muito mais abrangentes do que a lei
poderia especificar.
2. Características
2. é peculiar a cada país, ou seja, o que se faz em determinado país, pois cada
qual tem sua formação territorial difere
diferenciada,
nciada, não se aplica ao outro;
3. Beneficiários
45
O art. 19 da Leii 8.629/93, em suas linhas diz:
I - ao desapropriado, ficando
ficando-lhe assegurada a preferência para a parcela na
qual se situe a sede do imóvel;
Parágrafoo único. Na ordem de preferência de que trata este artigo, terão prior
priori-
dade os chefes de família numerosa, cujos membros se proponham a exercer a
atividade agrícola na área a ser distr
distribuída.
4. Desapropriação Agrária
4.2. Procedimento
Ver Leis
is Complementares 76/93 e 88/96
Inicia-se
se a fase administrativa com o ato executivo do Presidente da República,
que declara certos imóveis como objeto de interesse sso-
cial, com vias de redistribuição
tribuição para RA.
47
vado pela via documental, justificam o motivo de sua notificação ser prévia. O
proprietário ficaria cerceado em seu direito de defesa, e sem meios de compr
compro-
var
ar o real valor de sua indenização em dinheiro, sem ter disposto de tempo n
ne-
cessário para suas devidas diligências. A preocupação maior consiste que todo
valor excedente ao laudo, adquirido posteriormente por sentença judicial, terá
seu pagamento por preca
precatória.
CONTABILIDADE RURAL
48
Com o admirável crescimento nos últimos anos, hoje a atividade rural, possui
considerável participação no PIB – Produto Interno Bruto de nosso país, tão lo-
l
go esta é importantíssima à nossa economia.
A importância
ia da contabilidade rural
Considerando que, o agricultor, “em sua maioria”, devido à sua localidade, a
au-
sência de tempo ou até mesmo a falta de estudos correlacionados à admini
adminis-
tração/contabilidade rural, observando a-
inda seu estilo de vida em meio ao camp
campo
(terra), infelizmente, não possui condições
hábeis de gerenciar e/ou adm administrar o
próprio negócio de acordo com o que p pe-
de o mercado, o que ex exige a nossa legis-
lação.
O contador, além de atender aos aspectos
legais, também possui conhecimentos rre-
levantes para uma boa gestão, pois é ele o formador de opiniões para as tto-
madas de decisões. Contudo, “precisa o co contador
tador entender as reais necessida-
necessid
des e anseios do produtor (clie
(cliente/empregador)
te/empregador) e, ainda conhecer muito bem a
atividade rural a qual irá adm
administrar”.
O resultado de sua gestão não dependerá somente de seu trabalho, de sua
capacidade em administrar a (s) propriedade (s), pois a influência de fatores
externos,
ternos, podem tanto contribuir quanto prejudicar a atividade rural. Entende
Entende-se
por fatores externos condições
ondições climáticas, pragas ou até mesmo o próprio me mer-
cado haja vista que, a atividade rural está sujeita diretamente à lei da oferta e
da procura.
Seus produtos além de não possuírem marcas, são perecíveis, o que obriga o
produtor a entregá-los a qualquer preço caso não os venda rapidamente. Com
isso, podem surgir consequentes perdas e, prováveis falências.
A contabilidade rural visa fornecer informações precisas para se tentar evitar ao
máximo algumas dessas situações acima. Cabe ao contador, conhecendo o
negócio como um todo, orientar da melhor forma possível quanto às ações pr pre-
ventivas e corretivas, minimizando assim os riscos de eventuais prejuízos ffi-
nanceiros.
A atividade rural ganha força com a criação de cooperativas rurais
Para auxiliar os produtor
produtores
es rurais quanto às vendas de seus produtos, foram
criadas inúmeras cooperativas das quais visam à intermediação na negociação
entre produtores e compradores. As cooperativas são pessoas jurídicas form
forma-
das por uma união de pessoas (cooperados) para alcança
alcançarr um objetivo em co-
c
49
mum. Ainda dispõem de benefícios fiscais, sendo tais benefícios, algumas i-
senções.
AGRONEGÓCIO SUSTENTÁVEL
50
conjunto de medidas para a adaptação às mudanças climáticas. Conclui que
estamos no caminho errado: a prioridade deve ser na qualidade da produção e
do produto e na distribuição dos alimentos, em vez do foco exclusivo na qua
quan-
tidade a ser produzida.
Entre outras tendências, o estudo também ressalta o risco da concentração da
produção e da distribuição da comida. Metade do que comemos vem do cultivo
de arroz, milho e trigo e um pequeno grupo de empresas domina o comércio
mundial de alimentos. Fina
Finalmente,
lmente, destaca a mudança na governança, em que
a dinâmica entre governos, o multilateralismo, o setor privado e a sociedade cci-
vil é bastante distinta de décadas passadas.
Os autores concluem que poucas empresas e ONGs tomaram a dianteira na
inovação e na busca de soluções para a agricultura sustentável, enquanto a
maioria dos outros atores ainda está batendo cabeça sobre em que direção ir e
o que fazer. Tal cenário reflete muito bem a situação do nosso País e a discu
discus-
são do Código Florestal é apenas um ind indicador.
icador. A conclusão é a de que é ne-
n
cessário equilibrar as forças entre o setor empresarial e o Estado, buscando iin-
tegrar políticas públicas e privadas que se direcionem para o bem público cco-
mum.
As nove áreas de consenso dos especialistas foram:
Pequenos e médios produtores organizados (com ê ên-
fase para as mulheres agricultoras) devem ser prior
priori-
dade para investimentos.
A meta da produção sustentável deve ser definida em
função da nutrição humana
mana em vez de ser focada sisim-
plesmente na ideia de produ
produzir mais.
51
Desenvolver políticas de produção de biocombiocombustíveis de
maneira descentralizada,
zada, evitando que estes substituam a
produção de alimentos. As políticas d devem se somar para
promover a segurança alimentar e energética, contribuindo
para diversificar e restaurar as paisagens rurais.
Medir de maneira inteligente e transparente os resultados
rumo à sustentabilidade. O estudo adverte que pouco se
medem os impactos das mudanças em curso no campo, o que não nos permite
tomar decisões adequadamente.
Desenvolver e adaptar as instituições públicas e privadas para que possam
responder eficazmente ao novo paradigma da sustentabilidade.
Incentivar e recompensar os investimentos e sistemas de negócios que resu
resul-
tem em impactos mensuráveis para o bem público.
Vale a pena darmos visibilidade aos dilemas. As áreas em que não há consen-
conse
sos entre os especialistas sobre o rumo da sustentabilidade da agr
agri-
cultura e dos alimentos ficaram organizadas em sete perguntas:
A segurança alimentar será mais garantida pela produção em
larga ou pequena escala?
Qual deve ser o papell das corporações no sistema alimentar?
Quais tecnologias entregarão de maneira efetiva uma segurança a-
limentar sustentável?
Qual deve ser o equilíbrio entre sistemas intensivos de uso de químicos e prát
práti-
cas agroecológicas?
Qual pode ser o papel dos transgênicos para a segurança alimentar?
Quanta biodiversidade deve haver nos sistemas de produção agrícola?
Como se adaptar à crescente demanda por proteína animal?
Como o comércio pode afetar a segurança alimentar dos países? Qual o equ
equi-
líbrio entre produção
odução e consumo local e o comércio global?
O relatório é categórico: a situação como está (business as usual) não é uma
opção para o alcance da agricultura e a alimentação sustentáveis. Adiciona que
um "esverdeamento" parcial não é suficiente, sendo neces
necessária
sária uma visão am-
a
pla e sistêmica e a reconstrução do setor com novas tecnologias e políticas. O
papel da extensão rural e do cooperat
cooperativismo
vismo é colocado como central, na con-
co
tramão da situação brasileira, em que mu
muitas cooperativas
rativas viraram revendas de
52
insumoss e os produtores são assistidos
por técnicos de multinacionais de e
empre-
sas de agroquímicos
cos e sementes
sementes.
Finalmente, a governança é recorrente em
todo o estudo, com muitos dest
destaques para
a busca do equilíbrio entre o papel do EEs-
tado e do setor empresarial. Estes são vistos
tos como complementares ao invés
de antagônicos. Contudo, o indicativo é o de que os defensores do liberalismo
estão em menor quantidade do que a antes,
tes, pois neste aspecto a conclusão é a
de que mercados eficientes e equitat
equitativos são criados por governos fortes e não
por mercado auto-regulados.
regulados.
Os desafios são enormes, mas a única opção é enfrentá
enfrentá-los
los e o Brasil está
numa posição privilegiada para ser protagonista neste processo. Além da sitsitu-
ação especial de disponibilidade de terras e condições naturais para produzir, é
líder em pesquisa e inovação na agropecuária tropical.
O País conta com um setor produtivo em que a vanguarda está presente,
mesmo que ainda convivendo lado
lado-a-lado
lado com o arcaico. Nossa sociedade civil
é organizada e aos poucos est
estáá despertando para a importância do campo pa-
p
ra a sua vida e para o projeto do nosso País. A grande lacuna ainda está na
desconexão e contradições das políticas públicas que devem criar as cond
condi-
ções para a construção de uma nova agropecuária.
Somente alcançaremos a condição de líderes quando as políticas passarem de
setoriais para sistemáticas e coordenadas. O estudo deixa evidente a impo
impor-
tância de integração de políticas econômicas, sociais e ambientais, que vão da
saúde e educação à infraestrutura e comércio. Não há fórmula para isto, mas o
que sabemos é que tratar cada tema separadamente gera enormes contrad contradi-
ções, perda de energia e muitas dificuldades para o avanço rumo ao desenvo
desenvol-
vimento sustentável.
53
Um caso de sucesso: empreend
empreendedorismo
edorismo feminino no campo.
54
José Cazzetta, exemplo de superação de desafios
55
José Carlos de Oliveira e o cultivo de cogumelos in natura
Em Pinhalzinho, São Paulo, produtores apostam na fungicultura de co
cogumelos
em natura para competir com o mercado
chinês. Atualmente, o país oriental re
res-
ponde por 70% do consumo nacional de
cogumelos cozidos em conserva, dando
espaço para os produtores bras
brasileiros ex-
plorarem o mercado com o pr
produto natu-
ral. José e um grupo de agricu
agricultores já
registraram o crescimento de quase
7.000% em um ano.
Com o acompanhamento da Agência Paulista de Tecnologia dos Agroneg Agronegó-
cios, hoje 80% da produção é comercial
comercializada
zada in natura, reduzindo os gastos
com mão- de -obra.
obra. Os bons resultados e
estão
tão possibilitando que os produtores
aumentem também a produção de outras espécies, como o Portobello. Com
planejamento e dedicação, os produtores reduziram os custos de cultivo e a au-
mentaram a rentabilidade em 40%.
57
Exemplo de Turismo Rural
A produtora rural Solange RossatoLavratti diz que se surpreendeu com tam
tama-
nha procura em tão pouco tempo. “Est“Esta-
mos muito felizes. Nunca imagina
imaginamos que
seria tão rápido. Hoje já estamos até rei
rein-
vestindo na propriedade para atender a-
inda melhor os nossos visitantes”, decl
declara
a integrante do roteiro que recebe, em
média, três grupos por mês.
O turismo rural tem permitido uma renda
complementar ao trabalho
abalho dos agricult
agriculto-
res, não apenas com a visitação, mas também com a venda de produtos col
colo-
niais;
“Não tínhamos um norte e o Sebrae nos deu a direção, nos orientou e ajudou
ajudou-
nos em todas as fases do projeto”, diz o secretário.
Crianças e adultos
58
Novos atrativos estão a caminho
Para envolver mais famílias e permitir que o turista fique mais tempo na cidade
a Rota contará com a inclusão de novas propriedades. Elas estão em fase de
adequação e capacitação para receber os turistas e em breve também estarão
abertas à visitação.
Segundo a consultora credenciada ao Sebrae
Sebrae-SC
SC Karla Hall, responsável pelo
projeto, a proposta é que as novas propriedades ofereçam opções diferenci
diferencia-
das para o turista, tornando o destino ainda ma
mais
is interessante e atrativo.
“Essa ampla e diversificada participação é foco do nosso projeto e só está se
sen-
do possível graças à parceria com o governo municipal que tem sido o grande
animador do processo”, ressalta a consultora, ao enfatizar a importância d
do po-
der público na realização do turismo nas cidades.
As visitas acontecem por meio de agendamento e, a critério do visitante, ppo-
dem incluir também almoço e café rural nas propriedades. O valor sobrado é de
R$ 5 por local visitado, o almoço custa R$ 15 e o café rural R$ 20, ambos são
servidos em sistema de buffet livre e contam somente com alimentos produz
produzi-
dos pelos produtores rurais.
60
Orgânicos desidratados garantem sucesso de agricultores familiares
Casal trocou advocacia e imobiliária pela produção rural
Brasília - Nascido e criado no campo, o
casal Norma Sueli Martins
tins Siqueira, de
56 anos, e Eurípedes Almeida Costa,
de 60, decidiu, há pouco mais de uma
década, voltar às origens. Eles troc
troca-
ram o escritório de advocacia e a im imo-
biliária
ria que tinham por uma área de
dois hectares no Núcleo Rural SobrSobra-
dinho dos Melos, no Paranoá (DF).
“Encontramos a terra limpa e começ
começa-
mos a plantar um pomar e espécies do cerrado. Hoje, temos uma verdadeira
agrofloresta”, conta orgulhosa a agricult
agricultora.
Com o apoio da Emater e do Sebrae no Distrito Federal, em 2004, o casal se
iniciou na agricultura familiar, auxiliado também por um dos filhos, que é agr
agrô-
nomo e oferece suporte técnico. Fora isso, os agricultores fazem praticamente
tudo a quatro mãos. “Quando precisamos, contratamos trabalhadores tempor temporá-
rios”, explica Norma. Foi assim que ssurgiu,
urgiu, há cerca de oito anos, a Desifrut,
empresa que produz e entrega, diretamente ao consumidor final, alimentos o or-
gânicos desidratados. Certificada com três selos, o negócio oferece frutas –
mamão, limão, laranja, jaca e banana
–, vegetais – berinjela, abobrinha e
tomate – e condimentos – manjericão,
orégano, alho, salsa, cebolinha e cco-
entro.
“Percebemos que os produtos in natnatu-
ra tinham um grande percentual de
perda e, para fugir desse desperdício,
encontramos os processos de des desi-
dratação, que é a conse
conservação
rvação mais antiga da humanidade. Passamos a fazer
cursos e a buscar suporte técnico p para
ra conhecer mais esses produtos. Vimos
que eles tinham
nham o mercado que pr procurávamos”,
curávamos”, acrescenta a produtora rural.
Por meio do Sebrae no DF, os agr agricultores participam, desde
esde o início do em-
e
preendimento,
to, de cursos, palestras, feiras, eventos e consultorias – tendo sido
a mais recente
cente sobre o redesign da marca. “Estamos com um rótulo lindo”, cco-
memora Norma, que nos últimos anos nos esteve presente, como fornecedora, a
eventos como
mo Agrobrasília e Alime
Alimenta, entre muitos outros.
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Atualmente, os produtos da Desifrut são comercializados no galpão da agricu
agricul-
tura familiar na Ceasa, na Torre Digital e em diversas feiras do DF. Em algum
tempo, deverão estar também disponíveis na internet. “Sabemos que esse é o
futuro e estamos começando a negociar com um site especializado em venda
de produtos naturais”, completa Norma, que já foi segunda colocada na edição
do DF do Prêmio Mulher de Negócios, categoria Produtora Rural. “Nosso pr pro-
duto é pequeno
ueno e tem qualidade. Não queremos atropelar as coisas. Prete
Preten-
demos crescer aos poucos em vendas pela internet e para os governos, mas
sem dar passos maiores do que podemos”, completa.
Na receita de sucesso do casal, ela elenca trabalho, amor à terra, ded
dedicação,
estudo e boas parcerias, especialmente com o Sebrae no DF. “O Sebrae m mu-
dou a maneira de vermos nosso produto. Aprendemos sobre como chegar ao
cliente e atendê-lolo melhor. Cursos, consultorias e outros treinamentos ampli
amplia-
ram nossa visão do que é pro produção,
dução, comércio, intercâmbio e gestão do negó-
neg
cio, o que foi primordial para nosso crescimento”, conclui Norma Sueli Martins
Siqueira.
Sucesso na Ovinocultura
A agropecuarista Denise Pereira Azenha, 40 anos, e o esposo, Marco Antônio
Righi, 40 anos, relataram suas expexpe-
riências de trabalho aos visitantes que
passaram
saram pelo estande do Senar
Senar-RS
na Expointer. O espaço destinado a
expor
por o trabalho diário dos produtores
disponibilizava painéis com imagens
da propriedade
dade do casal, e os instr
instru-
mentos de trabalho:o: a roca e um fre
free-
zer com demonstração
monstração de cortes ov ovi-
nos. Junto ao técnico do Senar, o ccasal sal demonstrou aos visitantes a maneira
m
como se transforma a lã bruta em fios finos e grossos através da roca e, pôde
apresentar também as formas de cortes da carne e as embalagens.
Marco Antônio destaca a gratificação de ter atuado no estande do Senar
Senar-RS:
“Foi uma excelente oportunidade mostrar o nosso trabalho às pessoas, pois
nos gerou mais experiência pessoal e profissional”.
O casal provou ser possível conciliar a mão-de-obra
obra de cortes ovinos e também
a se especializar no comércio de produtos derivados da criação de ovelhas. Os
dois optaram por sair da capital há oito anos e a se dedicar à criação de ov
ove-
lhas na propriedade que era do pai de Denise, na Fazenda CaixCaixa d’ Água, no
município de Dilermando de Aguiar, região Centro
Centro-Sul
Sul do Rio Grande do Sul.
O casal nunca havia atuado no setor, e decidiu cuidar da produção de carne o-
62
vina e investir na tecelagem de lã para fabricação de xergões (tecido de lã ou
pelego de ovelha,
velha, que se coloca ao lombo do cavalo, logo abaixo da carona) e
linhas finas.
O rebanho de ovelhas na propriedade soma 400 cabeças das raças Crioula,
Texel e Black Texel, e os dois administram uma empresa para comercialização
de vestuários com marca pró
própria
pria e a base de lã. A partir da percepção de que
muitos produtores de gado próximos ao município necessitavam do xergão,
Denise tomou a iniciativa de se especializar na fabricação e na venda deste
produto.
O casal ingressou no Senar
Senar-RS em 2007 e hoje já totaliza 20 treinamentos fei-
fe
tos. “Logo que comecei os cursos do Senar eu percebi que era isso mesmo o
que eu queria fazer na minha vida”, afirma Denise. Aprendeu a manusear os
ovinos, a retirar a lã cuidadosamente sem lesionar o animal, a utilizar o ting
tingi-
mento
ento natural de lã com produtos oriundos de plantas e a ter uma visão ampla
de seu empreendimento.
Denise afirma que sua base de tecelagem e de criação de ovelhas teve comcome-
ço no Senar, pois anteriormente ela não possuía os conhecimentos profundos
a respeito
o dos cuidados e da comercialização do animal. O casal ressalta a iim-
portância do aprendizado dos cursos que vão desde a avaliação corporal dos
animais, do controle de verminose, no manejo da pastagem até os cursos de
lã, que hoje é o produto finalda fazend
fazenda.
a. A visão de negócio permitiu que se
especializassem na venda de produtos derivados da criação da ovelha. A pr pri-
meira colocação no Concurso Estadual de Artesanato em Lã e pele Ovina re rea-
lizado durante a Expointer nos anos de 2007 e 2009 é resultado desse es
esforço.
Hoje o produto carro-chefe
chefe da Fazenda Caixa d’ Água é a produção e comerccomerci-
alização da lã de linha fina, que resulta na fabricação de tricô e crochê, da ma
mar-
ca denominada “Da Fazenda”. Junto com o marido, produz também cortes de
ovinos e comercializa no município. Em quatro anos, os produtores aument aumenta-
ram sua produção de 60 xergões ao ano com um rebanho estimado em 500 a-
nimais, para 350 mantas ao ano com um rebanho de 800 ovelhas. Em 2009
sua produção de fios finos tinha um resultado de 250 kg ao ano e neste ano já
chega a 400kg.
O casal aprendeu por meio dos cursos do SenarSenar-RS
RS o manejo dos animais, a
tosquia, a utilizar o tingimento natural de lã com produtos a base de plantas,
permitindo uma visão de qualidade para o seu negócio. “Posso afirmar que a
minha base de tecelagem de lã e de criação de ovelhas se iniciou no Senar”,
ressalta Denise.
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REFERÊNCIAS
Abrapa
Administradores.com
Agricultura.gov
Agow Negócios
Avicultura Industrial
Brasil.gov
BRDE - O Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul
Canal Rural
Cidasc SC
CI Orgânicos
CPT
Clic RBS
Conab
Dinheiro Rural
Editora Gazeta
UEL
Emprapa
G1.com
Geografia Opinativa
IBA – Instituto Brasileiro de Arvores
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Jacto
Jornal Noti Serra
MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Mundo Educação
Portal Contábeis
Portal Educação
64
REDES – Revista de Desenvolvimento Regional
Revista Globo Rural
Rural News
Santander Negócio & Empresas
Seagro Tocantins
StartAgro
Successful Farming
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