Você está na página 1de 3

Temas de Direito Ambiental

Unidade 1

Princípios de Direito ambiental: são normas jurídicas que funcionam como


mandados de otimização da proteção do meio ambiente (frequentemente
positivados na legislação ambiental, cuja a aplicação requer uma situação
concreta que pretende regular)
1. Principio da *sustentabilidade ambiental: é o princípio estruturador do
direito ambiental, a sustentabilidade não trabalha sozinha, precisa do poder
público e da sociedade civil sendo cooperativos um com outro (art. 225 CF -
todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado)
*sustentabilidade ambiental é tridimensional: dimensão econômica,
ambiental (precaução e prevenção) e social (consumo), trabalham juntos!
Nossa interpretação (Ignacy Sachs): A sustentabilidade ambiental depende de
planejamento (DT) do desenvolvimento econômico, que considere tanto a
necessidade de proteção do meio ambiente para presentes e futuras gerações,
quanto a importância de “inclusão social” que respeite a diversidade cultural
(DC) e não se resuma ao acesso ao consumo
a) Principio da Prevenção: o poder público deve agir de forma a garantir que as
intervenções do meio ambiente se façam de forma a reduzir ao máximo as
formas de dano ao meio ambiente, por meio de estudos do impacto ambiental
(medidas anteriores ao DANO CONCRETO), são causas bem conhecidas
“mais vale prevenir do que remediar”. Fundamento legal: Lei 6938/81 art 2º, art.
225 CF/88
b) Princípio da Precaução: não se tem certeza objetiva/cientifica da ocorrência
do dano mas existe a probabilidade de existir o dano (medidas anteriores ao
NEXO CAUSAL), ausência de prova científica do dano “in dubio pro ambiente/
na dúvida”. Fundamento Legal: Declaração do rio de janeiro de 1992
obs1: ambos são princípios de precaução/proteção e estão descritos na lei
obs2: não se confundem com o principio da responsabilidade ambiental (Lei
9605/98, 7347/85, 6938/81) que ocorre quando ja ocorreu o dano.
c) Principio de Poluidor Pagador: prestação de dar e fazer, o poluidor é
responsável pelos os custos causados pela a sua atividade ou
empreendimento. “pollution prevention pays, proteção ambiental atuando
anterior ao dano”
(Entendimento do STF ADI 3378/DF 2008: o empreendedor deve passar a
medida que sua atividade é danosa)
IMPORTANTE: não dá o direito do empreendedor de poluir
d) Principio de Usuário Pagador: prestação de dar, quem usa recursos
naturais tem que pagar, sendo assim, compensadas por serem recursos de
cada vez mais escassas (ex: uso racional da água a princípio n se paga água
se paga apenas pelo o uso), tem a finalidade a racionalização do uso dos
recursos naturais, arrecadando recursos para o meio ambiente.
PROBLEMA: “privatização” dos recursos.
obs: não se pode confundir com a responsabilidade ambiental, vai se opor a
natureza do dano, indenizando e reparando o dano ambiental da poluição.
e) Principio da Responsabilidade ambiental: quando o dano ja ocorreu, objetiva
com risco integral, não a possibilidade de excludentes.

Teses de Direito ambiental do STJ (aplicação dos princípios)

 Princípio da precaução: Declaração do rio de 92 sobre meio ambiente e


desenvolvimento sustentável “a garantia contra os riscos potenciais que,
de acordo com o estado atual do conhecimento, não podem ser ainda
identificados” RISCOS POTENCIAIS.
Como deve ser aplicado: é dever do Estado aplicar medidas preventivas, de
acordo com a sua capacidade, onde existam ameaças de riscos serios ou
irreversiveis (NÃO SERÁ UTILIZADA A FALTA DE CERTEZA CIENTÍFICA
TOTAL, em termos de custos)
Componentes básicos: incerteza grave analisada na avaliação de risco; na
avaliação de risco, varias alternativas do produto e do processo, devem ser
estudadas e comparadas; o ônus da prova cabe a pessoa que propôs a
atividade; a decisão deve ser democrática, e ter a participação dos
interessados no produto ou processo.

 Direito adquirido a poluir (INEXISTENTE): não há direito adquirido a


poluir ou degradar o meio ambiente, o proprietário não tem permissão
para continuar de praticas vedadas pelo legislador (REsp 117255-3/PR)

 Dever de proteção do meio ambiente (OBRIGAÇÃO PROPTER REM): o


novo proprietário assume o ônus de manter a preservação, tornando-se
responsável pela reposição, mesmo que não tenha contribuído para o
desmatamento (Art. 18 parágrafo 1º do código florestal de 1965)

Competência Ambiental
Os entes federativos têm o poder de polícia de fiscalizar as atividades que
geram riscos ao meio ambiente (art 21 a 25 e 30 da CF/88)
 competências ambientais administrativas exclusivas da união (art. 21,
incisos XIX, XX e XXIII):
 competências ambientais privativas da união (art. 22 incisos IV, XII e
XXVI):
 competência administrativa comum (art. 23): fiscalização do meio
ambiente
Lei 9605/98, incisos VI,VII e XI (fiscalização): proteção do meio ambiente e o
combate à poluição em qualquer de suas formas. Registro, acompanhamento
e fiscalização das concessões de direito de pesquisa e exploração de
recursos hídricos e minerais no território da unidades federativas (União,
Estados-membros, Distrito Federal e Municípios)
Artigo 216, incisos III e IV e artigo 23 da CF/88 (proteção cultural): proteger
documentos, obras de artes e outros bens de valor histórico, artístico e cultural,
monumentos, paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos e para
IMPEDIR a sua evasão, descaraterização e a destruição de obras de artes e
outros bens de valor histórico, paisagístico e cultual.
Inciso IX do artigo 23 (proteção do meio ambiente artificial): promoção de
programas de construção de moradias e a melhoria das condições
habitacionais e de saneamento básico.
- Infração administrativa ambiental (art.70): toda ação ou omissão que viole as
regras jurídicas de uso, gozo, proteção e recuperação do meio ambiente.
IMPORTANTE: tecnicamente os municípios não tem competência específica
do meio ambiente; a justiça federal compete discutir os crimes de direito
ambiental
- Competência para legislar o direito ambiental é concorrente e abrange as três
unidades federativas, união, estados membros, distrito federal e municípios.
Analisar como o STF tem visto essas competências.

Você também pode gostar