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UNIVERSIDADE ANHANGUERA-UNIDERP

CENTRO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

CURSO - PEDAGOGIA

6º Semestre

EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E EDUCAÇÃO EM AMBIENTES


NÃO ESCOLARES

Celina de Fátima Ferreira Da Silva RA 396072

Atividade Prática Supervisionada (ATPS)

entregue como requisito para conclusão

da disciplina” Educação Profissional

e Educação em Ambientes não Escolares”

sob a orientação da professora-tutora à

distância Kate Oliveira.

GOIÂNIA, ABRIL
2015

1. Introdução

O presente relatório é resultado de pesquisa bibliográfica sobre


educação profissional e educação não formal, e tem como objetivo
apresentar a relevância desses métodos, além de contribuir na

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capacitação de profissionais da área e convida-los à olharem para outras
maneiras de atingir o educando.

É necessário que o processo de ensino aprendizagem passe


constantemente por inovações e o profissional de educação necessita
disponibilidade para utilizar novos recursos buscando favorecer o
aprendizado dos seus alunos. Há busca por compreender esses conceitos
possibilitam aos profissionais da área uma reflexão abrangente e sobre
novas maneiras de ensinar. É sabido que ensinar perpassa a fixação dos
termos científicos; é promover uma mudança comportamental, é buscar
que o aluno participe de situações ricas de experiências, de modo que o
mesmo consiga forma sua bagagem cognitiva.

A educação fora do ambiente escolar apresenta um caráter


complementar à educação formal, é organizada e estruturada sem a
obrigatoriedade de seguir um currículo pré-definido baseado nas normas
e diretrizes do governo federal.

Podemos perceber nesse novo cenário no qual estamos inseridos que


o conceito primário de educação sofre mudanças e não se restringe
apenas ao processo ensino-aprendizagem em ambientes escolares
formais. Libaneo (2005) afirma:

De fato, vem se acentuando o poder pedagógico de vários agentes educativos


formais e não-formais. Ocorrem ações pedagógicas não apenas na família, na
escola, mas também nos meios de comunicação, nos movimentos sociais e
outros grupos humanos organizados, em instituições não-escolares. Há
intervenção pedagógica na televisão, no rádio, nos jornais, nas revistas, nos
quadrinhos, na produção de material informativo, tais como livros didáticos e
paradidáticos, enciclopédias, guias de turismo, mapas, vídeos e, também, na
criação e elaboração de jogos, brinquedos. (LIBÂNEO, 2005, p. 27).

A construção dessas atividades não é tarefa tão simples, porém


totalmente possível para profissionais comprometidos com o ensinar, e

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foi com esse sentimento de inovar o processo de ensino aprendizagem e
fomentar novas perspectivas para educação que nos motivamos a
realizar esse trabalho, buscando entender o assunto do ponto de vista
teórico e prático.

2. Desenvolvimento

O novo cenário da educação se abre no século XXI com novas


perspectivas, mas deixa uma história regada com transformações e
modificações. A crise no sistema de ensino se perpetua até a realidade em
que se encontra a sociedade. A educação ajuda a transformar a situação de
miséria, em diversos âmbitos, promovendo acesso daqueles que são vistos
como os excluídos, o que possibilita a mudança para uma sociedade mais
justa e igualitária. Para Gohn (2001:

Os efeitos da crise econômica globalizada e a rapidez das mudanças na era da


informação levaram a questão social para o primeiro plano, e com ela o
processo da exclusão social, que já não se limita à categoria das camadas
populares. (GOHN, 2001, p.09)

A educação, em suas diversas modalidades, tem o objetivo de


transformar cenários e reduzir situações excludentes. Freire (2000) orienta
que a educação é um instrumento para mudar o mundo que torna a se
transformar, pois esse processo não finaliza. Isso leva ao desenvolvimento
de um espírito crítico que não deve ser deixado de lado ou esquecido após
as transformações visto que assim evitará novas opressões.

No que se refere a educação não-formal podemos perceber que se trata


de um processo que se realiza em diversos e diferentes ambientes.
Conforme apontado por Gohn (1999) citado por Falcão:

À educação formal é aquela desenvolvida nas escolas, com conteúdo


previamente demarcados; a informal como aquela que os indivíduos aprendem
durante seu processo de socialização – na família, bairro, clube, amigos etc.,
carregada de valores e culturas próprias, de pertencimento e sentimentos

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herdados; e a educação não-formal é aquela que se aprende “no mundo da
vida”, via os processos de compartilhamento de experiências, principalmente
em espaços e ações coletivos cotidianos. (Falcão: 2009, p. 18)

Sendo um processo educacional organizado fora da lógica do sistema


regular de ensino, a educação não-formal necessita ter ações bem
estruturadas com objetivos claros e bem definidos que são resultantes de
um processo flexível.

Com um conteúdo definido a partir da vontade e das necessidades das


pessoas envolvidas não conferem graus ou títulos aos seus participantes,
apenas podem conceder certificados de aprendizagem obtida, por isso, são
oferecidas por diversas instituições, tanto formais quando sociais. Pode
compreender programas educacionais que disponibilizam cultura em geral,
competências para o trabalho, competências para a vida, alfabetização de
adultos e educação básica para crianças fora da escola.

Com as transformações advindas da globalização e do processo de


informatização tanto no contexto do trabalho, como na vida pessoal, a
estrutura e as necessidades da sociedade moderna modificaram-se e fez
com que essa mesma sociedade tivesse que se reorganizar para conseguir
responder às mudanças, inclusive no campo educacional. As necessidades
vieram de diferentes demandas como: formação, ambientes, profissionais
qualificados, valorização de novos conhecimentos, socialização entre
outros, porém expandindo essas demandas de todo modo recai sobre o setor
educacional uma vez que a família e a escola não são capazes de suprir
sozinhas essas necessidades por se tratar de uma função social.

A educação não formal é caracterizada principalmente por esta


direcionada em quem aprende e não em quem ensina, fazendo com que o
educando construa seus conhecimentos a partir da prática e da relação com
o contexto local dos mesmos, por isso sua estrutura é fortemente

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influenciada pelos participantes na definição do currículo e na maneira a
ser trabalho, sendo bastante flexível. Os agentes educadores nesse processo
são os que estão em volta do educando a família de maneira geral, os
amigos, os vizinhos, colegas de escolas, grupo religioso, os meios de
comunicação e outros.

Vale ressaltar que os diferentes processos educacionais precisam se


complementar, ou seja, apesar de apontar e oferecer possibilidades
diferentes das escolares por serem flexíveis e contextualizadas com a
realidade dos educandos, a educação não-formal não deve tomar para si a
responsabilidade de todo o processo de desenvolvimento educacional.
Nesse caso, estaria contribuindo, inclusive para o aniquilamento da escola
pública e para despreocupação do poder público para com o setor.
O importante é compreender os espaços educativos, seus conceitos e
suas metodologias como mais uma forma de transformação do sujeito e da
sociedade, exigindo responsabilidade e envolvimento de todos os
envolvidos no processo.
Segundo Brandão (1985)
Ninguém escapa da educação. Em casa, na rua, na igreja ou na escola, de um
modo ou de muitos todos nós envolvemos pedaços da vida com ela: para
aprender, para ensinar, para aprender-e-ensinar. Para saber, para fazer, para ser
ou para conviver, todos os dias misturamos a vida com a educação.
(BRANDÃO, 1985, p.07)

Quando pensamos de maneira abrangente nos processos


educacionais como um todo, podemos perceber várias instituições ou
movimentos, contudo para fins de elucidação não podemos confundir e
nem deixar de mencionar o Associativismo e os projetos sociais. Também
contribuem com formação social do indivíduo e buscam a mudança de
cenários sociais.

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O Associativismo é qualquer iniciativa seja ela formal ou informal
onde um grupo de pessoas ou empresas tem interesses incomuns. É fruto da
mudança de sociedade e dos novos padrões de exigência que geram anseios
inerentes da própria época em que vivemos e que nem sempre se referem a
questões materiais, indo além, tais como, segurança, saúde, educação ente
outros, sendo primordiais a todo indivíduo e, portanto, para toda sociedade.
Partindo da premissa de que todo ser humano tem necessidades e objetivos
que são individuais e ao mesmo tempo muitos deles são comuns, e com
base nesse raciocínio que o associativismo surge, pois consiste
basicamente, na união de pessoas que buscam os mesmos ideais.
Do ponto de vista histórico, as associações de interesses comuns
partindo de grupos de pessoas é antiga, mas só a partir de 1990 é que o
ideal ganhou consistência, mormente a vida desse ponto de vista está
presente em muitas áreas da sociedade visando contribuir para o
crescimento social com equilíbrio e estabilidade. Ao longo dos tempos o
conceito tradicional de desenvolvimento deu lugar ao conceito de
desenvolvimento local, integrado e sustentável, abrangendo variáveis
econômicas, culturais, políticas, sociais e ambientais.
Nesse cenário podemos fazer relação com os projetos sociais que tem
uma perspectiva de desenvolvimento local e social sob concepções e ideias
que emergiram de uma problemática e que visam uma mudança da
realidade coletiva. Com base em dados históricos do movimento do
associativismo, podemos perceber importantes descobertas no que diz
respeito à participação em movimentos sociais urbanos, que incluem os
movimentos de bairros organizados por entidades (associação de
moradores, movimentos comunitários, conselhos comunitários entre
outros) e os movimentos por lutas específicas (saúde, educação, moradia,
transporte entre outros) que se tornaram projetos.

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O associativismo é uma alternativa viável quando há a possibilidade
de se trabalhar com autogestão, sem a necessidade do acompanhamento de
alguma instituição. De maneira geral os projetos sociais carregam consigo
o ideal do associativismo, pois trabalham mostrando que o caminho para
uma vida melhor seja na escola, na sociedade ou na família é o
envolvimento de todos no desejo coletivo de transformação. Ressaltamos a
importância dos projetos no seu aspecto de formador profissional,
principalmente no que diz respeito às comunidades com famílias de baixa
renda, cuja as ações são suma importância para mudar a realidade local,
que muitas vezes são desfavoráveis.
Feitas algumas considerações acerca dos projetos ou movimentos
sociais urbanos, a influência do associativismo faz-se presente de maneira
considerável por isso, desenvolver projetos sociais pode ser uma tarefa
tanto do governo, de ONG’s como de associações, e necessita ter uma
avaliação de eficácia, para que se possa saber se seus objetivos estão sendo
alcançados e deve ser a base para a continuidade ou possíveis mudanças em
sua estrutura.
As atividades educacionais em ambientes não formais são marcadas
por ações participativas e de trabalhos em equipe. Pensando em uma
situação educacional com essas características apresentamos a seguinte
proposta que tem como público alvo jovem de 15 a 19 anos de
comunidades carentes da cidade de Goiânia, as ações de formação
aconteceram de forma presencial, serão utilizadas metodologias dialógicas
e participativas que se materializaram em oficinas, curso e seminários entre
outras estratégias de vivência formativa, buscando potencializar trocas de
saberes, conhecimentos e experiências, dando oportunidade a
problematização e a construção coletiva de soluções que auxiliem no
enfretamento dos desafios locais.

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Trabalhando com essa perspectiva o conteúdo escolhido para ser
abordado no processo formativo tem ações de intervenção na realidade
local, envolvendo sensibilização e a mobilização de todos os envolvidos
para efetivação do projeto. Para formulação, execução e controle social do
mesmo será produzido relatório que buscam conhecer os principais
problemas e desafios a serem superados, entender suas causas e efeitos,
para que assim possamos criar estratégias contextualizadas e capazes de
sanar e trazer as melhorias necessárias, além de indicar as áreas com maior
vulnerabilidade social bem como as necessidades prioritárias dos jovens.
O Plano de Ação é um instrumento que vai possibilitar o
desenvolvimento das ações planejadas, por isso, quanto mais informações,
pontos de vistas e amplo envolvimento dos agentes educadores e os
educandos, melhor será a capacidade de identificar e analisar as
problemáticas e as qualidades das ações, que subsidiarão o Plano de Ação
que é um instrumento que qualifica e orienta todas as ações, definindo
prioridades, metas, indicadores de mudança, recursos necessários,
responsáveis e possíveis parceiros.
A temática para essa vivência será a Violência e os Conflitos, que
tem como objetivo fazer com que os jovens reflitam sobre o contexto de
violências em que crianças e adolescentes estão inseridos, o envolvimento
com mesmo, maneiras como evitar o possível envolvimento, casos de
ameaças de morte e o tráfico de armas e drogas e violência doméstica.
Com a utilização de cartazes, revistas e jornais será proposta que os
jovens reflitam sobre os diversos tipos de violência tanto corporal como
verbal e busque maneiras de entender a questão de causa e efeito e como
evitar tais comportamentos.
O processo avaliativo será de maneira contínua, no decorrer e ao
final das ações, considerando a participação e se os resultados planejados
foram alcançados.

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A educação não formal é caracterizada por atividades de vivência e
prática, é muito utilizada em na educação profissional, que é uma formação
que busca ensinar um ofício – incluindo curso livres técnicos do ensino
médio e superiores tecnológicos. Com um aprendizado específico e
dominando a técnica do fazer, muito jovem vem buscando essa formação,
fazendo com que o mercado de trabalho tivesse que se remodelar.
Com grande aceitação desses profissionais por parte das empresas,
cresce cada vez mais a procura por curso com desse nível, levando em
consideração que os jovens da sociedade atual estão, em sua maioria,
ansiosos por aprender fazendo. Frutos de uma sociedade imediatista, curso
com metodologias que visam a formação profissional pela prática e
aprendizado de um ofício, os alunos atuam especificamente em sua área de
formação.
Podemos perceber que grandes foram as contribuições da educação
não formal para nossa sociedade. Com grandes mudanças advindas da
globalização e da era do conhecimento conhecimentos práticas, voltadas
para realidade de cada função enriqueceram a mão-de-obra e o mercado de
trabalho ganhou inúmeros profissionais melhores capacitados.
Possibilitando os educandos oportunidade de ter um aprendizado rico
em conhecimento prático, dinâmico e considerando o seu cotidiano e
ambientes como espaço de aprendizado, podemos perceber alunos
motivados para aprender.
Tudo o que permeia a educação não formal se bem trabalhado traz
grandes benefícios. No Brasil cresce muito a procura por cursos técnicos ou
profissionalizantes, reflexo de uma sociedade com novos padrões de
necessidades.
O indivíduo busca oportunidades imediatas e que se encaixam com
seus anseios para o futuro e as empresas estão absorvendo esses
profissionais, que em sua maioria, já tem conhecimentos práticos e não

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precisam de treinamento para aperfeiçoar ou em alguns casos, para
aprender.

(Acervo: Google) (Acervo:


Google)

Muitas são as contribuições da educação não-formal no cotidiano da


sociedade atual, podemos perceber essas questões observando as
cooperativas que se formam em todo de um serviço como costureiras,
artesãs, feirantes de verduras entre outras. Formação que exige aprendizado
prático sobre a atividade profissional.

(Acervo: Google) (Acervo: Google)

É importante que a sociedade e modo geral perceba a educação não


formal, como uma maneira diferente de ensinar mas que, não está apartada
da educação de modo geral, sua atuação é especifica do sentido de oferecer
maior oportunidade na utilização recursos práticos, cujo o objetivo e fazer
com que o individuo aprenda.

Respeitando o educando e sua maneira de aprender, a educação não


formal busca de maneira integral socializar e valorizar o educando se

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utilizando de suas habilidades, competências e de seu ambiente, para que o
mesmo se sentindo parte integrante do processo se envolva e aprenda.

(Acervo: Google)

3.Conclusão

Entender sobre o que está se passando na sociedade atual é


suma importância para todos os profissionais. A educação é a base
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que deverá sustentar todas as mudanças, de modo que estas sejam
solidas e que resultem em avanços para o indivíduo e a sociedade
como um todo.
Justamente por se tratar de um assunto que tem grande
impacto na sociedade é que a educação não formal precisa ser
entendida em sua integralidade, possibilitando que agentes
educadores e educandos falem a mesma língua e se entendam para
não acontecer à supervalorização de uma categoria em detrimento da
outra.
Como dois métodos que se completam, a educação formal e a
não formal, trazem metodologias diferenciadas, que se trabalhadas
de maneira assertiva contribuem significativamente com o
crescimento e desenvolvimento do sujeito.
Portanto seja na educação profissional ou mesmo no ensino
livre, vale ressaltar a responsabilidade que os profissionais precisam
ter com o ato de educar, independente da metodologia utilizada o que
realmente faz a diferencia é o educador, esse tem papel de suma
importância com o educando.
Independente de permitir que o educando consiga construir seu
aprendizado ou se o mesmo tem atividades definidas por currículo,
de todo modo requer do profissional da educação conhecimento,
engajamento e vontade de que o educando aumente seus
conhecimentos, sabendo que seu trabalho repercutira não somente da
vida do sujeito mais como para toda sociedade.

Bibliografia

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BRANDÃO, C. R. O que é educação. São Paulo: Abril Cultura;
Brasiliense, 1985.
FRANTZ, Walter. Desenvolvimento local, associativismo e
cooperação, 2002.
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1980.
GOHN, M. G. Conselhos gestores e participação sociopolítica. 2. ed.
São Paulo: Cortez, 2003.
______. Educação não-formal e cultura política. 3. ed. São Paulo:
Cortez, 2005. ______. Movimentos e lutas sociais na História do
Brasil. São Paulo: Loyola, 1995.
______. Movimentos sociais e educação. 5. ed. São Paulo: Cortez,
2003.
______. O protagonismo da sociedade civil: movimentos sociais,
ONGs e redes solidárias. São Paulo: Cortez, 2005.
______. Teoria dos movimentos sociais. 4. ed. São Paulo: Loyola,
2004.

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