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Penhorabilidade de bem de família “luxuoso”

1. O superior Tribunal de Justiça se manifesta de forma contrária à


penhorabilidade de bens de família luxuosos. Prepondera-se o
entendimento de que o imóvel servir de residência para a família é
suficiente para torná-lo impenhorável, conforme disposto no art. 1º da lei
8009/90. (Resp. 1.178.469). Vale citar julgado recente que reafirma a
posição jurisprudencial em que o ministro Marco Buzzi diz o que é
considerado luxo, grandiosidade ou alto valor “estão no campo nebuloso
da subjetividade e da total ausência de parâmetro legal ou margem de
valoração”. (Resp. 1.351.571).
2. Apesar de não existir previsão que distingue bem de família “comum”
para bem de família luxuoso em nosso direito pátrio, diferentemente de
outros códigos civis como o chileno, uruguaio e venezuelano, insta
salientar que a redação dada a seguinte matéria é contrária aos
princípios da proporcionalidade e dignidade humana. O bem jurídico
tutelado (imóvel de família luxuoso) não deveria se preponderar de tal
modo que frustre, em qualquer possibilidade, o direito de credor de obter
compensação pelo dano sofrido. Observa-se que não está protegendo o
direito de padrão mínimo de vida, mas está preservando uma condição
financeira bem elevada aos custos de credores que possivelmente não
compartilham do mesmo padrão de vida.

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