Maquiavel nunca chegou a escrever a sua frase mais famosa: "os fins
justificam os meios". Mas com certeza ela é o melhor resumo para sua maneira
de pensar.
Segundo Bodin, a soberania pode ser exercida por um Príncipe (caracterizando uma
monarquia), por uma classe dominante (caracterizando uma aristocracia) ou pelo povo
inteiro (seria uma democracia). Mas, ela só' pode ser efetiva na monarquia, porque esta
dispõe da unidade indispensável à autoridade do soberano.
Nos livros I e II, Bodin estabelece a natureza do Estado como tal, sua finalidade,
seu fundamento na família, a cidadania, e as formas possíveis que o Estado pode
assumir
No livro IV, como também em parte do V, não está preocupado com a teoria,
mas com a prática do governo. Discute as revoluções, quais as suas causas,
como evitá-las. Fala da habilitação aos cargos e dos critérios de nomeação dos
funcionários.
No livro VI aborda o papel da Igreja, dizendo que ela tem um dever e um lugar
dentro do Estado.Neste último volume retorna à origem divina do poder,
dizendo que o microcosmo deve refletir o macrocosmo, e assim, uma vez que o
universo está sujeito à única majestade de Deus, assim a sociedade está sujeita à
única e soberana majestade do príncipe.
O “LEVIATÔ,
*É preciso que cada um não faça aos outros o que não gostaria que fizessem a si.
*Todos os homens são naturalmente iguais, mas essa igualdade baseia-se no desejo
universal da auto preservação.*Os homens não vivem em cooperação natural, como
fazem as abelhas ou as formigas. O acordo entre elas é natural; entre os homens é
artificial. Os indivíduos só entram em sociedade quando a preservação da vida está
ameaçada. *A esperança constante chama-se confiança em si mesmo. *O medo dos
poderes invisíveis, inventados ou imaginados a partir de relatos, chama-se religião.
Nesse estado de guerra nada de bom pode surgir. Enquanto cada um se concentra na
autodefesa e na conquista, o trabalho produtivo é impossível. Não existe tranqüilidade
para a busca do conhecimento, não existe motivação para construir ou explorar não
existe lugar para as artes e letras, não existe espaço para a sociedade só "medo contínuo
e perigo de morte violenta".
Então a vida do homem nesse estado é, segundo a mais famosa frase de Hobbes,
"solitária, pobre, sórdida, brutal e curta".
O homem escolhe reconhecer um poder comum, contanto que seu vizinho faça o
mesmo, porque só tal coisa pode manter a ordem. Esse poder, então, tem a obrigação de
manter a segurança comum; sua ação é através da lei e sua expressão é força
incontestável. Pois à medida que o poder é repartido, o conflito vai surgir. E o Leviatã
esta para intervir a qualquer hora ou momento.
“Considerai o príncipe em seu gabinete. Dali partem as ordens graças as quais procedem
harmonicamente os magistrados e os capitães, os cidadãos e os soldados, as províncias e
os exércitos, por mar e por terra. Eis a imagem de Deus que, assentado em seu trono no
mais alto dos céus, governa a natureza inteira... Enfim, reuni tudo quanto dissemos de
grande e augusto sobre a autoridade real. Vede um povo imenso reunido numa só
pessoa, considerai esse poder sagrado, paternal e absoluto; considerai a razão secreta,
que governa to do o corpo do Estado, encerrada numa só cabeça: vereis a imagem de
Deus nos reis, e tereis idéia da majestade real".
No fim do século xvii, Jacques bossuet (1627-1704) exerceu grande influência, como o
teórico do absolutismo de Luís xiv. Na sua obra intitulada "a política segundo as santas
escrituras",
Bossuet admite que existiu outrora um estado de natureza. Para viver em
segurança, o povo se organizou, do ponto de vista político, e conferiu o poder supremo
a um soberano e aos seus descendentes legítimos. Surgiu, assim, a monarquia, que é a
mais comum, a mais antiga e também a mais natural forma de governo.
Entre os direitos que, segundo Locke, o homem possuía quando no estado de natureza,
está o da propriedade privada que é fruto de seu trabalho. 0 Estado deve, portanto,
reconhecer e proteger a propriedade. Locke defende também que a religião seja livre e
que não dependa do Estado.
Em sua obra "Ensaio sobre o Governo Civil", Locke defende os princípios liberais de
liberdade individual, direito à propriedade e divisão dos poderes do Estado. Ao
sustentar também o direito do povo a sublevação, fez a justificativa da Revolução
Gloriosa de 1688, que derrubou Jaime II e consolidou a vitória do Parlamento sobre o
Rei.
Tudo estaria perdido se o mesmo homem ou o mesmo corpo dos principais, ou dos
nobres, ou do povo, exercesse esses três poderes: o de fazer leis, o de executar as
resoluções públicas e o de julgar os crimes ou as divergências dos indivíduos”.
Com isso cria se um sistema chamado de freios e contra pesos, onde todos fiscalizam e
são fiscalizados, não podendo qualquer um que seja tornar um regime autoritário.
Também para Rousseau existe uma condição natural dos homens, mas é uma condição
de felicidade, de virtude e de liberdade, que é destruída e apagada pela civilização. É a
concepção oposta àquela de Hobbes. Para Rousseau é a civilização que perturba as
relações humanas, que violenta a humanidade, pois os homens nascem livres e iguais
(eis o princípio que vai se afirmar na revolução burguesa), mas em todo lugar estão
acorrentados.
A sociedade nasce, igualmente, de um contrato, ele apresenta a mesma
mentalidade comercial e o mesmo individualismo burguês. O indivíduo é preexistente e
funda a sociedade através de um acordo, de um contrato.
Rousseau viu o homem na natureza como sem moralidade, mas ao mesmo tempo sem
maldade; o homem é corrompido não pela natureza, mas pela posse da propriedade e
pela formação da própria sociedade civil. Ë a sociedade civil que é corrupta e a natureza
é um ideal pré-humano.
0 abade Sieyés foi autor de vários opúsculos que contribuíram para criar a consciência
revolucionária do Terceiro Estado. No panfleto "Qu 'est-ce que le Tiers Etat", ele fez
progredir o debate sobre a 1 forma de convocação dos Estados Gerais, quando indagava:
0 que é o Terceiro Estado? - Tudo. 0 que ele foi até agora na ordem política? - Nada. -
0 que ele quer? Tornar-se alguma coisa."
Tudo, para uma nação prosperar e preciso trabalhos particulares para sustentar a
sociedade, e funções publicas para administrar-la.
Algo, o povo quer ser algo, na verdade o mínimo possível; formula então
apenas três pedidos: ser representado por deputados verdadeiramente seus ; que se vote
por cabeça e não por ordem; ser também representados por pessoas ‘’maculadas’’, de
privilégios, togados e outros.
Burke nunca sistematizou o seu pensamento político, que só pode ser conhecido pela
leitura dos seus textos e discursos. Opondo-se desde cedo à doutrina dos direitos
naturais, aceitava contudo o conceito de contrato social a que lhe juntava a ideia da
sanção divina.
A sua principal obra, as Reflexões sobre a Revolução em França foram lidas por toda a
Europa, incentivando os seus dirigentes a resistir à Revolução Francesa.
Para Burke, a Revolução francesa baseava-se numa teoria, a teoria dos Direitos
Humanos, com preposições simples, universais e dogmáticas, que fazia apelo às leis da
razão, claras e indiscutíveis, que se justificavam a si próprias, e que levavam a pôr de
parte tradições e costumes sociais de séculos, para remodelar a sociedade de acordo com
um plano inteligível e racionalmente justificado.
Ora, para Burke, este racionalismo militante estava totalmente fora de lugar na atividade
política; a sociedade humana era demasiadamente complexa para ser susceptível de uma
compreensão racional simplista, e muito menos de uma alteração completa, ou mesmo
de uma interferência contínua. Burke deu origem ao Conservadorismo moderno, que
não é um conservadorismo do medo, do pessimismo, do pecado original, mas uma
filosofia política que tem uma visão positiva da função do estado e dos objetivo últimos
da sociedade humana; afirmando que se baseava, de uma maneira que fará escola nos
constitucionalistas românticos, e de acordo com o Espírito das Leis de Montesquieu, na
descrição fiel dos princípios tradicionais da vida política britânica.
OS “DISCURSOS À NACAO ALEMÔ, DE FICHTE (1807 – 1808)
No discurso a nação Alemã, sustenta Fichte que o motivo fundamental, pelo qual se
decide em favor do idealismo e não em favor do dogmatismo, isto é, do realismo, seria
prático, moral, em suma, uma questão de caráter. Dogmatismo significa passividade,
acomodação, fraqueza, debilidade; ao passo que idealismo, isto é, imanentismo,
significaria atividade, independência, liberdade, posse de si mesmo. E, de fato, este
motivo prático, moral, ficou sendo a base do idealismo posterior, que, portanto,
procurou a sua justificação teorética em uma metafísica monista-imanentista, e não em
uma metafísica transcendente e teísta.