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BACHAREL EM TURISMO
MATUPÁ-MT
2021
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MATUPÁ-MT
2021
3
CONSELHO EXAMINADOR
______________________________________
Fabio Vinícius de Araújo Passos
Universidade Estadual de Mato Grosso - UNEMAT
______________________________________
Jéssica Siqueira Luiz
Universidade Federal Fluminense - UFF
______________________________________
Roberta Leal Raye Cargnin
Universidade Estadual de Mato Grosso - UNEMAT
_______________________________________
Gabriel José Pereira
Universidade Estadual de Mato Grosso - UNEMAT
4
Dedicação
Resumo
O presente trabalho, faz reflexões sobre a acessibilidade em hotéis e pousadas tendo como
objeto de estudo, o hotel Green Palace localizado no município de Matupá – MT. O objetivo é
analisar a infraestrutura hoteleira com ênfase na acessibilidade para pessoas com mobilidade
reduzida. O estudo deu-se a partir da observação da existência de algum tipo de infraestrutura
relacionada aos serviços e equipamentos oferecidos pelo empreendimento, no qual também,
aplicou-se um questionário juntamente com a proprietária do hotel. Para isso, fez-se necessário
conceituar temas como turismo, hospitalidade, acessibilidade e apresentar a rede hoteleira do
município de Matupá, todos serviram de base bibliográfica para o estudo em questão. Um dos
resultados obtidos foi que, o hotel apesar de possuir uma infraestrutura nova, oferece
acessibilidade em apenas algumas áreas comuns de acesso (recepção, restaurante, sala de
reuniões) porém, não oferece nenhum tipo de acessibilidade em seus apartamentos. Ao final do
trabalho, foram propostas algumas medidas necessárias para melhorar a acessibilidade do
empreendimento.
Abstract
The present work reflects on the accessibility in hotels and inns having as object of study, the
Green Palace hotel located in the city of Matupá - MT. The objective is to analyze the hotel
infrastructure with an emphasis on accessibility for people with reduced mobility. The study
took place from the observation of the existence of some type of infrastructure related to the
services and equipment offered by the enterprise, in which also, a questionnaire was applied
together with the owner of the hotel. For this, it was necessary to conceptualize topics such as
tourism, hospitality, accessibility and to present the hotel chain of the municipality of Matupá,
all served as a bibliographic basis for the study in question. One of the results obtained was
that, despite having a new infrastructure, the hotel offers accessibility in only a few common
access areas (reception, restaurant, meeting room) but does not offer any type of accessibility
in its apartments. At the end of the work, some necessary measures were proposed to improve
the accessibility of the project.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 07
2. OBJETIVOS ...................................................................................................................... 08
3. JUSTIFICATIVA DA PESQUISA .................................................................................. 09
4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ................................................................... 10
5. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................ 12
5.1 Turismo .......................................................................................................................... 12
5.2 Meios de hospedagem ....................................................................................................13
5.3 Hotelaria ................................................................ ........................................................14
5.4 Hospitalidade ..................................................................................................................25
5.5 Acessibilidade como uma forma de Hospitalidade ........................................................26
5.6 Pessoas com mobilidade reduzida ..................................................................................28
6. FASE EMPÍRICA ............................................................................................................. 30
6.1 A cidade de Matupá como local de estudo .................................................................... 30
6.2 Pontos turísticos e eventos realizados em Matupá ........................................................ 31
6.3 Rede hoteleira Matupá ................................................................................................... 33
6.4 Empresa escolhida ......................................................................................................... 34
6.5 Considerações da etapa de campo ................................................................................. 34
7. RESULTADOS .................................................................................................................. 35
7.1 Resultados da revisão do hotel ...................................................................................... 35
7.2 A análise do Green Palace Hotel ................................................................................... 35
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 42
REFERENCIAS .................................................................................................................... 43
Apêndice 1............................................................................................................................... 45
7
1. INTRODUÇÃO
O turismo é um segmento em crescimento que cada vez mais permite que as pessoas
se mudem de suas casas para outros destinos, a fim de viajar para lazer e descanso, juntamente
com suas famílias e amigos. Alguns viajam para eventos, congressos, cuidados de saúde, etc.
Ao se mudarem de suas casas essas pessoas acabam precisando de um lugar para se hospedar,
hotéis.
Esses empreendimentos de hospedagem, conhecidos comercialmente como hotéis,
remontam aos tempos antigos, quando os viajantes, durante suas viagens, não tinham lugares
para descanso e comida. O próprio desenvolvimento do mundo tornou as acomodações simples
da época, tornando, posteriormente, um dos principais serviços oferecidos aos em trânsito
(CASTELLI, 2002).
O hotel, desta forma, pode ser definido como um meio de hospedagem para fornecer
apartamentos e acomodações individuais ou não, refeições como café da manhã, almoço e
jantar, equipamentos e serviços, para pagamento (CASTELLI, 2002). Ressalta-se que os
serviços prestados pela equipe do hotel são essenciais para que os hóspedes se sintam acolhidos,
já longe de suas residências, algo próximo à hospitalidade.
A importância da acessibilidade aplicada à hospitalidade é conscientizar o
empreendedor sobre essas pessoas, seja ela qual for, elas têm os mesmos direitos que os
hóspedes não deficientes, além do papel principal que é oferecer segurança, conforto e
autonomia a elas.
Esse é um tema a ser abordado na área de Turismo e, consequentemente, na
hospitalidade, considerando que as pessoas afetadas com algum tipo de deficiência fazem parte
da lista daqueles que também estão em movimento, de uma localidade para outra. Poder atender
esse público é a necessidade e obrigação de todos aqueles que prestam serviços turísticos.
É importância as empresas hoteleiras trabalharem com foco na deficiência pois, essas
pessoas estão cada vez mais procurando viajar e para isso precisam se hospedar e, os hotéis
devem estar preparados para recebê-las, dando toda a assistência a essas pessoas com
deficiência. A NBR 9050/2015 é composta por normas técnicas relacionadas a acessibilidade
de pessoas com deficiência (PcD), pessoas com mobilidade reduzida (cadeirantes) foi o foco
deste trabalho.
8
2. OBJETIVOS
3. JUSTIFICATIVA DA PESQUISA
4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
teses, entre outros. Por meio dessas bibliografias, o conhecimento sobre o tema pesquisado é
coletado.
Nesse sentido, a pesquisa bibliográfica abordará os temas escolhidos como referências
para o presente estudo: hospitalidade, hospitalidade e acessibilidade. Da mesma forma, na busca
de contribuir para o desenvolvimento do estudo, será desenvolvida uma etapa caracterizada pela
pesquisa documental, nos termos de Gerhardt e Silveira (2009, p. 37) é:
[...] que utiliza fontes mais diversas e dispersas, sem tratamento analítico, tais como:
tabelas estatísticas, jornais, revistas, relatórios, documentos oficiais, cartas, filmes,
fotografias, pinturas, tapeçarias, relatórios da empresa, vídeos de programas de
televisão, etc., e podem ser confundidos com pesquisas bibliográficas.
5. REFERENCIAL TEÓRICO
Para fornecer uma base teórica da pesquisa aqui proposta, considera-se pertinente
desenvolver uma etapa teórica, tratando de questões e conceitos relacionados ao Turismo;
Hospitalidade e Acessibilidade.
5.1 Turismo
Hotel padrão: Oferece aposentos mobiliados com banheiro privativo, para ocupação
eminentemente temporária, incluindo serviço completo de alimentação, entre outros.
1
Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10737368/artigo-23-da-lei-n-11771-de-17-de-
setembro-de-2008 . Acesso em: 21 de julho de 2021.
14
5.3 Hotelaria
O objeto de estudo “Green Palace Hotel” pode ser classificado como um hotel padrão
que conforme o Sistema Brasileiro de Classificação de Hospedagem (2010, p. 6), o hotel é:
"todos os estabelecimentos com serviço de recepção, alojamento temporário, com ou sem
refeição, oferecidos em unidades individuais e uso exclusivo dos hóspedes, mediante diária".
Segundo Pinheiro (2002, p.21):
Para Garvin (1992 apud TRICÁRICO, OLIVEIRA, ROSSINI 2017, p. 34) considera-
se também que o espaço físico dos meios de hospedagem como aparência do apartamento e
também o cheiro do ambiente, despertam sensações e sentimentos diversificados em cada
indivíduo, signos que também estão relacionados ao conforto e hospitalidade.
É importante ressaltar que a hospitalidade a nível nacional é dividida por diferentes
segmentos ou padrões de empreendimentos. A Portaria nº 100, de 16 de junho de 2011, trata da
matriz qualificada da indústria hoteleira nacional, divide os empreendimentos em 1*, 2*, 3*,
4* e 5*, explicando que só podem candidatar-se à classificação, para a qual os projetos
entendidos como: Hotel, Resort, Pousada, Flat, Hotéis Históricos, Hotel Fazenda e Cama e
Café.
Quando se trata de um empreendimento hoteleiro, em geral, um certo padrão é
mostrado em relação à sua setorização. Os empreendimentos terão uma setorialização mais ou
menos complexa de acordo com seu tamanho. Entre os principais setores estão:
Área Administrativa: Geralmente é estabelecida pela empresa responsável pelo hotel.
É a setorização, que compreende o Acolhimento, Centro de Reservas, Gestão, Administração
Própria. Vale ressaltar que o setor mais importante da área administrativa é o acolhimento, que
compreende o hall de entrada do hotel e também o balcão de atendimento e procedimento, onde
faz check-in e check - out, às solicitações de convidados em relação aos serviços das unidades
habitacionais. Eles são repassados à governança ou diretamente à camareira em serviços, além
de outras solicitações como serviço de quarto etc.
De acordo com os autores Andrade et al. (2005, p. 143) a recepção "deve estar
localizada em uma posição estratégica, ou seja, ser facilmente visível a partir da entrada
principal e permitir a visualização completa do acesso às áreas de hospedagem", que são os
corredores e elevadores, além do balcão.
O balcão deve ser viável e confortável, para que os hóspedes possam ter acesso às
informações desejadas, e aos funcionários, às condições e equipamentos indispensáveis à
prestação de serviços. Além de um balcão de atendimento para pessoas que coordenam o
espaço em questão precisa ter um contador que conheça essas pessoas, eles mesmos, os
deficientes.
Área de piso e unidades habitacionais: Esta é a área composta pelas acomodações dos
hóspedes, informalmente conhecidas como apartamentos. Enfatiza-se que a área das unidades
habitacionais é tecnicamente conhecida como piso tipo, que segundo Andrade, Britto e Jorge
(2005, p. 98) "são as primeiras a serem definidas no projeto", pois define as "dimensões,
instalações, layout dos móveis”, e isso deve entender as necessidades dos hóspedes
relacionados ao segmento em que o hotel foi projetado. Dentro do piso tipo estão localizadas
as unidades do tipo, definidas pelos autores mencionados acima (2005, p. 109) por "suíte - são
unidades maiores, com maior número de dependências, aproveitam áreas específicas do piso".
Basicamente essas acomodações podem ser definidas por padrões de conforto, como luxo,
superluxo, suíte master, suíte executiva, suíte presidencial, suíte júnior, lembrando que essa
área do empreendimento, precisa ter unidades adaptadas à pessoa com deficiência física, da
mesma forma a área destinada às unidades do tipo convencional.
Os apartamentos adaptados são recomendações do órgão regulador do turismo no país
e basicamente as seguintes recomendações: A porta do quarto deve ter uma largura útil mínima
de 0,80 metros; o piso deve ser uniforme, salientes e antiderrapante; o espaço de circulação
interna deve ter uma largura mínima útil de 1 metro; para a virada completa da cadeira deve
haver espaços livres no apartamento capaz de conter um círculo de 1,50 metros de diâmetro; o
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controle geral para o controle da luz do teto e outros equipamentos elétricos no apartamento
devem estar localizados ao lado da cabeceira da cama; os outros controles, interruptores e
tomadas devem estar localizados a uma altura máxima de 1,20 metros e um mínimo de 0,30
metros (ANDRADE et al. , 2005, p. 116).
Em relação aos móveis: Os armários devem ter portas deslizantes ou abertura de 180°;
as prateleiras e cabides devem estar a uma altura máxima de 1,20 metros e a prateleira mais
baixa a 0,30 metros do chão; a cama deve ter 0,52 metros de altura, ou seja, a mesma do assento
da cadeira de rodas; mesas e penteadeiras devem ter um vão livre que permita o acesso à cadeira
de rodas, ou seja, serão 0,70 metros de peso, largura mínima de 0,80 metros e profundidade
mínima de 0,60 metros; os pés de mesas e penteadeiras não devem ser centrais ou em forma de
cruz (ANDRADE et al. , 2005, p. 117).
Quanto ao banheiro: A porta privação do apartamento deve ter largura mínima de 0,80
metros; o piso do banheiro deve ser plano, antiderrapante e uniforme; o espaço interno gratuito
permitirá que a pessoa em uma cadeira de rodas acesse todos os equipamentos sanitários; o
banheiro deve ter uma cadeira de banho higiênica, o bidê deve ser substituído por um chuveiro
telefônico (ANDRADE et al., 2005, p. 117).
De acordo com Andrade et al. (2005, p. 119) o lobby deve transmitir a "imagem do
hotel, através da decoração, conforto e eficiência dos serviços proporcionará ao hóspede um
sentimento acolhedor". A área de lobby que tem a função de "receber hóspedes", deve ter acesso
claro e desimpedido de obstáculos, da mesma forma que deve ocorrer na entrada, ao lado dos
guisados, elevadores, para que os visitantes aguardem enquanto aguardam o tempo para serem
chamados para os procedimentos adequados de registro e liberação. Vale ressaltar que o acesso
a outros setores também precisa ser livre para mudar toda essa diversidade.
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Ainda conforme a NBR (9050/2020 (2020), quando o acesso à piscina é realizado via
banco de transferência, deve-se atender aos seguintes requisitos: ter altura entre 0,40 m e 0,48
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se possível, no térreo com fácil acesso, especialmente para a saída de pessoas em casos de
emergência, sendo igualmente acessíveis a partir do hall de entrada.
A sala foyer - localiza-se próxima a área de eventos, é utilizada nos intervalos das
sessões como local de inscrição, distribuição de crachás, material, mas também pode ser
utilizada na interconexão das salas/salas que integram as instalações ao evento. As instalações
de serviço devem se comunicar com as demais áreas de atendimento do hotel e sua localização,
em relação aos quartos/quartos, deve ser oposta ao foyer e às áreas de movimentação das
pessoas.
Ressalta-se que as áreas do evento precisam ser adaptadas - recebendo essas pessoas
sendo destinadas a encontros, palestras e entrevistas. As dimensões para cadeirantes,
mobilidade reduzida e pessoas obesas devem ser de pelo menos 0,80 m até 1,20 m e estar a 0,30
m do encosto para o lado. As pessoas que sofrem de deficiência visual, se acompanhadas por
um cão-guia, devem pagar perto do espaço específico para o animal próximo ao preferido e
suas dimensões de 0,70 m de comprimento, 0,40 m de profundidade e 0,30 m de altura (NBR
9050/2015).
Área de serviço: Este é o setor onde está localizada a lavanderia, entre tantas coisas,
projetada para lavagem e cuidado das enxadas do estabelecimento, bem como pertences
próprios. Assim, o setor de serviços deve ter fácil acesso aos funcionários hoteleiros, da mesma
forma que o fácil acesso a outros setores do serviço, relacionados às ações de limpeza das
unidades habitacionais, ao recebimento de bens como produtos de higiene, alimentos e bebidas,
etc. Em relação às lavanderias e instalações habitacionais, os hotéis geralmente têm quatro
setores operacionais: Uma destinada às roupas de hotel (cama, banho e linho de mesa), outras
que cuidam das roupas dos hóspedes, uma terceira para o trabalho de costura e, por fim, o quarto
setor onde são montados os carros que abastecem os apartamentos (ANDRADE et al. , 2015,
p. 158).
Dentre todos os ambientes apresentados, responsável pela configuração do universo
hoteleiro, é importante ressaltar que nem todos permitem o acesso ao hóspede. As áreas de
atendimento são a recepção, áreas públicas, unidades habitacionais e áreas de circulação,
alimentação e bebidas e área de lazer. Assim, esses locais precisam ser acessíveis a todos,
inclusive pessoas desabilitadas (independentemente de suas necessidades), sejam permanentes
ou de passagem, parciais ou totais.
Outro aspecto fundamental na hospitalidade diz respeito à qualidade na prestação de
serviços, lidar com a qualidade hoje é uma questão importante, principalmente porque a
compreensão da qualidade pode ser diferente entre uma pessoa e outra, podendo estar
24
relacionada ao preço, conforto, estrutura, localização, padrão, higiene, entre outras questões.
Daí a necessidade de as empresas buscarem sua excelência. Assim, espera-se que os
profissionais dessa área possam receber as demandas dos turistas, especialmente pessoas com
algum tipo de deficiência, fato que deve ser assumido pelos membros de toda a equipe.
Todos os serviços às expectativas e necessidades dos hóspedes. Caso contrário, a
experiência será desfavorável e negativa. Como já apresentado, a qualidade deve considerar
todo o sistema de hospedagem e não apenas um de seus aspectos e não correr o risco de haver
algum tipo de falha.
Atualmente, há um notável processo globalizador, que reflete inovação, tecnologias,
saúde, equipamentos eletrônicos, equipamentos turísticos e não muito diferente do setor de
hospedagem. Dessa forma, torna-se evidente a necessidade de o mundo dos negócios buscar
formas de ser mais competitivo.
deficiência têm o direito de passar por todas as áreas do hotel (áreas públicas e sociais, recreação
de alimentos e bebidas, eventos, etc.).
É de grande importância que os setores hoteleiros se adaptem a ela para se tornarem
acessíveis às dependências do empreendimento, especialmente aqueles com algum tipo de
deficiência e que requerem mais cuidado, atenção, segurança, conforto e bem-estar. Logo, a
própria liberdade e autonomia das pessoas com deficiência é um pressuposto básico da
hospitalidade.
5.4 Hospitalidade
De acordo com Dalpiaz et al. (2010, s/p) a Hospitalidade atual também é focada nos
sentimentos de todos os envolvidos no ambiente turístico. A preocupação vai além da qualidade
dos serviços e do conforto do turista. Busca a satisfação total do visitante.
Ao fundo, todos aqueles que viajam buscam, de alguma forma, qualidade e afeto
durante sua estadia fora do ambiente residencial. Pode-se dizer que o acolhimento é composto
por todos os esforços dos setores público e privado. "É evidente que a hospitalidade está
26
diretamente ligada às necessidades e desejos dos sujeitos, ou seja, o desejo do visitante de ser
bem recebido" (DALPIAZ et al., 2010, s/p).
Assim, como afirma Grinover (2006), a hospitalidade supõe acolhimento, sendo ela
uma das leis superiores da humanidade, uma lei universal no qual acolher significa permitir,
sob certas condições, a inclusão do outro no próprio espaço.
Esses sentimentos, deve abranger todos os grupos sociais, inclusive as pessoas
portadoras de deficiências, no qual necessitam de serviços específicos e de uma infraestrutura
diferenciada, proporcionando acessibilidade aos ambientes de maneira igualitária.
Em geral para esses usuários, a autonomia é uma das principais formas de prestação
de serviços hospitaleiros. As dificuldades encontradas são tantas que a autonomia acaba
superando inúmeros outros aspectos valorizados por aqueles considerados "não deficientes"
como estética, visão diferenciada, acesso, tamanho, etc. Assim, não há hospitalidade dissociante
da acessibilidade. A empresa ou estabelecimento quando se propõe a receber seu
cliente/hóspede, deve fazê-lo em todos os aspectos, ou seja, estrutura e serviços.
apenas ao comportamento. As pessoas com deficiências, além de respeito e afeto nas ações
comportamentais com o outro, precisam, sobretudo, de adaptações físicas espaciais, que lhes
permitam se sentirem incluídas podendo ter acesso livre aos diferentes espaços públicos ou
privados, dentre eles, os meios de hospedagem.
Segundo o Ministério do Turismo (2006) a acessibilidade é o meio básico para que
uma pessoa com deficiência ou mobilidade reduzida possa ter acesso seguro aos espaços,
equipamentos urbanos, edificações e transportes. Assim, as adaptações no meio físico são
necessárias. Serpa (2009), discute o turismo direcionado para as PDM como sendo aquele que
apresenta facilidade de acesso a um determinado destino ou atrativo turístico, proporcionando
acesso aos locais, adaptando o ambiente para essas pessoas, para que elas possam usufruir dos
espaços de maneira igualitária.
O Manual de Acolhimento e Acessibilidade das Pessoas com Deficiência às Empresas
e Equipamentos de Turismo, proposto pelo Ministério do Turismo (s/d), enfatiza que as pessoas
com deficiência estão divididas em: Incapacidade ambulatorial total: exigir que eles usem,
temporariamente ou permanentemente, uma cadeira de rodas; Incapacidade ambulatorial
parcial: o que lhes traz dificuldade ou insegurança dos movimentos, forçando-os, ou não, ao
uso de aparelhos e próteses ortopédicas; Deficiência sensorial visual: com perda total ou parcial
da visão, capaz de trazer insegurança ou desorientação; Deficiência sensorial auditiva: com
perda total ou parcial da audição, capaz de trazer-lhes insegurança e desorientação idênticas
(Manual de Acolhimento e Acessibilidade de Pessoas com Deficiência para Empresas e
Equipamentos Turísticos, s/d, p. 12).
Assim, pensar na acessibilidade em equipamentos turísticos e, não muito diferente das
instalações de alojamento, exige que todas as diversas formas de deficiência sejam consideradas
para preparar e adaptar os estabelecimentos. Essa condição deve ser bastante elevada, uma vez
que o que é mais evidente na hospitalidade é algum tipo de adaptabilidade às pessoas com
deficiência, especificamente. É importante lembrar que a incapacidade não se restringe à
impossibilidade/dificuldade de locomoção.
Uma vez que algumas áreas dos estabelecimentos são adaptadas e que, o serviço em si
é fornecido com maior preparação faz com que o cliente com deficiência se sinta mais acolhido
e respeitado, ou seja, ele notará as ações hospitaleiras proporcionadas pelo estabelecimento.
Essa condição explica que a hospitalidade tem um espectro mais amplo que vai além das
relações, mas que ainda faz parte da materialidade do espaço e dos edifícios.
28
2
Disponível em: https://educa.ibge.gov.br/jovens/conheca-o-brasil/populacao/20551-pessoas-com-
deficiencia.html. Acesso: 21 de julho de 2021.
29
Ressalta-se que a acessibilidade não está atrelada apenas aos equipamentos oferecidos
e adaptação da infraestrutura, mas também, ao atendimento de qualidade e a existência de
profissionais capacitados e empenhados para lidar com todos os públicos.
30
6. FASE EMPÍRICA
O município de Matupá possui uma área de mais de 5.000 km², com população
estimada em 2019 de 16.556 habitantes, com densidade populacional de 2,71 habitantes por
km. Matupá está localizada a 700 km da Capital do Estado, no entroncamento das BRs 163 e
322. A data de fundação de Matupá é 19 de setembro de 1984. A fundação é creditada à Família
Ometto, por meio da Agropecuária Cachimbo S/A.
O nome dado aos empreendedores (Matupá, em língua tupi significa "Floresta pela
Hidrovia") expressou o padrão urbanístico para adotar uma cidade que responderia às
condições de ecologia que naturalmente integradas à floresta e ao rio foram valorizadas e, ao
mesmo tempo, respondem às nossas tradições de viver na cidade. Cidade Florestal não só
Cidade Jardim, capaz de ser também o polo do processo de ocupação da região.
Assim, a paisagem regional e sua enorme cobertura vegetal de florestas foram penetradas por
áreas de colonização abertas à agricultura e pecuária, centros urbanos e estradas de penetração,
constituídas rodovias.
O município de Matupá foi instituído com o objetivo de atender à necessidade de
apoio e de uma grande região com rápido processo de desenvolvimento e foi planejada com o
objetivo de permitir a industrialização de produtos na própria região, onde há destinação nobre
ao projeto pecuário (Fazenda São José), contribuindo, por um lado, para a ocupação de vazios
característicos da região amazônica, sendo arquivado no INCRA o Projeto Urbano em março
de 1984. O mesmo, está localizado na região centro-oeste do Brasil, no estado de Mato Grosso.
De acordo com seu projeto de implantação, Matupá deve se tornar uma grande cidade,
com infraestrutura comercial, serviços, educação, saúde, comunicação, etc. Matupá é uma
cidade grande e planejada no estilo das cidades mais modernas, estilo de Brasília. As bases
urbanas da cidade foram concebidas pelos professores da Faculdade de Arquitetura e
Urbanismo da USP de São Paulo, Dr. Cândido Malta Campos Filho e Dr. Carlos Costa.
O município de Matupá foi elevado a distrito pela Lei nº 4.937 de 1985, quando ainda
pertencia ao município de Colíder, por meio da ADECOM (Associação de Desenvolvimento
Comunitário de Matupá), Matupá obteve sua emancipação político-administrativa, com a Lei
nº 5.317, de 04 de julho de 1988.
Há muitos nomes veneráveis que formam o elenco de desbravadores e pioneiros da
região, que não poderemos enumerar. Prestamos homenagem a todos os pioneiros de nossa
cidade jovem.
A cidade de Matupá possui uma das mais belas áreas de preservação ambiental dentro
do perímetro urbano da cidade e isso a diferencia dos demais municípios de Mato Grosso e a
eleva no potencial turístico, proporcionando a população e aos visitantes momentos de lazer,
recreação e entretenimento.
Réveillon
Natal Iluminado
Com o espetáculo de luzes, cores, decoração temática de anjos, estrelas, luas, trenó,
renas, pisca-pisca, presépio, árvore de Natal gigante, Casinha Encantada do Papai Noel,
encanta, emociona e revela para o Mato Grosso nossas belezas, cultura e hospitalidade.
DINA HOTEL
HOTEL CENTRAL
HOTEL DALLAS
HOTEL ALEMÃO
Ressalta-se que os hotéis aqui apresentados não representam a totalidade dos meios de
hospedagem na cidade de Matupá. Isso porque o município ainda possui estabelecimentos que
3
Disponível em: https://cadastur.turismo.gov.br/hotsite/#!/public/am-tourist/house acesso: 15 de dezembro
de 2020.
34
não possuem registros oficiais, algo ruim do ponto de vista do mercado e pensando na segurança
do usuário. Além disso, dado o tempo em que vivemos e acesso a redes de tecnologia, tem
havido uma oferta crescente de hospedagem por meio de sites de vendas que não
necessariamente acontecem em empresas de hospedagem.
A vistoria de campo no hotel foi realizada em dezembro de 2020. Não houve contato
com os hóspedes do hotel. O formulário teve como objetivo verificar se o hotel está de acordo
com as propostas da NBR 9050/2015, no que diz respeito à acessibilidade de cadeiras de rodas.
Os setores verificados foram: acesso ao empreendimento; áreas públicas e sociais
(salão); áreas públicas e sociais das áreas de circulação (corredor de unidades habitacionais); a
área da unidade habitacional PCD - pessoas com deficiência; área de banheiro das unidades
habitacionais PCD; área de alimentos e bebidas; área de lazer e entretenimento e área de
eventos.
35
7. RESULTADOS
O levantamento dos dados refletidos neste trabalho desenvolveu uma etapa de campo,
como já mencionado, que teve observação do pesquisador no estabelecimento. Desta maneira,
faz-se necessário, apresentar estabelecimento estudado.
GREEN PALACE HOTEL: O hotel foi inaugurado em 28 de março de 2019, com 42
unidades habitacionais, todos os apartamentos possuem varanda, ar condicionado, TV a cabo,
banco de trabalho, internet sem fio e telefone. Possui um auditório de até 60 lugares para
realização de palestras e celebrações, e também oferece uma sala privativa para até 15 pessoas
realizarem reuniões. Não há unidades habitacionais para pessoas com deficiência, é um prédio
vertical (mas sem altura relevante) com térreo e piso superior, de maior padrão.
Fonte: http://greenpalace.com.br/
O hotel consiste em rampas de acesso desde a entrada principal até os quartos do hotel.
Há também escadas que dão acesso ao andar superior, mas os hóspedes com mobilidade
reduzida são instalados no térreo. O hotel também tem espaço suficiente para esses hóspedes
se locomoverem sem obstáculos e podem desfrutar de todos os serviços oferecidos por lá.
36
Os móveis do setor são representados pelos balcões de apoio e mesas na área de lounge
que servem café da manhã. As mesas possuem cadeiras móveis que permitem uma adaptação
para cadeirantes.
Unidades Habitacionais
hóspedes com mobilidade reduzida, as camas possuem uma altura estruturada para hóspedes
não deficientes que de alguma forma constitui uma dificuldade de adaptação para esses
hóspedes. Portas deslizantes podem dificultar o acesso à varanda porque há uma lacuna entre o
degrau do quarto e a varanda.
Os corredores das unidades habitacionais são largos o suficiente para uma cadeira de
rodas se mover facilmente.
Por fim, conclui-se que apesar de o hotel Green Palace possuir uma infraestrutura nova
(fundado em 2019) e um ambiente espaçoso, o mesmo não atende as leis de acessibilidade.
Apenas algumas áreas comuns do empreendimento possuem adaptações sendo elas: rampas,
restaurante espaçoso com acesso fácil as guarnições, banheiro coletivo totalmente adaptado
(localizado no térreo). Ainda há pontos críticos como: o cadeirante não consegue ter acesso ao
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8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considera-se importante lidar com a acessibilidade, uma vez que este é um assunto
relacionado à dignidade do indivíduo e à sua autossuficiência. Quando há acessibilidade, os
indivíduos, independentemente de sua dificuldade, tornam-se capazes de se mover com
segurança e fisicamente, desfrutando das mesmas possibilidades que as pessoas não deficientes.
Quando se trata da realidade dos meios de hospedagem, a acessibilidade é um assunto
que precisa ser constantemente abordado. É um universo onde a variedade de perfis de
convidados é ótima.
O resultado da visita ao Green Palace Hotel mostrou que não atende a todos os
requisitos do manual de acolhimento e acessibilidade de pessoas com mobilidade reduzida.
Embora com algumas questões a serem pensadas e adaptadas, foi evidenciado que o hotel tem
muitos problemas já adaptados, não sendo difícil se adequar aos outros.
Foi identificada a necessidade de adaptação de algumas unidades habitacionais com o
intuito de torna-las acessíveis com condições de alcance manual e visual, e estar organizado
para não obstruir uma faixa mínima livre de circulação interna de 0,90 m de largura,
proporcionando área de manobra para acesso ao banheiro, camas e armários. Deve haver pelo
menos uma área, com diâmetro mínimo de 1,50 m, o que permite uma curva de 360°, e a altura
dos leitos deve ser de 0,46 m.
Dormitórios acessíveis com banheiros não podem ser isolados dos demais, mas
distribuídos por todo o prédio, por todos os níveis de serviços e localizados em uma rota
acessível.
Vale ressaltar, como limitação deste estudo, o fato de ter sido utilizada uma amostra
não aleatória, cujos resultados não podem ser generalizados para todos os meios de hospedagem
no município de Matupá.
Finalmente, espera-se que este trabalho possa ter como suas consequências mais
relevantes: a provisão, para os interessados em diagnosticar a realidade em seu meio de
hospedagem e que eles possam desencadear maior preocupação com as pessoas de mobilidade
reduzida.
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REFERÊNCIAS
ALDRIGUI, M. Meios de hospedagem. São Paulo: Aleph, 2007. (Coleção ABC do Turismo).
ANDRADE, N. et al. Hotel - Planejamento e Design. 8 ed. São Paulo: SENAC, 2005.
DAPLIAZ, R.C.C. et al. Hospitalidade no turismo: bem-vindo. Caxias do Sul, 2010, s/p.
MOLINA, S. O Pós - Turismo. Tradução Roberto Sperling. São Paulo: Aleph, 2004.
MARCONI, M.A.; LAKATOS, E.M. Fundação de metodologia científica. 5. ed. São Paulo:
Atlas S.A., 2003, 311 p.
MORAES, M.C. de. Acessibilidade no Brasil: Análise da NBR 9050. Universidade Federal
de Santa Catarina - Centro Tecnológico. Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e
Urbanismo. Florianópolis, SC, 2007, p. 16-65.
RAUPP, F.M.; BEUREN, I.M. Metodologia de pesquisa aplicável às ciências sociais. In.
BEUREN, Ilse Maria (Org.). Como elaborar trabalhos monográficos na contabilidade: teoria e
prática. São Paulo: Atlas, 2006, Capítulo 3, p.76-97.
Apêndice 1
QUESTIONÁRIO
3. Qual a percepção do Sr (a) quanto ao perfil da demanda (turistas / pessoas com deficiência)
no hotel?
4. O Sr (a) já atendeu alguma pessoa com deficiência física? Como foi a experiência?
5. Existe área acessível no hotel, bem como quartos e banheiros acessíveis além de placas de
sinalizações e vagas reservadas no estacionamento para pessoas com deficiência física?