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GEOMETRIA PLANA

Unidade II
5 GEOMETRIA PLANA

5.1 Quadriláteros

Imagine uma televisão de tela plana ou uma grande tela de cinema. Esses são alguns exemplos de
quadriláteros em nosso dia a dia. Por definição, um quadrilátero é um polígono de quatro lados.

É importante que sejam definidos claramente alguns elementos importantes em um quadrilátero.


Observe a figura a seguir:
C
D

Diagonal Lado

Ângulo Vértice
A B
Figura 63

AB, BC, CD e DA: lados do quadrilátero;


A, B, C e D: vértices do quadrilátero;
A^, B^, C^ e D:^ : ângulos internos do quadrilátero;
AC e DB: diagonais do quadrilátero. Uma diagonal é o segmento que une os vértices opostos, ou seja, não
consecutivos.

Com essas informações, seria possível identificar tais elementos no quadrilátero a seguir? Vamos
tentar?

Figura 64

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Unidade II

A soma dos ângulos internos de todo e qualquer quadrilátero será sempre 360°. Isso pode ser
comprovado facilmente, pois um quadrilátero equivale a dois triângulos.

No quadrilátero ABCD a seguir, observe que a diagonal (linha verde) divide o quadrilátero em dois.
Como sabemos, a soma dos ângulos internos de um triângulo é 180º; logo, a soma dos ângulos internos
do quadrilátero sempre será 360º. Não se esqueça de que também é possível verificar a soma dos
ângulos internos com a equação a seguir:

Si = (n - 2)180 (em que “n” representa o número de lados)

Portanto, para o quadrilátero, temos n = 4:

Si = (4 - 2)180º
Si = (2)180º
Si = 360º

Observação

É importante notar que, da mesma forma, os ângulos externos também


somam 360°.

C
D

A B

Figura 65

Lembrete

Um quadrilátero é um polígono de quatro lados.

Saiba mais
O geoplano é um material criado pelo matemático inglês Calleb
Gattegno. Constitui-se por uma placa de madeira, marcada com uma malha
quadriculada ou pontilhada. Em cada vértice dos quadrados formados,
fixa-se um prego, no qual se prenderão os elásticos, usados para “desenhar”
sobre o geoplano.

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O geoplano é um dos recursos que pode auxiliar o trabalho da


geometria, desenvolvendo atividades com figuras e formas geométricas,
suas características e propriedades, ampliação e redução de figuras,
simetria, área e perímetro. Confira o software de geoplano no link:
<http://www.inf.ufsc.br/~edla/projeto/geoplano/software.htm>.
Acesso em: 03 ago. 2012.

5.1.1 Classificação dos quadriláteros

Existem alguns quadriláteros que possuem lados paralelos. São eles:

• paralelogramos;
• trapézios;
• trapezoides.

Vamos estudar agora cada um deles.

5.1.1.1 Paralelogramos (lados paralelos, dois a dois)

Os paralelogramos são quadriláteros que têm seus lados opostos paralelos e congruentes. São
quatro: quadrado, retângulo, rombo e romboide.

A seguir há um resumo com as características desses paralelogramos. Leia com atenção, pois é
importante que seja capaz de distingui-los entre si.

Quadrado

Quatro lados iguais: AB = BC = CD = DA

Quatro ângulos retos: BAD = BCD = ABC = 90°


D C

A B

Figura 66

Retângulo

Lados iguais, dois a dois: AB = CD; AC = DB

Quatro ângulos retos: ABD = BDC = DCA = CAB = 90°

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C D

A B

Figura 67

Losango

Quatro lados iguais: AB = BC = CD = DA

Lados opostos paralelos: AB || CD e AD || BC

Ângulos opostos iguais: BAD = BCD; ADC = ABC


C

D B

Figura 68

Paralelogramo

Lados e ângulos iguais, dois a dois: AB = DC; AD = BC

Dois ângulos obtusos e dois agudos: BAD = BCD; ACD = ABC


D C

A B
Figura 69

Note que, ao prolongar os lados do paralelogramo, temos:

AB || CD; AD || BC
α + β = 180° interiores do mesmo lado
γ + δ = 180° interiores do mesmo lado
α = γ; β = δ

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D C
δ γ

a b
A B
Figura 70

5.1.1.2 Quadriláteros que não são paralelogramos

Dentre os quadriláteros que não são paralelogramos, encontramos o trapézio, um quadrilátero que
possui um par de lados paralelos que chamaremos de bases.

AB || CD = bases
AD; CB = lados
α + δ = 180°
β + γ = 180°
D C
δ γ

a b
A B
Figura 71

Os trapézios podem ser isósceles, retângulos e escalenos, dependendo de seus lados. Observe a seguir:

Trapézio isóscele: tem seus lados congruentes AD ≅ BC.


D C
δ γ

a b
A B
Figura 72

Trapézio retângulo: é aquele que tem um de seus lados perpendicular às bases e, portanto, forma
um ângulo reto (90°).
D C
δ γ

a b
A B
Figura 73

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Trapézio escaleno: é aquele que possui todos seus lados com medidas diferentes.
D C
δ γ

a b
A B
Figura 74

Quando um quadrilátero não possui nenhum lado paralelo, é denominado trapezoide. Nos
trapezoides podemos encontrar quadriláteros côncavos, ou seja, com ângulos interiores maiores de
180°. Alguns exemplos de trapezoides podem ser visualizados a seguir.
D D
δ δ
C
γ

b b
γ a B
B
a C A

A Figura 75

Lembrete
O trapézio é um quadrilátero que não é paralelogramo. Trapézios
possuem um par de lados paralelos, par este que chamaremos bases.

5.2 Polígonos regulares

Observe a figura a seguir, que mostra um favo de mel, que é composto de alvéolos de base hexagonal
bastante perfeitos. Com apenas 0,3mm de espessura, o alvéolo pode suportar um esforço de até trinta vezes
o correspondente ao seu peso. Um alvéolo, que constitui os favos, é formado, no total, por três losangos e seis
trapézios, possuindo a forma de um prisma hexagonal regular, uma verdadeira obra arquitetônica.

Figura 76

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Portanto, podemos dizer que o favo de mel é composto por polígonos regulares. Mas o que é um
polígono regular? É aquele que tem todos os seus lados e ângulos iguais.

Pentágono regular Hexágono regular Hetágono regular

Octógono regular Eneágono regular Decágono regular

Figura 77

Saiba mais
Para aprofundar seus conhecimentos sobre polígonos regulares leia o livro:
Geometria dos mosaicos, de Luiz Marcio Imenes e Marcelo Lellis. Editora
Scipione, 2000.

5.2.1 Propriedades dos polígonos regulares

Por definição, qualquer polígono regular é inscritível em uma circunferência e circunscritível a uma
circunferência. Nesse sentido, é muito importante que o aluno tenha claras as definições de inscrito e
circunscrito. Observe:

Circunferência circunscrita: em um polígono regular com n lados, podemos construir uma


circunferência circunscrita (por fora), que passa por todos os vértices do polígono e que o contém em
seu interior.

Figura 78

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Circunferência inscrita: em um polígono regular com n lados, podemos colocar uma circunferência
inscrita (por dentro), que passa tangenciando todos os lados do polígono e que está contida nele.

Figura 79

O apótema de um polígono regular é o segmento com uma extremidade no centro e outra no


ponto médio de um lado. A diagonal é um segmento que une dois vértices não consecutivos de
um polígono.

A seguir estão listadas algumas propriedades dos polígonos regulares que não poder ser esquecidas:

• em qualquer polígono, a soma dos ângulos externos é sempre igual a 360º;

• o centro de um polígono regular é o centro comum das circunferências inscrita e circunscrita


nele;

F B

Apótema
Ângulo
central O M

E C

D Ângulo
Raio interno

Figura 80

• chamamos ângulo cêntrico ou central de um polígono regular aquele que tem o vértice no
centro e os lados que passam pelos vértices consecutivos, formando ângulos congruentes, e pode
ser medido: ângulo central = 360/n, no qual n é o número de lados do polígono regular;

• em um polígono regular convexo, a área é determinada se multiplicamos o semiperímetro pelo


apótema;

• o hexágono é o único polígono regular que tem o lado igual ao raio. Essa é uma propriedade que
se verifica de forma simples, pois seus raios o dividem em seis triângulos equiláteros.
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O número de diagonais de um polígono regular é dado por:

d
n  3n
2

A medida de cada ângulo interno de um polígono regular é dada por:

360
  180 
n

Em que: a = apótema; n = número de lados.



C

B a
D
a
d
O
r
a

A E
Figura 81

É possível decompormos um polígono de n lados em n triângulos iguais. Nesse caso, a altura


correspondente a esses triângulos equivale ao apótema do polígono.

Lembrete
Um polígono regular é aquele que tem todos os lados e ângulos iguais.

5.3 A circunferência e o círculo

Quando observamos uma moeda, a circunferência é a borda, e o interior chama-se círculo.

Circunferência

Raio

Círculo

Figura 82

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É importante notar que os pontos da circunferência e os pontos que se encontram no interior dela
formam uma superfície a que chamaremos de círculo.

A circunferência é importante em praticamente todas as áreas do conhecimento, sendo também


muito utilizada na indústria.

Observação

A circunferência possui características não comumente encontradas


em outras figuras planas, como o fato de ser a única que pode ser rodada
em torno de um ponto sem modificar sua posição aparente.

5.3.1 Definição de circunferência

Circunferência é o lugar geométrico de todos os pontos de um plano que estão a uma dada distância
(chamada raio) de um determinado ponto (chamado centro). Um conceito correlato e próximo, porém
distinto, é o de círculo. A circunferência é o contorno do círculo.

A seguir, entre os itens 5.3.2 e 5.4, são apresentados alguns conceitos e as principais propriedades
relativas à circunferência.

5.3.2 Elementos da circunferência

Raio

As distâncias: OA = OB = OC = r; r = raio.

A
r
B r O

Figura 83

Diâmetro

É o segmento que une dois pontos da circunferência, passando pelo centro.

AB = diâmetro = 2.r

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O diâmetro equivale a duas vezes o raio.

r o r
A B

Figura 84

Corda

É o segmento que une dois pontos quaisquer da circunferência.

CD = corda

c
Figura 85

Arco

É a parte da circunferência compreendida entre dois pontos da mesma.

Arco

Figura 86

Ângulo central

É todo ângulo no qual o vértice é o centro da circunferência.

 é a região dos pontos A, B e de todos os pontos do plano que estão no interior


Arco menor de AB
do ângulo AO^B.

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A B
Figura 87

Semicircunferência

 é a reunião dos conjuntos dos pontos A,


É a metade da circunferência. Semicircunferência AB 
B e de todos os pontos do plano que estão num mesmo semiplano dos determinados pela reta AB .

o
A B

Figura 88

5.3.3 Posições relativas da reta e na circunferência

A seguir, estudaremos as posições relativas da reta e na circunferência, que podem ser: exteriores,
tangentes ou secantes.

Exteriores

São aquelas retas que não se cortam.

r
o

Figura 89

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Tangentes

Uma reta tangente a uma circunferência é aquela que intercepta a circunferência num único
ponto.

o P

Figura 90
Secantes

Uma reta secante a uma circunferência é aquela que intercepta a circunferência em dois pontos
distintos. Na figura a seguir, a reta r é secante.

r
A
o

Figura 91

5.4 Posições relativas de duas circunferências

A seguir, estudaremos as posições relativas de duas circunferências, que podem ser: exteriores,
interiores, tangentes exteriores, tangentes interiores ou secantes.

Exteriores

São circunferências que não se cruzam em nenhum ponto.

o o’

Figura 92

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Interiores

Não se cruzam em nenhum ponto.

o o’

Figura 93

Tangentes exteriores

São circunferências que se cortam num ponto (P).

o
P o’

Figura 94

Tangentes interiores

Cortam-se num ponto único (B).

o o’ B

Figura 95

Secantes

Cruzam-se em dois pontos, A e B.

A
o o’

Figura 96

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5.5 Potência

Considerando o ponto P e uma circunferência C de centro C, traçamos retas secantes a C que


passam por P. Essas retas definem em C os pontos A, B, D, E, F e G. Chama-se potência do ponto P
sobre a circunferência C e denota-se Potpc ao produto Potpc = PA . PB = PD . PE = PF . PG. A potência é
um caso de proporcionalidade inversa.
E

B
D C
A
P G
F

Pot Pc = PA . PB = PD . PE = PF . PG

Figura 97

5.6 Ângulos em uma circunferência

A seguir, apresentamos de forma resumida os teoremas envolvendo ângulos e circunferências.

C Ângulo inscrito numa


b
circunferência obedece à
O relação:
a
A B α = 2β

Figura 98

D Ângulo inscrito numa


C
semicircunferência é reto (90°).
A B
O ACB = 90º
ADB = 90º

Figura 99

C D Igualdade de ângulos
a b inscritos:

a = β
A ACB = ADB
B
Figura 100

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A Relação entre ângulos:


C
 
a b δ P 
2
D
B

Figura 101

D Todo quadrilátero inscrito


a C
b numa circunferência obedece
à relação:
ν
δ B a + γ = 180
A β + δ = 180
Figura 102

Relação de ângulo exterior


δ
a uma circunferência:

2δ a+β=δ

a b

Figura 103

C Ângulo interior:
D

a O   CD
AB 

A 2
B
Figura 104

Ângulo central:


a = AB
O
a

A B

Figura 105

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Ângulo semi-inscrito:
D B C
a
a = ângulo semi-inscrito

Figura 106

Ângulo ex-inscrito:

A a = ângulo ex-inscrito

a
C
B

Figura 107

6 ÁREAS E PERÍMETROS DE FIGURAS PLANAS

6.1 Áreas e perímetros

As figuras planas podem ser analisadas de forma mais elaborada quando temos condições de
mensurá‑las. Para isso, elaboramos um breve resumo que ajudará o aluno no cálculo de áreas e perímetros
dessas figuras. Tenha claro que perímetro é a soma das medidas de todos os lados, e a área é o número
que expressa a medida da superfície dessa figura numa certa unidade. As fórmulas permitem efetuar
com maior facilidade e rapidez esses cálculos.

Lembrete

Perímetro é a medida do comprimento de um contorno, e área é a


medida de uma superfície.

Triângulo qualquer

Perímetro do triângulo: soma dos três lados do triângulo.

P=a+b+c

Área de triângulo: em função dos lados e respectivas alturas.


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Unidade II

base . altura b . hb a . ha c . hc
=A = = =
2 2 2 2

Área do triângulo em função dos lados:


ab  c
Seja p  , logo, a área do triângulo é:
2

A  p  p  a  p  b  p  c 

c
a h

C b A

Figura 108

Triângulo equilátero

Perímetro do triângulo equilátero: soma dos três lados iguais do triângulo.

P=a+b+c=a+a+a=3.a

Área de triângulo:

base . altura a . h a a 3 a2 3
A    
2 2 2 2 4
C

a a

A B
a
Figura 109

Triângulo retângulo

Perímetro do triângulo retângulo: soma dos catetos e da hipotenusa do triângulo retângulo.

P=a+b+c
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GEOMETRIA PLANA

Área de triângulo:
base . altura a . b
=A =
2 2

c
a

C b A

Figura 110

Quadrado (quatro lados iguais)

AB = BC = CD = DA = a

Perímetro do quadrado: soma dos quatro lados iguais do quadrado:

P=a+a+a+a=4.a

Área do quadrado:

A = base . altura = a . a = a2

D a C

a a

A a B

Figura 111

Retângulo

Perímetro do retângulo:

P = a + b + a + b = 2 . (a + b)

Área:

A = base . altura = b . a

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Unidade II

C b D

a a

A b B

Figura 112

Losango

Perímetro: soma dos quatro lados do losango. Como temos quatro lados iguais:

AB = BC = CD = DA = a.

Perímetro: P = 4 . a

Área do losango:
d1  d2
A
2

a a

d2
D B
d1
a a

Figura 113

Paralelogramo

Lados e ângulos iguais e paralelos dois a dois:

P = AB + BC + CD + DA

Área:

A=b.h
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GEOMETRIA PLANA

D C

A b B

Figura 114

Polígono regular

Sendo:

n = número de lados
a = medida do apótema
l = medida do lado
p = semiperímetro

Seja um polígono regular de n lados, de medidas iguais a l e de apótema de medida a.

Perímetro = n . l

Área:
Pa
A  pa
2
Hexágono

3 3 2
A a
2

Perímetro: P = 6 . l
C

B a D
a
d
O
r
a

A E

Figura 115

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Unidade II

Áreas e perímetros de quadriláteros não paralelogramos

Trapézio

Perímetro: soma de todos os lados do trapézio:

P= AB + BC + CD + DA

Área do trapézio:

A
b1  b2   h
2

D b2
C

A b1 B

Figura 116

Áreas e perímetros da circunferência

As distâncias:

OA = OB = OC = r; r = raio

Perímetro da circunferência:

P=2.π.r

Área da circunferência:

A = π . r2

A
r
B r O

C
Figura 117

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GEOMETRIA PLANA

Saiba mais

Todo quadrado é também um losango, mas nem todo losango vem a ser
um quadrado, do mesmo modo que todo quadrado é um retângulo, mas
nem todo retângulo é um quadrado. O quadrado é um losango, que além
de possuir quatro lados iguais, com diagonais perpendiculares, ainda possui
todos os seus ângulos internos iguais a 90°. Por ser o quadrado um losango
e por ser o losango um paralelogramo, podemos utilizar, para o cálculo da
área do quadrado, as mesmas fórmulas utilizadas para o cálculo da área
tanto do losango quanto do paralelogramo.

Visite o site a seguir e estude um pouco mais sobre área e perímetro de


retângulos: <http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/handle/mec/5385>.
Acesso em: 06 ago. 2012.

Observação

Cuidado com as possíveis interpretações de áreas e perímetros de


figuras geométricas planas, pois são cálculos extremamente distintos, que
representam propriedades diferentes.

Resumo

Na geometria, as formas mais conhecidas são: triângulo, quadrado,


retângulo, paralelogramo, losango, trapézio e círculo. Nesta unidade,
estudamos os quadriláteros, os polígonos, as circunferências e o círculo.
Todas essas formas possuem fórmulas matemáticas para o cálculo da
medida de suas superfícies.

A utilização de conhecimentos geométricos para leitura,


compreensão e ação sobre a realidade tem longa tradição
na história da humanidade. É inegável a importância de
saber caracterizar as diferentes formas geométricas e
espaciais presentes na natureza ou imaginadas, através
de seus elementos e propriedades, bem como de poder
representá‑las por meio de desenho geométrico (FUVEST,
2003).

63
Unidade II

Finalizamos esta unidade nos dedicando às áreas e perímetros de


figuras planas. O cálculo de área de figuras planas corresponde a uma
parte importante na geometria, principalmente por ser útil na descrição,
representação e previsão quando se modela um problema real.

Exercícios

Questão 1. (prova de Matemática, Enade 2005).

Figura 118

Considere o retângulo Q0, ilustrado acima e a partir dele, construa a sequência de quadriláteros
Q1, Q2, Q3, ..., de tal modo que, para i > 1, os vértices de Qi são os pontos médios dos lados de Qi-1.
Representando por a (Qi ) a área do quadrilátero Q i , julgue os itens que se seguem.

I. A subsequência de quadriláteros Q1, Q3, Q5, ... correspondente aos índices ímpares, é formada
somente por paralelogramos.

II. O quadrilátero Q6 é um retângulo.


a(Qi ) 1
III. Para i  1, 
a(Qi1) 2
Assinale a opção correta.

A) Apenas um item está certo.


B) Apenas os itens I e II estão certos.
C) Apenas os itens I e III estão certos.
D) Apenas os itens II e III estão certos.
E) Todos os itens estão certos.

Resposta correta: alternativa E.

Análise das afirmativas:

I e II – Afirmativas corretas.

64
GEOMETRIA PLANA

Justificativa: construindo imagens de acordo com as regras do enunciado da questão, temos a figura
a seguir:

Q0

Q1

Q2 Q3

Figura 119 - Representação dos paralelogramos

De acordo com a figura 2, Q0, Q2, Q4, Q6,... são paralelogramos retângulos e Q1, Q3, Q5, Q7,... são
paralelogramos não retângulos. Todas as figuras são paralelogramos.

III – Afirmativa correta.

Justificativa: construindo um modelo para os dois primeiros paralelogramos Q0 e Q1, verificamos


que a área de Q1 é igual à área de Q0 subtraída de quatro triângulos retângulos congruentes
formados entre as figuras Q0 e Q1. Assim, para o retângulo Q0, com lados 2 e 4, a área é a(Q0)=8.
1. 2
A área de cada triângulo é = S = 1 . Como há quatro triângulos congruentes, a área de Q1 é
2
a(Q1) 4 1
a(Q1)=8-4.1=4. Ou seja, = = . Isso também é válido para as outras situações genéricas
a(Q 0 ) 8 2
a(Qi )
escritas como .
a(Qi−1)

Questão 2. (prova de Matemática, Enade 2005) Uma das fontes da história da matemática egípcia é
o papiro Rhind, ou papiro Ahmes (1650 a.C.). Constam desse documento os problemas a seguir.

Problema 1: Comparar a área de um círculo com a área de um quadrado a ele circunscrito. A seguinte
figura faz parte da resolução desse problema.

Figura 120

Problema 2: Exemplo de um corpo redondo de diâmetro 9. Qual é a área?

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Unidade II

A solução apresentada pelo escriba pode ser descrita como:

• remover 1/9 do diâmetro; o restante é 8;


• multiplicar 8 por 8; perfaz 64. Portanto, a área é 64.

O procedimento do escriba permite calcular a área A de um círculo de diâmetro d aplicando a


2
8 
fórmula A   d .
9 
Com base nessas informações, julgue os itens a seguir.

I. A figura do problema 1 sugere aproximar a área de um círculo à área de um octógono.

II. O procedimento, no problema 2, fornece uma aproximação para p, por excesso, correta até a 2a
casa decimal.

III. De acordo com o procedimento, no problema 2, a área do círculo de diâmetro d é igual à de um


8
quadrado de lado d.
9
Assinale a opção correta.

A) Apenas um item está certo.


B) Apenas os itens I e II estão certos.
C) Apenas os itens I e III estão certos.
D) Apenas os itens II e III estão certos.
E) Todos os itens estão certos.

Resolução desta questão na plataforma.

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