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CURSO

TÉCNICO EM ELETROTÉCNICA

EDUCAÇÃO AMBIENTE
Tecnologia e Meio Ambiente

Introdução

Este estudo visa a boa compreensão na área de processos de produção em


industrias e no meio onde o homem esta inserido.

Neste assunto colocaremos em pauta todos os aspectos do meio ambiente,


sua formação, sua subsistência, sua degradação devido a ação antrópica, ou
seja, o que estamos fazendo para degradar e/ou recuperar este meio no qual
vivemos.

O processo industrial engloba todas as industrias que estão envolvidas de


alguma forma, no atendimento do consumo e na demanda da população,
devido esta carência as industrias trabalham a todo vapor para o atendimento
destas necessidades e de alguma forma gera-se resíduos que deverão ser
dispostos e gerenciados para minimização de impactos ao meio ambiente.

Veremos que esta tarefa não é tão simples como parece, há exigências
quanto à disposição e tratamento de resíduos, que muitas vezes as indústrias
vêem nesta a impossibilidade de se adequar.

No processo produtivo há geração de resíduos liquido, gasoso e sólido, o que


fazer com estes resíduos gerados? Existe uma preocupação quanto a esta
geração e a sua disposição? O que fazer?

São perguntas que iremos responder a medida em que avançarmos com


nossos estudos.

Bem vindos ao Curso de Processos Industriais!!!

Introdução: Meio Ambiente e Poluição


De maneira simples, define-se Meio Ambiente como “tudo aquilo que nos
cerca”, englobando os elementos da natureza como a fauna, a flora, o ar, a
água, sem esquecer os seres humanos.

O conceito de meio ambiente é global e percebemos isso nas relações de


equilíbrio entre os diversos elementos.

Trata-se de uma área de conhecimento que envolve diversas disciplinas e


suas práticas exigem profissionais das áreas de educação, tecnologia,
administração, engenharia, biologia, física, química, geologia, etc.

Desde a Revolução Industrial, o meio ambiente tem sido alterado


intensamente pelas atividades humanas. Apesar da melhoria das condições
de vida proporcionadas pela evolução tecnológica, observam-se diversos
fatores negativos:

explosão populacional
concentração crescente da ocupação urbana
aumento do consumo com a utilização em maior escala de matérias primas
e insumos (água, energia, materiais auxiliares de processos industriais)
piora da qualidade de vida

Em conseqüência do aumento das atividades urbanas e industriais, agravou-


se a poluição, atingindo todos os elementos do meio ambiente.

Assim, definimos poluição como:


“degradação da qualidade ambiental, resultante de atividades que direta ou
indiretamente:
prejudiquem a saúde, a segurança e o bem estar da população;
criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
afetem desfavoravelmente a Biota (Conjunto de seres vivos de um
ecossistema);
afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões
ambientais estabelecidos”.

Esse conceito de poluição está presente na Lei 6938, de 31/08/81, que trata
da Política Nacional de Meio Ambiente.

Quando a poluição de um recurso resulta em prejuízos à saúde do ser


humano, dizemos que há contaminação.

Isto ocorre como resultado de processos poluidores que lançam no ambiente


substâncias tóxicas que causam prejuízos aos organismos.

1) Desequilíbrios globais
Muitos problemas ambientais do planeta foram provocados porque não foram
consideradas as relações que existem entre os elementos que compõem o
meio ambiente.

Um distúrbio no solo, num curso d’água ou no ar em um determinado local,


pode afetar um outro local de maneira complexa e inesperada. Por exemplo:

o desmatamento de florestas na Índia e no Nepal teve como conseqüência


enchentes catastróficas em Bangladesh;
a emissão de certas substâncias químicas na atmosfera por anos a fio
destruiu parte da camada de ozônio que protege a Terra;
o uso de combustível fóssil prejudica florestas em todo o mundo e contribui
para mudanças climáticas em todo o globo terrestre.

Alem disto, a degradação ambiental gera problemas políticos e econômicos


num país, influindo na qualidade de vida do seu povo.

Entre os problemas ambientais globais que vêm afligindo toda a humanidade


podemos citar alguns exemplos:

CHUVA ÁCIDA

A chuva ácida é provocada pelos óxidos de nitrogênio e enxofre, proveniente


de processos industriais e da combustão nos motores, lançados na atmosfera.
Esses óxidos gasosos contaminam a água da chuva. A acidez da atmosfera
provoca problemas de saúde, queima as plantas e deixa os lagos mais
ácidos, provocando a morte das plantas e dos animais aquáticos.
Há hoje leis internacionais que obrigam as indústrias a usar filtros contra
gases poluentes e os veículos atualmente são dotados de catalisadores.
Manter o carro bem regulado ajuda a diminuir a poluição do ar.

O mais grave da chuva ácida, que também ataca prédios e monumentos, é


que ela não conhece fronteiras. Os poluentes produzidos em um local podem
ser carregados pelos ventos centenas ou milhares de quilômetros de
distância.

Desta forma, passa a ser responsabilidade de todos adotar medidas que


previnam ou reduzam as emissões destes poluentes na natureza. Alguns
exemplos dessas medidas são:

a substituição do petróleo por fontes de energia não poluentes


(aquecimento solar, energia eólica etc.);
a redução do teor de enxofre nos óleos combustíveis;
Tecnologia e Meio Ambiente

medidas para diminuir o tráfego em aglomerações urbanas, tais como o


incentivo ao uso do transporte público e a implantação de rodízio de
veículos automotores.

EFEITO ESTUFA

A energia proveniente do Sol atravessa o espaço e a atmosfera terrestre na


forma de radiação. Em contato com a Terra, essa radiação transforma-se em
calor, aquecendo a Terra e sua atmosfera fornecendo as condições
necessárias à manutenção da vida no planeta.

A queima de petróleo e seus derivados e as queimadas das matas provocam


uma grande concentração de gás carbônico. Esse gás age na atmosfera de
modo semelhante ao vidro em uma estufa de plantas: deixa passar a radiação
solar e retém o calor, aumentando, gradativamente, a temperatura da Terra.

A mudança de temperatura da Terra provoca alterações climáticas que afetam


a agricultura e os ecossistemas. Nas áreas costeiras, podem ocorrer
inundações. Pode também tornar áridas e desérticas terras hoje produtivas.

Uma das maneiras de prevenir estes problemas é promover reflorestamento


de grandes áreas, para aumentar a absorção do dióxido de carbono(gás
carbônico).

Os efeitos dos gases poluentes são agravados quando ocorre o fenômeno da


inversão térmica. É sabido que o ar quente é mais “leve”, menos denso, que o
ar frio, e tende a subir, enquanto o ar frio tende a descer.
Porém, condições climáticas desfavoráveis podem inverter esse movimento
do ar. No inverno, principalmente, o ar não se aquece e não sobe, impedindo
o movimento das correntes de ar verticais que ajudam a dissipar as fumaças
e os gases poluentes.

Assim, os gases poluentes ficam presos nas camadas mais baixas da


atmosfera, causando muito desconforto para a população, como irritação dos
olhos, problemas respiratórios e intoxicação.

DESTRUIÇÃO DA CAMADA DE OZÔNIO

O elemento oxigênio, além de fazer parte do oxigênio(O2) no ar que


respiramos, também se encontra na forma de O3, o ozônio, que compõe uma
camada situada na alta atmosfera, entre 15 e 40 km de altitude.

Essa camada tem a importante função de proteger a Terra dos efeitos nocivos
dos raios ultravioletas do Sol e que podem causar câncer de pele e outros
danos às espécies vivas.
Nos últimos tempos, o mundo está alarmado por uma diminuição significativa
das espessuras da camada de ozônio. A esse efeito foi dado o nome de
buraco na camada de ozônio.

Os cientistas atribuem o fato ao uso de CFC’s, compostos de Cloro, Flúor e


Carbono, presentes em aerossóis e sistemas de refrigeração. Estes, quando
lançados no ar, reagem destruindo as moléculas de ozônio. A proibição do
uso destes compostos tem sido adotada por diversos países visando proteger
a integridade dos sistemas ambientais globais.

INVERSÃO TÉRMICA

A inversão térmica, normalmente, é um processo natural provocado pelo


encontro de massas de ar com temperaturas, umidade e pressão atmosférica
diferentes. Em situações normais provoca a formação da neblina ou cerração,
podendo chegar até a formação de geada. Em lugares onde este fenômeno
ocorre com maior freqüência, como a neblina em Londres, na Inglaterra, nós
chamamos de fog; nos lugares onde o ser humano esteja poluindo muito o ar,
nós denominamos de smog ( ). Esta situação ocorre com muito freqüência
nos grandes centro urbanos, principalmente naqueles que são mais
industrializados e com muito tráfego de automóveis.
Inversão térmica, como o próprio nome indica, é quando a temperatura do ar
fica o contrário da normal, isto é, o avanço de uma massa de ar fria expulsa o
ar mais quente para altitudes elevadas, ficando na superfície o ar mais frio
dessa massa de ar.
Uma das principais causas da inversão térmica em área muito poluída, é que
o ar frio da superfície impede que o material poluído se disperse para altitudes
mais elevadas, afetando assim o ar que as pessoas vão respirar.
Você já notou que há sempre uma época do ano em que os problemas de
saúde das crianças e das pessoas mais velhas se agravam, principalmente
problemas de respiração?
Você, que mora numa cidade grande, observe da próxima vez em que isto
acontecer, que vai coincidir com as mudanças de temperatura na região em
que está morando.
INVERSÃO TÉRMICA

Troca de posicionamento da camada de ar quente - uma camada de ar frio


impede que a camada de ar quente se eleve, formando um “tampão” na
atmosfera.

AR FRIO AR MAIS FRIO

AR QUENTE
AR FRIO
AR FRIO

INVERSÃO QUEBRA DE INVERSÃO

À noite = ar frio na superfície da terra (+ intenso no inverno) com


esfriamento junto ao solo. Este esfriamento não afeta a zona mais
alta, formando camada de ar quente.
O excesso do material particulado impede a quebra da camada de ar
quente, fazendo com que a energia que chega ao solo seja pequena,
formando a inversão.

Esta situação pode ser invertida pela qualidade do ar (+ umidade /


menos emissão de partículas / menos poluentes).

EPISÓDIOS AGUDOS PROVOCADOS PELA POLUIÇÃO DO AR

Ano LOCAL N.º HISTÓRI


DE CO
MORT
ES
193 BÉLGICA REGIÃO DE NUMEROSAS INDÚSTRIAS ONDE OCORREU INVERSÃO DE
0 VALE DO TÉRMICA PROVOCANDO CONGESTÃO DAS VIAS RESPIRATÓRIAS
RIO MEUSA 6 ESPECIALMENTE EM CRIANÇAS E PESSOAS IDOSAS.
0
194 Usa REGIÃO DE INDÚSTRIAS METALÚRGICAS ONDE OCORREU INVERSÃO
8 DONNO 1 TÉRMICA PROVOCANDO CONGESTÃO DAS VIAS RESPIRATÓRIAS .
RA 7
195 MÉXICO COMPOSTOS DE ENXOFRE EMITIDOS POR UMA INDÚSTRIA,
0 PROVOCOU A INTERNAÇÃO DE 320 PESSOAS ACOMETIDAS DE
POZA RICA 3 PROBLEMAS RESPIRATÓRIOS E NERVOSOS DURANTE UMA
2 INVERSÃO
TÉRMICA.
195 BRASIL DOENÇAS RESPIRATÓRIAS AGUDAS EM 150 PESSOAS,
2 0 PROVOCADAS
BAURU 9 POR ALERGIA AO PÓ DE SEMENTE DE MAMONA, USADA NA
FABRICAÇÃO DE ÓLEO.
195 INGLATER 1000 SMOG
7 RA
196 INGLATER 800 SMOG
0 RA
196 INGLATER 700 SMOG
2 RA
Tecnologia e Meio Ambiente

CONCENTRAÇÕES EMITIDAS POR VEÍCULOS

Poluente
Veículo (g/km)
CO H N
MONÓXIDO c OX ALDEÍD
DE HIDRO ÓXIDO DE OS
CARBONO CARBONET NITROGÊ
OS NIO
ANTERIOR A 80- 54,0 4,7 1,2 0,05
GASOLINA
ANO GASOLINA 37,0 3,3 1,4 0,05
84
ANO ÁLCOOL 18,5 0,9 1,2 0,18
84
ANO GASOLINA 22,0 2,0 1,9 0,02
86
ANO ÁLCOOL 16,0 1,6 1,8 0,06
86

NÍVEIS RELATIVOS DE POLUENTES EMITIDOS POR VEÍCULOS A


GASOLINA E A DIESEL

200

150

100

50

0
CO HC Nox ODOR FUMAÇA

= GASOLINA
= DIESEL

USOS DO AR

1. Metabólico;
2. Transporte;
3. Comunicação;
4. Processos industriais;
5. Usos para combustão;
6. Lançamento e transporte de efluentes

PQA = padrão de qualidade do ar


A intensidade, a concentração, a quantidade e as características dos
Tecnologia e Meio Ambiente
poluentes de forma a considerá-los normais
PE = padrão de emissão
A intensidade, a concentração, a quantidade máximas dos poluentes de forma
a torná-los permitidos.

PCP = padrão de condicionamento e projeto


Características e condições de lançamento dos poluentes, bem como as
características e condições de localização e utilização de fontes poluidoras.

CLASSIFICAÇÃO DOS POLUENTES DO AR

1. Quanto ao estado físico


2. Quanto a origem
3. Quanto a composição
4. Quanto aos efeitos fisiológicos (materiais, vegetação)

1. QUANTO AO ESTADO FÍSICO

Pode se apresentar sob a forma de gases e vapores

Sólido: fumos = formados pela condensação de vapores. Provém de um sólido


Poeiras = ruptura mecânica de um sólido

Líquido: névoas = rupturas mecânicas de um líquido


Neblinas = condensação de vapor de um líquido

Smoke (fumaça): combustão de matéria orgânica

Bruma seca: suspensão de material particulado em grandes concentrações

Fuligem: parte sólida da fumaça

Smog: smoke + fog = Nox + Hidrocarbonetos sob a ação do sol


(Nox = Óxido Nitroso)

2. QUANTO A ORIGEM

POLUENTES PRIMÁRIOS:

Sai da fonte de emissão e chega ao receptor sem transformações químicas. É fácil


se chegar ao “culpado”.
Exemplos: óxido de nitrogênio / Dióxido de enxofre / particulados / chumbo /
mercúrio / etc.

Características ambientais:

- São estáveis
- Integram nos ciclos biológicos;
- São facilmente detectáveis em análise química;
- Sua concentração depende da emissão e dispersão na atmosfera;
- Controle direto na fonte; e
- Solução: aperfeiçoamento e tecnologia.

POLUENTES SECUNDÁRIOS:

São emitidos, sofrem reações, são transformados e ataca o receptor. Não se


descobre o “culpado”.

- Formados na atmosfera a partir de poluentes primários;


- São pouco estáveis (duração curta na atmosfera) e muito reativos;
- Não integram na atmosfera por serem muito reativos;
- Sua concentração depende dos percursores poluentes e da radiação que
desencadeia reações seguintes; e
- De difícil controle devido a dificuldade de descobrir a sua fonte (qual a origem).

Exemplos:

Ozônio: é extremamente reativo à oxidação


- Na alta atmosfera retém raios ultra violetas
- Na baixa atmosfera é tóxico

PAN: componentes que formam a neblina ácida (raio UV e reação de Dióxido de


nitrogênio) oxidante muito nocivo, causa mortalidade.

NO BRASIL O PAN NÃO É MONITORADO.

Zona interação química: surgem poluentes secundários

Barreiras físicas: circulação atmosférica, serras (serra do mar), inversão térmica


Principais fontes de poluentes primários do
ar
( CETESB, 1988)
Fontes Poluentes
MATERIAL PARTICULADO
COMBUSTÃO DIÓXIDO E TRIÓXIDO DE ENXOFRE
MONÓXIDO DE CARBONO, HIDROCARBONETOS

PROCESSO INDUSTRIAL MATERIAL PARTICULADO (FUMOS, POEIRA)


GASES – HIDROCARBONETOS

QUEIMA DE RESÍDUO MATERIAL PARTICULADO E GASES


SÓLIDO
OUTRAS HIDROCARBONETOS, MATERIAL PARTICULADO

FONTES VEÍCULOS - GASOLINA / MATERIAL PARTICULADO, MONÓXIDO DE


MÓVEIS DIESEL / ÁLCOOL, CARBONO, ÓXIDOS DE NITROGÊNIO,
AVIÕES, BARCOS, HIDROCARBONETOS, ÁCIDOS ORGÂNICOS
MOTOCICLETAS,
LOCOMOTIVAS, ETC.
FONTES NATURAIS MATERIAL PARTICULADO
(POEIRAS),
HIDROCARBONETOS

Principais fontes de poluentes secundários do ar


( CETESB, 1988)
Fontes Poluentes
REAÇÕES QUÍMICAS NA ATMOSFERA POLUENTES SECUNDÁRIOS – O3 ,
EX.: HIDROCARBONETOS + ÓXIDOS DE ALDEÍDOS, ÁCIDOS
NITROGÊNIO (LUZ SOLAR) ORGÂNICOS,
NITRATOS, ORGÂNICOS,
AEROSSOL
FOTOQUÍMICO, ETC.

MONITORAMENTO

SISTEMAS DE AMOSTRAGEM DE AR

Passivos: por processo de adsorção. Substâncias que adsorvem poluentes e por


análise química, “analisa-se” o teor, adquirindo a taxa média do
poluente presente.

Ativos: recolhem amostra, analisa e diagnostica.

A chuva faz com que alguns poluentes do ar sejam lavados e passam a ser
poluentes do solo.
Plantas indicadoras: mostram na folha as conseqüências da poluição absorvendo
a mesma.
São exemplo de “monitoramento ativo”.

PADRÕES DE QUALIDADE DO AR
Visa a questão da saúde pública, não significam padrões de proteção de florestas ou
outros seres vivos.

PADRÕES NACIONAIS DE QUALIDADE DO AR


(RESOLUÇÃO CONAMA N.º 3. DE 28/06/90)

POLUENTES TEMPO DE PADRÃO PADRÃO MÉTODO DE MEDIÇÃO


AMOSTRAGEM PRIMÁRIO SECUNDÁRI
g/ m3 O
g/ m3
PARTÍCULAS 24 horas 240 150
AMOSTRADOR DE
TOTAIS EM (1)
GRANDES VOLUMES
SUSPENS MGA (2) 80 60
ÃO
DIÓXIDO 24 HORAS 365 100
PARAROSANÍLICA
DE (1) 80 40
CARBONO MAA (3)
MONÓXIDO 01 HORA (1) 40.000 (35 40.000 (35 INFRAVERMELH
DE 08 HORAS (1) ppm) ppm) O NÃO
CARBONO 10.000 ( 9 10.000 ( 9 DISPERSIVO
ppm) ppm)
OZÔNIO 01 HORA (1) 160 160 QUIMIOLUMINESCÊNC
IA
FUMAÇA 24 HORAS 150 100
60 40 REFLETÂNCIA
(1)
MAA (3)
PARTÍCULAS 24 HORAS 150 150 SEPARAÇÃO
INALÁVEIS (1) 50 50 INERCIAL/FILTRAÇÃO
MAA (3)
DIÓXIDO DE 01 HORA 320 190
QUIMIOLUMINESCÊNC
NITROGÊNIO (1) 100 100 IA
MAA (3)
(1) = NÃO DEVE SER EXCEDIDO MAIS QUE UMA VEZ AO ANO.
(2) = MÉDIA GEOMÉTRICA ANUAL.
(3) = MÉDIA ARITMÉTICA ANUAL.

POLUENTES PARTICULADOS OU POEIRAS

Metálicos:

Quando apresentado de forma particulada, tem o poder acumulativo e, portanto,


causa problemas ao meio ambiente.

Quando acumula no sistema, passa a ser um problema muito sério (toxidade).


Não metálicos:
Quartzo (partículas de areia), rochas fragmentadas, cal, carbonatos, fertilizantes,
amianto, etc.

Não apresenta nenhum problema ao meio ambiente devido ao seu baixo percentual.

Gases:

Normalmente se dividem em dois grupos:

Ácidos: (pH baixo)

Combina com a água e gera ácido


CL- / F- / NOX / SO2 / H2S = GERA H+

(Cloreto / Fluoreto / Óxido de Nitrogênio / Dióxido de Enxofre / Gás Sulfídrico =


gera Hidrogênio)
Oxidantes: (pH alto)

Não se acumula e seu efeito maior é a queima (oxidação)


Ex.: Ozônio
Gera oxigênio livre = reativo e oxida

EFEITOS CAUSADOS PELOS POLUENTES

Ex.: - ácido fluorídrico = ataca o vidro


- limão = ataca o mármore

Chuva ácida (pH baixo)

O pH depende do equilíbrio do gás carbônico dissolvido na água, gerando ácido


carbônico e caindo o pH da água da chuva.

Nh+4 amônia = com a água possui caráter básico.

DANOS PROVOCADOS PELA POLUIÇÃO DO


AR
EM MATERIAIS
TIPO DE MANIFESTAÇÃO TÍPICA POLUENTE FATOR AMBIENTAL
MATERIAL DO DANO DANIFICANTE
VIDROS ALTERAÇÃO DA SUBSTÂNCIAS ÁCIDAS UMIDADE
APARÊNCIA
METAIS DANO À SUPERFÍCIE, DIÓXIDO DE ENXOFRE; UMIDADE;
PERDA DO METAL, SUBSTÂNCIAS ÁCIDAS TEMPERATURA
EMBAÇAMENTO
MATERIAIS D DESCOLORAÇÃO DIÓXIDO DE ENXOFR UMIDADE
CONSTRUÇÃ E SUBSTÂNCI E;
O ÁCIDA
AS
S;
PARTÍCULA
S
PINTURA DESCOLORAÇÃO DIÓXIDO ENXOFR UMIDADE; FUNGOS
DE E;
SUBSTÂNCI ÁCIDA
AS S;
PARTÍCULA
S
COURO DESINTEGRAÇÃO D DIÓXIDO DE ENXOFRE;
SUPERFÍCIE, A SUBSTÂNCIAS ÁCIDAS
ENFRAQUECIMENTO
PAPEL TORNA-SE QUEBRADIÇO DIÓXIDO DE ENXOFRE; LUZ SOLAR
SUBSTÂNCIAS ÁCIDAS
TECIDOS REDUÇÃO DIÓXIDO DE ENXOFRE; UMIDADE; LUZ
SUBSTÂNCIAS ÁCIDAS SOLAR; FUNGOS
DE
RESISTÊNCIA À TENSÃO;
FORMAÇÃO DE
MANCHAS
CORANTES DESBOTAMENTO DIÓXIDO DE UMIDADE; LUZ SOLAR
NITROGÊNIO E DE
ENXOFRE;
OXIDANTES
BORRACHA REDUÇÃO D OXIDANTES LUZ SOLAR
RESISTÊNCIA; E
ENFRAQUECIMENTO
Tecnologia e Meio Ambiente

CONFERÊNCIAS DA ONU RELATIVAS AO MEIO AMBIENTE

Histórico da consciência ambiental

a) Décadas de 60 e 70

Na década de 60, foi criada a Agência de Proteção Ambiental (EPA), órgão


regulador das questões ambientais nos Estados Unidos. Com a entrada em
funcionamento da EPA, diversas leis importantes são promulgadas naquele
país, destacando-se as seguintes:

Lei do ar puro
Lei da água pura
Lei de controle de substâncias tóxicas
Lei federal sobre inseticidas e fungicidas

Nessa época, a preocupação ambiental apresenta-se fortemente reativa:

trata-se de corrigir os danos causados ao meio ambiente, depois de


sua ocorrência. Poucos esforços são feitos para prevenir esses
danos;
dá-se ênfase ao tratamento “fim-de-tubo” - os poluentes gerados
nos processos produtivos e de consumo são simplesmente tratados,
sem se adotar medidas que reduzam sua quantidade ou eliminem a
sua produção.

A legislação ambiental preocupa-se basicamente em punir os culpados. É o


domínio do sistema “comando e controle”,com proibições e multas.

Tratava-se, pois, de produzir a qualquer custo. A poluição era vista como


decorrência normal do processo industrial, símbolo do progresso e preço a ser
pago por ele.

Essa atitude ficou claramente demonstrada pelo Brasil, por ocasião da


Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano,
realizada em 1972 (Estocolmo), em que nosso país defendeu o
desenvolvimento a qualquer custo.

A Conferência de Estocolmo foi marcada por duas posições antagônicas:

de um lado, os países desenvolvidos propondo um programa


internacional de conservação dos recursos naturais, além de medidas
preventivas imediatas, capazes de evitar um grande desastre;
do outro, os países em desenvolvimento, dentro de um quadro de
miséria, com “seríssimos problemas de moradia, saneamento básico e
doenças infecciosas e que necessitavam desenvolver-se
economicamente. Questionavam a legitimidade das recomendações
dos países ricos que já haviam atingido o poderio industrial com o uso
predatório de recursos naturais e que queriam impor a eles complexas
exigências de controle ambiental... (exigências) que poderiam
encarecer e retardar a industrialização dos países em desenvolvimento”
(São Paulo, Secretaria de Estado do Meio Ambiente, 1997).
Ainda na Conferência de Estocolmo, a Assembléia Geral da ONU criou o
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente –PNUMA. O PNUMA
tem sede em Nairobi (Kenya) e seus objetivos são:

facilitar a cooperação internacional no campo do meio ambiente;


promover o desenvolvimento de conhecimento nessa área;
monitorar o estado do ambiente global;
chamar a atenção dos governos para problemas ambientais emergentes
de importância internacional

No final da década de 70, mais precisamente em 1978, surge na Alemanha o


primeiro selo utilizado para a rotulagem de produtos considerados
ambientalmente corretos. Trata-se do selo verde que recebeu o nome de
“Anjo Azul”.

b) Década de 80

Em meados dos anos 80, algumas empresas começam a abandonar a visão


de meio ambiente apenas como problema e custo. Essas empresas tornam-
se pioneiras na pesquisa de métodos ambientais para poupar dinheiro e
aumentar suas vendas. A indústria começa a se dar conta de que, para se
manter competitiva, precisa definir o meio ambiente como uma oportunidade
de lucro.

Assim por exemplo, a DuPont conseguiu economizar US$ 50 milhões por ano,
de 1985 a 1990, por ter gerado 450 mil toneladas a menos de resíduos nesse
período.

A mudança de postura da indústria evidenci-se também, na multiplicação de


selos verdes. Porém, os primeiros selos verdes ainda se apoiavam em
critérios simples, como a redução ou a eliminação de uma ou mais
substâncias poluentes mais significativas do produto.

Os estudos elaborados pelos selos verdes procuram cobrir desde a produção


até o descarte final do produto. Surge, assim, a idéia de “ciclo de vida”.

Os selos criados na década de 80 foram os seguintes:


1988- Canadá (Environmental
Choice) 1988- Países Nórdicos (White
Swan) 1989- Japão (Eco Mark)

Em 1988 o Anjo Azul , pioneiro entre os selos ecológicos, já era aplicado em


3.500 produtos diferentes.

O selo ecológico, apesar de voluntário, adquire força pelas leis de mercado,


atingindo simultaneamente a indústria e o consumidor.
Os selos verdes incentivam a indústria a aplicar métodos de produção com
menor impacto ambiental. Eles também induzem o consumidor a adquirir
produtos ambientalmente corretos.

Paralelamente, “os grupos ambientalistas começam a ter sucesso em suas


ações destinadas a influenciar a política das empresas, após o boicote de
ativistas à cadeia de lanchonetes Burger King, em razão da destruição da
floresta tropical brasileira para aumentar as áreas ocupadas por gado de
corte, o Fundo de Defesa Ambiental desenvolveu um trabalho com aquela
empresa para ajudar a diminuir o uso de poliestireno e lançar grandes
programas de reciclagem.” (Callenbach et Alli, 1995).

A indústria química reage às pressões produzidas por uma imagem pública


em constante deterioração e cria no Canadá, em 1984, o programa Atuação
Responsável (RESPONSIBLE CARE). Esse programa atualmente é adotado
obrigatoriamente pelos membros da Associação das Indústrias Químicas
(Chemical Industries Association).

A Atuação Responsável baseia-se nos princípios da gestão da qualidade total


e inclui:

- a avaliação dos impactos atuais e potenciais, devidos às atividades e


produtos químicos , sobre a saúde, segurança e meio ambiente;
- a prestação de informações a todos os interessados.

Ainda na década de 80 é lançado o conceito de desenvolvimento sustentável,


desenvolvimento que atende às necessidades presentes, sem comprometer
os recursos disponíveis para as gerações futuras. Esse conceito é
apresentado pela primeira vez, em 1987, no relatório “Nosso Futuro Comum”,
da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Comissão
Brundtland), criada em 1983 pela Assembléia Geral da ONU, sob influência
da Conferência de Estocolmo.

Segundo a Comissão, as políticas a serem desenvolvidas, dentro do conceito


de sustentabilidade, devem atender aos seguintes objetivos:
retomar o crescimento como condição necessária para erradicar a
pobreza;
mudar a qualidade do crescimento para torná-lo mais justo, eqüitativo
e menos consumidor de matérias-primas e energia;
atender às necessidades humanas essenciais de emprego,
alimentação, energia, água e saneamento;
manter um nível populacional sustentável;
conservar e melhorar a base de recursos;
reorientar a tecnologia e administrar os riscos;
incluir o meio ambiente e a economia no processo decisório
(CMMAD; 1991, p.53)

A preocupação com o futuro das pessoas, presente no conceito de


desenvolvimento sustentável, é também algo novo no comportamento dos
seres humanos.

Esta preocupação exige um grande sentimento de solidariedade para com


todos os seres vivos do planeta.

Década de 90:

Na década de 90 intensificou-se a criação dos selos verdes, atingindo tanto


países desenvolvidos, como em vias de desenvolvimento:

1991- França (NF-


Environment) 1991- Índia (Eco
Mark)
1992- Coréia (Eco Mark)
1992- Singapura (Green Label)

Esse novo grupo de rótulos ecológicos difere do primeiro, da década de 80,


pois visam não apenas a eliminação de substâncias poluentes nos produtos,
mas o impacto causado durante todo o ciclo de vida do produto. Trata-se de
um novo conceito de desempenho ambiental dos produtos.

A Comunidade Européia, por sua vez, vem instituindo uma série de medidas
ambientais emitindo, por exemplo, regulamentos para rótulos ecológicos, para
eco-auditorias, para embalagens e outros regulamentos que discutem as
ações relacionadas com o ambiente e o desenvolvimento sustentável.
- Conferência Cúpula da Terra (Rio-92)

No final da década de 80 a ONU havia decidido organizar a Conferência das


Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD). Esta
Conferência, que ficou conhecida como “Cúpula da Terra” ou ECO 92,
realizou-se no Rio de Janeiro em 1992 e contou com representantes de 172
países, inclusive 116 chefes de Estado.

Paralelamente à Conferência, 4000 entidades da sociedade civil do mundo


todo organizaram o “Fórum Global das ONGs”. Note-se que em Estocolmo-72
o número de ONGs havia sido bem menor, cerca de 500. O “Fórum Global”
elaborou quase quatro dezenas de documentos e planos de ação,
demonstrando o grau de organização e de mobilização atingido pelas ONGs
nesta década final do século XX.

Os documentos que resultaram da “Cúpula da Terra” foram os seguintes:

I- Declaração do Rio sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento


Composta de 27 princípios orientando um novo tipo de atitude do ser
humano na Terra, por meio da proteção dos recursos naturais, da
busca do desenvolvimento sustentável e de melhores condições de vida
para todos os povos.

II- Agenda 21

É um importante plano de ação a ser implementado pelos governos,


agências de desenvolvimento, organizações das Nações Unidas e
grupos setoriais independentes em cada área onde a atividade humana
afeta o meio ambiente.
A execução da Agenda 21 deve levar em conta as diferentes condições
dos países e regiões e a plena observância de todos os princípios
contidos na Declaração do Rio Sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento.

Trata-se de uma pauta de ações a longo prazo, estabelecendo os


temas, projetos, objetivos, metas, planos e mecanismos de execução
para diferentes temas da Conferência. Esse programa contém 4
seções, 40 capítulos, 115 programas, e aproximadamente 2.500 ações
a serem implementadas.

As quatro seções da Agenda 21 abrangem os seguintes temas:

Dimensões Econômicas e Sociais: trata das relações entre meio


ambiente e pobreza, saúde, comércio, dívida externa, consumo e
população;
Conservação e Administração de Recursos: trata das maneiras
de gerenciar recursos físicos para garantir o desenvolvimento
sustentável;
Fortalecimento dos Grupos Sociais: trata das formas de apoio a
grupos sociais organizados e minoritários que colaboram para a
sustentabilidade;
Meio de Implementação: trata dos financiamentos e papel das
atividades governamentais não governamentais.

No Brasil, a Agenda 21 já está com versões propostas pelos Governos Federal


e Estaduais, além de planos elaborados pelas prefeituras das capitais de
Estado e de outros municípios. A Agenda 21 representa, atualmente, o
resultado de um grande número de iniciativas da ONU que vão desde a
Conferência Internacional sobre População - México -84, passando pela
Conferência da Mulher (Nairobi-85), Protocolo de Montreal-87 sobre
substâncias que agridem a camada de ozônio, até as conferências sobre
educação ambiental (Tbilisi- 77) e educação (Tailândia-90).

No Estado de São Paulo, a implementação da Agenda 21 foi iniciada


através da criação de 10 programas prioritários contemplando o
conjunto de capítulos do referido documento e que são os seguintes:

Programa Estadual de Apoio às ONGs,


Programa Estadual de Consumidor e Meio
Ambiente, Programa Estadual de Controle
Ambiental; Programa Estadual de Educação
Ambiental;

Programa Estadual de Gestão Ambiental Descentralizada;


Programa Estadual de Mudanças Climáticas Globais;
Programa Estadual de Prevenção à Redução da Camada de Ozônio;
Programa Estadual de Proteção à Biodiversidade;
Programa Estadual de Recursos Hídricos;
Programa Estadual de Resíduos Sólidos.

III- Princípio para a Administração Sustentável das Florestas

Consenso global sobre o manejo, conservação e desenvolvimento


sustentável de todos os tipos de florestas. Primeiro tratado da questão
florestal a nível mundial, seu objetivo é a implantação da proteção
ambiental de forma integral e integrada, sugerindo medidas para
possibilitar a manutenção de todas as funções das florestas, que são
apresentadas no documento.
IV- Convenção da Biodiversidade

Foi assinada no Rio em 1992 por 156 Estados e tem como objetivos “ a
conservação da biodiversidade, o uso sustentável de seus
componentes e a divisão eqüitativa dos benefícios gerados com a
utilização de recursos genéticos, através da transferência apropriada
das tecnologias relevantes, levando-se em consideração todos os
direitos sobre tais recursos, e através da transferência apropriada das
tecnologias relevantes...”(Artigo 1 da Convenção).

Na prática, assistimos ao registro de patentes, na Europa e Estados


Unidos, de produtos retirados de espécimes vegetais, principalmente da
Amazônia. Enquanto isso é feito, os países em desenvolvimento, que
abrigam essa biodiversidade, continuam dependentes do know-how
estrangeiro.

V- Convenção sobre Mudança do Clima

A Convenção sobre Mudança do Clima foi assinada em 1992, no Rio de


Janeiro, por 154 Estados e reflete a preocupação com o aquecimento
de nosso planeta e seus efeitos sobre a sobrevivência do ser humano e
as condições adversas sobre os ecossistemas.

O aquecimento do planeta é produzido pelo aumento de concentração


na atmosfera terrestre dos chamados gases estufa (principalmente gás
carbônico emitido pela queima de combustíveis fósseis). A polêmica
que tem se arrastado até a Conferência da ONU em Kyoto(Japão)
envolve a questão da redução de tais emissões aos níveis de 1990 (ou
a níveis ainda inferiores), por parte dos países industrializados -
principais responsáveis pelo efeito estufa.

Em Kyoto, os Estados Unidos mostraram-se relutantes em aceitar a


proposta da União Européia: emissões em 2010 deveriam ser 15%
menores que as de 1990. Os Estados Unidos, inclusive, procuram
estender aos países em vias de desenvolvimento o compromisso de
reduzir suas emissões. Estes, reunidos no G-77, grupo que
compreende cerca de 130 países em Desenvolvimento (inclusive o
Brasil), insistem que a conta deve ser paga pelos principais
responsáveis - o que pode ser perfeitamente observado na tabela
seguinte.

EMISSÃO DE CO2 - QUEIMA DE COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS


(bilhões de toneladas de C em 1996)

Ásia e América Latina 0,33


Pacífico 2
América do Oriente Médio
Norte 0,25
1,76
União Áfri
Européi ca
a 0,96 0,2
0
China + Europa
Oriental
0,90
Fonte: World Energy Council Union of Concerned Scientists (Folha de São Paulo-02/12/97)

PRESSÕES AMBIENTAIS SOBRE AS EMPRESAS

O emprego de substâncias e tecnologias perigosas ao meio ambiente, tanto


nas guerras, como para fins pacíficos, foi gerando ao longo do tempo um
movimento de questionamento sobre sua legitimidade e conveniência.

Abaixo apresentamos uma lista de alguns dos fatos principais que forjaram a
consciência ambiental da sociedade, dos governos e das empresas e
instituições.

• 1914-1918 – Primeira Guerra Mundial - 1 300 000 mortos por


envenenamento pelo gás mostarda
• 1945 (agosto) – Hiroshima (Japão) - 30 000 mortes instantâneas no
momento da explosão nuclear
• 1968 (maio) - Europa e Mundo - Primeiros movimentos “verdes”
• 1976 (10 de julho) - Seveso (Itália) : vazamento de dioxina
• 1984 (dezembro)- Bhopal (Índia): vazamento de gás tóxico em uma
fábrica de pesticidas, matou mais de 2.500 pessoas

• 1986 (26 de abril) - Rússia (Tchernobil): a explosão de um reator


produziu interdição de uma grande área atingida pela radiação,
proibição da importação pelos países da Comunidade Européia, de
produtos agrícolas e pecuários, suspeitos de contaminação pela
radioatividade e oficialmente, 31 mortes
• 1989 (24 de março) Alasca : o petroleiro Exxon Valdez derramou 40
milhões de litros de petróleo na costa do Alasca, contaminando
1.600 km de praias, matando mais de 33 mil pássaros e um número
não conhecido de peixes e animais marinhos
• e a lista pode ser aumentada com outros acidentes...mas com uma
diferença atualmente: grande repercussão na imprensa falada e
Tecnologia e Meio Ambiente

escrita, mobilização da população atingida e seus representantes


políticos ou de organizações não governamentais.

Todos estes fatos catastróficos foram produzindo uma mudança gradativa de


posturas da sociedade e de suas instituições, bem como das empresas,
principalmente aquelas que empregam tecnologias de alto impacto ambiental.

Mas, a mudança de atitude é sempre uma coisa gradativa, lenta e incompleta.


E, assim, em uma mesma empresa podemos encontrar, convivendo lado a
lado, posturas conservadoras, indiferentes, ou renovadoras.

Essas posturas podem ser resumidas da seguinte maneira:

Ausência da consciência em relação às responsabilidades pela


poluição: “A poluição é um mal necessário, símbolo do progresso
tecnológico e elemento obrigatório de suas atividades”. “Nosso negócio
é produzir e dar emprego. A poluição não nos diz respeito”
Consciência sem comprometimento: “a poluição existe, mas outros
devem cuidar dela”.
Trata-se de uma atitude reativa: fazer apenas o necessário, para evitar
multas e punições; não destinar esforços e recursos para atacar as
fontes de poluição.
Comprometimento : a poluição é um problema que deve ser resolvido
por todos nós e atacado diretamente nas fontes geradoras (postura pró-
ativa)

Sustentabilidade: nosso compromisso também se estende às futuras


gerações. Os recursos naturais não foram herdados por nós, de nossos
antepassados, mas tomados emprestados de nossos descendentes.

Entretanto, não é possível ignorar as marcas deixadas pelos acontecimentos


que levaram às normas ambientais da série ISO 14000:
grandes acidentes ambientais divulgados amplamente pela mídia;
direitos assegurados aos cidadãos- código do consumidor;
direitos assegurados pela Constituição e pela legislação ambiental;
análise da contabilidade ambiental das empresas, por parte de
acionistas, credores e seguradoras;
marketing verde (produtos cuja produção e/ou utilização causam menor
impacto sobre o meio ambiente);
atividade crescente das ONGs, que adquiriram base científica e
tecnológica mais fundamentada e, por isso, deixaram de ser
consideradas como simplesmente alarmistas;
pressão dos consumidores, manifestada tanto pela escolha de
produtos ambientalmente corretos, como pela utilização de todos
mecanismos disponíveis para fazer valer seus direitos- quando se
sentir prejudicado pelos produtos que adquiriram.

As empresas que investiram numa imagem “mais verde”, utilizando


processos menos poluidores, e que colaboraram para a preservação do
meio ambiente são mais respeitadas, tem a simpatia do público e
crescem mais do que as outras.

POLUIÇÃO

Definição: é qualquer tipo de matéria ou energia que ingressa no “sistema”,


fora do padrão determinado como “normalidade” (o que espera em condições
não alteradas do dia à dia).

A poluição não se restringe à matéria, ou a um produto emitido pelo homem,


na verdade, envolve mais que a matéria e o comportamento humano.

Definição Segunda a LEI N.º 997 DE31/05/1976 – DECRETO 8468 DE


08/09/1976, POLUIÇÃO É: “Matéria ou energia em quantidades tais que
possam causar danos ou incômodos à população e danos aos materiais, flora
e fauna.”

POLUIÇÃO DO AR ATMOSFÉRICO

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, 1,25 bilhões de pessoas


vive em cidades com níveis inaceitáveis de matéria particulada em suspensão
na atmosfera.

A poluição associa-se à idéia de modificação, tanto na estrutura quanto na


composição dos ecossistemas, causando prejuízo aos seres vivos. Neste
contexto está a atmosfera, que mais e mais sofre alterações devido à emissão
de resíduo sólidos e gasosos em quantidade superior à sua capacidade de
absorção. Essa poluição deriva de várias fontes:

Dos meios de transporte, que nas cidades são responsáveis pela maior
parte da poluição atmosférica, pois emitem gases como o monóxido e o
dióxido de carbono, óxido de nitrogênio, dióxido de enxofre, derivados de
hidrocarbonetos e chumbo;

Das industrias que, além do gás carbônico, também emitem enxofre,


chumbo e outros metais pesados e diversos resíduos sólidos;

Das queimadas das matas que também geram altos índices de gás
carbônico;

Da incineração de resíduos sólidos;

Da poluição natural provocada pelas erupções vulcânicas.

PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DA ATUALIDADE

Inúmeros são os problemas ambientais em todo mundo, atualmente. Desde


uma simples embalagem plástica que se descarta até o vazamento de
radioatividade das usinas nucleares e os resíduos eliminados pelas
espaçonaves que investigam outros corpos celestes, há agressão à natureza.
Em maior ou menor escala esses problemas acontece longe e perto de todos
nós. Citaremos apenas alguns mais significativos, por se tratarem de
questões que se estendem a todo o mundo.
 Efeito estufa – O que é este efeito?

 Desmatamento;

 Camada de Ozônio;

 Chuvas Ácidas e

 Inversão Térmica.
QUANTIFICAÇÃO DE EMISSÃO

Destaca-se também a palavra quantidade e aqui tem-se uma abertura


importantíssima para a base do controle da poluição do ar, pois já no
conceito temos embutido a definição de padrões ou seja, das quantidades
mínima de determinado poluente que se podem admitir nas chaminés
(padrão de emissão) ou no meio ambiente (padrão de qualidade), sem
que as mesma possam causar algum tipo de efeito danoso e se
constituírem em poluição propriamente dita. Isto é muito importante, pois a
poluição vai realmente existir a partir de determinada quantidade. Pode-se
admitir a presença de quantidades residuais, que não causam efeito
danosos e que também devem ser tecnicamente admitidas, pois não
existem controle absolutos para os poluentes atmosféricos. Não existem
equipamentos de controle da poluição do ar com 100% de eficiência.

A presença de poluentes no ar atmosféricos é mais antiga do que a própria


presença do homem na face da Terra.

Os problemas de poluição atmosférica dos grandes centros urbanos estão,


sem dúvida, relacionados com a queima de combustível, seja ela nas fontes
de poluição denominada estacionária e móveis.

O que são fonte estácionária e móvel?

Fontes estacionária – fornos, caldeiras, inceneradores e outros


equipamentos fixos constantes dos arranjos físicos dos nossos ambientes
industriais, comerciais ou institucionais.

Fontes móveis – constituindo-se estas dos nossos veículos automotores,


ônibus, caminhões, trens, aviões, etc...

FUMAÇA

Mas por que a queima é tão importante?


Por que a queima gera poluição do ar?
Para responder estas questões, temos que conhecer o processo de
combustão, que nada mais é do que uma reação de oxidação, ou seja, a
reação de alguns composto presentes nos diversos combustíveis com o
denominado comburente, o oxigênio presente no ar atmosférico. Dos
composto presente nos combustíveis, o mais importante e o carbono ( C ),
que ao reagir, de modo completo, com o oxigênio produz gás carbônico
( CO2) e liberando calor, que pode ser aproveitado para aquecimento de
ambientes, cozimento de alimento, etc,. Porem é muito difícil ser esta
transformação realizada totalmente de forma completa. Por melhor que o
combustível se misture com o comburente, sempre haverá uma parcela de
carbono presente que não consegue se oxidar, dando origem à fumaça,

A Fumaça é constituída por aquelas partículas preta muito pequena, que


notamos nas saídas das diversas chaminés como também nos tubos de
descargas de gases dos veículos. Poderá haver também uma oxidação
apenas parcial, originando-se o monóxido de carbono (CO), que pode,
dependendo da concentração que alcançar, apresentar-se como um
poluente terrível, causando efeitos muito graves ao organismo humano, pois
tem a capacidade de ocupar o lugar do oxigênio transportando, pela
hemoglobina do sangue, para os diversos órgãos do corpo humano, que
necessitam de oxigênio para o desempenho das suas funções e não da
substância indesejável e tóxica que é o monóxido de carbono (intoxicação).

Variáveis consideradas para avaliação de qualidade do ar:

Material particulado (MP)


Dióxido de enxofre – SO2
Monóxido de carbono –
Co Oxidantes
fotoquímicos

Sinergismo: é a interferência de uma substância na ação de outra


substância como se esta última estivesse em uma concentração
maior ( a presença de uma substância potencializa o risco que a
outra apresenta)
No caso de poluição do ar, o sinergismo ocorre na presença de
material particulado e Dióxido de enxofre.
Tecnologia e Meio Ambiente

1. Planejamento territorial e zoneamento:

Descentralização industrial e urbana


Autorização para implantação de indústrias
Distribuição adequada das indústrias
Áreas de proteção sanitária (cinturões verdes)
Racionalização de transportes (coletivos, elétricos, escalonamento de
horários, etc.)

2. Eliminação ou minimização na fonte

Regulamentação restrita sobre matérias primas e operações industriais


Substituição de matéria prima
Modificações de processos ou operações
Manutenção e operação adequada dos equipamentos
Tratamento adequado e melhora do sistema de coleta de despejos, resíduos,
esgotos, etc.
Disposição adequada dos resíduos
Lançamentos de acordo com condições meteorológicas.

3. Tratamento efetivo antes do lançamento:

Ventilação local exaustora (VLE) utilizando equipamentos de controle de


poluição (ECP)

4. Diluição:

Chaminés

5. Outras:

Legislação, fiscalização, educação, incentivos fiscais


1. A queima de combustível, por não ser completa, há formação de resíduos;

2. Grande problemática referente aos poluentes emitidos em forma de material


particulado;

3. Poluentes emitidos em forma de gases e vapores

Exemplo: FORNO

Poluição de oxidação de constituintes do combustível. Apresenta formas de


poluição:

Partículas - Poeira: ação mecânica (ex.: Vento na rua)


- Fumaça: carbono que não oxida na queima
- Fumos metálicos: sublimação de vapores de metais
- névoas: condensação de partículas

Poluentes - C: o carbono que não oxida e se libera em forma de


Originados pela fumaça;
Queima - C + o = Co: carbono oxidado parcialmente (poluente);
incompleta - Hc: Hidrocarbonato não oxidado
- ADL: evaporação sem ser oxidada
- CO2: não é toxico e não possui odor, porém ocupa as
camadas superiores da atmosfera e contribui para o
ataque da camada de ozono (efeito estufa).
- H2S: sulfeto de hidrogênio é um gás perigoso, de ação
tóxica rápida.

O conjunto de equipamentos tem o objetivo de coletar partículas e os gases


e vapores. O equipamento que faz as duas funções ao mesmo tempo, não
trabalha eficientemente.

Eficiência: quanto maior a retirada da poluição, mais eficiente.


= massa retirada x 100 = massa que
entra

Massa retirada = a eficiência mais usada é referente à massa que o


equipamento consegue retirar (existem números de
partículas, porém é pouco usado).

A característica mais importante na estimativa da eficiência, é o


conhecimento da distribuição dos tamanhos das partículas poluentes (01
mícron à 100 micra)

= mícron : milésima parte de um milímetro

As partículas menores são mais difíceis de serem coletadas, variando a


eficiência de acordo com o tamanho da partícula a ser coletada.

Quanto menor a partícula pior é para a saúde pois, nem sempre o maior dano é
causado pela quantidade mas sim pelas partículas inaladas, portanto as menores,
sem considerar a sua toxidade (ex.: Chumbo).

CONTROLE EM FONTES FIXAS

Fornos, caldeiras, peneiras, etc.

1 – MATERIAL PARTICULADO

a) Coletores gravitacionais:

Sistema de ventilação exaustora possui uma “câmara de sedimentação


gravitacional” cujo mecanismo aproveita a ação da gravidade sobre a
partícula (eficiência 10%).

A câmara é um alargamento de duto que diminui a velocidade do


efluente gasoso, ajudando a ação da gravidade, sedimentando as
partículas na superfície de coleta do equipamento.
É um equipamento de baixa eficiência, pois as partículas pequenas
quase não são coletadas. Normalmente estes equipamentos são “pré-
coletores”, retendo as partículas maiores e deixando as menores para
equipamentos seqüenciais mais eficientes.

Para se aumentar à eficiência se faz uma câmara com bandejas, onde se


espalha o efluente dando maior oportunidade à sedimentação das
partículas, porém ocorre um aumento de perda de carga.

b) Coletores centrífugos:

A coleta das partículas é feita pela ação da força centrífuga sobre as


mesmas. Ao entrar no equipamento o efluente gira em torno do mesmo e
depois volta para o outro cilindro (um cilindro externo para a entrada e
outro interno para a saída).

As partículas são arrastadas para a parede do equipamento ficando


presas, sendo que com uma agitação mecânica destas paredes as
partículas são coletadas.

Pode apresentar eficiência maior considerando partículas de mesmo


tamanho. Sua eficiência aumenta quanto maior for a força centrífuga.

SAÍDA DO GÁS LIMPO

ENTRADA DO GÁS

SAÍDA DO PÓ COLETADO
Apresenta maior eficiência que o “gravitacional”, portanto são considerados
equipamentos de média eficiência.

Vários conjuntos de ciclones trabalhando juntos são os chamados


“multiciclones”, dimensionado de forma que a vazão total seja distribuída
igualmente em todos os ciclones.

c) Filtro de mangas

Possui melhor eficiência (acima de 90%). Consiste em um sistema de


filtros de pano, onde o efluente inicialmente passa por um sistema de
sedimentação das partículas maiores e em seguida, por um duto de
pano (mangas) onde ficam retidas as partículas menores.

O sistema funciona por sucção e a coleta é feita pela superfície da


manga. Quando o filtro fica sujo, o sistema perde a ação filtrante sendo
necessário sua limpeza.

Ex: Aspirador de pó.

d) Precipitador eletrostático

Possui eficiência acima de 90%. Tem a finalidade de carregar


eletrostaticamente as partículas do efluente gasoso. Trabalhando com
carga/coleta, segura até mesmo as partículas pequenas.

Funciona carregando o material particulado com eletrodos,


estabelecendo uma diferença de potencial grande e gerando campos
eletromagnéticos e, desta forma, ionizando as partículas. Através do
choque entre as partículas carrega as moléculas para em seguida passar
por uma placa coletora.

2 – GASES E VAPORES

Principais poluentes emitidos na forma de gases:

SO2 = oxidação do enxofre


Ozônio = poluentes secundários
Tecnologia e Meio Ambiente

Primários: SO2, Monóxido de carbono, ÓXIDOS de nitrogênio, sendo que o


principal poluente a nível industrial é o enxofre; Mercaptanas (compostos
em concentrações baixas que causam incômodos); graxarias, etc.

A “eficiência do controle” é a mesma só que não se trabalha com tamanhos


de partículas e sim em relação a “massa do gás” poluente retirada do
efluente gasoso.

A) Incineração:

Serve para destruir gases através da queima, aumentando a temperatura


e destruindo os poluentes.

O efluente gasoso entra no compartimento para pré aquecer e seguir


para a câmara, onde um combustível auxiliar eleva a temperatura
produzindo a queima do poluente.

Este aumento de temperatura ocorre por queima de combustível no


início do processo (ex.: Gás natural) que não causa resíduos para não
gerar produto desta combustão, sendo que o resto do processo trabalho
sozinho.

B) torres de absorção

Processo de absorção: analogia com transferência de calor

Absorção: ação de absorver - fenômeno de transporte de massa do


poluente de fase gasosa que passa para a fase líquida.

Nas “torres de absorção” os gases ou vapores poluentes são retirados


do efluente gasoso através da difusão, correspondendo à um processo
de transporte de massa e estabelecendo um gradiente de concentração.

Para o transporte de massa é necessário o gradiente de concentração,


ou seja, a concentração de poluente no gás é alto e no líquido é zero;
com o contato ocorre uma difusão (transporte) de massa. Este processo
é ajudado pela solubilidade.

A “torre de absorção” é uma coluna de enchimento (com materiais


especiais), onde o efluente gasoso sobe percorrendo os caminhos
preferenciais e o efluente líquido desce, favorecendo o contato entre as
duas fases (gasosa e líquida).

C) torre de adsorção

Adsorção: transporte de massa de fase gasosa para a superfície de um


sólido poroso.

Na “torre de adsorção” tem-se um processo de difusão com o transporte


do poluente para a superfície de um material sólido (adsorvente)
retendo-se por ações físicas.

Na fusão (transporte de massa) de poluentes em fase gasosa para a


superfície de um sólido, normalmente é usado o carvão (carvão =
altamente poroso).

Normalmente se usa um leito de carvão onde o efluente gasoso se


espalha. Também existe a adsorção química (com alterações e reações
químicas no leito).

D) condensador

Equipamento de baixa eficiência. Faz o vapor se condensar, resfriando o


efluente gasoso ou aumentando a pressão. Normalmente se usa a
diminuição da temperatura fazendo o efluente gasoso passar por um
trocador de calor (processo de refrigeração).

O efluente não se mistura com o agente condensador (refrigeração).

VENTILAÇÃO

A ventilação de processos e operações que emitem contaminantes e a


ventilação de ambiente em geral constituem um dos mais importantes métodos de
controle, e sua apresentação representa o principal objetivo deste trabalho.
Consiste na movimentação do ar por meios naturais ou mecânicos, quer
introduzido-o num ambiente (insuflação – ventilação “entrada de ar para o
ambiente”), quer retirando-o desse ambiente (exautão – lançamento do ar para
fora do ambiente).
Tecnologia e Meio Ambiente

O ar entra e sai continuamente de todo recinto ou edifício através das


portas, janelas, fendas e outras aberturas. Se essa troca de ar é causada por
condições naturais, diz-se que a ventilação é natural; se é efetuada por
ventiladores ou outros meios mecânicos, a ventilação é chamada de mecânicas ou
artificial. Dentro de recintos e edifícios, o ar é mantido em circulação por diferença
de pressão, diferença de temperatura, pela movimentação dos ocupantes e
equipamentos, e/ou por ventiladores.

CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE VENTILAÇÃO INDUSTRIAL

Aspectos Gerais

A importância da presença do ar em todos os ambientes de trabalho está além


sua conhecida, mas esquecida, importância como fonte de oxigênio para o
metabolismo do homem. Inicialmente o ar é o elemento que , de maneira contínua
e permanente, independente de meios artificiais, mantém o contato direto entre o
ambiente ocupacional e o meio ambiente geral. Contendo vapor d’água e
estabelecendo a temperatura natural do ambiente, é responsável pela sensação
de conforto térmico; sendo o meio material de propagação das ondas sonoras,
tem sua importância no conforto acústico; é um veículo que transporta as
impurezas nele suspensas e dispersas até as vias de penetração e absorção do
organismo; transporta essas mesmas impurezas do ambiente externo ao
ocupacional e vice-versa.

Devido a esses fatos, sua movimentação no ambiente de trabalho, conhecida


como ventilação, quer provocada por meios naturais, quer por meios artificiais,
deve ser criteriosamente planejada, executada e alterada quando necessário, a
fim de que sejam prevenidos danos à saúde, segurança e bem-estar dos
trabalhadores, e inclusive danos à propriedade. Essa movimentação do ar entre
dois pontos, por meios naturais ou mecânicos, processa-se pelo estabelecimento
de uma diferença de pressão entre os dois pontos.

Evidentemente o ar pode ser condicionado artificialmente. Segundo definição


da American Society of Heating, Refrigerating and Air Conditioning Engeneers.
ASHRAE. “ar condicionadpo é o processo de tratamento do ar de modo a controlar
simultaneamente a temperatura, a umidade, a pureza e a distribuição, para tender
as necessidades do recinto condicionado”, ocupado ou não pelo homem. As
aplicações do ar condicionado são inúmeras, podendo ser citadas, entre outras, as
seguintes:

a) processos de fabricação de certos produtos que devem ser feitos em recintos


com umidade, temperatura e pureza controladas; por exemplo, fabricação de
produtos farmacêuticos, impressão de cores, salas de desenhos de precisão,
etc.;
b) conforto do indivíduo e produtividade;

c) hospitais – salas de operação e de recuperação, quarto para tratamento de


doentes alérgicos.

CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS DE VENTILAÇÃO


O autor, Silas Fonseca classifica os sistemas de ventilação, segundo as
principais finalidades a que se destinam, conforme segue.

Ventilação geral (por insuflação, por exaustão, ou por insuflação-exaustão)

VENTILAÇÃO PARA MANUTENÇÃO DO CONFORTO E EFICIÊNCIA DO


HOMEM

É conseguida através:

a) do restabelecimento das condições atmosféricas alteradas pela presença do


homem;
b) da refrigeração do ar ou do homem;
c) do aquecimento do ar no inverno.

VENTILAÇÃO PARA MANUTENÇÃO DA SAÚDE E SEGURANÇA


DO HOMEM
É conseguida através:

a) da redução da concentração de aerodispersóides nocivos até que baixe a


valores compatíveis com a saúde;
b) da manutenção da concentração de gases, vapores e poeiras, inflamáveis ou
explosivos, fora das faixas de inflamabilidade ou de explosão.

VENTILAÇÃO PARA CONSERVAÇÃO DE MATERIAIS E EQUIPAMENTOS POR


IMPOSIÇÃO (POR IMPOSIÇÃO TECNOLÓGICA)

Ventilação local (por exastão do ar, junto à fonte de produção de um


poluente nocivo à saúde, antes de sua dispersão na atmosfera ambiente)

A ventilação local visa, basicamente, à manutenção da saúde e da


segurança do trabalhador, embora tenha influência, até certo ponto, nas condições
relacionadas a seu conforto e eficiência.

NECESSIDADES HUMANAS DE VENTILAÇÃO


A ventilação de residências, espaços comerciais e escritórios, é necessária
para controlar odores corporais, fumaça de cigarro, odores de cozinha e outras
impurezas odoríferas, e não para manter a quantidade necessária de oxigênio ou
remover o dióxido de carbono produzido pela respiração. Isso é verdadeiro, pois a
construção-padrão de edifícios para ocupação humana não pode prevenir a
infiltração ou a saída de substância e de quantidades de ar, mesmo quando todas
as janelas, portas e aberturas no forro estiverem fechadas. Dados publicados
sobre as quantidades de ar normalmente disponíveis pela ventilação natural ou
infiltração indicam que a sufocação por deficiência de oxigênio ou excesso de gás
carbônico, como resultantes da respiração humana, é potencialmente impossível
em construções não subterrâneas.

Composição do ar

A composição aproximada do ar sob três diferentes condições é dada na


Tab. 1.1. simples cálculos, demonstrarão que o homem não requer mais do que
algumas centenas de pés cúbicos de ar por hora para satisfazer suas demandas
de oxigênio e diluir o dióxido de carbono em concentrações não-nocivas.
Um homem, mesmo em trabalhos pesados, respira cerca de 40 litros de ar
por minuto, consome cerca de 2 litro de oxigênio, e produz cerca de 1,7 litros de
dióxido de carbono.

Mackey oferece uma interessante hipótese sobre as alterações físicas e químicas


que ocorrem com o ar interno num ambiente, como resultado da ocupação
humana, como segue. Um adulto em repouso usa, em um minuto, cerca de 240 ml
de oxigênio e produz cerca de 200ml de dióxido de carbono.

A 70 oF, ele perde, em uma hora, cerca de 300 Btu de calor sensível e 0,1 libra de
vapor d’água. Admitindo, para simplificação, que essas taxas permaneçam
constantes ( o que não acontece na realidade), se um adulto estiver confinado a
um ambiente completamente vedado e termicamente isolado, com 1.000 pés3 de
volume, inicialmente a 70 oF (ignorando-se a umidade), a temperatura aumentará
para 100 oF, em menos de duas horas, enquanto que serão necessárias 75 horas
para reduzir o oxigênio para 16% e aumentar o dióxido de carbono para 5%.
Nesse caso extremo, a alteração física é mais perigosa do que a alteração
química.

TABELA 1.1 composição do ar (porcentagem em volume)


Ar Ar interno Ar expirado
Coponente
externo (21o C, U.R. (36o C, U.R.
(seco) 50%) 100%)
Gases inertes 79,00 78,00 75,00
Oxigênio 20,97 20,69 16,00
Vapor d’água 0,00 1,25 5,00
Dióxido de carbono 0,03 0,06 4,00
O dióxido de carbono como um índice das necessidades de ventilação

Experiência já há muito realizadas (1963) concluíram que a concentração


de dióxido de carbono no ar de ambientes ocupados não é um índice adequado
das necessidades de ventilação, sob o ponto de vista de suprimento de ar exterior
e intensidade de odor.

TABELA 1.2 Quantidades recomendadas de ar por pessoa no


ambiente

Ar externo Tipo de espaço ou ocupação


(pes3 / min.
pessoa)
Bancos, auditórios, igrejas, teatros, grandes lojas, espaços
5 – 10 onde não se fuma, etc..
Apartamento, barbearias, institutos de beleza, quarto de
10 – 15
hotel, espaços onde se fuma pouco
Lanchonetes, restaurantes, quartos de hospitais, espaços
15 – 20
onde se fuma moderadamente
20 – 30 Bares, escritórios privados, espaço onde se fuma bastante
Salas de reuniões, boates, espaço onde se
30 – 60
fuma
demasiadamente

Efeito do tamanho do ambiente ocupado em função das necessidades de


ventilação

Grandes salas têm uma vantagem sobre as pequenas, pois agem como
reservatórios, permitindo que os odores do corpo desapareçam com no mínimo
suprimento de ar exterior e que haja máxima eficiência de ventilação. Uma
pequena sala requererá um maior suprimento de ar por pessoa, para controle de
odores. A tabela 1.3 apresenta as necessidades de ar para diluição de odores
corporais, mostrando o que foi anteriormente mencionado.
TABELA 1.3 Necessidades de ar externo para diluição de odores
corporais

Volume do Suprimento de ar Tipo de ocupantes


espaço exterior
(pés3 / pessoa) ( pés3/min. pessoa)
100 29 Escolas de crianças
100 25 Adultos sedentários
200 21 Escolas de crianças
200 16 Adultos sedentários
300 17 Escolas de crianças
300 12 Adultos sedentários
500 11 Escolas de crianças
500 7 Adultos sedentários

Pés3 = 0,0283 m3

M3 = 3531pés3

TOXICOLOGIA INDUSTRIAL

GENERALIDADES SOBRES TOXICOLOGIA

A toxicologia pode se definida como o estudo das ações nocivas de produtos


químicos sobre mecanismos biológicos. Evidentemente o toxicologista, na procura
de informações relacionadas com essas ações nocivas, adquire também
informações relevantes, quanto ao graus de segurança no uso desses produtos.

A toxicologia moderna é um campo multidisciplinar, e depende do conhecimento e


do desenvolvimento de uma série de ciências básicas como a física, a químicas, a
físico-química, a biologia e, em particular, a bioquímica. Para adequada
compreensão dos problemas toxicológicos são necessários conhecimentos da
fisiologia, de estatística, e de saúde pública. A patologia é considerada parte da
toxicologia, pois um efeito nocivo de um produto químico sobre uma célula, tecido
ou órgão, deve manifestar-se necessariamente sob a forma de anormalidades
grosseiras, microscópicas e sub-microscópicas. O campo mais intimamente ligado
com a toxicologia é a farmacologia, pois o farmacologista deve compreender não
somente os efeitos benéficos das substâncias químicas, mas também os efeitos
nocivos dessas substâncias com fins terapêuticos.
A toxicologia tem se desenvolvido em três aspectos principais, dependendo
do interesse presente: toxicologia ambiental, toxicologia econômica (utilitária), e
toxicologia forense, conforme a Fig. 3.1.
Tecnologia e Meio Ambiente

A toxicologia ambiental é o ramo da toxicologia que trata da exposição


casual do tecido biológico e, mais especificamente, do homem a produtos
químicos basicamente poluentes de seu ambiente e de seus alimentos. É o estudo
das causa, condições, efeitos e limites de segurança para tais exposições.

Figura - Desenvolvimento da Toxicologia

A toxicologia econômica é o ramo da toxicologia que trata dos efeitos


nocivos de produtos químicos intencionalmente administrados ao tecidos
biológicos, com o propósito de obter-se um efeito especifico.

A toxicologia forense é o ramo da toxicologia que trata dos aspectos


médico-legais de efeitos nocivos de substâncias químicas sobre os seres
humanos. A toxicologia forense envolve as condições de exposição aos agentes
tóxicos, quer acidentais, quer intencionais.

AGENTES TÓXICOS

INTRODUÇÃO
O homem, desde o início da civilização, em sua procura por alimentos, deve
Ter tentado comer uma variedade de materiais de origem vegetal e animal.
É provável que, através dessa experiência, ele tenha determinado que
certas substâncias, principalmente vegetais, quanto ingeridas, produziam doença
ou causavam a morte, ou serviam como uma forma desejável de alimento. Por
isso, parece razoável conceber que o homem logo reconheceu que havia
conseqüências danosa ou benéfica associadas com a ingestão de materiais pelo
seu organismo. Todos os materiais podiam ser colocados em duas classes:
seguros ou nocivos. Assim, a palavra “veneno” seria o termo utilizado para os
materiais que fossem benéficos e necessários para que o organismo funcionasse.

Esse conceito, envolvendo a divisão dos produtos químicos em duas


categorias, tem persistido até hoje e, como tal, serve um propósito útil na
sociedade. Ele prontamente coloca certas substâncias animais e vegetais, e todos
os produtos químicos distintamente nocivos, numa categoria, para a qual é dado o
devido respeito. Contudo, num sentido estritamente cientifico, tal classificação não
é segura. Reconhece-se, atualmente, que não é possível estabelecer uma
rigorosa linha de separação entre materiais benéficos e materiais nocivos. A
experiência tem mostrado que é mais razoável considerar a existência de graus de
segurança e de graus de risco, na utilização de um determinado material. Mesmo
a mais inócua das substâncias, quando absorvida pelo organismo humano em
quantidades suficientemente elevadas pode ocasionar efeitos indesejáveis, ou
mesmo distintamente nocivos. Do mesmo modo, o mais nocivo de todos os
produtos químicos, pode ser absorvido, em quantidade suficientemente pequena,
sem causar nenhum dano ao organismo.

CONCEITO DE TOXICIDADE

Toxidade é uma propriedade inerente a todas matérias. Manifesta-se num


ambiente fisiológico vivo, produzindo uma alteração indesejável do mesmo, que,
se suficientemente intensa, é chamada de dano. O dano é produzido em resposta
a alguma dose de uma substância. A dose é a quantidade da substância
experimentada nem dado intervalo de tempo. Algebricamente, a dose pode ser
expressa pela regra de Haber, em sua forma mais simples,

Ct = K = algum ponto final, usualmente morte, onde C é a concentração e t o


tempo. A constante K é usualmente LD 50 ou LC50; LD50 é a dose de um agente
tóxico que matará 50% de um grupo de animais de teste; LC 50 é a concentração
de uma dada substância que quando inala num determinado período de tempo,
mata 50% dos animais sob o teste.

A toxicidade pode também ser entendida como o efeito liquido de duas reações
opostas: (1) substância tóxica agindo sobre o organismo, e (2) o organismo agindo
sobre as substâncias tóxicas. O efeito liquido é uma redução no potencial tóxico.
Isso pode ser observado na figura abaixo. O reconhecimento dessa duas reações
opostas permite diversos prognósticos com relação à toxicidade: (a) a toxidade
observada será sempre menor que a verdadeira, ou toxicidade potencial;

figura

A figura acima mostra que diversas reações ocorrem em combinação para reduzir
a concentração do agente tóxico através de uma série de vias de excreção e
eliminação. Os processos metabólicos reduzem ainda mais a concentração efetiva
do agente tóxico no organismo; contudo, muitas vezes, os produtos resultantes da
desintoxicação podem aumentar a toxicidade.
Pelo fato de uma substância poder ser tóxica para um determinado
espécime biológico e, ao mesmo tempo, inócua para outro, ao serem usados os
termos tóxico e toxicidade, é necessário identificar i mecanismo biológico sobre o
qual o efeito danoso é produzido.

SINERGISMO E ANTAGONISMO

Sinergismo pode ser definido como o aumento da toxicidade acima daquela


comumente expressada, quando o agente tóxico é utilizado em combinação com
outra substâncias. Antagonismo é a expressão oposta á toxicidade, quando duas
ou mais substâncias estão presentes no organismo; o antagonismo pode resultar
na completa eliminação dos efeitos tóxicos, ou a toxicidade pode ser parcialmente
reduzida.

RISCO E SEGURANÇA

Pode-se conceituar risco como a probabilidade de ocorrência de um dano quando


se utiliza a substância de um determinado modo e numa particular quantidade; e
segurança como a certeza prática de que um dano não irá ocorrer quando a
substância for utilizada de um determinado modo e numa particular quantidade.
Observação. Toxicidade de uma substância; risco ou segurança no uso da
substância.
Tecnologia e Meio Ambiente

Os elementos básicos a serem considerados na avaliação de um risco no uso de


uma substância são:

a) toxicidade da substância usada;


b) propriedades física da substância;
c) probabilidade de absorção da substância pelo indivíduo;
d) a extensão e a intensidade de exposição a essa substância;
e) medidas de controle utilizadas.

OCORRÊNCIA DOS AGENTES TÓXICOS

Os agentes tóxicos, especificamente designados em saúde ocupacional como


agentes químicos de doenças profissionais, podem ocorrer nos estado sólido,
liquido ou gasoso. Quando no estado sólido ou liquido, podem apresentar-se
finamente divididos e suspensos no ar como material particulado, com importante
significado higiênico.

Os agentes que se apresentam no estado gasoso são constituídos pelos gases e


vapores, sendo que estes últimos representam o estado gasoso de materiais que
são sólidos ou líquidos nas condições normais de pressão e temperatura.
Uma das propriedades mais importante desses agentes é sua capacidade de
misturar-se intimamente com o ar, tornando-se parte do mesmo; inicialmente pode
haver uma certa estratificação, devida as diferenças de densidade. Contudo, uma
vez misturados, não há uma separação importante, apesar dessas diferenças.
As partículas sólidas e liquida suspensa no ar podem ser classificadas de
acordo com sua formação em poeiras, fumos e névoas.

Poeiras

São partículas sólidas, em geral com diâmetros maiores que 1 micro, resultantes
da desintegração mecânica de substância orgânicas ou inorgânicas, seja pelo
simples manuseio, seja em conseqüência de operações de trituração moagem,
peneiramento, broqueamento, polimento, detonação, etc. Como exemplo,
podemos citar as poeiras de sílica, asbestos e carvão.

Fumos

São particulas sólidas, em geral com diâmetros menores que 1 m, resultantes da


condensação de vapores, geralmente após volatilização de metais fundidos, e
quase sempre acompanhada de oxigenação. Ao contrário das poeiras, os fumos
tendem a flocular. Os fumos podem forma-se também pela volatilização de
matérias orgânicas sólidas ou pela reação de substâncias químicas, como na
combinação de ácidos clorídricos e amoníaco.

VI- Névoas

São particulas liquidas (goticulas), comumente com diâmetro entre 0,1 e 100 m,
resultantes da condensação de vapores sobre certos núcleos, ou da dispersão
mecânicas de liquidos, conseqüente a operações ou ocorrências como a
nebulização, borbulhamento, respingos, etc. como exemplo podemos citar névoas
de ácidos crônicos, de ácidos sulfúrico e de tinta pulverizada.

CLASSIFICAÇÃO FISIOLÓGICAS DOS AGENTES TÓXICOS

Os tipos de ação fisiológicas de um agente tóxico sobre o organismo depende da


concentração na qual está presente. Por exemplo, um vapor, numa determinada
concentração, pode exercer sua principal ação como anestésico, enquanto que
uma menor concentração do mesmo vapor pode, sem efeito anestésico, danificar
o sistema nervoso, o sistema hematopoético, ou algum órgão visceral. Por esse
motivo, é impossível, freqüentemente, colocar-se um agente tóxico nu,a única
classe. Patty sugere a classificação que segue.

VII- Irritantes

São corrosivos e vesicantes em sua ação. Tem essencialmente o mesmo efeito


sobre homens e animais, e o fator concentração é muito mais importante que o
fator tempo de exposição. Algumas irritantes representativos são:

a) irritante que afetam principalmente o trato respiratório superior – aldeídos


(aldeídos acético, acroleína, aldeído fórmico), poeiras e névoas alcalinas,
amônia, ácidos crônico, óxido de etileno, ácido clorídrico, fluoreto de
hidrogênio, dióxido de enxofre;
b) irritante que afetam principalmente o trato respiratório superior e os pulmões –
bromo, cloro, óxido clorados, fluor, iodo, ozona, cloretos de enxofre, tricloreto
de fósforo;
c) irritantes que afetam principalmente o trato respiratório inferior – dióxido de
nitrogênio, fosgênio, tricloreto de arsênio.

VIII- Asfixiantes

Exercem sua ação interferindo com a oxidação dos tecidos. Podem ser divididos
em asfixiantes simples e químicos. Os asfíxiantes simples são fisiologicamente
gases inertes que agem principalmente por diluição do oxigênio atmosférico
abaixo da pressão parcial necessária para manter uma saturação de oxigenio do
sangue suficiente para a respiração normal do tecido. Os asfixiantes químicos, por
outro lado, através de uma ação química, impedem o transporte do oxigênio pelo
sangue ou impedem a oxigenação normal dos tecidos, mesmo que o sangue
esteja bem oxigenado. Seguem-se exemplos de asfixiantes.

a) Asfixiantes simples: dióxido de carbono, etano, hélio, hidrogênio, metano,


nitrogênio, óxido nitroso.
b) Asfixiantes químicos: monóxido de carbono, que combina com a hemoglobina;
cianogênio, cianeto de hidrogênio e nitrilas, que inibem a oxidação do tecido
pela combinação com catalisadores celulares; anilina, metilanilina,
dimetilinalina e toluidina, que formam metaemoglobina; nitrobenzeno, que
forma metaemoglobina, baixa a pressão sanguinea, disturba e, finalmente, faz
cessar a respiração; e sulfeto de hidrogênio, que causa paralisia respiratória.

Narcóticos (anestésicos em seu estagio extremo de ação)

Esse grupo exerce sua principal ação como simples anestesia, sem sérios efeitos
sistêmicos, e seus membros têm uma ação depressiva sobre o sistema nervoso
central, governada por suas pressões parciais no sangue que abastece o célebro.
Por exemplo, hidrocarbonetos acetilênicos, hidrocarbonetos olefinícos, éter etilico,
éter isopropílico, hidrocarbonetos parafinícos, acetonas alifáticas álcoois alifáticos.

Tóxicos sistêmicos

a) Materiais que causam danos a um ou mais órgão viscerais: a maioria dos


hidrocarbonetos halogenados.
b) Materiais que causam danos ao sistema hematopoético: benzeno, fenóis e,
num certo grau, tolueno, xilol e naftaleno.
c) Materiais que causam danos ao sistema nervoso: dissulfeto de carbono, álcool
metílico, tiofeno.
d) Metáis tóxico: chumbo, mercúrio, cádmo, antimônio, manganês, berílio, etc.
e) Não-metais tóxico inorgânico: compostos de arsênio, fósforo, selênio e enxofre,
fluoretos.

Material particulado que não seja tóxico sistêmico

a) Poeira que produzem fibrose: silica, asbesto.


b) Poeira inerte: carborundo, carvão.
c) Poeira que causam reações alérgicas: pólem, madeira, resina e muitas outras
poeiras orgânicas.
d) Irritantes: ácidos, álcalis, fluoretos cromatos.
e) Bactérias e outros microrganismos.
CLASSIFICAÇÃO DAS SUBSTÂNCIAS PELOS SEUS EFEITOS TÓXICOS

Não-venenosos

São substâncias que não podem ser absorvidas pelos fluidos do organismo. Por
exemplo, metilcelulose e alto polimeros. A maioria dos produtos comerciais
contém baixos polimeros ou impurezas absorvíveis.

Veneno por concentração

São substâncias que produzem um efeito proporcional à quantidade presente no


organismo, num dado instante. Podem ser:

a) fisicamente tóxicos – óxido nitroso, éter etilico, narcóticos em geral;

b) Farmacologicamente (ou bioquimicamente) tóxicos – compostos orgânicos


fosforados, que atuam como inibidores irreversiveis da colinesterase,
acetilcolina (Parathon, Pirazoxon, etc.)

c) Fisiológicamente tóxicos – Butil Cellosove, que causa anemia hemofilitica


(aumenta a fragilidade dos glóbulos vermelhos).

IX- Veneno crônicos

São substância que, sempre que a concentração nos fluidos do organismo passa
um limite, causa um dano que não é reparado antes da próxima absorção. Por
exemplo, o tetracloreto de carbono, que causa cirrose do figado.

X- Veneno cumulativos

São substâncias que armazenam no organismo, quando acima do nivel de


tolerância no sangue (chumbo, flúor, DDT).

XI- Veneno aditivos

São substâncias tais que cada molécula das mesmas que entram no organismo
produz um efeito permanente irreverssivel. Por exemplo, substância que causam
câncer (?).

TOXICIDADE AGUDA, SUBAGUDA E CRÔNICA


XII- Toxicidade aguda

Refere-se a efeito produzido por uma única penetração de um produto químico


nos fluido do organismo – uma engolida, 8h de inalação, até 24 h de contato com
a pele.

(exemplo: Num poço de inspeção havia indicio de gás Sulfidrico – provocou morte)

XIII- Toxicidade subaguda

Refere-se a efeitos produzidos por penetração diárias ou freqüentes no


organismo, durante poucos dias ou até mesmo um ano.

XIV- Toxicidade crônica

Refere-se a efeito produzidos pela penetração do agente tóxico durante pelo


menos dois anos.

TOXICIDADE SELETIVA E ASSOCIADA

Toxicidade seletiva

Os agente danificam certas células, órgão e espécies, e não outros, na mesma


dosagem. Os compostos que constituem os pesticida são planejados para matar
insetos, por exemplo, e não danificar o homem. Por exemplo, a seletividade do
DDT está baseada no tamanho do animal e não no peso.

Toxicidade associada

Quando dois ou mais agentes estão presentes, pode haver:

a) efeitos independentes,

A – efeito A; B – efeito B;

b) efeito aditivos – quando as ações tóxicas são similares,

efeito (A+B) = efeito A + efeito B;

c) efeito sinérgico, quando as ações tóxicas são mais que aditivas

efeito (A+B) > efeito A + efeito B;

d) efeito antagônicos, quando as ações tóxicas são menos que aditivas,


efeito (A+B) < efeito A + efeito B;

Exemplo. Qual é a mais provável LD 50 para ratos de um fluido para freio cuja
fórmula é:

Etileno-glicol (LD50 : 8g/kg) 20% em peso,


glicerina (LD50 : 30g/kg) 30% em peso,
óleo de rícino (LD50 : 100g/kg) 50% em peso;

média harmônica,

% %B %C 1
A + + =
LD50 LD50 LD50 LD50 X
A B C

0, 0, 0,5
20 + 30 + 0 = 25
8 30 10 g/kg
0

VIAS DE PENETRAÇÃO NO ORGANISMO

Introdução

Todas as vias naturais de penetração dos agentes tóxicos no organismo retardam


a entrada dos mesmos, e exercem determinada ação seletiva. A penetração
somente será instantânea quando atingir diretamente a corrente sanguínea, como
mas lesões da pele ou na aplicação de medicamentos através de injeção
intravenenosa. As propriedades físicas e químicas de cada composto determinam
grandemente a via pela qual ocorre a exposição.

Através de uma exposição ocupacional, os agentes tóxicos penetram no


organismo do trabalhador, principalmente através da pele e pelos aparelhos
respiratório e digestivo; há possibilidade de penetração, porem com importância
bastante secundária, também através da mucosa (membrana que forra as
cavidades do organismo e que segrega muco), de outras cavidades do organismo
como pálpebras dos olhos, lábios da vulva, vagina, prepúcio, ânus, lábios, ou
através da córnea, dos tímpanos e do orifício urinários.

AÇÃO DOS AGENTES TÓXICOS SOBRE A PELE

A pele é normalmente uma barreira efetiva para proteção dos tecidos que estão
sob ela, e normalmente pouca substância são absorvidas através dela, em
quantidades perigosas. Contudo por ocorrer envenenamentos fatais, por
exposições breves de áreas da pele, que não necessitam ser muito grande. A
pele, como via de contato, pode ser também importante quando é penetrada por
agentes extremamente tóxicos, projetados contra ela, ou que ingressam através
de feridas abertas. Resumindo, quando um agente químico põe-se em contato
com a pele, pode ocorrer o que segue.

1. pele e a película de suor e gordura que cobre podem atuar como uma
barreira efetiva, que o agente não é capaz de perturbar, danificar ou
penetrar.
2. o agente pode reagir com a superfície da pele e causar uma irritação
primária. O irritante primário é uma substância que, se permanece em
contato com a pele, em dose suficiente produzirá um efeito visível sobre a
pele, no local do contato. Um irritante primário afetará a pele de qualquer
trabalhador de um modo quase idêntico. A maioria dos irritante primário tem
uma ação clinica direta sobre a pele, através de um dos seguintes meios:

a) solvente de queratina – hidróxido de sódio, hidróxido de potássio e


outros materiais alcalinos;
b) desidratação – ácido inorgânicos e anidrfidos; como resultado, a pele
torna-se seca, racha-se ficando tão sujeita a um infecção secundária;
c) solventes de óleo e gorduras – solventes orgânicos; podem causar
uma inflamação severa da pele;
d) precipitantes de proteinas – arsênico, cromo e outros metais
pesados alteram a estrutura química da pele e causam ulceração;
e) oxidante – excessiva exposição a branqueadores, como os peróxido
e cloro, causa distúrbio e alteração no balanço fluido da camada de
queratina;
f) redutores – ácidos salicilico, áxido oxálico; reduzem quimicamente a
camada mais externa da pele, levando a uma irritação das camadas
mais internas.
g) Estimulante da queratina – certos compostos do petróleo e produtos
de disatilação do alcatrão, certos hidrocarbonetos clorados, arsênico
podem levar a formação de tumores na pele.

3 O agente pode penetrar na pele, combinar-se com a proteína dos tecidos e


produzir sensibilizações da pele. O sensibilizador é uma substância que não causa
alteração visível na pele, que, após umperiodo de incubação (de cinco dias para
mais), após contatosobre a mesma, causará uma dermatite. A dermatite causada
por irritantes primários usualmente ocorre após algumas horas ou em poucos dias.
Exemplo de matérias que exercem uma potente ação sensitizante (relativo ao
sentido) são: aminas alifáticas, maleatos, resinas epóxicas, níquel e platina.

4 O agente pode penetrar na pele através da via peliculo-sebácea, ingressar na


corrente sangüínea, e atuar como um tóxico generalizado, afetando todo o
organismo. Os agentes que penetram através da pele devem ser solúveis em
água e gordura, para penetra bem. Os compostos iônicos, por exemplo, não
penetram através da pele.
PENETRAÇÃO ATRAVÉS DO TRATO DIGESTIVO

A intoxicação ocupacional por essa via é muito menos comum, já que a freqüência
e o grau de contato com os agentes tóxicos depositados nas mãos, alimentos e
cigarros né muito menor do que na inalação. Por isso, somente substâncias
altamente tóxicas como o chumbo, mo arsênico e o mercúrio podem causar
preocupação nesse sentido.

O trato gastrointestinal pode ser visto como um tubo através do corpo, começando
na boca e terminando no ânus. Apesar de estarem dentro do organismo, seus
conteúdos estão essencialmente externos aos fluidos do corpo (sangue e linfa).
Por isso, os agentes tóxicos no trato gastrointetinal podem produzir umefeito na
superfície da mucosa que o reveste ou ser abosorvido através dessa mucosa.
Álcalis e ácidos fortes ou fenóis, em edequada concentração, podem causar um
efeito necrosante ( ) sobre a mucosa do trato.

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