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28/04/2021

MANEJO SANITÁRIO DE
CAPRINOS E OVINOS

PROGRAMA SANITÁRIO
Observar sinais e sintomas:
Animal triste / assustado;
Perda de apetite, seguida ou não de parada de rúmen;
Alteração da temperatura e movimentos respiratórios;
Alteração na aparência das mucosas;
Redução na produção;
Perda de peso;
Pelos arrepiados, ásperos, sem brilho;
Fezes líquidas (diarréia), ou duras e ressecadas (constipação);
Tosse;
Presença de secreções nas narinas, olhos ou vagina;
Região do vazio muito aumentada ou muito funda.
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1. Doenças Parasitárias
Os parasitas podem atingir os animais internamente
(endoparasitas) ou externamente (ectoparasitas),
causando grande desconforto ao animal, queda na
produção, mortalidade e grandes perdas econômicas na
criação.

1.1 Sarna
Ectoparasitas:
◦ Psoroptes ovis,
◦ Dermotex ovis e
◦ Sarcoptes ovis
Ao picarem a pele dos ovinos, causam afecção
cutânea, coceira, descamação, perda de peso e
da qualidade da lã, enfraquecimento e elevada
mortalidade dos animais jovens.
O contágio pode ocorrer de animal para
animal ou de maneira indireta, por intermédio
de abrigos, instalações e instrumentos.
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1.1 Sarna
Sintomas: inquietação, prurido intenso,
perda de pelos ou lã, pele avermelhada.
Tratamento: Cura das lesões, banhos
sarnicidas, antiparasitários injetáveis
Prevenção: fazer o controle nos animais a
serem introduzidos no rebanho; banho
sarnicida duas vezes por ano, com intervalos
de 10 a 15 dias.

1.2 Pediculose (piolhos)


◦ Bovícola caprae (mastigadores) e
◦ Linognathus stenopsis (sugadores),
Alimentam-se de células de descamação da pele e sangue.
Os sintomas consistem de irritação, prurido, escoriações da
pele.
Tratamento: Banho de aspersão (pulverização), imersão ou
aplicação tópica sobre as regiões onde os parasitas atuam e
repetir com 10 dias.
Profilaxia:
» Inspeção periódica do rebanho;
» Evitar a introdução de animais infestados com piolhos;
» Separar e tratar os animais infestados, uma vez que, a
transmissão ocorre através do contato direto de animais
doentes para sadios. 6

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1.3 Miíase (Bicheiras)


Infestações ocasionadas por larvas da mosca
Cochliomya hominivorax, com destruição e
necrose dos tecidos.
Maior incidência de moscas em períodos de
alta temperatura e alta umidade.
Sintomas: Animais inquietos, emagrecimento
progressivo, grandes feridas.
Tratamento: proceder a limpeza completa da
zona atingida pelas larvas. Aplicar larvicida.
Prevenção: Combater moscas, evitar cortes
da pele, tratamento dos umbigos dos recém
nascidos, evitar cirurgias em épocas de alta
temperatura e examinar periodicamente todo
o rebanho.
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1.4 Coccidiose
Protozoário do gênero Eimeria sp
atua no intestino delgado destruindo os tecidos
e causando diarréia sanguinolenta. Contaminam-
se pela ingestão de oocistos da água e dos
alimentos.
Sintomas: Conversão alimentar ruim,
retardamento no crescimento e emagrecimento.
Tratamento: Utilização de coccidiostáticos e
sulfas.
Prevenção: Higiene e desinfecção dos
comedouros, bebedouros e instalações,
isolamento dos animais doentes, combate às
moscas
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1.5 Verminoses
Vermes que parasitam os órgãos
Caprinos e ovinos têm facilidade de contrair
vermes pelo hábito de pastejo rente ao solo.
Animais jovens com baixa resistência orgânica
apresentam-se mais susceptíveis ao ataque
dos vermes.

1.5 Verminoses
Como minimizar a infestação:
Evitar altas concentrações de animais;
Evitar pastoreio em áreas alagadiças;
Evitar contaminação fecal de cochos e bebedouros;
Boa preparação do esterco para fertilização;
Evitar acesso a pequenos piquetes;
Fazer rotação das pastagens;
Não juntar animais jovens aos adultos.

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1.5 Verminoses
Sintomas: Animais tristes, sentem desejo de
comer terra e fezes; apresentam diarréia,
emagrecimento, anemia, podem apresentar um
papo submandibular. A lã e o pêlo tornam-se
secos e arrepiados. Ascite.
Tratamento: Utilização de vermífugos
específicos ou de largo espectro, evitando
promover a resistência aos vermífugos.
Prevenção: Fazer exame de fezes nos animais
(OPG) periodicamente, utilizar vermífugos, fazer
rotação de pastagens, limpeza e desinfecção das
instalações, água de boa qualidade aos animais e
evitar lugares úmidos. 11

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Ciclo biológico – Endoparasitas


Haemonchus contortus – ciclo de 28 dias
.
Parasitas adultos no abomaso

Ovos nas fezes

Larva infectante
é ingerida com
o pasto

L3 migra para fora das fezes Após eclosão, muda: L1, L2 e L3


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Controle na epidemiologia dos


parasitas e manejo
1.5.1. Lotação das pastagens
Quando os ovinos são criados extensivamente e
compartilham a pastagem com animais de outras
espécies, os problemas com a verminose são apenas
esporádicos e observados, muitas vezes, no inverno e
no início de primavera, associados ao período
periparto e às condições precárias de alimentação,
comuns nesses períodos.
A melhoria das pastagens, por meio da introdução de
plantas forrageiras e do emprego de fertilizantes, tem
contribuído para o melhor aproveitamento dos pastos,
permitindo uma maior lotação das pastagens.
As lotações elevadas facilitam a transmissão dos
parasitas favorecendo a ocorrência da verminose.
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Presença de inúmeras larvas contidas em uma


pequena gota de orvalho em um ramo de pasto

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1.5.2 Rotação de pastagens x desenvolvimento e


sobrevivência dos estágios de vida livre dos
nematódeos no ambiente
A rotação da pastagem é uma prática interessante do ponto de
vista agrostológico e zootécnico, pois permite otimizar as áreas
destinadas ao pastejo dos animais. Além disso, é uma forma de
diminuir a população de larvas de nematódeos na pastagem.
Na rotação das pastagens, estas permanecem em descanso,
sem animais, por períodos que variam de 30 a 40 dias. Este
período de descanso, na maioria das situações, é muito curto
para permitir redução significativa da contaminação da
pastagem, já que os parasitas necessitam de vários dias para se
desenvolverem no ambiente (de ovo até larva infectante), além
disso, as larvas infectantes podem sobreviver durante várias
semanas ou até mesmo vários meses no ambiente.
Portanto, essa prática deve ser bem planejada.

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1.5.3 Descontaminação da pastagem


pelo uso de diferentes espécies de
herbívoros
Este método consiste em alternar em um pasto diferentes espécies de
hospedeiros. Esta técnica fundamenta-se no fato de que as espécies de
nematódeos gastrintestinais apresentam o que se denomina especificidade
parasitária.
Embora essa especificidade seja variável conforme a espécie do parasita, a
grande maioria das espécies que parasitam ovinos não se desenvolvem em
bovinos ou em eqüinos e vice-versa.
Para que seja efetivo, faz-se necessário que cada uma das espécies de
animais envolvidas no programa permaneça num piquete por períodos
relativamente longos de tempo (Amarante, 1995).

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1.5.4 Pastagens recém implantadas

As terras utilizadas na agricultura, que normalmente não


são pastejadas por longos períodos, podem ser
consideradas livres da contaminação pelos estágios de
vida livre dos vermes, o mesmo pode-se dizer das
pastagens recém implantadas.

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1.5.5 Criações confinadas

Em um estudo comparativo da recria de cordeiros em


confinamento e a pasto foi evidenciado que os cordeiros
confinados (não expostos à pastagem contaminada)
apresentaram produtividade muito superior à de animais
mantidos a pasto (Siqueira et al., 1993).
Bons resultados são conseguidos com o confinamento das
ovelhas no final da gestação. As fêmeas permanecem
confinadas com os cordeiros até o desmame, quando então
retornam para a pastagem.
A vantagem adicional é que os cordeiros já são adaptados ao
confinamento por ocasião do desmame.
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1.6 Endoparasitas comuns em confinamentos


Quando os animais são confinados e recebem ração livre de
contaminação, normalmente ficam protegidos contra essas infecções.
Porém, parasitas como Strongyloides papillosus e Eimeria spp. têm a
sua transmissão facilitada em confinamento.
Infecções por Strongyloides papillosus: nematódeos parasitas do
intestino delgado. Apenas as fêmeas partenogenéticas parasitam os
hospedeiros e as larvas infectam os animais ativamente ao
penetrarem na pele. Além disso, são transmitidos da mãe para o
recém-nascido por via transmamária; animais com poucos dias de
vida já podem apresentar infecções.
Na maioria das vezes as infecções por estes nematódeos são leves e
os vermes são eliminados naturalmente, não requerendo tratamento
anti-helmíntico. Porém, quando as condições de higiene do
confinamento são precárias podem ocorrer infecções pesadas.
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1.7 PRINCIPAIS NEMATÓDEOS


Haemonchus contortus: possui elevada prevalência,
associada à grande patogenicidade. Este parasita do
abomaso é hematófago, ou seja, durante toda a sua
vida parasitária, alimenta-se de sangue. Os animais
portadores de carga parasitária elevada apresentam
anemia e edema submandibular, podendo levar a óbito.
Trichostrongylus colubriformis: parasita do intestino
delgado, está presente em praticamente todas as
criações de ovinos. Lesam a mucosa intestinal
provocando exsudação de proteínas séricas para a luz
intestinal.

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Nematódeos

Ciclo de vida
Média = 21 d

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Controle do Haemonchus contortus –


Método FAMACHA

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Forma correta de expor a conjuntiva


Examinar o animal sob luz natural.
Pressionar levemente a pálpebra superior para baixo
e tracionar a pálpebra inferior no mesmo sentido.
Expor somente a conjuntiva, não o olho!
Evitar a exposição parcial da membrana interna da
pálpebra (terceira pálpebra).
Observar a coloração na parte medial da conjuntiva
inferior.
Determinar o grau, conforme o cartão.
Na dúvida, optar pela categoria mais pálida.
Proceder com a indicação.

Obs: Nunca abrir o olho do animal na frente do cartão.


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FAMACHA

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Fasciola hepática
Fasciolose
(baratinha-do-
fígado): em uma
fase de vida se
multiplica em
caramujos e na
fase adulta
parasita o fígado
dos ovinos e
caprinos.
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1.8 Eimeriose
Causada pelo protozoário do gênero Eimeria
invade e destrói a mucosa intestinal
Causa perdas econômicas decorrentes do baixo
desenvolvimento e morte dos animais.
Sintomas: variados, podem ser confundidos ou
associados a verminoses e subnutrição.

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1.8 Eimeriose
Os animais infectados geralmente apresentam diarréia, que
algumas vezes contém muco ou sangue e conseqüente
desidratação, anemia, baixa conversão alimentar,
emagrecimento progressivo, fraqueza ou morte.
Há casos em que o animal não apresenta diarréia e morre
agudamente com constipação.
Tratamento - Coccifin pó, à base de sulfaquinoxalina.
Dosagem: 0,20g de Coccifin por kg de PV, diluído em água
tratada ou limpa, na proporção de 100 g Coccifin para 100ml
de água; administrado por via oral

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1.9 Oestrose (rinite parasitária)


Bicheira causada por larvas da mosca Oestrus ovis, que se
localizam nas fossas nasais e seios frontais dos ovinos; os
sintomas mais comuns são espirro e agitação.

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Faixas etárias de ocorrência de


diarréia infecciosa em cordeiros e
cabritos

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2. Doenças infecto contagiosas


Estas doenças causam grandes prejuízos na
criação, quando não são prevenidas e
tratadas.
Por serem contagiosas, além de ocasionarem
queda na produção dos animais, podem levar
a perda de todo o rebanho, o que é um grave
prejuízo para o criador.

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2.1 Enterotoxemia
Causada por bactéria Clostridium perfrigens
tipo D, comum no intestino delgado.
Ocorre principalmente quando os animais são
alimentados com excesso de concentrado.
Sintomas: Perda da coordenação motora,
dores abdominais e o animal pode morrer
rapidamente.
Tratamento: Diminuir o concentrado.
Prevenção: Vacinar as fêmeas no último mês de
gestação e os cordeiros 15 dias antes do
desmame. Não fazer mudança brusca na
alimentação dos animais.
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2.2 Tétano
Cusada pelas toxinas do Clostridium tetani
Bactéria esporulante normalmente presente
nos excrementos de animais e no solo.
Os esporos se instalam nas lesões após a
prática de: tosquia, castração, caudectomia ou
nas feridas umbilicais dos recém-nascidos e
fêmeas após a parição, atingindo o sistema
nervoso central.

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2.2 Tétano
Sintomas: Rigidez muscular, desequilíbrio do
trem posterior; em cordeiros a morte pode vir
antes dos sintomas citados.
Tratamento: Para casos suaves, recomenda-se
a aplicação diária de penicilina. Em casos agudos
os animais não se recuperam, devendo ser
eliminados.
Prevenção: Higienização dos locais de criação,
principalmente para execução das práticas de
manejo recomendadas.Vacinação, 15 a 30 dias,
antes de qualquer ato cirúrgico. Em casos de
emergência, usar soro antitetânico, desde que
seja econômico.
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2.3 Oftalmia Contagiosa


Agente biológico: Ricketsia conjuntivae
causa congestão e inflamação ocular, podendo levar à
cegueira. Poeira, forragem muito seca, radiações solares e pele
despigmentadas favorecem o aparecimento das lesões.
Sintomas: Olhos avermelhados e lacrimejando chegando a
ficar todo branco, com exceção da parte central.
Tratamento: É feito com soluções ou pomadas oftálmicas à
base de clorotetraciclina, clorafenicol, neomicina, penicilinas
sintéticas ou corticosteróides, aplicados diariamente em
ambos os olhos.
Prevenção: Quando a infecção atinge grande parte do
rebanho, recomenda-se o uso de vacina, aplicada inicialmente
em duas doses, com intervalos de 10 dias, e no mês de
outubro. 35

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2.4 Febre Aftosa


Enfermidade virótica febril, seguida de erupção
vesicular nas mucosas da boca e coroa dos cascos.
Normalmente a enfermidade apresenta-se em
surtos epizoóticos, atacando a maioria do rebanho,
disseminando-se rapidamente, caso não seja
controlada.
A doença é transmitida através de roupas e
calçados dos humanos, veículos, animais silvestres
e domésticos, portadores do vírus. Em caso de
aparecimento da doença, a Órgão de Defesa
Sanitária do local deve ser avisado.
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2.4 Febre Aftosa


Sintomas: Febre, salivação intensa, anorexia,
lesões nas comissuras labiais e cascos.
Tratamento: Não há tratamento específico.
Prevenção: Segundo o Programa Nacional
de Erradicação da Febre Aftosa, vigente no
Brasil, não se recomenda a vacinação de
caprinos e ovinos contra a febre aftosa.

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2.5 Diarréia dos Cordeiros


Causada pelo Clostridium welchii tipo B, que
excreta toxinas no trato digestivo dos
cordeiros.
Sintomas: Animais apáticos, param de se
alimentar, diarréia profunda (podendo ficar
sanguinolenta) e muitas vezes ocorre a morte
dos animais.
Tratamento: Não existe tratamento
eficiente.
Prevenção: Vacinação.
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2.6 Pneumonia
Fatores Predisponentes: Congestões pulmonares,
helmintos (Dictiocaulus filaria), larvas de cestódios
(cistos hidáticos) larvas de moscas (Oestrus ovis),
medicamentos mal administrados (falsa via).
Prevenção: Não tosquiar os animais em épocas
sujeitas à chuvarada com ventos frios. Proteger
os animais tosquiados da chuva em abrigos
Usar corretamente medicamentos via oral
(nunca dosificar animais deitados, a cabeça deve
estar levemente levantada).
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2.7 Pododermite Necrótica


(Mal do casco ou Podridão do pé)
Causado pelo Fusiformis nodosus, presentes
nas fezes.
Estes microorganismos não conseguem
sobreviver por mais de 10 dias fora dos pés
dos ovinos.
Locais lamacentos criam condições favoráveis
para a ocorrência súbita da doença, desde
que este lugar contenha os microorganismos.

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2.7 Pododermite Necrótica


Sintomas: Manqueira, necrose do tecido
podofiloso, descolamento do tecido córneo e
pus.
Tratamento: Limpar os cascos, e se preciso
apará-los, colocar formol em um recipiente de
boca larga e introduzir cada casco por ± 1
minuto, pela manhã e a tarde. Usar uma pomada
bactericida e cicatrizante. Isolar os animais
afetados.
Prevenção: Aparar os cascos dos animais pelo
menos duas vezes ao ano e usar pedilúvio com
formol a 10%.
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Prevenção de podridão do casco


Cortar o casco, separar os animais infectados e
desinfetar o equipamento de corte utilizado;
Passar todos os animais em pedilúvio com sulfato de
Zinco a 15%, durante 30 min., 2 vezes por semana;
Permitir descanso da pastagem;
Descartar animais gravemente afetados e aqueles que
não responderam ao tratamento;
Vacinar 8 a 12 semanas antes da estação de maior
prevalência de podridão de casco (a doença tende a
ocorrer na mesma época do ano);
Acasalar seletivamente os animais que parecem menos
susceptíveis.
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Solução para pedilúvio

5 kg de sulfato de Zinco ou Cobre ou


solução iodada (a 10%)
50 litros de água
1 litro de detergente doméstico

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2.8 Gangrena Gasosa (Edema


Maligno)
Causada pelo Clostridium septicum
não é contagiosa de animal para animal.
É toxisepticêmica, de caráter febril, atacando
ovinos de todas as idades, durante o ano inteiro,
principalmente depois de viagens, tosquias ou
banhos e feridas do parto.
Sintomas: Ataxia locomotora acentuada,
paralisia do rúmen, pescoço enrijecido. A morte
costuma ocorrer 24 a 48 horas após viagens.
Prevenção: Vacinação anual de todo rebanho
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2.9 Ectima Contagioso (Boqueira)


Causada pelo Parapoxvirus (família Poxvidae),
vírus dermotrópico, composto por pelo
menos seis cepas imunológicas.
Sintomas: inflamação dos lábios e focinho,
evoluindo para axilas, interior da boca. Nas
áreas afetadas formam-se pequenas vesículas,
que mais tarde transformam-se em crostas e
secam.

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Ectima
contagioso

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2.10 Brucelose Ovina


(Epididimite Ovina)
Causada pela Brucella ovis
.Sintomas: Causa aborto nas fêmeas e
epididimite nos machos, Espessamento e
endurecimento do epidídimo, orquite uni ou
bilateral.
Prevenção: Sacrificar os animais soropositivos.

OBS: A brucelose ovina e caprina de


importância epidemiológica, causada por Brucella
melitensis, não foi até hoje diagnosticada no
Brasil.

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2.11 Carbúnculo Hemático


(Verdadeiro)
Enfermidade infecciosa, septicêmica, de
caráter febril e fatal para os ovinos causada
pelo Bacillus antracis.
Os esporos espalham-se pelas pastagens
sendo ingeridos pelos animais e atingem o
intestino delgado, com ou sem lesões,
penetrando na corrente sangüínea (forma
septicêmica) e matando o ovino em 1 a 3
dias.
Sintomas: formas Superaguda, Aguda e
Subaguda
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2.11 Carbúnculo Hemático


(Verdadeiro)
Tratamento: O ovino pode responder ao
tratamento com doses maciças de penicilina
por via subcutânea se a doença for detectada
cedo.
Prevenção: Vacinação anual em agosto ou
setembro e incinerar ou enterrar
profundamente animais mortos suspeitos de
carbúnculo.

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2.12 Carbúnculo Sintomático


(Manqueira)
Causada pelo Bacillus chauvoei.
É toxi-septicêmica, de caráter febril, ataca
animais jovens e caracteriza-se pela formação
de tumores gasosos no tecido subcutâneo.
A penetração dos bacilos no organismo se dá
através de feridas deixadas pela troca de
dentes ou inoculado por lesões de tosquia e
castração.
Prevenção: Vacinar os cordeiros aos 12
meses de idade e incinerar ou enterrar
animais mortos, suspeitos de carbúnculo. 51

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2.13 Inflamação do Biflexo


( Abcesso dos Cascos)
Infecção do canal biflexo, localizado no espaço
interdigital dos cascos. Forragens fibrosas podem
atingir esse orifício, sendo a porta de entrada
para a infecção.
Sintomas: Inflamações do orifício, claudicação,
pus e necrose tecidual.
Tratamento: aparar os cascos, fazer a limpeza
do local e tratamento com antibióticos em
"Spray". Evitar contato com a terra, durante o
tratamento
Prevenção: Evitar permanência dos ovinos em
locais com muita lama.
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2.14 ARTRITE-ENCEFALITE
CAPRINA (CAE)
Causa: lentivírus da família Retroviridae, o qual apresenta
reação cruzada e tem significativo genoma homologo com
o vírus maedivisna.
Sintomas: encefalite aguda, artrite crônica em especial das
articulações do carpo (joelho inchado) distorção grave e
endurecimento do úbere (úbere duro ou mastite
indurativa) e pneumonia crônica.
Controle: identificação dos animais infectados e
manutenção dos mesmos fisicamente separados dos não
infectados.
Os cabritos recém-nascidos podem ser criados livres da
infecção, separando-os de suas mães imediatamente após
o parto, tratando-os com leite pasteurizado e testando-os
sorologicamente a intervalos regulares para se assegurar
que continuam livres da infecção.
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Aumento articular
(CAE)

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2.15 LINFADENITE CASEOSA (Mal do caroço)

Causada pelo Corynebacterium pseudotuberculosis


Doença crônica dos ovinos, caracterizada pela
formação de abscessos nos linfonodos e exerce
poucos efeitos no estado geral dos ovinos, a
menos que a doença se generalize.
Controle: eliminação da fonte de infecção pela
separação de todos os carneiros que tenham
linfonodos aumentados, de preferencia na época
da tosquia, quando a palpação é mais fácil. O
parto e a amputação da cauda devem ser feitos
em locais limpos.

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Localização mais comum dos linfonodos. a) parotídeo;


b) retrofaríngeo; c) mandibular; d) pré-escapular;
e) pré-femoral; f) poplíteo; g) linfonodo inguinal superficial.
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2.15 LINFADENITE CASEOSA (Mal do caroço)


Tratamento do caroço: deve ser tratado antes que se rompa
espontaneamente, pois o pus do abscesso se constitui num foco de
contaminação.
O caroço deve ser aberto quando os pêlos na área do abscesso
começarem a cair.
Utilizar luvas para evitar contaminação com o pus.
Material: Algodão, gaze, papel toalha, água, sabão, tesoura, solução
de iodo a 10%, mata bicheira, pinça, bisturi ou um canivete afiado,
aparelho de barbear, álcool, saco plástico luvas.
Lave a área do abscesso com água e sabão e raspe os pêlos.
Faça um corte em toda a área do abscesso, com canivete ou
bisturi, no sentido de cima para baixo.
Pressione o abscesso para retirar todo pus. Recolher o pus em
saco plástico.
Faça a limpeza interna do abscesso com pinça ou gaze.
Coloque solução de iodo a 10% dentro do abscesso. Coloque o
repelente de moscas.
Isole o animal tratado até completa cicatrização da ferida.
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LINFADENITE
CASEOSA
Tratamento do
caroço

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Abcesso maduro

Pus caseoso
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Carcaça ovina
condenada devido a
abscessos superficiais

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2.16 MICOPLASMOSE
Causada por várias espécies de
microorganismos do gênero Mycoplasma.
Ataca os caprinos.
Agalaxia Contagiosa (M. agalactiae) e
Pleuropneumonia (M. mycoides subsp. Capri).

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2.17 Mastite ou Mamite


Processo inflamatório infeccioso ou não que
atinge a glândula mamária (mucosa, tecido
secretor e / ou intersticial, cisterna e tetos).
Contaminação pode ocorrer pela falta de
higiene no manejo, sendo a penetração dos
agentes através do canal do teto, ferimentos e
pelas mãos dos ordenhadores.
Agentes responsáveis: bactérias encontradas no
meio ambiente e na pele do úbere:
Staphilacoccus aureus, Streptococcus spp.,
Coryonebacterim pyogenes, Coyinnebacterium
pseudotuberculosis, Clostridium perfrigens,
Clostridium welchi, Esvhirichia coli, Mycoplasma
micóides e outras.
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2.17 Mastite ou Mamite


Prevenção:
Lavar o úbere e enxugar antes da ordenha e, após, imergir o
teto em solução glicerinoiodado para fechar o canal do teto
(esfíncter) e evitar a entrada de germes;
Em caso de ordenha mecânica, lavar os tubos com água
quente antes e após a ordenha, e lavar todas as vezes que
mudar de animal, usando solução desinfetante;
Ordenhador deve manter as unhas cortadas e lavar as mãos
sempre que for ordenhar cada animal;
Eliminar animais com defeitos congênitos (tetas
extramamárias ou com esfíncter duplos) e com mamites
crônicas;

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2.17 Mastite ou Mamite


Fazer exame periódico do úbere e testes para diagnósticos;
Ordenhar os animais na seqüência:
Primeiro - animais comprovadamente sadios;
Em seguida - animais submetidos a tratamentos e que foram
curados ou animais suspeitos;
Por último - ordenhar os animais doentes e estes deverão
ser separados e isolados do rebanho para receber
tratamento, desprezando o leite.
Fazer identificação do agente causador da mamite, através de
antibiograma para tornar o tratamento mais eficaz.

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2.18 Ceraconjutivite
Causada pala bactéria Moraxella spp. e Branhamella
ovis
Doença infecto–contagiosa de caráter subagudo e
crônica que afeta as estruturas oculares,.
Aparece na época seca com muito vento, o que
favorece poeira, pó de ração, ou quando existe grande
números de moscas ou outros insetos pousando ao
redor dos olhos do animal para outro.
Sintomas: lacrimejamento, irritação da mucosa
conjutival, fotofobia, mantendo sempre o olho
fechado e ceratite.
Prevenção: Evitar o contágio de animais doentes com
animais sadios

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Ceraconjutivite

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FOTOSSENSIBILIZAÇÃO

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3. Distúrbios Metabólicos
3.1 Toxemia da Gestação
Doença de origem alimentar que ocorre em
ovelhas nas últimas 6 semanas de gestação,
fase em que ocorre o maior crescimento
fetal (limitando a capacidade de ingestão da
fêmea) e os maiores requerimentos
nutricionais.
Quando ocorre uma limitação na nutrição
destes animais eles precisam mobilizar suas
reservas de gordura e assim geram alta
produção de corpos cetônicos (tóxicos
quando em excesso)
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3.1 Toxemia da Gestação


Sintomas: Os animais se afastam do rebanho.
Prostração, diminuição no apetite, ranger dos
dentes, edema subcutâneo, cegueira, aumento
na freqüência respiratória. O quadro pode
evoluir para um complexo quadro nervoso.
Tratamento: Administração oral de
soluções ricas em glicose.
Prevenção: Manejo nutricional adequado
principalmente no final da gestação, utilizando
alimentos ricos em energia.
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Gestação trigemelar de cabra Boer


apresentando sintomatologia de toxemia da
gestação 70

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3.2 Hipomagnesia
Deficiência de magnésio nas pastagens ou no
suplemento mineral.
Sintomas: O animal fica cambaleando, seus
músculos retraídos, espuma pela boca.
Tratamento: Injeções intravenosas de
magnésio e cálcio.
Prevenção: Fornecer magnésio para os
animais, tendo um concentrado como veículo.

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3.3 Febre do Leite


Pode surgir antes, durante ou imediatamente
após a parição.
Provocada pela deficiência de cálcio, causada
pelo alto requerimento exigido na formação
óssea dos fetos e ao mesmo tempo pelo
requerimento para a produção de leite.
Sintomas: Anorexia, músculos trêmulos,
animais se deitam e respiração acelerada.
Prevenção: Assegurar o cálcio na nutrição
dos animais e evitar mudanças bruscas na
alimentação no último mês de gestação.
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3.4 Acidose
A acidose é um distúrbio muito comum em
animais confinados, devido ao excesso de
concentrado na alimentação, sem uma
adaptação prévia.
Sintomas: Diarréia com muco,
enfraquecimento generalizado, taquicardia,
anorexia e pode ocorrer a morte do animal.
Tratamento: Solução de bicarbonato em
água fria, via oral.
Prevenção: Fazer adaptação prévia dos
animais ao alimento concentrado.
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3.5 Intoxicação por cobre


Enfermidade hemolítica (destruição de hemácias) aguda altamente fatal
causada pela ingestão prolongada de quantidades excessivas de cobre,
especialmente por ovinos. Os caprinos são mais resistentes à intoxicação
por cobre.
Fontes de intoxicação: Ingestão prolongada de rações concentradas
ricas em cobre (farelo de soja, amendoim, algodão, sorgo em grãos) e
pobres em molibdênio; pastagens fertilizadas com cama de galinha ou
estercos de suínos, pedilúvios á base de sulfato de cobre.
Sintomas:
Forma aguda - dores abdominais, sede intensa, diarréia, depressão, fraqueza
e anemia elevada.
Na forma cumulativa –hemoglobinúria, icterícia, taquipnéia..
Tratamento
Retirar imediatamente a fonte de intoxicação; administrar diariamente
soluções contendo 100mg (0,1g) de molibdato de amônio e 1g de sulfato
de sódio, durante 3 dias.
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3.5 Timpanismo (Meteorismo)


É uma distensão do rúmen e do retículo e, ocorre quando o mecanismo
da eructação é interrompido, dificultando a liberação dos gases produzidos
por estes compartimentos.
Classificam-se em:
1) Timpanismo primário ou espumoso – Ocorre nos animais em pastagens
suculentas ao consumir quantidades excessivas de leguminosas e em
animais em confinamento que recebem grandes quantidades de
concentrados e pouco volumoso;
2) Timpanismo secundário ou gasoso ou gás livre – ocorre devido a uma
dificuldade na eructação, decorrente de obstrução mecânica do esôfago
por corpo estranho, abscessos, neoplastias, traumatismos e outros.
Sintomas
Distensão ruminal, inquietação (o animal deita e levanta com freqüência),
dificuldade respiratória e cardíaca, salivação, atomia ruminal (sem
movimento do rúmen) e morte por asfixia decorrente da compressão na
cavidade torácica.)
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3.6 Urolitíase (Cálculo renal)


Formação de cálculos nas vias urinárias, podendo provocar
obstrução parcial ou total nas mesmas; acomete animais
machos caprinos e ovinos.
Sintomas: Cólicas abdominais, inquietação, o animal tenta
urinar e não consegue (retenção), coice na região abdominal,
cansaço, recusam água e alimentos, prostação e morte por
uremia ou septicemia.
Tratamento
De acordo com a localização do cálculo, se na parte final do
sistema urinário, pode tentar a retirada através de massagens.
A cirurgia tem suas limitações e o prognóstico é reservado e,
muitas vezes, antieconômico.

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Prevenção de doenças
Limpar, raspar e desinfetar todas as instalações
evitando o aparecimento ou dando combate aos
insetos e parasitas que porventura lá existam.
Usar do lança-chamas, pois o fogo desinfeta e
desinfesta, matando todos os micróbios e insetos
por ele atingidos
Lavar e desinfetar todos os comedouros e
bebedouros
Manter sempre secas as instalações e evitar
umidade
Não criar caprinos e ovinos junto com animais de
outras espécies como, bois, etc. e nem entrar em
contato com cães e gatos
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Prevenção de doenças
Eliminar ou isolar da criação qualquer animal que
apresente algum sinal de doença
a pessoa que lida com animais doentes não deve
ter contato com animais sadios
manter em quarentena os animais vindos de fora
evitar o aparecimento de animais que possam
transmitir doenças, como ratos, pássaros, cães,
gatos, morcegos, etc.

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Prevenção de doenças
Tirar da criação os animais fracos e de pouca
saúde
queimar ou desinfetar o esterco e todo
material que esteve em contato com animais
doentes ou suspeitos.
queimar ou enterrar os cadáveres e detritos
contaminados
fornecer alimentação racional e alimentos de
boa qualidade e frescos

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CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO
Vacina contra Gangrena Gasosa,
Enterotoxemia e Carbúnculo
Sintomático:
◦ Ovelhas – 30 dias antes do parto
◦ Cordeiros – 60 dias de vida, duas aplicações (dose
de reforço 21 dias após a primeira dose).
◦ Revacinação anual em todo rebanho (dose única)

Vacina contra Tétano


◦ Ovelhas – 30 dias antes do parto
◦ Cordeiros – 60 dias de vida (dose única)
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Locais de aplicação de injeções SC em pequenos


ruminantes 81

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Cabra Parda Alpina apresentando diversos abscessos


na região do pescoço, por transferência de agentes
patogênicos entre animais durante a vacinação 82

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CUIDADOS AO PARTO
Desinfetar o cordão umbilical com tintura de
iodo;
Assegurar que a cria mame o colostro na
primeira hora de vida e até o terceiro dia de
vida;
Administrar vitamina ADE na primeira semana
de vida;
Descornar a cria na primeira semana;
Manter as crias em ambiente limpo, seco e
livre de ventos
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CORTE DOS CASCOS:


Em criações intensivas, não há desgaste nos cascos

CASTRAÇÃO:
Retirada dos órgãos de reprodução (testículos ou
ovários)

DESCORNA - É a retirada dos chifres dos animais com


o intuito de facilitar o manejo, diminuir o risco de
acidentes, diminuir a quebra das instalações, e etc.
Descorna ferro quente: com cinco a dez dias de idade
Pasta cáustica: com dois a cinco dias de idade
Cirúrgica: animais adultos
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