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Também, com ele, crucificaram dois salteadores, um à sua direita, e outro à esquerda.”
(Marcos 15:27)
O título pode parecer um tanto estranho, mas é isto mesmo, houve na história um ladrão
que através de seus sôfregos últimos minutos de vida, demonstrou que o evangelho de
Cristo é realmente o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê. A sua
passagem pela história é deveras efêmera, no entanto, possui um poder devastador com
capacidade de desmantelar uma vasta quantidade de ensinos errôneos por demonstrar a
maravilhosa realidade da graça de Deus através de sua vida.
O evangelho é as Boas Novas que Cristo veio trazer ao pecador. É o sim de Deus a
humanidade. É o anúncio da salvação oferecida gratuitamente por Deus ao homem
através de Jesus Cristo. Outrossim, é o único meio pelo qual o homem pode herdar a
vida eterna.
Salvo pela fé
Talvez aquele pobre homem tenha crescido no meio da religiosidade de Israel, tendo
como espelho a religião farisaica que naqueles tempos havia ser tornado uma religião
vazia e sem propósitos, incapaz de ligar o homem novamente a Deus. Existiam ali
inúmeras seitas como a dos Essênios, Saduceus, Zelotes e tantos outros tipos de cultos
apocalíptico e místico, cada qual oferecendo alternativas para se alcançar o favor divino.
Mas nada disto satisfez o anseio e o clamor da alma daquele homem que não tendo
outra alternativa, a não ser a de se entregar ao pecado, debandou para a vida de crimes.
A religião dos homens não conseguiu preencher o vazio de sua alma. A religião procura
agradar a Deus com seus próprios esforços levando assim, cada vez mais, o ser humano
para longe do seu criador. No entanto, naquela sexta-feira, debaixo do escaldante sol das
três horas da tarde, aquele homem encontrou o que havia almejado a vida inteira – a
salvação de sua alma. Todos os sermões que Cristo pregou foram convergidos na prática
para aquele momento. A grande verdade central do evangelho ficou demonstrada ali de
modo insofismável, qual seja: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não
vem de vós, é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie.” (Efésios
2:8,9)
Se aquele ex-ladrão pudesse voltar, acredito que ele faria uma apologia de sua salvação
perante as heresias dos religiosos de sua época. O que você acha que ele diria aos...
Saduceus: Com certeza ele diria à religião dos saduceus, acostumados a negar a
existência da alma e da ressurreição, que ele mesmo havia experimentado a plena
consciência depois da morte, pois Jesus havia dito que não deveríamos temer “os que
matam o corpo, e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer
no inferno tanto a alma como o corpo.” (Mateus 10:28)
Cabala: Aos judeus místicos adeptos da metempsicose ou reencarnação, ele diria que
não havia necessidade de tal coisa, pois o sangue de Jesus o havia purificado de todos os
pecados (I João 1:9), portanto, o sacrifício perfeito de Cristo na cruz dispensa qualquer
tipo de purificação em vidas sucessivas. E também não necessitava de códigos secretos
ou dogmas misteriosos para contemplar a divindade, já que quem olha para Jesus pela fé
vê o Pai (João 10:30 – 14:9).
Zelotes: A estes, acostumados a fazer justiça com suas próprias mãos, o ladrão
argumentaria que o reino de Deus não é deste mundo (João 18:36), mas do céu
(Romanos 14:17). A revolução através de um evangelho social estribado numa teologia
da libertação nunca irá suprir a verdadeira necessidade humana a não ser pela
transformação espiritual de dentro para fora (João 3:7). O que a Bíblia chama de novo
nascimento.
Essênios: Aquele homem diria aos ascetas essênios que ainda esperavam um messias
para libertar Israel, que este messias é Jesus, mas primeiro era mister que Ele viesse
como o servo sofredor de Isaias 53 para nos libertar primeiro de nossos pecados e só
depois então viria como o Rei dos reis e Senhor dos senhores do livro de Daniel a fim
de cumprir a promessa de um reino a Israel.
Se pudesse, abriria a sua boca aos líderes heréticos modernos que subverteram e ainda
subvertem o evangelho de Cristo com mentiras, que confia mais em seus credos e
esforços para a salvação do que na graça de Deus; diria a eles que não há necessidade de
nada disso, pois Jesus é o único sacrifício por nossos pecados, agora o que nos cabe a
fazer é aceitar pela fé esta dádiva de Deus que está em Cristo Jesus.
E diria mais: diria aos mórmons e aos católicos que não há necessidade de batismos
para a salvação, pois ele não teve tempo de descer da cruz e se batizar, mesmo assim foi
salvo, provando que o batismo não é vital para a salvação de ninguém!
Diria aos adventistas e aos católicos que seus credos estão errados quando fazem
depender a salvação da guarda dos dez mandamentos ou do sábado, pois ele mesmo
nunca os guardou, contudo foi salvo mesmo assim.
Diria aos espíritas que eles estão enganados quando afirmam que “fora da caridade não
há salvação” pois ele mesmo nunca havia feito uma boa obra para seu próximo e mesmo
assim foi salvo. E que a reencarnação é invencionice humana, pois no seu caso haveria
necessidade de expurgar seus pecados proveniente de seu carma passado e que a dívida
que ele contraiu aqui, deveria, segundo diz o espiritismo, ser paga em outras
reencarnações. Mas não precisou nada disso, pois Jesus garantiu a purificação de seus
pecados naquele instante e como conseqüência ganhou o céu.
Mais do que ninguém aquele ex-ladrão, agora convertido e salvo através da fé pela
graça divina, rejeitaria todos estes falsos evangelhos por não condizer com a santa
palavra de Deus!
“Estou admirado de que tão depressa estejais desertando daquele que vos chamou na
graça de Cristo, para outro evangelho, o qual não é outro; senão que há alguns que
vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo. Mas, ainda que nós mesmos
ou um anjo do céu vos pregasse outro evangelho além do que já vos pregamos, seja
anátema. Como antes temos dito, assim agora novamente o digo: Se alguém vos pregar
outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema.” (Gálatas 1:6-9).