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Luca Turano

HCA 7
EX 4

Balanço (1766), de Jean-Honoré Fragonard, é uma pintura Rococó de grande delicadeza e


humor. Ela incorpora o ideário da frivolidade das cortes e dos universos ocultos por entre as
florestas e jardins privados de palácios, onde o flerte podia ocorrer por entre as árvores. À
primeira vista, a obra não parece revelar o grande tema de parte das obras de Fragonard, o
galante e o libertino.

A composição das cores é importante, no quadro, para tornar o gesto da jovem o protagonista
da história. As nuvens estufadas em azul, ao fundo, permitem iluminar a figura principal. O
jogo de luz e sombra entre as árvores revela o esforço do artista em compor folhas
extremamente pequenas, afofadas no conjunto, da mesma maneira que as nuvens. Esse
aspecto denso dos objetos que circundam a personagem feminina acaba, por fim, servindo
para emoldurá-la, dando a ela essa finalidade de idealização.

Na cena, existem outros personagens, e pode-se tomar até mesmo as formas inanimadas
como mais olhares voltados à jovem. O trabalho de Fragonard é fazer de O balanço a
presença de diversos olhares contemplando e desejando a figura feminina: o jovem sentado
na relva, o homem puxando a corda para balançá-la, os cupidos em forma de escultura
rodeando-a. Mesmo a árvore tenta tocá-la com seus troncos insinuantes, e a nuvem se volta à
mulher como se tivesse parado para olhá-la.

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