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Curso de Biblioteconomia - Representacao Tematica I, II e III - Livro 1
Curso de Biblioteconomia - Representacao Tematica I, II e III - Livro 1
Linguagem Documentária
Teorias que fundamentam sua elaboração
EdUFF
EDITORA DA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
Niterói, RJ - 2001
Copyright
@2001byMariaLuizadeAlmeidaCampos
Direitosdestaediçãoreservados àEdUFF - EditoradaUniversidadeFederal
Fluminense - RuaMigueldeFrias9- anexo- sobreloja -Icaraí- Niterói,RJ-
CEP24.220-000 - Niterói,RJ- Brasil-Tel.:(21)704-2119- Telefax:(21)621-6426-
http://www.uff.br/eduff
- E-mail:eduff@vm.uff.br
Éproibidaareprodução
totalouparcialdestaobrasemautorização
expressa
da
Editora.
Normalização:AnamariaCosta Cruz
Copidesque: Sôniapeçanha
Revisão:CacildaEggerAlfradique
Digitação:CamillaPinheirodeSouza
Capa:JoséLuizStalleikein Martins
Projetográfico:AnaPaulaCampos
Editoraçãoeletrônica:]ussara
MooredeFigueiredo
Supervisãográfica:AnaPaulaCampos eKáthiaM.P.Macedo
Coordenação editorial:Rieat'do
Borges
Catalogação-na-fonte
(CIP)
C198 Campos,MariaLuizadeAlmeida.
Linguagem documentária: teoriasquefundamentam
sua
elaboração.
- Niterói; RJ:EdUFF,2001.
133p.;21em.
ISBN85-228-0319-6
1.Classificação
Bibliográfica
2.Catalogação
porassunto
etítulo
CDD025.48
UNIVERSIDADEFEDERALFLUMINENSE
Reitor
Cícero MauroFialhoRodrigues
Vice-
Reitor
AntônioJosédosSantospeçanha
Diretorada EdUFF
LauraCavalcantePadilha
ComissãoEditorial
CéliaFrazão
Linhares
HildetePereiradeMeioHermes deAraújo
IvanRamalhodeAlmeida
LuizAntonioBotelhoAndrade
MagnóliaBrasilBarbosa doNascimento
MarcoAntonioTeixeiraPorto
MarleneGomes Mendes
ReginaHelenaFerreiradeSouza
Rogério Haesbaert
daCosta
SuelyDruck
VeraReginaSallesSobral
VirgíniaMariaGomes deMattosFontes
A minha mestraHagar,
ensinandosempre
que aprender
é secomover.
-AGRADECIMENTOS
"Ser um com o todo, essa é a vida do divino, esse,o céu dos homens."
Todotrabalhodepesquisaseconfigura,emcertamedida,emuma
atividadesolitária.Porém,nestecaminho,encontramosmuitosamigos
quequeremcompartilharconoscoa alegriadeconhecer, dedescobrire,
porvezes,apenasdenosouvir.Assim,queroagradecer imensamente a
orientaçãoquerecebi,emtodasasfasesdeminhapesquisa demestrado,
deHagarEspanhaGomes. Osseusensinamentos,
sempretãopertinentes,
foramfundamentaisparaosmeusestudos.
Meusagradecimentos
à EdUFFpeloapoionestaedição.
Nãopoderiadeixardeagradecer
aosmeuspais,YoneseMaria,eaos
meusqueridosirmãos,pelo apoio,carinho e incentivoem todosos
momentosdeminha vida.E aosmeussogros,Antônioe Ilda, quesão
pessoas
maravilhosas.
Aomeumarido,porsuacompreensão, emtodosessesanos,Ricardo
exerceuuma incansávelpaciência.Aosmeusfilhos,Marianae Tiago,
agradeçoa alegriadeviver.
Por fim, agradeçoa todosaquelesque participaram do meu
percurso.Éfundamentalencontrarpessoas
tambémmovidaspeloamor
àsabedoria.Aomeuirmão]onesAlbertodeAlmeidaeaosmeusamigos,
Maria]oséBelém,VeraReginaCostaAbreu,MaríliadeAlmeidaMarch,
MariadasGraçasAugusto,SandraReginaPorto,ElianePoppeeSérgio
Guida.
-SUMÁRIO
PREFÁCIO 11
CONSPECTUS 15
1 INTRODUÇÃO 17
2 TEORIA DA CLASSIFICAÇÃO FACHADA 27
2.1 CLASSIFICAÇÃOBIBLIOGRÁFICA:
análise de seu desenvolvimento 28
2.1.1 Caracterização dos esquemas descritivos 33
2.1.2 Caracterização dos esquemas
com base na Teoria Dinâmica 35
2.2 PRINCíPIOS DA TEORIADA CLASSIFICAÇÃO
FACETADA 38
2.2.1 Universo do conhecimento e universo
dos assuntos 38
2.2.2 Universo de Trabalho da Classificação 44
2.3 ELEMENTOSDA ESTRUTURA
CLASSIFICATÓRIA 48
2.3.1 Unidades dassificatórias 48
2.3.2 Características 50
2.3.3 Renques e cadeias 51
2.3.4 Facetas 53
2.3.5 Categoriasfundamentais 54
3 TEORIA DA TERMINOLOGIA 59
3.1 AS ESCOLAS 60
3.2 A TEORIAGERALDA TERMINOLOGIA 66
3.2.1 Princípios do trabalho terminológico 71
4 TEORIA DO CONCEITO 87
4.1 ORIGEM DO TERMO TESAURO 87
4.2 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO TESAURO
DE RECUPERAÇÃO 91
4.2.1 Os tesauros na América do Norte 92
4.2.2 Os tesauros na Europa 95
4.2.3 Tendências: tesauros com
base em conceitos 99
4.3 PRINCíPIOS DA TEORIA DO CONCEITO 100
4.3.1 Modelo para a construção do conceito 101
4.3.2 Categorização e relações conceituais 103
4.4 TRABALHOSREALIZADOS 105
4.4.1 Estudo-Piloto de Tesauro para a Deutsche
Bibliothek 106
4.4.2 Experiências norte-americanas 108
4.4.3 Tesauro de literatura 108
4.4.4 Método Relacional 109
4.4.5 Tesauro de Engenharia Civil 111
4.4.6 Manual de elaboração de tesauros
monolíngües 114
5 PRINCíPIOS COMUNS ENTREAS TEORIAS 117
5.1 CONCEITOS ETERMOS 117
5.1.1 Forma de abordagem onomasiológica 117
5.1.2 A ligação linguagem-pensamento-realidade 118
5.1.3 A questão da monossemia absoluta 119
5.1.4 Imprecisão do conceito de "termo" 119
5.1.5 Precisão dos termos 120
5.1.6 Direção teórica para o conceito de
termo e conceito 121
5.2 IMPORTÂNCIA DAS CARACTERÍSTICASDO
CONCEITO E SEU USO 121
5.3 RELAÇÃOENTRECONCEITOS 122
5.3.1 Relações hierárquicas x relações lógicas/
ontológicas 123
5.4 SISTEMASDE CONCEITOS E SUA
APRESENTAÇÃO 124
5.5 DEFINiÇÃO E SUA FINALIDADE 125
5.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 126
REFERÊNCIAS 127
.PREFÁCIO
iniciado por São Paulo. Apesar da grande contribuição daquele país, cl:
suas
iniciativas
nemsempre
foram
pautadas
porprincípios
teóricos..
A Classificação
DecimaldeDewey,
porexemplo,nuncamereceude
seuidealizadorum trabalhoqueexplicasse
osprincípiossubjacentes.
Oscabeçalhos
deassunto
- que,deum modogeral,osautores
não
consideram
comolinguagemdocumentária,
apesar
desuafunção-
sãocriadosad-hoc e têmsuabasena língua inglesa,impedindoque
paísesde outras línguas que os adotam produzam contrapartes
equivalentes
ou adotemseusprincípiosna íntegra.Nosanos60,coma
introdução dos tesaurosdocumentários,mais uma vez os norte-
americanos procuram na língua a solução para a criação de
instrumentosderepresentação
dosassuntos, recorrendoaoThesaurus
ofEnglish wordçand phrases,um interessante dicionárioanalógico
dePeterMarkRoget,comomodelo.
AintroduçãodaInformáticanotratamentodainformaçãoreforçou,
mais uma vez, a abordagemlingüística. Aquelesque defendemo
tratamentoautomáticodainformaçãofreqüentemente esquecemqueo
sucessodetalprocesso
estánadependênciadeumadocumentação num
mesmoidioma, e numa áreaem que a terminologia estejabem
estabelecida.
Otempomostrou,noentanto,quearecuperação "automática"não
eraassimtãosatisfatória,
fatoconhecidodequantosbuscaminformação
na Internet.
Nessesentido,umaluz sefazsentir.Osengenheiros
decomputação
quedesenvolvem sojiwarepara a Redejá perceberamqueé.preciso
0;:: produzirosdocumentos eletrônicos
comalgunsrequisitosqueconfiram
«:
,«:
c qualidadeecondiçõesdeserem"encontrados",assumindoquedevam
Q)
E ser"catalogados"e "indexados"no momentodesuaprodução.Com
:J
U
o
o isto, a linguagemdocumentáriavolta a ter seu lugar no cenário
E informacional.
Q)
00
~
00 Na Europados anos30, Shialy Ramamrita Ranganathan,um
:§ indiano,professorde Matemáticaque estudavaBiblioteconomiana
Continuandoseutrabalho,osinglesescriamo Classification
Research
Group;seusestudose projetoscontribuemtantoparadifundir asidéias
deRanganathancomoparaaprimorarseusprincípios,já agoranoutro
ambientetecnológico.
Ranganathan nospresenteou
comumcorpoteóricoque,aindahoje,
mantémsuaforça.O Métodode Facetatem-semostradoapropriado
paraváriasaplicações
naorganização,
sistematização
erecuperação
de
informação,em ambienteautomatizadoou não porque,defato, ele
criou um métodopara pensara organizaçãodo conhecimentocom
finalidadesbemconcretas.
Duasvertentes desenvolvidas
foradaBiblioteconomia,
comoaTeoria
Geralda Terminologia,do engenheiroaustríacoEugenWüester,e a
TeoriadoConceito, dapesquisadora
alemãIngetrautDahlberg,somam-
seaosprincípiosdeRanganathannum corpointegradodeprincípios
paratratara informaçãoalémdosmurosdabiblioteca.
Indiretamente,Linguagemdocumentáriacontribuiparaampliar
o escopoda Biblioteconomia,desinstitucionalizando-a,porqueos
princípiosde Classificação,conformesededuzde sua leitura, são
fundamentais emqualqueratividadequerequeiraorganização:
dedados,
de informação, de conhecimento.Há vários gruposprofissionais
preocupadoscom tais níveisde organização,como informáticos,
educadores,professores,administradores,que lidam com questões
conceituais,com osquaisa professoraMariaLuiza tem interagido,
comprovandoa pertinênciadaTeoriadaClassificação paraa solução
deinúmerasquestões.
Elanãotemumaposiçãocorporativista:
estáabertaaoconhecimento
produzidoem outrasesferas,no caso,àscontribuiçõesdeWüestere ,2u
Dahlberg.Seu livro mostra a riqueza desta"cross fertilization" , 't
evidenciando
comocadaumadessas vertentes
podeseenriquecercom a:
as
outras. .
o corpoteóricoque ela apresentaé fruto de açãoconcretaem
pesquisa,
ensinoeconsultoriae,sobretudo,
desuacapacidadedereflexão
sobreotrabalhodesenvolvido,
noqualasteoriasaquiapresentadas
estão
constantementesendopostasà prova.
Didaticamentesomosapresentados
aosprincípiosdecadaumadessas
vertentes.Usandoosmesmosprincípiosde análisee identificaçãode
conceitos,
aautoranosmostraacontribuiçãodecadaumadelasecomo
elaspodemsecomplementar.
Agora,quandonosperguntarem"ondepodemosler algosobreo
assunto?",já temoso queresponder.
Niterói,dezembrode 1999
HagarEspanhaGomes
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o
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ra
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:::;
.
r
-CONSPECTUS
Opretextodestetrabalhosecolocanoespaço deumagrandeescassez
deestudos teórico-metodológicos
naáreaderepresentação/recuperação
deinformaçãono País.Alémdisso,a áreadeinformaçãotem ficado
fadada,viaderegra,aoespaço, quasesempre,deumsaberinstrumental.
Massabe-se, também,quenãoexisteinstrumentalização quenãoseja
sustentada porbasesteóricase/oumetodológicas.
Pretende-se
comestetrabalhoapresentar
osautoreseseusestudos
consideradosseminais,quederambasespara a fundamentaçãodas
linguagensdocumentárias.Comoos instrumentosde representação/
recuperaçãotêma funçãodepermitira comunicaçãoentreumabase
documental,ou informacional,e o usuário,foram buscadasbases
terminológicas,
umavezque acomunicação,nestecaso,éfeitaatravés
da linguagem.
Dessaforma, serãoapresentadas, numa perspectivahistóricae
conceitual,asTeoriasda Classificação
FacetadadeShialyRamamrita
Ranganathan,a TeoriaGeralda TerminologiadeEugenWüestere a
TeoriadoConceitodeIngetrautDahlberg.
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OD
(\3
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OD
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:.::;
11
.1 INTRODUÇÃO
No espaçoinformacionalverifica-sea necessidade
decriaçãode
instrumentosquepossibilitemacomunicação, nãomaisentreospares,
masentreosusuáriosdeumsistemadeinformaçãoeoprópriosistema,
queseriao espaçodo tesauroedatabeladeclassificação.
Porém,estes
instrumentos,para seremcriados, necessitamde uma estrutura
terminológicaqueserábuscada emumsistematerminológico.AFigura
1apresentadeformaesquemática essasrelações.
Assim,mesmocom finalidadesdiferentes,osinstrumentoslidam
com elementosquepermitema comunicaçãodo conhecimento,seja
eleregistradooucomunicado:ossímboloslingüísticos.
Sistema E
Sistema C
ra
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:;]
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O
E
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co
.
ra
:;]
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c: Sistema T
::;
o queefetivamente a literaturavemmostrandoéqueaclassificação
estána basedas três teorias.Na área da Documentação,Shiyali
RamamritaRanganathanelaboraa Teoriada Classificação Facetada,
na qual apresentaprincípios para a organização de conceitos
hierarquicamente estruturados.Osestudiosos dessaáreacomeçama
perceberqueostesauros, comoosesquemas declassificação,também
possuemtermosquerepresentam conceitosligadosentresi, formando
um sistemadeconceitos.Campos(1986,p.85),inclusive,afirma que
"qualquerautênticotesaurocontémemsioselementosbásicos deuma
classificação,
eesses elementos poderãoassumira formadeumatabela
declassificação".
Porémaclassificação, hojeemdia,nãopodemaisser
vistanoseusentidorestritodeestruturashierárquicas.Segundoa FIO!
CR-Comitê TécnicodePesquisa deClassificação (1973),"classificação"
é"qualquermétododereconhecimento derelações, genéricasououtras,
entreitensde informação,não importao graude hierarquiausada,
nem se aquelesmétodossão aplicadosem conexãocom sistemas I~
tradicionaisoucomputadorizados
deinformação". 1
Umadasáreasque tem relaçãoestreitacom a classificaçãoé a :g
Terminologia. Wüester(1981, p. 106), autor da 1eoria Geralda.
Terminologia, observaa "semelhançadas tarefasrealizadasna
elaboração de um tesauro e na normalização terminológica em geral",
e reconhece que deveria existir um maior intercâmbio entre as áreas.
Em outro trabalho (WÜESTER, 1971), aborda as diferenças essenciais
entre os sistemas de conceitos e as tabelas de classificação, enfatizando,
inclusive, o que possuem de semelhante à luz da Teoria Geral da
Terminologia. Em ambos os trabalhos, recomenda maior aproximação
entre documentalistas e terminólogos.
.
00
m
~
.~
-' Outrosautores,no entanto,realizaram,efetivamente,
um trabalho
de integração dos dois instrumentos. Em 1968, Davis (apud GOPINATH,
I 1987,p. 211)publica um artigo sobreaintegração devocabulárioscom
um esquemadeclassificação. Em 1969,a EnglishElectricCompany
Athesaurusand facetedclassificationfor
publicaseu"Thesaurofacet:
Engineeringand relatedsubjects".Estetrabalhofoi desenvolvido
por
JeanAitchison,
membrodoCRG- Classification Group- da
Research
Inglaterra.Atéo final dosanos50e princípiodos60,ostesauroseram
estruturadospuramenteemordemalfabética.
Aslimitações
doarranjoalfabéticolevaramaoemprego
demeiosauxiliares
daclassificação
queiamdesde osdispositivos
maisamplosatéosdetalhados
edosdispositivos
auxiliaresaosintegrados
(AITCHISON,
1972,p.72).
.
":J
o
Sefoi possíveladotarprincípiosclassificatóriospara solucionar ~
problemasda estruturação de conceitos,tanto nas classificações
bibliográficasquanto nos tesauros,o mesmo não acontececom respeito
aosdescritores ou termos,suaforma,suadefinição.Asrespostas para
estasquestões têm tido soluçõesestritamentelingüísticas.Aspalavras
compostas sempreapresentam problemas nossistemas pós-coordenados,
e ostesauros,num certomomento,foramvistoscomofonteparaesses
descritores.A Lingüísticaserviude basepara o estabelecimento de
palavrascompostas emsistemasderecuperação GONES,1981,p.54),
maselastêmsidoinconsistentes. Asdiretrizese normaspara tesauros
oferecempropostas desoluçãoparaos"termoscompostos"atravésdo
quechamamde"fatoração"(IBICT,1985; BSI5723-1979;AFNOR Z47-
100,1981;UNESCO, 1973;ISO2788,1986). Emum artigosobreotema,
)ones (1981) relata várias propostaspara tratamentode palavras
compostas,desdeCoatesatéAustin,passandopor Farradane,Leee
)espersen,osquaisabordama questãooradopontodevistalingüístico,
oradopontodevistaconceitual.Seetharama (1975)reforçaa faltade
critériosconsistentesparao estabelecimentodostermosnostesauros;
no entanto,propõetambéma fatoraçãocomosolução.Naverdade,o
termo necessitade um tratamentoterminológicoe não lingüístico
(DROZD,1981).Combasena Teoriado Conceito,Dahlberg(1978)
desenvolve umestudosobredefinições terminológicasquesevaimostrar
útil aostesaurosnofuturo.
SegundoRahmstorf(1993),asdefinições terminológicasabremum
campode estudodecomplexidade crescente, porquepodemserúteis
nãoapenasparaoscientistasdainformação,indexadores, especialistas
emrecuperação eoutrosespecialistasdaorganização doconhecimento,
rn
.;:: mastambémparatradutores, cientistas,engenheiros,especialistas
em
~
c
(]) normas,epistemólogos, psicólogos,engenheirosdo conhecimento,
E
::J lingüistaseterminólogos.Eleapresenta, também,deformaesquemática,
U
o
o ao ladodasclasses deusuários,a finalidadedasdefiniçõesparacada
E
(]) classe,osaspectosprincipais(estruturaconceitual,sintaxe,ouconceito
00
rn
::J etc.)e o papeldadefiniçãoparacadaclassedeusuário.
00
C
:.:; Oprimeirotrabalhodecomparação
sistemáticaentreterminologia
11 e tesaurocabeaoterminólogoLeska(1979,p. 583).Eleobservaqueos
tesaurosderecuperação precisam"expandirsuasreferênciaslexicais
tornando os conceitosmais precisos,bem como definindo-os e
qualificando-os de acordo com seu relacionamento com outros
descritores".
Sãoosseguintesosaspectoscomuns:
1.Ossistemasdeconceitossãocriadosparasistematizarosconceitosdeuma
certaárea[...]
3.Ossistemas
deconoeitos
comoostesauros
visamaabrangertodososconceitos
e/outermosdeum campodeassunto[...]
4.Aestruturabásicadosistema
deconceitos
éoesquema estruturalnoqual
todososconceitos
relevantes
devemencontrarseulugarapropriado
[...]
5.Cadasistemadeconceitos,especialmente
comrelaçãoa desenvolvimentos
futuros,visaaindaàcomplementaçãonoquadrodoseuâmbitotemático[...]
.
indexação,efacilitaointercâmbioentrevárioscamposdetermos(NEDOBITY,U" :J
"'O
1987,p. 12.)
g
-c:
Osbancosde dadosterminológicossão,na verdade,sistemasde
classificação,na medidaem que agrupamconceitosligados
hierarquicamente. E é a área tecnológica, responsávelpelo
desenvolvimento destes
bancos,queestásuscitando
a discussão
emtorno
do caráter sistemáticoda Terminologia e, conseqüentemente, da
Classificação.
Aterminologia,porsuanaturezasistemática,
aoladodaclassificação,
tem sidovistaem literaturamaisrecentecomocontribuindopara o
desenvolvimentodeoutrasáreasque,dealgumaforma,trabalhamcom
representação
dainformação.Osprincípiosdesistematização
determos,
comunsà Terminologiae à Classificação,sãofundamentaisparaos
Bancosde Conhecimento,uma vez que, neles, os conceitossão
estruturados,
classificados
e sistematizados
(DZHINCHARADZE, 1993,
p.127).
Nedobityidentificanosprincípiosteóricosdaterminologiaaspectos
que devemser observadospara o desenvolvimentode sistemas
especialistas
edepesquisanaáreadeinteligênciaartificial,camposque
lidam comconceitos,sistemasdeconceitos,ligaçõesdeconceitosetc.
Consideratambémossistemas daclassificaçãodaCiênciadaInformação
e da Terminologia,bemcomoossistemasespecialistas com baseno
'"
'L: conhecimento,como duaspontasde um continuum de recursos
~
c:
eu relevantesparasíntesee interpretação do conhecimento(NEDOBITY,
E
:J
U 1987)
.
o
.
~ Terminologia que resultaria da junção das teoriasda Ciênciada
~ Informação, aplicadas à construção e uso das linguagens de
:.:J documentação(sistemasdeclassificação,
tesaurosetc), com a teoria
compreensivada organizaçãodo conhecimento.
A problemática relativa à representaçãoda informação e do
conhecimento vemsendoabordadaporváriosestudiosos, atualmente,
extrapolandoo domínioda Documentáção. Nãosepode,entretanto,
abandonarsuasprópriasteoriasrelacionadas
comarepresentação,
pois
elassãoparteintegrantedessenovomovimento,e têm emcomuma
organizaçãodoconhecimento.
.
-2 TEORIA DA CLASSIFICAÇÃO FACETADA
SuaTeoriaestáapresentada
praticamenteemquatroobrasbásicas:
FiveLaws
ofLibraryScience,
1931, prolegomena
toLibraryClassification,
1937,Philosophyof BookClassification,1951,alémda própriaColon
Classification, 1933.Suasobrasevidenciam, de forma bastante
contundente,a influência que a Filosofiaoriental exerceuem sua
atividade.Alémdisso,suaformaçãomatemáticadeveterinfluenciado,
igualmente,no desenvolvimentode sua Teoria. É estaintegração <O
extremamentepeculiar do pensamentoracional e do pensamento "<O
~U
oriental que dá à Teoriada Classificação
Facetadaum espaçotodo u...<O
próprio. o
1<0
U>
<O
.
experimentá-Ia por um período de 40 anos. E formulou a Classificação dos
Dois Pontos, na qual aplicou sua teoria. Testou sua teoria com a ajuda de '§
princípios normativos. Produziu uma terminologiatécnica própria e não hesitou ~
em adotá.la de outros. Além disso, sua base Bramânica e matemática deu-
lhe uma mente clara e lógica [...] Como resultado, foi capaz de sistematizar
o estudo e a prática da Classificação."
Nestecapítulo procura-se
deixarevidenteo caminhopercorridopor
Ranganathanparaodesenvolvimento desuaTeoria,alémdospricípios
quea regem.
.
~ classificações que visam a organizardocumentos, são usados, também, como
~ termos que definem classificações específicas: "Classificação de Assunto",
:.::J que foi usadopor JamesDuffBrown,1906,na Inglaterra,paradesignaro
seu esquema de classificação; e "Classificação Bibliográfica", usado por
. H.E.Bliss, em 1935, nos Estados Unidos (CAVALCANTI, 1976, p. 241-253).
enfoque,quevisaatornarasclassificações
maisdinâmicaseatualizadas,
vemsendohá muito tempoconsiderado porváriosteóricosdaárea:
Emgeral,quantomaisumaclassificação
chegaàverdadeiraordemdaciência
e quantomaispróxima semantémdela,melhor seráo sistemae mais longa
serásuaexistência(RICHARDSON apudPIEDADE,1983,p. 66).
Adistinçãofeitatãofreqüentemente entreclassificação
doconhecimento e
classificação
delivrosnãodevenoslevaraconclusões negativas[...]
Há,na
verdade,doistiposdeclassificação:
deum ladoalógica,naturale científica,
deoutro ladoa prática,arbitráriae utilitária; masna classificação
de
bibliotecas,
devemos unirestasduas,asduasfinalidades
devemsercombinadas
(BLISS apudPIEDADE, 1983,p.66).
o melhorpensamento atualmenteacreditaqueumaclassificaçãobibliográfica
éidênticaaumaclassificação doconhecimento, comalgunsajustes, devido
aomodopeloqualosassuntos sãoapresentados emlivros,masconsidera que
devemos procuraroutrosprincípiosalémdaqueles próprios
dasclassificações
científicase lógicas,poisclassificações
científicasdefenômenos naturais,
baseadas em relaçõesgênero/espécie sãosó umaparteda classificação
bibliográfica.Hámuitasoutrasrelaçõesnosassuntos dosdocumentos,relações
dapartecomo todo,dapropriedade comseupossuidor, da açãocomseu
~
paciente ou agente,e assimpordiante(LANGRIDGE apudPIEDADE, 1983, -o
~
p.66). Q)
u
~
u...
Ranganathanfoi, no entanto,aqueleque conseguiuestabelecer I~o
u-
princípiosparauma novateoriadaclassificação
bibliográfica,e o fez ~
u
<;:
tendocomobaseo próprioconhecimento. 'Vi
VI
~
A grandeproblemáticadosEsquemasde Classificação
existentes -o ~
semprefoiaadequação
dosassuntos
tratadosnosdocumentos
àestrutura .!!1
classificatória existente nos esquemas.Sobreesta problemática &
Ranganathannãoéo únicoa trabalhar,mastalvezumdosprimeirosa
tentar solucioná-Ia de forma prescritiva. Em seusProlegomena .
(RANGANATHAN, 1967,p. 370), apresentaa questãodo "Desen-
volvimentodoUniversodeAssuntos"e suarelaçãocomo conteúdode
assuntosexistentesnosdocumentos,evidenciando
que,comoprogresso
da Ciência,os livros não mais abordamapenasum aspectode um
assunto,mastêmum tal grau decomplexidadeque,na maioriadas
vezes,tratam de vários aspectosde um problema ou reúnem
conhecimento deáreasdiversas.
Sendooconhecimentoum continuum
dinâmico,eranecessáriodesenvolveruma teoriaquefossecapazdesu-
peraralgumasdificuldades
apresentadaspelasTabelas
emuso.Porexem-
plo,poderiaum assuntoserclassificado,
emgeral,nastabelasemduas
áreasdiferentes?
Eranecessária
umaestruturaclassificatória
queprevisse
taisdificuldades,comum sistemanotacionalcapazdesuperá-Ias.
.
Q)
00
documentoeo espaçodoconhecimento.
Parte,primeiramente,parao
entendimentodeste"espaçododocumento",tentandoevidenciartoda
aproblemáticadamanifestação doconhecimento quesedáatravésdos
assuntosdosdocumentos:quais sãoos modosde formaçãodesses
assuntos,para que a tabeladeclassificação,atravésdesua notação,
possarepresentá-Ias. Inicia, portanto,analisandoos assuntospara
identificarseuselementosconstitutivos.Estes,e nãomaisosassuntos,
passama sera unidadedaestruturaclassificatória, capaz,então,deser
dinâmica o bastantepara abarcar todosos assuntosadvindosdo
desenvolvimento científico,comsuaspeculiaridades.
ParaseentendermelhorascontribuiçõesdeRanganathanemface
dosesquemas declassificaçãoexistentesé precisoidentificara teoria'
declassificação queestásubjacenteà elaboraçãodeum esquemade
classificação.A teoriada classificaçãobibliográficapassoupor dois
estágiosde evolução:o primeiro estágioé o da teoriadescritivae o
segundo,o da teoriadinâmica(KUMAR,1981,p. 78). Defato,nãose
podeafirmar queexistauma TeoriaDescritiva.O nomefoi dadopor
RanganathanparacontraporàTeoriaDinâmica.
.
'"
3Segundo Kumar (1981, p. 77), "Uma teoria refere-se a um corpo organizado "
de princípios. Estes princípios fornecem direção a profissionais do assunto .~
tratado.Qualquerteoria,assimcomo qualquer assunto, vai ao encontro de ~
um processo de crescimento e desenvolvimento. Assim, uma teoria deve ro.
ser elementar por um lado e avançada por outro, dependendo do seu estágio
de desenvolvimento".
OsClassificacionistasanterioresa Ranganathanorganizamos
esquemasa partir dosassuntosrepresentativos da literaturada área,
naquelemomentohistórico, isto é, os elementosconstitutivosdos
esquemassãoos assuntosrepresentados a partir da freqüênciade
ocorrênciana literatura.Só permitem,por issomesmo,representar o
conhecimento já estabelecido.
Daíadificuldadeemclassificarassuntos
novos,muitosdosquaisaindasemum nomefixado.Pode-se afirmar
que,naquelesesquemas, nãoocorrea ligaçãoentreo conhecimento e
as classificações,mas entre os assuntosdos documentose as
classificações.
UmaTeoriaDinâmicaé aquelaqueécapazdeproduzirumametodologia
seguraparao planejamento deumesquema declassificação
bibliográfica.
Talteoriapossibilitaorganizarnovosassuntos
eassuntos jáconhecidosem
lugaresapropriados noesquema, semtrazerdificuldades
paraa seqüência
útil (KUMAR,1981,p.82).
.
E desenvolvimento
C]) . doseuestudopode-se
observar
que,emtodoo trabalho,
~ eledesenvolve
primeiramenteumaatividadepráticaparadepoisteorizar
.~ sobre
-' estaprática.Ranganathan
não.apresenta,
porém,ateoriadeforma
didática.Osprincípiosquenorteiamaelaboração destetipodeesquema
estãodistribuídos
portodaaterceiraediçãodoProlegomena. Naverdade,
a TeoriaDinâmicadoConhecimento paraa Classificação
Bibliográfica
éconstituídaportodososPostulados,
PrincípioseCânonesapresentados
na terceiraedição,elaborados
paracadaum dosplanosdetrabalhoda
classificação:
PlanoIdeacional,PlanoVerbale Plano~otacional.
Deumamaneirageral,aTeoriaDinâmicavemsecontraporàTeoria
Descritiva.Se,nestaúltima, seconfundema estruturada tabelae os
assuntosdosdocumentos, naquelao esquemaé elaboradoa partir da
estrutura do conhecimento,com mecanismosque possibilitam a
constanteinovaçãodoconhecimento. Defato,oqueelatornapossível é
organizaros conceitosrelevantesdas áreasrepresentadas, os quais
devidamente codificados(notação)e combinadosemumaordempre-
estabeleci
da representam osassuntosdosdocumentos.O assuntonão
estáprontono esquema;eleé construídono momentoda análisedo
documento.Assim,seo usodaTeoriaDescritivapermiterepresentar o
conhecimentoregistradode um dadomomentohistórico,a Teoria
Dinâmica,porsuavez,vai interagircomestarealidade,já quepossui
princípiosquenorteiama elaboraçãodeesquemasflexíveis.
Nodesenvolvimento daTeoriaDinâmica,Ranganathanapresenta
uma visãofilosóficadodesenvolvimento
doconhecimento,a partir da
definiçãodoUniversodeConhecimento comoumaespiralqueestáem
movimentocontínuo agregandonovosconceitos,trazendopara o
UniversodeTrabalhodaClassificaçãoumaperspectiva
dinâmica.
A seguir,faz-seuma brevedescriçãodosesquemasqueadotamos
"~
~
Q)
u
princípiosdaTeoriaDescritivae daquelesqueadotam..o.s
princípiosda ~
u...
TeoriaDinâmica,classificadossegundoo próprioRanganathan(1967, o
I~
v-
p.94). ~
u
<;::
.ij;
VI
2.1.1 Caracterização dos esquemas descritivos ~
O
.
~
Pode-se dizerqueadiferençabásicaentreosEsquemasEnumerativo,
QuaseEnumerativoe QuaseFacetado,quetomampor basea Teoria
Descritiva,é quenosEsquemas Enumerativos existeumaúnicatabela
queenumeraassuntos
básicos
- suabasenotacional
é monolíticae
devecomportar todosos assuntosbásicos;nos EsquemasQuase
Enumerativosamplia-seaindamaisa tabela- queagoranãoé mais
singulare passaa serprincipal- queenumeraassuntos
básicos
e
compostos,verificando,ainda,acriaçãodetabelasdeisoladoscomuns,4
e nosEsquemas QuaseFacetados estãopresentestodososelementosdo
Esquema anterior,acrescidos
detabelasdeisoladosespeciais
edealguma
orientaçãopara a elaboraçãoda notação,que é menosmonolítica
(RANGANATHAN, 1967,p.95-105).
.ê Estesesquemasforam mais tardeclassificados por Ranganathan
.",
c
Q) comopertencentes a doisperíodos:o PeríodoPré-Faceta,
quedatade
E
:J
U 1876a 1896,n oqualosEsquemas EnumerativoseQuase Enumerativos
o
o estãoinseridos;eo PeríodoTransiçãoparaa Faceta,quedatade1897a
E 1932,no qualosEsquemas QuaseFacetados podemserincluídos.
Q)
.
00
'"
:J
00
:§ 4 Isolado comum: Isolados (ver subitem "Elementos da Estrutura
Classificatória") que podem integrar assuntos compostos em todos ou quase
todos os assuntos básicos. Ex.: local, tempo.
o PeríodoPré-Facetaé caracterizadopor Ranganathan(1978,
p. 17) a partir dos seguintespontos: 1. Uso dos conteúdosde
conhecimento
oudosassuntos
doslivros- ou macropensamentos
-
comobaseparaa classificação e arranjodoslivrose desuasentradas
principaisnoscatálogos
ebibliografias;2.Usodeum sistemanotacional
ou númerosordinaispara mecanizaro arranjo doslivrose de suas
entradas;3.Usodafraçãodecimalpuranosistemanotacional.
Ranganathan eseusseguidores
consideram Esquemas Enumerativos
a Library of CongressClassification e a Rider's International
Classification;
EsquemaQuaseEnumerativo,a DecimalClassification,
de Melvil Dewey;e EsquemaQuaseFacetado,a UniversalDecimal
Classification.
formar
emsuamente.
Conta
Ranganathan
que,naquele
período,
.
verificouqueastabelasdaCDDeLCfalhavamaonãopermitirexpansões
emsuaclassenumérica.
.
~ Colon Classification. O segundo período é assim justificado: "Um esquema
5b se torna quase livremente facetado porque o uso de diferentes dígitos
:§ indicadorespara diversos tipos de facetas e o conceito de ciclos e níveis
removeram a rígidez severa no número e na seqüência das facetas que podem
ocorrer num assunto composto. No entanto, alguma rigidez se escondia com
relação aos níveis de facetas dentro de um ciclo."
assuntos e acompanhamuma classebásica"(RANGANATHAN, 1967,
p. 107),ouseja,cadaclassebásicatemumafórmulafacetadae todosos
elementosdafórmuladevemestarpresentes no assunto - o que,por
vezes,não ocorre.É issoque tornao esquemarígido (KUMAR,1981,
p. 72). Nestafase,Ranganathanprocuraevidenciara estruturado
conhecimento (fórmuladefaceta)decadaáreadoconhecimento (classe
básica)etransferi-Ia
paraoplanododocumento.Noentanto,osassuntos
tratadosnos documentosnão englobam,na maioria dasvezes,o
conhecimento comoumtodo,e,sim,partedele.Elepercebe, então,que
é necessáriosepararestruturado conhecimentoe representação do
assuntododocumentoparatornaro sistemamaist1exível-nestecaso,
naelaboração danotação.AColonClassifica/íoné,então,aprimorada,
tornando-seumaClassificação LivrementeFacetada.
Num esquemalivrementefacetadodeclassificação,semqualquerinfluência
dastabelasdeclassificaçãoexistentes,quaisquerquesejamasfacetasque
ocorramnum assuntocomposto,elassãodescobertas pelaanáliseda faceta
daqueleassunto.Aseqüência
apropriadadasfacetasencontradasédeterminada
deacordocomospostuladoseprincípiosestabelecidos. Ostermosdasfacetas
sãoorganizadosnestaseqüência.Logo,cadatermodafacetaésubstituídopor
seunúmeroda faceta.Finalmente,osnúmerosda facetasãosintetizadosno
númerodaclassecomo auxílio dodígitodeconexãoapropriado.Assim,cada
assunto
composto
determina
suaspróprias
facetas
- enúmeros
declasses.
Determina,
também,~uaprópriaseqüência
defacetas.
Nãohánadarígido
nemno númeronemnasucessão defacetas.
Thdoélivre.Époristoqueo
esquemaé chamadoClassificação
Livremente
Facetada.Tendoemvistaa ~
.
não é analítico-sintética a menos que seja livremente facetada .g
(RANGANATHAN,1967,p.109). .ê
o
~
As ClassificaçõesLivrementeFacetadaspassam,assim, a ser
chamadasdeAnalítico-Sintéticas.
2.2 PRINCíPIOS DA TEORIA DA CLASSIFICAÇÃO
FACETADA
A Teoriada Classificação
Facetada,
comotodateoria,é um corpus
complexo.Paraquepossasercompreendida em todaa suaextensão,
procura-seorganizarsua exposiçãode modo a seguirum pretenso
caminhododesenvolvimento dasidéiasdeRanganathan,umavezque
suasobrasbásicas,citadasnoinÍCiodesteCapítulo,nãoo indicamnem
apresentamuma disposiçãodidática. Pode-seobservarque os
fundamentosquepermitemo entendimentodesuaTeoriacomoum
todoestãodistribuídosnaquelasobras.Assim,acredita-seque,para
chegaraonúcleodesteestudo,istoé,aosprincípioscomunsàTeoriada
Classificação,
TeoriadaTerminologiae TeoriadoConceito,a presente
disposiçãoé a maisadequada.
.
asestrelas.
- As
~ entidadescorrelatasde um percepto,que estãofora da mente,são
:.5 denominadaspor Ranganathandepercepção. Quandoa impressãoé
. depositada
perceptos
na memória,comoresultadodaassociação
puros,formadossimultaneamente
dedoisoumais
ou numasucessãorápida,
nãotemosmaissomenteumpercepto puro,masumpercepto
composto.
Comoficaclarono exemploabaixo:
já presentesnamemória,como acréscimodaassimilaçãodeperceptos ~u
ra
recentemente recebidos e conceitosrecentementeformados. LL.
o
Ira
diretamente
apreendida
pelaintuição
edepositada
namemória.
.
A informaçãosedariano momentoemqueuma idéiaé comunicada
por outros ou obtida a partir do estudopessoale da investigação.
Conhecimento é definidocomoa totalidadedeidéiasconservadas pela
Humanidade;assim,nestesentido,conhecimento podesersinônimode
Universode Idéias. Assuntoé um corpo de idéias organizadase
sistematizadas,
porextensãoe intensão,queincidedeformacoerente
no campodeinteresse, decompetênciaintelectuale deespecialização
inevitáveldeumapessoa normal (RANGANATHAN, 1967,p. 92).
éasomatotal,nomomento,doconhecimento acumulado.Eleestásempre
em desenvolvimentocontínuo.Diferentesdomíniosdo Universodo
Conhecimentosãodesenvolvidos
pordiferentes
métodos.OMétodo
Científico
éumdosmétodos reconhecidos
dedesenvolvimento[...]OMétodo
Científico
écaracterizado
pelomovimentosemfimemespiral(RANGANATHAN, 1963a,
,p.359).
.
~
::J
empíricasemreferênciaaosfatosacumuladosemNadir.
0.0 A
Vamosassumirqueoperceptopurodosom"calVo",emitidosimultaneamente
pelamãe,setornaimpressonamemóriadacriançacomo operceptocomposto
"calVocrocitante".Vamos,alémdisso,assumirqueo perceptopurodacordo
calVoe o perceptopuro do som"preto" emitido pelamãesejaassociadona
memóriadacriança.Entãoo perceptocomposto"COIVO é pretoeelecrocita"
ou "COIVO
pretocrocita"éformadonamemóriadacriança.Logo,um percepto
compostopodeserformadopelaassociação
dedoisou maisperceptospuros
(RANGANATHAN, 1967,p. 80).
Nomomentoemquesãodepositados namemóriaosperceptos
puros
e compostos,dá-se uma associaçãoe os conceitosse formam.
Ranganathan(1967, p.80)alertaparaofatodequealinhadivisória
entreumpercepto - aquele
composto formado
pelaaglutinação
devários
perceptos puros- e o conceitoé tênue.Oprimeiro,istoé, o percepto
composto,transitaparaoúltimo,sendosónecessário somaraoprocesso
deaglutinaçãooprocesso deassociação,
oqueacarretaoestabelecimento
derelações.Dessaforma,éapartirdaformaçãodosconceitosquesevai
produzirna mentedo serhumanoum quadrode identidadecom o
mundoqueocerca.Emummomentoposterioràformaçãodosconceitos,
istoé, a partir daexistênciadeum padrãoconceitualjá estabelecido,
podeocorrera assimilação denovasexperiências,
o quelevaaoprocesso
que Ranganathan denomina de apercepção.O conjunto destas
ra
apercepções depositadas namemóriasedá,então,apartirdosconceitos "'O
ra
já presentesnamemória,como acréscimodaassimilaçãodeperceptos ~u
ra
recentemente recebidoseconceitosrecentemente
formados. u.
o
Ira
Para chegarmos,entretanto,à definição de Universode 13
Conhecimento emRanganathan, serápreciso,primeiramente,analisar ~
aindaosconceitosdeidéia,informação,conhecimento e assunto.Idéia D
para Ranganathan(1967,p. 81) é um produtodo pensamento,da .g ra
reflexão,da imaginação,quepassoupelointelecto,integrandocoma '§ClJ
ajuda da Lógica uma seleçãode conjuntos de apercepção,e/ou ~
diretamente
apreendida
pelaintuição
edepositada
namemória.
.
A informaçãosedariano momentoem queuma idéiaé comunicada
por outros ou obtida a partir do estudopessoale da investigação.
Conhecimento é definidocomoa totalidadedeidéiasconservadas pela
Humanidade;assim,nestesentido,conhecimento podesersinônimode
Universode Idéias. Assuntoé um corpo de idéias organizadase
sistematizadas,
porextensãoe intensão,queincidedeformacoerente
no campodeinteresse, decompetência intelectuale deespecialização
inevitáveldeumapessoa normal (RANGANATHAN, 1967,p. 92).
éasomatotal,nomomento,
doconhecimento acumulado.
Eleestásempre
em desenvolvimento
contínuo.Diferentesdomíniosdo Universodo
Conhecimentosãodesenvolvidos
pordiferentes
métodos. OMétodo
Científico
éumdosmétodos reconhecidos
dedesenvolvimento [...] OMétodo
Científico
écaracterizado
pelomovimentosemfim emespiral(RANGANATHAN, 1963a,
,p.359).
QUADRANTE1
QUADRANTE2
QUADRANTE 3
QUADRANTE4
eu
Situa-se entre Zênite e Descendente. Corresponde ao momento em "'C
eu
que as leis dedutivas são derivadas e registradas. Os conceitos inseridos Q)
u
eu
LI...
são intelecto, particularização, dedução e concretude. o
leu
f\Jr.aD~~NrA1i
lENITH
'"
.;::
,'"
c
Q)
E
::J
U
o
o
E
.
Q)
00
'"
::J
00
c:
::;
Figura 2 - A Espiral do Universo do Conhecimento
(RANGANATHAN, 1963 a).
Além daEspiraldoConhecimento eparaevidenciar aindamaisa
ligaçãoentreaproduçãodeconhecimentoeosesquemas declassificação,
Ranganathanapresentatambéma Espiraldo Desenvolvimento de
A'Isuntos:
seo movimentodaEspiraldoConhecimento propiciao atode
perceberosfatosqueocorremno mundofenomenal,coma Espiraldo
Desenvolvimento deAssuntosé possívelverificara relaçãoentreeste
percebere a produção de conhecimento que, no nossocaso, é
conhecimentoregistrado.
Apesardeestasquestõesteremum cunhofilosófico,Ranganathan
deixaevidente,
atodomomento,suapreocupação emrelacioná-Ias com
o universode trabalhoda documentação,apresentando como uma
metaespiraldo conhecimentoa espiraldo universode assunto.Estes
assuntosseapresentam e sãoanalisadosna áreadadocumentação a
partir dos documentosproduzidospor um grupo de falantes de
determinadouniversodediscurso.Dessaforma,a garantialiteráriaea
dinâmica do conhecimentoandam juntas, e sãoessesfatoresque
determinama relaçãododocumento comoconhecimento einfluenciam
aelaboração deesquemasclassificatórios
paraaáreadadocumentação.
.
Figura 3 - A Espiral do Desenvolvimento de Assuntos
(RANGANATHAN 1967).
.
Q)
Ranganathan apresenta
oPlanoIdeacionalcomoumplanosuperior,
pois,segundoele,osnúmerose aspalavrassónosinteressamporque
existeuma idéia atrásdelas,sendoos outros doisplanossomente
manifestações
doPlanoIdeacionalqueé invisível.
Vamosolhar uma tabelade classesou de isolados.Percebemos
númerose
palavrasapenas.Aliestãomanifestadoso Plano~rbal eo Notacional.O Plano
Ideacional não está.As idéias se escondematrás dos números que as
representame aspalavrasque asdenotam.Essesnúmerose palavrasnos
interessamsomenteporqueasidéiasestãoescondidasatrásdeles.O Plano
Ideacionalé o planosuperior,e aindamais,elenãosemanifestaporsi mesmo
diretamente.EleéinvisívelcomoDeus.E é tambémtãotolerantecomoDeus.
Poiselenãoforçaosoutrosalémdesuacapacidade.Eleesperacompaciência
atéelesseajustarem
(RANGANATHAN,
1967, p.335).
Otrabalhono PlanoIdeacional
é interpretadoporKaula(1984,
p.38)comootrabalhodeanálisedoconceito.Dizele:
rn
Umaidéiaéumconceito que,aotomarformaconcreta, podelevara alguma -c
rn
informação.
Aanálisedoconceitoéumatarefadifícilquetemqueseresgotada Wu
rn
naconcepção
doesquema declassificação.
Umconceito podeserumisolado u..
o
ou um assunto,
e a identificação
deconceitos,
suaposição no Universo de Irn
l)o
rn
Assuntos,seu arranjo sistemático entre outros conceitos etc. fazem do trabalho u
<;::::
umatarefaárdua. 'Vi
.."
rn
.
Nocapítuloaseguir,verifica-seque,naverdade,o PlanoIdeacional, -c
como afirma Kaula, é o plano que possibilita representaruma .ê
determinada área de conhecimento, através de seus princípios &
normativos,paraorganizarosseusconceitose formaruma estrutura
classificatória.Parece,
entretanto,queRanganathan,a partirdoPlano
Ideacional,introduznoplanodetrabalhodaclassificação
apossibilidade
de um mundo inteligível que só poderámanifestar-sea partir do
movimentodoPlanoVerbale doNotacional.
2) Plano verbal
Ranganathanafirmaque
:§
c:
3) Plano Notacional
Q)
E
:J
U
O PlanoNotacionalé o plano dosnúmerosque representamos
o
o conceitos.EstePlano"seesforçaportirar osresíduos
queoPlanoVerbal
E
.
Q) causouno PlanoIdeacional" (RANGANATHAN, p. 330). Estes
1967,
bO
rc
:J resíduossão,comoseviu anteriormente,oshomônimosesinônimos.
bO
o quefoi convencionado
no PlanoIdeacional,emboracomrestrições:
a relaçãoentreo PlanoNotacionaleo PlanoIdeacional
é adosenhore o
criado.Mas,assimcomoumtemqueseguirtodasasextravagânciasefantasias
deseusenhor,também oPlanoNotacionaltemquedesenvolver
suacapacidade
eversatilidade,
comoobjetivodecomplementar totalmente
asdescobertas
no
PlanoIdeacional (KAUlA,1984,p.38).
A Hospitalidadeou Expansividade
em MuitosPontostornapossívela .
introduçãodediversos
mecanismos
paraqueoesquemadeclassificação
acompanhea dinâmicadoconhecimento.Sãoeles:
a) ampliação
dabasenotacional
- Ranganathan
passa
a utilizar
uma notaçãoalfabética,coma introduçãododígitooitavizante;
b) ampliaçãodosrenques,
poiso mecanismododígitooitavizanteé
introduzidotambémnosrenques;
d) adoçãodo métodoanalítico-sintético,
quepermitea separação
entreos momentosda elaboraçãode esquemasde classificação,da
análisedodocumentoedousodoesquema.
Qualquerteoriadeveserbaseadaemprincípiosnormativos.NaTeoria
daClassificação Facetada,osprincípiosnormativossãopostuladosem
váriosníveis,desdeo processo
depensarqueo homemdesenvolve sobre
o mundofenomenalqueo cerca,e queinterferenoseuconhecimento
'" da realidade,atéo trabalhodeelaboraçãodastabelasdeclassificação.
';::
,'" Nestaseção,sãoexaminadososelementosda estruturaclassificatória,
ê:
Q)
segundoa TeoriadeRanganathan:a organizaçãodessas unidades,a
E
::J
U
o
partir desuascaracterísticas,
emrenquese cadeias,a distribuiçãodos
o renquesecadeiasnasfacetase aorganização dasfacetasnascategorias.
E
.
~
::J
2.3.1 Unidades classificatórias
00
o assuntobásicoé um "assuntosemnenhumaidéiaisoladacomo
componente"(RANGANATHAN, 1967,p. 83). Assuntoé definidocomo
um corposistematizadodeidéiasinseridasemumcampoespecializado
(RANGANATHAN, 1967,p. 82). Pode-se
dizer,então,queassuntobásico
representaas áreas mais abrangentesdo conhecimento, como
Matemática,Agricultura.Porém,nãosepodedizerqueAgriculturade
Milhorepresente
umassuntobásico,poiselepossuia idéiaisoladaMilho.
11
NasuaTeoria,Ranganathan propõequ~seidentifiquemoselementos
formadores doassuntododocumento, parapoderdistribuí-Iasnatabela
(processodeanálise),deformaaagrupá-Ias denovo(processo desíntese)
atravésda notação,quedeverepresentar o assuntodo documento.Na
verdade,istoépossívelporque,paraidentificarasunidadesquedeveriam
comporsuaTabela,elefoi aoUniverso dosDocumentos afim deverificar
comoosassuntos seapresentavam naliteraturae,apartirdaí,estabelecer
os princípios de formação dos assuntos:Dissecação,Laminação,
Agregação Livre,Superposição (RANGANATHAN, 1967,p. 351).
Nosassuntosdosdocumentos, algunssãoformadosporumoumais
assuntosbásicos,enquantooutrossãoformadospelacombinaçãode
assuntobásicoe isolado.Quandoo assuntododocumentopossuidois
assuntosbásicos,diz-sequeéum assuntocomplexo;quandoéformado
por um assuntobásicoe um ou maisisolados,é denominadoassunto
composto.Matemáticapara Físicos,por exemplo, é um assunto
complexo,porqueéformadopordoisassuntosbásicos;Agriculturaem
Javae Milho emJavasão assuntoscompostos,pois sãoformados,
respectivamente,
pelacombinaçãode assuntobásico+ isoladoe de
isolado+ isolado.
~ 2.3.2 Características
OJ
§ A Característica
é definidapor Ranganathan(1967,p. 55) como
8 "um atributoou algumcomplexo".Um atributo,porsuavez,"é uma
.
~
DO propriedade
ou uma qualidadeou uma medidaquantitativadeuma
~ entidade"(KUMAR,1981,p. 14). Ascaracterísticas
DO sãousadaspara
:§ compararoselementosclassificatórios,objetivandoformar classes
e,
dentrodestas,osrenquesecadeias.
2.3.3 Renques e cadeias
Renquessão classes derivadasde um Universocom base em uma
única característica em algum passo de divisão para estabelecer um
arran jo completo na seqüência preferida (RANGANATHAN,
1967,p. 61),
ou seja, sãoclassesformadas a partir de uma única característica de
divisão, formando séries horizontais. Por exemplo: Macieira e Parreira
são elementos da Classe Árvore Frutífera, formada pela característica de
divisão - tipo de árvoresfrutíferas.
Quantoaoscânonesparaaformaçãodecadeias,sãodedoistipos:o
CânonedaExtensãoDecrescente
e o CânonedaModulação.
Ranganathan (1967, p. 174) define o Cânoneda Extensão
Decrescente apartirdaseguinteexplicação:"ao mover-se numacadeia
descendente doprimeiroatéo último elo,a extensão
dasclasses oudos
isoladosordenados, conformeo caso,devedecrescer e a intençãodeve
crescera cadapasso",isto é, segundoestecânone,a classemais
abrangentedevesempreprecedera maisespecíficaem quesedivide.
Nestecânone,eleapresenta umaexplicaçãobastanteútil paratodosos
queestãoenvolvidoscom o processo declassificação,ao explicaros
conceitosdeextensãoe intenção.Realçaqueostermoscitadossãodo
âmbito da Lógica,onde existeuma sériede discussõessobreseu
significado.Adota,então,o quechamadeuma "medidatosca"para
explicá-losequeserveperfeitamente aosnossospropósitos.Aextensão
tempormedidao númerodeentidades compreendidas naclasseouno
isolado,e aintençãotempormedidaonúmerodecaracterísticas usadas
para a derivaçãodo UniversoOriginal.Utilizandouma terminologia
atual,pode-sedizerquea intençãodeum conceitoé a totalidadeou o
númerodascaracterísticas relevantesqueconstituemo conceito,e a
extensãodeum conceitoé a totalidadeou o númerodeconceitosque
abarca.Acrescenta, ainda,que,num certosentido,a extensãoé uma
.2! medidaquantitativade uma classeou de um isoladoordenado.A
EQ)
intençãoéqualitativa.
u§ OCânoneda Modulação
(RANGANATHAN,
1967,p. 176)tema
8 seguintedefinição:"Umacadeiadeclassesdevecompreenderumaclasse
~
.
decadaordemqueestejaentreasordensdoprimeiroedoúltimo eloda
~ cadeia."Istoquerdizerqueaseqüênciadascaracterísticas
naformação
~ doselosda cadeiadeveregistraroselosintermediários.A modulação
depende,assim,do uso corretodas característicasrelevantese da
seqüência deempregodestascaracterísticas.
2.3.4 Facetas
Facetaé"um termogenéricousadoparadenotaralgumcomponente
- podeserumassuntobásicoouum isolado- deum assuntocomposto,
tendo, ainda, a função de formar renques,termos e números"
(RANGANATHAN, 1967, p. 88). No contexto das classificações
especializadas,
édefinidacomoumamanifestação dascincocategorias
fundamentais (VICKERY, 1980,p.212).Asfacetas
sãodedoistipos:facetas
básicase facetasisoladas.
Afacetabásicaagrupaassuntosbásicos(áreasdoconhecimento)e
afacetaisoladaagrupaisolados(conceitos).Afacetabásicaéoprimeiro
elementodo contextoespecificado. Um assuntosimplestem somente
uma facetabásica,e um assuntocompostotem uma facetabásicae
umafacetaisolada,porexemplo,AgriculturadoMilho.Opapeldafaceta
básicaédirigir oclassificador
paraaáreadoconhecimento (Matemática,
Lireratura,História).Paraclassificar
odocumento,
eleprecisadas
facetas
isoladasqueseencontramnointeriordafacetabásica.
u
estespostuladosnãoauxiliamnadeterminação deduasou maisidéias u...
ttI
.
ttI
Facetasdamesmacategoriapodemmanifestar-se dentrodomesmo .~
assunto.Quandoistoacontece,énecessário
oestabelecimentodealguns &
princípiosparaauxiliaremnadeterminaçãodeumaordemquegaranta
consistêncianaorganizaçãodoslivrosnasestantes.
2.3.5 Categorias fundamentais
O PostuladodasCategorias é o princípionormativoadotadopara
organizar um Universo de Assuntos,ou seja, um "corpo" de
conhecimentoorganizadoe sistematizado.Mapearo Universode
Assuntosé o primeiro passodo classificacionistapara elaborarum
Esquemade Classificação,sejaele facetadoou enumerativo.Esta
atividadetem por funçãodefinir em que níveldeextensãosedaráo
corteclassificatóriodoUniversodeAssuntos.
[...] a tarefadaclassificação
é mapearo universomultidimensional dos
assuntos aolongodesuaatividade[...] Vimosquãotortuosaé a tarefade
terminare priorizarumaescaladerelações preferidas
entretodasasidéias
isoladase entretodososassuntos[...] Há muitas relaçõesvizinhas imediatas
entreos assuntos.Tendofixado um destesassuntosna primeira posiçãoda
linha, devemosdecidirqualseráseuvizinho imediato,qual seráseuvizinho
detransferênciadois,e assimsucessivamente. Podemosperdernoitesdesono
e aindanãoestarmospertodeumasoluçãofirme. Senãoformosestudantes
sériosdeclassificação
podemosdesistirdizendo"a classificação
é impossível"
(RANGANATHA.I\j, 1967,p. 395).
Paraunspoucos,aclassificação
émesmomarcadaporum absurdo
lógico.Estaé a medidadamagnitudedomapeamento do Universode
Assuntosmultidimensionalaolongodaatividadequeé aclassificação.
.ê
,ro
Omapeamento
consiste,num primeiromomento,em sedecidira
~ áreade assuntoqueserátomadacomobasepara a organizaçãodas
§
u
unidadesclassificatórias
(assuntobásico,isolados)na Tabela,e como
8 essaáreaseráclassificada.
Ranganathan conduzseutrabalhotentando
.
E definir uma forma quepossibilitea análisedo UniversodeAssuntos,
Q)
bibliográficasatéaquelemomento- apesar
W pois asclassificações de
.~
-' seremorganizadas tambémporáreasdoconhecimento/disciplina - não
deixavam evidentes os princípios que empregavam para o
.estabelecimento dasclassese subclasses dentro de cada área.Isto
provocava uma certa imobilidade, não permitindo que elas
acompanhassem a dinâmicado conhecimento.Ranganathanresolve
buscarprincípioslógicosatravésdousodepostulados.
Euclidespostulouqueduaslinhasparalelas
nãoseencontram.Durantequase
vinteséculos
ninguémquestionou estepostulado.
EntãovemGauss,quediz:
"Comovocêsabequeelasnãoseencontram? Vocêjá caminhouaolongo
delasparaverificarseufim?Eudigoqueelasseencontram - numlugar
muitodistante;vocêpodenegar?Entãoelefezseuprópriopostulado,queas
linhasparalelasseencontram emaJnbas aspontas.Qualdessespostulados
preferimos?
Qualquerumquesirvaparanossopropósito; qualquerumque
auxilienossotrabalho(RANGANATHAN, 1967,p.396).
Postula,então,queexisteemtodoUniversodeAssuntos
cincoidéias
fundamentaisquesãoutilizadasparaa divisãodoUniverso.A respeito
dototalcinco,eleapresentao seguinteargumento:
.
entendimentoglobaldaárea.OpostuladodasCategorias
Fundamentais
é apresentado
por Ranganathan:
HácincoesomentecincoCategoriasFundamentais;sãoelas:Tempo,Espaço,
Energia,MatériaePel'Sonalidade.
Estestermose asidéiasdenotadas
sãousadas
estritamenteno contextoda disciplinadeclassificação.
Nãotêmnadaaver
comseuempregoemMetafísicaou Física.Em nossocontexto,seusignificado
podeservistosomentenasdeclarações sobreasfacetasdeum assunto- sua
separação
e seqilência.Esteconjuntodecategoriasfundamentaisé,emsíntese,
denotadopelasiniciais PMEST(RANGANATHAN, 1967,p. 398).
RanganathandefineascategoriasPMESTdemodoa explicá-Ias,
istoé,pelaenumeraçãodealgumasdesuasfacetasquesãomanifestações
dasprópriascategoriasdentrodeumaáreadoconhecimento.
A categoriaEspaçoé tambémdefinidacomseusignificadousual,
apresentando comosuasmanifestações asuperfíciedaTerra,seuespaço
interioreexterior,comoporexemplo,continentes,
países,
estados,idéias
isoladasfisiográficasetc.
A CategoriaMatériaapresenta
um entendimentodecomplexidade
.~ ainda maior que a da CategoriaEnergia e é assimdefinida por
~
Q)
Ranganathan:
E
:J
U A identificação da categoria fundamental Matéria é mais difícil do que Energia.
o
o Vê-se que suas manifestações são de duas espécies: Material e Propriedade.
E Pode parecer estranho que propriedade fique junto com o material. Mas,
Q)
.
toO
'" peguemos uma mesa como exemplo: a mesa é feita de material de madeira
:J
toO
c: ou aço, conforme o caso. O material é intrínseco à mesa, mas não é a própria
::J mesa. Principalmente o mesmo material também pode aparecer em muitas
outras entidades. Assim, a mesa tem a propriedade de ter dois pés e meio de
altura e a propriedade de ter um tampo meio duro. Esta propriedade é intrínseca
àmesa
masnãoéaprópria
mesa.
Alémdisso,
amesma
propriedade
pode
aparecer
emmuitosoutroslugares(RANGANATHAN,
1967,p.400).
Assim,acategoria Matériapodeserencarada
comoamanifestação
de materiaisem geral, como sua propriedade,e tambémcomo o
constituintematerialdetodasasespécies.
.
re
ou combinação,permitemformarqualquerassunto. "O
re
tU
:~
c
Q)
E
:J
U
o
o
E
Q)
0.0
tU
:J
0.0
c
::J
.
-3 TEORIADA TERMINOLOGIA
o primeirosignificadodotermonoslevaaocampodosdicionários técnicos,
dosvocabulários e léxicos.Assim,terminologiaé aquientendida
comoa
apresentaçãoordenada deumcertogrupodeconceitos etermosdeumaárea
deassunto qualquer.
osegundosignificado
considera
otermoterminologia
comoocampo
queabrangeo estudocientíficodostermosdeuma áreaparticularde
conhecimentoemuma certalíngua,e, nestecaso,apresenta bastante
semelhançacoma lexicologiaespecializada,
istoé,o estudocientífico
doconjuntodetermosdeumadadalíngua,emumaáreaespecializada.
Oterceirosignificadoconsidera
a terminologiacomoaáreadeestudo
dos princípios teóricos básicospara o trabalho terminológico,
denominadocomoo estudocientíficofundamentalda terminologia,
istoé,aquelequepropiciaaotermoostatusdeáreadesaber, através do
estabelecimento destesprincípios.Nestesentido,etimologicamente
"ciênciadaterminologiasignifica:ramodosaber,disciplinacientífica,
umaciênciaemsi,ciênciacomotal" (DROZD,1981,p. 117).
Nesteestudo,otermo"terminologia"éempregado comoseuterceiro
~
significado,ou seja,comodisciplinacientíficaquepropiciaprincípios '00o
metodológicospara a elaboraçãode terminologias (sistemasde oc:
conceitos) mais bem estruturadas para as diversas áreas do E
conhecimento. ~
~
"'C
.
~
ComapublicaçãodotrabalhodeWüesterecom adisseminação de
suasidéiassobrea TeoriaGeralda Terminologiaque,maistarde,é
consideradacomoparteconstituintedaCiênciadaTerminologia,várias
linhasdepesquisaseformam e seapresentam refletidasemtrêsescolas
clássicas
- a EscoladeViena,a EscoladePragae a EscolaSoviéticade
Terminologia."EstasEscolas
possibilitaramaformaçãodeinstituições
portodoo mundo" (FELBER, 1981,p. 47) .
3.1 AS ESCOLAS
.
Técnica),publicadano mesmoano,pelaUniversidade
deStuttgart.O
seulivro
contém
umadetalhadainvestigação
daterminologiacomoferramenta
da
comunicação,
deacordocomanatureza doconceito,
arelação
deconceitos,
adescrição
dosconceitos
(definição),
aformaçãodetermos,anormalização
deconceitos
etermos,
ainternacionalização
deconceitos
etermos(FELBER,
1984,
p.15).
quinhentas publicações
sobretemascomo:terminologia, normalização
terminológica,padrãointernacional
paraterminologia,
documentação,
transliteração,
teoriadossímbolos,
classificação,
teoriadetesauros,
CDU,
princípios
dearquivamento,
lingüística,
lexicologia,
métodosdelexicografia,
ortografia,eoutros
(FELBER, 1984,p.15).
Algunsdestes
estudos
forampublicados,outrospermaneceram em
forma de manuscritoe podemseridentificadosem seu arquivode
pesquisaquehojeseencontrano Infoterm- CentroInternacionalde
InformaçãoemTerminologiadaUNESCO, emViena.
Aindanadécadade30,cientistase engenheirossoviéticostomaram
conhecimentodaTeoriadaTerminologiadesenvolvida na Áustriapor
E.Wüester,
atravésdeseulivroInternationaleSPrachnormungin der
Technickedeseusartigos, queforamtraduzidosparaalínguarussa. O
terminólogosoviéticoDrezen,comovimosanteriormente,foi o maior
responsável
porestadisseminação, dandoimpulsoparaafundação,em
~~ 1933,daEscoladeTerminologiaSoviética.Doisengenheiros soviéticos
~ quetambémestiveram àfrentedestaEscolacomograndesincentivadores
~ dodesenvolvimento daáreadeTerminologianaquelepaísforamo ProL
8 Caplygin,membroda Academiade Ciênciasda UniãoSoviética,e o
.
~
OD eminenteterminólogoLotte.A partir destainiciativa, foi criada a
~ Comissão
OD deTerminologiaTécnica,chamadaposteriormente deComitê
:.5 deTerminologiaTécnicae Científica(KNTT)daAcademia deCiências
da UniãoSoviética.SegundoFelber(1984,p. 17), a Comissão estava
preocupadacomasseguintesquestões:
a) elaboraruma teoriada terminologiatécnicae científicaque
seguisseos princípios para construção dos termos técnicos e
estabelecimento
desistemasdeconceitose termos;
d) introduzircientistase engenheiros
nosmétodosaplicadospara
regulamentara terminologiatécnicadaRússia;
e) prepararmanuais(destinados aprofessores
e aautoresdelivrose
literaturacientífica)paraaplicaràterminologiaeàpreparaçãodenovos
termos;
D. S.Lottefoi o principalrepresentante
destalinha depensamento
quecoloca"o termocomoum membrodeum sistematerminológico
definidoe nãocomoum objetoisolado".A visãosistêmicafoi adotada
porque"sistemasprecisosde termossatisfazema noçãodesistemas '"
adotadana literaturafilosófica,vistoquepossuemtodososatributosde ..Q
um sistema - eles são estruturados, integrais, apresentam .~
comportamentocomplexoetc.,podendo,então,serestudadospelos I-" ~
.
métodosdasistemologia"(LEICHIK,1990,p.23).Ainvestigação deLotte .g
podeserresumidanosseguintestópicos(FELBER,1984,p. 18): .~
o
Q)
1-"
· elaboraretrabalharmétodospararegulamentação
daterminologia
técnico-científica; .
· detectaralgunsdosprincipaisproblemascomo a seleçãoe a
estruturadaterminologiatécnico-científica;
· estabelecimento
desistemadetermoseconceitoscientíficos;
· int1uênciadaclassificação
nadeterminaçãodaterminologia;
· requisitodeexatidãoenão-ambigüidade
emterminologia;
· formaçãodeformascurtasdetermospelaomissãodeelementos.
Paralelamente aosestudos
desenvolvidosnaEscolaSoviética,
apartir
de 1931,com asiniciativasdesenvolvidas na áreaterminológicapor
E.Wüester, estudiosostchecosiniciam tambémpesquisasnosentidode
possibilitarum tratamentoterminológicoparaa línguadaciênciaeda
técnica.Desdeentão,temhavidouma contínuatrocade informação
entrerepresentantesdasEscolas
dePragaedeViena(FELBER, 1984,p. 17).
.
~
:J
00
C
:.::; 2 Segundo Drozd (1981, p. 107), "a Língua Padrão Nacional é uma língua
polifuncional que serve às necessidades de comunicação de uma dada
, comunidade funcional".
é, uma língua funcional que tem propósitos especiais.3O termo é
definido, aqui, como a menor unidade da língua funcional, e o sistema
terminológico é conceituado como um sistema de designaçõesque
representam um sistema de conceitos.
umpontodevistaque,curiosamente, aindaestásemnome.Oconceitoque
eutenhoemmenteéapossibilidadedeque,embora umapalavratenhauma
variedade
desentidos,
osentido
pretendidodevaserinequivocamenteaparente
nocontexto emuso,Defato,esteéo idealimplícitodetodotextocientífico.
Um"elemento" químicoéconhecido deformanão-ambígua porquímicos e
bastante
diferente
deum"elemento"matemático, '"
musicaloumilitar.Quando '5"0
umapalavraevocaapenas seusentidopretendido,elanãoevocaaomesmo oo
tempotodososoutrossentidos econtudonãoprecisaserunívoca .~
possíveis,
E
(RIGGS,1979,p.151).
~'"
A abordagemda TGTsecaracterizaria,segundoosparadigmas ~
propostos
porRiggs,comoterminologianormativa.Eraisso,certamente,'§
o queWüester
desejava,
tantoquesuaTeoriaseajustouaosobjetivosda li
normalização
técnica
eestánabase
doComitê
37daISO- Fundamentos
deTerminologia.
8 Kandelaki(1981,p. 157),representante
daEscolaSoviética,
quetem
.
~ origemna TeoriadeWüester, apontaparaoutraformadeabordagem
~01) doconceito.
Elepartedostermoseafirmaqueoconjuntodossignificados
:5 dos termosque compõema terminologia técnicaconstituirá, por
: conseqüência,
osistemadesignificados
daterminologiatécnica.Coloca
a seguintequestão:a organizaçãodo sistemade significadosda
terminologia é diferente do sistema de significadosda área de assunto
correspondente? Para responder a esta pergunta, vai primeiramente ao
ambiente de formação dos conceitos:
Naliteraturacientífica,numaanáliseteórica,distingue-se
habitualmente:
1)oobjeto,2)oconhecimento doobjeto,e3) oobjetodoconhecimento [...]
Atualmente,cadaumdestes conceitos
estáligadoà idéiadeumsistema.
o objetoexisteindependentemente
do conhecimento,
é anteriora seu
aparecimento.
Ésistematizado
pornatureza.
o conhecimentoéigualmente sistematizado
pornatureza.
Ocarátersistêmico
doconhecimento éconsiderado comoaconseqüência imediatadanatureza
sistêmicado
objeto,doqualeleconstituioreflexo.
Contudo,oreconhecimento
danaturezasistêmicadoobjetonãopodeserautomaticamente estendidoaos
fenômenos doconhecimento e aplicadoà compreensãoe à explicação
da
estruturadoconhecimento doobjetodado.Osistema, enquantoformade
organizaçãodoconhecimento, por comparação como objetoenquanto
sistema,
possuiparticularidades
específicas.
[...]Oobjetodoconhecimento
éformadopelopróprioconhecimento...
[mas]
nãoéidênticoaoobjeto.Éumprodutodaatividade cognitivadohomeme,
comocriaçãoparticulardohomem,eleésubmetido aregras
particulares
que
nãocoincidem comasqueregemopróprioobjeto(KANDELAKI, 1981,
p.157),
.
~
:J somente os conceitos abstratos, gerais. Estes "representam as regras gerais
.se que regem seu objeto de estudo e são ligados a todas as suas teorias"
-' (KANDELAKI,1981, p. 160). Deles derivam os demais. A ordenação dos
I conceitos serve,então, não apenas para tirar estesconceitos e suas relações
maispróximas,mastambémparacompreenderasregrassegundoas
quaiselesproduzemoutrosconceitos.
Definindo-os logicamente,
podem-
seisolarsuascaracterísticas
essenciais
e, com isso,fornecerasbases
paraa unificação,a divisãoe o ordenamento(GORKOVA, 1980,p. 8):
estaé a abordagemepistemológica. Paraostermosespecíficosusados
na comunicaçãoprática,interpreta-seo significadodo termo,sendo
suficiente,muitas vezes,uma "interpretaçãoadequada":estaé a
abordagempragmática. Uma estatísticadas característicasdas
terminologiasindicaqueosconceitosbásicos
deumaáreanãoalcançam
maisdoque10%(GORKOVA, 1980,p. 8).
Aseguir,sãoapresentados
princípiosespecíficos
quefundamentam
o trabalhoterminológico.
Conceitos e termos
ParaaTGT,conceitoéumaunidadedepensamento, constituídode
características
querefletemaspropriedades
significativasatribuídasa
um objeto,ou a uma classede objetos.Suafinalidadeé permitir a '"
ordenaçãomentale acomunicaçãoatravésdosímbololingüísticoque '§>
é o termo.A TGTtraz,então,paraseuâmbito,a tríadelinguagem- ]
pensamento-realidade,
defendidaporSaussure(1987).Oconceitoéum f-"- ~
elementodesignificação
dotermo,querepresentaumobjetonarealidade ~
empírica.Comounidadedepensamento, eleéumaconstruçãomental, .~
própriadeum indivíduo,que,aoobservar
arealidade
queocerca,percebe &
"objetosindividuais"quenelaestãoinseridos,Osobjetospodemserseres.
ou coisas,qualidades,ações,locais,A observação
acabaporprivilegiar
algunsaspectos
doobjeto,quenoníveldopensamento,
istoé,naesfera
doconceito,constituema característica
doconceito.
A característica
queconstituium conceitoé tambémum conceito.
Atravésdelapodem-se compararconceitos, cIassificá-los
emumsistema
deconceitos,sintetizá-Iosatravésdadefiniçãoe denominá-Iosatravés
dostermos.O agregadodascaracterísticas queconstituemo conceito
determinasuaintenção.A partirdadeterminação da intençãodocon-
ceito,ouseja,dadelimitaçãodesuascaracterísticas,
épossíveldeterminar,
também,conceitosquepossamserrelacionados aoconceitoemanálise
porpossuírem características
semelhantes;
emoutraspalavras, épossível
determinara totalidadeou o númerode conceitosqueesteconceito
abarca,o queconstitui suaextensão(FELBER,1984,p. 58).
Outropontoimportantea serobservado
é o tipo decaracterística,
~ quefuncionacomoumaunidade
dedivisãoepossibilita
aformação
de
~ classesdeconceitos(renquesecadeias),poisprivilegiaum aspectogeral
~
:J
e comum a todosos conceitosque estãoinseridosna classe.As
g característicassãoclassificadasda seguinteforma: características
~ intrínsecase características
extrínsecas
- elasnãosãoexcludentes,
isto
.
~ é, o objeto individual observadopodepossuir,ao mesmotempo,
ê> características
intrínsecas
eextrínsecas.
::J
Ascaracterísticas
intrínsecassãopartesconstituintesdopróprioob-
jeto,emoutraspalavras,sãoinerentesaoobjeto,porexemplo,material,
coretc. Ascaracterísticas
extrínsecas
estabelecem asrelaçõesdoobjeto
observado comoutrosobjetos.Podemserconsideradas sobdoisaspectos,
a saber:características
depropósito(aplicação,função,posição)e ca-
racterísticas
deorigem(paísdeorigem,produtor)(FELBER, 1984,
p.58),
Dentreelas,algumassemostramúteisàordenação: aquelasque,numa
operaçãoespecífica deanálisedeum grupodeconceitos,sãousadas
paraa definiçãoou a fixaçãodasrelaçõesentreelese,portanto,para
sua ordenação.Asdemaissão consideradasnão-essenciaispara
ordenação.
Aodefinirconceitose posicioná-los
emum sistemadeconceitos,as
características
intrínsecas
sãoasprimeirasquedevemserevidenciadas,
poisdeterminamsuaessência. Logoapós,obedecendoaumaordemde
preferência,asdepropósitoe,porúltimo, asdeorigem.
.
~ osconceitossedefinemuns em relaçãoaosoutros.Alémdisso,elas
~ auxiliam na formaçãodasestruturasconceituais,emespecialaquelas
:.::; queformam renquese cadeias.Wüester(1981)apresenta
, comumasíntesedaclassificação dasrelações(Quadro1).
um quadro
Quadro1 - Classificação
dasRelações
segundo
a TGT-
(Wüester,1981)
_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ ~e!a5Õ!!~ 'Õ.0!:!c!!i!U2i~ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _
Sistema de conceitos (ordena ão de conceitos
Relações lógicas Relações Ontológicas
(relação de
abstração, relação
de semelhanca)
Relações de contacto
(relações de contigüidade)
~ Determinação
I~ ------ "
------ ------
C Conjunção de
:E ------tos
concei ------ ------
§ ------
Ú Disjunção de integração
conceitos
11 Teoria da Terminologia
Relação Lógica
Asrelaçõeslógicasresultamforçosamente daprópriacompreensão
dos conceitos. Chamam-se,também, relações de semelhança
(WÜESTER, 1971),desimilaridade,deabstração
ougenéricas.
Emgeral,
sedividemem doisgrandesgrupos:relaçõeslógicasde comparação,
quesedãoentredoisconceitos, erelações
decombinaçãológica,quese
dãoentretrêsou maisconceitos.
Asrelaçõeslógicasdecomparação podemserclassificadas
emquatro
tipos,a saber:hiponímialógicaou subordinação lógica;coordenação
lógica;interseçãológica;e relaçãológicadiagonal.
Umarelaçãodehiponímialógicaocorrequandoum conceitotem
todasascaracterísticasdo outro conceito,e esteúltimo possuiuma
característica
adicional;pode-sedizerqueesteconceitoé uma espécie
dooutro,o gênero.Assim,o conteúdodoconceitomaisrestrito(conceito
subordinado) inclui o conteúdodo conceito superordenado.Na
superordenaçãode conceitos, temos, portanto, o gênero, e na
subordinação,a espécie,comopor exemplo,veículoé o gênerode
aeronave.A coordenação lógicaseestabelece
quandoosdoisconceitos
analisadossãoespecíficos do mesmotermogenérico,distinguindo-se
entresipor umaúnicacaracterística (WÜESTER, 1981,p. 87). Ditode
outraforma,ela sedáentreconceitosdeum mesmorenquelógico.A
relaçãodeinterseçãológicaseapresenta quandosãocomparados dois
conceitos,
cujaintençãosóéidênticaparcialmente,istoé,nemtodasas
.~ características
sãoasmesmas,
comoporexemplo,
Ensino- Instrução.
~ A relaçãodiagonallógicaocorrequandoduasespéciesdeconceitosdo
~
~ mesmogêneronãoestãoligadospor relaçãodesubordinaçãonemde
og coordenação, comoporexemplo,balão/foguete, navio/avião.
E
.
(])
0.0
AsrelaçõesdecombinaçãológicasãodefinidasporWüester(1981,
ro
~
0.0
p. 87)daseguinteforma:
c:
:.::;
Consideremostrêsconceitosquenãosãoligadosentresi,nemporumarelação
dehiponímia lógica,nempor relaçãodecoordenação lógica.Doisdentreeles
podementãoserconceitosdepartidaque,porsualigação(chamadatambém
decombinação),constituemum terceiroconceito(1981,p, 87),
Sãotrêsasespéciesdecombinação lógicadeconceitos:determinação,
conjunçãoe disjunção.A determinaçãoocorrequandoum segundo
conceitoaparecena compreensãode um primeiro conceitocomo
característica
suplementar,
eo resultado,ou seja,o terceiroconceito,é
um específico doprimeiroconceitodepartida.Wüester(1981,p. 87)
apresentao seguinteexemplo,paraestetipoderelação:a combinação
dosconceitosImport = importare Kaufmann= homemdenegócios
resultano conceitoImport-Kaufmann= importador.
Quandoascaracterísticas
dedoisconceitossãoreunidas,resultando
emum terceiroconceitoqueéespecífico
comumaosdoisconceitosde
partida,diz-sequeexisteumaconjunçãodeconceitos.Wüester(1981,
p. 87) apresentao seguinteexemplo:a combinaçãodosconceitos
Ingenieur= engenheiroeKaufmann= homemdenegóciopoderesultar
[emalemão]noconceitoIngenieur-Kaufmann = engenheiro-homem
de negócio,Assim,um engenheiro-homemde negócioé tanto um
engenheirocomoum homemdenegócio.Osconceitosformadospor
conjunção de conceitosacabamformando, no momento de sua
estruturaçãoemum sistemadeconceitos,sistemaspolierárquicos(ver
sistemadeconceitos).
.
Asrelações
ontológicassãorelações
indiretasentreconceitos,
porque ~
resultamdaspropriedades
quepossuemosrepresentantes
dosconceitos '§
(osobjetosdomundoempírico).Caracterizam-se
pelacontigüidadeno ~
tempo e no espaçoou pela conexãode causae efeito.
Wüester(1981,p. 91), considerando o usodo conceitoantologia
pararepresentar estetipoderelaçãoconceitual,adverteque"o conceito
deantologiaou 'ciênciadoser'correo riscodeserum poucodelicado
paraum bomnúmerodeleitores.Masapreocupação coma antologia
sóapareceà medidaqueé necessário elucidarasrelaçõesquepodem
existirentreosconceitos".Argumentaquea terminologiatevedecriar
nãoapenasostermosutilizadosnestetipoderelação,mastambémseus
símbolos. Mas acrescentaque, apesarde uma das funçõesdos
terminólogos seradeelaborartermos,"elesaindasevêemconstrangidos
em introduzirtermosapropriados, emparticularrelaçõesparte-todo,
cadeiaparte-todoesistemaparte-todo"(WÜESTER, 1981,p. 95).
Asrelações
ontológicassãoclassificadas
emdoisgrandesgrupos:as
relaçõesdecontactoeasrelaçõesdecausalidade.
Relação de contato
Arelaçãodecontactoé a maisimportantedasrelaçõesontológicas,
queseauto-explicama partirdasduasespéciesqueincluem:a relação
decoordenação(ontológica)e a relaçãodeencadeamento.
Aprincipalrelaçãodecoordenação éa relaçãoparte-todo,ouseja,a
relaçãoentreo todoe suaspartes,ou entreasprópriaspartes,sendo
considerada "relação espacial e por conseguinte relação de
simultaneidade"(WÜESTER, 1981,p. 96). Elapodeocorrerentredois
conceitosou entredoisou maisconceitos.Aocomparardoisconceitos
em uma relaçãodecoordenação ontológica,surgemquatrotiposde
:~ possibilidades:subordinação
partitiva,coordenação partitiva,interseção
~ partitivae relaçãodiagonalpartitiva.A subordinação partitivaocorre
~ quandoum objetoindividualé umaparte(subordinação partitiva)de
8 outro objetoqueé o todo (superordenação partitiva). Estarelaçãoé
~ tambémchamadade relaçãoverticalpartitiva,porqueformacadeias
.
~
.
partitivas, ou seja, uma sérievertical de conceitos.Nestasérie,
:§ considerando-se doisconceitos
vizinhos,o conceitosuperiorcorresponde
aotodoe o conceitoinferioré umadesuaspartesconstitutivas,como
porexemplo,Avião- Motor.
A relaçãode coordenação partitiva existeentredois objetosque
representampartede um todo comum. Estarelaçãoforma séries
horizontaisdeconceito,sendotambémchamadasderelaçãohorizontal
deconceitospartitivos,ondeseencontramosrenquespartitivos.Um
renquepartitivoéumasériehorizontaldeconceitosquecorrespondem
àspartesdeum todonum certoníveldedesagregação. Porexemplo,
"fuselagemé coordenadode asa(queestãosubordinadosa avião)"
(FELBER,1984,p. 62).
A relaçãodiagonalpartitivaé aquelaqueseapresenta
quandoduas
partesdeum todocomumestãoem relação,e estarelaçãonãoé de
subordinação nemdecoordenação. Porexemplo,MecânicaeQuímica
sãopartesdotodoCiência.
Relação de causalidade
Relaçãodecausalidade é aquelaquesebaseiaemum elosucessivo
decausas(WÜESTER, 1981,p.96).Asprincipaisrelações
decausalidade
sãoasrelaçõesdeparentesco,tambémchamadaspor Felber(1984,
p" 64) de relaçõesde descendência,a saber:relaçãogenealógica
(pai~filho); relaçãoontogenética(ovo~ larva);relaçãodesubstância "~
(urânio~rádio). Apresenta
aindaoutrasrelações,
taiscomo:material-
E
i
produto(madeira~mesa);instrumental(instrumento~eseuuso).
~
Alémdeestabelecer
asrelações
entreosconceitosemseutrabalho, ~
Wüester
reconhece
anecessidade
deumaclassificação
dosconceitos
como "i§
baseparaaatividadeterminológica.
Sendoassim,posicionaosconceitos ~
emconjuntos
harmônicos
aos
quais
dáonome
desistema
deconceitos.
.
Sistema de conceitos
Umsistemadeconceitos,para a TGT,é um sistemaformadopor
conceitose suasrelações,que podemser lógicase ontológicas.A
representação
dosistemadeconceitosserveadiversos
objetivos,
taiscomo:
organizaçãoefetiva do conhecimentodentro de uma dada área;
representação
claradasrelaçõesentreconceitos;revelaçãodeconceitos
aindainexistentes
ou conceitosredundantes(sinonímia),ajudandoa
assegurar um nível ótimo de normalização da terminologia;
estabelecimentode equivalênciasclarasentretermosem diferentes
línguas(ISO/DIS704).
Paraa determinaçãode um conceito,dentrode um sistemade
conceitos,trabalham-seassuascaracterísticas,que têm um papel
fundamentalnesteprocesso.Oagrupamento deconceitossedáquando
seidentificauma característica
especificadora
comum aosconceitos;
quandoseempregaestacaracterística comocritério para divisãodo
sistema,diz-sequeelaé um "tipo decaracterística".
Todomembrodosistemaformaumaestruturacomníveis,chamada
dehierárquica.A esterespeito,
Wüester0981,p. 98)explica:
· Diagramaemárvore(tem a formadeumapirâmide,ondecada
topoapresenta
umacaracterística
quepossibilitaa divisão);
· Diagramaemcadeia(formadoporváriosdiagramasemárvore);
· Diagramaemcampocircularou retangular(tabelas)(FELBER,
1984,p. 66).
Arespeitodaapresentação
dosconceitos,
Wüesterargumentaainda
o seguinte:
1Pode-serecorrera um planográficodosistemaparacolocarasrelaçõesem
relevo;
2 Esteplanográficoésubstituído,namaioriadasvezes,
porumplanoque
tomaa formadeumalista;ditodeoutromodo,por umalistaseguida de
conceitos.Estalistalevao nome,igualmente,
de"registrosistemático"
ou
"partesistemática".
2.1Ostermoscorrespondentes
aumacadeiadosistema sãoinscritos
numa
escala.
Ostermosdeumrenquesãocolocados
unsabaixodosoutros.
2.2Àfrentedecadatermo,coloca-se
umsi~o ideacional
(porexemplo,
um
número),ouumtermo,queexprimeapenas ograudacadeia.
'"
'50
Talsímbolochama-se
"símbolodegrau". o
,
oc
2.3Afrentedecadatermo,coloca-se
um símbolodenotaçãosistemática.'E
Quandoseemprega umsistema denotações
destetipoénecessário,
então, ~
.
inscreverostermosde forma recuada.Ossímbolos mencionados nosparágrafos -f!5
trazemigualmente
onomede"símbolos
declassificação"
(1981,p. 19). .~
o
<1J
Ousodoplanográficoéumprocesso deorganização
dosconceitos, ~
nafasedeanálisedeseuentendimento.
Aorganizaçãodosconceitosno
planopodevariaratéquesecheguea uma conclusãosobrea posição
adequadadoconceitonoSistemadeConceitos.Estaorganização final é
que deveserapresentadanas terminologiase é ela que forneceos
elementosdadefinição.
Definição
A definição,na TGT,é reconhecidacomouma formadedescrição
doconceito.Oconceitopodeserdescrito,também,porumaexplicação,
casonãosejapossívelestabelecersuadefinição.Porém,adefiniçãoé a
chaveparaumtrabalhocientífico.Umadefiniçãoé,então,umadescrição
deumconceitopelosignificadodeoutrosconceitosconhecidos.
Elarevela
aposiçãodoconceitoemumsistema deconceitos
relacionados,
enquanto
que uma explicaçãoé uma descriçãodo conceitosemconsiderar,
entretanto,aposiçãodoconceitoemumsistemadeconceitos(FELBER,
1984,p. 73).
.
sãoascaracterísticas do conceitodefinido.Oselementosda definição
~
c
porextensão sãoosmembrosdaclassedoconceitodefinido.
:::; A ordemdascaracterísticas,
determinadano momentodafixação
doconceito,é a mesmadadefiniçãointencional,ou seja,o termoque
designao gêneroimediatamente superior(genusproximum) vemem
primeiro lugar (característicaintrínseca), seguindo-seasdemais
características
(differentiaspecifica).Paraqueadefiniçãoassumasua
propriedade sistematizante,é necessário
manternestepadrão.
Dahlberg(1983,p. 13),umadasteóricasmaisimportantesparaas
áreasdeClassificação
eTerminologia,apresenta
umalongaexposição
sobreocarátereosrequisitosdadefiniçãoterminoló~a, àluzdaTeoria
do Conceito(ver4 ). SegundoessaTeoria,a definiçãoterminológica 'õo '"
o
seriaa definiçãoconceitual,poisela incorporaos trêselementosdo "O
c
conceito,a saber,o referente,ascaracterísticas
e o termo,aocontrário 'E
dadefiniçãonominal,quecontemplaapenas o termoeumaequivalência
'"
~
.
textual,edadefiniçãoostensiva,
queincorporaapenas
o referente
eo termo. "
.~
~ Outracontribuiçãorelevante,noColóquio,éadoteóricotchecoDrozd
Q)
5 (1983,p.87),daEscoladeTerminologiadePraga.Pesquisador debase
8 lingüística,eleofereceimportantesubsídiopara a questãodo termo.
E Emborareconhecendo "trêsrelações
principaisdetermos"- o sistema
.
Q)
~
:J de entidadesextralingüísticas(o mundoda realidade),o sistemade
.~ conceitos
-' eosistema determos(quenomeiaosistema deconceitos)
-
Drozdinclui apenaso sistemadeconceitose o sistemadetermoscomo
. "os maisimportantesparaosterminólogos"no estabelecimento das
detlnições,sendoestaso únicomeiodedescobrir
edistinguirossinônimos
terminológicos(DROZD,1983,p. 89). Reconheceque o sistemade
conceitosémaiságilqueosistemadetermos.ParaDrozd,(1983),como
para os autoresjá citados,a definiçãoterminológicaé a definição
analítica.
Ossignosdalinguagemsãomaisconstantes,mesmo queosconteúdos
designados
tenhamsemodificado
oualterado.Osconteúdos
dostermos (não
modificados)
"átomo"e"molécula"
sãogarantidos
peladefinição,
quetem
umafunçãocognitiva
(DROZD,
1983,p.92).
ParaSager,
asdefiniçõesestãointimamenterelacionadascomoutros
termos(genérico,específico,
associado,genéricomaisamplo),e estas
relaçõessãodeclaradasno interiordaclassificação
do assuntodeuma
determinadaáreado conhecimento.Ele consideraque os diversos ro
.
também,termoscoordenados. Umadefiniçãosintéticaidentificao lugar t;;;
""O
'"
.>:
,'"
c:
Q)
E
::J
U
o
o
E
Q)
co
'"
::J
co
c:
:.:;
.
.4 TEORIADO CONCEITO
Nestecapítulo,procura-sedeixarevidente,alémdosprincípiosque
regema teoriado Conceito,'suaimportânciaparaa formaçãodeum
corpoteóricopróprioparaa elaboraçãodetesauros. Destaforma,será
apresentada,primeiramente,a evoluçãohistórica dos tesaurosde
recuperaçãoatéosdiasatuais,ondeseverificauma novametodologia
para elaboraçãode tesauroscom baseem conceito.A seguir será
apresentadaa teoriadoconceitoealgumasexperiênciasdeconstrução
.9
detesaurosterminológicos. 'Qi
u
c:
o
4.1 ORIGEM DO TERMO TESAURO U
o
-o
Apalavra "thesaurus" etimologicamente vem do gregoe do latim e ,ê
o
significa "tesouro" tendo sido usada durante muitos séculos, para ~
Aocontráriodostradicionaisdicionáriosdelíngua,nosquaisseparte
deumapalavraparasaberossignificados queelapodeter,noThesaurus
deRogetparte-sedeum significado,deuma idéia,parasechegaràs
palavrasquemelhorarepresentem. Eleéum esquema declassificação,
com um índicealfabéticoremissivo.SegundoFoskett(1985,p. 271),
"seuvalorconsisteemserumaestruturadeconceitosrelacionados entre
si, atravésdeváriossignificados;
istoé quetornaRogetfamiliara todos
osqueseinteressam pelaqualidadeeo estilonaescrita."KarenSparck-
Jones,emseutrabalhoSomeThesauricHistory, resume,empoucas
palavras,o objetivodoThesaurus deRoget:
[u.] Rogetpensou
emseuThesaurus comoumaclassificaçãodeidéiasque
poderiaajudaraqueles
queprocurassem palavras
apropriadas;
econsideroua
organização demil seções,
ou tópicos,expressosna TabelaSinóticade
Categoriascomoumimportante componente dotodo.Umapessoa poderia,
emprincípio,encontrarseucaminhoparaa formulaçãodeuma idéia
inicialmente
nebulosaseguindo
a trilhaapropriada
daárvore[daTabela]até
umaseçãoparticularondepoderiaencontrara palavraespecífica mais
apropriadaparaexpressar
aidéia(1972,p.402).
.
00
tO
::J
00 1. Aprimeira destas classes compreende idéias derivadas de Relações Abstratas
c:
:.::; e mais gerais entre as coisas, tais como: Existência, Semelhança, Quantidade,
Ordem, Número, Tempo, Poder.
2. A segundaclassesereferea Espaçoe suasváriasrelaçõesincluindo
Movimento,oumudança delugar.
3. A terceiraclasseinclui todasasidéiasrelacionadasaoMundoMaterial,a
saber:Propriedades
daMatéria,taiscomoSolidez,Fluidez,Calor,Som,Luze
osfenômenosqueelesapresentam,bemcomoassimplespercepções a que
elasdãoorigem.
4.Aquartaclasseabarcatodasasidéiasdefenômenosrelacionados
aoIntelecto
e suasoperações
compreendendo
a Aquisição,a Retençãoe a Comunicação
deIdéias.
5.Aquintaclasseinclui asidéiasdoexerCÍciodaVontade,ForçasVoluntárias
e Ativas tais como: Escolha, Intenção, Utilidade, Ação,Antagonismo,
Propriedade etc.
.
"'O
Destemodo,umnovotipodelinguagemdocumentária
estánomeado
- o tesauro
derecuperação
deinformação
- queveiosecontrapor
às
listasdecabeçalhosdeassuntoeservircomoinstrumentodeauxílioaos
sistemasqueutilizavamum único termo(unitermo).Outraslistasde
termosqueapresentavam
algumarelaçãoentreelespassaram
achamar-
se,também,tesauro.
Vickery,nosanos60,demonstraquatrosignificados
diferentes
usados
na literaturadeCiênciadaInformaçãoparaotermo"tesauro",sendoa
interpretação maiscomumadeuma listaalfabéticadepalavras,onde
cadapalavraé seguidade outrasque a ela serelacionam(VICKERY
,'" apudFOSKEIT,1985,p. 270).
.~
~ Noinício dadécadade70,atravésdoprogramaUnisist(UNESCO,
~ 1973,p. 6), a Unescodefine "tesauro" para a áreade Ciênciada
8E Informação,sobdoisaspectos:
.
~
'" a) Segundoa estrutura:
=> ,
g? "E um vocabuláriocontroladoe dinâmicodetermosrelacionados
semânticae genericamentecobrindo um domínio específicodo
.
:.:;
I conhecimento."
b) Segundoa função:
Percebe-se a preocupação
daUnescoem apresentar definiçõesque
pudessem atendertantoà áreadeelaboraçãodetesauro(definiçãoa),
quantoà áreadeorganização e recuperação
deinformação(definição
b). Estasdefinições,
dealgumaforma,vêmsendoutilizadasnaliteratura
atéosdiasatuais.
Cadaumadessas linhasseráapresentadaaseguir,chegandoaoque
denominaremos deTesauro combaseemConceito.Énecessário,
porém,
repetiro queLancasterdeixaevidente,quandoapresentaum quadro
(Figura4)daevolução
histórica
dotesauro,
nocontexto
docontrole
de o
vocabulário,tomadocomobasenestecapítulo:"[...] ocaminhotraçado .~
c:
não podeser consideradode fato definitivo, desdeque não está 8
completamente
claroqueminfluenciou
quem.Entretanto,
odiagrama..g
descreve
o processo
segundominhainterpretação"(LANCASTER,1986, .ê
o
p.29).Oqueficaevidentenodiagramaéadicotomianalinhaevolutiva ~
dostesauros.
Deum lado,avertentedeabordagem
alfabética,degrande.
influência na América do Norte, e, de outro, a abordagem sistemática,
que tem seus pressupostos estabelecidos pela Classificação Facetada.
Unilerm(T.ub.(195111
Alph.b.li<:
subiecl
indexing
{Co.les(1969)) I
Duponl(1959) U.S.D.p.~.m.nl
... 01O.I.nse11960)
Alh.(19611
EJC(19641
... /
P,ojecllEX (196501967)
~ ~T{1967}
~
PRECIS
1197
Thesa:ro,.cel~O
f1~691
:
:
lSATI
ANSI
UnescoMonhngualgUldellnes
~
(1970)
~ ~
\ ~
Z39019 ISO DIN1463 AFNOR
, (19741 2788 119J~1 "Z47oI00
~ ... 11974/' ,/ (um
o.:
,~ 55723 '''' ""
11979) ,,' /
C
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E ("::::"";nescoMOn]~gu.19Uid.linesI19761
::J : :
U fRevisedversion.19801
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/ +
o
O Unescomonolingual
Gu~.lines 119811 , , ISO5964(19851
E
Q) ~ ...,
.
00 ISO2788{draIl2" Edi]~no1983}
~
::J
00
c:
:::;
Figura 4 - Evolução Histórica do Tesauro de Recuperação
(LANCASTER,1986)
ApartirdaSegundaGuerraMundial,como desenvolvimento cien-
tíficoetecnológico,
aliteraturapassouaexigirumtipoderepresentação,
nos catálogos,que os cabeçalhosde assuntonão conseguiram
acompanhar. Onúmerodecabeçalhos simples- constituídospor so-
menteumapalavra- passoua setomarinferiorfrenteaograndenúmero
decabeçalhos compostos - constituídospormaisdeumapalavra.Este
fato acarretoualgunsproblemasnarepresentação da informação,pois
a entradanoscatálogosalfabéticos é linear.Sendoassim,
alguns dos elementos dos cabeçalhos compostos não poderiam ser encontrados
diretamente, mas deveriam ser procurados indiretamente, através de entradas
adicionais (sistemas de entrada múltipla), ou por meio de índices ou remissivas.
Ademais, a existência de uma ordem de citação ou importância prefixada
separava alguns elementos de um assunto composto que, se fossem reunidos,
teriam interesse para o usuário. Mais uma vez, era necessário proceder a este
tipo de busca por meios indiretos ou fazer entradas múltiplas de acordo com
certas técnicas (FOSKETI, 1973, p. 307).
Em 1951,MortimerTaubeintroduzo SistemaUnitermo,quetinha
por principalcaracterística
a "representação
do assuntopor palavras
únicas(uniterm) extraídasdo textodeum documentosemnenhuma
formadecontrole"(LANCASTER, 1986,p.31).EsteSistemapossibilitava
a composição do assuntono momentoda recuperação da informação
e, por estarazão,foi denominadoSistemaCoordenado e, maistarde,
Sistema
Pós-Coordenado,
emoposição
aoscabeçalhos
deassunto,
que o
seriamconsiderados
Pré-Coordenados.
Noscabeçalhosde assunto,a .~
coordenação dosassuntos
sedánomomentodaindexação dodocumento 3
(entrada),aocontráriodossistemaspós-coordenados,que"permitem ~
transferiro atodecoordenação,ou seja,a combinaçãodoselementos .g
o
que,juntos,formamum assuntocomposto,daetapadeentradaparaa ~
etapa
desaída
oubusca"
(FOSKETT,
1973,
p.307). .
Lancasterjustificao fato de sero SistemaUnitermoconsiderado
responsável
peloaparecimento doTesauro:
asreferênciascruzadasdesenvolveram-secompletamente nostesauros
que
tendemasubstituirastradicionais
listasdecabeçalhos deassunto.
Enquanto
estasúltimasapresentavamagrupamentos significativamente
simples
como
referências
"vertambém",ostesauros usamumaanáliserelacionalmais
refinada.
11 Unidosestabeleceram
um acordovisandoa reunir ambosostesauros,
que abarcavamtemas ligados à Engenharia, com considerável
participaçãoda indústria. Atravésdo projeto Lex, cuja meta era
estabelecerprincípioscomunsdeconstruçãoe usoe,também,criarum
único instrumentoparaambasasinstituições,prepara-se um manual
deconstrução detesaurosepublica-seoThesaurusofEngineeringand
Scientijzc Terms (TEST), em 1967.Endossadoe publicado pelo
Committeeon Scienceand Technical1nformation(COSATI),órgão
oficialdoFederalCouncilforScienceandTechnologydosEstados Unidos,
o manualfoi recomendado comofonteparaa construçãodetesauros,
tendo servido de basepara as diretrizes e normas produzidas,
posteriormente,pelaANSI - AmericanNationalStandardizationInstitute
(ANSI,1981)epelaUNESCO (1973).Porsuavez,asdiretrizesdaUnesco
deramorigemàsnormasnacionaise internacionais.
Avertenteeuropéia,mostradanodiagramadeLancaster(Figura4),
desemboca naIndexaçãoAlfabéticadeAssuntos,deCoates,enoPRECIS
(PreservedContextIndexingSystem),sistemadeindexaçãoalfabética
desenvolvido por Austin,para o índiceimpressoda British National
Bibliography, trabalhos que sofreram influência da Teoria da
ClassificaçãodeRanganathan (LANCASTER,1986,p.33).Como jáfoi
vistoanteriormente, estaTeoriasebaseianopressuposto
dasCategorias
eéapartirdelasqueseoferece umasintaxemaisadequada à organização
e recuperação da informaçãoemsistemaspré-coordenados, comoé o
casodeCoates(paraa formaçãodoscabeçalhos) edoPRECIS(paraa
formaçãodecadaentrada).
Outrodesenvolvimento nestavertenteéoThesaurofacet,
queutiliza .8
a Teoria da Classificaçãode Ranganathannão somentepara a .~
organizaçãodeumasintaxe(nocaso,a notação),mastambémparaa 8
organizaçãodosconceitosemum dadoUniversodoConhecimento. O ..g
'"
domíniodeconhecimento quepermeiaestes
instrumentos
éaTeoria
da '§(lJ
Classificação
deRanganathan, tendoinfluenciado
todaumageraçãoI-'-
deprofissionaisinteressados
em representaçãoe recuperação
da .
informação.Estateoriaseconstituiuemumdossuportes
utilizadospelo
Classification
Research
Group- CRG- doqualfazemparteCoates,
AustineAitchison.
a) Desenvolvimento
deesquemas especializados
declassificação
parauma
amplagamadeassuntos, desdeCiênciasdoSoloatéMúsica,combasena
"análisedefacetas"deRanganathan. Nocursodeseutrabalhoo Grupo
afastou-se
doconceitodascincocategoriasfundamentaisdeRanganathan
(Personalidade,
Matéria,
Energia,
Espaço eTempo)atéchegaraumconjunto
decategoriasdenaturezamaispragmática quepossuía,noentanto,uma
grandemargemdeaplicabilidade, a saber:Coisa,Tipo,Parte,Material,
Propriedade,Processo,
Operação,Agente,Espaçoe Tempo.Estaformade
abordagem foitambémempregada poroutromembrodogrupo,EJ.Coates,
emsuaobrasobreindexação alfabética
deassunto,
quedesenvolveu noBritish
TechnologyIndex.
b) PesquisasobreSistemasNotacionais
paraTabelas deClassificação.
Nesta
área,umagrande conclusãofoiqueumanotação podeserpuramenteordinal,
tO istoé, ela nãoprecisaexpressar a estruturahierárquicada Tabelade
.;::
,tO
C Classificação.
Talidéiaestavadefatoimplícitanosrequisitos
deBlisspara
Q)
E
umanotaçãobreve,aplicadaatécertopontoemsuaprópriaTabela; masa
~ idéiafoi desenvolvida
deformalógicapeloCRGatéo pontodepropor,em
u
o
O algumastabelasespeciais,o usodeumanotaçãopuramente ordinal.Um
desenvolvimentodestaidéialevouàinvenção danotação ordinalretroativa
.
E
Q)
00
tO
deCoates.
~
00
c:
::J c) Análise
derelações entreconceitos.
Nosprimeirosanosummembroem
particular,asaber,].ELFarradane,
escolheu
estaáreacomoáreadepesquisa
eevoluiuparaoqueagoraconhecemos como"operadores
derelação".Estes
relacionadoressebasearam numateoriadepsicologiae pensamento eé
interessantenotarquepodiamserusados tambémparaaanálise defacetas,
embora o intentooriginaldeFarradane
fosse
o deusá-Ioscomoligaçõesentre
ostermosdalinguagem naturalnumsistema alfabético
(1972,p.63).
Tradicionalmente,osesquemasdefacetaquebramosassuntos
emcategorias
fundamentais. No caso do Thesaurofacetque cobre tantos camposda
tecnologia,decidiu-sequeseriammantidasasdisciplinasconvencionais como
principaisagrupamentos (cabeçalhos)e aplicara análisedefacetasdentrode
cada disciplina... Dentro de cada área, no Thesaurofacet,os termossão
distribuídosdeacordocomosprincípiosdefaceta.Istosignificaqueanatureza
dosconceitosé examinadae separadaem gruposhomogêneos,de acordo
comcaracterísticasbemdivididas[...] Numdadosubcampo,a análisedefaceta
é usadaparaagruparostermosemfacetasoucategoriasfundamentais.Estas
variam desdeEntidades(coisas,partes),Atributos(propriedades,processos)
atéaplicaçõeseefeitos.Estasdivisõesformamaespinhadorsaldeumaestrutura
determosnoscamposdeassuntoe sãomostradasnastabelas(1972,p. 81).
.
4.2.3 Tendências: tesauros com base
em conceitos
Verifica-se,
atualmente- devidoaessacorrentequeligaaTeoriado
Conceito àTeoriadaClassificação
- uma tendênciaparaum novotipo
de tes,
auro o Tesauro-com-base-em-conceito.Estenovotes,auro ou
melhor,estanovametodologia paraaelaboraçãodetesauros,
está,assim,
fundamentadanasquestões queenvolvemoconceitoeascategorias, eé
denominada,no momento,TesauroTerminológico(TÁLAMOet ai,
1992).Segundo oprincípiodaeconomia,recomendado paraoprocesso
dedenominação,adota-se estenomeparao novoconceito.
.
Q)
:';?
:J SegundoDahlberg(DALHBERG, 1978,p.148)"o estabelecimento
.W deumaequivalência entreo termo(o definiendum)eascaracterísticas
-' necessáriasde um referentede um conceito(o df!/zniens),com o
" propósitode delimitar o usodo termoem um discurso"resultana
de 70com I. Dahlbergem sua "TeoriaAnalíticado Conceitovoltada
parao Referente"(aquireferenciada
apenascomoTeoriadoConceito)
(DAHLBERG,1978). Outra contribuição importante, tambémde
Dahlberg,é a defesado usodasCategorias
- preconizadaspor
Ranganathan noâmbitodaconstrução
deTabelas
deClassificação
-
comouma soluçãoparaa organizaçãodosconceitosnum Sistemade
Conceitos,
nãoimportaa finalidadedeaplicação.
Verifica-se,
atualmente- devidoaessacorrentequeliga a Teoriado
ConceitoàTeoriadaClassificação - umatendênciaparaum novotipo
de tesauro,o Tesauro-com-base-em-conceito.Estenovotesauro,ou
melhor,estanovametodologia paraaelaboração
detesauros,
está,assim,
fundamentada nasquestões queenvolvemoconceitoeascategorias, eé
denominada,no momento,TesauroTerminológico(TÁLAMO et aI,
1992).Segundooprincípiodaeconomia,recomendado paraoprocesso
dedenominação, adota-seestenomeparao novoconceito.
.
Q)
~
::J SegundoDahlberg(DALHBERG, 1978,p.148)"o estabelecimento
,SO deumaequivalência
entreo termo(o drfiniendum) eascaracterísticas
-' necessárias
deum referente
deum conceito(o d~j1niens),
como
II propósitode delimitar o usodo termoem um discurso"resultana
definiçãodesteconceitodentrodeum sistema.Assim,a definiçãonãoé
mais colocadaem segundoplano, como um recursoauxiliar para
minimizardúvidasque,poracaso,possamvir aocorrernousodotermo;
lá é inseridanotesaurocomoum tipodenotadeaplicaçãoecolocada
comoum recursoparaestabelecer asfronteirasdaintençãodoconceito.
Adefiniçãopossibilita,alémdafixaçãodoconceito,seuposicionamento
nopróprioSistema
deConceitos. "
Dahlberg,emseustrabalhossobreaTeoriadoConceito,propõeuma
nova definiçãopara "Conceito", que vai de encontroà definição
apresentadapela Teoria Geral da Terminologia e adotadapela
ISOrrC-37(ISO/DIS704- 1993).Define-se"Conceito",emgeral,como
uma "unidadedepensamento".Estadefiniçãofoi adotada,no âmbito
da Terminologia,por Wuestere pela ISOrrC-37.Em princípio,pode
pareceradequada,mas,apósuma análisemaisespecífica dostermos
queacompõem
- nocaso,"unidade"e "pensamento"
- verifica-se
queaíseinstauraum problemadeapreensão desses
própriosconceitos
queprecisaseridentificado.Apesardeserevidentequeconceitossão
unidades,seforem considerados como "unidadesde pensamento",
parece que tal unidade não será entendida de forma precisa,
permanecendo algosubjetivo,"algo queestána cabeçade alguém"
(DAHLBERG, 1978,p."143).Dahlbergpropõe,então,que "Conceito"
sejadefinidocomo"unidadede conhecimento",poisconhecimento
pressupõeumentendimento maisobjetivodealgoobservável,
eapresenta
o quechamade"Modeloparaa Construção deConceitos"(Figura5).
Sabendo-se
queo homemtemcapacidade
defazerafirmações.9
corretassobreascoisasreais(itensempíricos)e sobreidéiasquesó "~
existememsuamente,elepodefazerafirmações verdadeirassobreesses 8
itens.Seoconhecimento
podeserconsideradoatotalidadedeproposições.g tO
nascabeças
daspessoas,
podeparecer
queexiste,também,
emtodasas
afirmações
verdadeiras
(emtodososjulgamentos)e emtodasas _
proposições científicasqueobedecem a um postuladodeverdade,Isto
pressupõe a aceitabilidadee o reconhecimento,porindivíduosdeuma
mesmaáreade interesse/profissão/especialidade, dessasproposições
comoverdadeiras e passíveisdeseremcomunicadasatravésde uma
formaverbal(DAHLBERG, 1978,p. 143).Assim,aodefinir o conceito
comouma unidadede conhecimento,que compreendeafirmações
verdadeiras sobreum dadoitemdereferênciarepresentado sobforma
verbal,Dahlbergconsideraa existênciade trêspassosenvolvidosna
formaçãodoconceito:a) o passoreferencial,b) o passopredicacionale
c) opassorepresentacional.Estes podemser"representadosgraficamente
na formadeum triângulo" (DAHLBERG, 1978,p. 144),
1----------------------------------------
:
1 UNIVERSO DE ITENS: IDÉIAS,
FATOS, LEIS, PROPRIEDADES,
OBJETOS,
AÇÕES ETC,
:
1
I 1
1 I
1
ACERCA DO
'"
'': SÍNTESE DE ASSERÇÕES EM FORMA VERBAL:
.", TERMO OU NOME
C(IJ
E
::J
U
o
O
r ~
.
E
(IJ I USO DA FORMA VERBAL NO UNIVERSO I
00
'"
::J
00
:~ DOS DISCURSOS (APLICAÇÕES) :
~
C
:.::;
Figura 5 - Modelo para a construção dos Conceitos
(DAHLBERG,1978).
o Conceitoem Dahlbergé formadopor trêselementos,a saber:o
referente,ascaracterísticase a forma verbal,que podemassimser
representados:
A REFERENTE
CARACTERÍSTICASB
P"d""~""O"'ãO C FORMAVERBAL.
~
Designação
'
observada.Asafirmativasfinais devemserfeitaspassoa passopor
exemplo:
Comocategorizar
umjornalsemanal?
Umjornalsemanal
éumjornal.
Umjornaléumdocumento
publicado
periodicamente.
Umdocumentopublicado
periodicamente
éumdocumento.
Umdocumentoéumveículo
deinformação.
Umveículodeinformação
éumobjetomaterial(DAHLBERG,
1978a,
p.21).
Ora,essas predicações
sãoum doselementos
doconceito- as
características
- queestãopresentesnadefinição.Características,
para
Dahlberg(1978a,p. 16),sãopropriedadesdosobjetosque,no níveldo
conceito,passama sertambémcaracterísticasdo conceito.Elasse
dividem em: característicasnecessárias/essenciais
e características
acidentais.Ascaracterísticas
essenciais
servempara definir conceitos
gerais.Osconceitosespecíficos
eindividuaissãodescritosadicionando-
seàscaracterísticasessenciaisasacidentais.Possuemtambémuma
funçãodeessência constitutiva(terumasubstância,
terumaestrutura)
edeessência consecutiva(terumapropriedade
física,química,elétrica).
Ascaracterísticas
acidentaispodemseracidentaisgerais(terumacerta
forma, ter um certo defeito, ter uma certa cor) e acidentais
individualizantes(ter uma certalocalização,ter um certo tempo)
(DAHLBERG, 1978a,p. 16).
Ascaracterísticas
sãolimitadaspor relaçõesdediferentesespécies,
classificadasem quantitativase qualitativas.A espéciequantitativa
.~ comparadoisconceitos dopontodevistaestritamente formal;aquiestão
~ incluídasasseguintesrelações:
deidentidade, deinclusão,deinterseção
E
:J e dedisjunção.A espécie qualitativaconsideraos aspectosformal e
og material,podendoserclassificadas como:relaçãoformaVcategorial;
E relação material/paradigmática; relaçãosintagmáticafuncional
.~
:J
(DAHLBERG,
:.::;
.
~ conceitos.
1978a,p. 18).Estaredederelações constituio sistemade
A relaçãoformal-categorialdependecompletamente
itemdereferência
queseestáanalisando.
Dahlberg
(1978a,
daespéciede
p.19)cita
algumasespécies deitensesuascombinações: fenômeno,objetosgerais,
objetosmateriais,quantidades,qualidades,comparações, operações,
estados,
processos,períodos,posições,lugaresno espaço.Estarelação
reúneosconceitosdentrodeumamesmacategoria.Istoocorreporque
taisconceitossãotodosdemesmanatureza,ouseja,apartirdaanálise
doconceitoascaracterísticas
essenciaislevamà mesmacategoria.
A relaçãomaterial-paradigmática permiteorganizarconceitosde
mesmanatureza,ouseja,aqueles queestãonointeriordeumacategoria.
Podeserhierárquica,partitivae de oposição.A relaçãohierárquica
baseia-sena relaçãológicadeimplicaçãoe é dedoistipos:relaçãode
abstração(relaçãogênero-espécie) e relaçãolateral (relaçãodos
conceitosnorenque).A relaçãopartitivaexisteentreotodoesuaspartes,
e aspartestambémpodemestarrelacionadasentresi. A relaçãode
oposiçãopodeserdetrêsespécies: relaçãode oposiçãocontraditória,
relaçãodeoposiçãocontrária,relaçãopositiva-indiferente-negativa.
Arelaçãofuncional-sintagmática
sedáentreconceitosdediferentes
categorias.
Apartirdeumconceitoquedenoteumprocesso ouoperação,
leva a conceitosque suplementamessasações,como na seguinte
seqüência:produção-produto-produtor-comprador
etc.
Podemosverqueascategoriastêmumacapacidadedeestrutura:nãoapenas
estruturam,defato,todososnossoselementosdeconhecimentoe unidades
doconhecimento;elasfornecem,aomesmotempo,porestemeio,o esqueleto,
osossose tendõesparaestruturartodoo nossoconhecimento.Comseuuso
consciencioso,
então,o corpodonossoconhecimentopodesemanterunido,
.9
pode semover,pode se manter flexível - e pode crescerorganicamente 'Q)
u
(DAHLBERG, 1978a,p. 34). c:
o
U
.
o
4.4 TRABALHOS REALIZADOS "1:)
'"
Nesta
seção,
registram-se
asexperiências
deorganização
detesauros ]
que,além da adoçãodosprincípiosde classificação,incorporamas
contribuições
daTenninologiae,maisespecificamente,
daTeoriadoConceito.
4.4.1 Estudo-Piloto de Tesauro para a
Deutsche Bibliothek
Em1977,Dahlbergfoiencarregada dedesenvolverumestudo-piloto
comoobjetivodeorganizarumtesaurogeralparaaDeutsche Bibliothek.
Ela investigouo tipoe a formadostermosusados,naquelabiblioteca,
para a descriçãodosassuntos,visandoa testarsua adequação como
elementosdeum tesaurogeralparabibliotecas.Em 1989,publicaum
estudo-pilotona áreade Esporte,por seruma áreaquepossuíaum
númerodetermosnãomuitoelevado(cercade130)(DAHLBERG, 1980).
A partir destaproposta,constrói, inevitavelmente,um sistemade
conceitos;ao mesmotempo,cria uma tabelade classificação,no
momentoemqueatribui um códigoa cadaconceitona tabela.Nesta
parte,queé a sistemática,ela deixaevidente,atravésda notação,as
relaçõesgenérico-específicas.
Quandoo termoespecíficoé considerado
não-preferidonosistemaderecuperação, devidoàpolíticadeindexação
adotada,eleaparecena partesistemática,semnotação,precedidodo
símbolopeculiarderemissiva.
Dahlbergempregamaissímbolosdo queostesaurostradicionais,
deixandomaisevidentes ostiposderelaçãoeasdecisõesligadasàpolítica
deindexação.Osconceitos estãoorganizadosnapartesistemáticadentro
declassestradicionaisde assunto,no interior dasquaisosconceitos
estãoorganizados porcategorias.
Apartealfabética,queéo tesauroem
suaformatradicionaldeapresentação, servedeíndicetambémparaa
tabeladeclassificação.
Nela,asrelaçõesconceituaissãotambémmuito
'" maisevidenciadas doquenostesaurosatéentãopublicados.Dahlberg
~c estabeleceuma diferençaentreostiposderelação,empregandoletras
~ maiúsculasparaasrelaçõesentreconceitose letrasminúsculasparaas
g relações
deequivalêncialingüística.Elaevidenciaasseguintes relações
~ conceituais
.
Q)
00
'"
;:) · RelaçãoGenéricadeAbstração,indicadapelossímbolos:
00
c
:.::;
OOberbegriff(conceitosuperordenado)
U Unterbegriff(conceitosubordinado)
· Relaçãopartitiva,indicadapelossímbolos:
GGesarntbegriff
(conceitoabrangente)
B Bestandbegriff
(conceitopartitivo)
· RelaçãodeOposição,indicadapelosímbolo:
K Komplementarbegriff
(conceitocomplementar)
· RelaçãodeFunção,indicadapelosímbolo:
F Funktionsbegriff(conceitodefunção)
Asrelaçõesdeequivalêncialingüísticasãodiferenciadas
segundo
seutipoem:
· Termonãopreferido,indicadopelosímbolob = benutze(use)
· Termoantigo,indicadopelosímbolov = vetus(antigo)
· Termonovo,indicadopelosímbolon = novus(novo)
· Termosinônimo,indicadopelosímbolos= synonyme
(sinônimo)
· Termoquasesinônimo,indicadopelosímboloq = quasisynonyme
(quasesinônimo)
Ostermosespecíficos nãopreferidosemdecorrênciadapolíticade
indexaçãoadotadasãoremetidosaoconceitosuperordenado, o qualé
precedido
porumacombinaçãodesímbolos,indicandoquesetratanão
deum equivalentelingüístico(porexemplo,sinônimo),masdeuma
equivalênciaartificial,exigidapelosistemaderecuperação,
comopor
exemplo:
Alpinistik
bOBergsteigen
Bergsteigen
58423
OWandern
UAlpinistic(DAHLBERG,
1980,p. 62)
4.4.2 Experiências norte-americanas
Em 1986,Motta(1987)propõeemsuadissertação deMestradoum
novométodoparaestabelecer relaçõesemsistemasconceituais.Com
basenaTeoriadoConceito,elausaadefiniçãointencionalcomoponto
departidaparao estabelecimento derelações
conceituaise lingüísticas
e, também,parao mapeamentode áreasdeassunto.Assumindoum
princípiodaTerminologia,segundoo qualosconceitossedefinemuns
. em relaçãoaosoutros,formandoum sistema,ela estabelece relações .9
entre os conceitosa partir da presença,em cada definição, de '(jj uc:
características
quetambémsãorelevantes comoconceitos,na áreade U o
EconomiaIndustrial. Em outraspalavras,na definição,para cada "O o
'"
característica
quea integrae que,também,sejaum conceitodaárea, "§
estabelece-se
uma relaçãonotesauro. ~
Elaempregaosseguintessímbolosparaindicarasrelações: .
up = remissiva dotermonãopreferido
USE =remissiva
paraotermopreferido
TG= termohierárquicosuperior
TE = termohierárquicoinferior
TGP= termopartitivosuperior
TEP= termopartitivoinferior
TA= termoassociado
· RelaçãoInstrumental
POLÍTICA
MONETÁRIA
TATAXADEJUROS(instrumentodepolítica
monetária)
· RelaçãodeInfluência
POLÍTICA
MONETÁRIA
'"
.;:: TAINFLAÇÃO
,'"
C
QI · RelaçãodeOposição
E
:J
U EMPREGO
o
O
E TADESEMPREGO
.
QI
00
'"
:J
00
· RelaçãoInterfaceta
c:
:.::; NÍVELDEATIVIDADE
ECONÔMICA
TAPOLÍTICA
MONETÁRIA
Nesteúltimo exemplo,NÍVELDEATIVIDADE ECONÔMICA, porser
um dosconceitosembutidosna definiçãode POLÍTICAMONETÁRIA,
faz-sea associaçãoentre ambosos termos,ainda que POLÍTICA
MONETÁRIA nãosejaumdosconceitos constantes
dadefiniçãodeNÍVEL
DEATIVIDADE ECONÔMICA. Especificamentenesteexemplo,está-se
diantedeumarelaçãoquesepoderiachamarde"relaçãointerfaceta",
já queosdoistermosassociados pertencema duasfacetasdistintas,ou
seja,POLÍTICAMONETÁRIA, à faceta INSTRUMENTOS, e NÍVELDE
ATIVIDADE
ECONÔMICA,
à facetaCoisa(MOTTA,1987,p. 49).
ARelaçãoInterfacetaéexplicadapelaautoradaseguintemaneira:
· RelaçãoAtributiva(relaçãoidentificadaatravésdosatributosque
ascoisaspossuem):
ECONOMIA
TANÍVELDEATIVIDADE
ECONÔMICA
RelaçãodeAssociação
Implícita (naquelescasosemquea relação
entreum conceitoesuacaracterística
nãoseconfiguravaemnenhum
doscasosanteriores,nem era uma relaçãológica ou partitiva, foi
atribuídaestadenominação):
AGRICULTURA
TAALIMENTO
B
Oempregodadefiniçãosemostrouútil, também,na identificação 'ã)
u
desinônimos,porexemplo:MercadodeCapitais= MercadoFinanceiro c: o
u
(termosquetiveramdefiniçãoidêntica). o
"'C
.~
4.4.5 Tesauro de Engenharia Civil o
~
Em 1989,atravésdo ProgramaNacional de Bibliotecas_
Universitárias-PNBU,
quetemcomoumadesuasfinalidades
proveras ...
bibliotecas
universitárias
deTesauros
nasdiversas
áresdoconhecimento,
foi desenvolvido
um tesaurodeEngenhariaCivil.OTesaurotevecomo
baseparaseudesenvolvimento aTabeladeClassificação
emEngenharia
Civil, desenvolvidaem 1987para o curso de Pós-Graduaçãoem
EngenhariaCivildaUniversidadeFederalFluminense(CAMPOS,1987).
ATabelaéumsistemadeclassificaçãofacetada comáreadeconcentração
emConstrução Civil,comcercade300conceitoshierarquizados. Aárea
de abrangência do Tesauro,da mesma forma que a Tabelade
Classificação,
évoltadaparaaáreadeConstrução Civil.Destaforma,no
processodeelaboraçãodoTesauro,foi tomadacomopontodepartida
uma estrutura facetadade conceitosque influenciou não só a
metodologiadeelaboração detesauro,mastambémaestruturação dos
conceitos.
Obedecendo,assim,aesses
critérios,olevantamento dostermos
sedeu,noprimeiromomento, apartirdaTabela
jácitada.Masalgunsajustes
foramnecessários
devidoàfunçãodecadainstrumento,nocaso,aTabela de
Classificação
eo Tesauro,comofoimencionado pelosprópriosautores:
Verificou-se,porém,que,dos300conceitosexistentesnaTabela,algunspre-
cisavamseranalisadosemsuadenominação,vistoqueostesaurostrabalham
comtermos,diferentemente dastabelasdeclassificação,
cujopontoessencial
é a notação,ouseja,a notaçãorepresentao conceito,substituindoo termo.
~ OTesauropossuiumapartesistemáticae umapartealfabética.Na
§ partesistemática,ostermosestãodispostosemfacetas,subdivididosem
8 classes
e subclasses,
obedecendo
aumaseqüência
útil estabelecida
pelo
~ usuário.Asfacetasadotadasforamasseguintes:Construção,Estrutura,
.
~ ElementosdeConstrução,Material,Propriedade,
Fenômeno,Processo,
:§ Métodose Técnicas,Equipamento,Grandeza,Profissões
quatrotiposderelações
entreosconceitos,
e Ocupações,
TE TermoEspecífico
RelaçãoPartitiva
TGP TermoGenéricoPartitivo
TEP TermoEspecífico
Partitivo
RelaçãoAssociativa
TA TermoAssociado
RelaçãodeEquivalência
up usadopor
up+ usadopor,emconexãocomoutrotermo
USEpararemeteraotermopreferencial
.
o
-o
'"
up+ Estruturadeconcretoarmado '§
CONCRETO ~
up+ Estruturadeconcretoarmado
o tesaurofoi elaboradorespeitandoosprincípiosdeclassificação;
adotou-se,
destaforma,o recursodecriar nomesartificiais,necessários
paradesignarumaclassegera!.Quandoistoocorre,o termoé seguido
pelosinal+, nãopodendoserusadocomotermodeindexação. Asnotas
deaplicaçãotambémsãousadasparaorientaro usuárioquantoaouso
dotermonaquelecontexto.Porém,sóocorremquandoostermostêm
seusignificadorestringidoouampliado.Quantoàordemdeprecedência
entreasfacetas,foi adotadaaquelaqueapresentasseuma seqüência
útil para a áreaemquestão,podendo"serutilizadaemsistemaspré-
coordenados parasistematizara formaçãodecabeçalhos
deassunto"
(CAMPOS, MORElRA,1989,p. 4) .
~ Outroprincípioadotadoparaaorganizaçãodosconceitosemclasses
~
:I e subclasseséo dacategorização,
sendoCategoriaali entendidacomo
~ conjunto mais abrangentede idéias/conceitos.Paraestruturar os
~ conceitos,seusautoresadotamprincípiosdaTeoriadaClassificaçãoe
~ daTeoriaGeraldaTerminologia,quesãoconvergentesemmuitoscasos.
~ Asrelações adotadasnoManualsãoreunidasemtrêsgrandesgrupos:
.
:.::;
Relações
lógicas
Relaçãogenérico-específica
Relaçãoanalítica
Relaçãodeoposição
Relações
ontológicas
Relaçãopartitiva
Relaçãodesucessão
Relaçãomaterial-produto
Relaçãodeefeito
Relaçãodecausalidade
Relaçãoinstrumental
Relaçãodedescendência
Asrelaçõesdeequivalência
sãovistasnapartededicadaaosaspectos
lingüísticos do tesauro,ao lado da homonímia e polissemia.O
relacionamentogenérico-específico
é indicadopelossímbolosTG/TE,
respectivamente.Orelacionamento partitivoé indicadopelossímbolos
TGp,parao Termoabrangente, eTEPparao termopartitivo.Osdemais
relacionamentos sãoindicadospelosímboloTA- Termoassociado.
IÍ
.5 PRINCíPIOS COMUNS ENTREAS TEORIAS
EsteCapítulotemporobjetivoacomparação dasteoriasanalisadas
noscapítulos2, 3 e 4, paraverificaro queexistedesemelhanteentre
elas e o que é próprio de cada uma, levando em consideração,
principalmente,a baseteórico-metodológica utilizadana elaboração
deestruturasclassificatórias
paraaslinguagensdocumentárias verbais
enotacionais.Oencaminhamento adotadoé aquelequedeixaevidente
oselementos constitutivos
daestruturaclassificatória,
ouseja,conceitos
e termos,relaçõesentreosconceitose sistemasdeconceitos.
ConceitoseTermossãoapresentados
numaúnicaseção porque,neste
estudo,sãoelementosquenãosedissociam.Aseguir,algumasquestões
secolocama esterespeito.
.
5.1.2 A ligação linguagem-pensamento-realidade
Quandoa apropriaçãodostermossedá via significadofornecido
pelocontexto,coloca-sea questãoda ligaçãolinguagem-pensamento-
realidade.O termoguardauma relaçãomuito própriacoma áreade
especialidade na qualestáinserido,poiselerepresenta,
emsua forma
escrita/oral,o conhecimentoapreendido deuma realidadeconcretaou
abstratapelosmembrosda áreadeespecialidade. Defato,estarelação
sedávia conceitos,e nãoentrepalavras,por causa da relaçãodireta
entreo conceitoe o termo,istoé,um conceitoé representado por um
termoeestetermoéusadoparadesignaraqueleconceito.
Nostesauros
tradicionais,
aodefinir "termo"comoumapalavra '§
ougrupo depalavras pararepresentar um conceito,asquestõesquese ~
apresentam sãodenaturezalingüística,taiscomo:ousodosingularou ~ QJ
NaTeoriadoConceito,o conceitoéumaunidadedoconhecimento,
constituídoda tríadereferente-características-termo.
Otermodenotao
conceito.Aqui a definiçãotem um papelrelevante,não apenaspara
comprovarcientificamenteo conceito,maspara fixar o conteúdodo
conceitoeo significadodotermo.
Aquestãodaprecisãodostermosestárelacionadadiretamentecom
o conceitoquesetemde"termo".Nostesauros, há apreocupação com
a precisãodostermos,dandoênfaseaotermopreferencial.Porestarem
em um ambientederecuperação da informação,ostermosdevemser
submetidosa controlesterminológicosrígidos,para possibilitara
precisãona buscae/ou recuperação.A baseteórica dos tesauros
tradicionaisnão garantea precisãodos termospelo fato de que o
~
.r<J
tratamentodotermoprivilegia,quasesempre,o aspectolingüístico.
~ Aterminologiatambémestápreocupadacomaprecisãodostermos,
~
u porqueéumaexigênciadaCiência.NoambientedaCiênciaeTecnologia
~ éprecisoqueosconceitos
fiquembemestabelecidos
paraacompreensão
E do termo,demodoa permitirema comunicação.Assim,o tesauroe a
~ terminologiatêmesterequisitocomum- aprecisãodotermo- porque
c um SistemadeRecuperação
~ deInformaçãotambémé umSistemade
~ Comunicação.
11
Naclassificação,
aunidadedetrabalhonãoédenaturezalingüística,
poiso termonãoémaisrepresentado porsímboloslingüísticos.Porém,
aprecisãodotermo,mesmosendonotacional,existe.Esteaspecto
recebeu
de Ranganathana devidaimportância, tendosido desenvolvidos
princípioseregrasparao PlanoNotacional.
evidenciaentredoisou maisconceitos.Ascaracterísticas
do conceito ~
:
V'>
são,então,fatorprimordialparao estabelecimento
dasrelações
entre
conceitose seuposicionamentono Sistemade Conceitos.
Alémdisso, ~
Q)
auxiliamnaidentificaçãodoconceito,porquesãoestabelecidas
apartir ~
daseleção
daspropriedades
relevantes
deumdadoobjetoque,nonível E
do conceito,é conhecidocomoo referentedo conceito.Na Teoriada 3
Classificação,
Ranganathandesenvolve uma sériedecânonesparaa .Q a.
identificaçãodascaracterísticas,
a formaçãode renquese cadeias,a 'g
sucessão dascaracterísticas
no SistemadeConceitos.Porém,todaa ~
11
ênfasedadaao usodascaracterísticas
visaà elaboraçãodeestruturas
cIassificatórias
maisconsistentes.
5
u Asrelaçõesapresentadas
nas trêsTeoriasnão sãoexplicitadas/
8 denominadas
damesmaforma.
~ A Teoriada Classificação
e a Teoriada Terminologiaconsideram
.
00
~ relaçõeslógicasasrelaçõesgenérico-específicas
queseformamapartir
.~
-' do agrupamentodosconceitosem renquese cadeias.É interessante
salientarcomoosprincípios,nestaquestão,possuempontosbastante
semelhantes,inclusivenoprópriousodostermos"renque"e "cadeia",
talvezporqueambasasteoriasadotamosprincípiosdaprópriaLógica.
Ran,ganathan em sua Teoriada Classificação,diferentementeda
Terminologia,nãoadotaaexpressão "relaçõeslógicas",masapresenta
asrelaçõesgenérico-específicas
comoum tipoderelaçãoquepossibilita
aformação
derelações
lógicas- cadeias
erenques.
Emsuateoriaéque
parecemestarmaisbemdesenvolvidos ospostuladose cânonesparaa
formaçãoeoestabelecimento deumaordemdecadeias e renqueslógicos.
Na Teoria do Conceito,esta relação é denominada de relação
paradigmática-material,incluindo a relaçãoparte-todo.A Teoriada
Terminologiainclui a relaçãoparte-todocomoum tipo de relação
ontológica,quesedivideemdoistipos:relaçõesdecausalidadeerelações
decontacto.Nestaúltima, a relaçãoparte-todoseinsere.
ATeoriadaTerminologiaeaTeoriadoConceitoparecemapresentar,.~ o
cadauma,umafundamentaçãobemestabelecida paraadeterminação ~
dasrelaçõesqueestãopresentes
entreosconceitos.Entretanto,apesarde ;:;:
utilizaremumaformadeabordagem diferente,nãosãoconflitantes. c:
Q)
V>
5.3.1 Relações hierárquicas x relações lógicas7 c:
:J
ontológicas E
o
u
As relações hierárquicassãodeterminadasquandose observaa o
relaçãoexistenteentredoistermoscom a finalidadedeposicioná-los :~
c:
emuma estruturasistemática, ouseja,quandoexisteumaprecedência;:t
entre
dois
conceitos,
omaior
deve
ficaracima
domenor. .
AsrelaçõesLógicase Ontológicasnão possuema finalidadede
estabelecer
umacertaordementreosconceitos,massimdedeterminar
anaturezadasrelações queocorrementreeles.Aoestabelecer asrelações,
verifica-seque,em algunscasos,existemdoisou maisconceitosque
guardamentresiuma relaçãodesubordinação ou desuperordenação.
Nesteespaço,estãoas cadeiase renques.Assim,no momentoda
apresentação dessesconceitosemuma estruturasistemáticaé quese
impõe a questãoda hierarquiaque,por analogiacom as relações
existentesentreosconceitos,remeteàsrelaçõeshierárquicas.Istonão
ficasuficientementeclaronastrêsteoriasanalisadas.Porvezes,parece
queaclassificaçãopelahierarquiasubstitui aclassificação
pelanatureza
doconceito.É o caso,por exemplo,daapresentação dosconceitosque.
guardamentresiumarelaçãodehiponímialógica.Quandoistoocorre
emumalistaestruturada,a hierarquiaficaevidente.
.
OD
~ acopladas
atesauros,
consegue
apresentar
osconjuntos
dasclassesdentro
.~
-' deumafacetaeasrelações
existentes
entretermos
defacetasdiferentes.
Organizasuatabelaporsubáreas
e,dentrodestas,reúneasfacetasem
categorias.Esteconjuntoassimestruturadoé quepermitequesetenha
umavisãodotodoedesuaspartes.ComomembrodoCRG,elasegueos
princípiosranganathianos.
estaquestão,
havendo
referência
à organização
deum "novo"li
instrumento,ondesereuniriamum glossário
e umtesauroemumúnico
instrumento de representaçãoe recuperaçãoda informação, o
Glossaurus.
ATeoriadaClassificaçãoFacetadadáasbases parareunirosconceitos
desdecadeiaserenques, passando pelasfacetas,
atéascategorias.ATeoria
GeraldaTerminologia,porsuavez,aprimoraasquestões referentes
às
relaçõesentreosconceitos,alémdedar asbasesparaum tratamento
terminológico, e não lingüístico, ao termo. Inova, ainda, quando
consideraa língua numaperspectiva sistêmica.A Teoriado Conceito,
alémdeincorporarasbasesteóricasanteriores,dáespecialdestaqueà
definição.Estaexplicitaascaracterísticas
doconceitoeéutilizadacomo
um mecanismoparaposicionaro conceitonasclasses, facetase até
categorias.
.
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