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Estude mais rápido e mande bem na prova

Faaaaaaala aiiiii galerinha!!! Tudo bem com vocês?

Vimos em seções anteriores que quando impedimos a movimentação da


discordância promovemos um aumenta da resistência e dureza do
material. Também vimos que quando o material deforma-se plasticamente
e porque houve movimentação de discordâncias.

Mas afinal, quais são os mecanismos de endurecimento?

Há cinco mecanismos de aumento da resistência em metais, são eles:

Encruamento
Refino de Grão
Solução sólida
Segunda fase
Transformação de fase

Encruamento
Quando um metal dúctil torna-se mais duro à medida que é deformado
plasticamente, dizemos que esse material sofre um fenômeno conhecido
como encruamento. Também podemos dizer que ele sofreu um
endurecimento por trabalho a frio. O termo “a frio” significa que o metal
deformou-se a uma temperatura abaixo da temperatura absoluta de fusão
do metal. A maioria dos metais encrua a temperatura ambiente.

Mas o quê ocorre para ele encruar?

Bom, o fenômeno de encruamento está relacionando com as interações


entre as discordâncias e os campos de deformações das discordâncias,
ou seja, quando impomos tensões suficientes para movimentar as
discordâncias aumentamos a densidade de discordâncias, assim as
discordâncias irão ter mais dificuldade para se movimentar, uma vez que
as tensões por elas geradas interagem repelindo-se.

O esquema acima retrata como os campos de deformações das


discordâncias repelem-se. Assim quando aumentamos a densidade de
discordâncias, isto é, a quantidade delas, mais difícil será de mover novas
discordâncias devido a essas forças de repulsão.
Portanto quando trabalhamos um metal a frio, ou seja, deformamo-lo
plasticamente, aumentamos o número de discordâncias. Porém, como
vimos, a própria discordância dificulta a movimentação de outra
discordância. A consequência disso é que aumentamos a resistência do
material, logo um material encruado terá maior resistência e dureza do que
o material que o originou.
Laminação.
O encruamento é, frequentemente, utilizado nas indústrias para aumentar
a resistência mecânica do metal durante o processo de fabricação.
Podemos retirar os efeitos causados pelo encruamento através do
tratamento térmico de recozimento. Mas fique tranquilo, mais adiante
veremos os tratamentos térmicos.

O gráfico acima, tensão versus deformação, mostra um aço de baixo


carbono com diferentes porcentagens de encruamento. Na curva verde
vemos o comportamento mecânico do material sem encruamento, na azul
com 4% de encruamento e na vermelha com 24% de encruamento. Note
que quanto maior a porcentagem de encruamento maior é a tensão de
escoamento do material!!!

Refino de grão
Um grão diferencia-se de outropor possuírem orientações cristalográficas
diferentes. Por essa razão o contorno de grão atua como uma barreira
para a movimentação das discordâncias.

Como assim?

Caaaalma!!! Vamos entender melhor isso a partir do desenho abaixo.

O esquema acima mostra dois grãos diferentes e, portanto, duas


orientações cristalográficas diferentes. O contorno de grão é uma região
onde há falta de ordem atômica, que resulta em uma descontinuidade dos
planos de escorregamentos. Note que o grão A possui um plano de
escorregamento na horizontal enquanto o grão B possui um plano de
escorregamento, aproximadamente, a 45° da horizontal, ou seja, os planos
de escorregamentos são descontínuos mudando de direção no contorno.
Assim, uma discordância que anda da esquerda para direita encontrará
dois obstáculos: mudar a direção de movimentação e transpor a
descontinuidade dos planos de escorregamento. Então, o contorno de
grão dificulta ou impedi a movimentação das discordâncias.

Mas como podemos aumentar a resistência dos materiais mexendo no


tamanho do grão?

Observem na figura acima dois grãos, o primeiro possui 3 discordâncias e


o segundo possui 6 discordâncias. Analisando a figura vemos que quanto
maior for o grão mais deformação plástica conseguimos acumular. Assim,
quando refinamos o grão, isto é, diminuímos o seu tamanho, dificultamos a
movimentação de discordância e, consequentemente, aumentamos a
resistência desse material.

Uma equação importante é a equação de Hall-Petch, que correlaciona o


limite de escoamento do material com o tamanho do grão.

σe=σ0+ked

Em que σe é a tensão de escoamento, σ0 é uma tensão inicial do


material, ke é uma constante do material e d é diâmetro médio do grão.

A redução do tamanho de grão não somente melhora a resistência


mecânica do material como também melhora a tenacidade do material,
isto é, com a redução do tamanho do grão temos uma maior resistência e
também maior será a energia necessária para rompê-lo.

Veremos em tópicos adiante que há um tratamento térmico para refino de


grão. Este tratamento é conhecido como normalização.

Solução sólida
Em defeitos pontuais vimos que podemos formar uma solução sólida
introduzindo átomos de impurezas. Estes átomos podem formar uma
solução sólida substitucional ou intersticial, dependendo do tamanho de
seu raio atômico. E ao introduzimos esses átomos de impurezas
aumentamos a resistência mecânica do material, pois isso, esse
mecanismo de endurecimento é conhecido como aumento de resistência
por solução sólida.

Mas por que esses átomos de impurezas aumentam a resistência do


material?

Para responder a essa pergunta vamos imaginar duas situações:


Na primeira situação temos um átomo substitucional com o raio um pouco
maior do que os átomos do metal puro. Já na segunda situação temos um
átomo substitucional com o raio um pouco menor do que os átomos do
metal puro. Note que nas duas situações temos deformações na rede.

As deformações geradas pelos átomos de impureza irão interagir com os


campos de tensões das discordâncias dificultando ou impedindo a
movimentação das discordâncias. Logo, a resistência aumentará com a
presença de impurezas.

Segunda fase
A segunda fase também contribui para o aumento de resistência do
material. Como?

Bom, para responder como, vamos imaginar uma rede cristalina com um
precipitado, como o esquema abaixo.
Note que o precipitado está na frente da discordância impedindo ou
dificultando sua movimentação.

Outro modo é quando a linha de discordância encontra precipitados como


no esquema abaixo.

Observem que a linha de discordância ultrapassa os precipitados, porém


cria discordâncias em círculos em volta dos precipitados. Essas
discordâncias em círculos criam um campo de tensões dificultando ainda
mais o movimento de outras discordâncias.

Notem que nos dois casos os precipitados aumentam a resistência do


material, pois dificultam ou impedem o movimento de discordâncias. Logo
quanto mais precipitados tiver no material maior será sua resistência
mecânica.

Transformação de fase
Para vermos como a transformação de fase aumenta a resistência do
material vamos pensar nas transformações ocorridas no ferro.

O ferro abaixo de 910°C possui estrutura CCC essa fase é conhecida


como ferrita (ou Fe-α). Quando o ferro passa de 910°C, ele muda para
uma estrutura CFC e essa fase é conhecida como austenita (ou Fe-γ).
Porém, se resfriamos rapidamente esse ferro com estrutura austenita
produziremos uma nova fase conhecida como martensita, essa fase possui
estrutura TCC (tetragonal de corpo centrado) e é muito mais resistente
dos que as fases anteriores.

Fique tranquilo, veremos transformações de fase com detalhe em tópicos


mais adiante!

A princípio lembre-se que a transformação de fase martensita é um


mecanismo de aumento de resistência do material.

Vamos praticar?

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