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16 set 97 MT 001-01

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR


DO
ESTADO DO RIO DE JANEIRO

CURSO SUPERIOR DE BOMBEIRO MILITAR

MANUAL TÉCNICO

MT 001-01

TECNOLOGIA E MANEABILIDADE DE INCÊNDIO I


• CIÊNCIA DO FOGO
• AGENTES EXTINTORES
• EXTINTORES DE INCÊNDIO

16 set 97

Autores:
Capitão BM QOC/82 Paulo Roberto de Carvalho Cruz
Capitão BM QOC/82 Moisés Hely Chaves Filho
Capitão BM QOC/82 José Maurício Barros Gomes
Capitão QOBM/CE Heraldo Maia Pacheco
Capitão QOBM/CE Vigoberto Souza da Silva
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Capitão QOBM/CE Luís Eduardo Soares de Holanda

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CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO


RIO DE JANEIRO

Portaria CBMERJ Nº ...., de 16 de setembro de


1997.

Aprova o Manual de Tecnologia e Maneabilidade


de Incêndio I, no tocante às unidades que trata de Ciência do
Fogo, Agentes Extintores e Extintores de Incêndio do
CBMERJ.

O Chefe do Estado Maior Geral, no uso de suas


atribuições,

R E S O L V E:

Art. 1º - Aprovar a edição do Manual de Tecnologia


e Maneabilidade de Incêndio I, no tocante às unidades que
trata de Ciência do Fogo, Agentes Extintores e Extintores de
Incêndio do CBMERJ.

Art. 2º - Este manual entra em vigor a partir de 16


de setembro de 1997.

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___________________________________
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx - Cel BM
QOC/....
Ch EMG

( Bol Cmd Geral nº ..., de ..............)

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SUMÁRIO

Prefácio.................................................................... 15
1 Ciência do Fogo ............................................ 17
1.1 Histórico do Fogo .............................. 17
1.2 Conceito de Fogo ............................... 19
1.3 Conceito de Incêndio ......................... 20
1.4 Elementos Essenciais ao Fogo ............ 20
1.4.1 Combustível ....................................... 21
1.4.2 Comburente ....................................... 22
1.4.3 Calor .................................................. 24
1.4.3.1 Termometria ...................................... 25
1.4.3.2 Calorimetria ....................................... 25
1.5 Tetraedro do Fogo ............................. 26
1.5.1 Reação em Cadeia .............................. 27
1.6 Combustão ......................................... 29
1.6.1 Teoria da Combustão ......................... 29
1.6.1.1 Combustão de Gás ............................. 29
1.6.1.2 Combustão de Líquidos ...................... 30
1.6.1.3 Combustão dos Sólidos ...................... 31
1.6.2 Classificação da Combustão ............... 32
1.6.2.1 Quanto à Velocidade .......................... 32
1.6.2.2 Quanto à Reação ................................ 33
1.6.2.3 Quanto à Proporção de Oxigênio ....... 34
1.6.3 Fatores que Determinam a Velocidade

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das Combustões ................................. 34


1.6.4 Combustão Espontânea ...................... 35
1.6.4.1 Materiais Susceptíveis à Combustão
Espontânea ........................................ 37
1.6.5 Condições Necessárias para
Combustão ......................................... 37
1.6.6 Pontos Notáveis da Combustão .......... 37
1.6.6.1 Ponto de Fulgor ................................. 38
1.6.6.2 Ponto de Combustão .......................... 39
1.6.6.3 Ponto de Ignição ................................ 39
1.7 Combustíveis em Geral ....................... 40
1.7.1 Combustíveis Sólidos Comuns 41
............
1.7.1.1 Propriedades Importantes ao Estudo
da Ignição, da Extinção de Incêndios e
das Medidas Preventivas para os
Sólidos Combustíveis ......................... 42
1.7.2 Substâncias Sólidas que Apresentam
Risco de Incêndio ............................... 44
1.7.2.1 Produtos Combustíveis ....................... 44
1.7.2.2 Produtos Reativos com a Água .......... 44
1.7.2.3 Produtos Reativos com o Ar .............. 44
1.7.2.4 Halogêneos ........................................ 45
1.7.2.5 Metais que Apresentam Risco de
Incêndio ............................................. 45
1.7.2.6 Materiais Plástico que Apresentam
Risco de Incêndio ............................... 45
1.7.2.7 Produtos Oxidantes ............................ 45
1.7.3 Combustibilidade dos Materiais 45
..........
1.7.3.1 Materiais Dificilmente Combustíveis 46
..
1.7.3.2 Materiais Normalmente Combustíveis 46

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.
1.7.3.3 Materiais Facilmente Combustíveis .... 46
1.7.4 Combustíveis Líquidos ....................... 47
1.7.4.1 Líquidos Infamáveis ........................... 48
1.7.4.2 Líquidos Extremamente Inflamáveis 48
...
1.7.4.3 Líquidos Combustíveis ....................... 49
1.7.4.4 Limite de Inflamabilidade ................... 49
1.7.4.5 Propriedades Importantes ao Estudo
da Ignição, da Extinção de Incêndios e
das Medidas Preventivas para os
Líquidos ............................................. 50
1.7.4.6 Substâncias Líquidas que Apresentam
Risco de Incêndio ............................... 52
1.7.5 Sólidos Combustíveis Inflamáveis....... 52
1.7.6 Gases ................................................. 54
1.7.6.1 Propriedades Importantes ao Estudo
da Ignição, da Extinção de Incêndios e
das Medidas Preventivas para os
Gases ................................................. 56
1.7.6.2 Substâncias Gasosas que Apresentam
Riscos de Incêndios ............................ 56
1.8 Classificação dos Incêndio .................. 57
1.8.1 Quanto à Proporção ........................... 57
1.8.1.1 Princípio de Incêndio .......................... 57
1.8.1.2 Pequeno Incêndio ............................... 58
1.8.1.3 Médio Incêndio .................................. 58
1.8.1.4 Grande Incêndio ................................. 59
1.8.1.5 Extraordinário Incêndio ...................... 59
1.8.2 Quanto ao Combustível ...................... 59
1.8.2.1 Classe A ............................................. 59
1.8.2.2 Classe B ............................................. 60
1.8.2.3 Classe C ............................................. 61

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1.8.2.4 Classe D ............................................. 61


1.9 Métodos ou Processos de Extinção de
Incêndio ............................................. 63
1.9.1 Retirada do Material ........................... 64
1.9.2 Resfriamento ...................................... 65
1.9.3 Abafamento ........................................ 66
1.9.4 Extinção Química ............................... 68
1.10 O Calor nos Incêndios ........................ 70
1.10.1 Efeitos Físicos do Calor ..................... 71
1.10.1.1 Elevação da Temperatura ................... 71
1.10.1.2 Variação de Volume ........................... 72
1.10.1.3 Dilatação Linear ................................. 73
1.10.1.4 Dilatação Superficial .......................... 74
1.10.1.5 Dilatação Volumétrica ou Cúbica ....... 75
1.10.1.6 Variações do Estado da Matéria.......... 75
1.10.2 Efeitos Químicos do Calor ................. 76
1.10.3 Efeitos Fisiológicos ............................ 77
1.10.3.1 Exaustão Pelo Calor ........................... 77
1.10.3.2 Danos ao Sistema Respiratório ........... 78
1.10.3.3 Vaso dilatação Periférica .................... 78
1.10.3.4 Desidratação ...................................... 78
1.10.3.5 Distúrbios Visuais .............................. 78
1.10.3.6 Envelhecimento Precoce ..................... 78
1.10.3.7 Queimaduras ...................................... 79
1.10.3.8 Choque Térmico ................................ 79
1.10.4 Medidas de Calor ............................... 79
1.10.4.1 Escalas Termométricas ....................... 80
1.10.4.2 Unidades de Calor .............................. 80
1.10.5 Princípios Básicos na Calorimetria ..... 81
1.10.5.1 Calor Específico ................................. 81
1.10.5.2 Calor Latente ..................................... 83
1.10.6 Transmissão de Calor ......................... 84
1.10.6.1 Condução ........................................... 84

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1.10.6.2 Convecção ......................................... 86


1.10.6.3 Radiação ............................................ 88
2 Agentes Extintores ........................................ 91
2.1 Considerações Gerais ......................... 91
2.2 Água .................................................. 92
2.2.1 Propriedades Físicas e Químicas ........ 92
2.2.2 Formas de Emprego ........................... 94
2.2.2.1 Jato Compacto ................................... 95
2.2.2.2 Neblina .............................................. 96
2.2.2.3 Vapor ................................................ 97
2.2.2.4 Nebulizada ......................................... 97
2.2.3 Propriedades Extintoras ..................... 101
2.2.3.1 Extinção Por Resfriamento ................. 102
2.2.3.2 Extinção Por Abafamento ................... 104
2.2.3.3 Extinção Por Emulsificação ................ 105
2.2.3.4 Extinção Por Diluição ........................ 106
2.2.4 Condutividade Elétrica da Água ......... 106
2.2.5 Água Molhada ................................... 110
2.2.6 Água Viscosa...................................... 112
2.2.7 Água Rápida....................................... 114
2.2.8 Opacidade e Reflectividade ................ 116
2.2.9 A água no Combate de Incêndio em
Líquidos Combustíveis e Inflamáveis
Derivados do Petróleo ........................ 117
2.2.10 Água em Metais Combustíveis ........... 120
2.2.10.1 Sódio, Potássio, Lítio, Cálcio,
Estrôncio e Titânio ............................. 121
2.2.10.2 Zircônio ............................................. 121
2.2.10.3 Metais Radioativos (Plutônio, Urânio
e Tório) .............................................. 121
2.2.10.4 Magnésio ........................................... 122
2.3 Espuma .............................................. 122
2.3.1 Definição ........................................... 122

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2.3.2 Histórico ............................................ 122


2.3.3 Princípio de Extinção ......................... 124
2.3.4 Classes de Incêndios ........................... 124
2.3.5 Vantagens sobre outros Agentes
Extintores .......................................... 125
2.3.6 Tipos de Espuma ................................ 125
2.3.6.1 Espuma Química ................................ 125
2.3.6.2 Espuma Mecânica .............................. 128
2.3.7 Classificação das Espumas quanto à
Expansão ........................................... 135
2.3.8 Classificação das Espumas Quanto à
Aplicação ........................................... 137
2.4 Dióxido de Carbono ........................... 137
2.4.1 Definição ........................................... 137
2.4.2 Propriedades Físicas e Químicas ........ 137
2.4.3 Métodos de Extinção do CO2 ............. 138
2.4.3.1 Abafamento ........................................ 138
2.4.3.2 Resfriamento ...................................... 138
2.4.4 Eficiência do Gás Carbônico .............. 139
2.4.4.1 Classe A ............................................. 139
2.4.4.2 Classe B ............................................. 139
2.4.4.3 Classe C ............................................. 140
2.4.4.4 Materiais que Contém Oxigênio ......... 140
2.4.4.5 Produtos Químicos Reagentes ............ 140
2.5 Hidrocarbonetos Halogenados ............ 140
2.5.1 Nomenclatura...................................... 141
2.5.2 Histórico ............................................ 142
2.5.3 Halon 1301 ........................................ 144
2.5.3.1 Mecanismo de Extinção do Fogo ........ 144
2.5.3.2 Risco às Pessoas ................................ 145
2.5.4 Halon 1211 ........................................ 146
2.5.4.1 Mecanismo de Extinção do Fogo......... 146
2.5.4.2 Risco às Pessoas ................................ 147

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2.5.5 Halon 2402 ........................................ 148


2.5.5.1 Mecanismo de Extinção do Fogo ........ 148
2.5.5.2 Risco às Pessoas ................................ 148
2.5.6 Halon 1202 ........................................ 149
2.5.7 Substituição do Halon por outros
Agentes Extintores ............................. 149
2.5.7.1 Agentes Extintores Alternativos ao
Halon ................................................. 151
2.6 Pó Químico Seco ............................... 152
2.6.1 Definição e Histórico .......................... 152
2.6.2 Propriedades Físicas e Químicas ........ 152
2.6.2.1 Composição ....................................... 152
2.6.2.2 Estabilidade ........................................ 153
2.6.2.3 Toxidade ............................................ 153
2.6.2.4 Tamanho da Partícula ......................... 153
2.6.3 Classificação dos PQS ........................ 153
2.6.4 Propriedades Extintoras ..................... 153
2.6.4.1 Abafamento ........................................ 154
2.6.4.2 Resfriamento ...................................... 154
2.6.4.3 Proteção Contra Radiação .................. 154
2.6.4.4 Quebra da Cadeia de Reação .............. 154
2.6.5 Tipos de PQS ..................................... 156
2.6.5.1 A Base de Bicarbonato de Sódio ........ 156
2.6.5.2 A Base de Sais de Potássio ................. 156
2.6.5.3 Tipo ABC .......................................... 157
2.6.5.4 Para Incêndios Classe D ..................... 157
3 Extintores de Incêndio ................................... 160
3.1 Considerações Gerais ......................... 160
3.1.1 Conceito ............................................ 160
3.1.2 Histórico ............................................ 161
3.1.3 Tipos ................................................. 163
3.1.3.1 Quanto ao Gênero .............................. 163
3.1.3.2 Quanto à Nomenclatura ...................... 164

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3.1.3.3 Quanto à Propulsão ............................ 164


3.1.3.4 Quanto à Pressão ............................... 165
3.1.4. Vistoria de Aparelhos Extintores ........ 167
3.1.4.1. Inspeção de Extintores ....................... 169
3.1.4.2 Manutenção de Extintores .................. 169
3.1.4.3 Simbologia ......................................... 170
3.2 Extintores de Água ............................. 172
3.2.1 Apresentação ..................................... 172
3.2.2 Constituição ....................................... 173
3.2.2.1 Extintores Portáteis de Água Pres-
surizada .............................................. 173
3.2.2.2 Extintores de Água-Gás ..................... 174
3.2.2.3 Bombas Manuais Portáteis para Água 176
3.2.3 Emprego ............................................ 177
3.2.4 Cuidados a serem Observados ............ 178
3.2.5 Vistoria dos Extintores de Água ......... 178
3.2.5.1 Manutenção dos Extintores de Água .. 178
3.2.5.2 Recarga dos Extintores de Água ......... 179
3.2.5.3 Reteste ou Ensaio Hidrostático do
Extintores de Água ............................. 180
3.2.5.4 Pintura do Extintores de Água ............ 180
3.2.6 Funcionamento dos Extintores de
Água .................................................. 180
3.2.6.1 Água Pressurizado ............................. 180
3.2.6.2 Água-Gás ........................................... 180
3.3 Extintores de Gás Carbônico .............. 184
3.3.1 Apresentação ..................................... 184
3.3.2 Constituição ....................................... 185
3.3.2.1 Carga ................................................. 186
3.3.3 Emprego ............................................ 187
3.3.4 Cuidados a serem Observados ............ 190
3.3.5 Vistoria do Extintores de CO2 ........... 190
3.3.5.1 Manutenção ....................................... 190

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3.3.5.2 Ensaio Hidrostático............................. 191


3.3.6 Funcionamento.................................... 192
3.4 Extintores de Hidrocarbonetos
Halogenados ...................................... 194
3.4.1 Apresentação ..................................... 194
3.4.2 Constituição ....................................... 195
3.4.3 Emprego ............................................ 195
3.4.4 Utilização ........................................... 196
3.4.5 Inspeção e Manutenção ...................... 196
3.4.6 Funcionamento ................................... 197
3.5 Extintores de Espuma ......................... 198
3.5.1 Apresentação ..................................... 198
3.5.2 Constituição ....................................... 199
3.5.2.1 Extintores de Espuma Química ........... 199
3.5.2.2 Extintores de Espuma Mecânica ......... 201
3.5.3 Emprego ............................................ 203
3.5.4 Cuidados a Serem Observados ........... 203
3.5.5 Vistoria de Extintores de Incêndio 204
......
3.5.5.1 Manutenção de Extintores de Espuma 205
3.5.5.2 Recarga de Extintores de Espuma ...... 205
3.5.5.3 Reteste do Ensaio Hidrostático ........... 205
3.5.5.4 Pintura de Extintores de Espuma ........ 206
3.5.6 Funcionamento ................................... 206
3.5.6.1 Extintores de Espuma Química ........... 206
3.5.6.2 Extintores de Espuma Mecânica ......... 208
3.6 Extintores de Pó Químico Seco .......... 212
3.6.1 Apresentação ..................................... 212
3.6.2 Constituição ....................................... 213
3.6.2.1 Extintores de Pó Químico Seco
Pressurizado ....................................... 213
3.6.2.2 Extintores de Pó Químico Seco a
Pressurizar ......................................... 214

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3.6.3 Emprego ............................................ 216


3.6.4 Cuidados a Serem Observados ........... 219
3.6.5 Vistoria de Extintores de Pó Químico
Seco ................................................... 219
3.6.5.1 Manutenção de Extintores de Pó
Químico Seco ..................................... 219
3.6.5.2 Recarga .............................................. 220
3.6.5.3 Reteste ............................................... 220
3.6.5.4 Pintura do Extintor de Pó Químico
Seco ................................................... 221
3.6.6 Funcionamento dos Extintores de Pó
Químico Seco ..................................... 221
3.6.6.1 Pó Químico Seco Pressurizado ........... 221
3.6.6.2 Pó Químico Seco a Pressurizar ........... 223
Referências Bibliográficas ........................................ 227

Anexo 1 - Normas Técnicas de Extintores


Anexo 2 - Extintores de Incêndio (Sinopse)
Anexo 3 - Tabela de Relação entre Unidades de Grandeza

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PREFÁCIO

O Presente trabalho destina-se a todos aqueles que


se interessam pelo estudo das Técnicas de Proteção e
Combate a Incêndio, mas tem como objetivo prioritário levar
aos Alunos Oficiais da Escola de Formação e
Aperfeiçoamento de Oficiais do Corpo de Bombeiros Militar
do Estado do Rio de Janeiro, uma literatura técnica
atualizada e compatível com o nível intelectual que se espera
do Oficial do CBMERJ.
Com esta premissa iniciamos um processo de
pesquisa e seleção de fontes bibliográficas que incluiu,
literatura estrangeira e mesmo em face de uma série de
obstáculos, fomos surpreendidos com a enorme quantidade
de material elencado, o que nos possibilitou uma abordagem
científica do assunto, através de enfoques diversos.
Foram feitas várias citações baseadas no grande
número de normas da ABNT, que devido ao contínuo
processo de desenvolvimento humano estão constantemente,
sendo atualizadas.
Foi diretriz do grupo realizar um estudo em que, no
futuro, possa sofrer alteração sem perder a sua essência e sua
abrangência e que possa, no presente, servir de fonte de
consulta confiavel àqueles que optarem pela nobre arte de
“Alliena Vitae et Bona Salvare”.

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1 CIÊNCIA DO FOGO

1.1 HISTÓRICO DO FOGO


O homem travou seu primeiro contato com o fogo
no início de sua existência, provavelmente através de um
fenômeno da natureza, que pode ter sido uma descarga
elétrica, uma erupção vulcânica, etc., passando depois a
dominá-lo; conseguindo inclusive a sua obtenção através de
processos físicos rudimentares como o atrito.
No início o fogo era temido e até mesmo cultuado
pelo homem, mas com o passar do tempo seu uso foi se
ampliando, tendo como principais objetivos:
a) O aquecimento e a iluminação das moradias;
b) O preparo de alimentos;
c) Arma de combate como, inicialmente, setas em
chamas e, posteriormente, lança-chamas e na
atualidade bombas incendiárias como o
"NAPALM", uma mistura gelatinosa e
incendiária, a base de gasolina, altamente
utilizada em bombas durante a guerra do Vietnã.
Devido a sua importância para a segurança e
conforto do homem o fogo sempre foi objeto de estudo. Será
feito um breve relato, cronologicamente distribuído, das
experiências e pesquisas realizadas nesta área:
a) Na Idade da Pedra, o fogo possuía um caráter
mitológico e de fenômeno sobrenatural;

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b) No século XVII surgiu a teoria do "fluogístico",


na qual a matéria possuía um elemento
extremamente leve, o fluogístico, e o fogo
consistia na perda ou liberação deste elemento,
“Teoria de Sthall”;
c) Alguns alquimistas, químicos, da antiguidade,
chegaram à conclusão de que o fogo consistia em
um elemento básico, juntamente com a terra, a
água e o ar;
d) Com o desenvolvimento da Química Moderna,
Lavoisier, célebre químico francês, desenvolveu,
no ano de 1777, várias reações químicas, sendo
que numa delas figurava como resultante a
energia térmica e luminosa. A partir daí
concluiu-se que o fogo é o resultado de um
combustível reagindo com o oxigênio, submetido
à ação de um agente ígneo.

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Fig. 01 Histórico do fogo.

A principal experiência de Lavoisier, na pesquisa


do fogo, foi colocar um pouco de mercúrio, metal líquido
nas condições ambientes, em um recipiente fechado, e
aquecê-lo. Quando a temperatura atingiu 300ºC, no interior
do frasco, havia um pó vermelho, que pesava mais que o
líquido original. Lavoisier notou que a quantidade de 1/5 de
ar desaparecera e que esse ar possuía o "poder" de extinguir
qualquer chama, como se apagasse por asfixia. A partir daí,
concluiu que a queima do Hg absorveu a parte do ar
"respirável", o oxigênio que reagiu com o combustível. Os
4/5 restantes eram compostos de nitrogênio, gás inerte que
não queima, e o pó vermelho, óxido de mercúrio, produto da
combinação do oxigênio com o combustível.
Atualmente a teoria de Lavoisier ainda é aceita e
confirmada através de pesquisas realizadas em várias
instituições destinadas ao estudo do fogo, entre elas tem-se o
Instituto do Fogo em Zurich na Suíça, criado em 1968, e o
Instituto de Pesquisas Tecnológicas, em São Paulo.

1.2 CONCEITO DE FOGO


Fogo é a resultante de uma reação química de
oxidação com desprendimento de luz e calor. Pode-se dizer
ainda que fogo é a parte visível de uma combustão, podendo
ser um gás ou vapor em combustão ou mesmo um sólido em
combustão ao ar livre, ou onde o ar possa ser forçado, afim
de fornecer suficiente oxigênio para alimentar combustão
Conseqüentemente, o fogo pode se apresentar
fisicamente de duas maneiras diferentes, as quais podem
aparecer de forma isolada ou conjuntamente:
a) Como chama;
b) Como brasas.

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Normalmente essas apresentações físicas do fogo


são determinadas pelo combustível, se for gasoso ou líquido
sempre terá a forma de chamas. Considerando que os
líquidos se transformam em vapores ante de queimar, se for
sólido o fogo poderá se apresentar em chamas e brasas ou
somente em brasa. Os sólidos de origem orgânica,
submetidos ao calor destilam gases que queimam como
chamas, restando o carbono que queima como brasa,
formando o carvão. Alguns sólidos como a parafina e as
gorduras se liquefazem e se transformam em vapores,
queimando unicamente como chamas, outros sólidos
queimam diretamente apresentando-se incandescentes como
os metais.

1.3 CONCEITO DE INCÊNDIO


É a propagação rápida e violenta do fogo,
provocando danos materiais ou perda de vidas humanas,
após fugir o controle do homem.

Fig. 02 Fogo que fugiu do controle do homem.

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1.4 ELEMENTOS ESSENCIAIS DO FOGO


Sabe-se que a combustão é uma reação química,
logo, deve-se ter no mínimo dois elementos que reajam entre
si, bem como uma circunstância que favoreça tal reação.
Estes elementos, vistos serem absolutamente
necessários ao fenômeno da combustão, serão chamados de
elementos essenciais do fogo, são respectivamente o
combustível, o comburente e o calor, os quais, para facilitar
a compreensão do processo da combustão, serão
representados, cada um, por um dos lados de um triângulo
equilátero, chamado de “triângulo do fogo”.

Fig.03 Triângulo do fogo

1.4.1 COMBUSTÍVEL
Combustível é o elemento que serve de campo de
propagação do fogo. Na natureza tem-se materiais orgânicos,
que são todos combustíveis, e os inorgânicos, geralmente
incombustíveis nas condições normais de temperatura e
pressão (CNTP).
Os combustíveis podem ser sólidos, líquidos, e
gasosos; porém a combustibilidade (capacidade de entrar em
combustão) dos corpos ditos combustíveis é maior no estado
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gasoso, ou seja, eles se aquecem liberando gases ou vapores,


e estes em contato com o comburente (normalmente o O2)
inflamam-se. Como exceção temos o enxofre e alguns metais
alcalinos (K, Ca) que se combinam com o O2, estando este
ainda no estado sólido. A maioria dos corpos orgânicos
(madeira, tecidos, papel, etc.) antes de se combinarem com o
oxigênio, ou seja , queimarem, transformam-se inicialmente
em gases ou vapores. Outros sólidos primeiro transformam-
se em líquidos e posteriormente em gases para então se
queimarem.
Todo material combustível que se gaseifica para
combinar com o oxigênio, possui sua estrutura um ou mais
dos seguintes elementos, químicos chamados elementos
combustíveis: Carbono, Hidrogênio e Enxofre. Portanto um
material combustível é aquele que contêm na sua
composição uma maior quantidade de um ou mais elementos
combustíveis.
Com a finalidade de ilustrar o que acima foi dito,
cita-se a seguinte experiência bastante simples: coloca-se em
um frasco, pequenos pedaços de madeira, aquece numa
chama de gás, então com o desenvolvimento do calor passa-
se a observar os seguintes fenômenos: quando a temperatura
alcançar 100 °C, começam a se desprender os vapores de
água, continuando o aquecimento observa-se que a madeira
começa a ficar amarela, marrom e finalmente negra a partir
dos 150 °C, se no momento em que começar a amarelar
acende-se um fósforo na boca do frasco, nota-se que quando
a madeira principiar a enegrecer, começará a produzir
vapores que se incendiarão em contato com a chama do
fósforo

1.4.2 COMBURENTE

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É o elemento que proporciona vida às chamas, que


ativa e intensifica o fogo. Como comburente natural existe o
oxigênio, que é retirado do ar atmosférico ou oriundo da
estrutura molecular de alguns compostos, que são ricos em
oxigênio. São eles o óxido de magnésio e a pólvora, entre
outros. Quando aquecidos liberam oxigênio, alimentando a
própria combustão.
O oxigênio é o elemento mais importante à vida, ele
é um dos elementos que mais facilmente se liga a outros
elementos químicos. Uma pequena alteração na
concentração do oxigênio no ar teria profundas
conseqüencias na vida orgânica e técnica do ser humano.
O oxigênio em si mesmo não é combustível, porém
sem ele nenhuma combustão é possível. É um gás inodoro,
incolor e insípido, que pode ser obtido do ar (liquefação do
ar) ou da água (decomposição elétrica da água). O oxigênio é
utilizado em cilindros de pressão (150 atmosferas).
Como todos os fenômenos da combustão com
oxigênio puro são grandemente acelerados, o emprego do
oxigênio puro para as seguintes finalidades é perigoso:
a) Para melhoria do ar em recintos pequenos
(tanques, poços, etc.);
b) Para a partida de motores de combustão;
c) Em substituição ao ar comprimido. Ex.: para a
pintura à pistola, para o esvaziamento por
pressão de vasos contento líquidos inflamáveis,
para soprar pós, poeiras, etc.
Devida a extraordinária capacidade de reação do
oxigênio puro, o emprego de lubrificantes combustíveis,
como graxas e óleos, para lubrificação de equipamentos de
oxigênio representa grande risco e deve ser evitado, pois
explodem à temperatura normal, se entrarem em contato com
o oxigênio puro

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Outro comburente que se pode encontrar, todavia


comum, é o cloro (Cl2) É um gás mais pesado que o ar, de
coloração amarelo-esverdeado, venenoso, corrosivo e
largamente usado para tratamento e purificação da água,
branqueamento e outros processos industriais. Não é
inflamável, mas pode causar incêndio e explosões, pois em
contato com determinadas substâncias, comporta-se como
comburente semelhante ao oxigênio. Este fenômeno ocorre
principalmente em contato com a amônia, terebentina e
metais pulverizados. Onde houver possibilidade de formação
deste gás, deve-se ter cuidados especiais.

Fig. 04 O comburente mais


comum: O oxigênio

1.4.3 CALOR
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O calor é objeto de estudo da Física através da


Termologia, que se divide em:

Fig. 05 Maior temperatura representa maior


vibração molecular.

1.4.3.1 Termometria
Estuda as diversas leis que regem a aferição da
temperatura, bem como as diversas escalas existentes
(Celsius, Kelvin, Fahrenheit e outras).

1.4.3.2 Calorimetria
Estuda os mecanismos das trocas de calor, bem
como a sua medição.
Com isso a definição de calor, do ponto de vista
físico é a "energia térmica em trânsito, gerado pela vibração
molecular, entre os corpos a diferentes temperaturas" porém
faz-se necessário uma definição prática de calor, voltada ao
estudo da Ciência do Fogo
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Calor: é a condição favorável, que dá início,


mantém e incentiva a propagação do fogo. Como principais
fontes de calor temos:
a) O calor ambiental;
b) A chama;
c) O provocado pelo choque, atrito e compressão;
d) Energia radiante (raio laser);
e) O das reações químicas exotérmicas (oxidações
por exemplo);
f) Energia elétrica (centelha).
Posteriormente será estudado "O Calor nos
Incêndios" bem como suas formas de propagação e efeitos
diversos

Fig. 06 Fontes de calor.

1.5 TETRAEDRO DO FOGO


Também conhecido como pirâmide do fogo e
quadrado do fogo, o tetraedro do fogo é uma evolução do
triângulo do fogo, uma vez que estudos realizados nos

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últimos anos descobriram um novo elemento do fogo: a


reação em cadeia.

Fig .07 Tetraedro do fogo.

1.5 .1 REAÇÃO EM CADEIA


A combustão é um fenômeno que se processa em
cadeia, e uma vez iniciada é mantida pelo próprio calor
produzido durante a reação.
A cadeia de reações formada durante a combustão
gera produtos intermediários instáveis, chamados radicais
livres, prontos a combinar-se com outros elementos, gerando
novos radicais, estes estáveis.
Aos radicais livres cabe a transmissão da energia
química, gerada pela reação, que por sua vez se transformará
em energia calorífica decompondo as moléculas, ainda
intactas, e assim promovendo a sustentação e propagação do
fogo. Como exemplo, observa-se a combustão do metano.

CH4 + 02 → CH3 (Rad.) + HO2 (Rad.)


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CH3 (Rad.) + O2 → CH2O (Rad.) + HO (Rad.)


HO2 (Rad.) + HO(Rad.) → H2O + O2
CH2O (Rad.) + O2 → CHO (Rad.) + HO2 (Rad.)
CHO(Rad.) + O2 → CO (Rad.) + HO2 (Rad.)
HO2 (Rad.) + HO2 (Rad.)→H2O + O2 + O (Rad.)
CO (Rad.) + O (Rad.)→ CO2
CH4 + 2O2 → CO2 + 2H2O

Outro exemplo, para se entender melhor o que é


uma reação em cadeia é a combustão do Hidrogênio no ar:

2H2 + O2 + Energia Térmica de Ativação → 4H (Rad.) + 2O


(Rad.)
Duas moléculas de H2, reagem com uma molécula
de O2 ativadas por uma fonte de energia térmica e produz
quatro radicais ativos “H” e dois radicais ativos de “O”.
Cada radical de “H” combina-se com uma molécula de “O”
produzindo uma radical ativo de oxidrila mais um outro
radical ativo de ″O”:
H (Rad.) + O2 → OH (Rad.) + O (Rad)
Cada radical ativo de “O” reage com uma molécula
de “H” produzindo outro radical ativo de oxidrila (OH) mais
outro radical ativo de hidrogênio:
O (Rad.) + H2 → OH (Rad.) +H (Rad.)
Cada radical ativo de oxidrila reage com uma
molécula de “H” produzindo o produto final estável água
mais um radical ativo de hidrogênio:

OH (Rad.)+ H2→ H2O+ H (Rad.)


E assim sucessivamente se forma a cadeia de
combustão produzindo sua própria energia de ativação, que é

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o calor, enquanto houver suprimento de combustível o


hidrogênio.
Obs: Nas reações acima "Rad." significa radical
livre e O2 é o oxigênio do ar atmosférico.

1.6 COMBUSTÃO
É a reação química de oxidação e exotérmica que
toma lugar quando uma substância combustível é combinada
com o oxigênio, ativada pelo calor e numa proporção
suficiente para desenvolver energia luminosa, mais calor.
Do ponto de vista químico a combustão é uma
reação de oxidação irreversível e exotérmica processada
através de radicais livres.
Aqui, entende-se como combustível o material que
se oxida, também chamado de agente redutor, e como
comburente o material que se reduz, agente oxidante,
durante a reação de combustão.
De um modo geral, dá-se maior atenção somente ao
comburente oxigênio, pois o mesmo está presente em nossa
atmosfera em proporções superiores, entretanto, existem
outros tipos de comburentes como por exemplo, o cloro.

1.6.1 TEORIA DA COMBUSTÃO


Serão estudados as várias teorias que procuram
explicar como se processa a reação de combustão em cada
estado físico:

1.6.1.1 Combustão de gás


Uma simples faísca é capaz de dar início à
combustão de uma mistura adequada entre um gás e o ar
atmosférico.

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1.6.1.2 Combustão de líquidos


Serão apresentadas duas teorias que procuram
explicar a combustão dos líquidos de cadeia dos
hidrocarbonetos, Cn Hm , e seus derivados.

1.6.1.2.1 Teoria da Hidroxilização


Os hidrocarbonetos pulverizados são decompostos,
quando sob a ação do oxigênio e calor, em compostos
hidroxilados, tipo aldeído e cetona, de cadeia menor.
A ação contínua do calor e do oxigênio acaba por
transformar estes compostos em espécies químicas mais
simples, como: monóxido de carbono e hidrogênio, que
sofrerão nova combustão produzindo, finalmente, o dióxido
de carbono e a água. Assim, a chama azul produzida no Bico
de Bunsen, indicativa de combustão de monóxido de
carbono e hidrogênio, teria sua explicação através desta
teoria, pois no interior do Bico tem-se um gradiente de
temperatura e conseqüente formação de compostos
hidroxilados complexos.

1.6.1.2.2 Teoria do “craking”


Os hidrocarbonetos pulverizados, em mistura com o
ar, ao serem submetidos a um aquecimento brusco rompem
suas ligações químicas, produzindo diretamente carbono e
hidrogênio, que reagirão com o oxigênio, produzindo
dióxido de carbono e água, como produtos finais. Esta teoria
pode ser explicada através da queima de uma vela, pois a
parafina liqüefeita, ao se vaporizar no pavio, cinde
diretamente em carbono e hidrogênio, quando em contato
com a chama.

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A presença do carbono, pode ser facilmente


detectada através da introdução de uma superfície fria no
interior da chama, o que implicará num depósito de fuligem,
o que caracterizará a presença de carbono.
Convém notar que, na prática, este dois processos
ocorrem simultaneamente, com predominância de um ou
outro, dependendo do caso.

1.6.1.3 Combustão dos Sólidos


O calor cedido aos corpos sólidos provoca
inicialmente a vaporização da umidade e das matérias
voláteis, que queimam segundo as teorias anteriores. A
combustão do resíduo sólido, carbono fixo, assim obtido, dá-
se segundo a seguinte hipótese: os átomos periféricos de
carbono são rompidos pelo oxigênio, através da ação do
calor. Deste modo, formam-se compostos instáveis, no
estado gasoso, que reagirão com o oxigênio formando-se o
monóxido de carbono e, posteriormente, dióxido de carbono.
Assim, a ação contínua do calor e oxigênio sobre o sólido,
acaba por extinguir todo o material combustível.
Nota-se, através do desenvolvimento dessas teorias,
que o sólido e o líquido só entram em combustão após a
vaporização ou após a produção de um gás, a partir da sua
decomposição, pela ação do calor e do oxigênio. Portanto, a
chama visível nada mais é do que um gás ou vapor
queimando.
Contudo, existem alguns sólidos que não liberam
vapor nem se decompõem, sob a ação do calor, para a
formação de gases; nestes casos a combustão se dá pela
combinação direta do combustível com o oxigênio, como,
por exemplo, o carvão vegetal.

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1.6.2 CLASSIFICAÇÃO DA COMBUSTÃO

1.6.2.1 Quanto à velocidade da combustão


A velocidade da combustão depende do grau de
divisão da matéria.
De acordo com a velocidade em que se processa a
reação química, combustão pode ser classificada em:

1.6.2.1.1 Lentas
São as combustões em que o processo da reação se
dá muito lentamente, e não há produção de chama ou
qualquer outro fenômeno luminoso. Essa lentidão da reação
é decorrente da temperatura ser baixa, geralmente inferior a
500°C. É o caso das oxidações que tem como produto a
ferrugem.

1.6.2.1.2 Vivas
São as combustões em que o processo da reação se
dá com maior velocidade, havendo neste caso, além da
produção de calor mais acentuada e bastante sensível com
conseqüente queima, a produção de chama.
Pode-se distinguir dois aspectos na combustão viva:
as chamas e a incandescência
As chamas são uma mistura de gases combustíveis e
ar, em combustão viva, devendo as palavras inflamabilidade
e inflamação, serem reservadas aos fenômenos em que se
verifica a produção da chama.
A incandescência é produzida pela forma de
combustão viva dos corpos sólidos chamada ignição. Este
fenômeno revela-se pelo aparecimento de sinais luminosos
nos sólidos.

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A energia desenvolvida pela combustão é dissipada


sob a forma de radiações, das quais parte importante não se
vê, são os raios infravermelhos. Ex: as combustões que
ocorrem em madeiras, combustíveis líquidos, tecidos, etc.
1.6.2.1.3 Muito Vivas
São as combustões em que o processo da reação se
dá com grande velocidade, mas mesmo assim inferior a
300m/s. Também aí, há a produção do calor e da chama. É o
caso, por exemplo, da combustão da pólvora negra ao ar
livre.

1.6.2.1.4 Instantâneas
São as combustões que se processam com uma
velocidade superior a 300 m/s e atingem de forma súbita
toda a massa do combustível. Acontecem, principalmente,
com gases e são também chamadas de explosão. A explosão
quando o combustível, se for sólido, estiver sob a forma de
poeira e se for gás ou vapor, ocupar grande parte do espaço
do compartimento que o contém.

1.6.2.2 Quanto à reação


Quanto a reação, a combustão pode ser completa ou
incompleta. Quando a quantidade de oxigênio que entra na
combustão é menor que a necessária, teoricamente,
aparecem nos produtos da combustão, combustíveis, tais
como: monoxido de carbono (CO) e hidrogênio (H2) e em
casos de grande escassês de oxigênio até hidrocarbonetos de
carvão em pó como a fuligem e o negro fumo. Neste caso,
diz-se que a combustão é incompleta.
Quando todos os elementos do combustível,
possíveis de se combinarem com o oxigênio, reagirem com o
mesmo, não restando, nos produtos da combustão,
combustível algum, ou seja, quando a quantidade de

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oxigênio é compatível com a solicitação, diz-se que a


combustão é completa.

Fig. 08 Exemplo de Fig. 09 Exemplo de


combustão completa: combustão incompleta:
a chama a incandescência

1.6.2.3 Quanto à proporção de oxigênio


a) 13% de oxigênio: nesta faixa o oxigênio alimenta
uma combustão em sua plenitude;
b) 13% a 6% de oxigênio: nesta faixa o oxigênio
alimenta apenas uma incandescência;
c) Abaixo de 6%: abaixo deste limite não há
combustão.
A composição do ar atmosférico é de 78% de
nitrogênio, 21% de oxigênio e 1% de outros gases.

1.6.3 FATORES QUE DETERMINAM A VELOCIDADE


DAS COMBUSTÕES
O aumento da velocidade das combustões ocorre
em decorrência dos seguintes fatores:

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a) Da natureza do combustível, ou seja, se o


combustível é bom ou mal e se queima com facilidade ou
dificuldade;
b) Da relação superfície/massa do material
combustível, ou seja, quanto maior for a superfície ocupada
pela unidade de massa, maior será a velocidade de reação
(Um livro fechado e um livro aberto, ou com as suas páginas
soltas e espalhadas, pela dificuldade e facilidade em que
ambos podem comburir, em relação a superfície/massa);
c) Da concentração ou estagnação de calor: quanto
maior a quantidade de calor no ambiente, ou na massa do
combustível, maior será a velocidade da reação;
d) Da presença de substâncias catalizadoras, ou
seja, presença de bons ou maus combustíveis, que possam
acelerar ou retardar a reação.

1.6.4 COMBUSTÃO ESPONTÂNEA


Certos materiais ao entrarem em contato com o
oxigênio do ar ou com agentes oxidantes reagem,
exotermicamente, num processo espontâneo, isto é, sem o
concurso de fontes externas de calor. Deste modo, o calor
liberado desta reação de oxidação implicará num aumento da
temperatura do material. Denomina-se este fenômeno de
aquecimento espontâneo.
A elevação de temperatura pode ser de tal ordem
que se alcance a temperatura de ignição do material,
ocorrendo, conseqüentemente, sua combustão. Denomina-se
este fenômeno de combustão espontânea.
Convém lembrar que a combustão espontânea não é
um fenômeno muito comum e que, salvo algumas exceções,
é um processo lento, podendo ocorrer somente após semanas
de aquecimento espontâneo, em que a temperatura se elevou
lentamente.

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A combustão espontânea acontece pela ação de


microorganismos, que provocam reações e fermentações de
tipo diversos, determinando a gradual elevação da tempe-
ratura das substâncias, em que se desenvolvem, com sua
conseqüente inflamação.
Ela também acontece pelo desenvolvimento de
reações exotérmicas internas, na maior parte das vezes
oxidação que, da mesma forma, resultam na inflamação do
material em que se processam. Também foi constatado que a
combustão espontânea acontece com algumas substâncias,
que por sua própria natureza, e em virtude de um ponto de
ignição e auto-inflamação muito baixo, normalmente inferior
à temperatura ambiente, são suscetíveis de inflamarem-se em
contato com o ar.
O fosfato de hidrogênio produzido, inclusive pela
putrefação de materiais orgânicos ricos em fósforo, como os
tecidos nervoso, parece ser o responsável pelo fogo fátuo,
que surge nos cemitérios.
Os metais alcalinos, notadamente o sódio e o
potássio, em face a grande umidade do ar, podem dar lugar à
produção de hidrogênio, que se inflamará de imediato por
serem suscetíveis as reações do meio ambiente.
Também são suscetíveis os materiais sujeitos à ação
microorganismos, capazes de promover fermentação com
elevação de temperatura, e por isso são chamados
termogênios.

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Fig. 10 Cereais mal armazenados fermentam -se e


incendeiam, espontaneamente.
1.6.4.1 Materiais suscetíveis a combustão espontânea
Os materiais mais comuns sujeitos à combustão
espontânea podem ser agrupados da seguinte maneira:
a) Óleos vegetais: de algodão, sisal, amendoim,
oliva, linhaça;
b) Gorduras orgânicas: a oleiva, gordura de lã, o
betume e as resinas;
c) Fibras vegetais e animais: algodão, sisal, juta;
d) Produtos agrícolas: como o feno e a alfafa;
e) Metais finamente divididos: como o ferro e o
alumínio;
f) Os carvões: sejam minerais, como a hulha, a
antracista e a turfa, ou carvões de madeira;

1.6.5 CONDIÇÕES NECESSÁRIAS PARA COMBUSTÃO


a) Deve existir um material combustível;
b) O oxigênio, comburente, deve estar em contato
com o combustível. Seja ele o existente no ar
atmosférico ou oriundo da própria composição
do material, alguns corpos possuem O2 em sua
estrutura, e o liberam durante a combustão;

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c) A proporção entre os reagentes deve estar cor-


reta;
d) Deve ser atingido o ponto de ignição do material,
somente para combustão expontânea ou então o
Ponto de Inflamação.

1.6.6 PONTOS NOTÁVEIS DA COMBUSTÃO


A combustão esta calçada na emissão de vapores,
implicando numa gradação que pode ser observada na
seguinte experiência:
Ao ser aquecido um frasco de vidro contendo
material combustível, em seu interior, tem-se um despren-
dimento de vapores em sua saída, e em determinado instante
ao ser aproximada uma chama externa ocorre a queima
descontínua destes vapores, ou seja, ao ser retirada a chama
a queima cessa, neste caso teria se atingido o Ponto de
Fulgor.
Continuando o fornecimento de calor verifica-se
que com a aproximação de uma chama externa ocorre uma
queima, que permanece mesmo com o afastamento da
chama, neste caso teria se atingido o Ponto de Inflamação.
Em determinado momento a emissão de vapores
será tanta que os vapores irão se inflamar, sem o concurso de
uma chama externa, ai tem-se o Ponto de Ignição.
A determinação destes pontos é obtida em testes de
laboratórios sendo que o Ponto de inflamação, geralmente,
situa-se 5 Cº acima do Ponto de Fulgor.
Os pontos de fulgor e combustão são muito
próximos. A passagem do ponto de fulgor para o ponto de
combustão, e deste para o ponto de ignição é feita pelo
aumento da temperatura do combustível. Portanto, um corpo
só pode queimar quando for atingido ou superado o seu
ponto de combustão. Para que um corpo queime-se por si só,

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sem o contato com uma fonte de calor, é necessário que seja


aquecido até atingir o seu ponto de ignição. Os combustíveis
gasosos queimam instantaneamente e formam com o ar
misturas explosivas.

1.6.6.1 Ponto de fulgor


É a menor temperatura, na qual uma substância
libera vapores em quantidade suficiente para formar uma
mistura com o ar, logo acima de sua superfície, que se
incendiará pelo contato com uma chama escorvadora, fonte
externa de calor. Entretanto a combustão não se manterá
devido à insuficiência de vapores liberados a essa
temperatura. É também chamado de Ponto de lampejo ou
Fash-point.

1.6.6.2 Ponto de combustão


É a menor temperatura na qual uma substância
libera vapores em quantidade suficiente para formar uma
mistura com o ar, logo acima de sua superfície, que se
incendiará pelo contato com uma chama escorvadora,
havendo continuidade da combustão. É também chamado de
“Fire-point” ou Ponto de Inflamação. Normalmente este
ponto é ligeiramente superior ao ponto de fulgor.

1.6.6.3 Ponto de ignição


É a temperatura mínima, na qual os vapores
emanados de um corpo combustível, entram em combustão
apenas ao contato com o oxigênio do ar, independente de
qualquer agente ígneo externo. Também é conhecido como
Ponto de combustão expontânea ou ponto de auto-ignição ou
“Flash-over”.

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Fig.11 Pontos notáveis de temperatura.


1.7 COMBUSTÍVEIS EM GERAL
Ao iniciar o estudo dos combustíveis o primeiro
ponto a abordar é quando deve-se chamar uma determinada
substância de Inflamável ou de Combustíveis
Normalmente a inflamabilidade de uma substância
líquida, sólida ou gasosa, é caracterizada:
a) Pela facilidade que tem de entrar em processo de
combustão quer devido sua exposição a uma
fonte de calor, que pode apresentar-se através de
uma chama aberta, de uma centelha, da
eletricidade, do atrito, etc., quer devido a sua
reatividade, quando exposta ao ar ou a água
como o fósforo branco, o sódio, os metais
pirofóricos, etc.; e
b) Pela velocidade de propagação das chamas devi-
do ao tamanho da partícula, sua superfície
exposta ao ar e quantidade de comburente;
Quando o processo de combustão em uma
substância se desenvolve rapidamente, com alta velocidade
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de propagação das chamas, ela é chamada inflamável,


entretanto quando a ignição em substância se processa
lentamente, com baixa velocidade de propagação, ela será
denominada combustível.
Entretanto, não há uma fronteira bem definida entre
estas duas definições, pois os vapores de um líquido
inflamável podem queimar em altíssima velocidade
caracterizando uma explosão, igualmente um combustível
pulverizado ou nebulizado em suspensão no ar, também
pode queimar em altíssima velocidade produzindo uma
explosão.
Também pode-se aumentar a velocidade e a
intensidade de combustão de qualquer substância pelo
enriquecimento da atmosfera que a envolve com oxigênio.
Pelo exposto é bastante cabível qualquer confusão
em se querer denominar uma determinada substância de
inflamável ou combustível. Contudo pode-se concluir que
toda substância que entra em combustão é um combustível.

1.7.1 COMBUSTÍVEIS SÓLIDOS COMUNS


É aquele que pode ignizar-se e queimar, sofrendo
substancial modificação química quando sujeito ao calor ou
à chama.
Poucos são os sólidos que combinam com o
oxigênio; no estado sólido apenas o enxofre e os metais
alcalinos, como por exemplo o potássio, o cálcio, etc.
A maioria dos corpos orgânicos antes de se
combinarem com o oxigênio, isto é, de se queimarem,
transformam-se, inicialmente, em gases ou vapores, os quais
reagem com o oxigênio. Outros sólidos primeiro
transformam-se em líquidos e posteriormente em gases para
então se queimarem, como por exemplo: parafinas, ceras,
etc.

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Fig.12 Combustível sólido.


Os combustíveis sólidos representam a maioria
absoluta dos incêndios, todos eles queimam em superfície e
profundidade deixando, com isso, resíduos.

1.7.1.1 Propriedades importantes ao estudo da ignição, da


extinção de incêndios e das medidas preventivas
para sólidos combustíveis

1.7.1.1.1 Forma física


Quando mais subdividida, maior a facilidade da
matéria, no estado sólido, queimar, pois, diminuindo o tama-
nho da partícula a razão entre a área superficial e o volume
(massa) aumenta. Assim, menos calor é retirado da
superfície da partícula, o que facilita a queima do sólida.

1.7.1.1.2 Porcentagem de umidade


Quando aquece-se o material sólido úmido, grande
parte do calor fornecido é utilizado na vaporização da água.
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O vapor, formado pode ainda dissolver o oxigênio do ar ao


redor do material combustível. Através destes dois fatores, a
umidade dificulta combustão dos materiais sólidos.
Quando se tem um incêndio propagado o
significado da unidade diminui, uma vez que o calor de
radiação e, portanto a taxa de evaporação aumentam,
acarretando combustões praticamente idênticas de materiais
úmidos e secos. Como exemplo, pode-se citar a madeira seca
e a madeira contendo 50% de umidade, que, expostas a
grande intensidade de calor radiante, queimam,
praticamente, no mesmo tempo.

1.7.1.1.3 Condutividade térmica


A baixa condutividade térmica dos sólidos
combustíveis ajudam a explicar a sua característica de
combustão progressiva, quando sob ação do calor ou chama.

1.7.1.1.4 Combustão espontânea


Não é comum o fenômeno da combustão
espontânea com os sólidos combustíveis ordinários,
entretanto, certos sólidos apresentam este fenômeno, como,
por exemplo: o sódio metálico, o fósforo branco, o potássio,
etc.
Certos materiais sólidos apresentam riscos
especiais, quando tratados ou impurificados com produtos
líquidos, passíveis de sofrerem aquecimento espontâneo.
Assim, este aquecimento provocará um aumento da
temperatura dos materiais misturados, podendo atingir-se a
temperatura de ignição de um dos produtos, com a
conseqüente combustão do conjunto. São freqüentes os

44
16 set 97 MT 001-01

incêndios ocasionados por materiais fibrosos ou finamente


divididos quando tratados ou contaminados com óleos
secantes. Como exemplo, pode-se citar: as estopas ou panos
de algodão sujos com óleos de linhaça, tintas, etc.

1.7.1.1.5 Taxa de Aquecimento


A ignição de combustíveis sólidos, geralmente, só
ocorre após o contato destes com a fonte de calor por um
tempo razoavelmente longo

1.7.1.1.6 Taxa de combustão


Influenciada pela forma física, pelo suprimento de
ar e pela umidade; existindo a necessidade da vaporização
progressiva do sólido, para ocorrer completamente a
combustão.
Na maioria das combustões, envolvendo sólidos,
existem um tempo relativamente longo entre a ignição e a
combustão rápida
Na maior parte dos incêndios onde materiais sólidos
estão presentes nos focos, comprova-se, através de
investigações posteriores que, a detecção foi demorada ou
gases e/ou líquidos estavam envolvidos na origem do fogo.
Assim os materiais sólidos, praticamente, só estão
relacionados às causas dos incêndios nos casos em que os
princípios destes são tardiamente detectados.

1.7.2 SUBSTÂNCIAS SÓLIDAS QUE APRESENTAM


RISCOS DE INCÊNDIOS
São várias as substâncias que apresentam riscos de
incêndio, serão discutidos somente algumas classes e
exemplos destas classes.

1.7.2.1 Produtos combustíveis

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16 set 97 MT 001-01

Carvão, naftaleno, enxofre, sulfeto de potássio,


sulfeto de sódio, etc.

1.7..2.2 Produtos reativos com a água


Perigosos devido à quantidade de calor liberada,
quando em contato com a água. Exemplos: sódio, pó de
alumínio, cálcio, hidreto de sódio, soda cáustica, etc.

1.7.2.3 Produtos reativos com o ar


São perigosos devido à quantidade de calor
liberado, quando em contato com o ar. Exemplo: carvão
vegetal, fósforo branco, fósforo vermelho, etc.

1.7.2.4 Halogêneos
Como exemplo característico, tem-se o iodo que se
apresenta na forma de cristais voláteis, e que apresenta o
risco de explosão, quando misturado a outros produtos.

1.7.2.5 Metais que apresentam riscos de incêndio


Magnésio, titânio, sódio, potássio, lítio, zircônio,
zinco, alumínio, etc.

1.7.2.6 Materiais plásticos que apresentam riscos de


incêndio
Resina de acetato, resina de acrílico, nitrocelulose,
celulose, resina “epoxi”, isocianatos, polia-midos, resinas
fenólicas, poliésteres, silicones, poliestireno, etc.

1.7.2.7 Produtos oxidantes


Nitrato de amônia, nitrato de sódio, nitrato de
potásssio, etc.

46
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1.7.2.8 Produtos instáveis


Peróxidos orgânicos (peróxidos de benzoila),
estireno,etc.

1.7.3 COMBUSTIBILIDADE DOS MATERIAIS


Os materiais combustíveis apresentam suas
combustibilidades bem variadas. Ao lado de materiais de
combustão muito lenta, como por exemplo a lã, as penas,
etc., existem materiais de combustão muito rápida e intensa
como a celulose e o magnésio.
Para efeitos práticos pode-se diferenciar somente
entre materiais dificilmente combustíveis, facilmente
combustíveis e de combustão normal.

1.7.3.1 Materiais dificilmente combustíveis


Correspondem aos da norma alemã DIN 4102 classe
B1, continuam a queimar após seu início somente com o
fornecimento de uma fonte externa de calor e se apagam
quando esta é retirada. Ex.: filmes cinematográficos de
segurança, lã pura, materiais tratados com retardantes de
incêndios.

1.7.3.2 Materiais normalmente combustíveis


Correspondem aos da norma DIN 4102 classe B2,
continuam a queimar sozinhos com velocidade normal após
seu início e retirada da fonte externa de calor. Ex.: madeira
com mais de 2 mm de espessura, carvão, papelão.

1.7.3.3 Materiais facilmente combustíveis


Correspondem aos da norma DIN 4102 (Classe B3)
queimam com grande velocidade de propagação de chamas e

47
16 set 97 MT 001-01

rápida liberação de calor de combustão. Ex.: celulose,


algodão, papel solto, palha, bem como a maioria dos líquidos
e gases inflamáveis.
A combustibilidade de um material depende de sua
maior ou menor capacidade de reagir com o oxigênio sob a
ação do calor.
Um corpo pode aumentar sua combustibilidade
quando é alterada sua relação superfície-massa. Isto se dá
devido à oxigenação periférica do material. Quando um
corpo é fracionado e essas partes são sobrepostas, ocorre o
aumento da área de oxigenação provocando o aumento da
velocidade de combustão, que pode chegar a ser instantânea
(explosão). Como exemplo basta observar que com um
isqueiro não se consegue acender uma tora de madeira,
porém se for utilizado esta mesma tora e parti-la em gravetos
dispondo-os em forma de pirâmide, tal qual em uma
fogueira, a queima seria possível. Indo mais além se a já
citada tora fosse transformada em serragem finalmente
dividida, e esta, em suspensão no ar, aumentaria o risco de
explosões.
De maneira análoga, tem-se o risco de explosão em
silos, onde são armazenados materiais como o trigo e outros
cereais.
Desta forma cereais devem ser compactados ou
embalados para assim fornecerem uma resistência à
combustão.
Outra forma de prevenção de explosões devido à
aerodispersóides sólidos é a utilização de vapor d’água a
fim de umectá-los torná-los mais densos, permitindo assim a
sua precipitação.
Os materiais que para queimarem-se necessitam de
temperaturas acima de 1000ºC são considerados
incombustíveis. Esta temperatura é difícil de ser atingida nos

48
16 set 97 MT 001-01

incêndios. Normalmente tais temperaturas são alcançadas


somente nos altos fornos, locais propícios à estagnação do
calor. No Brasil não existe um parâmetro para determinar a
incombustibilidade dos materiais. Ainda inexistem normas
brasileiras a respeito.

1.7.4 COMBUSTÍVEIS LÍQUIDOS


Nos líquidos, quando avalia-se seus riscos de
incêndio, normalmente faz-se uma divisão entre líquidos
combustíveis e líquidos inflamáveis.

Fig. 13 Líquidos Combustíveis.

1.7.4.1 Líquidos inflamáveis


São aqueles que produzem vapores que em contato
com o ar, em determinadas proporções e por ação de uma

49
16 set 97 MT 001-01

fonte de calor, incendeiam-se com extrema rapidez. Para isso


precisam no mínimo atingir os seus pontos de fulgor. O
ponto de fulgor é inferior a 60°C (140°F) e tensão de vapor
que não exceda 2,8 kg/cm2 (40 lb/pol2 ) a 37,7 °C (100°F),
segundo Norma Brasileira n° 98 da ABNT.

1.7.4.2 Líquidos extremamente inflamáveis


São líquidos que possuem pontos de fulgor inferior
a 6,7°C (20oF), determinado pelo método do “Copo Aberto
de Tagliabue”.

1.7.4.3 Líquidos combustíveis


São líquidos que possuem pontos de fulgor igual ou
superior a 60oC (140oF ) e inferior a 93,3oC (200oF), tensão
de vapor que não exceda 2,8 kg/cm2 (40lb/pol2), absoluta, a
37,7oC (100oF), segundo NB no 98 da ABNT.

1.7.4.4 Limite de inflamabilidade


Só é possível a combustão quanto houver uma
adequada quantidade de combustível em uma atmosfera
oxidante. Uma vez estabelecida a combustão, sua
sustentação vai exigir um contínuo fornecimento de
combustível e de oxidante.
Os gases, vapores e líquidos em suspensão na
atmosfera, podem proporcionar uma mistura homogênea ou
heterogênea. Homogênea é a mistura cujos componentes
estão íntima e uniformemente misturados, de modo que uma
pequena amostra da mesma, representa, na realidade, toda a
mistura.
Uma mistura homogênea inflamável é a composição
compreendida entre os limites mínimo e máxima de um gás
ou vapor combustível em uma atmosfera determinada a uma
temperatura e pressão específicas.
50
16 set 97 MT 001-01

Os limites de inflamabilidade são as concentrações


dentro dos limites externos de um combustível em um
oxidante a uma determinada pressão e temperatura, através
das quais uma chama uma vez iniciada pode se propagar
continuadamente. Por exemplo: misturas de ar e hidrogênio
onde propagar as chamas em concentrações de 4% a 74% de
hidrogênio por volume, a 21ºC e à pressão atmosférica. O
menor valor é o limite mínimo, chamada de mistura pobre e
o maior é o limite máximo, chamada de mistura rica.
Quando a temperatura aumenta, a inflamabilidade
também aumenta. Um decréscimo na temperatura pode fazer
com que uma mistura inflamável se torne incombustível,
pois podem determinar a ultrapassagem dos limites máximos
ou mínimos em relação às condições ambientais.
Os gases e vapores de líquidos inflamáveis, em
mistura com o ar podem constituir misturas explosivas,
sempre que estiverem entre os dois pontos limites: o máximo
e o mínimo, em relação a sua porcentagem por volume.

1.7.4.5 Propriedades importantes ao estudo da ignição, da


extinção de incêndios e da medidas preventivas para
os líquidos

1.7.4.5.1 Peso específico.


No combate a incêndio em um líquido, deve-se
considerar o peso específico do agente extintor. Para evitar
que o líquido combustível ou inflamável sobrenade deve-se
ter que Dagente extintor > D líquido inflamável e, assim, aumente a
área de atuação do fogo.

1.7.4.5.2 Densidade de vapor


Os vapores dos líquidos, com densidade superior à
da atmosfera, concentram-se junto ao piso, e, uma vez que

51
16 set 97 MT 001-01

podem alcançar os seus limites de explosividade,


constituem-se em significativo risco de incêndio. Ex.:
vapores de gasolina.

1.7.4.5.3 Pressão de vapor


Basicamente, a responsável pela quantidade de
vapor de líquido que vai para a atmosfera. Esta pressão é
muito importante no estudo das misturas de líquidos, pois o
percentual dos elementos constituintes no estado líquido é,
exceto no caso do ponto azeotrópico, diferente do percentual
destes elementos constituintes nos vapores, provenientes de
sua vaporização. Este fato explica, por exemplo, por que
uma mistura aquosa pobre em álcool pode produzir vapores
ricos neste composto . Assim, até mesmo misturas líquidas
com baixo teor de material inflamável ou combustível
podem apresentar risco considerável de incêndio

1.7.4.5.4 Viscosidade
Praticamente, pode ser encarada como a grandeza
que avalia a resistência ao fluxo, que um líquido possui . De
um modo geral, pode-se afirmar que a facilidade de um
líquido entrar em combustão é inversamente proporcional à
viscosidade do mesmo.

1.7.4.5.5 Calor latente de vaporização


Quantidade de calor necessária para se ter a
mudança do estado físico de líquido para vapor, por ocasião
da ebulição.

1.7.4.5.6 Tensão superficial


Alta tensão superficial de alguns líquidos constitui-
se em uma séria dificuldade à ação dos agentes extintores.
Por isso, é comum, nestes casos, adicionar agentes

52
16 set 97 MT 001-01

detergentes para diminuir a sua tensão superficial,


permitindo um maior contato do material combustível com
os agentes extintores.

1.7.4.5.7 Solubilidade em água


A solubilidade em água facilita a extinção de
incêndios, pois possibilita um aumento na superfície de
contato entre o agente extintor e o material combustível.

1.7.4.6 Substâncias líquidas que apresentam riscos de


incêndio
São várias as substâncias líquidas que apresentam
riscos de incêndio; será abordado somente algumas classes e
exemplos destas classes.
a) Produtos Corrosivos: Ácidos Clorídricos, Ácido
Crômico, Ácido Sulfúrico, Ácido Nitrico,
Peróxido de Hidrogênio, etc.;
b) Halogêneos: neste caso temos o Bromo, que se
apresenta na forma de um líquido castanho
avermelhado escuro, com características
corrosivas.;
c) Produtos inflamáveis: Álcool Etílico, Gasolina,
Éter, Nafta, Acetona, Toluol, etc. ;
d) Produtos combustíveis: alguns óleos combustí-
veis.; e
e) Produtos químicos instáveis, que podem poli-
merizar-se: T- Rutil Perbenzoato, Ácido Cianí-
drico, etc.

1.7.5 SÓLIDOS COMBUSTÍVEIS E INFLAMÁVEIS


Os sólidos combustíveis e inflamáveis podem ser:

53
16 set 97 MT 001-01

a) Metais, que podem tornar-se mais inflamáveis,


estando em outra forma física, esta inflamação
não é provável, porém, no caso de ocorrer, a
extinção deverá ser feita por meios especiais,
excluindo a água. Exemplo: metal, magnésio em
barras, lingotes, etc.;
b) Sólidos que são facilmente inflamáveis com
temperatura de ignição média: a ignição e
inflamação nesses materiais poderá ser
combatida pela água e outros agentes extintores
comumente usados., como a espuma, o pó
químico, o CO2, etc. Nesta classe inclui-se os
materiais ditos celulósicos (madeira, papel,
algodão, sisal, juta, etc.) e os materiais plásticos
obtidos sinteticamente (exceção nitrocelulose).;
c) Sólidos com característica de inflamabilidade e
ignição semelhante aos líquidos de alto ponto de
fulgor; exemplo: borracha natural, elastômetros
sintéticos, cânfora, breu, ácido-adípico,etc.;
d) Sólidos que são facilmente inflamados: com
ponto de ignição baixo e capazes de manterem-se
em estado de ignição, e também possuindo
grande rapidez de queima, podendo, entretanto,
sua ignição ser extinta com água. Exemplo:
nitrocelulose.;
e) Sólidos que estão em um estado físico de par-
tículas finamente divididas ou sob a forma de
poeira: sendo este material neste estado,
suscetível à ignição ou à explosão. Exemplo:
amido, enxofre em pó, metal magnésio em pó,
serragem em pó, etc.
f) Sólidos que são suscetíveis a auto ignição e
queima rápida: ignição que não poderá ser

54
16 set 97 MT 001-01

extinta por água, pois estes sólidos reagem com


ela, produzindo misturas gasosas explosivas e/ou
inflamáveis. Sendo também rapidamente
decompostos pela água, produzindo vapores ou
gases explosivos e inflamáveis (água não poderá
ser usada em hipótese alguma para combater
incêndio em materiais desta categoria).
Exemplo: sódio metálico, potássio metálico,
carbureto de cálcio, percarbonato de isopropila,
etc.

1.7.6 GASES
Gás é o estado físico de uma substância, que não
tem forma e ocupa o espaço posto a sua disposição. As
propriedades e desempenho dos gases são compreendidos,
sabendo-se que são compostos de partículas extremamente
diminutas em continua movimentação. O aumento de
temperatura intensifica esta movimentação. Suas moléculas
são separadas uma das outras e as ligações entre elas,
praticamente, deixam de existir.
Gás inflamável é qualquer material que no estado
gasoso, e sob temperatura ambiente e na pressão atmosférica,
queimará, quando em contato com uma concentração normal
de oxigênio no ar.
Gás inerte: São gases que não sustentam a
combustão, como, por exemplo, o nitrogênio, o argônio, o
hélio, etc.
Os gases representam um fator de alta importância
pelos riscos de: combustão, explosão (química e física) e
toxidez.
Tendo em vista a sua extensa utilização industrial,
domiciliar, comercial e medicinal, seus riscos não se limitam

55
16 set 97 MT 001-01

apenas onde é fabricado, utilizado ou armazenado, mas, pela


necessidade do transporte, eles se estendem a todas as partes.
Os gases inflamáveis são utilizados nas formas:
liqüefeito, comprimido ou dissolvido sob pressão, em
depósitos metálicos fechados, ou através de tubulações
especiais. Os gases inflamáveis têm inúmeras aplicações:
solda e corte de metais, iluminação, calefação, combustível,
refrigeração, anestesia, etc.
O perigo dos gases reside, principalmente, nas
possibilidades de vazamentos, podendo formar com o ar
atmosférico misturas explosivas. Quando escapam, podem
facilmente atingir uma fonte de ignição onde se incendeiam
rapidamente, quando isto ocorre, o incêndio só deverá ser
extinto após a supressão do fluxo de gás, pois, caso este
continue, o gás poderá reincendiar-se facilmente ou então
produzir uma mistura explosiva com o ar, estabelecendo
condições mais perigosas que o próprio incêndio.
A densidade de um gás é fator muito importante
devido à sua periculosidade, pois os gases mais pesados têm
maior probabilidade de se incendiarem ao contato com uma
fonte de ignição, em geral nas partes baixas do que os mais
leves, que ocupam as partes altas.
Os mais pesados se dissipam vagarosamente,
embora as correntezas de ar possam acelerar a difusão de
qualquer gás. O gás de rua e inúmeros outros gases
utilizados na indústria são mais leves que o ar e, portanto,
dissipam-se mais rapidamente que os vapores dos líquidos
inflamáveis, mais pesados que o ar, sendo a ventilação para
estes gases um problema mais fácil de ser resolvido.

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16 set 97 MT 001-01

Fig. 14 Combustível gasoso.


1.7.6.1 Propriedades importantes ao estudo da ignição, da
extinção de incêndios e das medidas preventivas
para os gases

1.7.6.1.1 Leis dos Gases


Importante ter sempre em mente as leis dos gases,
quando se quer estudar seu comportamento. Estas leis são as
seguintes: Lei Boyle, Lei de Charles, Lei de Avogadro, Lei
de Henry e Lei de Raoult, etc.
Apesar de estas leis serem definidas para gases
“perfeitos”, elas podem ser usadas, com razoável precisão,
dentro das condições que normalmente os gases “reais” são
encontrados.

1.7.6.1.2 Taxa de Difusão


A taxa de difusão é expressa pelo inverso da raiz
quadrada do peso molecular do gás. Esta relação expressa a

57
16 set 97 MT 001-01

maior ou menor facilidade que um gás possui de difundir-se


dentro de um ambiente que contenha uma mistura de gases.

1.7.6.1.3 Viscosidade
Ao contrário dos líquidos, nos gases, a viscosidade
aumenta com aumento da temperatura.

1.7.6.2 Substâncias gasosas que apresentam riscos de


incêndios
No caso de gases, pode-se afirmar que, exceto os
gases não inflamáveis, os demais sempre apresentam risco
de incêndio. São citados abaixo alguns exemplos de tipos de
gases que apresentam risco de incêndio:
a) Gás Liqüefeito de Petróleo (GLP): propano e
butano;
b) Halogênio: neste caso temos o flúor e o cloro,
sendo que ambos se apresentam em forma de um
gás amarelo esverdeado;
c) Gases para sistema de refrigeração: etano, iso-
butano, amônia, cloreto de etila, etc.;
d) Gases Inseticidas: gás cianídrico, bissulfeto de
carbono, etc.;
e) Gases Anestésicos: etileno, propileno, cloreto de
etileno, etc.

1.8 CLASSIFICAÇÃO DOS INCÊNDIOS


Com a evolução do estudo sobre os incêndios,
tornou-se necessário classificá-los, para que seu estudo e
técnicas de extinção fossem aprimoradas. Para tal eles foram
classificados quanto ao combustível e quanto à proporção.

1.8.1 QUANTO À PROPORÇÃO

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Para esta classificação será levado em conta sua


dimensão, intensidade, e os meios empregados para
extinção:

1.8.1.1 Princípio de Incêndio


Também conhecido como incêndio incipiente, é um
evento de mínimas proporções que requer para sua extinção,
um ou mais aparelhos extintores portáteis. São incêndios em
sua fase inicial.
Ex.: Fogo numa cesta de lixo; ou
Fogo em um aparelho eletrodoméstico.

Fig.15 Princípio de incêndio.

1.8.1.2 Pequeno Incêndio


É um incêndio que para sua extinção, requer pessoal
e material especializado, porém, sendo extinto com
facilidade, não apresenta risco imediato de propagação.
59
16 set 97 MT 001-01

São os incêndios na sua fase de evolução. Podem


ser extintos com uma linha de preventivo.
Ex.: Fogo que ocorre em um quarto ou outro
cômodo qualquer.

1.8.1.3 Médio incêndio


Devido à sua intensidade, necessita de um socorro
básico de incêndio para sua extinção, além de apresentar
grande risco de propagação.
Ex.: Incêndio em uma pequena residência, loja, etc.

1.8.1.4 Grande incêndio


Devido ao risco de propagação ser elevadíssimo, e a
grande área atingida, exigem mais de um socorro básico para
sua extinção.
Ex.: Incêndio do Edifício Joelma, Incêndio na
Fábrica Formiplac, etc.

1.8.1.5 Incêndios extraordinários


São aqueles provocados por fenômenos da natureza
ou por bombardeios.
Ex.: Vulcões, tempestades elétricas, bombardeio
nuclear e outros.

1.8.2 QUANTO AO COMBUSTÍVEL


A determinação precisa da classe do combustível
envolvida irá determinar que técnicas de combate devem ser
empregadas, bem como qual o agente extintor e a forma de
emprego correta a ser utilizada.
A portaria no 3214, de 08 de junho de 1978, do
Exmº Sr. Ministro do Trabalho que regulamentou o disposto
do artigo 200, inciso IV, da Consolidação das Leis

60
16 set 97 MT 001-01

Trabalhistas (CLT), com redação dada pela Lei nº 6514, de


22 de dezembro de 1977 estabelece a seguinte classificação
de incêndios:

1.8.2.1 Classe A
São aqueles materiais de fácil combustão, com a
propriedade de queimarem em sua superfície e profundidade,
deixando resíduos sólidos após a queima (cinzas).
Como maior exemplo temos os combustíveis
sólidos (madeira, papel, palha, tecido, etc.).

Fig. 16 Incêndio em madeiras.

1.8.2.2 Classe B
São aqueles materiais considerados combustíveis ou
inflamáveis que queimam somente em sua superfície, não
deixando resíduos, como melhor exemplo tem-se os líquidos
combustíveis ou inflamáveis: gasolina, óleos, graxas, tintas,
álcool, vernizes, etc.
61
16 set 97 MT 001-01

Fig.17 Incêndio em líquido inflamável.


1.8.2.3 Classe C
São os incêndios que ocorrem em equipamentos
elétricos energizados, como: motores, transformadores,
quadros de distribuição, fios, etc. Estes incêndios, após os
equipamentos serem desenergizados, podem ser combatidos
como outra classe, normalmente "A". Todavia, deve-se ter
cuidado com aparelhos que possuem capacitores, como
aparelhos de televisão, que mesmo depois de desligados
continuam energizados.

Fig. 18 Incêndio em equipamento energizado.


62
16 set 97 MT 001-01

1.8.2.4 Classe D
São aqueles que ocorrem em metais pirofóricos,
como por exemplo: magnésio, potássio, alumínio em pó,
zinco, sódio, titânio, etc.

Fig. 19 Incêndio em Lítio e Cádmio.

Existem outras classificações que dão grande ênfase


ao estudo dos líquidos inflamáveis, como é o caso da
classificação apresentada por James D. Birchall (“The
Classificacion of Fire Hazards and Extinction Methods”
London). Nessa classificação, a grande alteração está nos
líquidos que são divididos em quatro classes distintas. Como
é mostrado a seguir:
a) Classe A: madeira, papel, tecidos em geral,
resíduos diversos como por exemplo: lixo;
b) Classe B: Liquido insolúveis em água , com
ponto de fulgor abaixo de 76,6ºC como por
exemplo: petróleo, benzeno, querosene, estireno,
tolueno, xileno, clorobenzeno, dimetilcicloexano,
metil - propionato, metilcicloexano, naftaleno;
63
16 set 97 MT 001-01

c) Classe C: Líquidos solúveis em água, com ponto


de fulgor abaixo de 76,6ºC (ácido acético glacial,
acetona, álcool metílico, álcool etílico, álcool
butílico, álcool amílico, dissulfeto de carbono,
formaldeído, piridina, éter, vinílico);
d) Classe D: líquidos solúveis em água com ponto
de fulgor acima de 76,6ºC: óleos lubrificantes,
óleos para transformadores, óleos combustíveis
de alto ponto de fulgor, óleos vegetais, etc;
e) Classe E: Líquidos solúveis em água com ponto
de fulgor acima de 76.6ºC (glicerol,
aminoetiletanolamina, bensil, celusolve butil-
carbitol, acetato, dietilenoglicol
dipropilenoglicol, dietil, carbitol, dietalonamina,
dimetoxitetra-glicol, etileno, glicol-metil,
carbitol-monoeta-nolamina, tri-
isopropanolamina);
f) Classe F: Metais (alumínio, antimônio, cádmio,
lítio, magnésio, potássio, selênio, sódio, titânio,
zinco-zircônio); e
g) Classe G: Equipamentos elétricos energizados.
Como se verifica na 2ª classificação, muito mais
completa e minuciosa, é a que melhor se aplica em
complexos industriais, onde há multiplicidade de riscos.
Contudo, muito embora esta classificação seja mais técnica,
a lª continua sendo adotada universalmente como regra geral.

1.9 MÉTODOS OU PROCESSOS DE EXTINÇÃO DOS


INCÊNDIOS
Conhecido o triângulo do fogo, este só existirá
quando estiverem presentes os três elementos essenciais da
combustão. Calçado neste conhecimento é que se baseiam os
métodos modernos de combate a incêndios. Portanto para

64
16 set 97 MT 001-01

extinguí-lo, basta desfazer o triângulo, isto é, retirar um de


seus lados, logo, existem três possibilidades básicas para a
extinção de um incêndio.
Os três primeiros métodos são bem conhecidos:
retirada do combustível ou isolamento, abafamento e
resfriamento.
Existe o quarto método, com o qual forma-se outro
elemento geométrico figurativo, o quadrilátero do fogo, que
utiliza-se da supressão dos radicais químicos livres ou
extinção química, embora já seja usado na prática há algum
tempo, somente há alguns anos teve sua conceituação
determinada e explicada pelos químicos e físicos.

1.9.1 RETIRADA DO COMBUSTÍVEL


A retirada do material ou controle do combustível,
é o método de extinção mais simples na sua realização, pois,
é executado com a força física e com os meios de fortuna,
não exige aparelhos especializados, consiste na retirada,
diminuição ou interrupção com suficiente margem de
segurança do campo de propagação do fogo, do material
ainda não atingido pelo incêndio. Como exemplo do
emprego deste tipo de extinção, citamos o acero praticado
nos casos de incêndio florestais, que interrompem a
continuidade do fogo, facultando o seu domínio.
No caso de incêndios de penetração, em silos e
pilhas de materiais combustíveis sólidos, freqüentemente o
único método prático de extinção é a remoção do
combustível não queimado da área de incêndio. O
esvaziamento, por bombas, de um tanque de armazenamento
de líquido inflamável incendiado e a extinção de incêndio
em gás, constituem exemplos da aplicação deste principio.

65
16 set 97 MT 001-01

Fig. 20 Retirada do material.

1.9.2 RESFRIAMENTO
O resfriamento ou o controle do calor, é o método
de extinção mais usado. Consiste em retirar calor do material
incendiado até um ponto determinado, abaixo do qual ele
não queima ou não emite mais vapores que por efeito do
calor reagem com o oxigênio produzindo a combustão. O
agente usado comumente para combater incêndio por
resfriamento é a água. Esta substância além de existir em
grande abundância na natureza, devido as suas
características e propriedades é simples sua utilização pelos
bombeiros. Também é a substância com maior capacidade de
absorver calor (seu calor específico e o seu calor latente são
mais altos do que o de outros agentes extintores).

66
16 set 97 MT 001-01

Fig. 21 Resfriamento.

1.9.3 ABAFAMENTO
O abafamento ou controle do comburente, é o mais
método de extinção o mais difícil, pois somente os pequenos
incêndios podem ser abafados com tampas de vasilhames,
panos, cobertores, etc., enquanto que para outros de maiores
proporções, são necessários aparelhamentos e produtos
específicos para se conseguir o abafamento. Consiste na
eliminação do oxigênio das proximidades imediatas do
combustível, e desde modo, interrompendo o triângulo do
fogo e, consequentemente, a combustão. A eliminação do
oxigênio para a extinção da combustão, não precisa ser total,

67
16 set 97 MT 001-01

basta diminuir sua porcentagem na atmosfera, ou seja,


segundo experiências em laboratórios, verificou-se que as
chamas existem somente em ambientes com mais de 13% de
comburente, portanto, qualquer meio de abafamento
empregado e que consiga reduzir a porcentagem de oxigênio
abaixo desta taxa, dominará as chamas. Como conseqüencia
todos os incêndios em corpos líquidos ou gasosos ficarão
completamente extintos. Se o combustível for sólido, o fogo
permanecerá sob a forma de combustão lenta, sem chamas, e
assim permanecerá até que a concentração de oxigênio atinja
a proporção de 6%, abaixo da qual nenhuma forma de
combustão existirá.
A extinção mediante abafamento não pode ser
realizada em certos compostos, como por exemplo, o nitrato
de celulose, o qual contém o seu próprio suprimento de
oxigênio em sua composição química.

Fig. 22 Chamas vivas (O2 suficiente)

68
16 set 97 MT 001-01

Fig. 23 Resultado da falta de O2.

Fig. 24 Abafamento.

1.9.4 EXTINÇÃO QUÍMICA


Desde há algum tempo, tem sido do conhecimento
dos especialistas, que a eficiência de certos hidrocarbonetos
halogenados e sais inorgânicos, como agentes extintores,
deve-se a alguma propriedade especial destes agentes.

69
16 set 97 MT 001-01

Quando foi desenvolvido pela primeira vez o pó químico


seco (a base de bicarbonato de sódio) como agente extintor,
os especialistas pensavam que sua eficiência era devido ao
fato de que, quando o pó se aquecia, um dos seus produtos
principais era o bióxido de carbono (CO2) gerado. Esta
hipótese foi abandonada quando se demonstrou que o pó
químico seco era aproximadamente duas vezes mais
eficiente que um volume igual de bióxido de carbono.
As pesquisas recentes vieram de encontro à teoria
da extinção química, a qual atribui a eficiência da extinção
dos hidrocarbonetos halogenados e dos sais inorgânicos, a
uma reação química que interfere na cadeia de reações que
se realiza durante a combustão. A citada reação rompe a
cadeia e assim, interrompe a combustão.
A parte ativa da molécula do hidrocarboneto
halogenado no mecanismo do rompimento da cadeia é o
átomo de halogêneos, e a eficiência dos halogêneos, na
ordem decrescente, é o iodo, bromo, cloro e flúor. Os
estudos dos sais inorgânicos em incêndios, indicam que os
sais dos metais alcalinos são os mais eficientes. Os mais
usados são os de sódio e potássio

Fig. 25 Quebra da reação em cadeia.


70
16 set 97 MT 001-01

1.10 O CALOR NOS INCÊNDIOS


O calor é uma forma de energia que, nos incêndios,
provem da transformação da energia química. Fator que mais
dificulta a ação dos bombeiros durante a extinção dos
incêndios. e, como já foi visto, um dos elementos essenciais
à combustão. Conhecer seus efeitos e sua maneira de
propagação são dois fatores de grande importância tanto no
combate como na prevenção de incêndios. Produz efeitos
físico, químicos e fisiológicos nos corpos, quando atua sobre
seres vivos.
A teoria moderna do calor explica que devido ao
seu efeito, as partículas que compõe os átomos dos corpos
entram em movimento sob sua ação, intensificando-se de
acordo com a elevação da temperatura, portanto, o calor é a
energia cinética dos átomos.
“Calor é a energia térmica em trânsito, entre
corpos ou sistemas, decorrentes apenas da existência de uma
diferença da temperatura entre eles.”
Como conseqüência do aumento de intensidade do
calor nos corpos, estes apresentarão sucessivas
modificações, inicialmente físicas e posteriormente
químicas. Assim por exemplo, se aquecido um pedaço de
ferro, inicialmente aumentará sua temperatura, a seguir seu
volume, continuando o aquecimento, troca de cor, perda da
forma, até atingir seu ponto de fusão, quando se transforma
em líquido, insistindo no aquecimento, ele gaseifica-se e se
queima em contato com o oxigênio, transformando-se em
outro corpo.
O calor pode ser produzido das seguintes maneiras:
a) Pela transformação da energia mecânica, como
acontece quando friccionamos um corpo sobre
outro, e quando há pressão ou choque;

71
16 set 97 MT 001-01

b) Pela transformação da energia química, através


das reações endotérmicas e exotérmicas (como se
apresenta nos incêndios); e
c) Pela transformação de energia elétrica, como
acontece na passagem de uma corrente elétrica
através de um corpo condutor.

1.10.1 EFEITOS FÍSICOS DO CALOR

1.10.1.1 Elevação de temperatura


O primeiro efeito do calor é a elevação da
temperatura. Este fenômeno se desenvolve com maior
rapidez em alguns corpos, por exemplo, os metais que são
bons condutores de calor, enquanto nos maus condutores de
calor, a transmissão é feita com maiores dificuldades e a
elevação de temperatura nesses corpos se processa mais
vagarosamente, exemplo: amianto.
Esta sua propriedade é aproveitada para a confecção
de materiais de combate a incêndio como roupas e mantas de
proteção. Estes conhecimentos são de grande valia na
prevenção, pois nunca se deve deixar materiais combustíveis
em contato com corpos bons condutores sujeitos a uma fonte
de aquecimento.

72
16 set 97 MT 001-01

Fig. 26 Exposição a uma fonte de calor


provoca aumento de temperatura.

1.10.1.2. Variação de volume


O segundo efeito do calor é a variação de volume
dos corpos, fenômeno que durante os incêndios pode
provocar graves acidentes como desmoronamentos, rupturas
de tubulações e, até explosões. Todos os corpos sólidos,
líquidos ou gasosos se dilatam e se contraem segundo o
aumento ou a diminuição da temperatura.
A atuação do calor durante os incêndios, através de
sua elevação ou sua repentina redução, pela ação da água,
durante o combate ao fogo, não se faz de maneira uniforme
sobre todos os materiais, acrescenta-se ainda o fato de que o
coeficiente de dilatação ou contração dos diversos materiais
são diferentes, à vista destes, como conseqüência dos
trabalhos provocados pelo calor nos diferentes corpos,
73
16 set 97 MT 001-01

formam-se tensões internas no mesmos, provocando rupturas


que podem ocasionar desmoronamento
O aumento de volume dos gases é a causa das
explosões. Se um gás for aquecido num recinto fechado, de
modo que não possa se expandir, a pressão aumentará na
mesma proporção. Em um cilindro de oxigênio com 150atm,
a pressão aumentará até 300 atm com um aquecimento de
300ºC; e a 600ºC a pressão aumentará até 450 atm,
ocorrendo um grande risco de explosão. Num aquecimento
por desigual os locais aquecidos se dilatam mais que os
outros. O material ficará, em conseqüência, com tensões
internas. Daí rompe-se alguns materias como vidro e granito

Fig. 27 Aumento de volume e


comprimento dos corpos.

1.10.1.3 Dilatação linear


É aquela que resulta somente das variações das
dimensões lineares como comprimento, largura, altura,
74
16 set 97 MT 001-01

diagonal, raio ou qualquer outra dimensão linear do sólido.


Exemplo: uma barra de aço de 1cm de comprimento se
alonga a aproximadamente 10cm, na temperatura de 700ºC.

1.10.1.4 Dilatação superficial


Considera-se como sendo aquela em que um corpo
de formato quadrado, após ser submetido a uma temperatura
inicial tº dilata-se em todas as direções e, continuará a ter o
mesmo formato após atingir uma temperatura final.
A dilatação violenta de materiais a base de ferro,
que podem dilatar até dez centímetros, quando uma barra de
um metro é aquecida a 700ºC, durante os incêndios, pode
determinar desabamentos e quedas de materiais.
A conseqüência deste efeito do calor, que pode
trazer problemas durante o combate de incêndios, é a
modificação da resistência, que, conforme o material, pode
perder completamente sua estrutura. Como conseqüência
pode-se ter quedas, desmoronamentos de materiais e
desabamentos de prédios.
A dilatação dos líquidos também pode produzir
situações perigosas, provocando transbordamento de
vasilha, rupturas de tubulações e vasos que, se contiverem
produtos perigosos, poderá trazer graves conseqüência. Por
exemplo: pode-se citar que 1000 cm3 de água ao aquecer-se
de 40 ºC a 100ºC aumenta para 43 cm3.
A dilatação dos gases se reveste de mais um perigo
que é o risco de explosão, pois ao serem aquecidos até 273ºC
dobram seu volume, a 546ºC triplicam, e assim
sucessivamente.
Os gases liqüefeitos comprimidos e dissolvidos
sobre pressão, sob a ação do calor como não podem se
expandir, aumentam a pressão no interior das vasilhas que os
contêm, e se não cessar o aumento de temperatura ou ocorrer

75
16 set 97 MT 001-01

um escape suficiente de gases através de dispositivos de


segurança, poderá ocorrer o risco de uma explosão devido à
ruptura das paredes da vasilha e da violenta explosão dos
gases. Lembramos que os vapores de líquidos inflamáveis ou
não, se comportam como gases.
O aumento de volume dos gases é a causa nas
explosões. Se um gás for aquecido num recinto fechado, de
modo que não possa se expandir, a pressão aumentará
correspondentemente. Em um cilindro de oxigênio com 150
atm a pressão aumentará até 300 atm com um aquecimento
até 300 ºC e a 600ºC a pressão aumentará até 450 atm..

1.10.1.5 Dilatação volumétrica ou cúbica


Característica de materiais que se dilatam em todas
as direções, ou seja, tridimensionalmente. Exemplo: l litro de
água se dilata 43 cm3 ao passar de 40ºC a 100ºC, com
proporção de variação volumétrica da ordem de 4,3%.

1.10.1.6 Variações do estado da matéria


É a mudança do estado físico da matéria, os corpos
sólidos vão perdendo a forma e se transformam em líquidos,
estes por sua vez em gases. Este efeito do calor, além de
provocar derramamentos que podem facilitar a propagação
do fogo, podem ocasionar início de incêndios, devido à
gaseificação de materiais combustíveis e mesmo ocasionar
explosões.
As variações do estado por efeito do calor são
denominadas:
a) Fusão: do estado sólido para o líquido;
b) Solidificação: do estado líquido para o sólido;
c) Sublimação: do estado sólido direto ao gasoso e
vice-versa;
d) Condensação: do estado gasoso ao líquido;

76
16 set 97 MT 001-01

e) Vaporização: do estado líquido ao gasoso;

AQUECIMENTO

SUBLIMAÇÃO

FUSÃO VAPORIZAÇÃO

SÓLIDO LÍQUIDO GASOSO

SOLIDIFICAÇÃO CONDENSAÇÃO

RESFRIAMENTO

Fig.. 28 Variações do estado da matéria.

1.10.2 EFEITOS QUÍMICOS DO CALOR


Quando aos efeitos químicos do calor, convém
lembrar que determinadas substâncias aumentam sua
afinidade de reagir com outras, podendo dar lugar a reações
perigosas que produzem explosões ou gases venenosos, isto
sem considerar os fenômenos da oxidação que constituem a
combustão normal.
Está intimamente ligado à velocidade de reação. Ao
se fornecer calor a um sistema, este poderá, dependendo dos
componentes que estão envolvidos, alterar a velocidade da
reação, processando-se assim mais rapidamente

77
16 set 97 MT 001-01

Fig. 29 Transformação de uma substância


química em outra pelo calor

1.10.3 EFEITOS FISIOLÓGICOS DO CALOR


Em relação aos efeitos fisiológicos do calor, sabe-se
que ele desempenha importante papel tanto na vida animal
como na vegetal, pois é absolutamente necessário
permanecer dentro de um limite de temperatura. O calor em
níveis muito elevados ou muito baixos ocasiona distúrbios
em vários níveis a saber:

1.10.3.1 Exautão pelo calor


Os indivíduos submetidos ao calor perdem grandes
quantidades de eletrólitos pela transpiração, podendo em
pouco temo sofrer desmaio (estado de choque)

1.10.3.2 Danos ao sistema respiratório


78
16 set 97 MT 001-01

São queimaduras internas, assemelhando-se a


queimaduras químicas, pela inspiração do ar aquecido e/ou
vapores aquecidos.

1.10.3.3 Vaso dilatação periférica


Quando a quantidade de calor que o corpo perde por
condução, convecção ou radiação é menor que o calor
ganho, a primeira ação corretiva que se procede no
organismo é a vaso-dilatação periférica, que implica num
maior fluxo de sangue na superfície do corpo e num aumento
da temperatura da pele, estas alterações resultam em um
aumento da quantidade do calor perdido ou em uma redução
do calor ganho.

1.10.3.4 Desidratação
No estágio inicial reduz o volume de sangue e
promove a exautão. Em casos extremos produz distúrbios na
função celular, provocando até a deterioração do organismo,
uremia temporária, febre que pode levar ao óbito.

1.10.3.5 Distúrbios visuais


Geralmente ocorrem com indivíduos que trabalham
com exposição direta ao calor, como exemplo: a catarata dos
vidraceiros.

1.10.3.6 Envelhecimento precoce.


O calor acelera as reações químicas, portanto,
organismos expostos por longos e contínuos períodos ao
calor apresentam envelhecimento precoce, pois o
metabolismo é acelerado,acelerando o envelhecimento.

1.10.3.7 Queimaduras

79
16 set 97 MT 001-01

Afecções resultante da atuação do calor sobre o


revestimento cutâneo, podendo ser térmicas, químicas,
elétricas e resultantes de radiação.

1.10.3.8 Choque térmico


É devido a um distúrbio do mecanismo termo-
regulador, que fica impossibilitado de manter um adequado
equilíbrio térmico entre o indivíduo e o meio.

1.10.4 MEDIDAS DE CALOR


Pode-se medir em um corpo a sua temperatura, que
é a intensidade de calor e também as calorias desprendidas
ou absorvidas e, portanto o calor é a causa e a temperatura o
efeito. Cada uma destas grandezas têm sua unidade própria
de medida.
A unidade de temperatura tem por fim avaliar a
sensação térmica que um corpo pode produzir, a unidade de
calor tem por fim avaliar a quantidade de calor que um corpo
absorve ou despreende, para alcançar determinada tempe-
ratura.
A temperatura de um material é a condição que
determina se o mesmo pode transferir ou receber calor.
A temperatura é medida pelos termômetros, os
quais são construídos com substâncias sensíveis que variam
seu volume ou forma, segundo seu aumento ou sua
diminuição, a medição também pode ser feita através da
mudança de energia, levando-se em consideração a diferença
de potencial.
Esses aumentos e diminuições são fixados para duas
temperaturas determinadas e a grandeza resultante entre
estes dois limites, é dividida em partes iguais denominadas
Graus. Existem várias escalas temométricas, portanto, o
valor grau varia segundo a que for usada.

80
16 set 97 MT 001-01

1.10.4.1 Escalas Termométricas

1.10.4.1.1 Escala Celsius ou Centígrado


Grau celsius ou centigrado (ºC) corresponde a 1/100
da diferença entre a temperatura do ponto de fusão do gelo e
do ponto de ebulição da água, a uma atmosfera de pressão.
Nesta escala “0” é o ponto de fusão do gelo e 100 o ponto de
ebulição da água;

1.10.4.1.2 Escala Fahrenheit


Grau Fahrenheit (ºF) corresponde a 1/180 da
diferença entre a temperatura do ponto de fusão do gelo e do
ponto de ebulição da água, a uma atmosfera de pressão. Na
escala Fahrenheit 32 é o ponto de fusão do gelo e 212 o da
ebulição da água.

1.10.4.1.3 Escala Kelvin ou Absoluta


Grau Kelvin ou Absoluta (ºK) corresponde a
valores que prevêem uma situação tal que as moléculas de
um corpo perderiam 7totalmente sua Energia Cinética, ou
seja suas artículas mais elementares estariam em repouso,
este estágio termométrico é chamado Zero absoluto, e
corresponderia a -273ºC.

1.10.4.2 Unidades de calor


As principais unidades de calor são as seguintes:
a) Caloria: é a quantidade de calor necessária a
elevar de 15º a 16ºC um grama de água. Utiliza-se também
uma unidade 1000 vezes maior denominada Grande Caloria
ou Kilocaloria, que é a quantidade de calor necessária a
elevar 15º a 16ºC um quilo de água;
b) British thermal unit (BTU): é a quantidade de
calor necessária a elevação de um grau Fahrenheit a

81
16 set 97 MT 001-01

temperatura de uma libra de água, medida a 60ºF, Um Btu


eqüivale a 252 calorias.
Como o calor pode ser medido em qualquer
unidade, pode-se converter Btu em joules: um Btu é igual a
1,055 joules; ou em hp (horsepower); um Btu é igual a
0,0236Hp.

1.10.5 PRINCÍPIOS BÁSICOS NA CALORIMETRIA


a) A quantidade de calor ganha por um corpo para
aumentar sua temperatura de um determinado
número de graus é a mesma que perde quando
sua temperatura diminui;
b) As calorias absorvidas ou despreendidas por um
corpo são proporcionais ao seu peso (Q=mc∆t);
c) A quantidade de calor absorvido ou despreendido
por um corpo para produzir-lhe uma variação de
temperatura, será sempre proporcional à variação
de temperatura (Q=mc∆t).
É importante entender a diferença entre calor e
temperatura. Calor é a energia térmica em trânsito ,ao passo
que temperatura é uma medida de intensidade na qual esta
energia transita. Por exemplo: queimando-se 1kg de gás
propano puro, obtêm-se a quantidade de calor equivqlente a
12.000 kcal, o qual pode ser usado para se elevar de 12ºC a
temperatura de 1.000kg de água.

1.10.5.1 Calor Específico


Calor específico de uma substância é a quantidade
de calor que ela absorve ou perde para variar de 1ºC a sua
temperatura, comparando com o que absorveria nas mesmas
condições igual peso da água.
Também chamado de capacidade térmica de uma
substância e na unidade corresponde ao número de Btu

82
16 set 97 MT 001-01

necessários para elevar a temperatura de uma libra dessa


substância de 1ºF.
Os valores dos calores específicos das diferentes
substâncias variam grandemente e, com exceção da água, seu
valor é sempre menor que a unidade.
O calor específico é muito importante em prevenção
de incêndio, pois indica a relativa quantidade de calor
necessária para a elevação da temperatura de uma substância
até atingir um ponto perigo; ou então a quantidade de calor
que precisa ser removida dessa substância para resfriá-la a
uma temperatura de segurança.
Uma das razões da eficiência da água como agente
extintores é devido seu valor específico ser maior que das
demais substâncias.
Conhecendo-se o calor específico de um corpo,
torna-se fácil determinar a quantidade de calor que ele ganha
ou perde quando aumenta ou diminui sua temperatura.
Assim, suponha que seja “m” a massa de um corpo em
quilogramas, “c” o seu calor específico e “t0” a sua
temperatura inicial. Se desejarmos saber a quantidade de
calor necessária para que esse corpo atinja a temperatura
“Tf ”, opera-se m x c x ( Tf-T0 ), isto é, sua massa
multiplicada por seu calor específico e pela diferença entre
as temperaturas final e inicial.
Calor específico de alguns corpos

SUBSTÃNCIA CALOR ESPECÍFICO (CAL/gºC)


Ferro 0.114
Ouro 0.032
Prata 0.057
Vidro 0.198
Água 1.000

83
16 set 97 MT 001-01

Ao se queimar uma corpo, este despreenderá uma


determinada quantidade de calor que variará de acordo com
o seu calor específico e segundo os princípios básicos da
calorimetria. No quadro abaixo pode-se observar a
quantidade de calor desprendido por um quilo dos materiais
comumente encontrados em incêndio

SUBSTÃNCIA QUANTIDADE DE CALOR (Cal)


Madeira 3.300
Carvão de lenha 6.000
Cera 10.500
Madeira 10.000

Quando uma substância é transformada do estado sólido para


o líquido ou do líquido para o gasoso ela absorve calor,
inversamente quando convertida do estado gasoso para
líquido ou de líquido para o estado sólida ela libera calor.

1.10.5.2 Calor Latente


Calor latente é a quantidade de calor absorvida ou
liberada por uma substância ao passar de um estado físico
para outro, o calor latente recebe o nome do estado físico da
sua transformação.
Fase líquida para a gasosa: Calor Latente de
Vaporização, fase sólida para líquida: Calor Latente de
Fusão, e assim por diante. Ambos são medidos em calorias
ou Btu por unidade de peso.
O calor latente de fusão da água, a pressão normal,
no seu ponto de solidificação da água ou de fusão do gelo
,0ºC ou 32ºF, é de 143,4 Btu por libra, ou de 80 Cal/gºC.
O calor latente de vaporização da água no seu ponto
de ebulição, 100ºC ou 212ºF, é de 970,3 Btu por libra ou de
540 Cal/gºC.
84
16 set 97 MT 001-01

O alto calor latente de vaporização da água é outro


fator responsável pela sua alta eficiência como agente
extintor, pois são necessários 1293,7 Btu para converter
uma libra de gelo a OºC ou 32ºF em vapor.
O calor latente da demais substâncias comuns são
sensivelmente menor que o da água.
O calor absorvido pela água em um incêndio deixa
de ser utilizado na propagação das chamas, na vaporização
de outros líquidos ou na queima de sólidos.

1.10.6 TRANSMISSÃO DE CALOR


É de fundamental importância a transmissão do
calor, quer nos trabalhos de extinção, quer nos trabalhos de
prevenção.
É usual considerar três modos distintos de trans-
ferência de calor: condução, convecção e radiação. Na rea-
lidade, a distribuição de temperatura em um meio é
controlada pelos efeitos combinados desses três modos de
transferência de calor; por isso, não é possível isolar, real e
inteiramente, um modo das interações dos outros modos.

1.10.6.1 Condução
Condução é o modo de transferência de calor em
que a troca de energia tem lugar da região de alta
temperatura para a de baixa temperatura pelo movimento
cinético ou pelo impacto direto de moléculas, no caso de
fluidos em repouso, e pelo movimento de elétrons, no caso,
de metais. Num sólido que seja bom condutor elétrico, um
grande número livres se move através de uma rede; por isso
materiais bons condutores de eletricidade são geralmente
bons condutores de calor.
Pode-se também ainda definir condução como:
processo pelo qual o calor se transmite diretamente da

85
16 set 97 MT 001-01

matéria para matéria e de molécula para molécula, isto é sem


intervalos entre os corpos. Para que exista condução é
condição essencial a continuidade de matéria, entre a fonte e
calorífica e o corpo que recebe calor; como por exemplo:
uma barra de ferro aquecida numa extremidade, dentro de
pouco tempo estará aquecida na extremidade oposta.
A transmissão do calor não pode se interrompida
completamente por nenhum material de “isolamento
térmico”. Nesta conexão, o fluxo do calor não é similar ao
fluxo da água, o qual pode ser interrompido com uma
barreira sólida. Os materiais de isolamento de calor tem
baixa condutividade térmica, sendo que o calor os atravessa
lentamente, porém, volume algum isolante pode realmente
obstar o fluxo.
A quantidade de energia calorífica transferida entre
dois corpos em um dado espaço de tempo, é função da
temperatura potencial e da condutância da trajetória do
fluxo.
A condutância depende da condutibilidade térmica
do material, da área seccional, da trajetória do fluxo e do
comprimento da trajetória. A razão de transferência de calor
é simplesmente a quantidade de calor por unidade de tempo,
enquanto o fluxo de calor transferido por unidade de área da
secção do condutor por unidade de tempo. Condutibilidade
térmica de um material é o fluxo de energia térmica dado
para a unidade gradiente de temperatura, que diminue um
grau por unidade de distância.
A condução do calor através do ar e outros gases,
em condições usuais normais, não depende da pressão. No
vácuo absoluto não há condutibilidade de calor. Os sólidos
são melhores condutores que os gases, por isso os melhores
isolantes comerciais são constituídos de uma aglomerados de

86
16 set 97 MT 001-01

pequenas partículas de fibras ou substâncias sólidas por


“vazios” cheios de ar.
Em termos práticos a quantidade de energia térmica
transferida por condução varia de corpo para corpo e
dependerá da condutibilidade do material, da sua secção
transversal e do comprimento de trânsito de fluxo.

Fig. 30 Transferência de calor


através de um corpo.

1.10.6.2 Convecção
Se um fluido escoar sobre um corpo sólido ou
dentro de um canal, e se as temperaturas do fluido e da
superfície sólida forem diferentes, haverá transferência de
calor entre o fluido e a superfície sólida em conseqüência do
movimento do fluido em relação à superfície; este
87
16 set 97 MT 001-01

mecanismo de transferência do calor chama-se convecção.


Se o movimento do fluido induzido artificialmente, diga-se
por uma bomba ou ventilador, que força o fluxo do fluido
sobre superfície , diz-se que a transferência de calor se
processa por convecção forçada. Se o movimento de
temperatura do fluido resultar dos efeitos da ascensão
provocada pela diferença de densidade causada pela
temperatura do fluido, a transferência de calor se dá por
convecção livre, ou natural. Por exemplo: uma placa quente
suspensa verticalmente no ar frio parado provoca o
movimento da camada de ar adjacente à superfície da placa
pois o gradiente de temperatura no ar provoca um gradiente
de densidade que, por sua vez, ocasiona o movimento do ar.
Como o campo de temperatura no fluido é influenciado pelo
movimento do fluido.
Convecção está ligada com o fluxo de um material
líquido ou gasoso. Líquido e gases aumentam de volume
com seu aquecimento e desse modo tornam-se mais leves
que nos locais frios. Daí, por exemplo, num aquecedor o ar
quente e o ar frio flui para este local. Assim, surge no
interior de um recinto uma corrente de ar que transmite
calor. Não é a energia que se desloca mais sim o próprio
meio que a conduz consigo.
Convecção é um processo de transmissão de calor
que se faz através da circulação do meio transmissor: gás ou
líquido. É o caso da transmissão de incêndios, por
intermédio da massa de ar ou de gases quentes que se
deslocam do local do fogo para outros, as vezes, bem
distantes, levando calor suficiente para incendiar corpos
combustíveis com que entrem em contato. Os líquidos e os
gases quando aquecidos se expandem, tornando-se mais leve
e tendem a subir, deixando espaço para que outra camada
entre em contato com a fonte de calor e assim

88
16 set 97 MT 001-01

sucessivamente este é transmitido para outros corpos que


entrem em contato com as camadas aquecidas. Normalmente
a convecção se faz no sentido vertical, entretanto correntezas
de ar pode conduzir o calor por convecção em qualquer
direção.

Fig. 31 Movimentação de massas gasosas transporta


o calor para cima e horizontalmente no andares.

1.10.6.3 Radiação
Todos os corpos emitem continuamente energia em
virtude da sua temperatura; a energia assim emitida é a
radiação. A energia da radiação emitida por um corpo é
transmitida no espaço em forma de ondas eletromagnéticas,

89
16 set 97 MT 001-01

de acordo com a clássica teoria eletromagnética de Maxwell;


ou na forma de fótons discretos, conforme a hipótese de
Planck. Ambos os conceitos foram utilizados na investigação
da transferência radiante do calor. A emissão ou absorção da
energia radiante por um corpo é um processo de massa; isto
é, a radiação, que se origina no interior do corpo, é emitida
através da superfície. Inversamente, a radiação que incide na
superfície de um corpo penetra até profundezas do meio,
onde é atenuada.
Quando uma grande proporção da radiação
incidente é atenuada, a uma distância muito pequena da
superfície, pode-se falar da radiação como absorvida ou
emitida. Por exemplo, a radiação térmica incidente numa
superfície metálica é atenuada ao longo da distância de uns
poucos ângströms da superfície; por isso, os metais são
opacos à radiação térmica
A radiação solar incidente sobre um volume de água
é gradualmente atenuada pela água à medida que o feixe
penetra nas suas profundezas. Igualmente, a radiação solar
incidente em uma lâmina de vidro é parcialmente refletida, e
o restante é transmitido. Por isso, a água e o vidro são
considerados semitransparentes à radiação solar.
É somente no vácuo que a radiação se propaga
absolutamente sem nenhuma atenuação. Também o ar
atmosférico de uma sala, para todas as finalidades práticas, é
considerado transparente à radiação térmica, pois a
atenuação da radiação pelo ar é insignificante, a não ser
numa camada com vários quilômetros de espessura.
Radiação é uma forma de transmissão do calor por
meio de ondas de energia calorífica que se desloca através
do espaço ou materiais. O calor radiante também atravessa
livremente gases constituídos de duas moléculas simétricas
como o oxigênio O2, o nitrogênio N2 e o hidrogênio H2 ,

90
16 set 97 MT 001-01

logo, normalmente, não há absorção de calor pelo ar


atmosférico, exceto por alguns componentes ou
contaminantes com o vapor d água, o monóxido de carbono,
o dióxido de carbono, o dióxido de enxofre e
hidrocarbonetos, entretanto, as concentrações destes
componentes do ar são suficientemente pequenas para que o
total de energia absorvida tenha alguma significação.
A quantidade e a qualidade do calor irradiante
depende unicamente da temperatura e da extensão superficial
da fonte de irradiação. O calor radiante é transmitido em
linha reta e em todos os sentidos, esfericamente, até
encontrar um obstáculo, quando será absorvido e começará a
se propagar por condução no mesmo, ou se a superfície do
obstáculo for brilhante será refletido. Sua intensidade é
proporciona 1`a temperatura do foco e diminui com a
distância.
Nos grandes incêndios é possível a propagação do
referido incêndio à exposição pelo calor radiante. Em
prevenção de incêndio, o calor das radiação de fornalhas e de
outras fontes intensas de calor, devem ser consideradas como
possíveis causas de incêndio, por isso os materias nas
circunvizinhanças que possam absorver este calor e se
incendiar, devem ser protegidos com anteparos opacos.

Fig. 32 Ondas caloríficas atingem


91
16 set 97 MT 001-01

os objetos, aquecendo-os.

2 AGENTES EXTINTORES

2.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS


Agentes extintores são produtos químicos usados na
prevenção e extinção de incêndios e na prevenção ou
supressão de explosões. Habitualmente são utilizados através
de equipamentos especializados móveis ou fixos, com a
finalidade de projetar os mesmos contra o fogo ou no
ambiente a fim de prevenir, combater ou suprimir incêndios
ou explosões.
Nesta seção serão estudados os agentes extintores
nas suas propriedades, características de extinção, riscos à
pessoa humana, maneira de empregá-los e os aditivos que
existem para melhorar, ampliar ou facilitar sua utilização ou
função extintora.
Os agentes extinguem o fogo física ou
quimicamente, podendo também às vezes; combinar estas
duas ações. São armazenados e utilizados nos estados:
sólido, líquido ou gasoso. Existem aqueles que executam a
extinção nos estados líquido e gasoso, outros são aplicados
líquidos, entretanto sua ação só é efetivada quando no estado
gasoso, ou vaporizado. Os sólidos, mesmo atuando neste
estado, geralmente recebem tratamentos para que se
comportem como fluídos com a finalidade de serem
empregados através dos equipamentos e instalações de
combate ao fogo.
Os agentes extintores mais conhecidos e utilizados
para a prevenção, combate ou supressão de incêndio ou
explosão, são os seguintes:
a) Água;

92
16 set 97 MT 001-01

b) Espuma;
c) Dióxido de carbono;
d) Hidrocarbonetos halogenados; e
e) Pós químicos.

2.2 ÁGUA
A água é o agente extintor de incêndios mais antigo
e mais utilizado através dos tempos, sendo a substância mais
difundida na natureza e de valor financeiro irrelevante em
relação aos outros agentes existentes. Portanto, é de grande
importância ao Corpo de Bombeiros, a quem cabe prevenir,
controlar e extinguir os incêndios; para tanto, é necessário
conhecer suas propriedades para um bom emprego como
principal ferramenta nos trabalhos de combate à incêndio.
Nesta subseção serão analizadas suas características físicas e
químicas relativas à sua ação extintora, como também suas
limitações, e especialmente as suas diversas maneiras de
extinguir o fogo através das ações de resfriamento,
abafamento, emulsificação e diluição, com também suas
formas de emprego adequadamente corretas.

2.2.1 PROPRIEDADES FÍSICAS E QUÍMICAS DA ÁGUA


A água pode ser encontrada na natureza sob os três
estados físicos fundamentais da matéria, ou seja, sólido,
líquido ou gasoso. Seja qual for o seu estado físico, a sua
constituição química é invariável, possuindo a seguinte
fórmula molecular: H2O, isto é, sua molécula compõe-se de
dois átomos de hidrogênio e um átomo de oxigênio com peso
molecular igual a 18 u.m.a, sendo este fato desconhecido até
os fins do século XVIII, quando Lavoisier, célebre químico
francês, provou cientificamente.
Em condições normais de temperatura e pressão, a
água é líquida, solidificando-se a temperatura de 0ºC e

93
16 set 97 MT 001-01

vaporizando-se a 100ºC, pois as temperaturas citadas variam


de acordo com a pressão e esta em conformidade com a
altitude. Nos três estados apresenta-se transparente, insípida
e inodora.

Fig. 33 Estados físicos da água.

No estado gasoso mantém-se incolor e transparente


até o início do processo de sua condensação, quando se
apresenta como uma nuvem branca e visível devido a perda
de calor. Sua vaporização é na proporção de 1 litro de
líquido para a produção de 1700 litros de vapor.

Fig. 34 Passagem do estado líquido


para o gasoso.

Para atingir o ponto de ebulição em um litro de água


líquida a 20ºC, é necessário 80 calorias e mais 540 calorias
94
16 set 97 MT 001-01

para a evaporação, chegando a um total de 620 calorias no


final do processo. Esta propriedade é de grande importância
na extinção por resfriamento.
Para elevar a temperatura de uma libra de água a
1°F é necessário um btu, este é calor específico da água,
portanto, para elevar a temperatura de uma libra de água de
32°F a 212°F são necessários 180 btu. Correspondentemente,
para elevar a temperatura de um quilograma de água de 0°C
a 100°C são necessários 100 calorias.
A água alcança sua maior densidade e peso aos 4°C
e também o seu menor volume, onde um centímetro cúbico
de água destilada pesa um grama. É um dos principais
solventes da natureza, possui uma excelente estabilidade
química, porém pode ser decomposta em seus componentes
pela ação da corrente elétrica, e por temperaturas acima de
1200°C, produzindo o perigoso gás hidrogênio e o
comburente oxigênio.
O ferro e o cobre, quando em brasa, também a
decompõem. O potássio, o sódio e o cálcio reagem
violentamente com ela, decompondo-a a frio e incendiando-
se ao seu contato. O flúor e o cloro a decompõe, produzindo
os ácidos fluorídrico e clorídrico.

2.2.2 FORMAS DE EMPREGO


Nos serviços de prevenção e combate a incêndios
realizados pelo Corpo de Bombeiros e pelas instalações fixas
de prevenção contra incêndios, se faz necessário, conhecer
as formas de emprego da água, para uma utilização criteriosa
e eficiente por parte dos elementos que encontram-se
envolvidos diretamente no combate ao fogo.
A água pode ser aplicada no estado líquido através
de jato compacto, de neblina, nebulizada ou pulverizada, e
no estado gasoso na forma de vapor.
95
16 set 97 MT 001-01

No estado sólido a água pode causar transtorno para


os equipamentos de combate de incêndio, destruindo-os ou
impedindo o seu uso devido, pois há um aumento em cerca
de 10% no seu volume inicial. Por este motivo, nos locais
sujeitos a temperaturas que implicam no congelamento da
água, raros no Brasil, empregam-se ante-congelantes para
proteção e funcionamento do equipamento.

2.2.2.1 Jato Compacto


É empregado com a água no seu estado líquido,
sendo a mais antiga forma de emprego da água com o uso de
tubulações. Sua ação extintora ocorre por resfriamento.
Constitui uma boa opção quando pretende-se atingir maiores
distâncias e um maior volume de água a ser empregado.
Recomenda-se sua utilização em incêndios de
classe A, porém deve-se verificar as condições de segurança
do operador, uma vez que o jato compacto não protege com
eficiência a pessoa que utiliza-o contra o calor e a fumaça.

Fig. 35 Jato compacto.

96
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2.2.2.2 Neblina
É empregada com a água no seu estado líquido. Sua
utilização surgiu com o avanço da tecnologia dos
equipamentos de combate à incêndio, principalmente dos
esguichos e “sprinklers” (chuveiros automáticos). Sua ação
extintora se dá por resfriamento e emulsificação nas classes
A e B respectivamente, e um pouco por abafamento. É uma
ótima opção quando se pretende atingir uma maior área com
quantidade menor de água.

Fig. 36 Jato neblina.

Ao contrário do jato sólido, a neblina protege o


homem com maior eficiência contra o calor e a fumaça,
permitindo sua aproximação ao fogo. Pode também ser
utilizada na retirada de fumaça em ambientes fechados.

2.2.2.3 Vapor
97
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É empregado com a água no seu estado gasoso.


Extingue incêndios através da exclusão do ar ou redução do
conteúdo do oxigênio do ar atmosférico, chamado processo
de abafamento, de maneira similar ao gás carbônico ou
outros gases inertes.
É difícil extinguir incêndio em combustíveis cuja
combustão forme brasas, em virtude do seu baixo poder
resfriador. Em alguns tipos de incêndios, como por exemplo
em nitrato de amônia e materiais oxidantes similares, o
vapor é completamente ineficaz.
O vapor é utilizado como agente extintor em
estabelecimentos com finalidades industriais, com emprego
ininterrupto, como por exemplo em navios e inúmeras
indústrias que se utilizam de caldeiras.
Onde for possível o seu aproveitamento, deverá ser
estudado um sistema de distribuição do vapor sobre os locais
mais perigosos, principalmente em compartimentos
fechados, pois, precisam ser tomadas providência para que o
vapor não atinja pessoas antes de se condensar. Há também,
determinados processos industriais que trabalham a quente,
onde o vapor é único meio seguro de extinção de incêndio.

2.2.2.4 Nebulizada
O conhecimento técnico da água nebulizada ou
pulverizada na proteção de incêndios é recente, as primeiras
experiências datam dos anos 50 nos Estados Unidos.
Durante os anos 60 e 70 desenvolveu-se intensa
atividade nesse sentido, e em 1980 foi utilizada pela primeira
vez em submarinos. Em 1984, tiveram início os estudos no
“Fire Rosearch Station”, da Grã-Bretanha, para a sua
aplicação em aviões.
Os objetivos fundamentais perseguidos pelo
trabalho de investigação sobre os sistemas de água

98
16 set 97 MT 001-01

nebulizada durante este tempo foram as limitações da


quantidade de água armazenada e descarregada, assim como
a sua aplicação em incêndios sobre líquidos inflamáveis e
equipamentos eletro-eletrônicos.
Os sistemas de água nebulizada têm sofrido um
elevadíssimo número de testes e ensaios pelas autoridades
responsáveis pela aprovação no campo industrial, tais como
o “Factory Mutual”, “Underwriter Laboratory”, etc.,
dispondo-se, atualmente, de vários sistemas e equipamentos
aprovados.
Ao contrário do que acontece com os sistemas de
extinção por gás, não existem gases de decomposição
térmica e os produtos de combustão, tais como o CO2 e o
CO, são decantados produzindo uma purificação do ar, que
permite o acesso imediato ao espaço afetado. Os níveis de
oxigênio se mantiveram sempre superiores a 17%, com
temperaturas ambientes, durante a descarga, inferiores a 60º
C.
A eficiência extintora da água nebulizada
fundamenta-se na pulverização da água utilizada, o que
otimiza os efeitos de resfriamento, atenuação do calor
irradiante e deslocamento do oxigênio na base do fogo.
Contudo, para se poder aproveitar estes efeitos é preciso que
a água nebulizada penetre nas chamas, alcançando sua base.

2.2.2.4.1 Normatização
A Norma NFPA 750 define como sistemas de água
nebulizada aqueles em que ao menos 99% do volume de
água utilizado se aplica em gotas de tamanho inferior a 1000
micras. Deste modo, subdividem-se os sistemas de água
nebulizada em três diferentes categorias:

99
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a) Baixa pressão, para os sistemas cuja pressão de


funcionamento é inferior ou igual a 12 bars (175
psi);
b) Pressão média, para os sistemas que operam com
pressões entre 12 bars e 33 bars (50 psi);
c) Alta pressão, para os que operam com pressões
superiores a 33 bars (500 psi).
A Norma também faz distinção entre sistemas que
utilizam somente um tubo e sistemas de dois tubos. Os
sistemas de dois tubos produzem a nebulização da água
mediante a mistura da mesma nas aberturas de ar e água.
Estes sistemas, ainda que efetivos em algumas aplicações,
apresentam a desvantagem do custo elevado e da
complexidade das instalações.
Geralmente, os sistemas de média e baixa pressão,
de um ou dois tubos, requerem um maior número de
aberturas para se conseguir os resultados de extinção que se
obtêm com os de alta pressão. Isto se deve, em parte, ao
maior tamanho médio das gotas produzidas, superior a 300
micras, o que obriga a utilização de maiores quantidades de
água para compensar a menor fração de gotas de pequeno
tamanho.

2.2.2.4.2 Segurança do pessoal exposto


A “Enviromental Protetion Agency” (EPA)
estabeleceu um programa de classificação e aceitação dos
novos agentes extintores que serão utilizados na substituição
dos halons. Este programa se denomina “Significant New
Alternatives Policy” (SNAP).
Para a aceitação dos sistemas de água nebulizada
em áreas normalmente ocupadas, a EPA constituiu uma
equipe médica para que estudasse os possíveis riscos que
poderiam apresentar, para a saúde dos ocupantes, a inalação

100
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de água nebulizada, com potencial de transportar produtos de


combustão, etc.
As conclusões do citado estudo colocaram em
evidência a falta de toxidade próxima e remota destes, tendo
sido aceitos os sistemas de água nebulizada para áreas
ocupadas sempre que for utilizado água potável ou água do
mar.

2.2.2.4.3 Aplicações
Os sistemas de água nebulizada são utilizados para
as seguintes aplicações, tal como prescreve a Norma NFPA
750:
a) Controle de incêndio: consiste na limitação do
crescimento e propagação de um incêndio,
molhando previamente os materiais combustíveis
adjacentes e controlando as temperaturas dos
gases de combustão no local. Esta é a aplicação
típica para a substituição dos sistemas de
“sprinklers”, com grandes vantagens em muitas
aplicações, tais como: navios, hotéis, escritórios,
etc., dada a limpeza e quantidade de água
empregada, assim como a maior eficácia do
controle do fogo pela água nebulizada em
comparação à água em gotas de “sprinklers”
convencionais.
b) Supressão do Incêndio: a redução substancial e
rápida dos fatores que acompanham o incêndio,
desprendimento de calor e emissão de gases
durante o tempo de duração da descarga.
c) Extinção do incêndio: a completa supressão do
incêndio até o desaparecimento total de materiais
em combustão. É a aplicação típica para a

101
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substituição dos sistemas de extinção por gás


(C02, halon, gases inertes, etc.).

2.2.2.4.4 Vantagens
Independente de sua utilização massiva ter sido
promovida pela interrupção da fabricação dos halons, a
realidade tem mostrado que este sistema desenvolve-se de
forma mais eficaz, econômica e confiável na proteção de
incêndios, que tradicionalmente era feita com halon e outros
sistemas de gás. Entre as características significativas que
avaliam as vantagens deste sistema podem ser citadas:
a) Economia do agente extintor;
b) Inocuidade para o pessoal exposto e equipa-
mento;
c) Controle de fumaça e gases postos, alta
capacidade de resfriamento e melhoria das
condições de acessibilidade;
d) Não necessitar de 100 % de estanqueidade;
e) Possibilidade de realizar teste periódicos com
custo mínimo;
f) Sistema 100% ecológico com possibilidades de
descargas múltiplas;
g) Facilidade de recarga e manutenção.

2.2.3 PROPRIEDADES EXTINTORAS


As propriedades extintoras da água são as seguintes:
resfriamento, abafamento, diluição e emulsificação. Estas
propriedades estão relacionadas direta ou indiretamente com
a forma a qual a água é empregada pelo Corpo de Bombeiros
ou instalações e equipamentos industriais e congêneres na
prevenção e extinção de incêndios.
A extinção somente é obtida quando o efeito do
agente extintor alcança o ponto onde a combustão ocorre.

102
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Por centenas de anos, o principal método de extinção se


limitava ao uso de jatos sólidos dirigidos à base do fogo e
aplicados de uma distância segura. Este mesmo método, com
a utilização de jatos através de esguichos, continua ainda
hoje como o mais convencional de extinção de incêndio,
entretanto, modernamente verificou-se a melhor eficiência
da água na forma de neblina e adotou-se esguichos
combinados para os jatos compactos e neblina. Outros
equipamentos têm sido descobertos para aplicação da água
em várias formas de neblina, chuveiros e “sprays”, os quais
têm sido cada vez mais utilizados em aparelhos e instalações
de combates em incêndios.

2.2.3.1 Extinção por Resfriamento


O fogo é extinto, normalmente, quando a superfície
de material em combustão é resfriada a fim de que sua
temperatura caia abaixo do ponto de combustão. O
resfriamento superficial, em geral, não é eficiente na
extinção de incêndios em gases e em líquidos inflamáveis
com ponto de fulgor abaixo da temperatura da água aplicada,
portanto, não é recomendada para líquidos inflamáveis com
ponto de fulgor abaixo de 38ºC.
A quantidade de água necessária à extinção,
dependerá da quantidade de calor a ser absorvido. A
velocidade de extinção dependerá da proporção de aplicação
de água em relação à quantidade de calor produzido, do grau
de cobertura possível e da forma e característica de aplicação
da água. A melhor maneira é aplicar a água no fogo de tal
modo que consiga o máximo efeito de resfriamento pela
absorção de calor. Para isto, é necessário que a água aplicada
seja aquecida até a temperatura de ebulição (100ºC), e seja
transformada em vapor. Este efeito é obtido com maior

103
16 set 97 MT 001-01

facilidade quando a água é aplicada em forma de neblina ou


nebulizada ou pulverizada, em vez de jato compacto.
Os principais efeitos de resfriamento, pela
utilização de água na forma de neblina ou nebulizada, são os
seguintes:
a) A quantidade de calor transferido é proporcional
à superfície exposta da água. Para uma dada
quantidade de água, sua superfície será
aumentada de acordo com sua conversão em
gotículas;
b) A quantidade de calor transferido, depende da
diferença de temperatura entre a água e o ar
atmosférico que envolve o fogo, como também
do material em combustão;
c) A quantidade de calor transferido, depende da
quantidade de vapor contido no ar (estado
higrométrico), particularmente no que se refere à
propagação do fogo;
d) A capacidade de absorção de calor, depende da
distância e da velocidade com que a água é
projetada na zona de combustão. Este fator exige
que uma considerável quantidade de água seja
dirigida para as partes em combustão.
A gotícula precisa ter tamanho suficiente para que
atinja a energia necessária para o ponto certo da combustão,
vencendo a oposição da gravidade e o movimento inverso do
ar causado pelas correntes térmicas ascendentes ou outras
correntes de ar.
Determinados materiais decompõem-se quimica-
mente com a elevação da temperatura, nestes casos a água
pode ser normalmente utilizada para resfriá-los abaixo da
sua temperatura de decomposição, a menos que o material
que queime reaja quimicamente com a água. Em um número

104
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limitado de casos, a água acelera a combustão, isto, às vezes,


também é desejável para redução do tempo de queima destes
materiais.
Um método de prevenção da combustão bastante
empregado, é a utilização da umidificação de materiais
combustíveis em áreas ainda não atingidas pelo fogo. A
absorção da água pelos combustíveis retarda a ignição
destes, pois a água precisa ser evaporada antes que a
temperatura de ignição destes combustíveis seja alcançada.

2.2.3.2 Extinção por Abafamento


A extinção realizada pela água por meio do
abafamento é feita quando esta encontra-se vaporizada.
Quando o vapor é gerado em quantidade suficiente, o ar
pode ser deslocado ou mesmo excluído da zona de
combustão. Incêndios de classe B podem ser extintos pela
ação de abafamento, a qual é facilitada pelo confinamento do
vapor gerado na zona da combustão. O processo de absorção
de calor só terminará quando o vapor começar a condensar.
Esta situação é evidenciada pela formação de nuvens de
vapor de água (fumaça branca).
A condensação ocorrendo acima da zona de
combustão não tem efeito de resfriamento no material que
queima, entretanto o vapor leva o calor para fora da referida
zona, que é inofensivamente dissipado nas nuvens de vapor
de água que se deslocam na área do fogo.
Incêndios em materiais comuns, classe A, são
extintos normalmente por resfriamento da água e não por
abafamento criado pela geração do vapor de água, embora
este tenha ação de supressão das chamas, mas não a de
combater completamente o fogo em profundidade destes
materiais.

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A água pode ser utilizada para abafar incêndios em


líquidos inflamáveis que têm o ponto de fulgor acima de
38ºC (100ºF), peso específico igual ou acima de 1,1 e não
seja solúvel em água.
A água também pode ser utilizada na forma de
vapor, isto normalmente acontece em estabelecimentos com
finalidades industriais, com emprego ininterrupto, como por
exemplo em navios e em inúmeras indústrias que se utilizam
de caldeiras, nestes casos são utilizados equipamentos
apropriados para tal finalidade. Onde for possível o seu
aproveitamento, deverá ser estudado um sistema de
distribuição do vapor sobre os locais mais perigosos,
principalmente em compartimentos fechados, pois, precisam
ser tomadas providências para que o vapor não atinja pessoas
antes de se condensar. Existem também determinados
processos industriais que trabalham a quente onde o vapor é
o único meio seguro de extinção de incêndio.

2.2.3.3 Extinção por Emulsificação


A emulsificação ocorre toda vez que líquidos
imissíveis são agitados juntos, e um dos líquidos se dispersa
através no outro em forma de pequenas gotículas. Pode-se
obter, pela aplicação da água, a extinção de incêndios em
líquidos inflamáveis viscosos, pois o efeito de resfriamento
que será proporcionado na superfície de tais líquidos, impe-
dirá a liberação dos vapores inflamáveis.
Normalmente na emulsificação, gotas de
inflamáveis ficam envolvidas individualmente por gotas de
água, ficando no caso dos óleos com aspecto leitoso. Em
alguns líquidos viscosos a emulsificação apresenta-se na
forma de uma espumação que retarda a liberação dos
vapores inflamáveis. É necessário cuidados redobrados na
utilização, deste método, em líquidos com grande

106
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profundidades, pois o efeito de espumação pode ser violento


a ponto de derramar líquido para fora do recipiente que o
contém.
O efeito de emulsificação é obtido por meio de
neblina de alta velocidade com partículas pesadas e os jatos
compactos devem ser evitados nos líquidos inflamáveis
viscosos, pois podem provocar violenta efervescência com
grande espumação (superebulição).

2.2.3.4 Extinção por Diluição


A diluição pode ser utilizada, em alguns casos, para
a extinção de incêndios em materiais solúveis em água. A
porcentagem de diluição necessária à extinção varia de
acordo com o volume de água e o tempo necessário a
extinção. Por exemplo, a diluição técnica pode ser usada
com sucesso em incêndios envolvendo álcool etílico ou
metílico derramado e espalhado no solo, onde for possível
estabelecer-se uma adequada mistura de água e álcool, não
inflamável.
A adição de água para alcançar a diluição, não deve
ser considerada uma técnica a ser utilizada em incêndios
envolvendo tanques, pois existe o risco de transbordamento e
derramamento de material ainda inflamado, devido a grande
quantidade de água necessária para se obter a extinção por
diluição. Existe ainda o risco da espumação, se a mistura
estiver aquecida acima do ponto de ebulição da água, que
poderia causar derramamento de material ainda inflamado.
Estes fatores tornam este método, na prática, bastante difícil
e perigoso, sendo indicado somente após consulta a técnicos
especializados na área.

2.2.4 CONDUTIVIDADE ELÉTRICA DA ÁGUA

107
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Desde o aparecimento da eletricidade, considera-se


inadequado o uso da água como agente extintor para
incêndios Classe C, devido a condutividade elétrica que a
água apresenta, tendo em vista as substâncias usadas em seu
processo de potabilidade, causando danos à segurança do
operador.
O meio mais comum de combate a incêndios desta
classe, é a eliminação da fonte de corrente elétrica para, só
depois, proceder o ataque utilizando água, ou simplesmente,
utilizar um outro agente extintor que não seja condutor de
corrente elétrica.
Os transtornos que a tática acima descrita
causavam, ocasionando o crescimento das proporções do
incêndio e, consequentemente, aumento dos danos materiais
e possivelmente das vítimas, levou vários pesquisadores a
realizarem estudos sobre o assunto.
Os estudos levaram em conta vários aspectos e
variáveis para se tentar encontrar uma tabela ou um método
que garantisse a segurança dos bombeiros no combate a
incêndios em materiais energizados, como:
a) Pureza e resistividade da água;
b) Voltagem e quantidade da corrente;
c) Resistência ao terra oferecida pelo corpo do
operador;
d) Tipo de jato;
e) Alcance e secção do corte transversal do jato;
f) Resistência ao terra através da mangueira;
O “Underwriter’s Laboratories Inc.” (UL)
pesquisou os efeitos da corrente elétrica sobre o corpo
humano tentando estabelecer limites de segurança para
operadores de equipamentos de extinção estabelecendo que
uma corrente de 1 a 3mA é perigosa.

108
16 set 97 MT 001-01

Estudou-se a condutibilidade da água e observou-se


que a variação do nível de impurezas da água e a dificuldade
na avaliação desta característica torna impreciso basear-se
neste aspecto como parâmetro de segurança.
A companhia “Toledo Edison” realizou testes de
campo descarregando água em uma fonte com um potencial
de terra de 85.500 V, equivalente a uma tensão fase de 138
KV. Os resultados foram enviados ao Instituto de
Eletricidade Edison que normatizou a uma corrente de fuga
abaixo de 1 mA, as distâncias de segurança descritas a
seguir:
a) Jato neblinado: distância mínima de 3,0 m;
b) Jato compacto de 1 ½”: distância mínima de
6,00m;
c) Jato compacto de 2 ½”: distância mínima de
10,00m.
No Brasil a companhia Furnas Centrais Elétricas
S/A realizou uma pesquisa de campo do uso de água, em jato
compacto, através de extintores em baixa tensão (480V) e
mangueiras em alta tensão (até 750KV) com segurança para
o operador. A técnica se basea no aterramento da viatura e
esguicho e a adição de um condutor metálico ao longo da
mangueira tornando-a condutiva (resistência total de dois
laces de 15m de mangueira era de aproximadamente
0,27ohms). Durante o estudo foram monitorados os
seguintes parâmetros:
a) Distância do esguicho até o corpo de prova;
b) Diâmetro da mangueira;
c) Diâmetro do esguicho;
d) Diâmetro do requinte;
e) Tipo de jato d’água;
f) Pressão da água;
g) Resistividade e temperatura da água;

109
16 set 97 MT 001-01

h) Tensão aplicada;
i) Corrente de fuga no esguicho;
j) Corrente de fuga da viaturas.
Monitorando a corrente de fuga, principal fator de
risco para o operador, concluiu-se que ela aumenta com:
a) Aumento da pressão d’água;
b) Aumento do volume do jato d’água
c) Diminuição da resistividade d’água;
d) Diminuição da distância do esguicho, até o ponto
energizado;
e) Aumento da temperatura da água
Após 364 ensaios concluiu-se que é possível
combater manualmente incêndios em áreas com
equipamentos elétricos energizados, com o uso de água
como agente extintor, desde que sejam respeitados os
seguintes parâmetros:
a) Resistividade da água maior que
1200ohms/polegada;
b) Mangueiras condutivas de até 2 1/2”;
c) A distância mínima de aproximação do ponto
energizado deve ser maior ou igual à distância
deste ponto até o solo;
d) Os combatentes devem estar dentro da área de
proteção da malha de terra.
e) A pressão d’água deve ser de até 10Kg/ cm2;
f) A tomada de água deve estar ligada a malha de
terra.
Em circuitos de baixa tensão com valores até 480V
pode-se combater incêndios com o uso de extintores
portáteis ou o tipo carreta de água, respeitando os seguintes
requisitos:
a) Distância mínima de um metro entre o operador e
o circuito ou equipamento energizado;

110
16 set 97 MT 001-01

b) Resistividade da água também maior do


1200ohms/polegada.
Foi realizado também estudos com espuma sintética
AFFF de dois fabricantes diferentes (3M e Resmat), ficando
contatado que a resistividade da mesma apresentava uma
variação de até 04 vezes, e corrente de fuga muito alta,
inviabilizando seu uso em incêndio Classe C.
Vale frisar que este foi um estudo prático, cujo
produto final já nos dá a certeza de que pode-se utilizar água
como agente extintor em circuitos e equipamentos
energizados, resguardadas as devidas restrições. Porém é
importante justificar, cientificamente, os resultados
alcançados, e para tanto, o referido trabalho encontra-se em
estudo no Centro de Pesquisa Eletrobrás (CEPEL) para
normatização.
Conclui-se afinal que é possível se combater
incêndios Classe C, de baixa ou alta tensão, utilizando-se as
técnicas existentes e as informações necessárias à segurança
do operador, porém, o ideal é eliminar a corrente elétrica, na
extinção de incêndios, em materiais energizados.

2.2.5 ÁGUA MOLHADA


A tensão superficial da água é relativamente alta,
causando a diminuição de sua capacidade de penetração nos
combustíveis incendiados, impedindo que ela se espalhe no
interior das embalagens, fardos ou materiais empilhados. A
solução deste problema seria a imersão do material que
queima na água, o que na prática raramente se consegue.
Quando um incêndio tem origem no interior de uma massa
combustível, para extinguí-lo é necessário abrir e desmontar
a massa combustível, atingindo assim, os focos no interior da
mesma, ou então empregar-se um aditivo humectante (água

111
16 set 97 MT 001-01

molhada), que diminui a tensão superficial da água, fazendo-


a penetrar na massa combustível e facilitando a extinção.
O uso da água molhada é de grande valor para o
combate a incêndios em materiais da Classe A, penetrando
através da superfície porosa e, como também, permitindo
que a solução alcance áreas ocultas dos materiais, que
encontram-se fortemente prensados, como fardos de algodão,
pilhas de capim, papel, madeira, etc., evitando a reignição de
incêndios. Quando utilizada propicia grande economia de
água, inclusive em rescaldos, sendo indicada para o combate
a incêndios florestais. Possui ação de penetração também em
corpos que repelem a água como a lã virgem e outros
materiais hidrófogos.
Existem vários produtos químicos que podem
preencher a função de agente humectante, entretanto, alguns
produtos não são qualificados para uso de combate a
incêndio, devido suas propriedades especiais quanto a
toxidade, ação corrosiva e instabilidade quando misturados
com a água.
Os requisitos mínimos para os agentes humectantes,
utilizados no combate a incêndio, constam no regulamento
nº 18 da NFPA “wetting agents”, cujo propósito é indicar
recomendações para estes aditivos que aumentará as
propriedades de combate ao fogo da água, sem produzir
soluções que possam ser danosas ao bombeiros, prédios ou
equipamentos.
Os agentes humectantes, usados em proteção ou
combate de incêndios, não são mais corrosivos que a água
comum em relação ao latão, bronze e cobre, embora haja
limitações em relação ao vasilhame para armazenagem
destes agentes, pois possuem a tendência de acelerar a
corrosão devido sua ação de limpeza e penetração. Devem
ser evitados o uso de ferro fundido, alumínio, zinco, aço

112
16 set 97 MT 001-01

galvanizado, chumbo ou ferro recoberto por chumbo, ligas


fundidas, proteções de vasilhas como tintas a óleo, plásticos,
lacas ou asfalto. A utilização dos agentes humectantes deve
se limitar aos equipamentos fabricados ou indicados para
uso.
A água molhada tem as mesma limitações da água
para o combate de incêndios em produtos químicos que
reajam como a mesma, como sódio, o carbureto de cálcio,
etc. Não é indicada para combate em incêndios de
inflamáveis, incluindo os solúveis na água, polares, como o
álcool e os glicóis. Não deve ser usada em equipamento
elétrico energizado, devido sua condutibilidade, podendo ser
utilizada na forma de neblina com as devidas precauções.
Devido sua característica de penetração, é mais
prejudicial que a água, quando usada em motores,
transformadores e outros equipamentos elétricos. Todo
equipamento elétrico que tenha sido atingido por água
molhada, deverá ser lavado e limpo antes de ser reposto em
serviço.
Os agentes humectantes podem ser utilizados em
pré mistura com a água em reservatórios e carros tanques de
bombeiros, e adicionados a água no momento de uso através
de proporcionadores. Devem ser evitadas as misturas de
agentes humectantes de fabricantes diferentes, ou a mistura
com agentes espumantes mecânicos, pois poderá causar
efeitos negativos.

2.2.6 ÁGUA VISCOSA


A água apresenta uma relativa baixa viscosidade,
isto limita sua capacidade de penetração na massa do
material incendiado, fazendo com que escorra rapidamente
das superfícies em que é aplicada, diminuindo a
possibilidade de se fazer uma cobertura nas superfícies dos

113
16 set 97 MT 001-01

combustíveis na forma de uma barreira. Foram


desenvolvidos aditivos denominados água viscosa, com a
finalidade de tornar a água mais grossa ou viscosa, os quais a
tornam mais eficiente no combate de determinados tipos de
incêndios .
Água viscosa é uma mistura na qual foram
adicionados um ou vários agentes de viscosidade em água.
Em proporções adequadas a água viscosa oferece as
seguintes vantagens sobre a água comum, no combate a
incêndios:
a) Fixa e aglutina mais facilmente os combustíveis
em chama;
b) Espalha-se por si só em uma cobertura contínua
sobre a superfície dos combustíveis;
c) Desenvolve uma camada de cobertura sobre os
materiais combustíveis com uma espessura
várias vezes maior que a da água;
d) Absorve calor proporcionalmente a quantidade
de água presente;
e) Aumenta o alcance do jato sólido;
f) Após a secagem, forma uma película seca que
ajuda a isolar o combustível do oxigênio;
g) Resiste às correntes de ventos em algumas
aplicações típicas, como no caso do combate de
incêndios florestais com o auxilio de aviões.
A água viscosa apresenta as seguintes
desvantagens:
a) Não tem ação de penetração nos combustíveis tão
boa quanto a água ou a água molhada;
b) Aumenta a perda de carga por fricção nas
tubulações e mangueiras;

114
16 set 97 MT 001-01

c) Torna escorregadia as superfícies que cobre,


dificultando andar com segurança nas áreas onde
foi aplicada;
d) Aumenta os problemas de manuseio e logística
nos incêndios, devido a necessidade da mistura
do agente de viscosidade à água;
e) Sob determinadas condições, as soluções prévias,
quando armazenadas, podem perder suas
propriedades de viscosidade, principalmente
devido as trocas de temperatura da água, a
contaminação bacteriológica e a contaminação
química.
Estudos preliminares em sistemas fixos revelaram
que com a utilização de água viscosa o domínio do fogo é
mais rápido e utiliza-se menor quantidade de água. Também
foi verificado que as áreas destruídas diminuem em relação
aos sistemas com água pura; durante os testes os sistemas
fixos sofreram várias modificações para acomodar aditivos.
Atualmente o maior emprego da água viscosa é no
combate de incêndios florestais e incêndios em grandes
estruturas onde se produz muita energia calorífica e muito
calor de irradiação.

2.2.7 ÁGUA RÁPIDA


Água rápida é o nome dado aos aditivos utilizados
na alteração das características do fluxo da água. A perda de
carga por fricção é um problema sempre presente nos
equipamentos de combate a incêndio. Influenciam na perda
de carga o comprimento das canalizações e mangueiras e a
quantidade de água bombeada, fazendo-se uso de
mangueiras e tubulações de boa qualidade, a perda de carga
diminui, ficando quase que exclusivamente restrita a fricção
das partículas, gerada pela turbulência do fluxo de água.

115
16 set 97 MT 001-01

Quando um fluxo é plano e laminar a perda por fricção tende


a ser muito baixa, com um jato lento de água. As
quantidades de água debitadas sob um fluxo laminar, em
geral, são muito baixas para uso no combate de incêndio.
Este exige jatos de alta velocidade que geram turbulências,
resultando em troca, a fricção entre as partículas de água.
Esta fricção contribui com cerca de 90 % da perda de
pressão nas mangueiras e canalizações de boa qualidade. A
perda de pressão por fricção entre as paredes das mangueiras
e tubos e a água que flui no seu interior contribui com
apenas 5 a 10 % da perda.
Pesquisas realizadas a partir do ano de 1948
revelaram que polímeros lineares (polímeros que formam
uma cadeia reta sem braços) são os aditivos mais eficientes
para a redução da perda de fricção nestes casos, sendo o poly
(óxido de etileno) o melhor. O poly é um produto que não é
tóxico, nem prejudicial às plantas ou vida marítima, e é
degradável à luz solar. A eficiência na redução da fricção é
função direta da linearidade do polímero. O poly possui uma
longa cadeia linear, é um polímero de alto peso molecular e
é de duas a três vezes melhor que qualquer outro agente de
redução de fricção até hoje experimentado.
Tem o aspecto de uma pasta branca, opaca, sem
cheiro e pesa 4,13kg por 3,785 litros. Deve ser mantido a
uma temperatura entre 17,7ºC a 48,8º C (0º F a 120º F).
Quando é injetado nas linhas de mangueiras
dissolve-se completamente e não separa . É compatível com
qualquer equipamento de combate ao fogo, pode ser
utilizado com água potável, água salobra ou água salgada.
3,785 litros (1 galão) de aditivo é suficiente para tratar
22720 litros (6000 galões), e proporciona um fluxo de água
no mínimo 40% maior.

116
16 set 97 MT 001-01

Testes feitos pelo Corpo de Bombeiros de Nova


York em conjunto com a “Union Carbide Corporation”,
forneceram as seguintes informações sobre este aditivo:
a) Um mangotinho de uma polegada de diâmetro,
sem uso do aditivo proporcionou uma vazão de
20 gpm, entretanto com o uso do aditivo e
modificação do desenho do esguicho, o fluxo
elevou-se para 75 gpm;
b) Com aditivo, uma mangueira de 1½”, fornece
uma vazão de 250gpm, equivalente a uma de
2½“ normalmente;
c) Com aditivo uma mangueira de 2½” é capaz de
dar vazão maior que uma de 3” e próximo do que
daria uma de 3½” com água comum.
No combate a incêndios, fica difícil os bombeiros se
deslocarem utilizando uma mangueira de 2½” em funcio-
namento. Com aditivo água rápida, o mesmo débito de
250gpm normalmente obtido pelas mangueiras de 2½” pode
ser obtido com uma mangueira de 1½ “, que é mais leve e da
maior mobilidade, facilitando o combate e produzindo
menos fadiga ao bombeiro.
Outro fato muito importante demonstrado pelos
testes, é que o aditivo praticamente dobra a pressão nos
esguichos, favorecendo os efeitos dos jatos de água, os quais
aumentam o seu alcance em cerca de 30% e ficam mais
compactos. Entretanto, para a água na forma de neblina
poucos efeitos foram obtidos, unicamente parece que a
neblina fica mais densa.

2.2.8 OPACIDADE E REFLECTIVIDADE


Teste realizados demonstraram que devido a falta
de opacidade e reflectividade, a água possui pequeno poder
de evitar a propagação do calor por irradiação, mostrando

117
16 set 97 MT 001-01

que o principal valor da água na proteção de chapas


metálicas contra sua exposição a um incêndio, reside no
efeito de resfriamento obtido pela evaporação da película de
água que escorre na superfície do corpo protegido. Isto foi
comprovado através de testes realizados pelo “Underwritory
Laboratory” (UL) que utilizando água na forma de neblina
para proteger, da exposição ao fogo, a superfície de uma
chapa metálica, exposta a um incêndio de gasolina, onde a
temperatura desta continuou dentro dos limites adequados
necessários a proteção do metal contra danos significativos,
entretanto, este mesmo fato não foi constatado, quando água
foi ajustada de maneira a não entrar em contato com a chapa,
formando uma cortina de água entre a chapa e o fogo
propriamente dito. Neste caso, a temperatura da chapa
metálica foi de três a quatro vezes maior do que no caso
anterior, quando a água escorria na superfície metálica na
forma de uma película.
A norma n.º 13 da NFPA, estabelece as regras para
a instrução de cortinas de água, proteção externa com bico
de “sprinklers” e determina que os bicos sejam posicionados
de tal forma que a água seja descarregada de maneira a
molhar completamente exposições como janelas de vidro, e
outras superfícies com a finalidade de formar a película de
água. Estas recomendações são frutos evidentes dos testes
realizados pelo “Underwritory Laboratory”.
Películas e lâminas de água são feitas para proteção
de esferas e tanques de inflamáveis com equipamentos fixos
de “sprinklers” e cogumelos de água.
No combate normal de incêndios, os bombeiros
muitas vezes empregam canhões, torres de água e grandes
jatos com a finalidade de formar película ou lâmina de água
em situações onde o calor põe em risco equipamentos ou
outros materiais combustíveis.

118
16 set 97 MT 001-01

2.2.9 A ÁGUA NO COMBATE DE INCÊNDIOS EM


LÍQUIDOS COMBUSTÍVEIS E INFLAMÁVEIS
DERIVADOS DO PETRÓLEO
Os líquidos derivados do petróleo (óleos pesados
combustíveis, óleos lubrificantes, e outros) de alto ponto de
fulgor, não produzem vapores inflamáveis a menos que
sejam previamente aquecidos. Uma vez aquecidos e
incendiados, o calor do fogo proporcionará suficiente
vaporização para continuação da combustão. Com a
aplicação de água em forma de neblina na superfície destes
líquidos, o resfriamento provocará a queda da vaporização e
se a aplicação for continuada haverá suficiente resfriamento
para a extinção do fogo.
A água tem sua capacidade extintora limitada em
líquidos inflamáveis derivados do petróleo de baixo ponto de
fulgor, tal como os que estão incluídos na classe A-B-C da
norma ABNT-P-NB-98-1961. A água aplicada na superfície
de um destes líquidos acondicionado em um tanque,
incorrerá em riscos onde poderão existir a ocorrência do
“slip-over”, fenômeno que se caracteriza pela formação de
uma espécie de espuma e possível vaporização da água em
contato com as camadas superiores do líquido inflamado,
podendo ainda ocorrer o “boil-over”, devido ao acúmulo de
água nas camadas mais profundas do líquido quando este
estiver aquecido a mais de 100ºC, causando a vaporização
instantânea da água, a expansão violenta dos vapores
formados (aumento de 1700 vezes) e uma saída em forma de
erupção, arrastando consigo o líquido em combustão.
Em função do “boil-over”, nunca se deve utilizar
jato compacto nestes tipos de ocorrências e a água em forma
de neblina somente poderá ser usada na superfície do líquido
em combustão, no início do incêndio onde as camadas

119
16 set 97 MT 001-01

inferiores ainda não foram aquecidas. A água na forma


nebulizada (pulverizada) pode extinguir incêndios em
pequenas extensões de líquidos inflamáveis, tendo como
princípio de extinção o resfriamento das chamas abaixo da
temperatura mínima de combustão.

Fig. 37 Processo que resulta


no fenômeno “boil over”.

120
16 set 97 MT 001-01

A água no combate de incêndios em derivados de


petróleo pode ser utilizada das seguintes maneiras:
a) Como agente resfriador:
- interrompendo a liberação de vapores da
superfície de um produto de alto ponto de
fulgor, extinguindo assim o incêndio;
- protegendo os bombeiros das chamas e calor de
irradiação para fechamento de válvulas ou
execução de outros trabalhos para corte do
fluxo do produto incendiado; e
- protegendo as superfícies expostas ao fogo. Esta
proteção é mais eficaz quando as superfícies
estão a uma temperatura superior a 100ºC
(212ºF).
b) Como agente mecânico:
- controlando vazamentos; e
- sendo aplicado direto ao fluxo do produto para
evitar sua ignição ou para dirigir o fogo para uma
área onde o incêndio causará menos danos.
c) Como agente deslocador:
- quando aplicado na condução do produto de um
vazamento antes ou durante um incêndio;
- quando utilizado na interrupção de um
vazamento de combustível, através do
bombeamento da água numa tubulação que esteja
vazando, antes do vazamento.

2.2.10 ÁGUA EM METAIS COMBUSTÍVEIS.


Quando se combate incêndio em metais combus-
tíveis, deve-se evitar o uso de água, pois a reação pode gerar
riscos para o bombeiro.
Contudo, como a água é o agente extintor com
maior poder de resfriamento e também o mais fácil de ser

121
16 set 97 MT 001-01

obtido em grande quantidade, veremos alguns tipos de


metais combustíveis, sua possibilidade de uso e a maneira de
se empregar a água como agente extintor, de modo que se
obtenha a redução da temperatura do metal abaixo do seu
ponto de fulgor.

2.2.10.1 Sódio, Potássio, Lítio, Cálcio, Estrôncio e Titânio


Não se deve usar a água nos metais citados, pois
haverá uma reação química que produzirá reignição e/ou
uma explosão.

Fig. 38 Sódio metálico.

2.2.10.2 Zircônio
Não se deve aplicar pequenas quantidades de água
ou jatos compactos em zircônio incendiado pois há risco de
violentas reações, visto que, quando pulverizado e
umedecido o zircônio queima mais violentamente. A imersão
da parte incandescente em água é a melhor opção.

2.2.10.3 Metais radioativos (plutônio, urânio e tório).

122
16 set 97 MT 001-01

O combate a incêndios em metais radioativos


encontrados em condições naturais (sem enriquecimento) é
idêntico ao do zircônio, pois em pequenas quantidades de
água, eles também reagem, porém existe também o risco da
contaminação. Em combates a incêndios nestes materiais,
deve-se evitar a contaminação dos bombeiros, através de EPI
(roupas impermeáveis, luvas, protetores de face, etc.), e do
meio ambiente, com a deposição do material incandescente
em tambores com água usando-se pás de cabo longo.

2.2.10.4 Magnésio
As característica do magnésio são iguais às do
zircônio, mas também pode ser extinto com a água neblinada
ou nebulizada (pulverizada) sobre pequenas quantidades de
magnésio. A aplicação da água em incêndios de magnésio
onde haja a presença de metal fundido deve ser evitado, pois
a formação de vapor de água e a possível reação do metal
com a água pode ser explosiva.

2.3 ESPUMA

2.3.1 DEFINIÇÃO
Em termos de combate a incêndios, a espuma é
definida como um sistema físico-químico constituído de três
elementos fundamentais: água, ar ou CO2 e agente formador
de espuma.
A espuma formada por estes elementos possui
densidade bem baixa, flutuando sobre líquidos inflamados,
contornando obstáculos e desta forma formando um lençol
compacto. O lençol formado impede a passagem de gases
aquecidos, isolando o combustível do contato com o ar, por
períodos prolongados após sua aplicação. Nos casos
especiais das espumas AFFF, há a formação de uma película
123
16 set 97 MT 001-01

aquosa a partir da decomposição da espuma sobre o


combustível e que é responsável pela extinção do fogo.

2.3.2 HISTÓRICO
A primeira notícia que se tem registrada sobre a
utilização de espuma remonta a 1877 através de patente
inglesa, a qual descrevia o processo de extinção de incêndios
em combustíveis líquidos. À superfície em chamas era
coberta com espuma formada a partir de reação química e
desta forma o fogo seria extinto. Entretanto, por falta de
utilização prática, este método ficou esquecido por algum
tempo.
Os estudos sobre a aplicação prática deste método
recomeçaram com a descoberta do petróleo. Surgiram então,
grandes reservatórios de líquidos inflamáveis, tanto nos
locais de comercialização quanto nas refinarias, começando
os primeiros problemas de combate a incêndios neste
produto.
Entretanto, quando, por qualquer motivo se
inflamavam, nada podia ser feito, naquela época. A única
forma disponível para combater a este tipo de incêndio era
através de jato compacto de água, completamente ineficiente
e mais ainda, sendo a água, imiscível e mais pesada que os
líquidos combustíveis derivados de petróleo, levava, por
transbordamento dos tanques, as chamas para outras áreas,
aumentando as proporções do incêndio original. Por algum
tempo esta situação continuou inalterada até que, por volta
de 1904, Laurent, utilizando espuma química, conseguiu
extinguir um incêndio em nafta, durante demonstração
ocorrida em “San Pitisburg” nos Estados Unidos.
Esta descoberta passou então a ser largamente
utilizada na extinção de incêndios em líquidos inflamáveis
de densidade inferior à da água.

124
16 set 97 MT 001-01

Entretanto, como será visto adiante, a corrosividade


dos componentes da espuma e o processo de aplicação pouco
prático, começaram a se tornar características indesejáveis,
após a euforia da descoberta deste produto de extinção. Isto
levou cientistas a tentar descobrir outros tipos de espuma. Na
década de 20, foi descoberta a espuma mecânica, que tem
sido melhorada até os nossos dias e que praticamente
substitui a espuma química.
2.3.3 PRINCÍPIO DE EXTINÇÃO
Como se pode deduzir da definição, a espuma apaga
o fogo primariamente por abafamento ou isolamento e
secundariamente por resfriamento causado pela água
resultante da decomposição da espuma.

Fig. 39 Atuação da espuma.

2.3.4 CLASSES DE INCÊNDIOS


As espumas são especialmente indicadas para
extinção de incêndios em combustíveis ou inflamáveis
líquidos, isto é, pertencentes à Classe B, onde, cobrindo
totalmente a superfície do líquido inflamado, isola-o do
oxigênio extinguindo o fogo. As espumas podem também ser
125
16 set 97 MT 001-01

usadas para extinção de incêndios em materiais de Classe A


tais como madeira, pano, etc., pois, cobrindo estes materiais,
os isolam do oxigênio, havendo extinção do incêndio.
Entretanto, será sempre necessário resfriar estes
materiais com água após sua extinção com espuma, para que
sua temperatura seja levada abaixo do seu ponto de ignição.
No caso das espumas sintéticas, o efeito umectante
ajuda a penetração da água no seio do material.
As espumas jamais deverão ser usadas na extinção
de materiais Classe C (equipamentos energizados), por
serem condutoras de eletricidade, existindo, entretanto,
aplicação de espumas em Classe C através de sistemas
automáticos de alta expansão sem a presença humana.

2.3.5 VANTAGENS SOBRE OUTROS AGENTES EXTIN-


TORES
a) É o único agente extintor que flutua sobre os
combustíveis inflamados;
b) É o único agente extintor que, em ambiente
aberto, permanece isolando o combustível por
períodos prolongados; e
c) Pelas características anteriores, é o único agente
extintor capaz de extinguir incêndios de Classe B
em grandes áreas abertas.

2.3.6 TIPOS DE ESPUMA


Quanto ao processo de formação, as espumas
podem ser tipificadas em química e mecânica.

2.3.6.1 Espuma Química


É aquela formada a partir da reação química entre
bicarbonato de sódio e sulfato de alumínio, obtendo-se uma
proteína hidrolisada que funciona como agente estabilizador

126
16 set 97 MT 001-01

da espuma, e dióxido de carbono que permanece dentro das


bolhas. Em extintores portáteis, a pressão para a expulsão da
espuma é gerada pela própria reação, a qual é demonstrada
da seguinte forma:
6NaHCO3 + Al2(SO4)3 → 2Al(OH)3 + 3Na2 + SO4 + 6CO2.
Durante muitos anos, a partir de 1904, utilizou-se a
espuma química em larga escala, para o combate a incêndios
em inflamáveis líquidos. Seu emprego se fazia pelo processo
estabelecido por Laurent e que se constituía no seguinte:

Sulfato de Água Estabi- Bicarbonato Água


Alumínio lizador de Sódio

Solução A Solução B

Bombeamento Bombeamento

Câmara de espuma do
tanque a proteger

ESPUMA QUÍMICA

Fig. 40 Formação da espuma química.

Este sistema realmente inaugurou uma nova


concepção em extinção de incêndio, porém possuía algumas
características pouco práticas e indesejáveis.
Sendo a solução A formada por sulfato de alumínio
e água, havia a formação de ácido sulfúrico pela hidrólise do
sulfato de alumínio:
Al2(SO4)3 + 6H2O → 2Al(OH)3 + H2 + SO4

127
16 set 97 MT 001-01

Isto obrigava que a armazenagem da solução A


fosse feita em tanques revestidos de chumbo. Por outro lado,
toda a tubulação adutora desta solução sofria violenta
corrosão e teria que ser mantida seca para minimizar o
problema.
A solução B, constituída de bicarbonato de sódio,
com o tempo mudava suas características químicas. O
bicarbonato de sódio não tem boa estabilidade. Para evitar
sua decomposição era, então, necessário pressurizar o CO2
de vez em quando, para recompor suas características:
NaHCO → Na2CO3 + H2O + CO2 (decomposição)
CO2 + H2O + Na2CO2 + NaHCO3 Pressão→ NaHCO3
(recomposição)
Fora estes problemas, que exigiam investimentos
contra corrosão e controle químico, havia o problema da
dificuldade operacional, pois o sistema compreendia uma
série de válvulas e dois tanques, o que impedia o seu
emprego em combates à incêndios que exigiam grande
mobilidade.
Posteriormente, para se contornar estes problemas,
passou-se a se preparar as soluções A e B no ato e no ponto
onde fosse necessário, sendo a espuma formada na tubulação
próxima à câmara de espuma. Isto, sem dúvida, eliminava os
problemas de estocagem e transferência das soluções A e B
até as câmaras de espuma.
Posteriormente, baseado na propriedade de que o
meio precisa ser aquoso para que a reação química entre o
sulfato de alumínio e bicarbonato de sódio se realize, foi
introduzido um único produto em pó e isento de água, como
agente formador de espuma química. Apesar de neste estágio
já se terem eliminado todos os inconvenientes acima
abordados, apareceu uma nova limitação do processo: a

128
16 set 97 MT 001-01

capacidade de adição do pó ao sistema. O sistema era


constituído da seguinte forma:

Venturi Espuma
Química

Água

Fig. 41

O sucesso deste esquema dependia da capacidade


de alimentação de pó no sistema, que necessitava de grande
número de homens. Isto implicava em uma equipe bastante
grande, o que limitava o seu sucesso na ocasião do sinistro.
Por estes inconvenientes, as pesquisas visando
produtos sucedâneos se intensificaram, o que levou à
descoberta da espuma mecânica, a qual resolveu todos os
problemas característicos da espuma química.
Atualmente a espuma química só é utilizada em
extintores de espuma, sendo substituída completamente em
todas as outras aplicações pela espuma mecânica. Entretanto
até nesta aplicação está sendo substituída, atualmente por
extintores de espuma mecânica.

2.3.6.2 Espuma Mecânica

129
16 set 97 MT 001-01

As espumas mecânicas se baseiam em líquidos


geradores de espuma (LGE), tensoativos de origem
proteínica ou sintética, contendo no interior de suas bolhas ar
atmosférico ao invés de gás carbônico como na espuma
química.
São aplicadas como representado esquematicamente
abaixo:

Líquido
Gerador de
Espuma
AR

Água Proporcio- Solução Esguicho ESPUMA


nador MECÂNICA

Fig. 42 Esquema de formação da espuma mecânica.

O proporcionador de espuma é constituído de um


tubo do tipo venturi que aspira o extrato gerador de espuma,
misturando-o com o fluxo de água. Pelo mesmo princípio, no
esguicho, o ar é arrastado misturando-se com a solução
gerando a espuma mecânica.

130
16 set 97 MT 001-01

Fig. 43 Princípio de formação


da pre-mistura

2.3.6.2.1 Tipos de Espuma Mecânica


Com relação à sua composição química a espuma
mecânica divide-se em: proteínica e sintética.

2.3.6.2.1.1 Espuma Proteínica


É obtida a partir de líquidos geradores de espuma,
compostos basicamente de proteína hidrolizada, onde são
adicionados, alginatos, tensoativos, compostos metálicos,
pectinas, etc., que tem como função a estabilização da
espuma em altas temperaturas e, em outros casos, a
estabilização da espuma na presença de solventes polares
(álcoois, éteres, etc.). Existem também para certos tipos, a
adição de tensoativos floreteados. A espuma proteínica
divide-se em três tipos segundo a sua formulação: sendo
131
16 set 97 MT 001-01

proteínica regular, proteínica resistente a solventes polares


(anti-álcool) e fluorproteínica.
O esquema geral de obtenção de LGE para as
espumas proteínicas é o seguinte.

Proteína Hidrólise Reagente Alcalino

Neutralização

Filtração Resíduos

Proteína Hidrolizada

Formulação

Micro-Filtração

Normalização

Líquido Gerador de Líquido Gerador de Líquido Gerador de


Espuma Mecânica Eepuma Mecânica Espuma Mecânica
Proteínica Regular Fluor-Proteínica Anti-Álcool

Fig. 44 Esquema geral de obtenção


de LGE proteínico.

Pode-se utilizar qualquer proteína de origem animal


e vegetal, tais como: feijão de soja, chifres e cascos de boi,
sangue animal, etc. A proteína mais comumente empregada,
entretanto, é a proveniente do chifre e casco de boi devido ao
seu baixo custo. A partir da proteína hidrolizada (produto
132
16 set 97 MT 001-01

intermediário) são obtidos os vários tipos de extratos


geradores de base proteínica.

2.3.6.2.1.1.1 Espuma Proteínica Regular


Esta espuma é estabilizada somente em presença de
temperaturas elevadas, pois possui resistência relativa a
essas temperaturas e boa vedação, sendo adequada para
incêndios em líquidos inflamáveis não polares, tendo relativa
volatilidade e baixo custo.
Os LGE foram desenvolvidos na Inglaterra e na
Alemanha por volta de 1930. Seu desenvolvimento foi
decorrente das limitações apresentadas pela espuma química,
já mencionadas no início desta seção. Sua aplicação prática,
entretanto, só foi possível pelo desenvolvimento de bombas
e proporcionadores que permitiram a perfeita geração da
espuma. Após 1930, estas espumas passaram a substituir
largamente as instalações de espuma química.
Face à sua contaminação pelos combustíveis, essa
espuma deve ser lançada suavemente sobre as paredes
internas do recipiente onde se encontram os combustíveis.

2.3.6.2.1.1.2 Espuma Proteínica Resistente à Solventes


Polares (anti-álcool)
É aquela obtida a partir de proteínas hidrolisadas
onde são adicionados alginatos, pectinas, etc., que aumentam
a estabilidade em líquidos combustíveis polares os quais
possuem um efeito destrutivo sobre as espumas regulares.
Possui todas as qualidades da espuma proteínica
regular tem acrescidas de: melhor vedação aos gases
formados, e maior resistência à temperaturas elevadas.
Sendo, porém, seu custo aproximadamente o dobro do da
proteínica regular. Sua grande vantagem reside na maior
faixa de aplicação quanto ao tipo de combustível a proteger,

133
16 set 97 MT 001-01

podendo tanto ser aplicada em líquidos combustíveis não


polares, líquidos combustíveis polares, como também em
líquidos combustíveis de alta volatilidade.
Os LGE desta espuma começaram a ser utilizados
após a II Guerra Mundial, quando houve grande
desenvolvimento da petroquímica, que sintetiza vários
combustíveis polares miscíveis com a água, que tem efeito
destruidor das espumas regulares.
Devido a grande estocagem destes produtos polares,
uma vez mais as necessidades do progresso forçaram a
formulação do LGE proteíco resistente a estes solventes.
Todos os tipos de espumas acima descritas possuem
características químicas definidas e formulações diferentes e,
apesar de serem compatíveis, seus extratos não devem ser
misturados, pois como é óbvio, o produto resultante da
mistura perderá característica específica de cada extrato
isoladamente.

2.3.6.2.1.1.3 Espuma Fluorproteínica


É aquela obtida pela adição de pequenas
quantidades de tensoativos fluoretados ao extrato proteínico
regular. Possui todas as características das espumas
regulares, tendo, entretanto, maior fluidez e maior resistência
às temperaturas elevadas, oferecendo por isso maior
velocidade de extinção. Podem ser aplicadas diretamente
sobre a superfície incendiada, dispersando a técnica do
anteparo.
Por não se contaminarem com o combustível,
alguns tipos de espuma fluorproteínica podem ser utilizadas
em determinados inflamáveis através do processo de injeção
subsuperficial, onde a espuma formada é aplicada no fundo
do tanque, viajando através do combustível até sua superfície
extinguindo o fogo.

134
16 set 97 MT 001-01

Existe também as fluorproteínicas resistente a


solventes polares. Os LGE desta espuma foram
desenvolvidos em 1965, principalmente na Inglaterra. Seu
desenvolvimento foi motivado pela necessidade de se obter
uma espuma de base proteínica de extinção mais rápida e
compatível com pó químico, e principalmente para o
atendimento das exigências dos Aeroportos.

2.3.6.2.1.2 Espuma Sintética

2.3.6.2.1.2.1 Espuma de Alta Expansão


A espuma de alta expansão é aquela cujo LGE foi
obtido a partir da sintetização de álcoois graxos,
estabilizados para altas temperaturas. Foram desenvolvidas
em 1950, na Inglaterra, para extinção de incêndios em minas
de carvão. A dificuldade de levar os agentes extintores às
profundas galerias ensejou o desenvolvimento do método de
entupir as galerias com espuma de alta expansão,
bloqueando desta maneira o acesso do oxigênio à zona de
combustão, abafando o incêndio.
Hoje é utilizada em áreas confinadas de difícil
acesso, onde a formação de gases venenosos impede o
acesso do bombeiro, como incêndios em minas de carvão,
dentro de galerias, túneis, corredores longos, porrões de
navios, etc.
Este LGE pode ser aplicado também em baixa e
média expansão.

2.3.6.2.1.2.2 Espuma AFFF (Aqueous Forming Film Foam)


Esta espuma apresenta líquidos geradores baseados
em tensoativos sintéticos semelhantes aqueles utilizados no
LGE da espuma de alta expansão e aos quais são adicionadas

135
16 set 97 MT 001-01

pequenas quantidades de “Fluortensid” (tensoativos


fluoretados).
A espuma formada por este LGE tem a propriedade
de formar um filme aquoso que sobrenada o combustível,
possuindo fluidez que proporciona grande velocidade de
extinção.
O LGE desta espuma é, entretanto, específico para
hidrocarbonetos e a espuma formada pode ser aplicada pelo
processo de injeção subsuperficial.
O LGE desta espuma foi desenvolvido entre 1960 e
1964 pela Marinha americana, tendo como objetivo maior
velocidade de extinção e compatibilidade com o pó químico.

2.3.6.2.1.2.3 Espuma AFFF Resistente a Solventes Polares


(anti-álcool)
A espuma sintética resistente a álcool é formada a
partir de extratos AFFF, com adição de um tensoativo
especial para a formação de uma membrana polimérica que
isola os vapores do líquido inflamável e dá sustentação as
bolhas de espuma. Esta camada polimérica é formada pela
destruição das bolhas de espuma em contato com o álcool.
Sabendo-se disto, a espuma deve ser aplicada com
suavidade, senão grande parte será destruída pelo próprio
álcool.
Esta espuma é considerada polivalente, porque tanto
pode ser usada na extinção de solventes polares a uma
concentração de 6%, como em derivados de petróleo a 3%.

2.3.7 CLASSIFICAÇÃO DAS ESPUMAS QUANTO À


EXPANSÃO
Em função da taxa de expansão, as espumas se
classificam em:
a) Baixa expansão: taxa de expansão até 20 vezes;

136
16 set 97 MT 001-01

b) Média expansão: taxa de expansão de 20 a 200


vezes;
c) Alta expansão: taxa de expansão acima de 200
vezes.
A taxa de expansão é definida como volume de
espuma obtido a partir de um litro da mistura água e líquido
gerador de espuma. Por exemplo: tendo-se uma espuma com
taxa de expansão de 100, isto quer dizer que obtém-se 100
litros de espuma pela incorporação de 99 litros de ar à um
litro da mistura água mais extrato.
A expansão de um LGE é conseguida através de
duas características: a primeira a partir da estabilidade
atingida pelas bolhas no nível de expansão, que é decorrente
das características físico-químicas do extrato e a segunda diz
respeito à capacidade do equipamento de incorporar ar à
mistura LGE-água.
Veja como se comportam as espumas sintéticas e
proteínicas quanto à taxa de expansão:
a) As espumas proteínicas só são utilizadas em
baixa expansão, pois sua estabilidade cai
drasticamente quando são aplicadas em média
expansão, não se conseguindo alta expansão;
b) Às espumas sintéticas de alta expansão, por outro
lado, proporcionam espumas de baixa, média e
alta expansão, estáveis, dependendo somente do
aparelho gerador de espuma; e
c) As espumas sintéticas AFFF não produzem es-
puma de alta expansão estáveis. Por outro lado, a
grande expansão dilui a ação do flúor, perdendo-
se portanto a característica da formação de
película aquosa. Sendo a AFFF bem mais cara
que a de alta expansão, sua aplicação em alta
expansão é antieconômica.

137
16 set 97 MT 001-01

2.3.8 CLASSIFICAÇÃO DAS ESPUMAS QUANTO À


APLICAÇÃO
a) Convencionais: são aquelas que os LGE podem
ser aplicados pelos processos convencionais de
baixa expansão, isto é, através de esguichos de
espuma, câmaras, etc.;
b) Injeção sub-superficiais: somente as espumas
com os LGE Fluorproteínicos e o AFFF podem
ser utilizadas através deste processo de
aplicação; e
c) Alta expansão: somente espuma sintética de alta
expansão.

2.4 DIÓXIDO DE CARBONO

2.4.1 DEFINIÇÃO
O dióxido de carbono é um agente extintor de
grande eficiência no combate a incêndios classes B e C. Para
utiliza-lo deve ser armazenado em cilindros especiais de aço,
liquefazendo-se a uma pressão de aproximadamente 60 atm.
Ao ser aliviado da compressão, ocorre uma rápida
vaporização e expansão acompanhada de uma violenta queda
de temperatura até cerca de -78º C, solidificando parte do
gás em pequenas partículas, formando na superfície do com-
bustível uma neve carbônica (gelo seco).

2.4.2 PROPRIEDADES FÍSICAS E QUÍMICAS


O dióxido de carbono, também conhecido por
bióxido de carbono, anidrido carbônico e gás carbônico, é
um gás inerte, inodoro e incolor.
O dióxido de carbono apresenta as seguintes
características:

138
16 set 97 MT 001-01

a) Composição: uma molécula de carbono e duas


moléculas de oxigênio (CO2);
b) Densidade: 28,783Kg/0,0283m2 à uma tempe-
ratura de -16,60ºC e 9,15Kg/0,0283m2 à tem-
peratura de 26,6 C;
OBS.: comparado com o ar a 0º C e a 1,0 atm, a
densidade relativa do gás carbônico é de 1,529, ou seja, 1,5
vezes maior que a do ar.
c) Toxidade: a partir de uma concentração de 9%, o
gás carbônico causa inconsciência e até a morte
por sufocação, não podendo, assim, ser
considerado um gás tóxico; e
d) Produtividade: 1,0 Kg de CO2 liqüefeito produz
500 litros de gás.

2.4.3 MÉTODOS DE EXTINÇÃO DO CO2.

2.4.3.1 Abafamento
Ao ser liberado de seu reservatório o gás carbônico
envolve o combustível incendiado e dilue a concentração de
oxigênio ou reduz os produtos gasosos do mesmo na
atmosfera a níveis que impedem a combustão.

2.4.3.2 Resfriamento.
Este efeito é obtido pela neve carbônica que cobre
a superfície do combustível com um calor latente de 246,4
BTU por libra. Em virtude de apenas parte do gás carbônico
se converter em neve (à 26,6ºC apenas 25% é convertido em
neve), seu poder de resfriamento é bem menor que o da
água, 1 libra de gás produz gelo seco para absorver 100
BTU, e a mesma quantidade de água, se totalmente
evaporada, poderá absorver até 1000 BTU.

139
16 set 97 MT 001-01

2.4.4 EFICIÊNCIA DO GÁS CARBÔNICO.

2.4.4.1 Classe A
Apesar de ser efetivo na extinção das chamas por
abafamento, o gás carbônico torna-se ineficiente para
incêndios Classe A, em função de sua falta de penetração e
do pouco poder de resfriamento na superfície do
combustível, permitindo sua reignição. Para contornar este
problema, é necessário uma concentração de CO2 de modo a
reduzir a concentração de O2 no ambiente, para níveis abaixo
de 6%, até o resfriamento total do combustível.

2.4.4.2 Classe B
Em virtude do CO2 ser eficiente na ação de
abafamento e ter razoável poder de resfriamento superficial,
ele se transforma em um agente extintor muito eficaz em
incêndios de Classe B. O único problema é cobrir a
superfície do líquido combustível com gás em incêndios com
grande área superficial e ambientes abertos.
0BS: Concentração mínima para extinção com CO2
Acetileno........................55% Gasolina.........................28%
Acetona..........................26% Hexano..........................29%
Álcool Etílico.................36% Hidrogênio.....................62%
Álcool metílico...............26% Isobutano.......................30%
Benzeno, Benzol.............31% Metano..........................25%
Bissulfeto de Carbono....55% Monóxido de Carbono...53%
Butidieno........................34% Óleos Lubrificantes........28%
Butano............................28% Óleos de Têmperas........28%
Ciclopropano..................31% Óxido de Etileno............44%
Dicloreto de Etileno....... 21% Pentano..........................29%
Dowtherm...................... 38% Propano.........................30%

140
16 set 97 MT 001-01

Etano..............................33% Propileno.......................30%
Éter etílico......................38% Querosene......................28%
2.4.4.3 Classe C
O CO2 é o mais eficiente agente extintor para
incêndio Classe C, pois não é condutor de corrente elétrica e
não deixa resíduos que danificam equipamentos elétricos e
eletrônicos.

2.4.4.4 Materiais que Contém Oxigênio


Os agentes oxidantes (nitrato de celulose,
permanganato de potássio, etc) que contém oxigênio em sua
estrutura, quando incendiados, não podem ser extintos por
CO2 , pois têm seu próprio suprimento de comburente.

2.4.4.5 Produtos Químicos Reagentes


Os produtos químicos reagentes (sódio, potássio,
magnésio, titânio, zircônio e hidretos metálicos) têm a
característica de decompor o dióxido de carbono, fazendo
com que seu uso como agente extintor seja ineficaz.

2.5 HIDROCARBONETOS HALOGENADOS


Os hidrocarbonetos halogenados são compostos
resultantes de reações químicas de substituição entre
hidrocarbonetos altamente inflamáveis, preferencialmente o
metano (CH4) ou o etano (C2H6), e os elementos químicos da
família dos Halogêneos como geralmente: o cloro (Cl), o
bromo (Br), o flúor (F) e o iodo (I). Apresenta como
resultado uma nova família química denominada de
Hidrocarbonetos Halogenados, mais conhecida como halon,
abreviatura da denominação inglesa de “Halogenated
Hydrocarbon”, a qual possui excelentes qualidades
extintoras de incêndios, porém nem todo halon é agente

141
16 set 97 MT 001-01

extintor, existindo a necessidade de investigação da


capacidade extintora do halon criado.
Os três elementos da família dos halogêneos
encontrados normalmente nos agentes extintores são: o flúor,
o cloro e o bromo. A substituição dos hidrogênios dos
hidrocarbonetos por estes elementos influenciam nas
propriedades do composto resultante, da seguinte maneira:
a) O flúor confere estabilidade, não inflamabilidade
e baixa toxidade, entretanto, oferece pequeno
efeito quanto ao ponto de ebulição e limitadas
propriedades extintoras se comparado com os
compostos clorados;
b) O cloro aumenta a reatividade, as propriedades
extintoras, o ponto de ebulição e a toxidade;
c) O bromo aumenta a reatividade, as propriedades
extintoras, o ponto de ebulição e a toxidade.
Pelo que foi exposto acima, percebe-se que, para
chegar a um halon ideal como agente extintor, é necessário
saber equilibrar e distinguir as propriedades de cada
elemento da família dos halogêneos. É importante salientar
que os compostos que apresentam iodo não são utilizados em
virtude de suas características tóxicas e de instabilidade.
Os halons, devido as características de suas ligações
moleculares covalentes, não possuem tendência a se ionizar
ou a tornar-se eletricamente condutivos, portanto, são
recomendados para uso em incêndios elétricos, visto sua
baixa condutividade elétrica.

2.5.1 NOMENCLATURA
É representada por um número composto
normalmente por quatro dígitos, cada dígito representa um
elemento da fórmula química do halon. Os halons com três
dígitos, são os que não possuem em sua composição química

142
16 set 97 MT 001-01

o elemento bromo e os com cinco dígitos são os que


possuem em sua composição química o elemento iodo.
Segue abaixo duas tabelas, onde a primeira mostra a
representação do número de halons e a segunda, exemplos de
nomes químicos com suas respectivas fórmulas e números.

1ºdígito 2º dígito 3º dígito 4º dígito Exemplos de


Halons
Carbono Flúor Cloro Bromo
1 3 0 1 Bromotrifluor
metano (CF3Br)
1 2 1 1 Bromocloro
difluormetano
(CF2ClBr)

Nome químico Fórmula Nº do halon


Brometo de metila CH3Br 1001
Iodeto de metila CH3I 10001
Bromoclorometano BrCH2Cl 1011
Dibromodifluormetano Br2CF2 1202
Bromoclorodifluormetano BrCClF2 1211
Bromotrifluormetano BrCF3 1301
Tetracloreto de carbono CCl4 104
Dibromotetrafluoretano BrF2COBrF2 2402

2.5.2 HISTÓRICO
O primeiro agente extintor halogenado a ser
utilizado em combate a incêndios foi o tetracloreto de
carbono (halon 104) em fins do século XIX. Em 1938, um
outro agente viria substituir o halon 104 em motores de
aviões, o brometo de metila (halon 1001) que devido a sua
alta toxidade, foi substituído pelo bromo-clorometano (halon
1011) em 1941.
143
16 set 97 MT 001-01

Em 1947 a “Purdue Research Fundation” realizou,


por intermédio do exército dos Estados Unidos, uma
avaliação sistemática de mais de 60 agentes halogenados
extintores de incêndio com a finalidade de substituir o
tetracloreto de carbono e brometo de metila. Dois pontos
foram levados em consideração nesta pesquisa: baixa toxidez
e alta capacidade extintora. Foram selecionados, então, o
bromotrifluormetano (halon 1301), o bromoclorodi-
fluormetano (halon 1211), o dibromodifluormetano (halon
1202) e o dibromotetrafuoretano (halon 2402). Devido a esta
pesquisa, o halon 1301 passou a ser amplamente usado em
instalações fixas e o halon 1211 teve seu uso difundido entre
os extintores portáteis.
A partir da década de 60, os halons firmaram-se
como o melhores agentes extintores para proteção de
incêndios envolvendo equipamentos sensíveis, como as áreas
de processamento de dados, aparelhos eletrônicos, áreas de
processo e áreas onde a utilização de agentes comuns fosse
contra-indicada.
Estudos atmosféricos realizados em 1986 indicaram
que a camada de ozônio sobre a Antártida poderia estar
sendo afetada por produtos químicos produzidos pelo
homem, incluindo o halon. A sua implicação na deflexão da
ozônia estratosférica, determinou a paralisação da fabricação
de halon a partir de 31 de dezembro de 1993, conforme
protocolo de Montreal firmado em 1987 por 104 países,
onde, como principal objetivo, estava o controle e a
eliminação, em âmbito global, da emissão na atmosfera de
substâncias capazes de destruir a camada de ozônio, tendo o
Brasil aderido formalmente ao protocolo em 1990. Este
protocolo, porém não suprimiu completamente a utilização
do gás halon o qual ainda é utilizado em algumas aplicações
específicas na área militar, na aviação e na produção de

144
16 set 97 MT 001-01

combustíveis até que o aumento da produção em larga escala


industrial de novos agentes extintores venha substituir, com
eficiência, os halons existentes.

2.5.3 HALON 1301


O halon 1301 pode ser usado em diversos tipos de
incêndios. É eficaz na extinção de incêndios em superfícies
como a dos líquidos inflamáveis e na maioria dos incêndios
em combustíveis sólidos, exceto em metais pirofóricos,
hidretos metálicos e materiais oxidantes como pólvora,
nitrato de celulose, celulóide etc.
Sob condições normais, é um gás incolor e inodoro,
com densidade de aproximadamente cinco vezes maior que a
do ar. Pode ser liqüefeito sob pressão o que facilita seu
armazenamento e seu transporte. Ao contrário do CO2 não
pode ser solidificado a temperaturas acima de -167,7ºC (-
270ºF). Com o aumento da temperatura, a pressão e a
densidade de seus vapores aumenta, enquanto a densidade do
líquido decresce até que seja alcançada a sua temperatura
crítica de 67ºC (152,6ºF). Neste ponto as densidades do gás,
quer na fase líquida como na fase vapor tornam-se iguais e o
líquido deixa de existir. Acima da temperatura crítica este
agente se comporta como um gás, podendo ser liqüefeito sob
qualquer pressão por breve período de tempo.

2.5.3.1 Mecanismo de Extinção do Fogo


O mecanismo pelo qual o halon 1301 extingui o
fogo não é completamente conhecido, contudo, acredita-se
que se trata de uma inibição físico-química da reação de
combustão. Ao halon 1301 tem sido atribuídas as qualidades
de um agente “quebra cadeia”, pois atua interrompendo a
reação em cadeia do processo de combustão. Em contato
com as chamas, dissocia-se em dois radicais, conforme a

145
16 set 97 MT 001-01

seguinte equação: CBrF3 → CF3 + Br, sendo atribuídas


duas teorias de inibição que são as seguintes:
a) processo dos radicais livres;
b) ativação iônica do oxigênio durante a combustão.

2.5.3.2 Risco às Pessoas


No ambiente em que for usado na forma de uma
descarga para extinção de incêndio, o halon 1301 pode criar
um risco às pessoas presentes, devido ao próprio gás e aos
produtos de sua decomposição resultante de seu contato com
o fogo e superfícies aquecidas. A exposição ao gás é,
geralmente, de menor conseqüência que a exposição aos
produtos de sua decomposição. Devendo ambos serem
evitados.
Como regra geral, as pessoas não devem
permanecer nos locais em que houver descarga de halon
1301, em concentrações acima de 7% e nos locais em que a
concentração for abaixo de 7% não devem permanecer por
mais de quatro a cinco minutos. Dentro dos primeiros trintas
segundos de exposição, mesmo que as concentrações
inaladas sejam de 10 a 15%, os efeitos notados são
pequenos, embora a estes níveis e neste tempo, o corpo
humano já pode absorver suficiente quantidade de gás para
iniciar o ataque e produzir vertigens, diminuição na
coordenação motora e redução da acuidade mental. Em altas
concentrações o ataque é imediato e os sintomas podem
ocorrer dentro de alguns segundos. O indivíduo pode ser
rapidamente incapacitado por estes altos níveis de
concentração, os quais não devem superar a 15% nos locais
onde houver qualquer possibilidade de exposição.
Os efeitos conseqüentes de uma exposição ao halon
1301 podem persistir por algum tempo, mas a recuperação
deverá ser rápida e completa. Este agente não se acumula no

146
16 set 97 MT 001-01

corpo humano mesmo com repetidas exposições. As vítimas


dos vapores do gás devem ser imediatamente removidas para
locais de ar fresco e, ao serem tratadas não devem receber
adrenalina ou drogas semelhantes, pois podem produzir
arritmia cardíaca, inclusive fribilação ventricular.

2.5.4 HALON 1211


O halon 1211 é muito eficiente no combate a incê-
ndios em líquidos inflamáveis e na maioria dos sólidos
combustíveis. É bastante seguro no combate a incêndios
envolvendo equipamentos elétricos, não devendo, porém, ser
usado em metais pirofóricos (reativos), hidretos metálicos e
agentes oxidantes.
Embora seu ponto de ebulição seja de -4ºC (26ºF), é
descarregado dos extintores na forma de um jato líquido com
razoável alcance. A ação da maioria dos agentes de combate
ao fogo se faz fisicamente através de resfriamento ou de
abafamento, inclusive com uma atmosfera diluída, enquanto
os halogenados e pós de metais alcalinos obtêm a extinção
através de uma ação química mais eficiente porque interfere
no processo da reação em cadeia da combustão. Todos os
halogenados são eficientes nesta ação, entretanto, o bromo é
mais eficiente que o cloro e o flúor, acreditando-se, que a
alta eficiência do halon 1211, é devida a presença de átomos
de bromo em sua molécula.

2.5.4.1 Mecanismo de Extinção do Fogo


O mecanismo pelo qual o bromo, presente no halon
1211, inibe a combustão não é completamente conhecido,
como também não são todos os processos da combustão,
contudo, tem sido consideradas várias reações possíveis. Na
combustão dos hidrocarbonetos, a maioria dos radicais

147
16 set 97 MT 001-01

ativos é constituída por átomos de oxigênio, de hidrogênio e


pela hidroxila.
Um dos mecanismos possíveis de remoção de
radicais ativos é atribuído a retirada da cadeia dos átomos de
hidrogênios com a formação direta de moléculas de H2. Isto
não pode acontecer pela combinação direta de dois átomos
sem que a energia liberada seja suficiente para causar a
dissolução da molécula recém formada, portanto a
combinação será: 2H + 2Hbr → H2 + Br2.

2.5.4.2 Risco às Pessoas


A descarga do halon 1211 para a extinção de um
incêndio, pode criar um risco às pessoas devido, não só ao
próprio halon, como também aos produtos de sua
decomposição resultante da exposição do agente ao fogo ou
a superfícies aquecidas. A exposição ao agente natural é em
geral de menor efeito que a exposição aos produtos de sua
decomposição, conseqüentemente, não devendo-se permitir a
permanência de pessoas, após a descarga deste gás através
de uma instalação fixa em locais confinados.
Os efeitos do halon 1211 natural em seres humanos,
foi estudado e verificou-se que, em concentrações abaixo de
4% e exposições de aproximadamente um minuto de
duração, produz mínimos efeitos no sistema nervoso central.
Em concentrações acima de 4% com exposição de alguns
minutos de duração , causa vertigens, enfraquecimento da
coordenação motora e redução da acuidade mental,
entretanto, estes efeitos não são incapacitantes quando a
exposição for de um minuto ou menos. Nos primeiros trinta
segundos de exposição ao halon 1211 foram verificados
pequenos efeitos mesmo com inalação de concentração
acima de 4%. Os efeitos persistem por pouco tempo após a
exposição, devendo ser esperada uma recuperação rápida e

148
16 set 97 MT 001-01

completa. Normalmente este agente não se acumula no corpo


humano, mesmo com repetidas exposições.Em
concentrações entre 5 e 10% existe o risco de inconsciência
e possível morte se a exposição for prolongada.

2.5.5 HALON 2402

O halon 2402, sob condições normais, é um líquido


de alto peso específico, portanto pode ser facilmente arma-
zenado. Este agente é bastante eficiente no combate a
incêndios em líquidos inflamáveis, e em combustíveis
sólidos, exigindo neste caso em geral, menor quantidade do
agente. Tem ótimas propriedades dielétricas, não
provocando danos nos materiais que atinge durante a
extinção de um incêndio. Por ser um líquido com ponto de
ebulição de 47,4ºC, mantém-se nesse estado na sua
utilização devido sua densidade, tem um razoável alcance,
vaporizando-se, sempre, junto a base do fogo, onde deve ser
projetado na forma de gotículas de 0,5mm a 3,0mm de
diâmetro.
Sua alta eficiência é devido a presença de átomos de
bromo na sua molécula, sendo também utilizado para pre-
venir explosões.

2.5.5.1 Mecanismo de Extinção do Fogo


A extinção do fogo pelo halon 2402 e pelos demais
hidrocarbonetos halogenados, é obtida através da inter-
ferência na reação da cadeia de combustão, nos seus estágios
intermediários, responsável pela propagação das chamas,
onde agem localizando e findando a reação com os radicais
livres, interrompendo a propagação e extinguindo o fogo.

2.5.5.2 Risco às Pessoas

149
16 set 97 MT 001-01

Os riscos às pessoas, que podem ser criados pela


descarga do halon 2402, são semelhantes aos criados pelo
halon 1211, quanto aos vapores não decompostos. Os
produtos da decomposição deste agente, obtido pelo seu
contato com as chamas ou superfícies aquecidas, são mais
tóxicos que os do halon 1211.
Os produtos da decomposição do halon 2402, são
mais perigosos que seus vapores. Na presença de suficiente
hidrogênio (proveniente do vapor de água ou do próprio
processo de combustão), os principais produtos de sua
decomposição são ácido halogenados (Hbr e HF),
halogêneos livres (Br2 e F2) e pequenas quantidades de
haloides carbonílicos (COBr2 e COF2).

2.5.6 HALON 1202


O halon 1202 é um pouco mais eficiente que o
halon 1301, considerando-se por base o peso do agente.
Entretanto é o mais tóxico dos quatro halons selecionados
para combate a incêndios. Foi escolhido pela aviação
americana para proteção de motores de aeronaves, porém, na
atualidade, o seu uso foi abandonado e não foram
desenvolvidos outros usos para este tipo de halon.

2.5.7 SUBSTITUIÇÃO DO HALON POR OUTROS


AGENTES EXTINTORES
Como já foi comentado anteriormente, devido ao
Protocolo de Montreal, a utilização do halon encontra-se
restrita e em extinção. Por estes motivos diversos programas
foram criados buscando identificar e avaliar possíveis
substitutos para as aplicações existentes que utilizassem os
produtos banidos pelo Protocolo de Montreal. O mais
importante destes programas foi o “Significant New
Alternative Policy” (SNAP) criado pela “Environmental

150
16 set 97 MT 001-01

Protection Agency” (EPA), agência de proteção ambiental


dos Estados Unidos, analisando uma série de candidatos sob
os mais diversos critérios e criando um lista de produtos
considerados aceitáveis sob determinada ótica, enquanto, de
modo paralelo e coordenado, a “National Fire Protetion”
(NFPA) elaborava uma norma técnica específica para os
agentes que surgiam, sendo então elaborada e aprovada a
norma NFPA 2001 em 1994.
A EPA, através da publicação dos produtos
aceitáveis, apenas divulga a relação dos produtos disponíveis
que atendem a alguns critérios mínimos e estipula algumas
condições que devem ser atendidas para utilização do
produto, não se atentando ao detalhamento técnico, coberto
pela a norma NFPA 2001. Assim a escolha consciente de um
agente substituto para o halon deve se pautar pela leitura e
combinação destas duas diretrizes.
Com relação ao impacto ambiental a norma NFPA
2001 em seu Apêndice A - Material Explanatório, parágrafo
A-1-6 diz o seguinte:
“Muitos fatores influem na aceitabilidade, em
termos ambientais, de um agente extintor. Incêndios
descontrolados possuem um significativo impacto por si só.
Todos os agentes extintores devem ser usados de modo a
eliminar ou minimizar o impacto ambiental. As regras gerais
que devem ser seguidas para minimizar este impacto incluem
o seguinte:
a) Não efetuar testes desnecessários;
b) Considerar o efeito na camada de ozônio e o
impacto sobre o aquecimento global da
atmosfera (efeito estufa) e o peso destes aspectos
relacionados aos aspectos de segurança;
c) Reciclar todo o agente possível; e

151
16 set 97 MT 001-01

d) Consultar os mais recentes regulamentos ambien-


tais sobre cada agente.
A emissão desnecessária de agentes com potencial
para agredir a camada de ozônio e contribuindo para o
aquecimento da atmosfera, ou ambos, deve ser evitada.
Todas as fases de projeto, instalações, testes e manutenção
dos sistemas devem ser conduzidas evitando-se a agressão
ao meio ambiente.

2.5.7.1 Agentes Extintores Alternativos ao Halon


Devido ao Protocolo de Montreal, foram produzidos
alguns novos agentes extintores os quais encontram-se
incluídos no programa SNAP da EPA e foram considerados
aceitáveis tanto pela EPA como também pela NFPA através
da morma 2001. Estes novos agentes são os seguintes:
a) Agentes sintéticos: são aqueles obtidos a partir de
reações químicas. Os principais fabricantes e
seus agentes alternativos enquadrados nesta
categoria são:
- “E. I. Du Pont” com o produto FE-13 indicado
para uso em áreas normalmente ocupadas e o
produto FE-25 indicado para uso em áreas não
ocupadas;
- “Great Lakes Chemical” com o produto FM-200
indicado para uso em áreas ocupadas ou não;
- 3M com o produto CEA-410 indicado para uso
em áreas normalmente ocupadas ou não, tendo
uso restrito a situações especiais; e
- “North American Fire Guardian” com o produto
NSF-S-III indicado para uso em áreas nor-
malmente ocupadas ou não. O fim da produção
deste agente foi antecipado de 2030 para 2014,
na última revisão do Protocolo de Montreal.

152
16 set 97 MT 001-01

b) Agentes naturais: são resultado de processo onde


reações químicas não ocorrem, sendo normal-
mente a mistura de produtos na forma em que
ocorrem na natureza. Tendo como exemplo o
produto Inergen patenteado ela “Ansul Fire
Protection”, produzido no Brasil sob licença,
sendo indicado para uso em áreas normalmente
ocupadas ou não.

2.6 PÓ QUÍMICO SECO (PQS)

2.6.1 DEFINIÇÃO E HISTÓRICO


O pó químico seco (PQS) é um material finamente
pulverizado, não condutor de eletricidade, com característica
de fluido, tratado para ser repelente a água, resistente a
aglomeração, resistente à vibração e com propriedades
extintoras variadas de acordo com o tipo e a classificação.
Embora conhecido desde antes da 1ª Guerra
Mundial, o PQS só passou a ser usado eficientemente na
década de cinqüenta quando os equipamentos para utilizá-los
foram implementados. Antes o seu uso era manual, fato que
dificultava o emprego.
Os primeiros PQS foram a base de borax e bicar-
bonato de sódio, evoluindo, na década de sessenta, para os
de fosfato de magnésio (ABC ou multiporpose), bicarbonato
de potássio (Purple K), cloreto (Super K), e uréia-
bicarbonato de potássio.

2.6.2 PROPRIEDADES FÍSICAS E QUÍMICAS

2.6.2.1 Composição
O PQS pode ser composto por bicarbonato de sódio
(NaHCO3), bicarbonato de potássio (KHCO3), cloreto de

153
16 set 97 MT 001-01

potássio (KCl), uréia-bicarbonato de potássio (KC2N2H3O3)


e fosfato de amônia (NH4H2PO4) misturados com aditivos
(esteratos metálicos, triclorato de fosfato e polímero de
silicone) que lhe dão as características necessárias para o
acondicionamento e o emprego.

2.6.2.2 Estabilidade
O PQS é um produto estável à temperaturas de até
60ºC e acima desta margem dissocia-se, exercendo sua
função extintora.

2.6.2.3 Toxidade
O PQS não é tóxico para o ser humano, porém em
grandes quantidades e/ou área fechada pode causar
dificuldade respiratória momentânea e irritação nos olhos e
na pele.

2.6.2.4 Tamanho da partícula


Varia de 10 a 75 micras, mostrando-se mais
eficiente na ordem de 20 a 25 micras.

2.6.3 CLASSIFICAÇÃO DO PQS


Pode-se classificar de acordo com o combustível,
em:
a) Pó Químico Regular (Comum): empregado em
incêndios Classe B e C;
b) Pó Químico para Múltiplos Propósitos: empre-
gado em incêndios Classes A, B e C; e
c) Pó Químico Especial: empregado em incêndios
de metais combustível.

2.6.4 PROPRIEDADES EXTINTORAS

154
16 set 97 MT 001-01

Suas várias propriedades extintoras devidamente


combinadas, transformam o PQS, em um eficiente agente
extintor para quase todas as classes de incêndios, como será
mostrado na presente seção.

2.6.4.1 Abafamento
Quando aquecido, o bicarbonato libera dióxido de
carbono e vapor de água auxiliando na ação extintora do
PQS (se completamente decomposto, o PQS produzirá
apenas 26% de seu peso em CO2) conforme a reação abaixo:
2NaHCO3 → Na2 CO3 + CO2 + H2O
O pó apresenta a característica de, quando aquecido,
criar um resíduo fundido e pegajoso formando uma camada
selante na superfície do combustível isolando-o do
comburente.

2.6.4.2 Resfriamento
A capacidade de extinção por resfriamento é menor
no PQS.
Estudos comprovam que o PQS com 95% ou mais
de bicarbonato de sódio absorve 259 calorias por grama e o
bórax com 2% de esterato de zinco absorve 463 calorias por
grama.

2.6.4.3 Proteção Contra Radiação


O PQS possui pouca eficiência quanto à sua
capacidade extintora. Sua descarga de pó produz uma nuvem
entre a chama e o combustível, protegendo o mesmo por
algum tempo do calor.

2.6.4.4 Quebra da Cadeia de Reação


A principal e mais importante propriedade extintora
do PQS é a sua capacidade de quebrar a cadeia de reação da

155
16 set 97 MT 001-01

combustão, impedindo que os radicais livres reajam entre si,


dando continuidade à reação.
Para se entender este princípio será analisado
abaixo a pirólise do metano CH4:
- Início da cadeia.
2CH4 + 2O2 → 2CH4 + OH + 3O + H
- Propagação da cadeia
CH3 + O2 → H2O + OH
2O2 + 2H → 2OH + 2O
CH4 + OH → CH3 +H2O
H2CO + O → HCO + OH
HCO → H + CO
CO + OH → CO2 + H
4OH → 2H2O + 2O
A presença de PQS interfere nos radicais livres
(CH3, OH, O e H) produzidos no início da cadeia impedindo
as reações da propagação.
A interferência do PQS nas reações dos radicais
livres se faz de duas maneiras:
a) Pela combinação dos radicais livres com as par-
tículas do PQS, através da diminuição do seu
tamanho médio, e consequentemente o aumento
de sua superfície ativa.
b) Pela formação de espécies químicas, capazes de
reagir com os radicais livres. Sais finamente
divididos contendo sódio e potássio, devido as
suas grandes áreas superficiais, possui um alto
poder de transferência de calor, resultando na
vaporização de metais ou de hidretos metálicos,
altamente reativos, os quais removem os radicais
H e OH da cadeia de reação.

156
16 set 97 MT 001-01

2.6.5 TIPOS DE PQS

2.6.5.1 À Base de Bicarbonato de Sódio


Os pós a base de bicarbonato de sódio são eficientes
na extinção de incêndios Classe B e C, especialmente em
óleos e gorduras, pois ele reage formando uma espécie de
sabão na superfície do combustível. Apesar de eficiente em
Classe C, o pó em maquinários pode provocar danos nos
equipamentos devendo ser evitado o seu emprego.
Para incêndios Classe A possui ação eficiente nas
chamas mas o seu pouco poder de resfriamento, o torna não
recomendado.
Sua composição, variando conforme o fabricante, é
basicamente de:

Substância Proporção
BICARBONATO DE SÓDIO 97%
ESTERATO DE MAGNÉSIO 1,5%
CARBONATO DE MAGNÉSIO 1%
TRICLORATO DE FÓSFORO 0,5%

2.6.5.2 À Base de Sais de Potássio


Utilizados em incêndios Classe B são duas vezes
mais eficientes no combate a incêndios em líquidos
inflamáveis, exceção a óleos e gorduras, que os sais de
sódio, apesar de ter um fluxo no esguicho 10% menor.
Para incêndios de Classes A e C os sais de potássio
apresentam as vantagens e as mesmas contra-indicações que
os pós a base de bicarbonato de sódio.

157
16 set 97 MT 001-01

Sua composição pode ser a base de bicarbonato de


potássio, cloreto de potássio ou uréia-bicarbonato de
potássio.

2.6.5.3 Tipo ABC


A base de monofosfato de amônio, e também
conhe-cido por “multipurpose”, age com as mesmas
características do pó a base de sais de potássio em incêndios
Classes B e C, com as mesmas vantagens e contra-
indicações.
Ao contrário dos outros, o pó ABC, apresenta
considerável eficiência em incêndios de Classe A, pois
quando aquecido se transforma em um resíduo fundido,
aderindo à superfície do combustível e isolando-o do combu-
rente.
Os pós tipo ABC e a base de bicarbonato, quando
acondicionados, não podem ser misturados, pois reagem
entre si formando o CO2 e consequentemente elevando
perigosamente a pressão interna do recipiente.

2.6.5.4 Para Incêndios Classe D


Nos incêndios Classe D, também conhecidos como
incêndios em materiais pirofóricos ou metais combustíveis,
não é recomendável a utilização de pós químicos comuns
usados nas Classes A, B e C, mas sim os chamados pós
químicos especiais.
O pó químico especial é normalmente encontrado
em instalações industriais, que utilizam estes tipos de metais
ou em seus depósitos. Nestes casos as Unidades de
Bombeiros Militar que, em suas áreas de atuação, estejam
instaladas unidades industriais ou depósitos com materiais
classe D, devem atuar em conjunto com as brigadas das
referidas empresas, quer em treinamento, ou no combate.

158
16 set 97 MT 001-01

Deve-se observar que os Corpos de Bombeiros não


costumam contar com este tipo de pó, em seus depósitos de
materiais operacionais, pois incêndios de Classe D não são
considerados comuns.
Será observado abaixo os diversos tipos de pó
químico especial existentes, e suas principais
características.

2.6.5.4.1 G-1
a) Composição: grafite com adição de um composto
orgânico;
b) Acondicionamento: em baldes metálicos ou bar-
ricas de papelão;
c) Manuseio: aplicado ao fogo através de conchas
ou de pás;
d) Aplicação: magnésio, sódio, potássio, titânio, lí-
tio, cálcio, zircônio, háfnio, tório, urânio e
plutônio; e
e) Método de extinção: resfriamento.

2.6.5.4.2 Met-L-X
a) Composição: cloreto de sódio com aditivos
(triofosfato de cálcio, esteratos metálicos e
outros);
b) Acondicionamento: extintores de 30 libras, car-
retas de 150 a 300 libras, unidades estacionárias
de 2000 libras e instalações fixas (sempre
propulsionada por CO2);
c) Manuseio: esguicho da unidade extintora, aberto,
aplicando fina camada sobre a massa incendiada;
d) Aplicação: magnésio, sódio potássio, ligas de
sódio-potássio, zircônio, urânio, titânio e pó de
alumínio; e

159
16 set 97 MT 001-01

e) Método de extinção: abafamento.

2.6.5.4.3 Na-X
a) Composição: carbonato de sódio com aditivos;
b) Acondicionamento: baldes de 50 libras,
extintores portáteis de 30 libras, carretas ou
unidades estacionárias de 350 libras;
c) Manuseio: cobrir o combustível com o pó, for-
mando uma pasta;
d) Aplicação: sódio metálico; e
e) Método de extinção: abafamento.

2.6.5.4.4 Lith-X.
a) Composição: grafite e aditivos;
b) Acondicionamento: extintores;
c) Manuseio: idêntico ao extintor de CO2;
d) Aplicação: lítio, aparas de magnésio e de zir-
cônio;
e) Método de extinção: abafamento.

2.6.5.4.5 Pyromet
a) Composição: cloreto de sódio, fosfato de dia-
mônio, proteínas e outros agentes;
b) Acondicionamento: extintores portáteis com 25
libras, propulsionado por CO2 e com esguicho
tipo difusor;
c) Manuseio: idêntico ao extintor de CO2;
d) Aplicação: sódio, cálcio, zircônio, titânio, mag-
nésio em pó e alumínio em pó; e
e) Método de extinção: abafamento.

160
16 set 97 MT 001-01

3 EXTINTORES DE INCÊNDIO

3.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

3.1.1 CONCEITO
Extintores de Incêndio são equipamentos para
pronto emprego em incêndios incipientes, tal limitação
operacional é conseqüência de sua carga útil reduzida. Os
extintores de incêndio prescindem de quatro condições para
obter êxito em sua utilização:

Fig. 45

161
16 set 97 MT 001-01

a) O aparelho extintor deve estar em um local


apropriado e em boas condições de
funcionamento;
b) Sua utilização deve estar de acordo com a classe
de incêndio que se objetiva combater;
c) O princípio de incêndio deve ser descoberto em
tempo hábil, para que propicie o uso eficaz do
aparelho;
d) O operador do extintor deve estar preparado para
seu manuseio.

3.1.2 HISTÓRICO
Na primeira década do século XIX surgiram os
primeiros extintores de incêndio realmente portáteis. Eram
extintores de soda-ácido que, quando em utilização,
proporcionavam uma reação química entre o ácido e um
cilindro com uma solução de soda. A reação química
resultante produzia uma pressão gasosa suficiente para
expelir a solução. Já por volta de 1820 surgiram os
primeiros extintores de água com ampola de gás propelente.
Passados mais de três décadas, por volta do ano de
1859, foram desenvolvidos os primeiros extintores de água
pressurizada, bem mais eficientes do que os modelos até
então existentes, tanto em relação a operação como a
manutenção dos mesmos. Entretanto levou-se mais de dez
anos para que ganhassem a devida confiabilidade
substituindo então os aparelhos mais antigos, sendo
atualmente, o tipo de extintor de uso predominante para os
incêndios incipientes de Classe A.
No ano de 1917 os extintores de espuma química
apareceram, obtendo-se então um agente extintor com
propriedades de resfriamento e de abafamento, ideal para
emprego em combustíveis sólidos comuns e líquidos

162
16 set 97 MT 001-01

inflamáveis. O extintor de espuma tornou-se o mais usado


em sua classe de incêndio, até a década de cinqüenta, época
em que os extintores de pó químico começaram a ser
introduzidos no mercado.
O desenvolvimento da tecnologia de fabricação dos
extintores, fez com que em 1969 os extintores de inversão de
soda ácido se tornassem totalmente obsoletos tendo sido
então substituídos pelos extintores de carga líquida e espuma
química, que ultimamente também vêm caindo em desuso, já
sendo considerados ultrapassados.
Os líquidos vaporizantes, como o tetracloreto de
carbono, começaram a ser utilizados em 1908 como agentes
extintores. O tetracloreto de carbono foi um dos primeiros
produtos químicos utilizados no combate a incêndios,
entretanto devido ao grau de toxidade dos vapores, produtos
de sua decomposição por ação do fogo, entre os quais o
ácido clorídrico, teve seu emprego contra-indicado por volta
da década de sessenta.
Em 1954 começaram a ser desenvolvidos os
primeiros extintores de hidrocarbonetos halogenados, o halon
1301, foi o pioneiro, até que no ano de 1980, tendo registro
na ABTN sob a norma NBR 11762 para extintores
halogenados, atualmente denominada de NBR 11762 de abril
de 1992.
Durante a Primeira Guerra Mundial, Os primeiros
extintores de CO2 foram produzidos e se transformaram no
principal agente extintor para líquidos inflamáveis, até por
volta de 1950, quando perderam a liderança para os
extintores de pó químico.
O extintor de PQS, a base de bicarbonato de sódio,
foi desenvolvido a partir de 1928, quando foi concebido um
eficiente extintor, tendo como propelente uma ampola de gás,
entretanto o seu considerável desenvolvimento aconteceu nos

163
16 set 97 MT 001-01

anos 40 e o seu grande progresso se iniciou em 1945 com a


introdução do pó finamente dividido. Em 1947 os extintores
usados até então foram substituídos por modelos melhorados,
que passaram a utilizar o agente com mais eficiência.
O avanço tecnológico, principalmente na indústria
petroquímica, e a utilização industrial de líquidos e outros
produtos químicos inflamáveis, associada aos riscos
inerentes a esses produtos, favoreceu o desenvolvimento de
novas substâncias com grande poder extintor. Surgiu em
1959, o pó à base de bicarbonato de potássio, cerca de duas
vezes mais eficiente que o tradicional, à base de bicarbonato
de sódio. Dois anos após, em 1961, foi desenvolvido um
novo pó, para todos os usos, denominado ABC que, além de
ser cerca de 50% mais eficiente que o tradicional, no
combate de incêndios em líquidos inflamáveis, podia ser
usado em eletricidade e também como um bom agente para
combate de incêndios comuns em combustíveis sólidos.
Inicialmente esse agente era fabricado à base de difosfato de
âmonio que posteriormente foi substituído pelo monofosfato
de amônio por ser consideravelmente menos higroscópico.
No ano de 1953 começaram a ser difundidos os
primeiros extintores pressurizados e recarregáveis. Com a
finalidade de fazer frente ao desenvolvimento do uso de
metais pirofóricos, tais como o magnésio, o sódio e o lítio.
Surgiram os agentes para o combate de incêndios nesses
materiais que receberam o nome de pós especiais, para
utilização em incêndios da classe D.

3.1.3 TIPOS

3.1.3.1 Quanto ao Gênero


Dentro de suas particularidades os extintores se
dividem em portáteis, que são aqueles empregados e

164
16 set 97 MT 001-01

operados por uma só pessoa, extintores sobre rodas, também


chamados de carretas, que são aparelhos com maior
capacidade de armazenamento de agente extintor,.aparelho
este montado sobre um dispositivo de transporte com rodas,
exigindo para seu emprego mais de um operador e
estacionários, quando são montados de maneira fixa, com a
finalidade de proteger determinado local ou equipamento
específico, podendo ter seu acionamento manual ou
automático. Obedecendo a estes gêneros há vários tipos de
extintores variando em tamanho, indicações de uso, agentes
extintores, propelentes e quantidade de carga.

Fig. 46 Extintor de Água Fig. 47 Extintor de Água


Portátil Sobre Rodas

3.1.3.2 Quanto à Nomenclatura


Os extintores de incêndio recebem geralmente o
nome do agente extintor que utilizam.

3.1.3.3 Quanto à Propulsão.


Para que o agente extintor possa ser expelido do
recipiente, há a necessidade de um agente propelente que
crie pressão suficiente para o uso do aparelho, possibilitando

165
16 set 97 MT 001-01

eficiência, dando-lhe alcance, penetração, distribuição da


carga extintora no foco de incêndio, além de proteger o
operador contra os efeitos das chamas.

3.1.3.4 Quanto à Pressão


A pressão necessária para que haja funcionamento
do aparelho extintor pode ser obtida através de:

3.1.3.4.1 Extintores Pressurizados


a) Comprimindo-se o próprio agente extintor como
é o caso do CO2 e dos compostos halogenados.
b) Por compressão de um outro gás propelente den-
tro do próprio cilindro do extintor, como ocorre
nos aparelhos de PQS, que são pressurizados
com nitrogênio.

Fig. 48 Extintor Pressurizado

3.1.3.4.2 Extintores a Pressurizar

166
16 set 97 MT 001-01

Por pressão injetada, ou seja, o gás propelente não


fica em contato permanente com o agente extintor, mas em
um cilindro auxiliar separado. Só ocorrendo a injeção no
momento da abertura da válvula do cilindro auxiliar, para
uma eventual operação

Fig. 49 Extintor de Pó Fig. 50 Extintor de Espuma


Químico Seco Mecânica
Pressurizado Pressurizado

3.1.3.4.3 Extintores Químicos


Por intermédio de uma reação química, em
decorrência das substâncias que compõem o extintor,
fazendo-as entrar em contato provoca-se uma reação
química, sendo liberando um gás como produto da reação,
gás este utilizado como agente propelente.

167
16 set 97 MT 001-01

Fig. 51 Extintor de Fig. 52 Extintor de Espuma


Espuma Química Química Sobre Rodas
Portátil

3.1.4 VISTORIA DE APARELHOS EXTINTORES


O extintor de incêndio tem uma longevidade que
está ligada diretamente a sua manutenção e a sua correta
utilização. O item segurança reputa-se como essencial, e a
vistoria periódica é a melhor maneira de otimizar o uso do
aparelho, além de ser fundamental para a segurança do
operador. Como todo cilindro submetido a pressão os
extintores de incêndio estão sujeitos a uma possível ruptura
de sua carcaça, devido a tal problema a sua vistoria e
manutenção tornam-se preponderantes.
No tocante a segurança a ABTN emana as normas
técnicas que determinam a freqüência de inspeção dos vasos,
que, após aprovados, recebem o selo de conformidade,

168
16 set 97 MT 001-01

assegurando ao usuário um aparelho que atendendo às


normas de segurança por cinco anos.
Em um segundo momento, quando adquirido para o
uso específico, cabe ao proprietário garantir seu
funcionamento eficaz, procurando manter seu bom estado,
através de uma manutenção realizada por empresas
credenciadas a efetuar o ensaio hidrostático.
Quando sofrer qualquer acidente mecânico que
comprometa sua integridade, ou ainda quando receber
qualquer tratamento inadequado este ensaio deve ser
realizado independentemente do prazo de validade do ensaio
anterior. Submetidos a este teste são reprovados e
inutilizados os cilindros que demonstrem vazamentos ou
qualquer outra distorção física, que evidencie a falta de
segurança para manuseio e operação do extintor de incêndio.
A NBR 12962, de maio de 1994, define ensaio
hidrostático como: “aquele executado em alguns
componentes do extintor de incêndio, sujeitos à pressão
permanente ou momentânea, utilizando-se normalmente a
água como fluido, que tem como principal objetivo avaliar a
resistência dos componentes à pressões superiores a pressão
normal de carregamento ou de funcionamento do extintor de
incêndio, em suas respectivas normas de fabricação”.
A NBR 12962 regulamenta a inspeção, manutenção
e recarga de extintores de incêndio, tópicos que se revestem
de capital importância, pois asseguram a perfeita operação do
extintor no momento do uso. Na inspeção pode ser utilizado
um funcionário que recebe orientação básica para fazê-la,
entretanto, a manutenção e a recarga só devem ser feitas por
pessoal especializado e que irá utilizar ferramentas, peças e
materiais adequados e segundo recomendações dos
fabricantes de extintores.

169
16 set 97 MT 001-01

3.1.4.1 Inspeção de Extintores


“Exame periódico, efetuado por pessoal habilitado,
que se realiza no extintor de incêndio, com a finalidade de
verificar se este permanece em condições originais de
operação”.

3.1.4.2 Manutenção de Extintores


“Serviço efetuado no extintor de incêndio, com a
finalidade de manter suas condições originais de operação,
após sua utilização ou quando requerido por uma inspeção”.
Níveis de Manutenção
Níveis Situações
1 - Lacre(s) violado(s) ou vencido(s)
- Quadro de instruções ilegível ou inexistente
- Inexistência de algum componente
1 ou 2 - Validade da carga de espuma química e carga
líquida vencida
1 ou 3 - Mangueira de descarga apresentando danos,
deformação ou ressecamento
- Extintor parcial ou totalmente descarregado
2 - Mangotinho, mangueira de descarga ou bocal de
descarga, quando houver, apresentando
entupimento que não seja possível reparar na
inspeção
- Corrosão no recipiente e/ou partes que possam
ser submetidos à pressão momentânea ou
permanente, e/ou partes externas, contendo
mecanismo ou sistema de acionamento mecânico
3 - Data do último ensaio hidrostático igual ou
superior a cinco anos
- Inexistência ou ilegibilidade das gravações
originais de fabricação ou do último ensaio
hidrostático
170
16 set 97 MT 001-01

3.1.4.2.1 Manutenção de 1º Nível


Manutenção, geralmente no ato da inspeção,
executada por pessoal habilitado, que pode ser realizada no
local onde o extintor está instalado, não havendo necessidade
de removê-lo para oficina especializada”.

3.1.4.2.2 Manutenção de 2º Nível


Manutenção que requer serviços com equipamentos
e local apropriados, e por pessoal habilitado”.

3.1.4.2.3 Manutenção de 3º Nível ou Vistoria


Processo de revisão total do extintor, incluindo a
execução de ensaios hidrostáticos e recarga, que é a
reposição ou substituição da carga nominal de agente extintor
e gás propelente.
A freqüência de inspeção, ainda segundo a norma
supra citada, é de seis meses para extintores de CO2 e em
cilindros de gás propelente e de um ano nos demais tipos,
sendo recomendado que este espaço de tempo seja menor
quando o aparelho está sujeito a intempéries e/ou condições
especialmente agressivas.

3.1.4.3 Simbologia
Para se ter êxito na utilização de um extintor de
incêndio o tempo é fator exponencial, haja vista que o ataque
às chamas tem que acontecer no incêndio ainda em sua fase
incipiente, para isto a localização e a identificação do
aparelho tem que ser rápida e precisa. Daí a necessidade de se
criar todas as facilidades para que os operadores de
equipamentos de combate a incêndio, principalmente
extintores, possam agir. Para tanto a utilização de símbolos
como cores, letras e palavras esclarecedoras permitem a
confirmação imediata de um extintor quanto a sua

171
16 set 97 MT 001-01

adequacidade à classe de incêndio, permitindo seu uso


correto e em tempo bastante breve.
A NBR 7532 , Norma Técnica que se reporta a
identificadores de extintores de incêndio, dimensões e cores e
demais padronizações, assim preconiza:
a) Extintores para Incêndios Classe A: triângulo
equilátero verde com a letra “A” inscrita e de cor
branca. Acima do triângulo haverá a palavra
“COMBUSTÍVEIS” e sob o mesmo “SÓLI-
DOS”.
b) Extintores para Incêndios Classes B: quadrado
vermelho com a letra “B” inscrita e de cor
branca. Acima do quadrado haverá a palavra
“LÍQUIDOS” e sob o mesmo “INFLAMÁVEIS”
c) Extintores para Incêndios Classe C: círculo azul
coma letra “C” inscrita e de cor branca. Acima
do círculo haverá a palavra “EQUIPAMENTOS”
e sob o mesmo “ELÉTRICOS”
d) Extintores para Incêndios Classe D: estrela de
cinco pontas amarela com a letra “D” inscrita e
de cor branca. Sobre a estrela haverá a palavra
“METAIS” e sob a mesma “COMBUSTÍVEIS”;

172
16 set 97 MT 001-01

Fig. 53 Identificação dos extintores.

Obs:
a) Os extintores indicados para mais de uma classe
de incêndio terão tantos símbolos quanto as
classes de incêndio que são indicados, em uma
seqüência horizontal;
b) Os símbolos deverão ser colocados na parte
superior e frontal do aparelho e deverão ser de
tamanho adequado que permita a sua
identificação, a no mínimo, um metro do
extintor.

3.2 EXTINTORES DE ÁGUA

3.2.1 APRESENTAÇÃO
Dentro de sua proposta de combater de maneira
imediata pequenos focos de incêndio, os extintores de água
173
16 set 97 MT 001-01

não substituem os grandes sistemas de extinção, todavia


podem ser usados de maneira eficaz em princípios de
incêndios. São equipamentos que aliam a maneabilidade,
necessária à pronta extinção de incêndios incipientes;
retratados através de sua leveza, de sua facilidade de
manuseio e de sua possibilidade de reaproveitamento; a
eficácia na obtenção de resultados, imprenscidíveis à
limitação dos danos motivados pela ação do fogo.
Apresentam-se divididos em extintores de água
pressurizada e extintores de água-gás, portáteis e sobre
rodas.

3.2.2 CONSTITUIÇÃO

3.2.2.1 Extintores Portáteis de Água Pressurizada


Extintores portáteis de água pressurizada consistem
de um cilindro de chapa de aço, de acordo com a Norma
ABNT 1010, soldado eletronicamente, fosfotizado e pintado
internamente com tinta à base de ulha e, externamente, com
uma demão de tinta de fundo anticorrosiva e uma demão de
tinta de acabamento, na cor vermelha, a base de poliuretano.
Válvula de descarga construída em latão forjado, de
laminado do tipo intermitente e de fechamento automático,.
mangueira plástica com trama, ou produzida a base de
policloreto de vinila (PVC cristal) com um reforço de fios de
poliester trançado, de alta densidade, entre suas duas
camadas. Compressão de serviço da mangueira de 17
kgf/cm2 e de ruptura de 70 kgf/cm2 a 20ºC. Disponivel em
conteúdo de 10 litros, possuindo um tubo sifão que quase
alcança o fundo. Sua pressão nominal de 11,50 Kgf/cm 2 é
obtida por CO2, N2 ou ar atmosférico. Seu uso é feito através
do simples acionamento de sua válvula. Devido a presença
do manômetro pode ser verificado se possuem carga.

174
16 set 97 MT 001-01

Fig 54 Extintor Portátil


de Água Pressurizada

3.2.2.2 Extintores de Água-Gás

3.2.2.2.1 Portáteis
Extintores portáteis de água-gás consistem de um
cilindro com as mesmas especificações dos extintores de
água pressurizada e disponível em conteúdo de 10 litros.
Provido com tampa de alumínio fundido e dotada de válvula
de alívio.
A pressurização é efetuada através de um cilindro
contendo 80g de CO2, com tubo de aço de acordo com a
Norma ABNT 1040, sem costura. Válvula de pressurização
do tipo abertura lenta, construída em latão forjado e
dimensionada para funcionar a 18 kgf/cm2 e provido de
disco de segurança em bronze fosforoso, mangueira plástica
com características idênticas ao de água pressurizada.

175
16 set 97 MT 001-01

Fig. 55 Extintor Portátil


de Água-Gás

3.2.2.2.2 Sobre Rodas


Extintores de água-gás sobre rodas consistem de um
cilindro de chapa de aço de acordo com a ABNT 1010, bitola
12 (2,6mm) para 75 litros e bitola 11 (3,0mm) para 150
litros. Soldado eletronicamente, fosfotizado e pintado
internamente com tinta a base de ulha e, externamente, com
uma demão de tinta de fundo e uma demão na cor vermelha
à base de resina poliuretano. Tampa de alumínio fundido e
dotada de válvula de alívio seu volume pode chegar a 150
litros e o alcance de seu jato varia de 10m a 12m. A
pressurização é efetuada através de um cilindro de CO2 , com
massa de até 2,0 Kg e pressão de serviço de 17Kgf/cm2 e de
ruptura de 70Kgf/cm2, com tubo de aço de acordo com a

176
16 set 97 MT 001-01

Norma ABNT 1040 ou ABNT 1541, sem costura, de


conformidade com a NBR 12639.
Válvula de pressurização do tipo abertura lenta,
contruída em latão forjado, provido de disco de segurança
em bronze . Mangueira plástica com trama, ou de borracha
com trama de rayon com comprimento de 10m a 12m,
contendo na extremidade uma válvula de descarga de nylon
ou esguicho regulável em latão, ambos do tipo intermitente.

Fig. 56 Extintor de Água Gás


Sobre Rodas

3.2.2.3 Bombas Manuais Portáteis para Água


Existem vários tipos de extintores, à base de água,
que funcionam por intermédio de uma bomba manual
portátil, todos tem um depósito para carregar a água, seu
agente extintor.
O mais usado é a bomba cisterna, que é constituída
de um depósito principal para água cilíndrico e produzido
em latão, cobre ou chapa galvanizada; de uma bomba
177
16 set 97 MT 001-01

aspirante-premente, montada internamente e com a alça de


funcionamento do pistão e a saída do jato na parte superior
do aparelho. O jato se exterioriza através de mangotinho,
este aparelho possui também uma alça de transporte e
capacidade de 10 a 20 litros.

3.2.3 EMPREGO
Os extintores de incêndio que funcionam a base de
água, quer pressurizada ou a gás, agem, principalmente,
retirando calor do sistema em combustão. Por ser a água o
composto químico de maior capacidade térmica, ser
encontrada de forma abundante na natureza e ser de caracter
atóxica e não reagente, seu emprego e largamente utilizado
como agente extintor em incêndios incipientes em materiais
que queimam à superfície e profundidade, também chamados
de Classe A. Todavia sua utilização é contra indicada em
materiais elétricos energizados, pois apesar da água em seu
estado natural ser uma substância de caráter não condutor, ao
receber substâncias como o cloro (Cl-), o flúor (F-) e o
sulfato de alumínio Al2(SO4)3, indispensáveis a sua
potabilidade, ela se torna , por força desses íons, suscetíveis
à passagem de corrente elétrica, se tornado contra indicados
para os incêndios incipientes da classe C. Em resumo são
recomendáveis para os princípios de incêndio da classe A
onde são desejáveis os efeitos do resfriamento e da
umidificação tornando contra indicados para os incêndios de
Classe C. Não são indicados para extinção de incêndios
incipientes em metais combustíveis como o alumínio, o
zinco, o zircônio, o sódio e o potássio, chamados incêndios
de Classe D.

178
16 set 97 MT 001-01

Fig. 57

3.2.4 CUIDADOS A SEREM OBSERVADOS


a) Não tentar, em nenhum caso, reparar defeitos do
aparelho;
b) Não recolocar o aparelho em seu suporte sem
antes recarregá-lo;
c) Não utilizar em aparelhos elétricos energizados.

3.2.5 VISTORIA DOS EXTINTORES DE ÁGUA


A Associação Brasileira de Normas Técnicas fixa as
condições mínimas exigidas para vistoria de extintores de
incêndio de alta e de baixa pressão. A ABNT entende por
extintores de baixa pressão aqueles cuja a pressão de
trabalho é inferior a 30Kgf/cm2, e por extintores de alta
pressão aqueles cuja pressão é superior ao valor
anteriormente citado.

3.2.5.1 Manutenção dos Extintores de Água


É o conjunto de verificações, operações e serviços
executados nos extintores de água, mantendo-os em perfeitas
condições de funcionamento, ou seja, todo procedimento que
tenha como finalidade tornar sua utilização eficaz. Devem
ser procedidos.
179
16 set 97 MT 001-01

3.2.5.1.1 Semanalmente
Verificar o acesso, o lacre, e a sinalização do
aparelho.

3.2.5.1.2 Mensalmente
Verificar se o extintor está carregado, checando a
pressão do manômetro ou o nível do agente, retirando-se a
tampa dos extintores de pressão indireta.

3.2.5.1.3 Semestralmente
Pesar o cilindro de gás, substituindo-o quando o
peso cair em mais de 10%.

3.2.5.1.4 Anualmente
Inspecionar totalmente o aparelho, verificar se o
mangotinho, a pintura e o manômetro estão em bom estado.

3.2.5.2 Recarga dos Extintores de Água


É a reposição ou a substituição do agente extintor.
Nesta definição, a reposição deve ser entedida como a
retirada de resíduos de carga após o seu uso efetivo e a
conseqüente colocação de nova carga. Por substituição deve
ser entendida como a retirada do agente extintor quando este
não foi efetivamente utilizado, e a conseqüente colocação de
nova carga.
Anualmente, deverá descarregar o aparelho
fazendo-o funcionar, inspecionar o aparelho totalmente,
inclusive a válvula de alívio, que deverá ser testada.
Verificar o cilindro de gás. Ter sempre a mão carga e
cilindros de reserva para repor imediatamente após o uso.

180
16 set 97 MT 001-01

3.2.5.3 Reteste ou Ensaio Hidrostático dos Extintores de


Água
Somente poderá ser realizado por empresas
executoras com registro na ABNT. Esta operação
compreende uma série de etapas que vão da medição da
pressão de trabalho do extintor; expresso em Kgf/cm2; à sua
capacidade nominal de carga, no caso de extintores de água,
expresso em litros. Estas etapas farão parte de um relatório
de ensaio hidrostático que tornarão o equipamento apto a ser
utilizado.
A cada 05 anos, os extintores de água deveram ser
submetidos a um teste hidrostático seguindo o solicitado na
NBR 10721 ou NBR 12639, conforme a pressão de trabalho.
O cilindro de gás deverá ser também testado. Os aparelhos
deverão ser remarcados, recarregados, receber o selo de
inspeção e voltar ao trabalho.

3.2.5.4 Pintura dos Extintores de Água


A pintura dos extintores de água, segundo critérios
técnicos da ABNT, é apenas uma etapa da proteção
anticorrosiva. As superfícies metálicas pintadas devem
resistir a 96 horas de exposição à névoa salina e satisfazer
condições básicas de aderência. O ensaio de aderência da
tinta deve ser realizado na proporção de 1 para 200 unidades
preparadas e pintadas. Se após a fosfotização, os corpos dos
extintores forem imediatamente secos e pintados, o banho de
passivazão pode ser dispensado. Havendo necessidade do
polimento ou lixamento como preparação da pintura, o
mesmo deve preceder a fosfotização

181
16 set 97 MT 001-01

3.2.6 FUNCIONAMENTO DOS EXTINTORES DE


ÁGUA.

3.2.6.1 Água Pressurizada


Transportar pela alça, que faz parte do corpo da
válvula, até a proximidade do fogo. Devido a presença do
manômetro pode-se verificar se o extintor está com carga ou
não, a seguir solta-se a trava de segurança, aponta-se o
mangotinho para a base do fogo e em seguida aperta-se o
gatilho localizado na válvula de saída, de acordo com a
seqüência ilustrativa abaixo.

3.2.6.2 Ägua-Gás
Transportar pela alça até a proximidade do fogo, a
seguir, com uma das mãos, abrir a válvula da ampola de
CO2,. retirar o pino de segurança e acionar para baixo a
maçaneta que vai perfurar o disco de vedação do cilindro de
CO2 . A maçaneta de liberação do gás deve ficar lacrado
para que se tenha acerteza de sua incolumidade e portanto
com carga plena de gás. Nestes aparelhos deve haver uma
válvula de alívio de pressão no recipiente de gás. Os jatos
dos extintores de água-gás podem atingir até 15m e suas
descargas durar até 55s, para o caso dos portáteis, e até 240s
para o caso dos extintores sobre rodas. Suas carretas sempre
deverão possuir um dispositivo de interrupção do jato na
extremidade do mangote.

182
16 set 97 MT 001-01

Fig. 58 e 59 Transporte e acionamento do extintor


de água pressurizada e água gás

Fig. 60 Descarga Extintora

183
16 set 97 MT 001-01

Fig. 61 Empunhadura e acionamento do


extintor de água pressurizada e água gás

Fig. 62 Transporte de um Fig. 63 Acionamento do


Extintor de Água Gás Sobre - recipiente de gás propulsor
Rodas do Extintor de Água Gás
Sobre Rodas

184
16 set 97 MT 001-01

Fig. 64 Acionamento do Extintor de


Água Gás Sobre -Rodas

Fig. 65 Acionamento do Extintor de Água Gás


Sobre -Rodas

3.3 EXTINTORES DE GÁS CARBÔNICO

3.3.1 APRESENTAÇÃO
Normatizados pela NBR 11716 de Dezembro de
1991, os extintores de dióxido de carbono (CO2), são
amplamente utilizados, atuando basicamente pelo processo
185
16 set 97 MT 001-01

de abafamento, embora haja concomitantemente uma ação


de resfriamento. Tanto na categoria dos portáteis, que são
aqueles com até 6Kg de carga e 25Kg de peso total, quanto
os extintores sobre rodas, que são aqueles acima de 6Kg de
carga extintora e mais de 25Kg de peso total do conjunto.

Fig. 66 Extintor Portátil de CO2.

3.3.2 CONSTITUIÇÃO
Os extintores de CO2 são constituídos essen-
cialmente de um cilindro de chapa de aço, na cor vermelha,
de acordo com a ABNT 1010, soldado eletronicamente,
fosfotizado e pintado internamente a base de ulha e,
externamente, com uma demão de tinta de fundo
anticorrosiva e uma demão de tinta de acabamento, a base de
poliuretano. Possui tubo sifão, punho, alça de transporte e
gatilho, mangueira de descarga e esguicho difusor

186
16 set 97 MT 001-01

Todo extintor com capacidade de carga acima de


2Kg terá, obrigatoriamente, mangueira de descarga ligando a
válvula ao esguicho difusor. Os extintores de menos de 2Kg
são normalmente construídos com o fundo redondo,
necessitando de um suporte para manter-se na posição de pé,
e os extintores maiores são construídos com o fundo chato

Fig. 67 Extintor de CO2


Sobre Rodas

3.3.2.1 Carga
Nos extintores de CO2 sua carga é expressa em
quilogramas, sem fração, e com tolerância de 5% para
menos. As cargas são de três tipos, segundo o seu local de
trabalho.
a) Carga Comum: é feita com gás seco, com a
capacidade nominal do extintor, de tolerância de

187
16 set 97 MT 001-01

até 5% para menos, própria para atuar em


temperaturas entre 0ºC e 45º C;
b) Carga de Temperatura Elevada: é feita com 90%
da carga nominal e é recomendada para
extintores sujeitos a temperatura ambientais que
variem de 0ºC até 55ºC;
c) Carga de Baixa Temperatura: obtida a partir de
uma mistura de CO2 com gás inerte,
normalmente o nitrogênio. Carga esta utilizada
para temperaturas de operação inferiores a 0ºC.
É considerada pressão de trabalho para estes
extintores a pressão de 133Kgf/cm2.
O tempo de descarga de um extintor nunca será
inferior a 8 segundos, entretanto o tempo máximo, será,
segundo a sua capacidade, dentro dos seguintes limites:

CARGA DE ALCANCE DO DURAÇÃO DA


INCÊNDIO (Kg) JATO (m2) DESCARGA (s)
2,0 1,5 22
4,0 3,0 25
7,0 4,0 27
10,0 5,0 30
25,0 7,0 57
50,0 9,0 60

3.3.3 EMPREGO
Os extintores de dióxido de carbono atuam por
abafamento e secundariamente por resfriamento, que é
intensificado quando o corpo incendiado fica coberto com a
neve carbônica conseqüente de uma descarga contínua de
gás. O fato do CO2 não ser corrosivo, não deixar resíduos,
não conduzir eletricidade, não se estragar com o tempo e não

188
16 set 97 MT 001-01

ter nenhuma ação química em condições normais, o capacita


como um excelente agente extintor.
Como conseqüência do pequeno alcance de seu jato,
exige, quando da extinção de um incêndio, a aproximação do
operador muito junto ao fogo, o que obriga o seu uso
somente para pequenos incêndios. Não deve ser usado em
incêndios em pós metálicos ou metais alcalinos, pois seu
estado gasoso não permite que se forme uma cobertura
permanente sobre o inflamável ou qualquer superfície
incendiada, permitindo o retorno das chamas, quando estas
não forem totalmente extintas.
a) Incêndios Incipientes de Classe A: não são reco-
mendados para incêndios deste tipo, por não ter
uma ação umidificante, e por isso não atingem os
materiais de combustão em profundidade
atingindo-os apenas em superfície. Também não
é recomendado a extinção em materiais leves ou
soltos devido sua ação de sopro. Pode ser usado
como um elemento para auxiliar a extinção de
incêndios em dutos e locais fechados, onde,
quando usado cria um ambiente desfavorável ao
progresso do fogo;
b) Incêndio Incipientes de Classe B: estes extintores
têm grande sucesso na extinção de incêndios
desta classe, pois, age por abafamento, método
exigido por este tipo de fogo. Deve-se usar o
extintor, fazendo-se com que a nuvem de gás
cubra toda a superfície em chamas, para tanto,
ataca-se numa das extremidades do fogo e segue-
se varrendo as chamas até o outro extremo, sem
deixar o mínimo rastro de fogo, pois, caso isto
aconteça toda a superfície tornará a entrar em
combustão;

189
16 set 97 MT 001-01

Fig.68

c) Incêndios Incipientes de Classe C: a não condu-


tibilidade elétrica do dióxido de carbono o
capacita como o extintor preferido para
incêndios em equipamento elétrico, por este
motivo, o esguicho difusor deve ser de material
isolante ou no mínimo isolado. Aplica-se o jato
diretamente no foco, insistindo-se com ele após a
extinção das chamas para que se forme uma neve
carbônica sobre o material incendiado com a
finalidade de se aproveitar o efeito de
resfriamento sobre os corpos combustíveis
comuns que revestem e isolam os condutores
elétricos.
Existem muitos extintores com válvula de gatilho
ou de alavanca, de mais de 4Kg, que possuem trava, para
fazê-lo funcionar até o esgotamento total da carga. A
utilidade desta trava é combater um incêndio num local
fechado, sem precisar penetrar no compartimento devido ao

190
16 set 97 MT 001-01

calor ou a fumaça. Aciona-se a válvula e usa-se a trava,


jogando-se o extintor em funcionamento para o interior do
local onde encontra-se o foco, procurando inundá-lo com o
gás.
Nesta hipótese deve-se usar vários aparelhos e
evitar a circulação de ar, fechando-se todas as aberturas. Este
método de combate é muito usado em navios onde os
compartimentos são estanques e facilmente inundados pelo
gás, todavia não é recomendável para materiais que durante
a combustão liberam o seu próprio comburente.

3.3.4 CUIDADOS A SEREM OBSERVADOS.


a) Ter sempre extintores de reserva para o caso de
utilização do extintor exposto;
b) Após o uso, nunca recolocar o extintor no local
antes de carregá-lo;
c) Não tentar corrigir problemas que surjam no
extintor durante sua utilização.

3.3.5 VISTORIA DOS EXTINTORES DE CO2

3.3.5.1 Manutenção
a) Semanalmente: verificar a acessibilidade, se o
pino de segurança e lacre estão corretos;
b) A cada seis meses: pesar o aparelho e registrar o
peso na etiqueta presa ao extintor. Comparar o
peso obtido com o estampado no extintor, na
válvula ou, em algumas marcas, na cinta,
recarregar o aparelho se a perda de gás for
superior a 10%;
c) Cada cinco anos: descarregar o aparelho e sub-
meter a ensaio hidrostático, segundo a norma
específica.

191
16 set 97 MT 001-01

3.3.5.2 Ensaio Hidrostático


Após permanecer em uso por cinco anos, ou a
qualquer tempo quando ocorrer algo que possa comprometer
o estado físico do aparelho, este deve ser submetido a um
ensaio hidrostático para verificação de suas condições, e
quando estas forem satisfatórias, retornará ao uso. Para isto,
retira-se a válvula e submete-se o cilindro a um teste de
pressão hidrostática, o que é feito dentro de uma câmara de
água, para esta determinar a sua expansão. A pressão de teste
deverá ser igual a 5/3 da pressão de serviço do cilindro que
corresponde a 200Kgf/cm2,pois a pressão considerada de
serviço é de 133kgf/cm2 e deve ser aplicada no mínimo
durante 30 segundos, que é tempo suposto necessário para a
obtenção da completa expansão do cilindro. Os cilindros
submetidos ao teste e que apresentarem uma expansão
permanente maior que 10% da expansão total devem ser
condenados.
Para recarga dos extintores de CO2 deve-se utilizar
gás isento de umidade, em estado líquido e a uma
temperatura entre 17,7ºC. (0ºF) e 31ºC. (88ºF). O suprimento
de gás pode provir de um cilindro ou de um aparelho de
liquefação de gás.
Para recarregar usa-se inicialmente a diferença de
pressão entre o extintor e o cilindro depósito, após o
equilíbrio entre ambos usa-se um compressor adequado para
completar o peso de gás, segundo a capacidade do aparelho.
O extintor após ser carregado, deve ter sua válvula testada
contra vazamentos, se houver vazamentos estes provocarão
borbulhamento na água. Este teste é feito sem a mangueira e
o esguicho-difusor. Para um teste mais apurado, coloca-se

192
16 set 97 MT 001-01

campânulas de vidro sobre as válvulas para revelar a


presença de qualquer vazamento por menor que seja.
Após o teste remover todos os traços de água. Caso
apresente vazamento, antes de se retirar a válvula, deve-se
esvaziar o aparelho. Os trabalhos de recarga devem ser
executados por pessoa capacitada. Depois da recarga,
colocar o pino de segurança que trava a válvula, e em
seguida lacrar com arame fino e selo de chumbo ou lacre
plástico. O extintor deve ser etiquetado com o seu peso cheio
e vazio, data e nome de quem executou a recarga. Os
extintores de dióxido de carbono, não devem ser colocados,
em ambientes onde a temperatura possa se elevar acima de
55ºC. (130ºF) pois, tal elevação pode ocasionar a ruptura do
disco de segurança. Se o local a proteger estiver acima
daquela temperatura, deve-se usar extintores especiais e com
recomendações adequadas do fabricante.

3.3.6 FUNCIONAMENTO
Quando sua válvula é acionada, o gás líquido sobe
através do tubo sifão, circula pela válvula e penetra na
mangueira indo até à base do esguicho, onde através de
pequenos orifícios é transformado em gás.

193
16 set 97 MT 001-01

Fig.69 e 70 Transporte do Extintor e Quebra do Lacre.

Fig. 71 Empunhadura do gatilho e do difusor

Fig. 72 Fig. 73

As válvulas modernas são operadas por gatilho ou


alavanca especialmente montada para ser acionada pelo
polegar, estes dispositivos controlam a saída do gás à
194
16 set 97 MT 001-01

vontade do operador. são usados da seguinte maneira:


remover o extintor se seu suporte e conduzi-lo, pela alça
apropriada até as imediações do fogo, retirar então o pino ou
movimentar a trava de segurança, quebrando o arame do
lacre, retirar o esguicho do seu suporte, empunhando-o com
uma das mãos, mantendo o corpo do extintor na posição
vertical, com a outra mão, acionar a válvula; abrir o volante,
pressionar a alavanca ou acionar o gatilho; e ao mesmo
tempo dirigir esguicho para a base das chamas. Permanecer o
mais próximo possível do fogo, varrendo as chamas com o
gás, isto se faz necessário devido ao pequeno alcance do
jato.

Fig. 74 Vista superior da varredura do difusor.

3.4 EXTINTORES DE HIDROCARBONETOS


HALOGENADOS

3.4.1 APRESENTAÇÃO.
Os extintores de hidrocarbonetos halogenados estão
regulados pela a NBR 11762 de DEZEMBRO DE 1990, sob
195
16 set 97 MT 001-01

o título de “extintores de incêndio portáteis de


hidrocarbonetos halogenados”.
Todos estes tipos de extintores, também chamados
de halon, são pressurizados permanentemente pela pressão
do próprio agente extintor, que é um gás liqüefeito. Porém
quando esta pressurização não é suficiente utiliza-se um gás
expelente, recurso este, não utilizado no halon 1301.
A faixa de temperatura de utilização destes
extintores varia de -10ºC a 60ºC, exceção feita aos extintores
para veículos, que tem sua faixa de temperatura de utilização
máxima de 85º C.

3.4.2 CONSTITUIÇÃO.
Os recipientes dos extintores atendem à norma que
define os vasos para o armazenamento e transporte de gases
a alta pressão, de forma que o cilindro suporte até duas vezes
e meia a pressão nominal de carga sem apresentar vasamento
ou deformação aparente, já a pressão de ruptura não pode ser
inferior a cinco vezes a pressão nominal de carga.
A quantidade de agente na fase líquida é de 75% do
volume do recipiente no caso do halon 1211 e de 68% no
halon 1301. Os extintores a partir de 4Kg de carga devem
possuir mangotinho para facilitar o direciomanento do jato,
com comprimento mínimo de 50cm e com esguicho difusor
na extremidade. Os extintores deverão ser equipados com
manômetro que indique as pressões de carga na escala de
carregamento em Kgf/cm2, a 20ºC. Os manômetros deverão
indicar na escala as faixas de : Operação e Recarregar em
cores diferentes.

3.4.3 EMPREGO
Os extintores de hidrocarbonetos halogenados
podem ser indicados para combate de incêndios de Classe A

196
16 set 97 MT 001-01

sem profundidade. São ótimos extintores para incêndios em


inflamáveis, Classe B, e por não conduzirem eletricidade,
para incêndios em equipamentos elétricos energizados,
Classe C, não são recomendados para incêndios em metais
combustíveis, Classe D.
Devido às suas propriedades após utilizados em
locais fechados estes devem ser imediatamente ventilados
para evitar a possibilidade da formação de gases nocivos.

3.4.4 UTILIZAÇÃO.
a) Retirar o extintor do suporte.
b) Remover ou acionar a trava de segurança da vál-
vula.
c) Empunhar o mangotinho pelo esguicho.
d) Acionar a válvula, podendo-se obter um jato con-
tínuo ou interminente, que com auxílio do
esguicho difusor deve ser dirigido junto à base
do fogo, paralelamente à superfície dos líquidos
inflamáveis, ou diretamente no foco quando se
tratar de incêndio de equipamento elétrico ou de
Classe A.

3.4.5. INSPEÇÃO E MANUTENÇÃO


As normas emanadas pela a ABNT, bem como as
instruções do fabricante devem ser observadas e ainda regras
básicas de inspeção e vistoria tais como:
a) Semanalmente: Verificar o acesso ao aparelho, o
lacre e a sinalização;
b) Mensalmente: Verificar se o extintor está carre-
gado observando a pressão do manômetro;
c) Anualmente: Inspecionar totalmente o aparelho
verificando, lacre, pino de segurança, estado do
mangotinho, das válvulas e da pintura.

197
16 set 97 MT 001-01

3.4 6 FUNCIONAMENTO
O gás sob pressão é liberado quando acionado o
gatilho.

Fig. 75 Transporte de Fig. 76 Retirada do


Extintores de Halon. lacre de segurança.

198
16 set 97 MT 001-01

Fig. 77 Acionamento do gatilho.

Fig. 78 Dirigir o jato, para a base,


com movimentos laterais

3.5 EXTINTORES DE ESPUMA.

3.5.1 APRESENTAÇÃO.
Dentro de sua proposta de combater de maneira
imediata pequenos focos de incêndio os extintores de
espuma não substituem os grandes sistemas de extinção,
todavia podem ser usados de maneira eficaz em incêndios
incipientes das classes A e B, agem não só pelo abafamento,
separando a superfície do combustível do meio comburente,
mas também, em menor escala, pelo resfriamento, por gozar
das propriedades físico-químicas da água. Nos extintores de
espuma química ela é proveniente de uma reação envolvendo
o sulfato de alumínio, Al2(SO4)3 e o bicarbornato de sódio
NaHCO3. tendo como elemento estabilizador da reação
normalmente o alcaçuz.
No caso dos extintores de espuma mecânica para a
sua formação são necessários a água, o ar atmosférico e o
199
16 set 97 MT 001-01

extrato de Aqueous Film Forming Foam (AFFF), composto à


base de carbono e flúor, que quando agregados entre si
formam uma massa estável de pequenas bolhas que podem
flutuar sobre os líquidos inflamáveis na forma de um colchão
de espuma ou de filme aquoso, que bloqueia os vapores dos
líquidos inflamáveis extinguindo ou prevenindo os incêndios
de classe B. Além disso aumenta as propriedades umectantes
e o poder de penetração da água, conseguindo ótimos
resultados na extinção de incêndios também da classe A.

3.5.2 CONSTITUIÇÃO.

3.5.2.1 Extintores de Espuma Química

3.5.2.1.1 Portátil
Extintores de espuma de química portátil consistem
de um recipiente externo construído em chapa de aço ABNT
1010, soldado eletronicamente, fosfotizado e pintado
internamente com tinta a base de ulha e, externamente, com
uma demão de tinta de fundo e uma de tinta vermelha à base
de poliuretano, tampa de alumínio fundido, junta de vedação
em borracha sintética, recipiente interno em plástico
resistente, com volume interno de 10 litros, tempo médio de
descarga na base de 65s e alcance do jato de
aproximadamente 10m.

200
16 set 97 MT 001-01

Fig. 79 Extintor de Espuma


Química Portátil

3.5.2.1.2 Sobre Rodas.


Extintores de espuma química sobre rodas
consistem de um recipiente externo construído com as
mesmas características dos extintores de espuma química
portáteis.
Sistema rodante composto de abraçadeira e eixo
com rodas de aço estampado e pneus de borracha sintética
maciça. Pode ser encontrado com volume interno entre 75
litros a 150 litros. Seu tempo médio de descarga é de 120s e
seu alcance varia aproximadamente de 10m a 15m, com
comprimento de mangueira de 5m.

201
16 set 97 MT 001-01

Fig. 80 Extintor de Espuma


Química Sobre Rodas.

3.5.2.2 Extintores de Espuma Mecânica

3.5.2.2.1 Portátil.
Extintores de espuma mecânica portátil consistem
de um recipiente externo construído em chapa de aço, de
acordo com a EM-1002-ABNT, soldado eletronicamente,
volume de solução formadora do filme aquoso, na
proporção de 8,190l de água para 0,810l de AFFF.
Este extintor pode ser encontrado em dois modelos:
o de pressurização direta, com manômetro de pressurização
de 13,5kgf/cm2 de N2, e de pressurização indireta, com
ampola de 80g de CO2. O de pressurização direta deve
conter aclopada um manômetro e o de pressurização indireta,
uma válvula de segurança. A válvula de descarga deste
extintor é do tipo interruptora de jato para pressurização
direta ou indireta, é confeccionada em latão forjado, sendo
cabo e gatilho bicromatizados, com esguicho especial para
jato simples e de espuma. Seu jato pode alcançar até 10m e

202
16 set 97 MT 001-01

durar por 70s. com comprimento de mangueira de 0,80cm.o


de pressurização direta deve conter acoplado um manômetro
e o indireta, uma válvula de segurança.

Fig. 81 Extintor de Fig. 82 Extintor de


Espuma Mecânica com Espuma Mecânica com
Pressurização Direta. Pressurização Indireta.

3.5.2.2.2 Sobre Rodas


Extintores de espuma mecânica sobre rodas
consistem de um recipiente com características idênticas aos
portáteis. Todavia com seu volume total podendo chegar até
150 litros.. Este extintor pode ser encontrado em dois
modelos: o de pressurização direta, com manômetro de
pressurização de até 28 kgf/cm2 de N2 , a 20ºC e de
pressurização indireta com ampola de até 2000 g de CO2. A
válvula de descarga deste extintor é do tipo interruptora de
203
16 set 97 MT 001-01

jato para a pressurização direta ou indireta, a pressurização


direta deve conter aclopada um manômetro e a indireta uma
válvula de segurança

Fig. 83 e 84 Extintores de espuma mecânica


portátil e sobre rodas
com pressurização indireta

3.5.2.2.3 Estacionários.
Com as mesmas especificações do caso anterior,
sem contudo possuir as carretas

3.5.3 EMPREGO
Os extintores de incêndio que funcionam a base de
espuma são utilizados, prioritariamente, na extinção de
incêndios incipientes de classe B, em conseqüência das
propriedades funcionais da espuma formada, que como
citado, anteriormente, age impondo uma barreira entre o
meio comburente e a superfície combustível. Todavia
considerando as propriedades físico-químicas da água sua

204
16 set 97 MT 001-01

utilização pode ser estendida aos incêndios incipientes de


classe A.
A espuma, pelos fatores já expostos, é boa
condutora de corrente elétrica; portanto jatos deste agente
extintor não devem ser empregados contra incêndios em
instalações elétricas e em equipamentos elétricos
energizados. Além deste fato a espuma não tem ação alguma
na extinção de incêndios em metais combustíveis como o
Sódio, o Potássio e o Magnésio. Para os incêndios em gases
liqüefeitos de petróleo (GLP) comprimidos, como o Butano,
o Propano e o Butadieno, a espuma não é considerada um
agente extintor adequado. Quando usados em incêndios
incipientes da Classe A devemos dirigir o jato para a base do
fogo, enquanto que nos de Classe B devemos dirigir a
espuma contra um anteparo para que o local vá se cobrindo
de espuma progressivamente evitando-se o espalhamento do
líquido combustível.

3.5.4 CUIDADOS A SEREM OBSERVADOS


a) Não inverter o extintor fora do local de uso;
b) Não usar o extintor em instalações ou equipa-
mentos elétricos energizados;
c) Não dirigir o jato de espuma diretamente sobre a
superfície do líquido em chamas, pois haverá o
risco do seu espalhamento;
d) Se após a inversão para uso o aparelho não
funcionar, este deve ser abandonado em local
afastado. Aparelhos defeituosos ou entupidos
apresentam riscos de explosão;
e) Não tentar reparar defeitos de aparelhos;
f) Não recolocar o aparelho no local sem recarregá-
lo.

205
16 set 97 MT 001-01

3.5.5 VISTORIA DE EXTINTORES DE INCÊNDIO

3.5.5.1 Manutenção de Extintores de Espuma


É o conjunto de verificações, operações e serviços
executados nos extintores de espuma, mantendo-os em
perfeitas condições de funcionamento, ou seja, todo
procedimento que tenha como finalidade tornar sua
utilização eficaz. Devem ser procedidos.

3.5.5.1.1 Semanalmente
Verificar o acesso dos extintores.

3.5.5.1.2 Mensalmente
No caso dos extintores de espuma química verificar
se o extintor está carregado e se o bico está obstruído, em
hipótese afirmativa desobstruir com um alfinete. No caso dos
extintores de espuma mecânica com pressão direta verifique
a pressão do manômetro, e nos de pressão indireta verificar o
nível do agente retirando a sua tampa , e se os orifícios
laterais dos esguichos estão desobstruídos.

3.5.5.2 Recarga de Extintores de Espuma


Anualmente descarregar completamente o extintor,
de preferência durante a instrução, verificando o estado geral
do aparelho. Em caso de qualquer avaria mecânica, deve ser
submetido ao teste hidrostático. O extintor de espuma
mecânica deve ser recarregado atendendo-se as
especificações estabelecidas pelo item cinco (5) da Norma
NBR 12962 da ABNT. Todos os componentes devem ser
inspecionados : válvulas, manômetro, gatilho, e anel O’ring.

206
16 set 97 MT 001-01

3.5.5.3 Reteste ou Ensaio Hidrostático


Somente poderá ser realizado por empresas
executoras com registro na ABNT. Esta operação
compreende uma série de etapas que vão desde a medição
da pressão de trabalho do extintor; expresso em Kgf/cm2; à
sua capacidade nominal de carga, no caso de extintores de
espuma, expresso em litros. Estas etapas farão parte de um
relatório de ensaio hidrostático que tornarão o equipamento
apto a ser utilizado.
A cada cinco anos os extintores de espuma deverão
ser submetidos a um teste hidrostático, seguindo a NBR
10721 ou NBR 12639, conforme a pressão de trabalho. O
cilindro de gás deverá ser também testado. Os aparelhos
deveram ser remarcados, recarregados, receber o selo de
inspeção e voltar à operação.

3.5.5.4 Pintura de Extintores de Espuma


A pintura do extintor de espuma é idêntica aos
exemplos anteriores concernentes a vasos de baixa pressão.

3.5.6 FUNCIONAMENTO.

3.5.6.1 Extintores de Espuma Química.


Para iniciar o funcionamento do extintor de espuma
química basta invertê-lo e dirigir o jato na direção do fogo.
A espuma formará uma camada abafando e resfriando.
Quanto a seu transporte devemos tomar cuidado para não
submetê-lo a grandes oscilações, evitando assim que seu
material entre em reação química antes do momento de sua
utilização, se após o extintor ser virado, a espuma não sair
por seu bico leve-o para um lugar distante, pois o cilindro
estará sujeito a explodir por aumento de sua pressão interna.
Por este motivo deve-se usar extintores de espuma química

207
16 set 97 MT 001-01

com bico de plástico, que funciona como válvula de


segurança prevenindo acidentes pela sua má utilização.

Fig. 85 Extintor de Espuma Fig. 86 Transporte do


Química Extintor de Espuma Química

Fig. 87 Inversão do Extintor


de Espuma Química.
208
16 set 97 MT 001-01

Fig. 88 Lançar seu jato contra um anteparo.

3.5.6.2 Extintores de Espuma Mecânica

3.5.6.2.1 Pressurizados
No caso dos extintores de espuma mecânica
portáteis pressurizados, retirar o aparelho do suporte,
conduzir até o local do fogo, para só então retirar o pino de
segurança da válvula, deslacrando-a. Sendo o extintor
pressurizado, o seu funcionamento depende da operação
direta da válvula.
Com a outra mão segurar o esguicho do mangotinho
com a finalidade de dirigir e controlar o jato de espuma.
Por ter grande velocidade, as partículas aspiram o ar
atmosférico pelos orifícios laterais do esguicho, gerando a
espuma mecânica.
O funcionamento dos extintores de espuma
mecânica portátil é explicitado nas figuras abaixo.

209
16 set 97 MT 001-01

Fig. 89 Transporte do Fig. 90 Retirada do lacre do


Extintor Portátil de Espuma Extintor Portátil de Espuma
Mecânica Mecânica. Mecânica.

Fig. 91 Acionamento do Extintor Portátil


de Espuma Mecânica.

210
16 set 97 MT 001-01

Fig. 92 Acionamento do Extintor Portátil


de Espuma Mecânica.

3.5.6.2.2 A Pressurizar

3.5.6.2.2.1 Portáteis.
No caso dos extintores de espuma mecânica
portáteis a pressurizar, retirar o aparelho do suporte,
conduzir até o local do fogo, para só então retirar o pino de
segurança da válvula. Deve-se incialmente abri-la com uma
das mãos, para que o seu interior seja pressurizado,
acionando em seguida a válvula de descarga, localizada
junto à alça de transporte do aparelho, para que a solução
chegue até o quebra jato, quando então é dispersada em
pequenas partículas até o difusor de fluxo.
Com a outra mão segurar o esguicho do mangotinho
com a finalidade de dirigir e controlar o jato de espuma.

3.5.6.2.2.2 Sobre Rodas.


Há um cilindro de gás comprimido, acoplado ao
corpo de extintor que, sendo aberto, pressuriza-o, expelindo
a mistura de água e Líquido Gerador de Espuma, quando
acionado o gatilho.

211
16 set 97 MT 001-01

No esguicho lançador é adicionado ar à pré-mistura,


ocorrendo o batimento e formando a espuma.

Fig. 93 Condução da carreta com cuidado.

Fig. 94 Esticamento do mangotinho.

212
16 set 97 MT 001-01

Fig. 95 Inclinar o aparelho ao chão e abrir


o registro da câmara interna.

Fig. 96 Lançar a espuma contra o anteparo.

3.6 EXTINTORES DE PÓ QUÍMICO SECO.

3.6.1 APRESENTAÇÃO
São equipamentos que aliam a maneabilidade,
necessária a pronta extinção de incêndios incipientes;
retratados através da sua leveza, sua facilidade de manuseio
e de sua possibilidade de reaproveitamento; à eficácia na
obtenção de resultados imprescindíveis à limitação dos
213
16 set 97 MT 001-01

danos motivados pela ação do fogo. Apresentam-se divididos


em extintores de pó químico seco pressurizado e extintores
de pó químico seco a pressurizar, portáteis e sobre rodas,
conforme a ilustração abaixo. A escolha do extintor de pó
químico mais adequado à proteção de um determinado risco,
exige uma cuidadosa análise de seu emprego, devido às
diferentes destinações do aparelho e aos vários tipos de pó
químico que podem ser encontrados em sua carga.

3.6.2 CONSTITUIÇÃO

3.6.2.1 Extintores de Pó Químico Seco Pressurizado.

3.6.2.1.1 Portáteis
Extintores portáteis obedecem as mesmas
especificações anteriores definidas para os extintores de
baixa pressão. Disponível nas capacidades de 4Kg, 6Kg,
8Kg, 10Kg e 12Kg. Possuem tempo de descarga que varia
de 10s a 30s, conforme a sua capacidade. O alcance de seu
jato está compreendido entre 5m e 8m. Utiliza o N2 como
gás propelente, que está contido no próprio bojo do extintor.
Sua pressão é medida através de um manômetro existente na
válvula. Incluem-se nesta classificação os produzidos
exclusivamente para utilização veicular, que possuem carga
mínima de 1 Kg, devendo seu funcionamento atender a faixa
de temperatura compreendida entre -10ºC e 85ºC.

214
16 set 97 MT 001-01

Fig. 97 Extintor de Pó Químico


Seco Pressurizado.

3.6.2.2 Extintores de Pó Químico Seco a Pressurizar.

3.6.2.2.1 Portáteis
Extintores portáteis de pó químico a pressurizar são
providos de uma tampa de alumínio fundido e dotados de
válvula de alívio. Sua pressurização é efetuada através de
um cilindro contendo 80g de CO2,. Válvula de pressurização
do tipo abertura lenta, construída em latão forjado e
dimensionada para funcionar a 18kgf/cm2 provida de disco
de segurança em bronze fosforoso, e seguindo as demais
especificações do item anterior
Este tipo de extintor pode também ser encontrado
com uma pistola na ponta da mangueira, que é
confeccionada em resina acetálica com resistência mecânica
igual à das ligas metálicas não ferrosas.

215
16 set 97 MT 001-01

Fig. 98 Extintor de Pó Químico


Seco a Pressurizar.

3.6.2.2.2 Sobre Rodas.


O cilindro deste extintor segue as mesmas
especificações dos extintores de baixa pressão Possui tampa
de alumínio ou latão fundido e dotado de válvula de alívio,
sua capacidade pode variar de 20Kg a 70Kg e o alcance de
seu jato varia de 10m a 12m. A pressurização é efetuada
através de um cilindro de CO2 ou de N2 com massa de até
2.000g e pressão de serviço de 14Kgf/cm2 e de ruptura de 70
Kgf/cm2
Neste cilindro, é aclopada uma válvula de abertura
lenta de latão laminado forjado, e provida de disco de
segurança de bronze fosforoso. Para os modelos
pressurizados com N2 há uma válvula reguladora de pressão
dotada de dispositivo de alívio, o que confere maior
confiabilidade ao aparelho.
O sistema rodante é idêntico aos demais tipos de
carretas. As mangueiras utilizadas são de borracha ou de
216
16 set 97 MT 001-01

plástico com trama, e em sua extremidade existe uma


válvula de descarga do tipo intermitente onde, para os
modelos de 20Kg, 30Kg e 50Kg é construída em nylon para
os de capacidade de 70Kg e 100Kg a válvula de alumínio
fundido, conhecida como tipo metralhadora.

Fig 99 Extintor de Pó Químico


Seco Sobre Rodas.

3.6.2.2.3 Estacionários
Obedecem as mesma especificações do item
anterior, todavia não apresentam sistema rodante, isto é, são
instalados de maneira fixa, normalmente em máquinas e
equipamentos ou para a proteção de uma área limitada com
carretel de mangotinho.

3.6.3 EMPREGO
Os extintores de incêndio que funcionam a base de
pó químico seco, quer pressurizados ou a gás, podem ser
empregados em praticamente todas as classes de incêndio,
com resultados comprovadamente eficientes. A escolha

217
16 set 97 MT 001-01

correta do extintor de pó químico mais adequado à proteção


de um determinado risco, exige uma cuidadosa análise de
seu emprego, devido as diferentes destinações dos aparelhos
e aos vários tipos de pó químico que podem ser empregados
em sua carga. Os pressurizados são mais largamente
utilizados; são recomendados para os locais onde não é
esperado seu uso com freqüência.
Existe cinco tipos diferentes de pó químico todos
com vatangens e desvantagens próprias, que deveram ser
analisados com relação ao riscos a proteger, para que haja
uma escolha correta do tipo de pó a se utilizar. Os agentes
extintores a base de bicabornato de potássio (KHCO3) e
uréia ou a base somente de bicabornato de potássio (KHCO3)
devem ser preferidos aos de bicarbonato de sódio (NaHCO3),
por ser maior a sua capacidade extintora.
Nos locais onde a corrosão não for de grande
importância, o cloreto de potássio pode ser escolhido pela
mesma razão, entretanto este não apresenta nenhuma
vantagem sobre os agentes à base de bicabornato de potássio
(KHCO3).
O agente a base de fosfato de monoamônio
NH4H2PO4, chamado de pó ABC, é o único também
indicado para a proteção de incêndios da Classe A. Em
relação aos incêndios da Classe C, é digno de registro que o
cloreto de potássio (KCl) possui resíduos bem mais
corrosivos que os demais e que o pó ABC oferece maiores
dificuldades na remoção de resíduos que entraram em
contato com a superfície aquecida. O extintor de pó tem ação
mais eficiente que o extintor de CO2, pois sendo sólido seu
agente extintor sofre menos a ação das correntes de ar,
permanecendo por mais tempo sobre o local queimado, e
caso ocorra uma reignifugação o fogo antes terá que queimá-
lo. O raio de ação dos extintores de pó químico abrangem

218
16 set 97 MT 001-01

áreas maiores que os demais, o que pode ser explicitado pela


tabela abaixo:
a) Ação em gasolina;

EXTINTOR CARGA DE SUPERFÍCIE (m2)


INCÊNDIO
CO2 2,5 Kg 0,50
E 10 l 0,50
Pó 2,5 Kg 0,70
CO2 6,0 Kg 0,70
E 50 l 1,00
CO2 45,00 Kg 1,40
Pó 8,0 Kg 1,65

b) Ação em álcool.

EXTINTOR CARGA DE SUPERFÍCIE (m2)


INCÊNDIO
CO2 4,0 Kg 1,40
CO2 6,0 Kg 1,90
Pó 2,5 Kg 2,30
CO2 45 Kg 3.30
Pó 8,0 Kg 4,60

Nota: Pó a base de Bicarbonato de Sódio (Na2CO3)

O extintor de pó é recomendado para incêndios em


inflamáveis líquidos e gasosos em tanques abertos, em
depósitos ou espalhados pelo chão. O pó produz rápidas
coberturas em grandes áreas e é excelente para incêndios
superfíciais em fibras têxteis. É mau condutor de
eletricidade, podendo ser aplicado com segurança em

219
16 set 97 MT 001-01

equipamentos elétricos energizados, embora não inutize o


equipamento elétrico, recomenda-se não usá-lo em centrais
telefônicas ou aparelhos que possuam relés delicados, pois
o pó poderá isolar seus contatos. Não produz uma cobertura
definitiva sobre os líquidos inflamáveis e por isso toda
superfície em chamas deve ser coberta para que o foco de
incêndio seja dominado. Não possui o efeito da
umidificação, logo não extingue fogos em combustíveis
comuns.
Nos locais onde se for utilizar extintores de pó
químico sobre rodas, devem ser consideradas as
possibilidades de maneabilidade dos mesmos, isto é, para
locais externos deve se preferir carretas com pneus ou rodas
grandes e raiadas, que facilitaram seu deslocamento e sua
subida em meio fios e degraus.

3.6.4 CUIDADOS A SEREM OBSERVADOS

a) Não tentar, em nenhum dos casos, reparar de-


feitos do aparelho;
b) Não recolocar o aparelho em seu suporte sem
antes recarregá-lo.

3.6.5 VISTORIA DE EXTINTORES DE PÓ QUÍMICO


Por vistoria de extintores de incêndio considera-se o
conjunto de procedimentos e ensaios hidrostáticos e
pneumáticos, englobando a manutenção, a recarga , a
pintura e a rotulagem.

3.6.5.1 Manutenção de Extintores de Pó Químico Seco


É o conjunto de verificações, operações e serviços
executados nos extintores de PQS, mantendo-os em perfeitas
condições de funcionamento, ou seja, todo procedimento que

220
16 set 97 MT 001-01

tenha como finalidade tornar sua utilização eficaz. Devem


ser procedidos.

3.6.5.1.1 Semanalmente
Verificar o acesso dos extintores., o dispositivo de
segurança e o lacre. Verificar se o manômetro acusa
pressão suficiente para seu funcionamento.

3.6.5.1.2 Anualmente
Examinar o pó e se for notado qualquer
empedramento deverá ser substituído por novo. Pesar o
cilindro de gás e recarregue se a perda for superior a 10% em
relação ao peso do estampado no seu selo. Verificar a
mangueira e o esguicho quanto à obstrução e as condições da
válvula de alívio.

3.6.5.2 Recarga

3.6.5.2.1 De acordo com as especificações do fabricante


Operar o extintor, descarregando-o, de preferência
em instrução. recarregue e coloque a etiqueta com data, peso
do cilindro de gás e nome de quem procedeu a carga.
Conserve as cargas de reserva em embalagens fechadas,
preferencialmente metálicas e armazenadas em local seco,
deve ser evitada a todo custo a umidade, pois quando o pó a
absorve, perde suas propriedades de ficar solta como fluido.
Não utilizar, de forma alguma, o pó se houver qualquer
indício de empedramento.

3.6.5.3 Reteste
Somente poderá ser realizado por empresas com
registro na ABNT. Esta operação compreende uma série de
etapas que vão desde a medição da pressão de trabalho do

221
16 set 97 MT 001-01

extintor; expresso em Kgf/cm2; à sua capacidade nominal de


carga, no caso de extintores de pó químico , expresso em Kg.
Estas etapas farão parte de um relatório de ensaio
hidrostático que tornarão o equipamento apto a ser utilizado.

3.6.5.3.1 A cada cinco anos


Os extintores de pó químico deveram ser
submetidos nesta etapa a um teste hidrostático seguindo a
NBR 10721 ou NBR 12639, conforme a pressão de trabalho.
O cilindro de gás deverá ser também testado. Os aparelhos
deveram ser remarcados, recarregados, receber o selo de
inspeção e voltar ao trabalho.

3.6.5.4 Pintura de Extintor de Pó Químico Seco


A pintura do extintor de pó químico seco, obedece
às normas estabelecidas para os demais extintores.

3.6.6 FUNCIONAMENTO DOS EXTINTORES DE PÓ


QUÍMICO SECO

3.6.6.1 Pó Químico Seco Pressurizado


Transportar pela alça, que faz parte do corpo da
válvula, até a proximidade do fogo. Devido a presença do
manômetro pode-se verificar se o extintor está com carga
plena ou não, a seguir soltar a trava de segurança, apontar o
mangotinho para a base do fogo e em seguida apertar o
gatilho localizado na válvula de saída, de acordo com a
seqüência ilustrativa abaixo.

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Fig. 100 Manter-se ereto ao transportar o extintor.

Fig. 101 Quebrar o lacre e retirar


o pino de segurança.

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Fig. 102 Dirigir-se Fig. 103 Lançar o jato para a base


ao foco. do fogo com movimentos laterais.

3.6.6.2 Pó Químico Seco a Pressurizar


Transportar pela alça até a proximidade do fogo, a
seguir, com uma das mãos, abrir a válvula da ampola de
CO2,. retirar o pino de segurança e acionar para baixo a
maçaneta que vai perfurar o disco de vedação do cilindro de
CO2 . A maçaneta de liberação do gás deve ficar lacrada
para que se tenha a certeza de sua incolumidade e portanto
que o extintor conta com sua carga plena de pó. Nestes
aparelhos deve haver uma válvula de alívio de pressão no
recipiente de gás..
Para o caso dos extintores de pó químico a
pressurizar sobre rodas ou estacionários seu funcionamento é
similar aos portáteis, devendo-se abrir inicialmente a válvula
do gás propelente, após o que desenrola-se o mangotinho e,
só no local onde ocorre o foco de incêndio, aciona-se a
válvula da extremidade do mangote.

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O manejo do extintor de PQS ocorre como ilustrado


abaixo.

Fig. 104 Dirigir ao local Fig. 105 Abrir o registro


do fogo com segurança. lateral do cilindro.

Fig. 106 Empunhar a mangueira


e o gatilho.

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Fig. 107 Dirigir o jato para a base do fogo com


movimentos laterais.

Os jatos dos extintores de pó químico atingem de


1,5m até 9,0m, quando sua carga varia de 4,0 Kg a 12Kg e
suas descargas duram de 10s a 30s para estas mesmas cargas,
de acordo com a tabela abaixo.

CARGA DE ALCANCE DO DURAÇÃO DA


INCÊNDIO (Kg) JATO (m2) DESCARGA (s)
1,00 1,50 10
4,00 3,00 12
6,00 4,00 15
8,00 5,00 20
10,00 7,00 25
12,00 9,00 30
100,00 10,00 45
150,00 14,00 105

Nota: Os valores expressos na tabela acima, apesar


dos repetidos testes a que são submetidos os extintores, estão

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sujeitos a pequenas variações conseqüentes de fatores físicos


como a umidade do ar e a velocidade dos ventos. Outro
fator importante a ser considerado é a existência ou não de
uma manutenção preventiva adequada.

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