Caderno Temático
O Papel da APMF
como entidade
representativa da
Comunidade Escolar
Fabiane Proença
PDE / 2008
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Agradecimentos
Sumário
Apresentação ....................................................................................05
Considerações Finais........................................................................ 44
Bibliografia..........................................................................................45
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Apresentação
Neste Caderno Temático é proposto um estudo sobre a importância
participação da comunidade escolar na Gestão Democrática da Escola Pública
no Estado do Paraná, através das instâncias colegiadas, priorizando a atuação
da APMF (Associação de Pais, Mestres e Funcionários), na efetivação das
políticas educacionais.
O interesse por esse estudo nasceu de experiências vividas no
interior da escola, onde em diferentes momentos discute-se sobre a
importância da participação da comunidade escolar na gestão da escola
pública, pois o respaldo para uma gestão democrática é assegurado,
legalmente, na Constituição de 1998, “Gestão democrática do ensino público”,
através do Art. 206, Inciso VI, e garantido, também, na LDB, Lei 9.394/96, nos
Artigos 14 e 15, que destacam a autonomia institucional como importante forma
de flexibilização da estrutura administrativa e pedagógica. Há a necessidade de
participação dos profissionais da educação e membros da comunidade tanto na
administração escolar como na elaboração do Projeto Político Pedagógico de
cada instituição.
A atuação da APMF na efetivação das políticas educacionais da
escola pública, nas escolas do Paraná, especificamente, não pode ser mais de
simples angariadoras de recursos e promotoras de eventos. É preciso que a
APMF possa gerir seus próprios projetos e desenvolver novas ações nas
escolas, dentro de uma perspectiva de gestão participativa e democrática.
Portanto pensar a produção deste material pedagógico foi um meio
de garantir o aprofundamento das discussões, oportunizando a organização e o
fortalecimento da APMF, buscando a participação de todos os segmentos da
escola, para que ocorra, efetivamente, a democratização da gestão e do
acesso ao conhecimento, a transparência nas decisões estabelecidas ou
implantadas na escola que têm que ser do conhecimento de todos, a
descentralização e não hierarquização e a participação da comunidade escolar
com envolvimento e compromisso nos processos decisivos da gestão da
escola pública.
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gestão
Para discutirmos sobre a
gestão democrática da escola
pública, precisamos primeiramente
crática
democratização, participação,
descentralização e autonomia, que
aparecem num novo cenário como
da transformadoras da organização e da
administração escolar, para melhor
Escola
entender os propósitos da Gestão
Educacional proposta a partir dos
anos 90.
ver de
população
participação
na escola.
da
É
com
preciso verificar em que
condições essa participação
você?
pode tornar-se realidade “.
( Paro, 2004, p.40 )
Fabiane Proença
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“ Mudar a cara da
Uma sociedade com escola pública implica
tradição autoritária, têm modelos de também ouvir meninos e
organização e, não por acaso, meninas, sociedades de
articula com interesses autoritários bairro, pais, mães.
de uma minoria, orienta-se na diretoras, delegados de
direção oposta à democracia. Não há ensino, professoras,
democracia plena numa sociedade supervisoras, comunidade
de classes, nesta há as lutas pela científica, zeladores,
democratização em sentido amplo: merendeiras (...).
economia, política e cultural.
A classe trabalhadora
É claro que não é fácil!
precisa se organizar na luta por uma
Há obstáculos de toda
ordem retardando a ação
sociedade justa, democrática,
transformadora. O
solidária e buscar alargar ao máximo
amontoado de papéis
os espaços de participação, mesmo
tomando o nosso tempo, os
com os avanços e retrocessos, mas
mecanismos
tendo a democracia representada
administrativos
como limite histórico e tendo a
emperrando a marcha dos
participação como princípio.
projetos, os prazos para
Na década de 90,
isto, para aquilo, um deus-
vinculado à lógica da sociedade
nos-acuda (...)”
capitalista globalizada, temos um
processo de implantação de políticas (Paulo Freire, 1991, p. 35 e
de gestão e financiamento 75)
internacionais da educação com
programas implantados de forma A origem das reformas nos
autoritária, via reformas anos 90 situam-se na crise de
educacionais, que vão da legislação, legitimidade do Estado na condução
da organização dos sistemas e implementação das políticas no
educativos, da formação dos contexto do capital financeiro e da
trabalhadores da educação ao reestruturação produtiva. Se
modelo curricular imposto a escola. fundamentam no discurso da
agilidade, racionalidade
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da educação . . . ”
dando autonomia às escolas para se
organizarem, levando sempre em
conta a realidade
Como diz Paro (2004, em que a escola se encontra
p.19) “uma sociedade autoritária, inserida, oportunizando a construção
com tradição autoritária, com de uma escola competente e
organização autoritária e, não por compromissada com a sociedade,
acaso, articulada com interesses com a formação do ser integral,
autoritários de uma minoria, orienta- consciente de seu papel
se na direção oposta à da transformador da sociedade, crítico,
democracia. Como sabemos, os conhecedor dos fatos e capaz de
determinantes econômicos, sociais, analisá-los e discuti-los.
políticos e culturais mais amplos é Por esse motivo é que
que agem em favor dessa tendência, percebemos que a gestão
tornando muito mais difícil toda ação democrática da escola e de todo
em sentido contrário. Entretanto, sistema educacional, apresenta-se
sabemos também que a realidade como mais um dentre outros
social está repleta de contradições desafios, da construção de relações
que precisam ser aproveitadas como sociais, constituindo-se dessa forma
ponto de partida para ações com como um espaço público de decisão
vistas à transformação social. O que e de discussão.
não se pode é tomar os
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“ É a população
mantém o Estado com seus impostos e
é precisamente a ela que a escola
usuária que
”
acordo com seus interesses ...
Por outro lado, cada vez mais se toma consciência de que o caminho
para uma sociedade democrática não pode restringir-se ao voto nas eleições
periódicas para ocupantes de cargos parlamentares e executivos do Estado. Uma
efetiva democracia social exige o permanente controle democrático do Estado, de
modo a levá-lo a agir sempre em benefício dos interesses dos cidadãos. Esse
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O Estatuto da APMF
quais as atribuições dessa
instância colegiada ?
Fabiane Proença
( ... )
( ... )
( ... )
CAPÍTULO I
CAPÍTULO II
DA NATUREZA
CAPÍTULO III
DOS OBJETIVOS
CAPÍTULO IV
DAS ATRIBUIÇÕES
VII - reunir-se com o Conselho Escolar para definir o destino dos recursos
advindos de convênios públicos mediante a elaboração de planos de aplicação,
bem como reunir-se para a prestação de contas desses recursos, com registro em
ata;
XXI - celebrar contratos com pessoas jurídicas de direito privado ou com pessoas
físicas para a consecução dos seus fins, nos termos da legislação civil pertinente,
mediante prévia informação à Secretaria de Estado da Educação;
CAPÍTULO V
DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL
II - recolhida mediante recibos numerados, emitidos em duas vias, sendo uma via
para o integrante contribuinte e a outra para a Tesouraria da Associação de Pais,
Mestres e Funcionários;
CAPÍTULO VI
DO PATRIMÔNIO
CAPÍTULO VII
CAPÍTULO VIII
DOS INTEGRANTES
Art. 9º O quadro social da APMF será constituído com número ilimitado das
seguintes categorias de integrantes: efetivos, colaboradores e honorários:
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VII - participar das atividades promovidas pela APMF, bem como solicitar
utilização das dependências do estabelecimento nos termos do art. 4° do inciso II
deste Estatuto.
CAPÍTULO IX
DA ADMINISTRAÇÃO
I - Assembléia Geral;
III - Diretoria;
IV - Assessoria Técnica.
Art. 15º A Assembléia Geral Ordinária, será constituída pela totalidade dos
integrantes, convocada e presidida pelo presidente da APMF.
Fiscal ou por 1/5 (um quinto) dos integrantes, com 1 (um) dia útil de antecedência,
por meio de editais afixados em locais visíveis e do envio de comunicado a todos
os integrantes.
Art. 19º O Conselho Deliberativo e Fiscal será constituído por 2 (dois) Mestres, 2
(dois) Funcionários e 04 (quatro) Pais, desde que não sejam Mestres ou
Funcionários do Estabelecimento de Ensino em questão.
III - emitir parecer sobre a observância dos preceitos do presente Estatuto pelas
chapas concorrentes às eleições, previamente à sua votação pela Assembléia
Geral;
X - dar parecer sobre contratos e convênios a serem firmados com outros órgãos
e entidades;
I - Presidente;
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II - Vice-Presidente;
III - 1° Secretário;
IV - 2° Secretário;
V - 1° Tesoureiro;
VI - 2° Tesoureiro;
Art. 22º Os Cargos de Diretoria serão ocupados somente por integrantes efetivos,
eleitos em Assembléia Geral convocada especificamente para este fim:
VIII - arquivar notas fiscais, recibos e documentos relativos aos valores recebidos
e pagos pela APMF, devidamente preenchidos, responsabilizando-se por sua
guarda;
Art. 33º A Assessoria Técnica é constituída pelo (a) Diretor (a) e representantes
da equipe pedagógica-administrativa da Unidade Escolar, independente do
mandato da Diretoria da APMF.
CAPÍTULO X
§ 3º Uma mesma pessoa não poderá compor mais de uma chapa, mesmo em
cargos distintos.
Art. 38º A campanha eleitoral terá início a partir da composição das chapas até
24 (vinte e quatro) horas antes da realização do pleito.
Art. 39º O pleito será realizado por voto secreto e direto, sendo considerada
vencedora a chapa que obtiver maior número de votos válidos, não sendo
computados os votos brancos ou nulos:
§ 2º Ocorrendo a inscrição de apenas uma chapa, o pleito será realizado por voto
secreto e direto e a chapa será considerada eleita se obtiver número maior de
votos válidos do que a soma dos votos nulos e brancos.
§ 3º Caso a chapa única não seja eleita, conforme o citado no § 2º deste artigo,
novas eleições serão convocadas no prazo de até 7(sete) dias úteis.
Art. 41º A Assessoria Técnica deverá providenciar a lista dos votantes para
consulta/controle e a cédula eleitoral.
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§ 1º A Diretoria anterior terá o prazo de até 5 (cinco) dias úteis para a prestação
de contas de sua gestão, bem como para proceder à entrega de toda a
documentação referente à Associação, sendo obrigatória a presença do
Presidente, 1° Tesoureiro, 1° Secretário e Conselho Deliberativo e Fiscal de
ambas as Diretorias, com registro em ata.
CAPÍTULO XI
III - valer-se da função exercida para lograr proveito pessoal em detrimento dos
interesses da APMF;
I - destituição da função, nos casos previstos no art. 45, incisos II, VI, VII;
II - repreensão por escrito, nos casos previstos no art. 45, incisos I, IX;
III - suspensão até noventa dias, nos casos previstos no art. 45, inciso V;
IV - expulsão, nos casos previstos no art. 45, incisos III, IV, VIII.
CAPÍTULO XII
DA APURAÇÃO DE IRREGULARIDADES
Art. 47º A denúncia de irregularidades será recebida, por escrito, pelo presidente
da APMF e/ou Conselho Deliberativo e Fiscal.
Art. 54º O denunciado terá direito de apresentar defesa oral por 20 minutos.
CAPÍTULO XIII
Art. 61º Em qualquer dos casos previstos neste Estatuto será vedada a dupla
representatividade.
Art. 62º Os casos omissos deste Estatuto serão dirimidos pela Diretoria e
Conselho Deliberativo e Fiscal da APMF, em reunião conjunta e aprovados em
Assembléia Geral pela maioria dos presentes.
Considerações Finais
Referência Bibliográfica
PARO, Vitor H. Gestão democrática da escola pública. São Paulo: Ática, 2004
em:http://www.pbh.gov.br/smed/cape/artigos/textos/dalila.htm