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Automação II

Prof. Carlos Alberto do Carmo


3º Semestre – Automação Industrial

Paulo César Alves da Silva- RA 2160902021032

Osasco

08/2021
Automação indústrial e a Industria 4.0
A previsão do tempo é de chuva para daqui a dois dias, o governo precisa ampliar os
estoques de etanol em 10% até o final da safra, o valor do açúcar tem previsão de subida de 3%
até o final da safra, o fornecedor de insumos não tem estoque suficiente para a produção no pico,
duas válvulas e dois inversores de frequência críticos para disponibilidade de planta estão
previstos para manutenção daqui a uma semana… imagine todos estes dados, se comunicando
on-line, num único banco de dados da planta de produção de etanol e açúcar, na usina
sucroenergética, temos um cenários onde temos que tomar decisões.
Então o SISTEMA apoia-se na tomada de decisões e faz um setup automático das
variáveis de controle de produção, alterando parâmetros dos PLCs ou DCS, puxando a produção
para contingenciar as chuvas previstas, direciona o aumento da produção de 10% de etanol sob
contrato de governo, direciona caldo primário para elevação de produção de açúcar visto
elevação do preço da oferta, contingencia compra de insumos de fornecedor alternativo, faz uma
parada programada para manutenção baseada em eventos, contingenciada para suportar a
demanda, numa eventual chuva já prevista, essas decisões foram tomadas, todas de forma
automática, baseada num banco de dados Big Data… essa é a indústria do futuro, essa é
a Indústria 4.0.
A história da evolução da indústria passa por períodos de Revolução, para fins de grupos
de estudos temos a primeira Revolução Industrial no século 18, que foi o aperfeiçoamento da
máquina a vapor por James Watt, colocando a indústria têxtil como símbolo da produção
excedente, gerando a riqueza da época, criando um novo modelo econômico.

A primeira revolução industrial foi de aproximadamente 200 anos (1712-1913),


quando Henry Ford criou a linha de produção em massa, onde definimos a segunda Revolução
Industrial, fazendo a produção empurrada, criando o conceito da produção em escala, reduzindo
o custo e popularizando o produto, para que a massa trabalhadora pudesse adquirir, criando um
ciclo virtuoso na indústria e na economia.
Esse período durou próximo de 60 anos (1913-1969), onde entramos na era da
automação, sendo nossa terceira Revolução Industrial, que foi a implantação de computadores no
chão-de-fábrica, colocando controles eletrônicos, sensores e dispositivos capazes de gerenciar
uma grande quantidade de variáveis de produção, permitindo a tomada de decisões de controle
de dispositivos de forma autônoma, o impacto foi a elevação da qualidade dos produtos, o
aumento da produção, a gestão dos custos e a elevação da segurança na produção.

O período da terceira Revolução Industrial durou cerca de 40 anos (1969-2010), vemos


que estes intervalos vêm diminuindo, inaugurando uma nova era, ainda em transição, cujo maior
protagonista é a Internet, que já está consolidada entre as pessoas como um grande canal de
comunicação convergente de todas as tecnologias, agora sendo colocado dentro da indústria com
seus conceitos, adaptados a máquinas e equipamentos.
Quando dizemos que a internet está na indústria, no meio produtivo, devemos pensar num
ambiente onde todos os equipamentos e máquinas estão conectadas em redes e disponibilizando
informações de forma única, esse conceito é chamado de Internet das Coisas.
A Indústria 4.0 ainda é mais um conceito do que uma realidade, mas está sendo motivada por
três grandes mudanças no mundo industrial produtivo:

 Avanço exponencial da capacidade dos computadores;


 Imensa quantidade de informação digitalizada;
 Novas estratégias de inovação (pessoas, pesquisa e tecnologia).
Entendendo a Indústria 4.0 como uma evolução dos sistemas produtivos industriais, podemos
listar alguns benéficos previstos e já estudados e baseados no impacto nas plantas:
 Redução de Custos
 Economia de Energia
 Aumento da Segurança
 Conservação Ambiental
 Redução de Erros
 Fim do Desperdício
 Transparência nos Negócios
 Aumento da Qualidade de Vida
 Personalização e Escala sem Precedentes
A tecnologia base responsável por este conceito é o IoT – Internet of Things (Internet das Coisas)
e o M2M – Machine to Machine (Máquina para Máquina).

A Internet das Coisas, como comentado anteriormente é a conexão lógica de todos os


dispositivos e meios relacionados ao ambiente produtivo em questão, os sensores, transmissores,
computadores, células de produção, sistema de planejamento produtivo, diretrizes estratégicas da
indústria, informações de governo, clima, fornecedores, tudo sendo gravado e analisado em um
banco de dados.

A ideia de Máquina para Máquina é a interconexão entre células de produção, os sistemas


passam a trocar informações entre si, de forma autônoma, tomando decisões de produção, custo,
contingencia, segurança, através de um modelo de inteligência artificial, complementado pela IoT.
Para que este sistema funcione, entregando os benefícios acima previstos, novas tecnologias
para a Automação Industrial surgiram e muitas delas oriundas do mundo da TI Tecnologia da
Informação, perfazendo a convergência destes dois mundos, entre elas podemos citar as
principais:

 Uso do Protocolo IPV6 (ampliação dos pontos de conexão IP de todos Devices);


 Uso do Wireless (ampla utilização de redes sem fio);
 Uso de Virtualização (criação de diversos computadores a partir de softwares);
 Uso de Cloud (as informações estarão na Nuvem – compartilhada)
 Uso do Big Data (todas as informações reunidas, de forma dinâmica para tomada de
decisões);
 Uso de RFID (todo movimento de materiais é rastreado com todas as informações).
A partir das principais tecnologias acima citadas, podemos entender que teremos uma
nova realidade produtiva, tudo estará conectado para que as melhores decisões de produção,
custo e segurança sejam tomadas, tudo sob demanda e em tempo real.

Como dizemos estamos vivendo uma transição entre a Terceira Revolução e a Quarta
Revolução Industrial, a Indústria 4.0 e, para que se estabeleça um caminho para a implantação, é
importante entender este momento.
Atualmente os sistemas de automação devem estar orientados a aumento da produção,
redução de custos e visão nas mudanças tecnológicas, para isso a plataforma técnica deve estar
estruturada com redes industriais, sistemas de otimização e banco de dados.

Entendendo que a partir do uso das premissas anteriores, o amadurecimento operacional,


levará a esta nova demanda, onde a visão da Indústria 4.0 estará orientada a eficiência
energética, integração da cadeira produtiva e orientação produtiva via BI (Business Intelligence),
onde a estruturação técnica levará ao controle de processos descentralizado, todos os ativos
estarão on-line e as tomadas de decisões serão baseadas no Big Data.
Com isso, a Indústria 4.0, a partir de nosso momento atual, nos remete a entender sua
tendência no meio produtivo e propomos a observar as seguintes tendências que já estão em
movimento no meio industrial: 

 1Inteligência artificial: aplicação de análise avançada e técnicas baseadas em lógica,


incluindo aprendizado de máquina, para interpretar eventos, analisar tendências e
comportamentos de sistemas, apoiar e automatizar decisões e realizar ações.
 Computação em nuvem: é a distribuição de serviços de computação – servidores,
armazenamento, bancos de dados, redes, software, análises, inteligência – pela Internet,
com utilização de memória, capacidade de armazenamento e cálculo de computadores e
servidores hospedados em Datacenter, proporcionando recursos flexíveis e economia na
escala. A computação em nuvem permite às empresas acessar recursos computacionais
abundantes como um serviço e a partir de distintos dispositivos remotos. Desta forma
evitam-se investimentos altos em equipamentos e equipe de suporte, permitindo a
empresas focarem seus investimentos nas suas atividades principais.
 Big data: é uma abordagem para atuar em dados com maior variedade e complexidade,
que chegam em volumes crescentes e com velocidade cada vez maior, usados para
resolver problemas de negócios. Esses conjuntos de dados são tão volumosos que o
software tradicional de processamento de dados não consegue gerenciá-los. São utilizadas
técnicas estatísticas e de aprendizagem de máquina para extrair informações relevantes
aos negócios, inferências e tendências não possíveis de se obter com uma análise
humana.
 Cyber segurança: é um conjunto Infraestruturas de hardware e software voltado para a
proteção dos ativos de informação, por meio do tratamento de ameaças que põem em
risco a informação que é processada, armazenada e transportada pelos sistemas de
informação que estão interligados.
 Internet das coisas: interconexão entre objetos por meio de infraestrutura habilitadora
(eletrônica, software, sensores e/ou atuadores), com capacidade de computação
distribuída e organizados em redes, que passam a se comunicar e interagir, podendo ser
remotamente monitorados e/ou controlados, resultando em ganhos de eficiência.
 Robótica avançada: dispositivos que agem em grande parte, ou parcialmente, de forma
autônoma, que interagem fisicamente com as pessoas ou seu ambiente e que são capazes
de modificar seu comportamento com base em dados de sensores.
 Manufatura digital: é o uso de um sistema integrado, baseado em computador, que
consiste em simulação, visualização 3D, análises e ferramentas de colaboração para criar
definições de processos de manufatura e produto simultaneamente.
 Manufatura aditiva: consiste na fabricação de peças a partir de um desenho digital
(feito com um software de modelagem tridimensional), sobrepondo finas camadas de
material, uma a uma, por meio de uma Impressora 3D. Podem ser utilizados materiais
como plástico, metal, ligas metálicas, cerâmica e areia, entre outros.
  Integração de sistemas: união de diferentes sistemas de computação e aplicações de
software física ou funcionalmente, para atuar como um todo coordenado, possibilita a troca
de informações entre os diferentes sistemas. Permite a empresas um olhar abrangente
sobre o seu negócio. As informações em tempo real sobre o processo produtivo
influenciam a tomada de decisões gerenciais mais rapidamente bem como decisões
estratégicas sobre o negócio da empresa conseguem ser mais facilmente implantadas na
planta de produção. Somente a instalação de pacotes ERP não se enquadram, mas a sua
integração a sistemas de controle da produção industrial sim.
  Sistemas de simulação: utilização de computadores e conjunto de técnicas para gerar
modelos digitais que descrevem ou exibem a interação complexa entre várias variáveis
dentro de um sistema, imitando processos do mundo real.
 Digitalização: consiste no uso de tecnologias digitais para transformar processos de
produção, de desenvolvimento de produtos e/ou modelos de negócios, visando a
otimização e eficiência nos processos. A transformação digital abrange: projeto e
implementação de plano de digitalização, sensoriamento, aquisição e tratamento de dados.

Concluímos que a Indústria 4.0 é um novo conceito que seguramente será uma realidade,
mudará a forma como lidamos hoje com a produção de bens de consumo e materiais, tendo
uma melhor distribuição de riquezas e um planeta mais sustentável.

BIBLIOGRAFIA:
http://www.portaldaindustria.com.br/industria-de-a-z/industria-4-0/#tecnologias

https://www.automacaoindustrial.info/industria-4-0-uma-visao-da-automacao-industrial/

https://fia.com.br/blog/industria-4-0/

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