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Cada cadeia nucleotídica da molécula antiga serve de molde à nova cadeia que se vai
formando à passagem do complexo enzimático. No final deste processo obtêm-se
duas moléculas de DNA exatamente iguais, com os nucleótidos dispostos na mesma
sequência em que estavam dispostos na molécula original.
Síntese proteica
O DNA, além de produzir cópias de si mesmo, regula a atividade das células através
do controlo da produção das proteínas.
As proteínas resultam da ligação linear de aminoácidos por ligações peptídicas,
evoluindo depois para uma forma tridimensional funcional. Estas diferem, quer pelo
número de aminoácidos ligados quer pela sequência por que estão ligados.
▪ Gene: porção de DNA que contém a informação para a síntese de uma dada
proteína.
▪ Genoma: é a totalidade dos genes necessários para o desenvolvimento e a
formação de um organismo completo.
Nos eucariontes, o DNA está ligado a proteínas, constituindo estruturas filamentosas,
os cromossomas, localizadas no núcleo das células.
Cada sequência de três bases (tripleto) da molécula de DNA que contém a informação
para um aminoácido da proteína em formação designa-se por codogene.
Mutação génica
O material genético sofre, ocasionalmente, alterações espontâneas ou provocadas
por fatores mutagénicos (radiações e produtos químicos). Estas alterações são mais
frequentes em momentos fundamentais na vida das células, como na replicação
semiconservativa do DNA. Estas anomalias devem-se a trocas de nucleótidos, à sua
adição ou subtração e têm como resultado uma modificação na informação do gene
(mutação génica), que podem dar origem a uma proteína anómala que conduz ao
aparecimento de uma nova característica nos indivíduos que a possuem.
Estas características podem ser prejudiciais (aparecimento de doenças que conduzem
à morte) ou conferir vantagem, ajudando o individuo a sobreviver. Evolução.
Ciclo celular
Nos seres multicelulares, o seu crescimento deve-se ao aumento do número e do
tamanho de células que os constituem. Nestes a divisão celular permite também a
regeneração de células ou de partes de órgãos que foram danificados ou a renovação
das que envelheceram e morreram.
Na maioria dos seres unicelulares, a divisão celular conduz à reprodução do indivíduo,
dando origem a duas células independentes, que irão constituir dois novos indivíduos.
Uma célula tem assim um momento de nascimento e dura até ao momento que se
divide ou morre. O conjunto de transformações que uma célula sofre desde o
aparecimento até ao momento em que sofre divisão denomina-se ciclo celular e este
compreende duas etapas:
Interfase:
▪ Período compreendido entre o final de uma divisão celular e o início da
divisão celular seguinte. Existem 3 intervalos:
▪ G1, durante o qual ocorre um crescimento intenso da célula devido às
sínteses que se verificam no seu interior, em especial a síntese
proteica.
▪ S, quando ocorre a replicação semiconservativa do DNA, o que permite
que as células passem a dispor de duas copias exatamente iguais do seu
DNA, com consequente alteração da estrutura dos cromossomas, que
passam a possuir dois cromatídios unidos pelo centrómero.
▪ G2, em que a célula atinge o volume máximo e produz todos os
componentes necessários para entrar em divisão celular.
Existem, contudo, células de determinados órgãos que, devido ao seu elevado
grau de diferenciação, interrompem o ciclo celular, deixando de se dividir,
como no caso dos neurónios e das fibras musculares, que, quando morrem,
não são substituídos por outros, permanecendo num estádio estacionário G0.
Apoptose: A célula fica mais redonda e o núcleo colapsa, depois o material genético
fragmenta-se, a membrana plasmática fragiliza-se e após isso a célula fragmenta-se em
pequenas porções.
Estes mecanismos quando falham, podem conduzir a um cancro ou neoplasia maligna.
Que é quando as células dividem-se de forma descontrolada e podem adquirir
características de malignidade. As células dos tumores malignos podem invadir os
tecidos vizinhos ou espalhar-se por outras partes do corpo – metastização.
Crescimento e regeneração tecidos vs diferenciação celular
A divisão celular permite a regeneração de certos tecidos ou órgãos dos organismos
multicelulares bem como o seu crescimento desde o ovo até ao estado adulto.
Durante o processo de crescimento de um organismo, as células, apesar de serem
geneticamente iguais vão sofrendo um processo de diferenciação celular que as torna
morfologicamente diferentes e aptas ao desempenho de determinada função.
A diferenciação celular envolve a expressão de determinados genes e a inativação de
outros. O controlo celular da diferenciação permite que os genes que se exprimem nas
células de um tecido sejam diferentes dos que estão ativos noutro tecido. Deste modo,
as células de tecidos diferentes vão produzir proteínas que as tornam especializadas
no desempenho de determinada função.
As células inicias resultantes da divisão do ovo e certas células dos organismos adultos
são indiferenciadas, podendo dar origem a células diferenciadas de qualquer um dos
tecidos do organismo. Esta capacidade é atualmente utilizada para obter, a partir de
células indiferenciadas, tecidos específicos, como pele, músculo, nervo ou órgãos
completos, que possam ser usados em transplantes.
Reprodução…
Reprodução assexuada
Estratégias reprodutivas
A reprodução assexuada pode manifestar-se através de uma multiplicidade de
processos que possuem em comum as seguintes características:
Reprodução sexuada
A reprodução sexuada distingue-se pelo facto de cada descendente ser o resultado de
uma fecundação, isto é, surgir da fusão de duas células reprodutoras – gâmetas – que
geralmente têm a sua origem em dois indivíduos diferentes.
Os descendentes apresentam diferenças entre si, resultado da conjugação de
material genético sempre diferente contido nos gâmetas.
É um processo gerador de variabilidade genética que se reflete na diversidade
biológica.
Meiose e Fecundação
Durante a fecundação ocorre a fusão dos citoplasmas dos gâmetas, seguida da união
dos respetivos núcleos. Deste processo resulta uma única célula – ovo ou zigoto, cujo
o núcleo possui o dobro dos cromossomas existentes nos gâmetas.
Estes cromossomas podem agrupar-se em pares de cromossomas – cromossomas
homólogos. Cada um dos cromossomas de cada par tem origem em gâmetas
diferentes.
Após a fecundação o ovo sofre divisões mitóticas sucessivas que conduzem à
formação de um novo organismo, constituído por células iguais ao do ovo que as
originou – diploides (2n cromossomas). Os gâmetas possuem metade dos
cromossomas destas células – haploides (n cromossomas).
A formação de gâmetas permite compensar a duplicação cromossómica ocorrida na
fecundação, mantendo o cariótipo da espécie.
Meiose: é o processo de divisão nuclear através do qual, a partir de uma célula (2n) se
podem formar células (n).
▪ Divisão Reducional:
▪ Prófase I: os cromossomas condensam-se e os homólogos emparelham
(alinhando gene a gene) formando bivalentes (conjunto de 4
cromatídeos). Ao dar-se o emparelhamento surgem pontos de quiasma
entre dois cromatídeos de dois cromossomas homólogos, onde pode
ocorre o crossing-over (trocas de segmentos). Diferencia-se o fuso
acromático e desintegra-se o invólucro nuclear.
▪ Metáfase I: os pares de cromossomas homólogos organizam-se no
plano equatorial da célula. A orientação dos pares é feita de forma
aleatória. Os centrómeros ligam-se a fibras que emergem dos centríolos
opostos.
▪ Anáfase I: dá-se a separação dos cromossomas homólogos e cada
cromossoma, constituído por 2 cromatídeos, migra para um dos polos
da célula.
▪ Telófase I: os cromossomas atingem os polos e descondensam-se. O
fuso acromático desaparece e forma-se o invólucro nuclear.
▪ Divisão Equacional:
▪ Prófase II: os cromossomas constituídos por 2 cromatídeos condensam-
se, tornando-se mais curtos e grossos. O invólucro nuclear desaparece e
organiza-se o fuso acromático.
▪ Metáfase II: os cromossomas dispõem-se na zona equatorial com os
centrómeros no plano equatorial do fuso.
▪ Anáfase II: os centrómeros dividem-se e os dois cromatídeos de cada
cromossoma, que passam a constituir cromossomas independentes,
separam-se e migram para os polos da célula.
▪ Telófase II: os cromossomas chegam aos polos e descondensam-se.
Organiza-se o invólucro nuclear em volta de cada conjunto de
cromossomas.
Evolução biológica…
Origem das células eucarióticas
Modelo autogénico:
▪ Algumas células procarióticas ter-se-iam tornado progressivamente mais
complexas. Prolongamentos da membrana citoplasmática deslocaram-se para
o interior do citoplasma, originando compartimentos, separados do resto do
citoplasma, que viriam a constituir os organelos celulares. Como resultado
ocorreu uma divisão interna de funções celulares.
Modelo endossimbiótico:
▪ por processos idênticos ao da fagocitose, algumas células procarióticas teriam
englobado outras células procarióticas de menores dimensões, com as quais
passaram a estabelecer relações de simbiose.
Alguns procariontes fotossintéticos fagocitados não teriam sofrido digestão e
teriam começado a fornecer à célula matéria orgânica resultante da sua
atividade fotossintética e a receber em troca proteção, água e CO2 necessários
à fotossíntese. Gradualmente foi-se estabelecendo uma relação de simbiose
intracelular (endossimbiose), com proveito mútuo, que tornou essas duas
células numa estrutura indissociável, na qual a célula englobada teria evoluído
para cloroplasto.
Por um processo similar, a fagocitose de procariontes aeróbios, teria levado ao
aparecimento de mitocôndrias.
Evidências:
▪ As mitocôndrias e os cloroplastos possuem o seu próprio DNA (uma molécula
circular semelhante ao DNA procariótico).
▪ Tanto os cloroplastos como as mitocôndrias dividem-se por bipartição de
forma independente do resto da célula eucariótica.
▪ Ambos os organelos possuem ribossomas idênticos aos que existem nos seres
procarióticos atuais.
Origem da multicelularidade
A partir de determinada dimensão o aumento de volume das células não é
acompanhado por um aumento correspondente da superfície membranar,
necessário para garantir as trocas metabólicas decorrentes dessa alteração de
volume. Limitou a evolução estrutural dos organismos unicelulares eucariontes.
Estes organismos seguiram vias evolutivas que haveriam de originar a organização
em colónias.
A associação de seres unicelulares em estruturais maiores e mais complexas – as
colónias – bem como o aparecimento de seres pluricelulares vieram permitir o
aumento de volume, mantendo elevada a superfície de contanto das células com o
seu exterior.
Desta forma, garantida a eficácia das trocas e a eficiência do metabolismo, o
processo evolutivo pôde prosseguir no sentido do aumento de volume do organismo.
O aparecimento da multicelularidade permitiu:
▪ Diminuição da taxa metabólica e uma utilização mais eficaz da energia.
▪ O aparecimento de seres de maiores dimensões conduziu a:
▪ Uma maior diversidade de formas, o que permitiu uma melhor
adaptação aos diferentes ambientes.
▪ Um aumento de complexidade e interação entre os sistemas de órgãos,
o que permitiu uma maior autonomia em relação ao meio externo e
um maior equilíbrio (homeostasia) face às flutuações do meio externo.
Mecanismos de evolução
Evolucionismo versus fixismo
Citológicos: todos os seres vivos são constituídos por células – uniformidade nos
processos e mecanismos celulares dos seres vivos.
Bioquímicos:
▪ As vias metabólicas comuns (síntese de proteínas, processos respiratórios e
modos de atuação das enzimas).
▪ A universalidade do código genético e do ATP como energia biológica utilizada
pelas células.
▪ Semelhança existente entre os compostos orgânicos evidenciada através da
sequência de aminoácidos da mesma proteína em diferentes organismos.
▪ Reações sorológicas, baseadas nas reações de aglutinação entre antigenes de
um organismo e anticorpos de outro.
Neodarwinismo: as fontes de variabilidade das populações são as mutações e a
recombinação genética.
▪ Os cromossomas são as estruturas que transportam os genes responsáveis pelo
desenvolvimento dos caracteres do indivíduo.
▪ A ocorrência de mutações, génicas e cromossómicas, aumenta a variabilidade
genética, podendo conduzir ao aparecimento de genes responsáveis por novas
características.
▪ A meiose, conduz ao aparecimento de novas combinações genéticas nos
gâmetas.
▪ A fecundação dá origem a uma descendência com múltiplas combinações
genéticas, o que se reflete numa elevada variabilidade de características.
▪ A seleção natural atua sobre a grande variedade de descendentes dentro da
população, que é assim influenciada pelo meio ambiente.
▪ As populações podem, assim, ver alterado o seu fundo genético, ou seja, o
conjunto de genes que caracterizam a população, evoluindo gradualmente.
Variabilidade e seleção natural
▪ Fatores que aumentem a variabilidade genética de uma população são
promotores de evolução, dado que quanto maior for a variabilidade de uma
população, maior será a probabilidade de um determinado conjunto génico se
apresentar vantajoso na interação que estabelece com o meio, sendo alvo da
seleção natural.
▪ As unidades de evolução são as populações (a evolução pode ser quantificada
pela alteração da proporção relativa de variações hereditárias de uma
população numa sucessão de gerações).
▪ Os fatores sobre os quais a seleção natural atua são situacionais.
Sistemática dos seres vivos…
Sistemas de classificação
A Sistemática é o estudo da diversidade biológica num contexto evolutivo.
▪ Taxonomia: classificação e nomenclatura das espécies
▪ Filogenia: história evolutiva de uma espécie ou de várias espécies relacionadas.
Diversidade de critérios
Sistemas de classificação práticos: (as plantas são ou não comestíveis) utilitários em
função do uso que o ser humano faz dos seres vivos. Carecem de base científica.
Sistemas de classificação racionais: são mais objetivos, uma vez que utilizam
características morfológicas ou fisiológicas intrínsecas aos seres vivos.
Taxonomia e nomenclatura
Níveis taxonómicos ou taxa:
Reino → Filo → Classe → Ordem → Família → Género → Espécie
Regras de nomenclatura
▪ Designação dos taxa em latim (língua morta que não evolui; permite
nomenclatura universal, ou seja, constante no espaço e no tempo).
▪ As espécies são designadas segundo uma nomenclatura binominal. A primeira
palavra do nome corresponde ao género (inicial maiúscula) e a segunda é o
epíteto ou restritivo específico.
▪ Designação de grupos superiores à espécie é uninominal.
▪ O nome da família é obtido acrescentando –idae à raiz de um dos géneros.
▪ Quando a espécie tem subespécies, a nomenclatura é trinominal.
▪ Os nomes de géneros, espécies ou subespécies são escritos em letra diferente do
texto: itálico ou sublinhado.
Ano: 1758
Sistema de classificação de Whittaker modificado