Fichamento do livro: Introdução à multimodalidade: Contribuições da gramática sistêmico-
funcional, análise do discurso crítica e semiótica social.
VIEIRA, Josenia; SILVESTRE, Carminda. Introdução à multimodalidade: Contribuições da gramática sistêmico-funcional, análise do discurso crítica e semiótica social. Brasília, DF. 2015. Notas: Conteúdo interessante para: Multimodalidade; Semiótica; Recurso semiótico; Análise de imagens.
pg 7 “a significação não reside apenas no âmbito do linguístico, mas também na maneira
como a usamos em contexto”. pg 8 “Em suma: multimodalidade é a designação para definir a combinação desses diferentes modos semióticos na construção do artefato ou evento comunicativo.” pg 8 “a linguagem modela a sociedade e é modelada por esta.” pg 16 “linguagem e globalização, ambas sujeitas a profundas alterações motivadas pelas tecnologias da comunicação” pg 18 “significados são construídos por agentes do discurso de modo intencional” pg 21 “discurso é o reflexo contínuo de práticas sociais e discursivas, sujeito permanentemente às mudanças sociais,” pg 21 “desempenhando o papel de agente duplo de mudança, porque, ao mesmo tempo em que é mudado pelo social, também age como agente modificador desse mesmo social e, além disso, o discurso está simultaneamente sujeito às influências das múltiplas semioses,” pg 22 “Fairclough considera a globalização um processo discursivo extremamente objetivo para tratar do mundo real,” pg 22 “discurso pode, muitas vezes, ser enganoso e mascarar a globalização, o que pode confundir e criar errôneas impressões sobre ela.” pg 23 “recontextualização do discurso ─, denominação atribuída por Fairclough (2006) ao processo discursivo pelo qual textos específicos incorporam outros textos ou agregam seletivamente práticas sociais, discursos, gêneros e estilos que com eles se relacionam por meio da (de)locação e da (re)locação.” pg 23 “recontextualização, que se expressa por intermédio de um hibridismo intertextual e interdiscursivo,” pg 24 “Poster denomina reconfiguração, mudança a que o discurso está sujeito por trocar de mídia para ser distribuído” pg 24 “Fairclough, por seu turno, trata esse mesmo processo ─ como delocação ou recontextualização do discurso.” pg 25 “sociedade de informação um produto institucional e a sociedade em rede resultado de um modelo social de organização,” pg 28 “texto não é construído de palavras e de sentenças, mas de significados” pg 28 “linguagem hegemônica deste século não reside apenas no uso da imagem, nem apenas da palavra, mas na ocorrência de ambas, na sua hibridização, combinadas ainda com outras semioses, gerando textos multimodais, conforme passaremos a explicar mais adiante.” pg 33 “estereótipos são altamente cobrados juntamente com os sentimentos que a eles estão ligados, pois eles são a fortaleza de nossa tradição, e atrás de suas defesas, podemos continuar seguros da posição que ocupamos.” pg 34 “nunca realizamos uma representação que já não tenha sido representada, daí porque os esteriótipos, além de frequentes, são também denunciadores da ideologia, das crenças e também dos preconceitos construídos por meio das representações,” pg 37 “cultura visual, uma cultura assente na multiplicidade de recursos semióticos utilizados e na rapidez da conexão visual.” pg 43 “ser iletrado em linguagem visual denuncia vulnerabilidade social e baixo empowerment do sujeito.” pg 44 “se os seres humanos produzem e comunicam significações em vários modos semióticos, então somente o uso da linguagem verbal se tornaria insuficiente para concentrar a atenção de quem está interessado na produção e na reprodução social de significados.” pg 44 “investigações no campo da multimodalidade integram os estudos da Semiótica Social e da Teoria Crítica” pg 45 “só o gênero humano é capaz de criar mundos simbólicos, modificando-os por meio do discurso e, intencionalmente, por meio do uso de categorias estabelecidas pela gramática visual,” pg 46 “A categoria “modo” identifica a participação dos atores nos processos discursivos.” pg 46 “modalidade gramatical, cujo preenchimento categorial pode se dar pelo uso de recursos discursivos modalizadores, como os adjetivos e os verbos auxiliares.” pg 50-1 “O sentido é visualizado no âmbito da lógica tipográfica principalmente pela mediação do uso das formas da letra, que estabelece, juntamente com a cultura, a possibilidade de leitura das formas linguísticas de um texto multimodal.” pg 51 “os elementos tipográficos selecionados para a escrita de um texto exercem papel relevante na leitura do sentido final a ser construído pelo leitor.” pg 56 “a gramatura e a qualidade do papel, bem como a sua beleza ou não, participam da construção multimodal do sentido potencial a ser construído pelo viewer” pg 57 “devemos considerar os aspectos da cultura do país, sem ignorar a sua extensão territorial e as nuances culturais regionais, um mundo de cores e de formas a ser identificado e descrito.” pg 65 “quando o olhar do ator representado na imagem interpela o leitor, torna-o coparticipante da ação multimodal.” pg 67 “a sintaxe visual ora articula-se por processos associativos ou metafóricos, ora por padrões metonímicos, que estabelecem certa relação de sentido pela posição de contiguidade ocupada pelas imagens.” pg 67 “três critérios para analisar a sintaxe visual dos textos multimodais: saliência, valor da informação e enquadramento. Saliência, conforme a definição da gramática do design visual de Kress e van Leeuwen (2006 [1996]), é o aspecto visível ao primeiro olhar do leitor para o texto.” pg 68 “valor da informação trata especificamente da leitura do texto visual com base primeiramente no contexto social, no mundo externo, para só depois se concentrar nos aspectos internos do texto.” pg 68 “critério do enquadramento busca estudar o direcionamento do foco da lente ao captar a imagem que pode tanto ser dado pela saliência quanto pelo jogo de sombra e luz ou ainda pela captação do ângulo do olhar dos atores representados no texto visual, pois o elemento que antecede deve se combinar com o que sucede, estabelecendo uma relação contínua de construção de significado” pg 71 “qualquer texto escrito é multimodal, composto por mais de um modo de representação” pg 75 “Como resultado, podemos dizer que a linguagem hegemônica deste século reside no uso de variadas semioses, característica da linguagem multimodal.” pg 76 “o papel da imagem faz mais do que dar vida ao discurso, pois ao colori-lo, provoca afetividade e emoção, direcionando a atenção do leitor ao propósito do discurso.” pg 76 “Nesse deserto lúgubre, me surge, de repente, tal foto; ela me anima e eu a animo. Portanto, é assim que devo nomear a atração que a faz existir: uma animação. A própria foto não é nada animada, mas ela me anima: é o que toda aventura produz.” pg 79 “linguagem hegemônica deste século não reside apenas na imagem, nem na palavra, mas no uso híbrido de várias semioses.” pg 80 “um texto multimodal (KRESS e VAN LEEUWEN, 2006 [1996]) por meio da combinação de recursos semióticos de diferentes linguagens que servem como matéria prima na construção de processos metafóricos” pg 83 “Por essa razão, os recursos multimodais, quando usados na publicidade, devem considerar não apenas as preferências pessoais e as empresariais, mas também aquelas que subjazem às identidades sociais formadas culturamente em determinados grupos e nações.” pg 84 “Considerando que qualquer texto com imagem pode se transformar em fenômeno semiótico complexo, devemos indagar sobre as consequências ideológicas que esse tipo de construção provoca” pg 88 “A função interpessoal é tratada em termos de “interpelação”, representada por meio do olhar, do ângulo etc, e a função composicional é tratada por meio de enquadres, de linhas paralelas, verticais, horizontais, diagonais, e assim por diante” pg 90 “a cultura de nossa sociedade visual tem se mostrado extremamente sensível ao apelo da imagem, a qual por si só promove o avanço na leitura e na interpretação dos sentidos,” pg 91 “O primeiro conceito a carecer revisão é o de letramento, que deve englobar tanto o letramento visual quanto o letramento midiático” pg 92 “Portanto, saber ler metáforas visuais em textos multimodais no mundo globalizado é possuir a chave do mundo dos sentidos.” pg 95 “O conceito de literacia, na sua aceção tradicional, está associado à capacidade cognitiva para ler e escrever e, fundamentalmente, está relacionado a esta capacidade no uso da linguagem no seu modo verbal escrito.” pg 96 “A leitura parcial de um texto multimodal apenas na sua vertente de linguagem verbal escrita revela-se insuficiente numa sociedade que se caracteriza pela emergência do modo visual.” pg 97 “Podemos definir texto, provavelmente na sua forma mais simples, por linguagem que é funcional.” pg 97 “Assim qualquer excerto de linguagem em uso que faz parte de um contexto de situação, poder-lhe-emos chamar de texto. Este pode ser tanto oral como escrito, ou em qualquer outro modo de expressão” pg 98 “O texto multimodal é, por conseguinte, uma unidade de significação, constituída pelos recursos semióticos dos diversos sistemas escolhidos pelo produtor de texto, num contexto de situação, para determinados fins comunicativos.” pg 100-1 “todos os elementos provenientes de sistemas semióticos diversos que coocorrem nos textos multimodais podem ser analisados, relacionados uns com os outros e interpretados em termos das escolhas feitas entre os recursos semióticos disponíveis e em termos das suas contribuições para a função social e comunicativa do texto.” pg 101 “A linguagem é um dos meios através dos quais os pensamentos, ideias e sentimentos são representados. Esta competência consiste em relacionar qualitativamente diferentes tipos de fenómenos ─ uma expressão e um conteúdo ─ de forma que a significação de um seja compreendida em termos do outro.” pg 102 “Assim, um signo não se limita à linguagem verbal, ou seja, ao signo linguístico” pg 103 “O termo “recurso semiótico” é usado para referir as ações, materiais e artefactos que usamos para fins comunicativos, quer produzidos fisiologicamente como, por exemplo, as cordas vocais, os músculos usados nas expressões faciais ou gestos, quer tecnologicamente, por exemplo, a caneta e a tinta ou o software do computador, que sob formas combinadas e organizadas se constituem como recursos.” pg 106-7 “a escrita é um sistema 107 Josenia Vieira e Carminda Silvestre semiótico que emerge da necessidade de mapear a fala e as figuras, isto é, um modo de representação visual.” pg 108-9 “Na metafunção interpessoal, a linguagem como praxis da intersubjetividade, usamos a 109 Josenia Vieira e Carminda Silvestre linguagem como recurso para interagir com os outros” pg 109 “metafunção textual. A linguagem como um recurso semiótico da realidade entendida como um processo (discurso) ou como um produto (texto).” pg 117 “recurso semiótico” é usado para referir as ações, materiais e artefactos que usamos para fins comunicativos” pg 117 “Todos os elementos provenientes de sistemas semióticos diversos que ocorrem na construção de um texto multimodal podem ser analisados, relacionados uns com os outros e interpretados em termos das escolhas feitas entre os recursos semióticos disponíveis e em termos das suas contribuições para a função social e comunicativa do texto.” pg 120 “apagamento da imagem, parece ser uma estratégia semiótica em que a redução existe por questões de gestão do espaço” pg 120 “A organização espacial é uma escolha que o ilustrador faz de forma a representar esta vertente semiótica do texto num processo de ressemiotização e, por conseguinte, de produção de significado” pg 121 “(i) esboça como os sistemas semióticos são traduzidos de um sistema para o outro como processos sociais; (ii) questiona o porquê de um sistema semiótico ser mobilizado em vez de outro para concretizar algo em tempos específicos.” pg 126 “O papel da metáfora orientacional é aqui um instrumento analítico fundamental na instanciação da “atitude” nas imagens.” pg 126 “As metáforas orientacionais (LAKOFF e JOHNSON, 2002 [1980]) constituem um instrumento de orientação físicoespacial fundamental na compreensão da realidade desencadeada pelo esquema de imagens que lhe estão subjacentes” pg 131 “Entendemos o texto multimodal como uma unidade de significação em que os produtores de texto fazem escolhas de forma a construírem um produto com um propósito comunicativo pelo uso desses sistemas (para um maior desenvolvimento, ver 6ª parte, sobre género).” pg 132 “refere, o desenho tem sido historicamente tratado como um instrumento dócil do qual todos se podem servir, mas que nunca ninguém sentiu a necessidade de analisar para compreender o seu funcionamento, o que o diferencia de outros, e para explicar a sua ampla disponibilidade na absorção de funções comunicativas diversas.” pg 132 “linguagem visual, em sentido lato, tanto como processo ou como produto, tem potencialidades nas suas várias expressões e articulações que carecem de mais investigação.” pg 132-3 “(i) decorativa 133 Josenia Vieira e Carminda Silvestre (imagens normalmente colocadas no início do capítulo sem referência ao texto principal); (ii) ilustrativa (capta e descreve o que o leitor deve ver); (iii) explicativa (dá uma explicação ou classificação do que é representado); (iv) complementar (fornece conteúdos proposicionais não explicitados no texto verbal)” pg 133 “metafunção ideacional da linguagem (HALLIDAY, 1994), esta é usada para organizar, compreender e expressar as nossas perceções do mundo físico e interior, como referido em diferentes pontos deste volume. A complementaridade ideacional em textos multimodais refere-se ao tipo de relação estabelecida pelos conteúdos proposicionais (aquilo que é representado) em linguagem verbal e linguagem visual.” pg 135 “A representação visual pode ser realizada pela representação narrativa, que descreve os participantes numa ação, ou pela representação conceptual, esta de natureza estática em que os participantes são apresentados em termos de essência, como eles são, em termos de classe, estrutura ou significado.” pg 137 “os modos semióticos disponíveis por meio dos quais os produtores de texto podem fazer as suas escolhas são muitos, graças à sociedade de informação, ao seu funcionamento em rede e aos avanços tecnológicos.” pg 142 “Martin (1992), o género (contexto de cultura) é instanciado mediante escolhas das variáveis de registo (contexto de situação) associando-as a partes específicas da estrutura esquemática e usando a linguagem, isto é, os recursos semióticos em conformidade.” pg 146 “o resumo, que inicia a história e contém um sumário ou indicação do tópico para atrair a atenção do leitor; (ii) a orientação, que introduz o cenário ─ quem está envolvido, quando, onde ─ e o acontecimento, que faz avançar a história.” pg 146 “a complicação, que é o acontecimento que constitui o âmago da história” pg 146 “a avaliação, que pode ocorrer em vários momentos da história,” pg 146 “a resolução, que fornece o acontecimento final da história;” pg 146 “ a coda, que não ocorre sempre, mas que move do tempo da história para o tempo de a contar e fornece a sua relevância aos leitores” pg 149 “O estudo da transitividade permite-nos, pela oração (unidade básica de análise da léxico-gramática), analisar a representação de quem faz o quê, a quem, e as respetivas circunstâncias.”