ALTIMETRIA
1. Introdução
ou:
D2 = (R + EC)2 - R2
desenvolvendo:
D2 = EC (EC + 2.R)
e:
EC = D2 / (EC + 2.R)
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Como o erro é uma quantidade muito pequena em relação ao raio da Terra, pode-se, sem cometer erro
sensível, desprezar EC no denominador, e a fórmula para o cálculo do erro devido à curvatura da terra é:
EC = D2 / 2.R
Figura 1
Na prática das operações altimétricas, o erro devido à curvatura da Terra, apresenta-se diminuído, em
razão do efeito da refração atmosférica sobre o raio visual.
Quando se faz uma visada de um ponto para outro, o raio visual ao atravessar as camadas
atmosféricas de densidades diferentes se refrata, seguindo uma trajetória curva, situada sobre o plano vertical
visual, cuja concavidade é dirigida sobre a superfície do solo. Como conseqüência, o ponto C, quando visado
de A é visto em C’, originando o erro de refração: ER = CC’. A superfície AC’ é dita superfície de nível ótico.
Este erro é dependente da temperatura e do estado higrométrico do ar, além de outras circunstâncias
locais. Em condições normais, a equação do erro de refração é a seguinte:
ER = 0,1306.EC
C = 0,068.DH2(Km)
3. Nivelamento Geométrico
horizontalidade do equipamento é condição crítica para o bom funcionamento e costuma ser conseguida por
um dos três métodos: normalmente com três parafusos calantes de nível tubular; através de um compensador
ótico baseado no efeito da gravidade sobre um pêndulo interno ou um compensador eletrônico. Tem um
alcance de até 450 m, com precisão de 1 mm para distâncias de até 100 m , e de 3 mm para distâncias
maiores.
As miras são réguas de madeira ou metal usadas no nivelamento para determinação de distâncias
verticais, medidas entre a projeção do traço do retículo horizontal da luneta na mira e o ponto do terreno onde
a mira está instalada. As miras normalmente são de encaixe, constituídas de três peças que quando estão
completamente distendidas apresentam o comprimento de 4 metros, sendo graduadas em centímetros. Os
centímetros são pintados alternadamente em preto e branco, os decímetros numerados em preto e os metros
assinalados por círculos pintados em preto ou vermelho.
Existem miras com graduação direta e graduação indireta, para leitura com instrumentos de
luneta de imagem direta ou indireta, respectivamente.
A leitura na mira é constituída por quatro algarismos e um número de três casas decimais: metro,
decímetro, centímetro e milímetro. O ponto indica o número de metros; o algarismo o número de decímetros;
os traços pretos e brancos alternados, o número de centímetros e o número de milímetros são estimados.
Nivelamento Geométrico Simples é aquele em que de uma única estação do nível é possível visar a
mira colocada sucessivamente em todos os pontos do terreno a nivelar.
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Figura 2
Quando se usa o nível médio do mar, a referência de nível é igual a zero. Quando a referência de
nível é arbitrária, atribui-se um valor inicial elevado, de modo que no decorrer do levantamento não ocorram
cotas negativas.
Portanto, duas são as regras para nivelar:
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(i) a altura do instrumento (Ai) é igual à soma da visada de ré (RÉ) com a cota do ponto (C) onde a
mesma foi feita:
Ai = C + RÉ
(ii) a cota de um ponto (C), em função da altura do instrumento (Ai), é a diferença entre tal altura e a
visada a vante (VANTE) lida no mesmo ponto:
C = Ai - VANTE
Figura 3
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Assim, com o nível na estação 1, visa-se a mira colocada no ponto A, que representará a leitura de ré.
Em seguida faz-se a leitura de vante no ponto M; como esta será a última visada de vante com o nível na
estação 1, será chamada de “vante de mudança”. Muda-se depois o nível para a estação 2, de onde se fará
uma visada de ré no ponto M e, posteriormente uma visada de vante no ponto B.
Desta forma, concluiu-se que para atingir o objetivo foi necessário proceder a dois nivelamentos
geométricos simples, devidamente ligados pela estaca de mudança M, em que se procedeu a visada de vante
de mudança na estação 1, e a visada de ré da estação 2; tem-se deste modo, o nivelamento geométrico
composto.
Para proceder à compensação de erros em um nivelamento, é necessário iniciar e terminar o
levantamento no mesmo ponto. Como, normalmente procede-se ao nivelamento de perfis, ou poligonais
abertas, após o nivelamento de cada um dos pontos piqueteados em um perfil, é realizado outro nivelamento
em sentido contrário, denominado de “contra-nivelamento”, quando são nivelados apenas alguns dos pontos;
e “renivelamento”, quando o retorno se dá nivelando todos os pontos.
As grandezas medidas em um nivelamento geométrico são registradas em uma planilha, para depois
efetuarem-se os cálculos. O exemplo da figura 4 é o nivelamento e contra-nivelamento de um perfil, onde a
cota do ponto A é conhecida, igual a 50,000 m, e o espaçamento entre os piquetes é de 20 m.
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Figura 4
Planilha:
Cálculo do Nivelamento:
Cálculo do Contra-nivelamento:
A fórmula geral para verificação da correção do cálculo do nivelamento geométrico considera que a
diferença entre as cotas extremas de um nivelamento é igual à soma das visadas de ré menos a soma das
visadas de vante de mudança:
CF - Ci = RÉ - VM
Para o nosso exemplo: 50,004 - 50,000 = 8,978 - 8,974; então 0,004 = 0,004, o que comprova a
correção dos cálculos.
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Quando a igualdade acima não é satisfeita, é porque ocorreu um erro altimétrico de fechamento da
poligonal.
No nosso exemplo o erro altimétrico de fechamento foi de 0,004 m ou 4 mm.
O erro tolerável de fechamento é determinada por:
ET = 2.C. perímetro(Km)
em que C representa o erro, por quilômetro. No nosso exemplo foi adotado o limite de 5 mm por quilômetro,
sendo que o erro máximo tolerável em 0,24 Km nivelados será de :
Correção:
Para estação 1 : 1/4.E = 1/4.0,004 = 0,001
Para estação 2 : 2/4.E = 2/4.0,004 = 0,002
Para estação 3 : 3/4.E = 3/4.0,004 = 0,003
Para estação 4 : 4/4.E = 4/4.0,004 = 0,004
De maneira geral, o perfil longitudinal é realizado com uma escala vertical exagerada em relação à
escala horizontal, com o objetivo de tornar as diferenças de nível mais evidentes no desenho. O exagero de 10
vezes na escala vertical é o mais usual. A figura 5 ilustra a representação gráfica de um perfil de nivelamento.
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Figura 5