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RESUMO DO LIVRO ORIENTAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR E

ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL (Pg. 10-15)

Gardênia Mirele Azevedo Dias

CONHECENDO A UNIDADE ESCOLAR

A escola deve ser vista como espaço de interação entre sujeitos que
ensinam e sujeitos que aprendem, onde se estabelecem relações com o saber.
A escola, organização social, é o lugar em que se concretiza o objetivo do
sistema escolar, ou seja, o atendimento dos alunos nas relações de ensino e
aprendizagem.
A organização escolar é considerada um sistema aberto, não
excludente, que se relaciona com seu meio, captando informações para
orientar seus objetivos, e, de acordo com essa perspectiva, a escola pode ser
vista como instituição social. Assim, olhar a unidade educacional como
organização é vê-la contextualizada em suas várias dimensões, pois, na esteira
do pensamento de Nóvoa (1992, p. 20),

Trata-se de um enfoque particular sobre a realidade educativa que


valoriza as dimensões contextuais e ecológicas, procurando que as
perspectivas mais gerais e mais particulares sejam vistas pelo prisma
do trabalho interno das organizações escolares.

É possível caracterizar o funcionamento de uma organização escolar


como fruto de um compromisso entre a estrutura formal e as interações entre
grupos com interesses distintos, bem como identificar sua abrangência sob três
grandes áreas:
a) estrutura física da escola;
b) estrutura administrativa da escola;
c) estrutura social da escola.
Para tanto, tem sido a cada dia mais importante a compreensão da
escola como lugar de construção e reconstrução da cultura, não somente do
modo científico, mas a cultura em seu modo social, a cultura dos alunos, dos
atores constitutivos da organização, a cultura da escola. Como afirma Militão
Silva (2001, p. 49):

Procurar compreender a escola como uma cultura com identidade


própria supõe descobrir os valores, as atitudes, as imagens de
realidade, as manifestações verbais e não verbais que constituem seu
processo de comunicação interna e externa. Mas, principalmente,
significa conhecer seu projeto de ação.
Assim, não conhecemos a escola apenas pelo que se vê, é preciso
captar os significados, valores, atitudes, modos de agir e de resolução de
problemas que definem uma cultura própria de cada unidade escolar. O estudo
da Pedagogia nos remete ao estudo da escola. É necessário atentar-se sobre a
natureza do trabalho em educação, “na escola, as relações de produção e
transmissão de conhecimento se dão entre sujeitos que interagem e se
transformam através desta interação” (ALVES; GARCIA, 2006, p. 161).
Tanto uma como a outra demandam, além do exame da história, a
reflexão sobre os aspectos filosóficos, sociais, políticos e pedagógicos da
educação. Quando se pensa na função da educação escolar, não podemos
deixar de responder as certas perguntas como:
 Em que concepção de mundo acreditamos?
 Que homem queremos formar? Que valores iremos trabalhar?
 Quem é o meu aluno hoje? Em que realidade o aluno com quem
trabalho está inserido?
 Que currículo poderá contribuir para a formação desse aluno? Que
metodologia? Que tipo de avaliação?
Com relação à dimensão social da escola, o pedagogo atuante nas
diversas áreas tem o papel fundamental de conhecer, interpretar e divulgar aos
demais elementos da escola a realidade socioeconômica e psicológica do
aluno, bem como da comunidade na qual está inserido, identificando suas
necessidades a fim de superar as dificuldades encontradas. Para Grinspun
(2006):

A escola é um espaço de conhecimento, crenças, mitos, razões e


emoções. O grande segredo é descobrir o que é verdadeiro para
escola, como instituição e para seus protagonistas, como cidadãos.
Para tanto, é importante conhecer a realidade da sala de aula, o que
possibilitará ao pedagogo caminhar junto com seus protagonistas.
Nesse sentido, é na escola que o aluno aprende a conviver com o outro,
a aceitar a diversidade cultural, a participar e a lutar pelo bem comum, a
conviver com dificuldades e contradições, a trabalhar com o diálogo, a defender
seus direitos e a dialogar.

REFERÊNCIAS

ALVES, N; GARCIA, R. L. O sentido da Escola. – 3ª ed. – Rio de Janeiro:


Editora DP&A, 2006.

GRINSPUN, Miriam Paura Sabroza Zippin. A Orientação Educacional:


conflito de paradigmas e alternativas para a escola. São Paulo: Cortez,
2006.

MENDES, Eva Cristina de Carvalho Souza. Orientação em Supervisão

MILITÃO, S. C. N. O Consenso Educacional e a Municipalização do Ensino


Fundamental. In: QUAGLIO, P; MAIA, G. Z. A; MACHADO, L. M. (orgs).
Interfaces entre política e administração da Educação: Algumas Reflexões. –
Marília/SP: Fundepe Publicações, 2001.

NÓVOA, Antônio(org). As organizações escolares em análise. 2. ed. Lisboa :


Dom Quixote, 1992.

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