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Aquisição tardia da linguagem e desenvolvimento cognitivo do

surdo

A aquisição da linguagem em indivíduos falantes é um processo


naturalizado e feito pelas famílias desde a tenra idade da criança. A
mãe, mantém um diálogo com o filho, lhe canta músicas, conversa
com a criança, mantendo assim, inserida socialmente e apta ao
aprendizado e se desenvolvendo de maneira esperada. Já no caso
de crianças surdas há vários aspectos que dificultam essa
apreensão da linguagem e que poderão levar essas crianças a
aquisição tardia.
Leva-se em consideração a demora de familiares, ouvintes, a
perceber a condição da criança e assim a procurar ajuda
especializada; essas famílias podem não ter uma boa receptividade
ao ‘diferente’, fazendo-os optar por tentativas de ‘consertar’ os
filhos, utilizando o implante coclear ou até mesmo o ensino da
língua oralizada como forma de os encaixar socialmente o que pode
os afastar de possíveis terapias fonoaudiológicos já que o processo
de aquisição de uma língua oral é difícil para alguém que não
escuta
Há também os impecilios econômicos já que muitas famílias não
tem acesso à ajuda especializada, levando as famílias a adoção de
uma linguagem caseira que se limita as necessidades básicas da
criança, que pode ser tanto oralizada, através da leitura orofacial,
ou gesticulada. Ainda no texto nos é mostrado a pesquisa feita por
Nader e Silva, que observaram adolescentes surdos que estão
aprendendo o português escrito, e que ainda não tiveram tanto
contato com a linguagem de sinais e utilizam apenas a linguagem
gesticular caseira, tal como no caso de Nvd, um adolescente que
utilizava esses gestos caseiros ainda com a família que não tinha
contato com LIBRAS, quando a criança não era compreendida após
a tentativa de comunicação por meio de gestos e mimica, ficava
frustrado ou nervoso
Esse tipo de linguagem, é referida por Tervoort como simbolismo
esotérico, e é criada por necessidade de comunicação entre a
criança com o adulto e seria qualquer meio de comunicação usada
pela criança ou adolescente surdo a fim de “produzir algum tipo de
significação”. Esse tipo de comunicação, funciona como uma
espécie de linguagem materna até que o individuo entre em contato
com o Português ou LIBRAS, permitindo, ainda que limitadamente,
um desenvolvimento cognitivo. Porém, por si só não preenchem as
lacunas que a linguagem de sinais deixa, restringindo a interação
tanto no ambiente familiar quanto no social, dificultando assim essa
interação na escola. Segundo o texto de *, por falta de professores
capacitados na linguagem de sinais essas crianças tem dificuldade
no aprendizado e tendem a repetir de série já que a linguagem
aprendida em casa não possui uma estrutura linguistica que sirva
de base para o aquisição da línguagem escrita. Por isso, torna-se
necessária a aquisição da linguagem brasileira de sinais.
Essas jovens possuem a habilidade de aprendizado, porém por
não compartilharem a mesma língua que o resto da sociedade não
conseguem compartilhar esse conhecimento sendo então dotados
de significação porém ainda faltam os signos que são utilizados
pelo seu meio, tornando o português escrito torna-se difícil de
compreender e aprender.

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