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Título II – Batismo
Capítulo I – Aspectos Teológicos
Capítulo II – Aspectos Pastorais
Capítulo III – Disposições canônicas
Art. 1 – Disposições Gerais
Art. 2 – Dos pais, responsáveis ou mediadores
Art. 3 – Do registro e documentação
Art. 4 – Da catequese pré-batismal
Art. 5 – Do tempo e lugar
Art. 6 – Da celebração
Art. 7 – Do ministro
Art. 8 – Dos batizandos
Art. 9 – Dos padrinhos
Art. 10 – Batismo em caso de perigo de morte
Art. 11 – Batismo de outras confissões religiosas
TÍTULO II
BATISMO
CAPÍTULO I
ASPECTOS TEOLÓGICOS
“Ide por todo o mundo, proclamai o Evangelho a toda criatura. Aquele que crer e for batizado
será salvo.” (Mc 16,15-16). Obedientes a este mandamento do Senhor, os apóstolos batizavam
aos que acolhiam a fé (At 2,41; 8,12-38; 9,18; 10,48; 16,15-33; 18,8; 19,5).
Com este sacramento o fiel inicia sua vida cristã e torna-se membro do povo sacerdotal: é
mergulhado na vida da comunidade dos discípulos de Jesus e por meio dela, na Vida Trinitária.
Congregados em comunidade pelo Batismo, os cristãos são instruídos pela Palavra de Deus,
alimentados pela Eucaristia e animados na prática da caridade e dos compromissos cristãos.
A vida divina recebida no batismo, cresce e produz frutos, quando assumida no compromisso
de seguir ao Senhor no serviço, especialmente aos mais necessitados, na abertura e diálogo
franco, na preocupação constante de se viver os seus valores e anunciar a boa nova do Reino,
testemunhando a todos a comunhão.
Assim, assumindo a missão de Cristo, pelo Batismo, o cristão se torna um sinal e instrumento
de salvação no meio da sociedade humana (1 Pd 2,9; LG 9; GS 32-40).
CAPÍTULO II
ASPECTOS PASTORAIS
n. 3 – Por ocasião do pedido do batismo, haja uma conversa entre o pároco ou o vigário
paroquial com os pais da criança sobre a importância e a seriedade deste Sacramento. Se houver
algum motivo que ponha em dúvida a consequente vivência do Sacramento, adie-se a
celebração do batismo.
n. 5 – Quando da entrevista ou conversa com os pais que pedem o batismo de seu filho ficar
comprovado que ainda não celebraram o Sacramento do Matrimônio, sejam conscientizados da
importância e necessidade de celebrarem este Sacramento para sua vida cristã e ofereça-se a
oportunidade para que o façam, desde que observado o n. 19 das Disposições Canônicas.
n. 6 – O ponto de partida para uma boa catequese é a família, berço da fé. A vida familiar é a
marca decisiva para a vida do cristão. As relações familiares construídas na gratuidade e no
amor ajudam a acender a fé naqueles que serão batizados e ajudam os familiares a viver seu
batismo. O batismo aparece sempre ligado à fé. Quando esse sacramento é vivido com
comprometimento e consciência, o número de pessoas com responsabilidade e fé cristã aumenta
e a evangelização é fortalecida.
ART. 1
DISPOSIÇÕES GERAIS
n. 10 – A Igreja não proíbe o batismo a nenhuma pessoa, contudo para que uma pessoa seja
licitamente batizada, é necessário que haja fundada esperança de que será educada na Igreja
católica; se essa esperança faltar de todo, o batismo seja adiado avisando-se aos pais sobre o
motivo (cf. cân. 868, §1, 2).
ART. 2
DOS PAIS, RESPONSÁVEIS OU MEDIADORES
n. 11 – Os pais têm a obrigação de cuidar que as crianças sejam batizadas dentro das primeiras
semanas; logo depois do nascimento (ou mesmo antes), dirijam-se ao próprio Pároco a fim de
pedir o batismo a seus filhos e serem devidamente preparados.
n. 12 – Mediadores são pessoas que, diante da indiferença dos pais ou responsáveis em relação
à vida de fé do batizando, apresentam-no à Igreja para que receba o Sacramento.
n. 13 – Motive-se aos pais, responsáveis ou mediadores que estejam integrados à vida da própria
Paróquia, participando das celebrações e vivendo segundo os valores da fé.
n. 18 – A simples condição civil dos pais (casados, separados ou em simples convivência com
alguém, etc) não é um impedimento para que a criança seja batizada, desde que cumprido o
disposto no n. 16, bem como, observada a condição canônica dos Padrinhos (cf. nn. 80-82).
n. 19 – No caso em que os pais da criança não sejam casados, em se havendo a possibilidade
de sê-lo, compete ao Pároco explicar-lhes a importância da estabilidade advinda do vínculo
matrimonial no desenvolvimento integral da criança; sendo, contudo, vetado sugerir-lhes a
obrigação do matrimônio como condição para o batismo.
ART. 3
DO REGISTRO E DOCUMENTAÇÃO
n. 20 – A inscrição para o batismo seja feita com antecedência, junto à secretaria paroquial da
própria comunidade. Em tal ocasião os pais, responsáveis, mediadores ou o próprio interessado
deverá apresentar:
n. 24 – Retificações nos registros de batismo somente podem ser realizadas se solicitados pelo
legítimo dono dos dados, respeitando-se as determinações da lei Geral de Proteção de Dados
Pessoais – LGPD (Lei n. 13.709 de 14 de agosto de 2018). Tais solicitações devem ser
requeridas por escrito e motivadas (por documento acessório) à Chancelaria Diocesana.
n. 26 – Se o batismo não tiver sido administrado pelo Pároco nem sob sua ciência, o ministro
do batismo (quem quer que seja) deve informar da celebração ao Pároco da paróquia em que o
batismo foi administrado (cf. n. 21).
n. 27 – Se não houver padrinhos, o ministro do batismo cuide para que haja pelo menos uma
testemunha que ateste a realização do batismo.
n. 28 – Uma vez que o Pároco tome ciência da realização de algum batismo em seu território
sem seu conhecimento, deve procurar maiores informações e, em posse delas, lavrar o quanto
antes o registro de batismo, buscando possíveis testemunhas do mesmo.
n. 32 – O registro de filhos adotivos seja feito anotando o nome dos adotantes nos respectivos
espaços para os pais e, em sendo possível individuar o nome de ambos ou ao menos um dos
pais biológicos, transcreva-se em “observações”, se assim constar no registro civil.
n. 33 – Nos casos de retificações por motivo de adoção em que os pais adotivos não queiram
preservar qualquer vínculo com os pais biológicos da criança, deverá ser lavrado um novo
registro em que conste nas “observações” o cancelamento do registro anterior, citando o número
e data daquele (ex. “ver livro 4 fl. 45 reg. 145”), ao mesmo tempo em que se averba no registro
originário o seu cancelamento e inscrição de novo registro, citando o novo número e data (ex.
“Registro cancelado por motivo de adoção. Os adotantes preferem que não conste na certidão
de batismo o nome dos pais biológicos da criança. Verificar novo registro no livro 5 fl. 56 reg.
167). Além disso, observe-se se há outras anotações importantes no registro antigo e, caso
digam respeito ao estado de vida do batizado, deve-se mencionar no novo registro a importância
de se buscar informações no antigo.
ART. 4
DA CATEQUESE PRÉ-BATISMAL
n. 36 – Toda paróquia tem a obrigação de promover encontros de preparação para a recepção
do Sacramento do Batismo.
n. 37 – Cabe à Diocese propor, visando a unidade pastoral, subsídios relativos à catequese pré-
batismal.
ART. 5
DO TEMPO E LUGAR
n. 42 – Embora o batismo de crianças possa ser celebrado em qualquer dia, para pôr em
evidência a sua índole pascal, recomenda-se (conforme a oportunidade) que aconteça na Vigília
Pascal ou no domingo de Páscoa.
n. 46 – Fomente-se nas Paróquias, a prática de, em alguns momentos do ano, realizar o batismo
dentro da Celebração Eucarística ou da Celebração Dominical da Palavra.
ART. 6
DA CELEBRAÇÃO
n. 52 – O batismo se administra, exceto em caso de perigo de morte (cf. nn. 83-84), segundo o
ritual prescrito nos livros litúrgico aprovados e as normas litúrgicas diocesanas.
n. 53 – Para o batismo daqueles que já completaram os nove anos de idade e dos adultos, utiliza-
se o ritual prescrito pelo RICA.
n. 57 – Convém que a água a ser utilizada no batismo seja abundante, de modo que o batismo
apareça como uma verdadeira “passagem pela água ou banho”; ela deve ser abençoada de
acordo com as prescrições dos livros litúrgicos aprovados.
n. 58 – A forma essencial para a validade do batismo, que não pode ser omitido ou ter suas
palavras alteradas por quais quer outras, é: “Eu te batizo em nome do Pai e do Filho e do Espírito
Santo”.
1. quando não é possível provar que a pessoa recebeu um batismo válido. Neste caso, em
se tratando de pessoa batizada na Igreja católica, requer-se um atestado negativo da
Paróquia e, em determinadas circunstâncias, da Chancelaria Diocesana do local em que
o batismo teria acontecido (cf. n. 29);
2. quando se recebeu o batismo nas comunidades prescritas nos nn. 86-89;
3. em outros casos não previstos, mas necessários, conforme o discernimento do Pároco.
ART. 7
DO MINISTRO
n. 63 – Em casos de extrema necessidade, diante do perigo que atente a vida, qualquer pessoa,
cristã ou não, parente ou não da criança, imbuída da vontade de fazer o que faz a Igreja e
utilizando-se da forma essencial do sacramento (cf. n. 58), pode administrar o batismo.
ART. 8
DOS BATIZANDOS
n. 66 – Pode receber o batismo toda pessoa que ainda não tenha recebido um batismo válido ou
cuja validade do batismo recebido não esteja certa (neste último caso, proceder-se-á com o
batismo sob condição).
n. 67 – Até os nove anos de idade, compete aos pais ou responsáveis legais da criança requerer
seu batismo. A partir dos nove anos de idade a criança pode receber o batismo sem o
consentimento de seus pais, desde que seja excluída qualquer forma de pressão sobre ela para
esta tomada de decisão. Em tal caso, é de responsabilidade do Pároco o discernimento acerca
de sua liberdade.
n. 68 – Para fins documentais, crianças adotadas, sob guarda provisória, só podem ser batizadas
a partir do momento em que haja a guarda definitiva por parte dos pais ou responsáveis.
n. 69 – A pessoa, a partir dos nove anos de idade, para que seja batizada, necessita:
n. 71 – Para que uma criança, que ainda não concluiu os nove anos de idade, seja batizada
requer-se que:
1. os pais, ou ao menos aquele que tenha a guarda, ou quem legitimamente faz as suas
vezes, consintam, respeitado o que prescreve os nn. 14-15;
2. haja fundada esperança de que será educada na fé católica, salvo o previsto nos nn. 83-
84.
n. 72 – No caso em que o Pároco perceba que não há fundamentos para acreditar que uma
criança a ser batizada será educada na fé católica, pode adiar o batismo por tempo
indeterminado, desde que avise aos pais, ou quem legitimamente faz as suas vezes, dos motivos.
n. 73 – Para que uma pessoa a partir dos 18 anos de idade possa ser batizada, requer-se que:
n. 74 – A pessoa com 18 anos completos que é batizada, seja também confirmada logo em
seguida e participe da Celebração Eucarística, recebendo também a comunhão.
n. 75 – O adulto que coabita maritalmente pode ser batizado desde que supridos os requisitos
do n. 73, competindo ao Pároco discernir acerca da oportunidade de se administrar o sacramento
do batismo em tal condição. Neste caso, o batizando também poderá receber o Sacramento da
Confirmação e o Sacramento da Eucaristia durante a celebração, conforme o n. 74.
n. 76 – Pessoas que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade,
podem ser batizadas desde que seus pais, ou ao menos um deles, ou quem legitimamente faz as
suas vezes, o consintam.
ART. 9
DOS PADRINHOS
n. 78 – A Igreja não coloca empecilhos à celebração do batismo, porém, apresenta critérios para
a escolha dos padrinhos.
n. 79 – Os padrinhos são designados pelo próprio batizando, por seus pais ou por quem lhes faz
as vezes, ou na falta deles, pelo próprio Pároco ou ministro da celebração.
ART. 10
BATISMO EM CASO DE PERIGO DE MORTE
n. 84 – O adulto que se encontra em perigo de morte pode ser batizado se, possuindo algum
conhecimento das principais verdades da fé, manifestar de algum modo a intenção de receber
o batismo e prometer observar os mandamentos da fé católica.
ART. 11
BATISMO DE OUTRAS CONFISSÕES RELIGIOSAS
1. Igrejas Orientais, que não estão em plena unidade com a Igreja Católica Apostólica
Romana, das quais tanto as pré-calcedonianas quanto as ortodoxas;
2. Igreja Episcopal Anglicana do Brasil (IEAB) e aquelas que compõem a Comunhão
Anglicana;
3. Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) e todas as comunidades
cristãs que se integram na Federação Luterana Mundial;
4. Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB);
5. Igreja Metodistas e todas as Igrejas que pertencem ao Conselho Metodista Mundial.
n. 86 – Batizam geralmente de forma válida (por isto, deve-se requerer garantia de que o
batismo foi ministrado de fato de forma válida):
n. 87 – Batizam invalidamente:
1. Mórmons;
2. Testemunhas de Jeová;
3. Ciência Cristã;
4. Umbandistas (no caso em que realizem algum tipo de batismo);
5. Espíritas (no caso em que realizem algum tipo de batismo).
1. Igrejas pentecostais que utilizam a fórmula “eu te batizo em nome do Senhor Jesus”,
como a Igreja Pentecostal Unida do Brasil, ou a Congregação Cristã no Brasil (que
permite tal fórmula como alternativa à tradicional fórmula trinitária);
2. Igrejas católicas ou ortodoxas brasileiras ou latino americanas;
3. Igrejas “apostólicas”.
n. 89 – Atente-se que algumas comunidades, agindo ou não de má fé, embora utilizem o nome
de “ortodoxas”, são, na verdade, “igrejas brasileiras”, cujos batismos são duvidosos,
necessitando, pois, do batismo sob condição.