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Alienação Parental

&
Infância Perdida

• Maria Filomena Ribeiro da Fonseca Gaspar


• Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da
Universidade de Coimbra
Alienação e Parentalidade
Qualquer tentativa de alienar a criança da outra figura
parental deve ser considerada como uma violação direta e
premeditada de um dos primeiros deveres parentais:
interesse superior da criança (Michael Bone & Michael R. Walsh, 1999)

• Maria Filomena Ribeiro da Fonseca Gaspar


• Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da
Universidade de Coimbra
O que é “comportamento parental positivo” =
positive parenting

• Encorajar os comportamentos desejados e as competências


(em vez de apenas desencorajar e parar o comportamento
não desejado)

• Resposta sensível às necessidades das crianças


(em vez de ignorar os seus sinais)

• Colocar limites de forma firme e calma


(em vez de explodir de forma imprevisivel e violenta)

Stephen Scott, 2003


Director -The National Academy for Parenting Research (NAPR), Department of
Child and Adolescent Psychiatry at the Institute of Psychiatry, Kings College, London
3 estilos parentais em famílias onde ocorreu um divórcio

 PARENTALIDADE COOPERANTE, os pais apresentam um conjunto de


regras e rotinas unificadas e integradas sobre a educação das crianças nas
duas casa. Ocorre em cerca de 1 em 5. Melhor tipo de organização
parental para a adaptação da criança

 PARENTALIDADE PARALELA , cada figura parental define o seu conjunto


de regras para os filhos e o outro parceiro faz apenas tentativas limitadas
para as integrar. Quanto menos colocarem em causa e respeitarem as
regras do outro melhor a adaptação da criança. É o estilo mais comum

 PARENTALIDADE CONFLITUOSA – está presente na ALIENAÇÃO sendo


a criança o intermediário entre dois adultos em conflito

Alan Carr (2006). Manual de Psicologia Clínica da Criança e do Adolescente


Versão Portuguesa da Psiquilibrios, 2014
Alan Carr (2006). Manual de Psicologia Clínica da
Criança e do Adolescente
Versão Portuguesa da Psiquilibrios, 2014

• Parte VI. Ajustamento às Transições do Ciclo de Vida

• Capítulo 23. Separação e Divórcio


• Síndrome da Alienação Parental: construto que
descreve uma perturbação desenvolvida pelas
crianças ao longo de disputas pela custódia infantil,
em que a criança DIFAMA, sem justificação, a figura
parental alienada, em resposta a uma espécie de
programação e doutrinação pela figura parental
alienadora
Critério: Clima de medo vivido pela criança = MEDO
“ABANDONO”
(Michael Bone & Michael R. Walsh, 1999)

• A figura parental alienadora rege a relação com a premissa


"My way or the highway." = ou vives de acordo com o que eu
quero ou “sais” (gera insegurança e medo permanentes)

• Se a criança DESOBEDECE deliberadamente e defende a figura parental


alienada = consequências graves:
1) rejeição da criança pela figura parental alienadora (ameça permanente
ou mensagem explícita: abandono = viver com a figura parental alienada)
2) a criança é triangulada e colocada na posição de agente “alienadior” =
testes contínuos à “lealdade” e a criança é “forçada” a escolher pela
figura parental alienadora
• A criança vive em “alerta permanente” (vigilante) para não desagradar à
figura parental alienadora = pode até simular que não deseja estar/ver a
figura parental alienadora; mente = aprende a manipular para “sobreviver
emocionalmente”
Factores de risco
• Idade da criança
Quanto mais nova maior o medo de
“abandono” e mais facilmente faz uma
coligação com a figura parental alienadora
contra a figura parental alienada para
assim garantir a sua sobrevivência
emocional, mesmo com ausência de bem
estar emocional
• Qualidade da relação com a figura
parental alienada antes da
separação: quando menor maior o
risco
• Falta de persistência da figura
parental alienada: desiste e a
mensagem que passa à criança é que
também a esta a abandonar = duplo
abandono emocional
Abuso Emocional (Iwaniec, 1995)
• Abuso emocional
Realização INTENCIONAL de algumas ações
para com a criança: no PAS (Parental
Alienation Syndrome) podemos encontrar
a) Ameaças frequentes
b) Rejeição se contrariada
c) Desencorajamento de vinculação com a
outra figura parental
d) Influência frequente de atitudes de
rejeição e ódio face à figura parental
alinenada
e) Uso da criança para satisfazer as suas
necessidades emocionais
• Negligência Emocional
Indiferença PASSIVA e NÃO INTENCIONAL
face às necessidades da criança
ACEs = Adverse Childhood
Experiences
• ACEs = EACs (experiências adversas em
crianças)
• Pontuação de 0 a 8 com base nas seguintes
experiências na infância (base recordações)
ABUSO CRIANÇA DISFUNÇÃO FAMÍLIA
Abuso físico Problemas saúde mental
Abuso psicológico Prisão
Abuso sexual Consumos
Separação ou divórcio
Violência doméstica
Biologia do stress: stress tóxico

O cérebro de uma criança que sofreu experiências de abuso psicológico tem as


Áreas TEMPORAIS com menor atividade = menor capacidade de relação social
e emocional com os outros
Stresse Tóxico
• Refere-se a uma activação FORTE, FREQUENTE E
PROLONGADA do sistema biológico de resposta ao
stresse
• Causada por acontecimentos stressantes crónicos,
incontroláveis e/ou experienciados pela crianças sem
o apoio de uma figura adulta reconfortante
• Estas respostas tóxicas do organismo aumentam a
probabilidade de DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
e ATRASO DE DESENVOLVIMENTO na INFÂNCIA.
• Na idade ADULTA terão mais probabilidades de
sofrerem problemas de saúde tais como: doença
coronária; diabetes; de depressão e de consumirem
substâncias
ACEs 2012
• "Entre os 5 e os 14 anos, o maior peso da
doença na qualidade de vida deve-se às
perturbações mentais e comportamentais
(22%), especialmente por depressão e
ansiedade“: Programa Nacional de Saúde
Escolar - 2014
ACEs – IOWA – 2012
• 55% dos participantes (IOWA) relataram pelo menos uma
ACE; o mais comum (28%) foi o abuso emocional na infância;
15% relataram 4 ou mais
Como é que as experiências na infância contribuem
para a SAÚDE ao longo da vida (número de dias com
saúde “má” no último mês)
Limitações em atividades por problemas de
saúde física, mental ou problemas emocionais
Problemas de saúde física e ACEs

chronic obstructive
pulmonary disease

apoplexia
ACEs e Depressão Clínica

Mais de 33% no último grupo está diagnosticado mas não recebe tratamento
5 FATORES PROTETORES QUE
FORTALECEM AS FAMÍLIAS

• Resiliência parental
• Redes sociais informais
• Redes de suporte formal em momentos de
crise
• Conhecimento sobre parentalidade e sobre
desenvolvimento da criança
• Competência social e emocional nas crianças
LIMITES

COMO FORMAR (NÃO INFORMAR) OS PAIS?

COMO GARANTIR O DIREITO QUE TÊM AS EXERCICIO DE


UMA PARENTALIDADE POSITIVA?

EDUCAÇÃO PARENTAL
Committee of Experts on Social
Policy for Families and Children
(CS-SPFC): 2007-2009

•brochura sobre a Parentalidade Positiva


em diferentes línguas
•http://www.coe.int/t/dg3/familypolicy/defau
lt_en.asp

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