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Portal Educação
CURSO DE
TÉCNICAS DE NEGOCIAÇÃO
Aluno:
AN02FREV001/REV 4.0
1
CURSO DE
OPERADOR
DE COB
RANÇA
TÉCNICAS DE NEGOCIAÇÃO
"
MÓDULO I
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada.É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido
são dados aos seus respectivos autores descritos nasReferências Bibliográficas.
AN02FREV001/REV 4.0
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SUMÁRIO
MÓDULO I
1 INTRODUÇÃO
2 CONCEITOS E DEFINIÇÕES
2.1 PRINCÍPIOS DA NEGOCIAÇÃO
2.2 A INTERDEPENDÊNCIA NO PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO
2.3 DILEMAS DO NEGOCIADOR
2.4 NEGOCIAÇÃO NO ÂMBITO ORGANIZACIONAL
2.5 ELEMENTOS DA NEGOCIAÇÃO
3 PRINCIPAIS VISÕES SOBRE A NEGOCIAÇÃO
3.1 VISÃO DO VENDEDOR
3.2 VISÃO DO COMPRADOR
3.3 VISÃO DE TERCEIROS
3.4 PONTO DE EQUILÍBRIO NA NEGOCIAÇÃO
MÓDULO II
4 ETAPAS DE UMA NEGOCIAÇÃO
4.1 DECISÃO PELA NEGOCIAÇÃO
4.2 PREPARAÇÃO – BANCO DE DADOS
4.3 PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO
4.4 PÓS-NEGOCIAÇÃO
5 AMPLIANDO O PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO
5.1 ESTRATÉGIAS DE NEGOCIAÇÃO
5.2 O PERFIL DO NEGOCIADOR
MÓDULO III
6 SITUAÇÕES DE CONFLITO NAS ORGANIZAÇÕES
6.1 POSSÍVEIS CAUSAS DO CONFLITO
6.2 NÍVEIS DE CONFLITO
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7 CONFLITO NO ÂMBITO ORGANIZACIONAL
7.1 ESCOLA CLÁSSICA
7.2 ESCOLA DAS RELAÇÕES HUMANAS
7.3 A ESCOLA DO ESTRUTURALISMO
7.4 O BEHAVIORISMO
7.5 TEORIA SISTÊMICA
7.6 ENFOQUE CONTINGENCIAL
8 TIPOS DE CONFLITOS
9 O CONFLITO DIVIDIDO POR ÁREAS
10 AS CONSEQUÊNCIAS DO CONFLITO
11 GESTÃO DE CONFLITOS
12 MINIMIZANDO OS CONFLITOS DE NEGOCIAÇÃO
13 A NEGOCIAÇÃO COMO FORMA DE SANAR OS CONFLITOS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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MÓDULO I
1 INTRODUÇÃO
2 CONCEITOS E DEFINIÇÕES
FIGURA 1 - NEGOCIANDO
Em nosso cotidiano estamos sempre negociando. A negociação faz parte de
nossas atividades diárias, seja no âmbito profissional, pessoal e também afetivo.
As pessoas negociam o tempo todo. A
negociação não é um processo reservado apenas ao
diplomata habilidoso, ao melhor vendedor ou a um
ótimo advogado. É algo que todos fazem, quase que
diariamente.
Negocia-se quando existem alternativas a
serem escolhidas, e essas alternativas envolvem a
própria pessoa ou terceiros.
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Para ambos os lados, as diversas alternativas apresentam interesses
comuns e interesses conflitantes, expressando a complexidade das relações.
Negociamos com nossos amigos o melhor lugar pra sair à noite, negociamos
com nossa (o) namorada (o) qual será a programação de fim de semana,
negociamos com a família, no trabalho com os colegas e chefes, enfim, tudo na vida
tem um momento de negociação.
A negociação surge a partir de uma necessidade, a vontade própria que
precisa de participação ou autorização, ou concordância de outro. Desde que haja
essa relação, e exista um pedido para que o outro ceda ou participe, inicia-se uma
negociação.
Conceituar negociação permite abarcar uma série de considerações
pertinentes; em vários momentos se aproximam e em outras se diferenciam.
Etimologicamente, pode-se afirmar que negociação é a “Ação para negar o ócio”.
O quadro a seguir serve para relacionar os diferentes conceitos.
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percepção das diferenças de
interesses entre pessoas. Negociação
é um processo de tomada de
decisões em que duas ou mais
pessoas tomam decisões sobre
alocação de recursos escassos.
R. MARC BURBRIDGE e outros, Negociação é o processo pelo
Saraiva, 2005. qual duas ou mais pessoas se
comunicam buscando chegar a algum
acordo sobre valores escassos e/ou
ações controladas, total ou
parcialmente, por ambas as partes, ou
ainda por qualquer das partes
envolvidas.
DAVID BERLEW, Situation Negociação é um processo em
Management Systems, 1984. que duas ou mais partes, com
interesses comuns e antagônicos se
reúnem para confrontar e discutir
propostas explícitas com o objetivo de
alcançarem um acordo.
SEBENIUS E LAX, 1987. Por negociação, compreende-se a
possibilidade de se fazer algo melhor
por meio de uma ação conjunta.
BRANDÃO, 2009. E mais, negociação consiste num
processo de atualização, revisão,
realização de perguntas relevantes,
proporcionando um aprendizado
conjunto, com o objetivo de minimizar
as diferenças na definição de valor.
TAMANAHA, 2006. Negociar é obter benefícios em
uma atividade de compra e venda.
Implica em relacionamento, pois se
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obtém um benefício por meio de
acordo amigável e requer a
colaboração e envolvimento das
partes interessadas.
FONTE: Disponível em: <http://academiadeempresas.com/downloads/pc/APT/apt_pc3.pdf>. Acesso
em: 18 jan 2010.
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2.1 PRINCÍPIOS DA NEGOCIAÇÃO
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1) Existem duas ou mais partes – isto é, dois ou mais indivíduos, grupos ou
organizações. Embora, segundo o autor, seja possível negociar consigo mesmo, a
negociação mais utilizada se dá como um processo interpessoal ou intergrupo.
2) Há um conflito de interesse entre duas ou mais partes – isto é, o que um
quer não é necessariamente o que o outro quer – e as partes devem procurar uma
maneira de solucionar o conflito.
3) As partes negociam porque imaginam que podem fazer uso de algum tipo
de influencia para, deste modo, mais do que simplesmente se contentarem com o
que o outro lado lhes dará voluntariamente, ou permitirá que seja seu. A negociação,
então, consiste numa transação que se traduz num processo em grande parte
voluntário. Consiste numa estratégia movida por escolhas. Raramente as pessoas
são forçadas a negociar.
4) As diferentes partes, ao menos momentaneamente, preferem tentar
chegar a um acordo a estabelecer a luta aberta; permitir a desistência de um dos
lados; o permanente rompimento de relações ou levar sua disputa para uma
autoridade superior decidi-la. A negociação ocorre quando não há sistema para
solucionar o conflito, ou quando as partes preferem atuar à margem do sistema para
criar sua própria solução.
5) Quando se negocia, espera-se dar e receber. Espera-se que ambos os
lados modifiquem ou cedam de algum modo seus objetivos iniciais, seus pedidos ou
demandas. Conforme destaca Becker (1971), embora as partes possam,
inicialmente, discutir muito em relação ao que necessitam – cada um forçando o
outro lado a fazer concessões –, na maioria dos casos, ambos os lados modificam
suas posições, e cada um deles se movimentará em direção ao outro lado. Porém,
ressalta-se que, negociações realmente criativas podem não necessitar de
concessões e ao invés disso, as partes podem criar uma solução que venha ao
encontro dos objetivos de todos os lados.
6) A negociação bem sucedida envolve a administração de fatores
intangíveis, bem como a solução de fatores tangíveis. Os fatores intangíveis
constituem as motivações psicológicas fundamentais que podem, direta ou
indiretamente, influenciar as partes durante a negociação. Dentre os fatores
intangíveis, destacam-se:
a) necessidade de ter uma boa aparência para aqueles que se representa;
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b) desejo de agendar um numero de transações maior do que de qualquer
outro vendedor do escritório;
c) medo de abrir precedentes nas organizações.
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E não apenas da barganha que se faz um processo de negociação. Quando
se envolve resolução de conflitos, ou ainda uma necessidade de conhecimento do
outro, gerando um primor na confiança, as partes também negociam.
É aí que entra o grande questionamento: o que é uma boa negociação?
Podemos dizer que a negociação envolve não somente as partes
interessadas no resultado, mas também seu entorno, como as características do
ponto em comum, o que se negocia, as influências externas e a motivação.
Quando falamos de negociação comercial, são oferecidos parâmetros
financeiros, mas não somente isso possibilita negociar, existem outros fatores que
colaboram para agregar valor a uma mercadoria. Um mesmo objeto pode ter um
valor para alguém e outro valor para uma segunda pessoa.
Existem dois tipos de negociação, que são:
Negociação distributiva: é aquela que se desenvolve em torno de uma
questão central, onde os interessados disputam por resultado melhor que o outro,
baseado em obter as melhores condições possíveis, com uma postura competitiva.
Negociação integrativa: nesse tipo, os interessados têm a necessidade de
compartilhar os benefícios criados no processo de negociação. No lugar de uma
troca de bens similares, as partes descobrem que se compartilham interesses, têm
mais vantagens.
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Em qualquer negociação, observa-se que as partes necessitam uma da
outra. O comprador não poderá comprar a não ser que alguém venda, e vice e
versa. A mutuação que se estabelece em qualquer negociação é denominada de
interdependência.
Conforme destaca Minton (2001), as relações interdependentes são
complexas e têm um desafio especial. São, sim, mais complexas que as situações
nas quais as partes são independentes ou em que apenas uma das partes é
dependente da outra.
As relações interdependentes caracterizam-se por objetivos interligados – as
partes precisam uma da outra para alcançar seus objetivos.
Os objetivos interdependentes constituem-se aspectos essenciais em
qualquer negociação. A estrutura de interdependência entre as partes diferentes
determina o leque de resultados de uma negociação e sugere as estratégias e
táticas apropriadas que devem ser utilizadas pelo negociador.
As relações interdependentes são complexas. Ambas as partes sabem que
podem influenciar os resultados da outra parte, e também sabem que seus
resultados podem ser influenciados pelo outro lado. Conforme destaca Minton
(2001), este ajuste mútuo se segue por todo o processo de negociação, já que as
duas partes agem para influenciar o outro lado.
Torna-se importante reconhecer que a negociação constitui-se num
processo que se transforma com o tempo, e o ajuste mútuo é uma das causas-
chave das mudanças que ocorrem durante a negociação.
Kelley (1966) destaca dois dilemas que fazem parte do cotidiano de todos
os negociadores. Os mesmos se explicam a seguir:
a) Dilema da Honestidade: envolve até que ponto a verdade deve ser
revelada à outra parte. Revelar à outra parte tudo sobre sua situação pode dar à
pessoa a oportunidade de tirar vantagem do profissional. Por outro lado, não dizer
nada sobre as necessidades e desejos pode levar a um impasse.
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b) Dilema da Confiança: envolve o quanto o profissional deve acreditar no
que a outra parte lhe diz. Se o profissional acreditar em tudo, o outro pode tirar
vantagem na negociação. Caso não acredite em nada que a outra pessoa disser, o
profissional terá muita dificuldade em chegar a um acordo.
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Constata-se que grande parte dos negócios entre empresas envolve
habilidade de negociação. Embora o preço seja um dos elementos mais
significativos negociados com maior frequência, existem outras questões
importantes como:
A data do término de qualquer contrato;
A qualidade dos bens e serviços oferecidos;
O volume de compra;
A responsabilidade pelo financiamento, pelo risco e pela promoção;
Segurança do produto.
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São as mensagens e os meios pelos quais os negociadores trocam
informações entre si.
g) Relacionamento:
Consiste no padrão de interação entre as partes, tanto no âmbito de uma
negociação específica como fora dela.
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3.1 VISÃO DO VENDEDOR
Quem tem algo a oferecer e inicia o processo de negociação tem uma visão
específica. Pode ser sobre seu produto ou mesmo sobre a outra parte.
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Com certeza, o resultado da negociação será mais vantajosa pra si, sem criar
um conflito com a outra parte e principalmente, ambos ficarão satisfeitos com os
resultados.
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3.3 VISÃO DE TERCEIROS
Os terceiros são pessoas que estão de fora de uma negociação e que têm
uma visão neutra da situação. Essa visão pode contribuir e muito, principalmente na
resolução de conflitos na negociação.
No ambiente corporativo, essa terceira pessoa pode ser um colega de
trabalho, um superior, ou ainda um gestor de outra área.
Numa comercialização, essa visão terceira pode ser de um fornecedor e até
mesmo de outro comprador ou vendedor.
É importante compreender que a terceira visão sobre a negociação permite
chegar a um ponto de equilíbrio, que é onde a negociação deve primar como
objetivo.
Ponto de
negociador equilíbrio negociador
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Para levar a negociação ao ponto de equilíbrio, os negociadores devem
conhecer as condições reais e possíveis, ter expectativa, visão de futuro,
dinamismo, e claro, colocar-se no lugar do outro.
Umas das coisas a se pensar é que numa negociação as pessoas vão se
comportar de acordo com a sua realidade percebida, e que negociar torna-se um
processo de descoberta da experiência subjetiva.
O ponto de equilíbrio é conhecido também como a teoria do “ganha-ganha”,
no qual os dois lados devem sair vencedores ao final de uma negociação.
Para alcançar esse ponto de equilíbrio, alguns autores afirmam que existem
estratégias, que se resumem em:
O negociador deve ter atitudes, valores, crenças, e principalmente
conhecimentos e habilidades definidos.
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A habilidade de relacionamento é a capacidade de separar as pessoas
dos problemas.
FIM DO MÓDULO I
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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA
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CURSO DE
TÉCNICAS DE NEGOCIAÇÃO
Aluno:
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MÓDULO II
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são dados aos seus respectivos autores descritos nasReferências Bibliográficas.
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MÓDULO II
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4.1 DECISÃO PELA NEGOCIAÇÃO
O primeiro passo é
criar a disponibilidade da
negociação. Isso quer dizer
que as pessoas envolvidas
na negociação precisam
estar dispostas a negociar,
ceder e ganhar para
alcançar um equilíbrio nas
decisões.
As negociações
podem ser relativas a
aspectos estratégicos,
táticos ou operacionais.
FONTE: ARQUIVO DO PORTAL EDUCAÇÃO – ACESSO: 31/01/2012
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4.2 PREPARAÇÃO – BANCO DE DADOS
Se já existir um histórico, tudo fica bem mais fácil. Veja como exemplo as
falas de vendedores em lojas dizendo sobre determinado cliente: “Esse cliente é
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difícil. Ele pechincha tudo.” Isso nada mais é que conhecer a outra parte que sabe
negociar.
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4.4 PÓS-NEGOCIAÇÃO
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Outras etapas que envolvem a negociação são descritas a seguir:
a) Preparação
Constitui-se no planejamento inicial com a finalidade de se obter o máximo
de dados e informações relevantes a respeito da outra parte, tais como:
Histórico das relações;
Objetivos ideais e reais;
Presunção da necessidade;
Planejamento de concessões;
Conflitos potenciais;
Expectativas positivas.
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ele, na fase de preparação devem ser levados em conta, a partir da definição do
objetivo da negociação, um conjunto de situações capazes de interferir, de maneira
objetiva, nos processos e nos resultado negociais. Dentre as diferentes situações,
destacamos os aportes referentes a sentimentos e expressão.
Os sentimentos
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A Expressão
Para que uma abordagem negocial seja eficaz, ela deve considerar a
percepção que o interlocutor tem da qualidade da apresentação da posição do outro,
e a consequente resposta deste.
No ponto de vista de um negociador, há que ser considerada a percepção
que o interlocutor tem em relação ao pensamento, ou seja, a qualidade da
argumentação apresentada, levando em conta não somente a interpretação dos
fatos, mas também a interpretação deste interlocutor.
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Ressalta-se que o entendimento do processo de negociação se faz pela
integração entre as diversas subculturas envolvidas no processo negocial. E dessa
forma, a negociação considera que, para que as ideias se confrontem, não é
necessário que os indivíduos se afrontem.
Por fim, a negociação afirma que o enriquecimento dos seres e coletividades
formadas por eles se faz pela troca, tanto de seus produtos e serviços, quanto por
suas ideias, enquanto o afrontamento as faz regredir.
b) Abertura
Esta etapa tem por principal objetivo criar um clima propício ao
desenvolvimento da negociação, deixando a outra parte mais à vontade. Para a
eficácia deste momento, sugere-se:
Reduzir a tensão;
Definir os objetivos;
Obter concordância para prosseguir.
c) Exploração
Etapa que consiste na busca para se evidenciar as necessidades,
expectativas e motivações da outra parte para utilizá-la nas etapas seguintes.
d) Apresentação
É a etapa na qual se apresenta ao outro negociador a proposta,
evidenciando como esta pode atender às suas necessidades e expectativas. Esta
etapa pode ser dividida em diferentes momentos, que seriam:
Descrição dos produtos, serviços e ideias;
Problemas resolvidos;
Benefícios.
e) Clarificação
Nesta etapa, será esclarecida todas as dúvidas, fazendo-se uma síntese do
que foi exposto. Para se alcançar o objetivo que este momento se propõe, deve-se:
Estar preparado para responder às objeções;
Evitar frases perigosas;
Aceitar as razões da outra parte;
Levantar dúvidas potenciais.
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f) Ação final
É nesta etapa que ocorre o fechamento do negócio. Deve-se estar atento a
aspectos importantes, tais como:
Atenção aos sinais de aceitação;
Tornar a proposta reversível;
Apresentar opções;
Recapitular vantagens/desvantagens;
Propor o fechamento do negócio.
f) Controle e Avaliação
Constitui-se na etapa destinada a controlar o que foi acertado (preços,
prazos, condições, dentre outros);
Busca avaliar os resultados obtidos (comprovação do previsto e do
realizado, análise das concessões, observações para a próxima negociação).
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A figura a seguir exemplifica os elementos que fazem parte do processo de
Negociação:
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Para Kennedy (1991), a estratégia de negociação consiste num “plano de
jogo” competitivo ou cooperativo, que se adota para atingir determinados objetivos
que se almeja. Com base neste pano, são escolhidas as táticas especificas, a fim de
realizar a determinada estratégia.
Mnookin (1997) ressalta que existem pelo menos cinco estratégias gerais
que podem ser utilizadas em determinada negociação. Estas seriam:
1) Fazer concessões: corresponde a reduzir as expectativas em relação
aos objetivos, demandas ou ofertas.
2) Disputar: tentar persuadir a outra parte a fazer concessões ou resistir às
tentativas da outra parte em obter concessões; para isto, sugere-se que possam ser
utilizadas ameaças ou a fixação em uma posição.
3) Resolução de problemas: tentar desenvolver ou localizar opções que
satisfaçam ambas as partes, fazendo uso do processo de audição ativa e
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fornecendo informações sobre as próprias prioridades dentro dos tópicos críticos em
discussão.
4) Inação: não fazer nada ou fazer o mínimo possível.
5) Afastamento: ausentar-se da negociação.
6) Conforme sugere Junqueira (1991), as estratégias de negociação também
podem ser definidas como o planejamento e a execução de táticas, objetivando
alcançar as metas, levando em conta os avanços e/ou recuos de determinada
negociação.
Martinelli & Almeida (1998) destacam que estes são os três elementos
fundamentais das estratégias. Os mesmos serão explicados a seguir:
a) Tática da Informação
Admite a possibilidade de seu interlocutor não perceber as coisas do mesmo
modo que a outra parte, como, por exemplo, dar informações tendenciosas.
Ela prepara o cenário da futura negociação e contribui para o processo que
virá. Devem-se dar informações durante seu processo. É reconhecida como fonte de
poder. Para Kennedy (1991), a informação pode ajudar ou impedir a negociação. Na
preparação devem ser vistas as informações que detêm, as que são necessárias e
onde ou de quem podem ser obtidas. Fazer perguntas e dar respostas faz circular as
informações.
Considera-se que, ao se adotar uma postura de negociação inflexível ou
transmitir informações que parecem aumentar a influência, pode-se revelarem-se
como medidas eficazes, desde que o outro lado acredite no que lhe é apresentado.
A arma mais forte ao se dar informações é a verdade. Quando os fatos
apresentados não são verdadeiros, a tarefa torna-se muito mais difícil, sem falar na
ética.
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Bazerman e Neale (1998) dizem que a finalidade de reduzir a complexidade
de informações a serem consideradas em uma negociação, os gerentes devem
estabelecer regras simplificadoras. Na definição destas regras, algumas questões
devem serem observadas, tais como:
Pensar cuidadosamente na regra de distribuição que será utilizada para
destinar os recursos entre todas as partes.
Evitar a regra da maioria nas negociações entre grupos, sempre que for
possível.
Sempre que for possível, evite as agendas que só contemplam questão a
questão.
Enfoque os diferentes interesses ou preferências dos membros do grupo,
para facilitar acordos integradores criativos.
Reconheça que as coalizões são inerentemente instáveis, levando muitas
vezes a acordos que não estão nos melhores interesses da organização.
b) Tática do tempo
Esta tática diz respeito à oportunidade ou ao momento psicológico em que
se colocam alternativas, na intenção do outro negociador.
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Considera-se que o tempo em si, assim como o passar do tempo, poderá
representar o mais valioso aliado no processo da negociação. O negociador, então,
necessita de tempo para:
Conhecer a outra parte;
Para obter informações;
Para negociar; e
Necessita conhecer bem o seu tempo limite, e se possível, o tempo limite
da outra parte.
c) Tática do poder
São três as definições de poder que direcionam este curso, e seriam:
Cohen (1994): o poder é a capacidade de fazer com que as coisas sejam
realizadas. Segundo o autor, o poder da legitimidade quando for vantajoso.
Questionar esse poder quando for conveniente torna-se necessário.
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Junqueira (1991): poder é a capacidade de provocar mudanças ou
impedir que elas ocorram, de acordo com a própria determinação. O uso do poder,
segundo o autor, ocorre, por exemplo, quando alguém quer eximir-se de
responsabilidade alegando não ter poderes para tal e/ou só aceitar com o aval de
fulano de tal.
Megginson (1996): poder é a capacidade de influenciar indivíduos,
grupos, decisões ou eventos, e o uso deste poder torna-se essencial para a
consecução e realização eficaz das metas individuais, organizacionais e sociais.
Kennedy (1991) observou que um líder pode influenciar o comportamento
em resultado do poder do cargo, poder pessoal ou da combinação de ambos.
Enquanto que o poder de cargo é derivado da autoridade formal do cargo
organizacional que uma pessoa detém; o poder pessoal deriva de seguidores e tem
por base a extensão em que estes admiram, respeitam e se comprometem com o
líder.
O negociador, com posse de informações referentes a tempo e poder,
poderá planejar estratégias utilizando as táticas no decorrer das etapas em que se
desenvolve o processo de negociação.
Conforme adverte Junqueira (1991), o uso inoportuno ou excessivo de
estratégias e táticas pode minar a confiança e levar ao fracasso. Existe sempre o
risco em seu uso que deve ser avaliado em função dos resultados esperados, do
estilo do outro negociador e das condições em que se dá o processo.
As diferentes estratégias devem ser adaptadas às necessidades e aos tipos
de clientes que se busca alcançar em um processo de negociação. A construção de
relacionamentos consiste na tarefa mais importante dos executivos envolvidos com
diferentes processos de negociação.
Ao se preparar uma negociação, cabe ao profissional considerar alguns
elementos de responsabilidade. Questões éticas e respeito às leis internas ou
externas também constituem-se como fatores importantes a serem considerados em
qualquer processo de negociação. A ideia seria fazer deste processo o mais
transparente possível.
O respeito e a observação desses aspectos, além de ser uma obrigação,
podem representar um grande diferencial para futuras negociações, facilitando
novos contatos com os clientes e, também, aumentando a possibilidade de novas
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compras e, ainda mais, fazendo com que o cliente faça indicações da empresa, do
produto e do próprio profissional para outros clientes.
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h) Assertividade: refere-se ao “fazer a coisa certa”. O profissional deve
desenvolver a habilidade de expressar ideias, opiniões, sentimentos, valorizando
seus próprios interesses, sem violar os interesses dos outros.
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Pessoas
1) Filósofo: tenha uma perspectiva. O profissional deve manter a calma, o
autocontrole, e ter uma perspectiva. Jamais se deve perder de vista os objetivos.
Deve dedicar o mesmo tempo para preparar e para falar. Sempre estar atento se
entendeu o que o outro está propondo. Deve-se também ouvir a si mesmo,
observando as reações para não comprometer a negociação.
2) Psicólogo: coloque-se no lugar do outro. Tenha a capacidade de colocar-
se no lugar dos clientes. Deve-se ouvir mais do que falar, com o intuito de
compreender, e não para refutar. Deve-se ter respeito pela outra pessoa, não
censurando nem humilhando. Deve-se considerar as questões levantadas e
aconselhar antes de decidir. Deve-se criar uma relação de confiança e respeito.
Problema
1) Detetive: descubra os interesses. Deve-se buscar descobrir o máximo
possível de informações da pessoa com quem se está negociando. Quais são os
interesses e motivações? Quais as necessidades, desejos, preocupações? Sugere-
se o uso de questões como: “ajudem-me a entender suas necessidades”, ou então:
“pelo que entendi, seus interesses são...”.
2) Inventor: invente opções. Ao invés de criticar a proposta do outro, deve-se
tentar inventar situações. A partir daí, deve-se dialogar sobre elas, para poderem,
juntos, identificar os pontos positivos/negativos da proposta. Pode-se inventar
cenários para que seja possível encontrar uma solução que atenda aos interesses e
aos interesses do outro negociador.
3) Juiz: avalie o que está sendo proposto. Deve-se decidir o que é ou não
justo, no que está sendo conversado. Deve-se estar aberto aos argumentos, desde
que válidos, da outra pessoa. Deve-se ainda avaliar se o que está sendo dito tem
lógica.
Decisão
1) Estratégia: pense antecipadamente. Ser estrategista inclui imaginar quais
são as ações que a outra parte pode tomar. É como em um jogo de xadrez: antes de
mexer qualquer peça, é preciso avaliar o que aquela ação vai influenciar no jogo do
outro. Quais são as peças que o outro detém? Qual é a posição delas e que tipo de
risco representa? Isso envolve pensar bastante antes de tomar qualquer decisão.
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Constata-se que muitos profissionais, na ânsia de acabarem logo com a negociação,
ou de conseguirem o que querem mais rapidamente, acabam agindo
precipitadamente. Decidem sem se preocupar com as possíveis reações.
2) Diplomata: construa uma ponte, fortaleça relacionamentos. Torna-se
necessário criar uma ponte para que o adversário possa se aproximar da
negociação. O profissional deve ser amigável, mas isso não significa que tenha de
aceitar tudo o que o outro propõe. Deve-se trabalhar para que os outros digam “sim”
para suas propostas, e não para que antipatizem com a pessoa do profissional e
acabem não conseguindo chegar a acordo algum.
Para Ury (2009), a maior lição seja a mudança da maneira como se encara
uma negociação, pois muitos profissionais consideram que só exista um vencedor.
Segundo o autor, numa negociação de sucesso não existe um vencedor, mas sim
dois, ou quantos estiverem envolvidos. A negociação terá tido eficácia se os ganhos
forem mútuos.
Para Becker (2000), entender os princípios que regem uma boa negociação
exige uma compreensão que perpassa a simplória concepção de um vago diálogo
entre duas pessoas. Procurado mapear os atributos de um negociador de sucesso,
suas artimanhas e os princípios gerais que direcionam a mesa de negociação,
chegou a diferentes resultados.
Como principal conclusão, adverte que o ato de negociar consiste num dom
natural, algo que não pode ser apreendido. Para este autor, a negociação é uma
disciplina na qual pode haver capacitação e aprendizado. Dentre as principais
características que podem ser aprimoradas pelo profissional, destacam-se:
1) Empatia
Centralizar monotonamente na mesma questão pode não chegar a lugar
algum numa negociação. Para Becker, a arte de convencer o outro começa por
aprender a entendê-lo. Portanto, o segredo ao negociar não é tentar impor o que nos
convém, mas sim descobrir o que convém ao outro lado.
2) Inteligência analítica
O bom negociador tem a concepção de quais perguntas a se fazer, no
momento certo. Todos sabem que numa negociação existe um leque de
possibilidades. Este momento flui e dá melhores resultados quando os dois lados
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22
sabem avaliá-los e considerar os pontos mais importantes. Quando só um dos lados
sabe fazer isso, todos perdem, segundo o autor.
3) Ser agradável
A negociação não consiste num concurso de simpatia. Porém, a ideia
centrada num negociador rígido, de expressão séria e concisa, está, segundo o
autor, com os dias contados. Ele traz danos ao acordo. Negociadores tarimbados
são em geral abertos. Quebram o gelo. Se os dois lados não fazem a coisa andar, a
conversa pode não fluir.
4) Argúcia
Porém, destaca-se que simpatia não é sinônimo de credibilidade. Ao se
demonstrar entusiasmo excessivo, pode-se estar cometendo um grave erro no
processo de negociação. O negociador deverá estar atento para algumas táticas já
manjadas, mas daninhas e contra produtivas à negociação. Um exemplo citado pelo
autor é quando se faz uma proposta e esta é recebida com silêncio. Não se deve
deixar desarmar por ele, entendendo-o como desaprovação. Pode ser só uma
estratégia do outro. Becker sugere que se aguarde a resposta.
5) Maleabilidade
Conforme destaca Becker, é “melhor um mau acordo do que acordo
nenhum”. Para o autor, sempre existirá uma forma de agradar a ambos os lados que
participam da negociação. Concordando com os demais autores aqui citados,
Becker conclui: a melhor negociação é aquela na qual “os dois lados voltam
contentes para casa” (2000).
Vezzula (1999) também sugere que o negociador, para ter eficácia na sua
atividade, possa conhecer os vários estilos de negociadores e aprender como agir
com cada estilo. Dentre estes estilos, destacam-se:
a) Durão: é aquele sujeito firme e direto, determinado, busca sempre o
melhor e conhece bem seus objetivos; não se intimida, critica muito e busca mudar
sempre o jogo.
Como agir: o profissional deve manter uma conduta clara e honesta,
mostrando que não se intimida com as pressões. Deve ser orientado no seu
planejamento e nas soluções. Só aproveitar o que for importante para a negociação.
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23
b) Caloroso: é amigo e simpático. Enfatiza metas comuns, é construtivo,
otimista e paciente. Não estabelece claramente o que pretende. Observa-se que é
inseguro e reclama muito.
Como agir: sugere-se que o profissional seja caloroso e sensível,
contribuindo para melhorar os relacionamentos e pensando sempre no melhor para
ambas as partes.
c) Racional: é aquele que se apega aos acontecimentos. É uma pessoa fria
e pouco comunicativa. Outra característica marcante é que é persistente. Demonstra
dificuldade em lidar com emoções. É obsessivo e resistente a mudanças.
Constantemente é orientado para a qualidade, norteando a negociação para as
coisas corretas e lógicas.
Como agir: o profissional deve se preparar para inúmeras informações,
números e planilhas. Deve informar detalhes. Deve demonstrar muita calma. E mais,
esclarecer detalhadamente tudo e esperar a hora da finalização do negócio.
d) Nato: rápido para identificar oportunidades. Constitui-se num profissional
flexível e de fácil relacionamento. Busca sempre acordo e é sempre compromissado.
Como características principais destacam-se: falante, persistente e utiliza todos os
fatos e argumentos disponíveis.
Como agir: o profissional deverá ser objetivo e confiante. Deve ter postura
positiva e atitude aberta. Deve-se aprender com ele.
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24
FIGURA 8 – NEGOCIO FECHADO
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n) Voz penetrante;
o) Interesse no outro;
p) Generosidade;
q) Forte presença;
r) Determinismo total;
s) Agilidade de pensamento e decisão;
t) Fala fluente;
u) Responsabilidade e envolvimento natural.
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FIM DO MÓDULO II
AN02FREV001/REV 4.0
27
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA
Portal Educação
CURSO DE
TÉCNICAS DE NEGOCIAÇÃO
Aluno:
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1
CURSO DE
OPERADOR
DE COB
RANÇA
TÉCNICAS DE NEGOCIAÇÃO
"
MÓDULO III
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.
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2
MÓDULO III
FIGURA 1 – CONFLITO
AN02FREV001/REV 4.0
3
Também pode ocorrer quando há uma influência de caráter negativista no
grupo de negociadores, ou os indivíduos são completamente diferentes entre si.
O conflito, no entanto, pode ter efeitos positivos, em certos casos e
circunstâncias, como fator motivacional da atividade criativa.
Em algumas escolas da sociologia, o conflito é visto como o desequilíbrio de
forças do sistema social, e que deveria por necessidade estar em grande repouso,
ou seja, equilibrado.
Entendemos que não se enxerga mais o grupo como uma relação harmônica
entre órgãos, não suscetível de interferência externa.
Para se alcançar uma solução pacífica nos conflitos de negociação, todos os
meios possíveis de negociação e de controvérsias precisam ser executados com
diplomacia, bons ofícios, arbitragem e conciliação.
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4
1) Ação de chocar;
2) Disputa, ação de lutar contra. (ROCHEBLAVE-SPENLÉ, 1974).
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5
O conflito aparece em todos os níveis
de conduta e é indissociável dela. O
d) Pierre Janet
autor afirma que a partir do momento
em que haja uma conduta social,
haverá luta e conflitos interpessoais.
Como todos os seres vivos, o ser humano procura preservar sua integridade
psíquica e física. Essa integridade é construída ao longo da vida do sujeito e inclui
todas as suas posses (que vão desde os bens até a imagem que ele faz de si
mesmo de acordo com seus valores morais). É essa integridade que se vê em
perigo quando se aproxima um conflito. A sensação de ameaça tem como chave o
sentimento de invasão que geralmente sente-se, seja porque nossas ações e
valores estão sendo questionados, seja porque o “corpo” está em perigo.
Na tentativa de resolver conflitos – que podem ser causados por diversos
fatores: invasão de espaço pessoal, de privacidade; dificuldades na comunicação;
pressão; frustração; tensão... e que variam de acordo com a história de vida de cada
pessoa – pode-se, então, lançar mão de comportamentos agressivos e violentos.
Nos dizeres de Vezzulla (1997, p.46), quando se está em conflito, o sujeito sente-se
invadido e acredita estar correndo o risco de perder algo. Em razão do medo de que
isso aconteça, vai se armando com uma série de comportamentos, inclusive ações
que aparecem num crescendo de agressividade.
Faleiros ressalta que o conflito torna-se o fundamento da existência da
sociedade, e do ser humano em sociedade, não só pela divergência de interesses e
pela diferença de situações, mas também pela posição ocupada na sociedade, pela
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6
disposição dos recursos e pelo partido que se toma nas questões em disputa. O
autor complementa:
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7
competência. Muitos profissionais viam o conflito como forma negativa, como
resultante da ação e do comportamento de pessoas indesejáveis, associado à
agressividade, ao confronto físico e verbal e a sentimentos negativos. Todos estes,
considerados prejudiciais ao bom relacionamento entre as pessoas e,
consequentemente, ao bom funcionamento das organizações.
FIGURA 3 – DISCUSSÃO
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8
Metas diferenciadas: é comum as pessoas estabelecerem e/ou
receberem metas/objetivos a serem atingidos e que podem ser diferentes dos de
outras pessoas e de outros departamentos, o que leva à geração de tensões na
busca do seu alcance.
Diferenças em termos de informações e percepções: costumeiramente as
pessoas tendem a obter informações e analisá-las à luz dos seus conhecimentos e
referenciais, se levar em conta que isto ocorre também com o outro lado com quem
se dialoga ou apresenta as ideias, e que outros podem construir formas
diferenciadas de perceberem as coisas.
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9
f) Nível 6 - Estratégias: neste nível iniciam-se as ameaças, e as punições se
evidenciam. O processo de comunicação, uma das peças fundamentais para a
solução de conflitos, fica cada vez mais restrito;
g) Nível 7 - Falta de humanidade: neste nível emergem com frequência os
primeiros comportamentos destrutivos e as pessoas passam a se sentirem cada vez
mais desprovidas de sentimentos;
h) Nível 8 - Ataque de nervos: nesta fase, a necessidade de se
autopreservar e se proteger passa a ser a única preocupação. A principal motivação
é a preparação para atacar e ser atacado;
i) Nível 9 - Ataques generalizados: neste nível chega-se às vias de fato e
não há alternativa a não ser a retirada de um dos dois lados envolvidos ou a derrota
de um deles.
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7 CONFLITO NO ÂMBITO ORGANIZACIONAL
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7.1 ESCOLA CLÁSSICA
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12
O conflito, então, seria resultado de anomalia causada pelas chefias,
incapazes de transmitir as instruções de maneira correta aos operários.
Notamos que logo da implantação da sociedade industrializada que o
conflito se fez presente, principalmente na questão do jogo de interesses entre
empregadores e empregados. Estes conflitos eram questões a serem enfrentadas
via sensibilização dos trabalhadores quanto aos ganhos que poderiam obter com o
aumento da produtividade.
Observamos que para Fayol (1841-1925), organizar significava conciliar a
estrutura material e humana do empreendimento. Tal função teria de se basear em
princípios da administração como divisão do trabalho, autoridade, unidade de
comando, unidade de direção, dentre outros. Um ponto importante desta estrutura
era o peso atribuído à hierarquia de autoridade, importância do direito de
estabelecer ordens e poder exigir obediência e disciplina como algo essencial a
qualquer empreendimento. Por meio desta prática, prevenia-se e evitava-se
qualquer forma de conflito que poderia se estabelecer no ambiente organizacional.
Prega-se a unidade de como regra fundamental, a qual, se violada, destruiria
a autoridade, colocando em perigo a disciplina, rompendo a ordem e ameaçando a
estabilidade. Devia-se evitar o conflito que era evidente em todas as associações
humanas, seja na indústria, no comércio, no exército, na casa, no Estado.
Caso se estabelecesse alguma situação de conflito, o tratamento seria por
meio de métodos de domínio e repressão (STONER, 1985):
Reprimem o conflito ao invés de o aceitar, forçando-o a não se expressar;
Criam uma situação de ganhar ou perder, na qual o perdedor, obrigado a
ceder diante da autoridade superior ou do maior poder, geralmente acaba
decepcionado e hostil.
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13
7.2 ESCOLA DAS RELAÇÕES HUMANAS
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14
elemento intrínseco a qualquer agrupamento social, inclusive as organizações, não
podendo, portanto, ser mascarado ou escamoteado.
A partir desta escola compreende-se que o conflito entre os grupos é toado
como processo social fundamental e as tensões nas organizações podem ser
apenas minimizadas, mas jamais evitadas.
É esta escola que desmistificará o principio da família feliz, e passará a atuar
na busca de identificação dos contextos nos quais o conflito é fator positivo de
mudança, deixando de ser, a priori, algo indesejável.
Os principais autores desta escola apresentam ideias significativas quanto à
questão dos conflitos, as quais apresentam-se a seguir:
a) Etzioni: segundo o autor, múltiplos objetivos podem gerar para a
organização exigências incompatíveis dentre os funcionários, difíceis de serem
atendidas pelas limitações sempre existentes, o que causará os conflitos.
Inexistência do completo ajustamento entre as personalidades individuais, e os
papéis nas organizações originam os dilemas entre: necessidades da organização x
necessidades do pessoal; disciplina x autonomia; relações formais x relações
informais, dentre outros.
b) Blau & Scott: o conflito é produto de dilemas vividos pela organização
dada à necessidade de escolher alternativas que implicam, também, em perdas
valiosas. Além do conflito entre autoridade e especialistas, dois outros conflitos se
perpassam continuamente nas organizações, e seriam: conflito entre coordenação
versus comunicação; e planejamento administrativo versus disciplina.
c) Mendes: para o autor, o surgimento de coalizões e subgrupos
ocupacionais que buscam ampliar suas posições econômicas pode gerar conflitos.
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15
FIGURA 6 – CONFLITOS ADMINISTRADOS
7.4 O BEHAVIORISMO
Esta escola traz como marca principal a ênfase nos processos decisórios,
cujo enfoque é aplicado tanto no comportamento dos indivíduos como das
organizações. Tais processos decisórios não seriam absolutamente racionais. Os
limites da racionalidade espelhariam os limites da capacidade humana, quando
comparadas com a complexidade dos problemas enfrentados por indivíduos e
organizações.
Aqui, o conflito é definido como colapso nos mecanismos das decisões
normais, em virtude do qual um indivíduo ou grupo experimenta dificuldades na
escolha de uma alternativa de ação.
Existiriam, segundo esta escola, três tipos de conflito:
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16
a) Conflito individual
Ocorre o conflito quando não existe entre as alternativas disponíveis uma
que seja claramente superior às demais. A partir da identificação do conflito,
presume-se motivação para reduzi-lo, pois representa desequilíbrio no sistema. As
relações dependerão, então, da origem do conflito: a incerteza era a busca de
clarificação das consequências das alternativas e, caso falhe, a busca por novas
alternativas.
b) Conflito organizacional
A escola distingue dois tipos de conflitos que repercutem na organização, e
seriam:
i. Os conflitos ocorridos em nível dos indivíduos, por estes não terem claros
seus objetivos e percepções. Este é afetado pela experiência anterior, assim como
pela complexidade da situação, por serem fatores relacionados com a incerteza; os
níveis de aspiração e realização dos indivíduos e o nível em que o ambiente propicia
o atendimento são fatores então determinantes do conflito gerado pela
inaceitabilidade das alternativas.
ii. Os conflitos resultantes de decisões divergentes de indivíduos. Este
requer que o intraindividual seja reduzido; as pessoas devem ser capazes de tomar
decisões e a incompatibilidade destas gera o conflito. Observa Matias (2009) que os
conflitos intergrupais são determinados pela diversidade de objetivos, e pelas
diferenças nas percepções da realidade e no grau em que os indivíduos percebem a
necessidade de decisões coletivas.
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17
Negociação: aceita-se existir divergências quanto aos objetivos e busca-
se acordo sem persuasão.
Política/negociação: no qual a arena de negociação não é considerada
fixa pelos participantes. Ocorrem uma série de táticas para ganhar aliados e ampliar
a força de grupos em momentos de negociação.
Os processos analíticos – solução de problemas e persuasão – ocorrem
quando os conflitos na organização são mais individuais do que grupais. Os
processos de negociação e política são vistos, então, como trazendo consequências
danosas para a organização ao potencializarem as percepções das diferenças de
status e poder na organização.
c) Conflito entre organizações
Os próprios estudiosos desta escola consideram que menor atenção é dada
a este tipo de conflito. Sua solução tem sido então tratada por meio dos processos
de negociação.
Teorias de Jogos têm sido utilizadas para analisar os conflitos entre
organizações e, mais especificamente, viriam a originar futuras negociações,
visando à aproximação entre as organizações.
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18
7.5 TEORIA SISTÊMICA
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19
torna-se vital para a organização, tanto com relação aos membros como aos líderes,
a aceitação padronizada dos papéis.
Para os autores, as origens e as consequências dos conflitos de papéis
podem ser resumidos na afirmação de que expectativas contraditórias de papéis
provocam pressões opostas às dos papéis, geralmente afetando a experiência
emocional das pessoas, intensificando os conflitos internos, aumentando a tensão
associada aos vários aspectos do trabalho, reduzindo a satisfação no trabalho e
minando a confiança nos superiores e na organização como um todo.
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20
facilitar a interação com segmentos específicos do mercado. Por outro lado, o
processo de integração torna-se indispensável para unir os vários segmentos
componentes da organização.
Porém, a integração não acontece como processo racional e automático. As
visões diferenciadas dos diversos chefes de departamentos possibilitam a
ocorrência de conflitos quanto à direção a ser tomada frente aos problemas
específicos. A resolução de conflito envolvido no processo diferenciação/integração
passa, então, a se constituir o aspecto mais importante no desenvolvimento do
modelo teórico dos autores. Surgem então, diferente concepções, em diversificadas
literaturas para a resolução de conflitos organizacionais.
Surge um maior número de conflitos dados os interesse e desejos de
ganhos que se preconizam na sociedade contemporânea.
Outra forma de conflito destacada pelos teóricos desta escola se dá como
resultado de situações nas quais existem muitas possibilidades de alternativas e o
benefício potencial para as partes não está fixado. O conflito de interesses, neste
caso, não elimina a possibilidade de encontrarem-se alternativas que minimizem o
problema.
A melhor estratégia, então, para equacionar este conflito, envolve a
completa informação das variáveis e o peso atribuído a elas no processo de seleção,
caracterizando o processo de barganha integrativo.
Para Martins (2009), o caminho na busca de formas alternativas de
resolução do conflito organizacional indica a necessidade de examinar duas
questões distintas, que seriam:
Quem nas organizações tem o conhecimento necessário para auxiliar na
resolução do conflito?
Que tipos de gerentes devem ser designados para resolvê-lo?
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FIGURA 09 – FACILITANDO A NEGOCIAÇÃO
8 TIPOS DE CONFLITOS
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22
Conflitos percebidos: os elementos envolvidos percebem,
racionalmente, a existência do conflito, embora não ocorra ainda a manifestação
aberta do mesmo.
Conflito sentido: consiste naquele que já atinge ambas as partes, e em
que existe a emoção e forma consciente.
Conflito manifesto: trata-se daquele conflito que já atingiu ambas as
partes, já é percebido por terceiros e pode interferir na dinâmica da organização.
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23
Conforme adverte Bráulio (2010), em razão dos altos custos físico,
emocional e financeiro que resultam de uma situação conflituosa, os indivíduos têm
buscado maneiras de resolver suas discordâncias e diferenças de pontos de vista.
Sempre que se busca administrar e resolver as diferenças tem-se procurado
estabelecer procedimentos que atendam aos interesses das partes envolvidas,
minimizando o desgaste e os gastos desnecessários.
Autores conceituam que o conflito pode ser dividido em diferentes áreas.
Estas seriam:
a) Conflito social: este tipo de conflito surge em decorrência do grau de
complexidade e implicação social. As pessoas vivem numa sociedade altamente
evoluída do ponto de vista social e tecnológico, mas, ao mesmo tempo,
imensamente precária em termos de habilidade para negociações.
Constatamos que a violência tem sido, historicamente, um dos instrumentos
mais utilizados na tentativa de sanar conflitos.
b) Conflitos tradicionais: estes pertencem à história e são aqueles que
reúnem indivíduos ao redor dos mesmos interesses, fortalecendo assim a
solidariedade existente entre as pessoas. Os conflitos aparecem por três razões
principais que seriam: pela competição entre as pessoas, por recursos disponíveis,
mas escassos; pela divergência de alvos entre as partes; e pelas tentativas de
autonomia ou libertação de uma pessoa em relação à outra.
Podemos compreender como sendo fontes de conflito, segundo Martins
(2009), os seguintes fatores:
a) Direitos não atendidos ou não conquistados;
b) Mudanças externas acompanhadas por tensões, ansiedades e medo;
c) Luta pelo poder;
d) Necessidade de status;
e) Desejo de êxito econômico;
f) Exploração de terceiros (manipulação);
g) Necessidades individuais não atendidas;
h) Expectativas não atendidas;
i) Carências de informação, tempo e tecnologia;
j) Escassez de recursos;
k) Diferenças culturais e individuais;
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l) Divergências de metas;
m)Tentativa de autonomia;
n) Emoções não expressas/inadequadas;
o) Obrigatoriedade de consenso;
p) Meio ambiente adverso e preconceitos.
10 AS CONSEQUÊNCIAS DO CONFLITO
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Quando tornam a vida uma eterna derrota para os grupos de perdedores
habituais, interferindo na sua percepção e na socialização daqueles que entram na
organização;
Quando favorecem a percepção estereotipada a respeito dos envolvidos,
como ocorre frequentemente em organizações.
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FIGURA 12 – DISCUSSÃO DE PESSOAS
11 GESTÃO DE CONFLITOS
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FIGURA 13 – APERTO DE MÃO
Quando uma empresa se atenta para a solução dos conflitos, ela evita com
que os problemas se tornem mais complexos e maiores ao longo do tempo.
Quando não há a gestão correta dos conflitos, ou tenta evitar sua solução,
pode ser gerado na empresa diversos fatores que prejudicam o desenvolvimento da
organização, que podem ser:
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FIGURA 14 – MULHER NO TELEFONE
Quando isso ocorre, a empresa ou seu gestor deve tomar atitudes diretas e
concretas em favor da administração dos conflitos.
Administrar os conflitos é extremamente necessário e eficaz na resolução de
problemas na organização quando é realizado corretamente.
O conflito deve ser encarado como um sensor de que nas relações
estabelecidas há algo que precisa de solução. Ou seja, o conflito é um reflexo que
dentro da organização algo não vai bem, e culmina-se no conflito. Isso não é regra,
pode ser um dos fatores.
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A gestão do conflito gera também novos desafios em busca de soluções,
enquanto motiva grupos e pessoas a resolver problemas em conjunto, podendo
inclusive levar a descoberta de novos fatos e informações, resultando em benefícios
para a empresa.
O conflito pode ser um indicativo de que algo se encontra errado, e que
medidas corretivas são necessárias. Medidas que podem variar de uma brusca
virada para colocar o trabalho em seu curso normal a, até mesmo, um tratamento de
rotina, voltado ao comportamento que lhe dará causa e efeito.
A gestão do conflito representa mudanças significativas. Administrá-los não
significa só eliminá-los, mas tratar de modo inteligente.
FIGURA 15 – PESSOAS
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30
Quando se define quem fará a negociação; onde e como ela acontecerá; e
caso haja impasse, qual será o procedimento a ser adotado, o processo de
negociação do conflito se torna menos sofrível.
O esclarecimento e justificação permitem educar e informar cada parte,
tratando as questões sem o confronto.
A essência de todo o processo de negociação está na barganha, onde
concessões devem ser feitas por todos na busca de soluções dos impasses.
O fechamento e formalização do acordo final podem ser realizados de várias
formas, desde um aperto de mão até um contrato formal.
A formação cultural é um ponto relevante na negociação. A formação da
cultura das partes pode interferir no processo, pois uns podem ser mais metódicos,
enquanto que outros são mais práticos e objetivos, ou ainda levar a negociação para
o lado emocional e tratar as questões com extremidade.
Algumas ideias que podem ajudar na solução de conflitos:
AN02FREV001/REV 4.0
31
Monitore o ambiente: O monitoramento
fornece uma visão ampla da realidade local e das
pessoas, alertando previamente se algum conflito está
por surgir ou não se manifestou totalmente entre o
grupo.
Investigação da situação conflituosa: Dedique
um tempo disponível para aferir os eventos e situações que envolvem possíveis
conflitos.
Planejar sua abordagem: Antes de qualquer atitude, planeje como será
sua abordagem diante do conflito. Primeiro incentive que as partes resolvam suas
diferenças, verificando quais os seus interesses que gerou determinado
posicionamento. Proporcione um clima agradável e de diálogo. Os gerentes devem
traçar seus objetivos e decidir sobre o resultado da sua investigação, lembrando
que, à medida que surgem novas evidências, o resultado pode ser diferente do
esperado e nem sempre agradável.
Administração do
problema: mesmo que o
posicionamento do gestor gere
emoções ao extremo, é um
processo necessário. Evite
remediar e buscar resultados que
prorroguem decisões seguras.
Não deve reagir por impulso, mas
com cautela e de modo firme.
Uma forma de administrar a
tensão é com pausas nos
diálogos, promovendo a calma e
a reflexão das partes.
AN02FREV001/REV 4.0
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Postura correta: procure manter uma única linha de pensamento e atitude
em relação à sua postura. Alinhe linguagem
com expressão corporal.
Não fuja, enfrente: quando não se
está envolvido causa conflitos ainda maiores
em longo prazo e intimida os funcionários. Se
fugir, evitará a solução do conflito e provocará
perda de respeito e confiança.
Abordagem afirmativa: reconheça que as pessoas têm opiniões distintas
uma das outras; todos têm direitos; incentive que todos encontrem o motivo do
conflito e suas soluções; afirme que as opiniões sejam expressas de forma
espontânea e aberta e faça sugestões de caminhos a seguir.
Todos devem opinar: estabeleça uma comunicação eficaz e duradoura no
ambiente, ajudando a criar boas relações de trabalho e compromisso.
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Promova o acordo: Sempre busque um acordo amigável e aceitável para
todos; ou se não conseguir chegar nesse ponto, tome medidas para que o conflito
não continue. Todos os envolvidos precisam entender suas decisões e que isso seja
passado a partir do momento que foi tudo resolvido e esclarecido.
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34
explicitamente, a ênfase se dá na busca pela solução ou equacionamento do
conflito.
O conflito nas organizações ganhou crescente importância quando abordado
os fenômenos organizacionais. Atualmente, a existência de conflitos, tensões
intergrupos, divergências de interesses não podem mais serem negadas pelas
gerencias organizacionais.
Atualmente, o conflito no ambiente organizacional pode ser evidenciado
como fonte de ideias novas, podendo levar a discussões abertas sobre
determinados assuntos, o que se revela como sendo positivo, pois permite a
expressão e a exploração de diferentes pontos de vista, assim como interesses e
valores diferenciados.
Uma perspectiva inovadora considera a administração do conflito como
forma de escolha e implementação das estratégias mais adequadas para se lidar
com algum tipo de situação.
E mais, em algumas situações, o conflito pode ser considerado necessário
se a organização não quiser entrar num processo de estagnação. Dessa forma, os
conflitos não são necessariamente negativos; e a maneira como lidamos com ele é
que pode gerar diferentes reações.
A negociação, como forma de mediação dos conflitos, consiste exatamente
na escolha e implementação das estratégias mais adequadas para se lidar com
cada tipo de situação. Nesta perspectiva, adotamos conflito como sendo um
processo onde uma das partes envolvidas percebe que a outra frustrou ou irá
frustrar seus interesses. Com isso, notamos que no dia a dia vivemos conflitos de
diferentes maneiras, não sendo restrito a impulsionador de agressões, disputas ou
ataques físicos, mas como um processo que se inicia na percepção do sujeito e
conclui-se com a adoção de uma ação adequada e positiva.
Ressalta-se que, para uma resolução eficaz dos conflitos, torna-se
necessário compatibilizar alguns passos essenciais a serem seguidos, conhecer e
aplicar alguns saberes, e também definir estratégias de negociação a serem
adotadas.
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35
b) Esclarecer as percepções;
c) Focalizar em necessidades individuais ou compartilhadas;
d) Construir um poder positivo e compartilhado;
e) Olhar para o futuro e, em seguida, aprender com o passado;
f) Gerar opções de ganhos mútuos;
g) Desenvolver passos para a ação a ser efetivada;
h) Estabelecer acordos de benefícios mútuos.
1) Saber comunicar
Sabe-se que sem diálogo não existe comunicação nem solução para os
problemas;
A maioria dos erros, omissões, irritações, atrasos e conflitos é causada
por uma comunicação inadequada.
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36
2) Saber ouvir
Ouvir ativamente, pois metas e intenções não compreendidas levam
sempre a uma resolução sem sucesso;
Demonstrar interesse genuíno pela pessoa que fala e pelo assunto;
Evitar criticar ou tentar dirigir a conversa;
Adotar uma posição afirmativa, mostrando respeito pela outra pessoa.
3) Saber perguntar
Saber perguntar é outra faceta do ouvir ativamente, pois quem pergunta
conduz a conversa.
a) Competição
Busca a satisfação dos interesses, independentemente do impacto que
isso possa causar na outra parte envolvida;
Procura convencer a outra parte de que sua conclusão está correta e a
dela está equivocada;
Leva a outra parte a aceitar a culpa por um problema qualquer.
b) Colaboração
Contempla os interesses das partes envolvidas no conflito;
Busca um resultado benéfico para todas as partes envolvidas.
c) Evitação
Considera-se o estilo não assertivo e não cooperativo;
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Evita todo e qualquer envolvimento com o conflito, chegando a negar sua
existência e o contato com as pessoas que podem causá-lo.
d) Acomodação
A parte que faz uso deste estilo tende a apaziguar a situação, chegando a
colocar as necessidades e interesses da outra parte acima dos seus.
e) Compromisso
Este estilo encontra-se no padrão médio de assertividade e cooperação, em
que uma das partes envolvidas no conflito desiste de alguns pontos ou itens,
levando a distribuir os resultados entre ambas as partes.
Por fim, considera-se que o manejo das situações de conflito – as técnicas
de negociação utilizadas – é essencial para as pessoas e as organizações como
fonte geradora de mudanças, pois das tensões conflitivas, dos diferentes interesses
das partes envolvidas – é que emergem oportunidades de crescimento mútuo.
Conforme destacado neste capitulo final, diferentes são os fatores que
podem influenciar o surgimento do conflito, não ficando restrito às questões
relacionadas ao trabalho ou a estrutura organizacional. Os mais comuns são as
diferenças individuais, assim como os diversos níveis de competência interpessoal,
as diferentes visões de mundo, dentre outros.
O desejo mais profundo do coração humano é o de ser compreendido, e
perceber isto é possibilitar um processo eficaz de comunicação. E com base nesta
compreensão é que deve ser utilizada a postura daquele responsável por mediar os
conflitos, e construir estratégias sustentáveis de negociação junto das diferentes
opiniões e concepções que emergem.
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FIGURA 20 – APERTO DE MÃO
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
VEIGA, R. P. A regra do jogo: descubra o que não querem que você saiba no jogo
do dinheiro. São Paulo: Saraiva, 2006.
FIM DO CURSO
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