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ROTEIRO PARA ANÁLISE DAS RODAS DE CONVERSAS VIRTUAIS

(YOUTUBE)
Aluna: Maria Luiza C. R. de Q. Carvalho Data: 21/07/2021

Vídeo: Roda de Conversa Sobre o Racismo


Tema: Roda de Conversa Sobre o Racismo
Público Alvo: Comunidade Acadêmica e toda população interessada pelo assunto
Assunto Tratado: Racismo em diferentes perspectivas e âmbitos da sociedade
Breve Resumo do Vídeo: Este vídeo aborda uma discussão acerca do racismo a parti da
perspectiva de quatro pesquisadoras que vão discutir sobre a presença deste fenômeno
social dentro da história, da cultura, da arte e da política nacional atual.

Exposição do procedimento para o coletivo protagonista da roda de conversa


A roda de conversa inicia-se com uma breve apresentação da Paula Barreto. Esta,
explica para o público que cada participante irá fazer a própria apresentação. São quatro
mulheres que vão conduzir esta roda de conversa, cada uma mediando a sua fala. Na
primeira rodada as participantes vão apresentar obras literárias que são importantes para
elucidar os elementos que circundam essa temática e fazer uma retomada histórica sobre
a estruturação do racismo dentro da arte brasileira.
Na segunda rodada, é proposto que as falas sejam mais livres e as participantes possam
ficar mais à vontade para fazer seus apontamentos e provocações. O chat do youtube se
encontra aberto desde o início para o público deixar seus comentários e dúvidas. Desde
o início o público se manifestou positivamente em relação as falas das mulheres
presentes. Isso mostra o quanto foi rico e importante todas as contribuições ali feitas.

Esclarecimento de dúvidas dos participantes antes do início e durante a roda de


conversa
Creio que o tempo foi curto para elucidar todas as dúvidas e comentar acerca das falas
dos públicos no chat. A professora Gabriela pontou bem rapidamente o comentário de
um dos espectadores, quando foi falar sobre os mecanismos que podem ser utilizados
para acabar com a cultura do racismo. Porem foi compartilhado os agradecimentos dos
espectadores com as participantes.

Garantia de espaço para que os participantes façam comentários acerca do que


sentiram durante o processo
Foi garantido um espaço para que os participantes pudessem fazer seus comentários e
apontamentos sobre suas opiniões e sentimentos que surgiram ao longo da conversa. O
sentimento que mais apareceu foi o de revolta em relação a situação atual que se
encontra o povo negro no Brasil.

Envolvimento dos participantes do coletivo e coordenadores da Roda de Conversa,


sobre questões que surgiram no processo e que devem ser refletidas
 Existem várias maneiras de se definir o conceito de raça. O conceito de raça
ainda tem influência dos conceitos biológicos, esses elementos naturalizastes
ainda se mantem. A ideia da raça foi muito rejeitada dentro do campo
sociológico, principalmente no Brasil.
 O samba foi constituído na casa de uma mulher negra de origem africana. As
mulheres negras são protagonistas na construção deste gênero. Mulheres estas,
que historicamente foram invisibilidades e tiveram seus trabalhos apropriados
por homens. Os discursos destas mulheres são silenciados até hoje. Diante disso,
as mulheres negras que compõem o espaço do samba, são muito mais que
aristas, são matrizes de resistência cultural.
 O racismo no Brasil, vai estrutura as políticas públicas, a formação da polícia, os
direitos e cidadanias. Faz parte de um projeto republicano de exclusão do povo
negro.
 O perfil do vítima padrão do covid – 19 no Brasil é o homem pobre e negro. Isso
ocorre por razões de desigualdades sócias, demográficas e estruturais.
 As taxas de homicídio da população negra no Brasil por policias, é 17 vezes
maior que nos Estados Unidos.
 A democracia no Brasil só vai acontecer realmente quando o racismo acabar. E
para isso é preciso destruir os aparelhos ideológicos que contribuem para a
perpetuação do racismo. É um problema da sociedade toda, que tem que se unir
nessa luta antirracista. E para se combater isso, é preciso muito mais que
denúncias e a ajuda dos meios midiáticos. É preciso de políticas públicas
especificas e que realmente funcionem, é necessária uma educação crítica que
esteja presente na base de toda sociedade.

Exposição dos objetivos da Roda de Conversa e detalhes de seu procedimento


A roda de conversa faz parte da 1º Feira Virtual das Editoras Universitárias. As
participantes receberam o convite da EDUFBA (Editora da Universidade Federal da
Bahia) para compor esse espaço de diálogo. A roda é composta pela escritora e
professora de sociologia da Universidade Federal da Bahia, Paula Barreto. A professora
também coordena um grupo de pesquisa que trabalha com relações raciais, cultura,
identidade negra, desigualdade, ações afirmativas, entre outros. Esta, apresenta suas
produções, que são resultados de pesquisas e de seus anos de conhecimento sobre a
temática. Também apresenta uma discussão sobre as evidências da dimensão
institucional e estrutural do racismo na área da saúde pública no contexto atual de
pandemia da covid-19. A pesquisadora também aborda em sua fala uma crítica sobre
as crescentes taxas de homicídio da população negra, que acaba resultando em
protestos locais e nacionais contra a violência policial
A segunda palestrante é a Marilda Santanna, artista, pesquisadora, escritora e professora
da UFBA, do pós cultura e do mestrado. A professora traz um pouco da história da
construção do samba e da música brasileira, o papel das mulheres negras nessa
construção. Traz também uma crítica ao mercado da música que historicamente
discrimina, subalterniza e invisibiliza as vozes das mulheres negras na música
popular brasileira. Em sequência, Ana Celia da Silvia, professora aposentada e
escritora, se apresenta e aborda seus trabalhos que possuem um caráter crítico, de
denuncia a discriminação. A professora também apresenta uma discussão acerca da
desconstrução da representação social desumanizada do povo negro. Por fim, a
escritora e professora do departamento de História da UFBA, Gabriela Sampaio,
apresenta uma coletânea que foi elaborada por ela mais dois colegas, cujo o objetivo é
retratar os vários encontros que envolviam pesquisadores e professores que trabalham
com a temática de raça e racismo na perspectiva histórica e política. A professora
também nos traz o racismo como um elemento histórico, algo que surge depois da
abolição, que está relacionando escravidão e raça.
Diante das falas, pude compreender alguns dos objetivos principais da roda:
 Apresentar as produções Baianas, de mulheres negras, que trazem a discussão
acerca do racismo, raça, cultura e subjetividade.
 Citar grandes nomes de mulheres negras, artistas, que compõem o espaço
historicamente de resistência cultural.
 Discutir raça e as distinções sociais que estão ligadas a ela.
 Compreender que a população negra atualmente no Brasil vive um duplo
genocídio (pelas armas de fogo da polícia e pelo covid-19).
 Entender como o racismo funciona no nosso território e quais são os mecanismo
e atitudes que precisam ser feitas para que ele seja eliminado da estrutura das
relações, da política e do imaginário das pessoas.

Garantia de reflexões sobre o tema e seus impactos nos campos: operativo, afetivo
e valorativo, tendo em vista a dinâmica das relações sociais
As reflexões que surgiram ao longo da roda de conversa foram de grande valor no
sentindo que me fizeram compreender mais ainda o processo de estruturação do racismo
em nossa sociedade. Me afeta ouvir a realidade do nosso contexto social, onde as taxas
mais altas de mortes são aquelas que representam a população negra.
Assistir a esta roda só me reafirma o compromisso que a branquitude, e não somente
ela, tem que ter com a reparação histórica. Reparação esta, que no campo operativo, se
materializa a parti da reconstrução de políticas públicas que realmente sejam capazes de
mudar a realidade atual da população negra.

Comentários Gerais do/a aluno/a sobre o vídeo


Assistir essa roda de conversa, realizada por quatro vozes femininas potentes, me
permitiu refletir criticamente sobre a realidade do racismo no meu país. Entendo que o
racismo faz parte de uma herança cultural advindo de um processo de colonização. E
por que ele ainda existe? Porque o povo negro ainda é um povo escravizado e
colonizado pelo sistema. Porque ele está ainda estruturado nas políticas públicas, nos
discursos de ódio, na mídia e no inconsciente das pessoas. Em tempos de Bolsonaro e
da crescente militarização da política é preciso, sim, aborda essa temática em todos os
lugares, é preciso denunciar, gritar aos quatro ventos que enquanto permitimos que essa
política genocida continue em curso, o racismo só continuará vitimizando mais jovens
negros.

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